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NAFTA
Análise dos resultados para México, EUA
e Canadá.
CONCEITO
• O NAFTA (North American Free Trade Agreement
ou Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) é
um bloco econômico formado por Estados Unidos,
Canadá e México. Foi ratificado em 1993, entrando
em funcionamento no dia 1º de janeiro de 1994.
OBJETIVOS E DADOS
ECONÔMICOS
• Objetivos:
• Garantir aos países participantes uma situação de livre comércio, derrubando as barreiras
alfandegárias, facilitando o comércio de mercadorias entre os países membros
• Reduzir os custos comerciais entre os países membros;
• Ajustar a economia dos países membros, para ganhar competitividade no cenário de globalização
econômica;
• Aumentar as exportações de mercadorias e serviços entre os países membros;
• Dados econômicos:
• População: 418 milhões de habitantes
• PIB (Produto Interno Bruto): 10,3 trilhões de dólares
• Renda per Capita (em US$): 25.341
(Fonte: Banco Mundial)
NAFTA e seus efeitos no
México
• O México, se comparado aos outros dois integrantes, está bem distante em várias questões, pois Estados Unidos e
Canadá exercem funções bastante importantes no cenário mundial, especialmente os EUA - maior potência
econômica, militar e política.
• Com o advento do Nafta, falava-se que as migrações frequentes e constantes para os Estados Unidos se reduziriam. O
contrário tem ocorrido, apesar de uma vigilância cada vez maior na fronteira. Segundo cálculos estatísticos, a
população de imigrantes mexicanos não autorizada no território dos EUA duplicou entre 1900 e 2000, e o maior
crescimento deu-se justamente a partir de 1994, quando se formaliza o Acordo.
• O México está vivendo um processo contínuo de migração rural e de urbanização. Em 1970, 41,3% da população
viviam em zonas rurais e já em 1990 este número cai para 28,7% e atinge 25,4% em 2000. O emprego agrícola vem
despencando.
• A crise da moeda mexicana em 1994 coincidiu com o início do Nafta, e os resultados desta crise foram, segundos
dados oficiais, uma desvalorização cambial de mais de 50%, uma queda do PIB em 6,2% em relação ao ano anterior
e o aumento do desemprego urbano total de 3,6% em 1994 para 6,3% em 1995.
• Em termos de agricultura, o Nafta não impediu, muito ao contrário, a migração rural no México. O país ampliou suas
importações de grãos dos EUA, sobretudo o milho, cultura tradicional que absorve mão-de-obra intensiva e tem baixa
produtividade vis-à-vis os EUA.
• Com relação ao emprego urbano, as crises de 1982 e de 1994 acentuaram a redução do trabalho assalariado, com
aumento de postos no setor informal. Os salários reais de hoje são inferiores aos que eram pagos anteriormente ao
Tratado e se encontram abaixo do nível de 1980.
NAFTA e seus efeitos nos
EUA
• Nem mesmo os trabalhadores norte-americanos, que aparentemente seriam favorecidos com o crescimento da
economia, têm o que comemorar com a vigência deste acordo. Várias pesquisas indicam que os únicos
beneficiados são as gigantescas corporações empresariais
• Já para os assalariados, o resultado foi o aumento de desemprego, queda de rendimentos e precarização do
trabalho. Estudos de sindicatos e ONGs norte-americanas comprovam que, entre 1994-2000, o Nafta eliminou 766 mil
empregos nos EUA.
• Noam Chomsky, conceituado intelectual norte-americano, foi um dos primeiros a alertar sobre os riscos do Nafta para
os próprios trabalhadores de seu país. Conforme demonstrou, o acordo só seria viável para as corporações com a
elevação do desemprego nas matrizes. Mão-de-obra barata e outras regalias no México eram a sua razão de
existência. Tanto que várias corporações, como GE, GM e Ford, já apresentaram os seus planos de reestruturação
industrial – em outros termos, de demissões – antes mesmo do início da vigência do Nafta. Além do fluxo de
empregos, Chomsky previu a violenta queda de rendimentos nos EUA.
• Como já colocamos acima, os EUA são o ponto central do Nafta, atuando como a principal economia do bloco e
gerando uma relação de dependência para com os seus vizinhos. Portanto, a atuação do país nesse bloco
econômico se faz, principalmente, no sentido de aumentar suas exportações e utilizar um amplo mercado
consumidor existente. Além disso, com o Nafta, os Estados Unidos reduziram consideravelmente os seus custos com
importações de matérias-primas e de produtos industriais de base.
NAFTA e seus efeitos no
Canadá
• O Canadá empacou no seu crescimento econômico, tornou-se mais dependente e vulnerável e assistiu a
degradação social e do meio ambiente. Atualmente, muitos se questionam sobre o futuro do país enquanto uma
nação soberana.
• O Canadá também teve problemas com revoltas contra a NAFTA, especialmente depois dos Estados Unidos se
recusarem a cumprir cláusulas do tratado no que diz respeito às medidas antidumping (medida para proteção de
empresas que praticam dumping, uma prática ilegal, que prejudica o comércio do país que importa produtos dessa
empresa) e também pela taxa de contervailing. Cogitou-se até a possibilidade do Canadá vetar a importação de
algumas formas de energia para os Estados Unidos, mas ao final, pouca coisa foi alterada.
• Atualmente cerca de 80% de tudo o que o Canadá exporta vai para os EUA, com destaque para matérias-primas.
Suas principais manchas industriais encontram-se ao sul de seu território, em um claro direcionamento para a
economia e o mercado consumidor estadunidenses. A relação de dependência dos canadenses é tão grande que
não é raro ouvir por parte de analistas econômicos e até da população que o Canadá nada mais é do que uma
“colônia” ou “extensão territorial” dos Estados Unidos.

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Análise dos impactos econômicos do NAFTA para México, EUA e Canadá

  • 1. NAFTA Análise dos resultados para México, EUA e Canadá.
  • 2. CONCEITO • O NAFTA (North American Free Trade Agreement ou Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) é um bloco econômico formado por Estados Unidos, Canadá e México. Foi ratificado em 1993, entrando em funcionamento no dia 1º de janeiro de 1994.
  • 3. OBJETIVOS E DADOS ECONÔMICOS • Objetivos: • Garantir aos países participantes uma situação de livre comércio, derrubando as barreiras alfandegárias, facilitando o comércio de mercadorias entre os países membros • Reduzir os custos comerciais entre os países membros; • Ajustar a economia dos países membros, para ganhar competitividade no cenário de globalização econômica; • Aumentar as exportações de mercadorias e serviços entre os países membros; • Dados econômicos: • População: 418 milhões de habitantes • PIB (Produto Interno Bruto): 10,3 trilhões de dólares • Renda per Capita (em US$): 25.341 (Fonte: Banco Mundial)
  • 4. NAFTA e seus efeitos no México • O México, se comparado aos outros dois integrantes, está bem distante em várias questões, pois Estados Unidos e Canadá exercem funções bastante importantes no cenário mundial, especialmente os EUA - maior potência econômica, militar e política. • Com o advento do Nafta, falava-se que as migrações frequentes e constantes para os Estados Unidos se reduziriam. O contrário tem ocorrido, apesar de uma vigilância cada vez maior na fronteira. Segundo cálculos estatísticos, a população de imigrantes mexicanos não autorizada no território dos EUA duplicou entre 1900 e 2000, e o maior crescimento deu-se justamente a partir de 1994, quando se formaliza o Acordo. • O México está vivendo um processo contínuo de migração rural e de urbanização. Em 1970, 41,3% da população viviam em zonas rurais e já em 1990 este número cai para 28,7% e atinge 25,4% em 2000. O emprego agrícola vem despencando. • A crise da moeda mexicana em 1994 coincidiu com o início do Nafta, e os resultados desta crise foram, segundos dados oficiais, uma desvalorização cambial de mais de 50%, uma queda do PIB em 6,2% em relação ao ano anterior e o aumento do desemprego urbano total de 3,6% em 1994 para 6,3% em 1995. • Em termos de agricultura, o Nafta não impediu, muito ao contrário, a migração rural no México. O país ampliou suas importações de grãos dos EUA, sobretudo o milho, cultura tradicional que absorve mão-de-obra intensiva e tem baixa produtividade vis-à-vis os EUA. • Com relação ao emprego urbano, as crises de 1982 e de 1994 acentuaram a redução do trabalho assalariado, com aumento de postos no setor informal. Os salários reais de hoje são inferiores aos que eram pagos anteriormente ao Tratado e se encontram abaixo do nível de 1980.
  • 5. NAFTA e seus efeitos nos EUA • Nem mesmo os trabalhadores norte-americanos, que aparentemente seriam favorecidos com o crescimento da economia, têm o que comemorar com a vigência deste acordo. Várias pesquisas indicam que os únicos beneficiados são as gigantescas corporações empresariais • Já para os assalariados, o resultado foi o aumento de desemprego, queda de rendimentos e precarização do trabalho. Estudos de sindicatos e ONGs norte-americanas comprovam que, entre 1994-2000, o Nafta eliminou 766 mil empregos nos EUA. • Noam Chomsky, conceituado intelectual norte-americano, foi um dos primeiros a alertar sobre os riscos do Nafta para os próprios trabalhadores de seu país. Conforme demonstrou, o acordo só seria viável para as corporações com a elevação do desemprego nas matrizes. Mão-de-obra barata e outras regalias no México eram a sua razão de existência. Tanto que várias corporações, como GE, GM e Ford, já apresentaram os seus planos de reestruturação industrial – em outros termos, de demissões – antes mesmo do início da vigência do Nafta. Além do fluxo de empregos, Chomsky previu a violenta queda de rendimentos nos EUA. • Como já colocamos acima, os EUA são o ponto central do Nafta, atuando como a principal economia do bloco e gerando uma relação de dependência para com os seus vizinhos. Portanto, a atuação do país nesse bloco econômico se faz, principalmente, no sentido de aumentar suas exportações e utilizar um amplo mercado consumidor existente. Além disso, com o Nafta, os Estados Unidos reduziram consideravelmente os seus custos com importações de matérias-primas e de produtos industriais de base.
  • 6. NAFTA e seus efeitos no Canadá • O Canadá empacou no seu crescimento econômico, tornou-se mais dependente e vulnerável e assistiu a degradação social e do meio ambiente. Atualmente, muitos se questionam sobre o futuro do país enquanto uma nação soberana. • O Canadá também teve problemas com revoltas contra a NAFTA, especialmente depois dos Estados Unidos se recusarem a cumprir cláusulas do tratado no que diz respeito às medidas antidumping (medida para proteção de empresas que praticam dumping, uma prática ilegal, que prejudica o comércio do país que importa produtos dessa empresa) e também pela taxa de contervailing. Cogitou-se até a possibilidade do Canadá vetar a importação de algumas formas de energia para os Estados Unidos, mas ao final, pouca coisa foi alterada. • Atualmente cerca de 80% de tudo o que o Canadá exporta vai para os EUA, com destaque para matérias-primas. Suas principais manchas industriais encontram-se ao sul de seu território, em um claro direcionamento para a economia e o mercado consumidor estadunidenses. A relação de dependência dos canadenses é tão grande que não é raro ouvir por parte de analistas econômicos e até da população que o Canadá nada mais é do que uma “colônia” ou “extensão territorial” dos Estados Unidos.