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O BIBLIOTECÁRIO COMO SER SOCIAL NO COMBATE AO ANALFABETISMO
FUNCIONAL.
Alessandra Gomes Melo Aguiar
Arielle Priscila Silva Soares
Lílian Tárcila Carvalho Nascimento
Natacha Oliveira Pinto
RESUMO
Aponta-se a importância da leitura e da compreensão da mesma na vida social dos
indivíduos, abordando a concepção do analfabetismo funcional, destacando a
importância do tema e a influência que o mesmo exerce no âmbito social, econômico
e cultural. Busca compreender a necessidade da presença do profissional de
biblioteconomia frente à erradicação de tal problema: o analfabetismo funcional. O
bibliotecário é um mediador, gerenciador e disseminador de informações, não
deixando também de ser um educador, capaz de atuar em várias áreas de
conhecimento.
Palavras-chave: Analfabetismo funcional. Bibliotecário. Educação. Sociedade.
1 INTRODUÇÃO
Em um país, dito, em desenvolvimento, como o Brasil, é inaceitável ter,
ainda, um índice relativamente alto de analfabetismo funcional. A culpa de tal
problema é direcionada aos professores, porém o bibliotecário também possui sua
participação em tal fenômeno, visto que este trabalha diretamente com a seleção,
organização, disseminação da informação. Informação, esta, identificada como a
força, o poder, o que movimenta a sociedade.
É nessa perspectiva que este trabalho se desenvolve. Buscando
compreender como o bibliotecário pode contribuir no combate ao analfabetismo
funcional, como uma insuficiência do sistema educacional, já que o mesmo trabalha
com a informação.
2 ANALFABETISMO FUNCIONAL
Para compreender o que é analfabetismo funcional faz-se necessário a
compreensão de alfabetismo. Segundo Soares (2007, p.33), este é o “[...] conjunto
de práticas sociais associadas com a leitura e a escrita, efetivamente exercidas
pelas pessoas em um contexto social específico.” Logo o alfabetismo funcional, é o
estado em que individuo possui habilidades e conhecimentos que o permitem
funcionar adequadamente em determinado contexto social.
Dessa forma, analfabetismo funcional constitui-se como a falta de
habilidade na interpretação de textos, ou seja, a pessoa aprendeu a decodificar a
escrita, porém não consegue interpretá-la como um todo, em forma de texto. O
individuo não é dotado de habilidades e conhecimentos suficientes para capacitá-lo
a participar de todas as atividades que necessitem da escrita e da leitura em um
determinado contexto social.
Esse termo, analfabetismo funcional, “[...] é normalmente usado para ser
um meio termo entre o analfabetismo absoluto e o domínio pleno da leitura e
escrita.” (SOUZA, 2008)
A ocorrência do analfabetismo funcional é determinada, em parte, por:
• Mais investimentos no ensino superior do que no ensino fundamental e
primário;
• Escolas de baixa qualidade;
• Trabalho precoce;
• Baixa escolaridade do país;
• Fome crônica;
• Imigração;
• Envolvimento com drogas;
• Falta de transporte e documentação;
• Ignorância das famílias;
• Pobreza;
• Falta de motivação;
• Questões de gênero.
Tais fatores estão representados por meio do Censo 2010 realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelando que o país possui
14.612.183 de analfabetos entre os mais de 162 milhões de brasileiros acima dos 10
anos de idade, representando 9,02% da população a partir desta faixa etária.
Em relação às regiões, o Nordeste apresentou a maior taxa (17,6% de
analfabetismo entre a população com mais de 10 anos de idade), no Norte o índice
registrado foi de 10,6%, o Centro-Oeste atingiu 6,6% da população, o Sudeste
apresenta a taxa de 5,5% e o Sul 4,7%.
Entre os estados, a maior taxa foi registrada em Alagoas (22,52%) e a
menor localiza-se no Distrito Federal (3,25%).
De acordo com o estudo realizado pelo Anuário Estatístico de 2010 da
Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), 9,6% dos brasileiros
com mais de 15 anos são analfabetos. Revelou ainda que a proporção de
analfabetos é maior entre o sexo masculino (10%) do que entre as brasileiras
(7,6%).
3 A FUNÇÃO SOCIAL DO BIBLIOTECÁRIO, ENQUANTO EDUCADOR
Em meio ao problema do analfabetismo funcional surge então o papel do
educador, que ao ler um determinado livro, poema, notícia de jornal em voz alta para
seus alunos, compartilham com aqueles que ainda não estão alfabetizados os
enigmas, informações e toda a sabedoria de um texto escrito. Em meio a esse
contexto, qual o papel do bibliotecário como educador? Como o mesmo pode agir
para modificar a situação do analfabetismo funcional no Brasil?
O bibliotecário como educador, tem mais do que a simples tarefa de
transmitir uma informação, deve disseminá-la da maneira correta. Tal profissional
deve ultrapassar as barreiras (físicas e estruturais) das bibliotecas, assumindo uma
postura mais social.
O profissional da informação, na perspectiva de educador, é aquele que
participa ativamente do processo pedagógico das instituições educacionais,
buscando articular-se com o grupo de professores e especialistas na área
da Educação, numa integração de mão dupla. Portanto, conquistar os
professores e a direção da escola é um passo importante, até porque esse
público muitas das vezes não tem consciência do papel pedagógico da
biblioteca nas instituições educacionais e, muito menos, da função
educadora do profissional da informação, especificamente do bibliotecário,
como é tradicionalmente conhecido (MARTINS, 2002, p.152)
É importante que o bibliotecário questione o papel que o mesmo exerce
na sociedade, como ele pode contribuir com as comunidades no combate ao
analfabetismo.
O bibliotecário deve ultrapassar as barreiras que as bibliotecas impõem,
deve priorizar, desde a sua formação, uma postura política para que possa
questionar-se sobre como ele pode contribuir com uma determinada comunidade.
Tal profissional deve realizar um trabalho que ofereça suporte à educação formal, ou
seja, o mesmo deve preocupar-se não somente com o fornecimento da informação,
mas com a orientação que vai oferecer aos usuários, “[...] aumenta a necessidade
de preparar os estudantes para lidar com o aparato informacional vasto e diverso
hoje disponível, da forma que se tornem aprendizes autônomos e críticos.”
(CAMPELLO, 2009, p.11).
Neste sentido, medidas podem ser adotadas pelo profissional para
contribuir de uma maneira mais eficaz. Este deve realizar um trabalho que auxilie na
educação formal, tendo a preocupação de orientar no uso correto de um
determinado acervo, na aquisição de conhecimento e preparar os indivíduos para
que sozinhos possam buscar informações sempre que necessitarem.
4 O BIBLIOTECÁRIO NA ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO FUNCIONAL
O bibliotecário é responsável por fazer da biblioteca um espaço de
democratização, de participação ativa do leitor. O mesmo deve apresentar a leitura
sem colocar obstáculos nessa relação. É inserir a leitura em projetos educativo-
culturais, realizando programas que incentivem e mostrem aos leitores a importância
e o novo mundo que a leitura permite vislumbrar.
Democratizar o acesso à informação, capacitar as pessoas para o uso
crítico da informação, proporcionar condições que permitam a reflexão, a
crítica e a construção de ideias por meio da leitura são ações
constantemente recomendadas para o bibliotecário e, no bojo dessas
ações, a biblioteca escolar é vista como espaço privilegiado para seu
desenvolvimento. (CAMPELLO, 2009, p. 19)
Na tentativa de minimizar a realidade do analfabetismo funcional,
encontram-se os bibliotecários, que possuem a missão de disseminar a informação,
fazendo com que a mesma chegue ao usuário da melhor maneira possível.
Segundo Campello (2009, p.11),
[...] na sociedade contemporânea caracterizada pela abundância de
informações sem precedentes, cresce a necessidade de se saber usar as
informações e, portanto, o papel educativo do bibliotecário torna-se mais
evidente, tendo em vista sua competência especifica para lidar com
informações. (cadê a referencia?)
Alfabetizar é usar a informação, seja ela impressa ou não, para pertencer
e para se desenvolver na sociedade, para ter consciência dos seus direitos e
deveres, para desenvolver conhecimento e expandir o seu potencial. E para que isso
aconteça é necessário a integração bibliotecário e educador, para juntos
possibilitarem um leque de caminhos a serem seguidos pelos usuários dessa
informação.
5 CONCLUSÃO
Percebe-se que a missão de erradicação do analfabetismo funcional por
meio da ajuda dos profissionais da informação não é tarefa fácil. No Brasil, embora
muitos estejam se esforçando para transformar o ambiente das bibliotecas em um
espaço de educação, considerado necessário para criar comunidades de
aprendizagem, a realidade se mostra diferente do que o ideal. O envolvimento do
bibliotecário com as práticas educacionais ainda é muito restrito, já que,
normalmente as atribuições dadas aos profissionais não incluem esse aspecto.
Essa situação, entretando, começa a se modificar a partir do momento em
que o bibliotecário, assumindo seu papel social, implementa programas de incentivo
e motivação de leitura dentro das Unidades de Informação. Os bibliotecários
envolvidos nesta causa devem medir o que os usuários assimilam, servir de
mediadores da leitura e interpretação das informações, enfim, criar métodos para
que o usuário que não é apto para usar a informação, transforme sua condição e
participe ativamente no processo de letramento do indivíduo.
O acesso à leitura é imprescindível ao exercício da cidadania. Ao formar
leitores, o bibliotecário contribui com a formação do homem histórico e político. Ou
seja, o bibliotecário auxilia na construção da cidadania.
REFERÊNCIAS
ANALFABETISMO brasileiro supera média da América Latina. Disponível em:
<http://ongdem.blogspot.com/2011/01/analfabetismo-brasileiro-supera-media.html>.
Aceso em: 09 maio 2011.
CAMPELLO, Bernadete Santos. Letramento informacional: Função educativa do
bibliotecário na escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. 79 p.
MARTINS, Leoneide Maria Brito. O profissional da informação e o processo de
mediação da leitura. In: CASTRO, César augusto (org.). Ciência da informação e
biblioteconomia: múltiplos discursos. São Luis: EDUFMA; EDFAMA, 2002. cap.8,
p.144-160.
PAÍS tem 14,6 milhões de analfabetos. Disponível em:
< http://g1.globo.com/vestibular-e-educação/noticia/2011/04/pais-tem-146-milhões-
de-analfabetos-aponta-censo-html>
SOARES, Magda. Alfabetismo e letramento. São Paulo: contexto, 2007. 123 p.
SOUZA, Francesca. O analfabetismo. Disponível em: <
http://www.grupoescolar.com/materia/o analfabetismo.html>

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O bibliotecário no combate ao analfabetismo funcional

  • 1. O BIBLIOTECÁRIO COMO SER SOCIAL NO COMBATE AO ANALFABETISMO FUNCIONAL. Alessandra Gomes Melo Aguiar Arielle Priscila Silva Soares Lílian Tárcila Carvalho Nascimento Natacha Oliveira Pinto RESUMO Aponta-se a importância da leitura e da compreensão da mesma na vida social dos indivíduos, abordando a concepção do analfabetismo funcional, destacando a importância do tema e a influência que o mesmo exerce no âmbito social, econômico e cultural. Busca compreender a necessidade da presença do profissional de biblioteconomia frente à erradicação de tal problema: o analfabetismo funcional. O bibliotecário é um mediador, gerenciador e disseminador de informações, não deixando também de ser um educador, capaz de atuar em várias áreas de conhecimento. Palavras-chave: Analfabetismo funcional. Bibliotecário. Educação. Sociedade. 1 INTRODUÇÃO Em um país, dito, em desenvolvimento, como o Brasil, é inaceitável ter, ainda, um índice relativamente alto de analfabetismo funcional. A culpa de tal problema é direcionada aos professores, porém o bibliotecário também possui sua participação em tal fenômeno, visto que este trabalha diretamente com a seleção, organização, disseminação da informação. Informação, esta, identificada como a força, o poder, o que movimenta a sociedade. É nessa perspectiva que este trabalho se desenvolve. Buscando compreender como o bibliotecário pode contribuir no combate ao analfabetismo funcional, como uma insuficiência do sistema educacional, já que o mesmo trabalha com a informação.
  • 2. 2 ANALFABETISMO FUNCIONAL Para compreender o que é analfabetismo funcional faz-se necessário a compreensão de alfabetismo. Segundo Soares (2007, p.33), este é o “[...] conjunto de práticas sociais associadas com a leitura e a escrita, efetivamente exercidas pelas pessoas em um contexto social específico.” Logo o alfabetismo funcional, é o estado em que individuo possui habilidades e conhecimentos que o permitem funcionar adequadamente em determinado contexto social. Dessa forma, analfabetismo funcional constitui-se como a falta de habilidade na interpretação de textos, ou seja, a pessoa aprendeu a decodificar a escrita, porém não consegue interpretá-la como um todo, em forma de texto. O individuo não é dotado de habilidades e conhecimentos suficientes para capacitá-lo a participar de todas as atividades que necessitem da escrita e da leitura em um determinado contexto social. Esse termo, analfabetismo funcional, “[...] é normalmente usado para ser um meio termo entre o analfabetismo absoluto e o domínio pleno da leitura e escrita.” (SOUZA, 2008) A ocorrência do analfabetismo funcional é determinada, em parte, por: • Mais investimentos no ensino superior do que no ensino fundamental e primário; • Escolas de baixa qualidade; • Trabalho precoce; • Baixa escolaridade do país; • Fome crônica; • Imigração; • Envolvimento com drogas; • Falta de transporte e documentação; • Ignorância das famílias; • Pobreza; • Falta de motivação; • Questões de gênero. Tais fatores estão representados por meio do Censo 2010 realizado pelo
  • 3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelando que o país possui 14.612.183 de analfabetos entre os mais de 162 milhões de brasileiros acima dos 10 anos de idade, representando 9,02% da população a partir desta faixa etária. Em relação às regiões, o Nordeste apresentou a maior taxa (17,6% de analfabetismo entre a população com mais de 10 anos de idade), no Norte o índice registrado foi de 10,6%, o Centro-Oeste atingiu 6,6% da população, o Sudeste apresenta a taxa de 5,5% e o Sul 4,7%. Entre os estados, a maior taxa foi registrada em Alagoas (22,52%) e a menor localiza-se no Distrito Federal (3,25%). De acordo com o estudo realizado pelo Anuário Estatístico de 2010 da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), 9,6% dos brasileiros com mais de 15 anos são analfabetos. Revelou ainda que a proporção de analfabetos é maior entre o sexo masculino (10%) do que entre as brasileiras (7,6%). 3 A FUNÇÃO SOCIAL DO BIBLIOTECÁRIO, ENQUANTO EDUCADOR Em meio ao problema do analfabetismo funcional surge então o papel do educador, que ao ler um determinado livro, poema, notícia de jornal em voz alta para seus alunos, compartilham com aqueles que ainda não estão alfabetizados os enigmas, informações e toda a sabedoria de um texto escrito. Em meio a esse contexto, qual o papel do bibliotecário como educador? Como o mesmo pode agir para modificar a situação do analfabetismo funcional no Brasil? O bibliotecário como educador, tem mais do que a simples tarefa de transmitir uma informação, deve disseminá-la da maneira correta. Tal profissional deve ultrapassar as barreiras (físicas e estruturais) das bibliotecas, assumindo uma postura mais social. O profissional da informação, na perspectiva de educador, é aquele que participa ativamente do processo pedagógico das instituições educacionais, buscando articular-se com o grupo de professores e especialistas na área da Educação, numa integração de mão dupla. Portanto, conquistar os professores e a direção da escola é um passo importante, até porque esse público muitas das vezes não tem consciência do papel pedagógico da biblioteca nas instituições educacionais e, muito menos, da função educadora do profissional da informação, especificamente do bibliotecário, como é tradicionalmente conhecido (MARTINS, 2002, p.152) É importante que o bibliotecário questione o papel que o mesmo exerce
  • 4. na sociedade, como ele pode contribuir com as comunidades no combate ao analfabetismo. O bibliotecário deve ultrapassar as barreiras que as bibliotecas impõem, deve priorizar, desde a sua formação, uma postura política para que possa questionar-se sobre como ele pode contribuir com uma determinada comunidade. Tal profissional deve realizar um trabalho que ofereça suporte à educação formal, ou seja, o mesmo deve preocupar-se não somente com o fornecimento da informação, mas com a orientação que vai oferecer aos usuários, “[...] aumenta a necessidade de preparar os estudantes para lidar com o aparato informacional vasto e diverso hoje disponível, da forma que se tornem aprendizes autônomos e críticos.” (CAMPELLO, 2009, p.11). Neste sentido, medidas podem ser adotadas pelo profissional para contribuir de uma maneira mais eficaz. Este deve realizar um trabalho que auxilie na educação formal, tendo a preocupação de orientar no uso correto de um determinado acervo, na aquisição de conhecimento e preparar os indivíduos para que sozinhos possam buscar informações sempre que necessitarem. 4 O BIBLIOTECÁRIO NA ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO FUNCIONAL O bibliotecário é responsável por fazer da biblioteca um espaço de democratização, de participação ativa do leitor. O mesmo deve apresentar a leitura sem colocar obstáculos nessa relação. É inserir a leitura em projetos educativo- culturais, realizando programas que incentivem e mostrem aos leitores a importância e o novo mundo que a leitura permite vislumbrar. Democratizar o acesso à informação, capacitar as pessoas para o uso crítico da informação, proporcionar condições que permitam a reflexão, a crítica e a construção de ideias por meio da leitura são ações constantemente recomendadas para o bibliotecário e, no bojo dessas ações, a biblioteca escolar é vista como espaço privilegiado para seu desenvolvimento. (CAMPELLO, 2009, p. 19) Na tentativa de minimizar a realidade do analfabetismo funcional, encontram-se os bibliotecários, que possuem a missão de disseminar a informação, fazendo com que a mesma chegue ao usuário da melhor maneira possível. Segundo Campello (2009, p.11), [...] na sociedade contemporânea caracterizada pela abundância de
  • 5. informações sem precedentes, cresce a necessidade de se saber usar as informações e, portanto, o papel educativo do bibliotecário torna-se mais evidente, tendo em vista sua competência especifica para lidar com informações. (cadê a referencia?) Alfabetizar é usar a informação, seja ela impressa ou não, para pertencer e para se desenvolver na sociedade, para ter consciência dos seus direitos e deveres, para desenvolver conhecimento e expandir o seu potencial. E para que isso aconteça é necessário a integração bibliotecário e educador, para juntos possibilitarem um leque de caminhos a serem seguidos pelos usuários dessa informação. 5 CONCLUSÃO Percebe-se que a missão de erradicação do analfabetismo funcional por meio da ajuda dos profissionais da informação não é tarefa fácil. No Brasil, embora muitos estejam se esforçando para transformar o ambiente das bibliotecas em um espaço de educação, considerado necessário para criar comunidades de aprendizagem, a realidade se mostra diferente do que o ideal. O envolvimento do bibliotecário com as práticas educacionais ainda é muito restrito, já que, normalmente as atribuições dadas aos profissionais não incluem esse aspecto. Essa situação, entretando, começa a se modificar a partir do momento em que o bibliotecário, assumindo seu papel social, implementa programas de incentivo e motivação de leitura dentro das Unidades de Informação. Os bibliotecários envolvidos nesta causa devem medir o que os usuários assimilam, servir de mediadores da leitura e interpretação das informações, enfim, criar métodos para que o usuário que não é apto para usar a informação, transforme sua condição e participe ativamente no processo de letramento do indivíduo. O acesso à leitura é imprescindível ao exercício da cidadania. Ao formar leitores, o bibliotecário contribui com a formação do homem histórico e político. Ou seja, o bibliotecário auxilia na construção da cidadania.
  • 6. REFERÊNCIAS ANALFABETISMO brasileiro supera média da América Latina. Disponível em: <http://ongdem.blogspot.com/2011/01/analfabetismo-brasileiro-supera-media.html>. Aceso em: 09 maio 2011. CAMPELLO, Bernadete Santos. Letramento informacional: Função educativa do bibliotecário na escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. 79 p. MARTINS, Leoneide Maria Brito. O profissional da informação e o processo de mediação da leitura. In: CASTRO, César augusto (org.). Ciência da informação e biblioteconomia: múltiplos discursos. São Luis: EDUFMA; EDFAMA, 2002. cap.8, p.144-160. PAÍS tem 14,6 milhões de analfabetos. Disponível em: < http://g1.globo.com/vestibular-e-educação/noticia/2011/04/pais-tem-146-milhões- de-analfabetos-aponta-censo-html>
  • 7. SOARES, Magda. Alfabetismo e letramento. São Paulo: contexto, 2007. 123 p. SOUZA, Francesca. O analfabetismo. Disponível em: < http://www.grupoescolar.com/materia/o analfabetismo.html>