O documento descreve a história da psiquiatria e saúde mental, desde as explicações sobrenaturais para doenças mentais na pré-história, passando pelas visões de Hipócrates e médicos romanos, o período medieval de perseguição, até as revoluções psiquiátricas na França e Alemanha e o desenvolvimento no Brasil, culminando na atual visão biopsicossocial e na legislação de proteção dos direitos dos portadores de transtornos mentais.
2. “Os seres humanos adoecem desde o
início de sua história e as causas
das doenças foram sendo
explicadas e tratadas de acordo
com o modo de pensamento que o
homem foi adquirindo em sua
trajetória evolutiva”
3. PRÉ - HISTÓRIA
• Atribuíam causa sobrenatural ou
divina às doenças afirmando serem
ora castigo dos deuses, ora possessão
demoníaca, feitiço ou manifestações
de espíritos hostis.
• A cura era feita através de ritos
tribais, passando-se tintas coloridas
no corpo.
4. Psiquiatria antiga e
greco-romana:
• Hipócrates e mais alguns estudiosos
acreditavam que as doenças mentais eram
decorrentes de disfunções nos órgãos do corpo,
deslocamento do útero, sendo que a epilepsia
decorria de uma patologia do cérebro e a histeria,
como decorrente da falta de funcionamento
sexual.
• Os estudiosos romanos compartilhavam idéias
semelhantes e propunham como terapêuticas
massagens corporais e dieta alimentar.
5. Período medieval
(idade média):
• O tratamento aos doentes mentais era feito por
magos ou feiticeiros, havendo um retorno às
concepções mágico religiosas e o abandono da
idéia de que os transtornos mentais tinham uma
origem somática.
• Este foi um período de exorcismos, de
perseguição aos doentes mentais, de condenação
à fogueira.
6. Psiquiatria francesa e a primeira
revolução psiquiátrica:
• PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO
• LEPROSÁRIOS
• NO FINAL DO SÉCULO XVIII E INÍCIO DO
SÉCULO XIX O MÉDICO FELIPE PINEL FEZ
SURGIR A PSIQUIATRIA.
7. Psiquiatria francesa e a primeira
revolução psiquiátrica:
O cuidado dispensado aos doentes, no
entanto, era baseada na vigilância,
restrição e contenção. A assistência aos
doentes mentais baseava-se nos princípios
da hereditariedade acreditavam que a
doença mental passava de geração em
geração; da institucionalização o
tratamento só poderia ocorrer através da
internação; da periculosidade todos os
"loucos" eram agressivos e perigosos; e da
incurabilidade a doença mental não tinha
cura.
8. Psiquiatria alemã e a segunda
revolução psiquiátrica:
• No século XIX - surge uma nova visão sobre o
ser humano considerando o como um todo
(físico e mente), e sua história de vida
considerada como fator que influenciava sua
saúde.
• Sigmund Freud cria a psicanálise e são criadas
também várias teorias psicológicas.
9. Psiquiatria alemã e a segunda
revolução psiquiátrica:
• Ao término da segunda guerra mundial -
surge a terapia medicamentosa com
substâncias que agem diretamente no
sistema nervoso central amplamente
difundidas.
• A atitude em relação à doença e aos doentes
mentais passa a ser positiva, doentes
considerados crônicos melhoravam, são
criados ambulatórios, os doentes podem ser
tratados em casa e os hospitais mudam a sua
arquitetura eliminando as grades e os
quartos fortes.
11. PSIQUIATRIA NO BRASIL
O tratamento era centrado no
isolamento dos doentes
mentais ou indivíduos
suspeitos e dependentes
químicos em instituições
fechadas.
12. EM 1916...
• O Código Civil brasileiro prescrevia a interdição
civil e a conseguinte curatela aos "loucos" de
todo o gênero. Até recentemente a Saúde Mental
brasileira estava ligada a legislação de 1934 que
legalizava a cassação dos direitos civis dos
doentes mentais, submetendo-os a curatela do
Estado.
13. EM 1960...
• Haviam aproximadamente 100 mil leitos
psiquiátricos no Brasil muitos em macro-
hospitais psiquiátricos, arcaicos, em precárias
condições físicas, deficiências técnicas,
sanitárias e administrativas.
• Os doentes mentais viviam em condições
subumanas, a higiene precária, o sussurro de
palavras arrastadas e a expressão facial de
desespero, demonstravam que os doentes
mentais estavam abandonados.
14. AINDA EM 1960...
• As terapias mais usadas eram a
eletroconvulsoterapia, insulinoterapia
e em menor escala, medicamentos
como o cardiazol. Os doentes mentais
permaneciam em pátios ou celas com
pouca ou nenhuma supervisão.
15. EM 1970...
• Houve uma orientação do Ministério da Saúde
no sentido da criação de ambulatórios de saúde
mental, da desospitalização dos doentes mentais
e do atendimento hospitalar por equipes
multidisciplinares, porém modificações mais
eficientes só se tornaram possíveis no Brasil a
partir de 1980 com o movimento da
Reforma Psiquiátrica.
16. CONSTITUIÇÃO DE 1988
Surgiram espaços de elaboração de leis
voltadas para o atendimento das questões
sociais, propiciando um ambiente adequado
para que a sociedade civil, trabalhadores de
Saúde Mental
e
A articulação Nacional de luta Antimanicomial
se organizassem pela reforma do sistema
psiquiátrico, buscando um novo estado de
direito para o doente mental.
18. Atualmente, considera-se que
existe uma relação estreita
entre a doença mental e:
• A exploração da força de trabalho,
• As condições insalubres dos ambientes,
o viver na linha de miséria,
• O alto índice de desemprego,
• O estresse,
• A violência e a sexualidade mal
resolvida.
19. Visando uma assistência mais
adequada, eficiente e
humanizada, o Ministério da
Saúde baixou a Portaria nº224
de 29/01/92, que estabelece as
diretrizes e normas para o
atendimento ao Doente Mental
em todo o Território Nacional.
20. DIRETRIZES
• Organização de serviços baseada nos princípios
de universalidade, hierarquização,
regionalização e integralidade de ações;
• Diversidade de métodos e técnicas terapêuticas
nos vários níveis de complexidade assistencial;
• Garantia de continuidade da atenção nos vários
níveis;
21. DIRETRIZES
• Multiprofissionalidade na prestação de serviços;
• Ênfase na participação social desde a formulação
das políticas de saúde mental até o controle de
sua execução;
• Definição dos órgãos gestores locais como
responsáveis pela complementação da presente
Portaria normativa e pelo controle e avaliação
dos serviços prestados.
22. NORMAS INCIDEM SOBRE
a) Atendimento Ambulatorial;
b) Núcleos/Centros de Atenção Psicossocial;
c) Atendimento Hospitalar:
• Hospital-dia;
• Serviço de Urgência Psiquiátrica em Hospital-
Geral ;
• Leitos ou Unidade Psiquiátrica em Hospitais-
Gerais ;
• Hospital Especializado em Psiquiatria.
23. Em o6 de Abril de 2001
• Foi sancionada a lei nº 10.216 que tramitou
durante 11 anos.
• Esta lei dispõe sobre a proteção dos direitos das
pessoas portadoras de transtorno mental,
estrutura e aperfeiçoa a assistência psiquiátrica e
seus serviços, desativa as instituições de modelo
asilar não terapêutico, regulamenta a
hospitalização voluntária, involuntária e
compulsória e dá outras providências.