SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Baixar para ler offline
O que é o Reflexo Condicionado
               Júlio Rocha do Amaral e Renato M.E. Sabbatini, PhD


No final do século XIX e no início do século XX, um fisiologista russo chamado Ivan
Pavlov (1849-1936), ao estudar a fisiologia do sistema gastrointestinal, fez uma das
grandes descobertas científicas da atualidade: o reflexo condicionado. Foi uma das
primeiras abordagens realmente objetivas e científicas ao estudo da aprendizagem,
principalmente porque forneceu um modelo que podia ser verificado e explorado de
inúmeras maneiras, usando a metodologia da fisiologia. Pavlov inaugurava, assim, a
psicologia científica, acoplando-a à neurofisiologia. Por seus trabalhos, recebeu o
prêmio Nobel concedido na área de Medicina e Fisiologia em 1904.




Para que surja um reflexo condicionado é preciso que existam certas condições:

01) coexistência no tempo, várias vezes repetida, entre o agente indiferente e o estímulo
incondicionado (no caso, o som da campainha e a apresentação da carne);

02)o agente indiferente deve preceder em pouco tempo o estímulo incondicionado. Se
dermos a carne primeiro e tocarmos a campainha depois, a reação condicionada não se
estabelece;

03)inexistência naquele momento de outros estímulos que possam provocar inibição de
causa externa. Se simultaneamente damos uma chicotada no animal ou lhe jogamos
água gelada, provocamos inibição, desencadeando reação de defesa no animal;

04)para que o reflexo condicionado se mantenha, é necessário que periodicamente o
reforcemos. Uma vez que o reflexo se formou, o mero som da campainha substitui a
apresentação da carne. Mas, se tocarmos repetidamente a campainha e não mais
apresentarmos a carne, depois de um certo número de vezes o animal deixa de reagir
com salivação e secreção digestiva.
Como Funciona o Reflexo Condicionado:

Estímulo -------> Resposta

Estímulo Indiferente + Estímulo Incondicionado (apresentação da carne) ---> Resposta Incondicionada

Estímulo Indiferente --------> Resposta Condicionada




Explicando melhor: um estímulo indiferente, combinado com um estímulo capaz de
ativar um reflexo incondicionado, gera uma resposta incondicionada e, depois de algum
tempo, o estímulo indiferente, por si só, é capaz de provocar resposta que pode, então,
ser considerada como condicionada. Esses estímulos indiferentes podem vir tanto do
meio externo (estímulos sonoros, luminosos, olfativos, táteis, térmicos) como do meio
interno (vísceras, ossos, articulações).

As respostas condicionadas podem ser motoras, secretoras ou neurovegetativas. Podem
pois, ser condicionadas reações voluntárias ou reações vegetativas involuntárias.
Podemos fazer com que respostas involuntárias apareçam de acordo com a nossa
vontade, se usarmos o condicionamento adequado. As respostas condicionadas podem
ser excitadoras (com aumento de função) ou inibidoras (com diminuição de função).

Existem diversos exemplos de como se pode modificar, através do condicionamento, a
fisiologia do animal e do ser humano. Citaremos apenas alguns, para, a partir deles,
procurar compreender o que poderia ocorrer no momento do efeito placebo.

A Modificação da Fisiologia Através do Condicionamento

Pavlov e seus seguidores logo perceberam que o condicionamento era muito poderoso
no sentido de alterar funções orgânicas. Diversos experimentos comprovaram isso, e
abriram um enorme campo de estudos, com muitas conseqüências para a aplicação
clínica em seres humanos.

Por exemplo, coloca-se uma sonda retal em um cão e faz-se um enema salino (injeção
de água salgada). A presença daquele soluto dentro do intestino provoca, ao fim de
algum tempo, aumento da diurese (excreção renal de água) para restabelecer o
equilíbrio hidroeletrolítico. Depois de algumas sessões de administração de enema
salino através da sonda retal, a mera introdução da sonda retal, sem enema, também
provoca aumento da diurese.

Da mesma maneira, se antes de aplicar injeção de insulina em um cão, faz-se com que
ele ouça sempre um assobio, a hipoglicemia que surge em decorrência da ação da
insulina passará a surgir, depois de algum tempo, pela simples audição do assobio. O
metabolismo do animal alterou-se, passando a responder com hipoglicemia a um
estímulo sonoro que nada tem a ver, em condições normais, com o metabolismo dos
glicídios.
O Sistema Nervoso Central e os Reflexos Conditionados

Finalmente, através do que ficou conhecido como a "Teoria Pavloviana da Atividade
Nervosa Superior", Pavlov e seus discípulos foram os primeiros pesquisadores a
integrar os estudos da psicologia do aprendizado com a análise experimental da função
cerebral. Eles mostraram que os reflexos condicionados se originam no córtex cerebral,
o qual, segundo as palavras de Pavlov, "é o distribuidor primário e organizador de toda
as atividades do organismo". Ao longo de vários anos, ele e seus discípulos chegaram às
leis básicas que governam a operação do córtex cerebral no aprendizado condicionado.


Disponível em: < http://www.cerebromente.org.br/n09/mente/pavlov.htm>
Aceso em: 04/03/2011

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Behaviorismo - Período Pós Fundação
Behaviorismo - Período Pós FundaçãoBehaviorismo - Período Pós Fundação
Behaviorismo - Período Pós Fundaçãonicecoimbra
 
Aprendizagem no Condicionamento Operante
Aprendizagem no Condicionamento OperanteAprendizagem no Condicionamento Operante
Aprendizagem no Condicionamento OperanteCatarinaNeivas
 
Teorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemTeorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemThais1976
 
Apresentação jean piaget
Apresentação jean piagetApresentação jean piaget
Apresentação jean piagetpibidsociais
 
Modelagem e manutenção do comportamento
Modelagem e manutenção do comportamentoModelagem e manutenção do comportamento
Modelagem e manutenção do comportamentoCaio Maximino
 
Processo de Aprendizagem
Processo de AprendizagemProcesso de Aprendizagem
Processo de AprendizagemKelly Vanderlei
 
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividade
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividadeComportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividade
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividadeAnaí Peña
 
Esquemas de reforço (1)
Esquemas de reforço (1)Esquemas de reforço (1)
Esquemas de reforço (1)Maju Fontenele
 
Trabalho aec 1
Trabalho aec 1Trabalho aec 1
Trabalho aec 1unieubra
 
Psicologia Humanista - Apresentação.pdf
Psicologia Humanista - Apresentação.pdfPsicologia Humanista - Apresentação.pdf
Psicologia Humanista - Apresentação.pdfErickFelipe22
 
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagemPsicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagemDébora Silveira
 
Teorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemTeorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemMarcelo Assis
 

Mais procurados (20)

Trabalho slides behavorismo 2014
Trabalho slides behavorismo 2014Trabalho slides behavorismo 2014
Trabalho slides behavorismo 2014
 
Behaviorismo - Período Pós Fundação
Behaviorismo - Período Pós FundaçãoBehaviorismo - Período Pós Fundação
Behaviorismo - Período Pós Fundação
 
Aprendizagem no Condicionamento Operante
Aprendizagem no Condicionamento OperanteAprendizagem no Condicionamento Operante
Aprendizagem no Condicionamento Operante
 
Teorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemTeorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagem
 
Apresentação jean piaget
Apresentação jean piagetApresentação jean piaget
Apresentação jean piaget
 
Modelagem e manutenção do comportamento
Modelagem e manutenção do comportamentoModelagem e manutenção do comportamento
Modelagem e manutenção do comportamento
 
Processo de Aprendizagem
Processo de AprendizagemProcesso de Aprendizagem
Processo de Aprendizagem
 
PERSONALIDADE
PERSONALIDADEPERSONALIDADE
PERSONALIDADE
 
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividade
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividadeComportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividade
Comportamento agressivo, raiva, irritação, hiperatividade
 
Esquemas de reforço (1)
Esquemas de reforço (1)Esquemas de reforço (1)
Esquemas de reforço (1)
 
Trabalho aec 1
Trabalho aec 1Trabalho aec 1
Trabalho aec 1
 
Behaviorismo ss
Behaviorismo ssBehaviorismo ss
Behaviorismo ss
 
Passo 5 2007 1
Passo 5 2007 1Passo 5 2007 1
Passo 5 2007 1
 
Punição positiva x negativa
Punição positiva x negativaPunição positiva x negativa
Punição positiva x negativa
 
Psicologia Humanista - Apresentação.pdf
Psicologia Humanista - Apresentação.pdfPsicologia Humanista - Apresentação.pdf
Psicologia Humanista - Apresentação.pdf
 
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagemPsicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
 
Modelagem
ModelagemModelagem
Modelagem
 
Psicologia do desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimentoPsicologia do desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimento
 
Teoria Comportamental
Teoria  ComportamentalTeoria  Comportamental
Teoria Comportamental
 
Teorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemTeorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagem
 

Destaque

Comportamento Respondente - Ivan Pavlov
Comportamento Respondente - Ivan PavlovComportamento Respondente - Ivan Pavlov
Comportamento Respondente - Ivan PavlovEduardo Manfré
 
Operantes e respondentes
Operantes e respondentesOperantes e respondentes
Operantes e respondentesCaio Maximino
 
Behaviorismo comportamento respondente
Behaviorismo comportamento respondenteBehaviorismo comportamento respondente
Behaviorismo comportamento respondenteTalita Queiroz
 
O comportamentalismo
O comportamentalismoO comportamentalismo
O comportamentalismoLaizi Santos
 
Princípios de análise do comportamento
Princípios de análise do comportamentoPrincípios de análise do comportamento
Princípios de análise do comportamentocarolmorbach
 
Ivan Pavlov
Ivan PavlovIvan Pavlov
Ivan PavlovValéria
 
Discriminação e controle de estímulos 1
Discriminação e controle de estímulos 1Discriminação e controle de estímulos 1
Discriminação e controle de estímulos 1Caio Maximino
 
Reforço Positivo e Negativo
Reforço Positivo e NegativoReforço Positivo e Negativo
Reforço Positivo e NegativoLeandro Malveira
 
Pavlov, conductismo
Pavlov, conductismoPavlov, conductismo
Pavlov, conductismosorbivi
 
Condicionamiento Clásico
Condicionamiento ClásicoCondicionamiento Clásico
Condicionamiento ClásicoLaurabrp
 

Destaque (18)

Reflexos Inatos - conceitos básicos
Reflexos Inatos - conceitos básicosReflexos Inatos - conceitos básicos
Reflexos Inatos - conceitos básicos
 
Comportamento Respondente - Ivan Pavlov
Comportamento Respondente - Ivan PavlovComportamento Respondente - Ivan Pavlov
Comportamento Respondente - Ivan Pavlov
 
Operantes e respondentes
Operantes e respondentesOperantes e respondentes
Operantes e respondentes
 
Ivan Pavlov condicionamiento clasico II
Ivan Pavlov   condicionamiento clasico IIIvan Pavlov   condicionamiento clasico II
Ivan Pavlov condicionamiento clasico II
 
Behaviorismo comportamento respondente
Behaviorismo comportamento respondenteBehaviorismo comportamento respondente
Behaviorismo comportamento respondente
 
The United Stated Banaco V3.0
The United Stated   Banaco   V3.0The United Stated   Banaco   V3.0
The United Stated Banaco V3.0
 
O comportamentalismo
O comportamentalismoO comportamentalismo
O comportamentalismo
 
S Nervoso Arco Reflexo
S Nervoso Arco ReflexoS Nervoso Arco Reflexo
S Nervoso Arco Reflexo
 
APRENDIZAGEM
APRENDIZAGEMAPRENDIZAGEM
APRENDIZAGEM
 
Behaviorismo
BehaviorismoBehaviorismo
Behaviorismo
 
Princípios de análise do comportamento
Princípios de análise do comportamentoPrincípios de análise do comportamento
Princípios de análise do comportamento
 
Ensino baseado em evidências
Ensino baseado em evidênciasEnsino baseado em evidências
Ensino baseado em evidências
 
Ivan Pavlov
Ivan PavlovIvan Pavlov
Ivan Pavlov
 
Discriminação e controle de estímulos 1
Discriminação e controle de estímulos 1Discriminação e controle de estímulos 1
Discriminação e controle de estímulos 1
 
Reforço Positivo e Negativo
Reforço Positivo e NegativoReforço Positivo e Negativo
Reforço Positivo e Negativo
 
Behaviorismo
Behaviorismo Behaviorismo
Behaviorismo
 
Pavlov, conductismo
Pavlov, conductismoPavlov, conductismo
Pavlov, conductismo
 
Condicionamiento Clásico
Condicionamiento ClásicoCondicionamiento Clásico
Condicionamiento Clásico
 

Semelhante a Reflexo condicionado

Processos Mentais 3 - Aprendizagem
Processos Mentais 3 - AprendizagemProcessos Mentais 3 - Aprendizagem
Processos Mentais 3 - AprendizagemJorge Barbosa
 
Primórdios do behaviorismo Pavlov
Primórdios do behaviorismo PavlovPrimórdios do behaviorismo Pavlov
Primórdios do behaviorismo PavlovDébora Prado
 
Reflexo condicionado e mediunidade
Reflexo condicionado e mediunidadeReflexo condicionado e mediunidade
Reflexo condicionado e mediunidadeLusCludioRosa1
 
pavlov reflexo condicionado E SUAS DESCOBERTAS PARA O COMPORTAMENTO HUMANO
pavlov reflexo condicionado E SUAS DESCOBERTAS PARA O COMPORTAMENTO HUMANOpavlov reflexo condicionado E SUAS DESCOBERTAS PARA O COMPORTAMENTO HUMANO
pavlov reflexo condicionado E SUAS DESCOBERTAS PARA O COMPORTAMENTO HUMANOmoniquedornelas
 
Trabalho Introdução à Psicologia Cap 4.docx
Trabalho Introdução à Psicologia Cap 4.docxTrabalho Introdução à Psicologia Cap 4.docx
Trabalho Introdução à Psicologia Cap 4.docxceciliamonteiro12
 
Condicionamento de ivan pavlov
Condicionamento de ivan pavlov Condicionamento de ivan pavlov
Condicionamento de ivan pavlov inesaalexandra
 
Condicionamento de ivan pavlov
Condicionamento de ivan pavlov   Condicionamento de ivan pavlov
Condicionamento de ivan pavlov inesaalexandra
 
Material de apoio-Teorias de Aprendizagem2023.pdf
Material de apoio-Teorias de Aprendizagem2023.pdfMaterial de apoio-Teorias de Aprendizagem2023.pdf
Material de apoio-Teorias de Aprendizagem2023.pdfJorge925180
 
Livro tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-psicolog
Livro tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-psicologLivro tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-psicolog
Livro tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-psicologCláudia Ribeiro
 
Behaviorismo clássico e teóricos
Behaviorismo clássico e teóricosBehaviorismo clássico e teóricos
Behaviorismo clássico e teóricosThales Rocha
 
reflexologiapodal-131004081731-phpapp02.pdf
reflexologiapodal-131004081731-phpapp02.pdfreflexologiapodal-131004081731-phpapp02.pdf
reflexologiapodal-131004081731-phpapp02.pdfclaud38
 
Reflexologiapodal 131004081731-phpapp02
Reflexologiapodal 131004081731-phpapp02Reflexologiapodal 131004081731-phpapp02
Reflexologiapodal 131004081731-phpapp02Dra Daliana Silva
 
Psicologia Geral - Behaviorismo
Psicologia Geral - BehaviorismoPsicologia Geral - Behaviorismo
Psicologia Geral - BehaviorismoDiego Sampaio
 

Semelhante a Reflexo condicionado (20)

01 introdução
01   introdução01   introdução
01 introdução
 
Processos Mentais 3 - Aprendizagem
Processos Mentais 3 - AprendizagemProcessos Mentais 3 - Aprendizagem
Processos Mentais 3 - Aprendizagem
 
Condicionamento reflexo
Condicionamento reflexoCondicionamento reflexo
Condicionamento reflexo
 
Primórdios do behaviorismo Pavlov
Primórdios do behaviorismo PavlovPrimórdios do behaviorismo Pavlov
Primórdios do behaviorismo Pavlov
 
Reflexo condicionado e mediunidade
Reflexo condicionado e mediunidadeReflexo condicionado e mediunidade
Reflexo condicionado e mediunidade
 
pavlov reflexo condicionado E SUAS DESCOBERTAS PARA O COMPORTAMENTO HUMANO
pavlov reflexo condicionado E SUAS DESCOBERTAS PARA O COMPORTAMENTO HUMANOpavlov reflexo condicionado E SUAS DESCOBERTAS PARA O COMPORTAMENTO HUMANO
pavlov reflexo condicionado E SUAS DESCOBERTAS PARA O COMPORTAMENTO HUMANO
 
Trabalho Introdução à Psicologia Cap 4.docx
Trabalho Introdução à Psicologia Cap 4.docxTrabalho Introdução à Psicologia Cap 4.docx
Trabalho Introdução à Psicologia Cap 4.docx
 
Condicionamento de ivan pavlov
Condicionamento de ivan pavlov Condicionamento de ivan pavlov
Condicionamento de ivan pavlov
 
Condicionamento de ivan pavlov
Condicionamento de ivan pavlov   Condicionamento de ivan pavlov
Condicionamento de ivan pavlov
 
Material de apoio-Teorias de Aprendizagem2023.pdf
Material de apoio-Teorias de Aprendizagem2023.pdfMaterial de apoio-Teorias de Aprendizagem2023.pdf
Material de apoio-Teorias de Aprendizagem2023.pdf
 
Livro tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-psicolog
Livro tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-psicologLivro tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-psicolog
Livro tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-psicolog
 
Behaviorismo clássico e teóricos
Behaviorismo clássico e teóricosBehaviorismo clássico e teóricos
Behaviorismo clássico e teóricos
 
Psicologia evolucionista
Psicologia evolucionistaPsicologia evolucionista
Psicologia evolucionista
 
reflexologiapodal-131004081731-phpapp02.pdf
reflexologiapodal-131004081731-phpapp02.pdfreflexologiapodal-131004081731-phpapp02.pdf
reflexologiapodal-131004081731-phpapp02.pdf
 
Reflexologiapodal 131004081731-phpapp02
Reflexologiapodal 131004081731-phpapp02Reflexologiapodal 131004081731-phpapp02
Reflexologiapodal 131004081731-phpapp02
 
Reflexologia Podal
Reflexologia PodalReflexologia Podal
Reflexologia Podal
 
Psicologia
PsicologiaPsicologia
Psicologia
 
Psicologia Geral - Behaviorismo
Psicologia Geral - BehaviorismoPsicologia Geral - Behaviorismo
Psicologia Geral - Behaviorismo
 
3 ano cem
3 ano cem3 ano cem
3 ano cem
 
3 ano cem
3 ano cem3 ano cem
3 ano cem
 

Mais de Lima Venancio

A nova california-lima_barreto
A nova california-lima_barretoA nova california-lima_barreto
A nova california-lima_barretoLima Venancio
 
Juventude transviada
Juventude transviadaJuventude transviada
Juventude transviadaLima Venancio
 
Materia psicologia e_saude
Materia psicologia e_saudeMateria psicologia e_saude
Materia psicologia e_saudeLima Venancio
 
Literaturae cinema eliana-nagamini
Literaturae cinema eliana-nagaminiLiteraturae cinema eliana-nagamini
Literaturae cinema eliana-nagaminiLima Venancio
 
Dialogos www.orfeuspam.com.br
Dialogos www.orfeuspam.com.brDialogos www.orfeuspam.com.br
Dialogos www.orfeuspam.com.brLima Venancio
 
Literariedade e mimesis
Literariedade e mimesisLiterariedade e mimesis
Literariedade e mimesisLima Venancio
 
A literariedade -_jonathan_culler
A literariedade -_jonathan_cullerA literariedade -_jonathan_culler
A literariedade -_jonathan_cullerLima Venancio
 
John watson comportamento
John watson comportamentoJohn watson comportamento
John watson comportamentoLima Venancio
 
Behavorismo metodologicoeradical
Behavorismo metodologicoeradicalBehavorismo metodologicoeradical
Behavorismo metodologicoeradicalLima Venancio
 
Behavorismo mitosconceitos
Behavorismo mitosconceitosBehavorismo mitosconceitos
Behavorismo mitosconceitosLima Venancio
 
Um dos usos dos verbos auxiliares
Um dos usos dos verbos auxiliaresUm dos usos dos verbos auxiliares
Um dos usos dos verbos auxiliaresLima Venancio
 
Marcasdaoralidadenaescrita
MarcasdaoralidadenaescritaMarcasdaoralidadenaescrita
MarcasdaoralidadenaescritaLima Venancio
 
Reflexoesaspectosformaisdalinguaportuguesa
ReflexoesaspectosformaisdalinguaportuguesaReflexoesaspectosformaisdalinguaportuguesa
ReflexoesaspectosformaisdalinguaportuguesaLima Venancio
 
As palavrasmaiscomunsdalinguainglesa
As palavrasmaiscomunsdalinguainglesaAs palavrasmaiscomunsdalinguainglesa
As palavrasmaiscomunsdalinguainglesaLima Venancio
 

Mais de Lima Venancio (19)

Gramatica
GramaticaGramatica
Gramatica
 
A nova california-lima_barreto
A nova california-lima_barretoA nova california-lima_barreto
A nova california-lima_barreto
 
Juventude transviada
Juventude transviadaJuventude transviada
Juventude transviada
 
Action verbs
Action verbsAction verbs
Action verbs
 
Materia psicologia e_saude
Materia psicologia e_saudeMateria psicologia e_saude
Materia psicologia e_saude
 
Literaturae cinema eliana-nagamini
Literaturae cinema eliana-nagaminiLiteraturae cinema eliana-nagamini
Literaturae cinema eliana-nagamini
 
Atividades latim
Atividades latimAtividades latim
Atividades latim
 
Dialogos www.orfeuspam.com.br
Dialogos www.orfeuspam.com.brDialogos www.orfeuspam.com.br
Dialogos www.orfeuspam.com.br
 
Literariedade e mimesis
Literariedade e mimesisLiterariedade e mimesis
Literariedade e mimesis
 
A literariedade -_jonathan_culler
A literariedade -_jonathan_cullerA literariedade -_jonathan_culler
A literariedade -_jonathan_culler
 
Conego machado
Conego machadoConego machado
Conego machado
 
John watson comportamento
John watson comportamentoJohn watson comportamento
John watson comportamento
 
Behavorismo metodologicoeradical
Behavorismo metodologicoeradicalBehavorismo metodologicoeradical
Behavorismo metodologicoeradical
 
Behavorismo mitosconceitos
Behavorismo mitosconceitosBehavorismo mitosconceitos
Behavorismo mitosconceitos
 
Um dos usos dos verbos auxiliares
Um dos usos dos verbos auxiliaresUm dos usos dos verbos auxiliares
Um dos usos dos verbos auxiliares
 
Morfossintaxe
MorfossintaxeMorfossintaxe
Morfossintaxe
 
Marcasdaoralidadenaescrita
MarcasdaoralidadenaescritaMarcasdaoralidadenaescrita
Marcasdaoralidadenaescrita
 
Reflexoesaspectosformaisdalinguaportuguesa
ReflexoesaspectosformaisdalinguaportuguesaReflexoesaspectosformaisdalinguaportuguesa
Reflexoesaspectosformaisdalinguaportuguesa
 
As palavrasmaiscomunsdalinguainglesa
As palavrasmaiscomunsdalinguainglesaAs palavrasmaiscomunsdalinguainglesa
As palavrasmaiscomunsdalinguainglesa
 

Último

Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 

Último (20)

Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 

Reflexo condicionado

  • 1. O que é o Reflexo Condicionado Júlio Rocha do Amaral e Renato M.E. Sabbatini, PhD No final do século XIX e no início do século XX, um fisiologista russo chamado Ivan Pavlov (1849-1936), ao estudar a fisiologia do sistema gastrointestinal, fez uma das grandes descobertas científicas da atualidade: o reflexo condicionado. Foi uma das primeiras abordagens realmente objetivas e científicas ao estudo da aprendizagem, principalmente porque forneceu um modelo que podia ser verificado e explorado de inúmeras maneiras, usando a metodologia da fisiologia. Pavlov inaugurava, assim, a psicologia científica, acoplando-a à neurofisiologia. Por seus trabalhos, recebeu o prêmio Nobel concedido na área de Medicina e Fisiologia em 1904. Para que surja um reflexo condicionado é preciso que existam certas condições: 01) coexistência no tempo, várias vezes repetida, entre o agente indiferente e o estímulo incondicionado (no caso, o som da campainha e a apresentação da carne); 02)o agente indiferente deve preceder em pouco tempo o estímulo incondicionado. Se dermos a carne primeiro e tocarmos a campainha depois, a reação condicionada não se estabelece; 03)inexistência naquele momento de outros estímulos que possam provocar inibição de causa externa. Se simultaneamente damos uma chicotada no animal ou lhe jogamos água gelada, provocamos inibição, desencadeando reação de defesa no animal; 04)para que o reflexo condicionado se mantenha, é necessário que periodicamente o reforcemos. Uma vez que o reflexo se formou, o mero som da campainha substitui a apresentação da carne. Mas, se tocarmos repetidamente a campainha e não mais apresentarmos a carne, depois de um certo número de vezes o animal deixa de reagir com salivação e secreção digestiva.
  • 2. Como Funciona o Reflexo Condicionado: Estímulo -------> Resposta Estímulo Indiferente + Estímulo Incondicionado (apresentação da carne) ---> Resposta Incondicionada Estímulo Indiferente --------> Resposta Condicionada Explicando melhor: um estímulo indiferente, combinado com um estímulo capaz de ativar um reflexo incondicionado, gera uma resposta incondicionada e, depois de algum tempo, o estímulo indiferente, por si só, é capaz de provocar resposta que pode, então, ser considerada como condicionada. Esses estímulos indiferentes podem vir tanto do meio externo (estímulos sonoros, luminosos, olfativos, táteis, térmicos) como do meio interno (vísceras, ossos, articulações). As respostas condicionadas podem ser motoras, secretoras ou neurovegetativas. Podem pois, ser condicionadas reações voluntárias ou reações vegetativas involuntárias. Podemos fazer com que respostas involuntárias apareçam de acordo com a nossa vontade, se usarmos o condicionamento adequado. As respostas condicionadas podem ser excitadoras (com aumento de função) ou inibidoras (com diminuição de função). Existem diversos exemplos de como se pode modificar, através do condicionamento, a fisiologia do animal e do ser humano. Citaremos apenas alguns, para, a partir deles, procurar compreender o que poderia ocorrer no momento do efeito placebo. A Modificação da Fisiologia Através do Condicionamento Pavlov e seus seguidores logo perceberam que o condicionamento era muito poderoso no sentido de alterar funções orgânicas. Diversos experimentos comprovaram isso, e abriram um enorme campo de estudos, com muitas conseqüências para a aplicação clínica em seres humanos. Por exemplo, coloca-se uma sonda retal em um cão e faz-se um enema salino (injeção de água salgada). A presença daquele soluto dentro do intestino provoca, ao fim de algum tempo, aumento da diurese (excreção renal de água) para restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico. Depois de algumas sessões de administração de enema salino através da sonda retal, a mera introdução da sonda retal, sem enema, também provoca aumento da diurese. Da mesma maneira, se antes de aplicar injeção de insulina em um cão, faz-se com que ele ouça sempre um assobio, a hipoglicemia que surge em decorrência da ação da insulina passará a surgir, depois de algum tempo, pela simples audição do assobio. O metabolismo do animal alterou-se, passando a responder com hipoglicemia a um estímulo sonoro que nada tem a ver, em condições normais, com o metabolismo dos glicídios.
  • 3. O Sistema Nervoso Central e os Reflexos Conditionados Finalmente, através do que ficou conhecido como a "Teoria Pavloviana da Atividade Nervosa Superior", Pavlov e seus discípulos foram os primeiros pesquisadores a integrar os estudos da psicologia do aprendizado com a análise experimental da função cerebral. Eles mostraram que os reflexos condicionados se originam no córtex cerebral, o qual, segundo as palavras de Pavlov, "é o distribuidor primário e organizador de toda as atividades do organismo". Ao longo de vários anos, ele e seus discípulos chegaram às leis básicas que governam a operação do córtex cerebral no aprendizado condicionado. Disponível em: < http://www.cerebromente.org.br/n09/mente/pavlov.htm> Aceso em: 04/03/2011