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Conceito de cultura
A cultura ao ser definida se refere à literatura, cinema, arte, entre outras, porém seu
sentido é bem mais abrangente, pois cultura pode ser considerada como tudo que o
homem, através da sua racionalidade, mais precisamente da inteligência, consegue
executar. Dessa forma, todos os povos e sociedades possuem sua cultura por
maistradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são
passados         das       gerações         passadas        para        as       futuras.

Os elementos culturais são: artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças,
esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e
todas     as      maneiras       de       ser     (sentir,    pensar         e      agir).

A cultura é uma das principais características humanas, pois somente o homem tem a
capacidade de desenvolver culturas, distinguindo-se, dessa forma, de outros seres
como                os                vegetais               e             animais.

Apesar das evoluções pelas quais passa o mundo, a cultura tem a capacidade
de permanecer quase intacta, e são passadas aos descendentes como uma memória
coletiva, lembrando que a cultura é um elemento social, impossível de se desenvolver
individualmente.


Por Eduardo De Freitas




Cultura Erudita

Os produtores da chamada cultura erudita fazem parte de uma elite social,
econômica, política e cultural e seu conhecimento ser proveniente do pensamento
científico, dos livros, das pesquisas universitárias ou do estudo em geral (erudito
significa que tem instrução vasta e variada adquirida sobretudo pela leitura). A arte
erudita e de vanguarda é produzida visando museus, críticos de arte, propostas
revolucionárias ou grandes exposições, público e divulgação.

Cultura Popular

A cultura popular aparece associada ao povo, às classes excluídas socialmente, às
classes dominadas. A cultura popular não está ligada ao conhecimento científico,
pelo contrário, ela diz a respeito ao conhecimento vulgar ou espontâneo, ao senso
comum.

“A obra de arte popular constitui um tipo de linguagem por meio da qual o homem
do povo expressa sua luta pela sobrevivência. Cada objeto é um momento de vida.
Ele manifesta o testemunho de algum acontecimento, a denúncia de alguma
injustiça” (AGUILAR, Nelson (org). Mostra do Redescobrimento: arte popular. In:
BEUQUE, Jacques Van de. Arte Popular Brasileira, p. 71). O artista popular não está
preocupado em colocar suas obras expostas em lugares prestigiados.

Nesse sentido, o mais importante na arte popular não é o objeto produzido, e sim o
próprio artista, o homem do povo, do meio rural ou das periferias das grandes
cidades. Por isso também a arte popular é sempre contemporânea a seu tempo. Por
exemplo, a arte popular do século XVIII (as cantigas, poemas e estórias registradas
pelos estudiosos) é bem diferente de outras formas de arte popular hoje, como o
rap, o hip hop e o grafitti, que acontecem nas periferias dos grandes centros
urbanos como São Paulo. O rap e o hip hop aparecem associados quase
especificamente à população negra, excluída socialmente.

A cultura popular é conservadora e inovadora ao mesmo tempo no sentido em que
é ligada à tradição mas incorpora novos elementos culturais. Muitas vezes a
incorporação de elementos modernos pela cultura popular (como materiais como
plástico por exemplo) a transformação de algumas festas tradicionais em
espetáculos para turistas (como o carnaval) ou a comercialização de produtos da
arte popular são, na verdade, modos de preservar a cultura popular a qualquer
custo e de seus produtores terem um alcance maior do que o pequeno grupo de
que fazem parte.

O artista popular tira sua “inspiração” de acontecimentos locais rotineiros, a arte
popular é regional. Por isso a arte popular se encontra mais afetada pela cultura de
massas que atinge a todas as regiões igualmente e procura homogeneizá-las
culturalmente do que a erudita.

O produtor de cultura popular e o de cultura erudita podem ter a mesma
sofisticação, mas na sociedade não possuem o mesmo status social - a cultura
erudita é a que é legitimada e transmitida pelas escolas e outras instituições. É
importante ressaltar que os produtores da cultura popular não têm consciência de
que o que fazem têm um ou outro nome e os produtores de cultura erudita têm
consciência de que o que fazem tem essa denominação e é assunto de discussões,
mesmo porque os intelectuais que discutem esses conceitos fazem parte dessa
elite, são os agentes da cultura erudita que estudam e pesquisam sobre a cultura
popular e chegam a essas definições.

Cultura de Massas

A existência da Indústria Cultural e de uma nova cultura veiculada por esta, a
cultura de massas, que não está vinculada a nenhum grupo específico e é
transmitida de maneira industrializada para um público generalizado, interfere na
existência de uma cultura erudita da elite e de uma cultura popular do povo. Hoje,
a maioria da população vive aglomerada nos centros urbanos, assim, os setores
sociais excluídos se aproximam geograficamente dos setores privilegiados, são as
diferentes classes sociais vivendo relativamente no mesmo espaço.

A Indústria Cultural é uma indústria que não fabrica produtos concretos, vende uma
ideologia, vende visões do mundo, vende idéias, desejos. Feita para uma massa de
pessoas, esses bens culturais são veiculados pelos meios de comunicação de
massas, aí surge a cultura de massas (o produto da Indústria Cultural). A cultura
de massas não é uma cultura que surge espontaneamente das próprias massas,
mas uma cultura já pronta e fornecida por outro setor social (que controla a
produção da Indústria Cultural), a classe dominante. Portanto, na vida em cidades
(residência das massas) e com a Indústria Cultural a cultura passa a ser algo
externo às pessoas, não mais de produção delas mesmas.

Podemos analisar a cultura de massas como um ponto de intersecção entre a
cultura erudita e a cultura popular porque os elementos próprios da cultura de
massas são consumidos tanto por setores mais excluídos da sociedade quanto por
elites, é como se representasse algo em comum entre esses setores. A cultura de
massas funciona como uma ponte entre a cultura erudita e a cultura popular, mas
uma ponte prejudicial, porque na verdade ela ignora totalmente as diferenças entre
os produtores dessas duas culturas e se direciona para um público abstrato e
homogêneo.

O desenvolvimento tecnológico tornou possível reproduzir obras de arte em escala
industrial, então inúmeros livros passam a apresentar por exemplo uma pintura de
Picasso e uma massa de população passa a ter acesso a essas pinturas, não
necessariamente entendendo-as como alguém de seu contexto histórico e que fazia
parte do mesmo setor social que esse pintor, ou então alguém que faz parte da
classe dominante atualmente e que tem conhecimento a respeito do pintor e de seu
contexto. Não podemos encarar essa difusão da cultura erudita entre parcelas da
população antes privadas dela pelos meios de comunicação de massas uma
democratização dessa cultura, isso porque o público popular não têm a mesma
instrução que as elites, que cresceram em meio a essa cultura e foram instruídos
para entendê-la.

Não é porque há, atualmente, no Brasil uma cultura comum a todas as parcelas da
sociedade que estas parcelas se misturam. O Brasil é hoje um país extremamente
audiovisual, a maioria da população não tem acesso a educação ou sequer é
alfabetizada, nessas condições é natural que o rádio e a televisão (que atingem
quase todo o território brasileiro) adquiram o status de principais (e únicos para
algumas pessoas) meios de comunicação de veiculação de bens culturais, meios
como jornais e livros por exemplo são de acesso restrito a uma parcela da
população. Nessa situação, imagine a quantidade de pessoas que costumam visitar
museus por exemplo.

Nas próximas partes desse trabalho o foco será a Bienal de São Paulo, porque ela
consiste em um evento de artes plásticas acessível à população que normalmente
não freqüenta exposições de arte. A Bienal, para esse público, aparece como algo
inusitado, incomum e completamente novo.

Segundo o filósofo alemão Walter Benjamin, uma obra de arte ao ser reproduzida
perde sua “aura”, que seria seu caráter único e mágico (típico da cultura erudita),
mas em compensação isso possibilitou que elas saíssem dos museus e coleções
particulares para serem conhecidas por um número muito maior de pessoas, assim,
as técnicas de reprodução das artes poderiam contribuir para uma revolução na
própria política das artes plásticas, que antes eram exclusivas da elite e parte da
cultura erudita e passam a ser acessíveis às massas.

Mas, como será verificado no decorrer do trabalho, isso não significa uma
democratização da obra de arte, nem contribui para a conscientização das massas.
Isso não acontece com a reprodução das obras de arte e nem com outro fenômeno
que aproxima as massas da obra de arte: as mega exposições.


Contracultura
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Contracultura é um movimento que teve seu auge na década de 1960, quando teve lugar um estilo
de mobilização e contestaçãosocial e utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens
inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos dasfamílias mais conservadoras, com
um espírito mais libertário, resumido como uma cultura underground, cultura alternativa ou
culturamarginal, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e
do comportamento, na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e
pequenas realidades do cotidiano, embora o movimento Hippie, que representa esse auge,
almejasse a transformação da sociedade como um todo, através da tomada de consciência, da
mudança de atitude e do protesto político.




O Festival de Woodstock foi um marco da Contracultura.


A contracultura pode ser definida como um ideário altercador que questiona valores centrais
vigentes e instituídos na cultura ocidental. Justamente por causa disso, são pessoas que costumam
se excluir socialmente e algumas que se negam a se adaptarem às visões aceitas pelo mundo. Com
o vultoso crescimento dos meios de comunicação, a difusão de normas, valores, gostos e padrões
de comportamento se libertavam das amarras tradicionais e locais – como a religiosa e a familiar -,
ganhando uma dimensão mais universal e aproximando a juventude de todo o globo, de uma maior
integração cultural e humana. Destarte, a contracultura desenvolveu-se na América Latina, Europa e
principalmente nos EUA onde as pessoas buscavam valores novos.

Na década de 1950, surgiu nos Estados Unidos um dos primeiros movimentos da contracultura:
a Beat Generation (Geração Beat). Os Beatniks eram jovens intelectuais, principalmente artistas e
escritores, que contestavam o consumismo e o otimismo do pós-guerra americano, o anticomunismo
generalizado e a falta de pensamento crítico.

Na verdade, como ideário, muitos consideram o Existencialismo de Sartre como o marco inicial da
contracultura, já na década de 1940, com seu engajamento político, defesa da liberdade, seu
pessimismo pós-guerra, etc, portanto, um movimento filosófico mais restrito, anterior ao movimento
basicamente artístico e comportamental da Beat Generetion que resultaria em um movimento de
massa, o movimento Hippie.

Na década de 1960, dessa forma, o mundo conheceu o principal e mais influente movimento de
contra cultura ja existente, o movimento Hippie. Os hippies se opunham radicalmente aos valores
culturais considerados importantes na sociedade: o trabalho, opatriotismo e nacionalismo, a
ascensão social e até mesmo a "estética padrão".

O principal marco histórico da cultura "hippie" foi o "Woodstock," um grande festival ocorrido
no estado de Nova Iorque em 1969, que contou com a participação de artistas de diversos estilos
musicais, como o folk, o "rock'n'roll" e o blues, todos esses de alguma forma ligados às críticas e à
contestação do movimento.

"De um lado, o termo contracultura pode se referir ao conjunto de movimentos de rebelião da
juventude [...] que marcaram os anos 60: o movimento hippie, a música rock, uma certa
movimentação nas universidades, viagens de mochila, drogas e assim por diante. [...] Trata-se,
então, de um fenômeno datado e situado historicamente e que, embora muito próximo de nós, já faz
parte do passado”. [...] “De outro lado, o mesmo termo pode também se referir a alguma coisa mais
geral, mais abstrata, um certo espírito, um certo modo de contestação, de enfrentamento diante da
ordem vigente, de caráter profundamente radical e bastante estranho às forças mais tradicionais de
oposição a esta mesma ordem dominante. Um tipo de crítica anárquica – esta parece ser a palavra-
chave – que, de certa maneira, „rompe com as regras do jogo‟ em termos de modo de se fazer
oposição a uma determinada situação. [...] Uma contracultura, entendida assim, reaparece de
tempos em tempos, em diferentes épocas e situações, e costuma ter um papel fortemente
revigorador da crítica social." (Pereira, 1992, p. 20).

A partir de todos esses fatos era difícil ignorar-se a contracultura como forma de contestação radical,
pois rompia com praticamente todos os hábitos consagrados de pensamentos e comportamentos da
cultura dominante, surgindo inicialmente na imprensa foi ganhando espaço no sentido de
lançar rótulos ou modismos.

É vital a importância dos meios de comunicação de massa para configurar a contracultura: "pela
primeira vez, os sentimentos de rebeldia, insatisfação e busca que caracterizam o processo de
transição para a maturidade encontram ressonância nos meios de comunicação" (Carvalho, 2002,
p. 7).

O que marcava a nova onda de protestos desta cultura que começava a tomar conta,
principalmente, da sociedade americana era o seu caráter de não-violência, por tudo que conseguiu
expressar, por todo o envolvimento social que conseguiu provocar, é um fenômeno verdadeiramente
cultural. Constituindo-se num dos principais veículos da nova cultura que explodia em pleno coração
das sociedades industriais avançadas.

O discurso crítico que o movimento estudantil internacional elaborou ao longo dos anos 60 visava
não apenas as contradições da sociedade capitalista, mas também aquelas de uma sociedade
industrial capitalista, tecnocrática, nas suas manifestações mais simples e corriqueiras. Neste
período a contracultura teve seu lugar de importância, não apenas pelo poder de mobilização, mas
principalmente, pela natureza de idéias que colocou em circulação, pelo modo como as veiculou e
pelo espaço de intervenção crítica que abriu.

Por contracultura, segundo Pereira, pode-se entender duas representações até certo ponto
diferentes, ainda que muito ligadas entre si: Finalmente, esta ruptura ideológica do establishment, a
que se se convencionou chamar de contracultura, modificou inexoravelmente o modo de vida
ocidental, seja na esfera social, com a gênese do Movimento pelos Direitos Civis; no âmbito musical,
com o surgimento de gêneros musicais e organização de festivais; e na área política, como os
infindos protestos desencadeados pela beligerânciaianque. Pode-se citar ainda o movimento
estudantil Maio de 68, ocorrido na França, além da Primavera de Praga, sucedida
naTchecoslováquia no mesmo ano. Pereira (1992) assevera que é difícil negar que a contracultura
seja a última – pelo menos até agora - grande utopia radical de transformação social que se originou
no Ocidente.

Pode-se ainda considerar muitos movimentos de massa ligados à idéia de rebelião como
desenvolvimentos posteriores da contracultura, como, por exemplo, o movimento Punk. Este é visto,
pelos próprios punks, como o fim do movimento Hippie. Coicidentemente ou não, a época áurea do
Punk, meados dos 70's e a morte de John Lennon (1980), a qual popularizou a frase "O sonho
acabou", são muito próximas. No entanto, o maior diferencial entre os Punks e Hippies, além do
visual, é a crença na não-violência gandhiana, propagada pelos hippies e negada pelos punks.
Embora haja contróvérsia nesta negação da não-violência pelos punks, já que eles não apóiam, na
totalidade de seu grupo, a violência física, mas sim uma violência contra os valores sociais através
da agressividade visual (vestimentas e aparência), sonora (anti-música) e ideológica. Ainda assim,
há punks que acreditam na violência física contra grupos opostos como fascistas e nazistas. Além
disso, os punks possuíam, no geral, uma maior consciência do sentido político de suas atitudes
contestatórias.


     Contra cultura
Nas sociedades capitalistas, a organização da sociedade e das instituições promoveu
a observância de um interessante processo de homogeneização da população como
um todo. Diversos teóricos apontaram uma reprodutibilidade em alta escala de formas
de pensar, agir e sentir que estariam sendo levadas a todos os indivíduos com o
objetivo de propagar uma mesma compreensão do mundo. Nas Ciências Humanas, os
conceitos de “cultura de massa” e “indústria cultural” surgiram justamente para
consolidar                                 tal                                 ideia.

Em muitos estudos, alguns pesquisadores tiveram a intenção de mostrar como
determinadas ideologias ganham alcance na sociedade e, a partir de sua propagação,
passam a sedimentar um costume compreendido como natural. Apesar da relevância
incontestável desse tipo de trabalho, outros importantes pensadores da cultura
estabeleceram um questionamento sobre essa ideia de “cultura dominante” ao
mostrarem      outra     possibilidade  de      resposta      para     o     tema.

Partindo para o campo das práticas culturais, também podemos notar que o
desenvolvimento de costumes vão justamente contra os pressupostos comungados
pela maioria. Foi nesse momento em que passou a se trabalhar com o conceito de
“contracultura”, definidor de todas as práticas e manifestações que visam criticar,
debater e questionar tudo aquilo que é visto como vigente em um determinado
contexto                                                            sócio-histórico.

Um dos mais reconhecidos tipos de manifestação contracultural aconteceu nas
décadas de 1950 e 1960, nos Estados Unidos. Após a saída deste país da Segunda
Guerra Mundial, um verdadeiro “baby-boom” foi responsável pelo surgimento de uma
nova geração que viveria todo o conforto de um país que se enriqueceu rapidamente.
Contudo, ao contrário do que se podia esperar, essa geração desempenhou o papel
de apontar os limites e problemas gerados pela sociedade capitalista.

Rejeitando o elogio cego à nação, o trabalho e a rápida ascensão social, esses jovens
buscaram um refúgio contra as instituições e valores que defendiam o consumismo e o
cumprimento das obrigações. A partir daí foi dado o aparecimento do movimento
hippie, que incitou milhares de jovens a cultuarem o amor livre, o desprendimento às
convenções e o desenvolvimento de todo um mundo que fosse alternativo ao que
fosse       oferecido       pelo      sempre        tão      criticado      “sistema”.

No Brasil, essa ideia de contracultura pode ser observada com o desenvolvimento do
movimento hip hop. Embalados pela “beat” eletrônico e letras com rimas ácidas,
diversos jovens da periferia dos grandes centros urbanos absorveram um gênero
musical estrangeiro para retratar a miséria e violência que se alastravam em várias
cidades do país. Atualmente, essa manifestação se diversificou e protagoniza a
realização de diversos projetos sociais que divulgam cultura e educação.

Com respeito ao conceito de contracultura, não podemos simplesmente pensar que
ele vá simplesmente definir a existência de uma cultura única e original. Pelo contrário,
as manifestações de traço contracultural têm a importante função de revisar os valores
absorvidos em nosso cotidiano e, dessa forma, indicar novos caminhos pelo qual o
homem trilha suas opções. Assim, é necessário sempre afirmar que contracultura
também é cultura!

Por                                    Rainer                                     Sousa
Mestre em História

Por Rainer Gonçalves Sousa

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Conceito de cultura

  • 1. Conceito de cultura A cultura ao ser definida se refere à literatura, cinema, arte, entre outras, porém seu sentido é bem mais abrangente, pois cultura pode ser considerada como tudo que o homem, através da sua racionalidade, mais precisamente da inteligência, consegue executar. Dessa forma, todos os povos e sociedades possuem sua cultura por maistradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações passadas para as futuras. Os elementos culturais são: artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir). A cultura é uma das principais características humanas, pois somente o homem tem a capacidade de desenvolver culturas, distinguindo-se, dessa forma, de outros seres como os vegetais e animais. Apesar das evoluções pelas quais passa o mundo, a cultura tem a capacidade de permanecer quase intacta, e são passadas aos descendentes como uma memória coletiva, lembrando que a cultura é um elemento social, impossível de se desenvolver individualmente. Por Eduardo De Freitas Cultura Erudita Os produtores da chamada cultura erudita fazem parte de uma elite social, econômica, política e cultural e seu conhecimento ser proveniente do pensamento científico, dos livros, das pesquisas universitárias ou do estudo em geral (erudito significa que tem instrução vasta e variada adquirida sobretudo pela leitura). A arte erudita e de vanguarda é produzida visando museus, críticos de arte, propostas revolucionárias ou grandes exposições, público e divulgação. Cultura Popular A cultura popular aparece associada ao povo, às classes excluídas socialmente, às classes dominadas. A cultura popular não está ligada ao conhecimento científico, pelo contrário, ela diz a respeito ao conhecimento vulgar ou espontâneo, ao senso comum. “A obra de arte popular constitui um tipo de linguagem por meio da qual o homem do povo expressa sua luta pela sobrevivência. Cada objeto é um momento de vida. Ele manifesta o testemunho de algum acontecimento, a denúncia de alguma injustiça” (AGUILAR, Nelson (org). Mostra do Redescobrimento: arte popular. In: BEUQUE, Jacques Van de. Arte Popular Brasileira, p. 71). O artista popular não está preocupado em colocar suas obras expostas em lugares prestigiados. Nesse sentido, o mais importante na arte popular não é o objeto produzido, e sim o próprio artista, o homem do povo, do meio rural ou das periferias das grandes
  • 2. cidades. Por isso também a arte popular é sempre contemporânea a seu tempo. Por exemplo, a arte popular do século XVIII (as cantigas, poemas e estórias registradas pelos estudiosos) é bem diferente de outras formas de arte popular hoje, como o rap, o hip hop e o grafitti, que acontecem nas periferias dos grandes centros urbanos como São Paulo. O rap e o hip hop aparecem associados quase especificamente à população negra, excluída socialmente. A cultura popular é conservadora e inovadora ao mesmo tempo no sentido em que é ligada à tradição mas incorpora novos elementos culturais. Muitas vezes a incorporação de elementos modernos pela cultura popular (como materiais como plástico por exemplo) a transformação de algumas festas tradicionais em espetáculos para turistas (como o carnaval) ou a comercialização de produtos da arte popular são, na verdade, modos de preservar a cultura popular a qualquer custo e de seus produtores terem um alcance maior do que o pequeno grupo de que fazem parte. O artista popular tira sua “inspiração” de acontecimentos locais rotineiros, a arte popular é regional. Por isso a arte popular se encontra mais afetada pela cultura de massas que atinge a todas as regiões igualmente e procura homogeneizá-las culturalmente do que a erudita. O produtor de cultura popular e o de cultura erudita podem ter a mesma sofisticação, mas na sociedade não possuem o mesmo status social - a cultura erudita é a que é legitimada e transmitida pelas escolas e outras instituições. É importante ressaltar que os produtores da cultura popular não têm consciência de que o que fazem têm um ou outro nome e os produtores de cultura erudita têm consciência de que o que fazem tem essa denominação e é assunto de discussões, mesmo porque os intelectuais que discutem esses conceitos fazem parte dessa elite, são os agentes da cultura erudita que estudam e pesquisam sobre a cultura popular e chegam a essas definições. Cultura de Massas A existência da Indústria Cultural e de uma nova cultura veiculada por esta, a cultura de massas, que não está vinculada a nenhum grupo específico e é transmitida de maneira industrializada para um público generalizado, interfere na existência de uma cultura erudita da elite e de uma cultura popular do povo. Hoje, a maioria da população vive aglomerada nos centros urbanos, assim, os setores sociais excluídos se aproximam geograficamente dos setores privilegiados, são as diferentes classes sociais vivendo relativamente no mesmo espaço. A Indústria Cultural é uma indústria que não fabrica produtos concretos, vende uma ideologia, vende visões do mundo, vende idéias, desejos. Feita para uma massa de pessoas, esses bens culturais são veiculados pelos meios de comunicação de massas, aí surge a cultura de massas (o produto da Indústria Cultural). A cultura de massas não é uma cultura que surge espontaneamente das próprias massas, mas uma cultura já pronta e fornecida por outro setor social (que controla a produção da Indústria Cultural), a classe dominante. Portanto, na vida em cidades (residência das massas) e com a Indústria Cultural a cultura passa a ser algo externo às pessoas, não mais de produção delas mesmas. Podemos analisar a cultura de massas como um ponto de intersecção entre a cultura erudita e a cultura popular porque os elementos próprios da cultura de massas são consumidos tanto por setores mais excluídos da sociedade quanto por elites, é como se representasse algo em comum entre esses setores. A cultura de massas funciona como uma ponte entre a cultura erudita e a cultura popular, mas
  • 3. uma ponte prejudicial, porque na verdade ela ignora totalmente as diferenças entre os produtores dessas duas culturas e se direciona para um público abstrato e homogêneo. O desenvolvimento tecnológico tornou possível reproduzir obras de arte em escala industrial, então inúmeros livros passam a apresentar por exemplo uma pintura de Picasso e uma massa de população passa a ter acesso a essas pinturas, não necessariamente entendendo-as como alguém de seu contexto histórico e que fazia parte do mesmo setor social que esse pintor, ou então alguém que faz parte da classe dominante atualmente e que tem conhecimento a respeito do pintor e de seu contexto. Não podemos encarar essa difusão da cultura erudita entre parcelas da população antes privadas dela pelos meios de comunicação de massas uma democratização dessa cultura, isso porque o público popular não têm a mesma instrução que as elites, que cresceram em meio a essa cultura e foram instruídos para entendê-la. Não é porque há, atualmente, no Brasil uma cultura comum a todas as parcelas da sociedade que estas parcelas se misturam. O Brasil é hoje um país extremamente audiovisual, a maioria da população não tem acesso a educação ou sequer é alfabetizada, nessas condições é natural que o rádio e a televisão (que atingem quase todo o território brasileiro) adquiram o status de principais (e únicos para algumas pessoas) meios de comunicação de veiculação de bens culturais, meios como jornais e livros por exemplo são de acesso restrito a uma parcela da população. Nessa situação, imagine a quantidade de pessoas que costumam visitar museus por exemplo. Nas próximas partes desse trabalho o foco será a Bienal de São Paulo, porque ela consiste em um evento de artes plásticas acessível à população que normalmente não freqüenta exposições de arte. A Bienal, para esse público, aparece como algo inusitado, incomum e completamente novo. Segundo o filósofo alemão Walter Benjamin, uma obra de arte ao ser reproduzida perde sua “aura”, que seria seu caráter único e mágico (típico da cultura erudita), mas em compensação isso possibilitou que elas saíssem dos museus e coleções particulares para serem conhecidas por um número muito maior de pessoas, assim, as técnicas de reprodução das artes poderiam contribuir para uma revolução na própria política das artes plásticas, que antes eram exclusivas da elite e parte da cultura erudita e passam a ser acessíveis às massas. Mas, como será verificado no decorrer do trabalho, isso não significa uma democratização da obra de arte, nem contribui para a conscientização das massas. Isso não acontece com a reprodução das obras de arte e nem com outro fenômeno que aproxima as massas da obra de arte: as mega exposições. Contracultura Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Contracultura é um movimento que teve seu auge na década de 1960, quando teve lugar um estilo de mobilização e contestaçãosocial e utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos dasfamílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, resumido como uma cultura underground, cultura alternativa ou culturamarginal, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e
  • 4. do comportamento, na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano, embora o movimento Hippie, que representa esse auge, almejasse a transformação da sociedade como um todo, através da tomada de consciência, da mudança de atitude e do protesto político. O Festival de Woodstock foi um marco da Contracultura. A contracultura pode ser definida como um ideário altercador que questiona valores centrais vigentes e instituídos na cultura ocidental. Justamente por causa disso, são pessoas que costumam se excluir socialmente e algumas que se negam a se adaptarem às visões aceitas pelo mundo. Com o vultoso crescimento dos meios de comunicação, a difusão de normas, valores, gostos e padrões de comportamento se libertavam das amarras tradicionais e locais – como a religiosa e a familiar -, ganhando uma dimensão mais universal e aproximando a juventude de todo o globo, de uma maior integração cultural e humana. Destarte, a contracultura desenvolveu-se na América Latina, Europa e principalmente nos EUA onde as pessoas buscavam valores novos. Na década de 1950, surgiu nos Estados Unidos um dos primeiros movimentos da contracultura: a Beat Generation (Geração Beat). Os Beatniks eram jovens intelectuais, principalmente artistas e escritores, que contestavam o consumismo e o otimismo do pós-guerra americano, o anticomunismo generalizado e a falta de pensamento crítico. Na verdade, como ideário, muitos consideram o Existencialismo de Sartre como o marco inicial da contracultura, já na década de 1940, com seu engajamento político, defesa da liberdade, seu pessimismo pós-guerra, etc, portanto, um movimento filosófico mais restrito, anterior ao movimento basicamente artístico e comportamental da Beat Generetion que resultaria em um movimento de massa, o movimento Hippie. Na década de 1960, dessa forma, o mundo conheceu o principal e mais influente movimento de contra cultura ja existente, o movimento Hippie. Os hippies se opunham radicalmente aos valores culturais considerados importantes na sociedade: o trabalho, opatriotismo e nacionalismo, a ascensão social e até mesmo a "estética padrão". O principal marco histórico da cultura "hippie" foi o "Woodstock," um grande festival ocorrido no estado de Nova Iorque em 1969, que contou com a participação de artistas de diversos estilos
  • 5. musicais, como o folk, o "rock'n'roll" e o blues, todos esses de alguma forma ligados às críticas e à contestação do movimento. "De um lado, o termo contracultura pode se referir ao conjunto de movimentos de rebelião da juventude [...] que marcaram os anos 60: o movimento hippie, a música rock, uma certa movimentação nas universidades, viagens de mochila, drogas e assim por diante. [...] Trata-se, então, de um fenômeno datado e situado historicamente e que, embora muito próximo de nós, já faz parte do passado”. [...] “De outro lado, o mesmo termo pode também se referir a alguma coisa mais geral, mais abstrata, um certo espírito, um certo modo de contestação, de enfrentamento diante da ordem vigente, de caráter profundamente radical e bastante estranho às forças mais tradicionais de oposição a esta mesma ordem dominante. Um tipo de crítica anárquica – esta parece ser a palavra- chave – que, de certa maneira, „rompe com as regras do jogo‟ em termos de modo de se fazer oposição a uma determinada situação. [...] Uma contracultura, entendida assim, reaparece de tempos em tempos, em diferentes épocas e situações, e costuma ter um papel fortemente revigorador da crítica social." (Pereira, 1992, p. 20). A partir de todos esses fatos era difícil ignorar-se a contracultura como forma de contestação radical, pois rompia com praticamente todos os hábitos consagrados de pensamentos e comportamentos da cultura dominante, surgindo inicialmente na imprensa foi ganhando espaço no sentido de lançar rótulos ou modismos. É vital a importância dos meios de comunicação de massa para configurar a contracultura: "pela primeira vez, os sentimentos de rebeldia, insatisfação e busca que caracterizam o processo de transição para a maturidade encontram ressonância nos meios de comunicação" (Carvalho, 2002, p. 7). O que marcava a nova onda de protestos desta cultura que começava a tomar conta, principalmente, da sociedade americana era o seu caráter de não-violência, por tudo que conseguiu expressar, por todo o envolvimento social que conseguiu provocar, é um fenômeno verdadeiramente cultural. Constituindo-se num dos principais veículos da nova cultura que explodia em pleno coração das sociedades industriais avançadas. O discurso crítico que o movimento estudantil internacional elaborou ao longo dos anos 60 visava não apenas as contradições da sociedade capitalista, mas também aquelas de uma sociedade industrial capitalista, tecnocrática, nas suas manifestações mais simples e corriqueiras. Neste período a contracultura teve seu lugar de importância, não apenas pelo poder de mobilização, mas principalmente, pela natureza de idéias que colocou em circulação, pelo modo como as veiculou e pelo espaço de intervenção crítica que abriu. Por contracultura, segundo Pereira, pode-se entender duas representações até certo ponto diferentes, ainda que muito ligadas entre si: Finalmente, esta ruptura ideológica do establishment, a que se se convencionou chamar de contracultura, modificou inexoravelmente o modo de vida
  • 6. ocidental, seja na esfera social, com a gênese do Movimento pelos Direitos Civis; no âmbito musical, com o surgimento de gêneros musicais e organização de festivais; e na área política, como os infindos protestos desencadeados pela beligerânciaianque. Pode-se citar ainda o movimento estudantil Maio de 68, ocorrido na França, além da Primavera de Praga, sucedida naTchecoslováquia no mesmo ano. Pereira (1992) assevera que é difícil negar que a contracultura seja a última – pelo menos até agora - grande utopia radical de transformação social que se originou no Ocidente. Pode-se ainda considerar muitos movimentos de massa ligados à idéia de rebelião como desenvolvimentos posteriores da contracultura, como, por exemplo, o movimento Punk. Este é visto, pelos próprios punks, como o fim do movimento Hippie. Coicidentemente ou não, a época áurea do Punk, meados dos 70's e a morte de John Lennon (1980), a qual popularizou a frase "O sonho acabou", são muito próximas. No entanto, o maior diferencial entre os Punks e Hippies, além do visual, é a crença na não-violência gandhiana, propagada pelos hippies e negada pelos punks. Embora haja contróvérsia nesta negação da não-violência pelos punks, já que eles não apóiam, na totalidade de seu grupo, a violência física, mas sim uma violência contra os valores sociais através da agressividade visual (vestimentas e aparência), sonora (anti-música) e ideológica. Ainda assim, há punks que acreditam na violência física contra grupos opostos como fascistas e nazistas. Além disso, os punks possuíam, no geral, uma maior consciência do sentido político de suas atitudes contestatórias.  Contra cultura Nas sociedades capitalistas, a organização da sociedade e das instituições promoveu a observância de um interessante processo de homogeneização da população como um todo. Diversos teóricos apontaram uma reprodutibilidade em alta escala de formas de pensar, agir e sentir que estariam sendo levadas a todos os indivíduos com o objetivo de propagar uma mesma compreensão do mundo. Nas Ciências Humanas, os conceitos de “cultura de massa” e “indústria cultural” surgiram justamente para consolidar tal ideia. Em muitos estudos, alguns pesquisadores tiveram a intenção de mostrar como determinadas ideologias ganham alcance na sociedade e, a partir de sua propagação, passam a sedimentar um costume compreendido como natural. Apesar da relevância incontestável desse tipo de trabalho, outros importantes pensadores da cultura estabeleceram um questionamento sobre essa ideia de “cultura dominante” ao mostrarem outra possibilidade de resposta para o tema. Partindo para o campo das práticas culturais, também podemos notar que o desenvolvimento de costumes vão justamente contra os pressupostos comungados pela maioria. Foi nesse momento em que passou a se trabalhar com o conceito de “contracultura”, definidor de todas as práticas e manifestações que visam criticar, debater e questionar tudo aquilo que é visto como vigente em um determinado contexto sócio-histórico. Um dos mais reconhecidos tipos de manifestação contracultural aconteceu nas décadas de 1950 e 1960, nos Estados Unidos. Após a saída deste país da Segunda
  • 7. Guerra Mundial, um verdadeiro “baby-boom” foi responsável pelo surgimento de uma nova geração que viveria todo o conforto de um país que se enriqueceu rapidamente. Contudo, ao contrário do que se podia esperar, essa geração desempenhou o papel de apontar os limites e problemas gerados pela sociedade capitalista. Rejeitando o elogio cego à nação, o trabalho e a rápida ascensão social, esses jovens buscaram um refúgio contra as instituições e valores que defendiam o consumismo e o cumprimento das obrigações. A partir daí foi dado o aparecimento do movimento hippie, que incitou milhares de jovens a cultuarem o amor livre, o desprendimento às convenções e o desenvolvimento de todo um mundo que fosse alternativo ao que fosse oferecido pelo sempre tão criticado “sistema”. No Brasil, essa ideia de contracultura pode ser observada com o desenvolvimento do movimento hip hop. Embalados pela “beat” eletrônico e letras com rimas ácidas, diversos jovens da periferia dos grandes centros urbanos absorveram um gênero musical estrangeiro para retratar a miséria e violência que se alastravam em várias cidades do país. Atualmente, essa manifestação se diversificou e protagoniza a realização de diversos projetos sociais que divulgam cultura e educação. Com respeito ao conceito de contracultura, não podemos simplesmente pensar que ele vá simplesmente definir a existência de uma cultura única e original. Pelo contrário, as manifestações de traço contracultural têm a importante função de revisar os valores absorvidos em nosso cotidiano e, dessa forma, indicar novos caminhos pelo qual o homem trilha suas opções. Assim, é necessário sempre afirmar que contracultura também é cultura! Por Rainer Sousa Mestre em História Por Rainer Gonçalves Sousa