Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Trabalho Anual
1. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“Julio Mesquita Filho”
CTI - Colégio Técnico Industrial
Prof. Isaac Portal Roldán
Trabalho de Estatística, L.I.A. e Redação
Aborto
2. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“Julio Mesquita Filho”
CTI - Colégio Técnico Industrial
Prof. Isaac Portal Roldán
Trabalho de Estatística, L.I.A. e Redação
Aborto
Turma: 71A/81A
2
3. Camila Correa da Silva Braga de Melo nº08
Caroline Jean Romero da Silva nº09
Jéssica Tiemi Yamada Terada nº17
Lucas Bamonte Corrêa nº22
Rodrigo Cintra Caversan nº29
Bauru - 2009
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“Julio Mesquita Filho”
CTI - Colégio Técnico Industrial
Prof. Isaac Portal Roldán
BANCA EXAMINADORA
3
4. Porf. Rodrigo F. de Carvalho
Profª Maria Regina M. de Oliveira
Profª Silmara Cavalheri N. Sanches
4
5. "O que você deixa para trás não é o que é gravado em monumentos de
pedra, mas o que é tecido nas vidas de outros."
Péricles
Agradecimentos
• Nivaldo Cecílio Junior
Professor de estudo bíblico que nos ajudou na coleta de dados.
• André
Palestrante, por disponibilizar o vídeo sobre o aborto.
• Profª Silmara Cavalheri N. Sanches
Professora de estatística que nos ajudou nas tabelas e examinou nosso
trabalho
• Porf. Rodrigo F. de Carvalho
Professor de Laboratório de Informática Aplicada que nos ajudou nos
gráficos, tabulação no Excel e Power Point.
• Profª Maria Regina M. de Oliveira
Professora de Redação que nos ajudou nos textos, blog e na elaboração
dos questionários.
5
6. Índice
1.0 Introdução.............................................................................................................................7
Texto 1: ABORTO E TRAUMATISMOS PSICOLÓGICOS................................................7
Texto 2: Complicações imediatas do aborto, segundo o método empregado.......................12
A - Método da Aspiração......................................................................................................12
1. Laceração do colo uterino provocada pelo uso de dilatadores......................................12
2. Perfuração do útero.......................................................................................................13
3. Hemorragias uterinas....................................................................................................13
4. Endometrite (inflamação) pós-aborto (infecção uterina secundária, decorrente do
aborto)...............................................................................................................................13
5. Evacuação incompleta da cavidade uterina. Necessidade de prolongar a sucção e de
fazer uma curetagem imediata..........................................................................................14
B. A chamada Extração Menstrual.......................................................................................14
C. Método das Laminárias....................................................................................................14
D. Solução Hipertônica Salina (Gravidez de 12 a 20 semanas)............................................15
E. Histerectomia (extração total do útero) ...........................................................................15
Complicações tardias do aborto................................................................................................16
Texto 3: A voz da Justiça não cala a das ruas.......................................................................16
1.1 Justificativa.....................................................................................................................18
2.0 Objetivos.............................................................................................................................19
2.1 Objetivos gerais:.............................................................................................................19
2.2 Objetivos Específicos:.....................................................................................................19
3.0 População............................................................................................................................20
4.0 Amostra...............................................................................................................................20
5.0 Dados coletados..................................................................................................................21
5.1 Fórmulas..........................................................................................................................23
5.2 PERGUNTAS 1: Idades..................................................................................................24
5.3 PERGUNTA 2: Sexo......................................................................................................27
5.4 PERGUNTA 3: Qual é sua classe social?.......................................................................28
5.5 PERGUNTA 8: O conhecimento adquirido sobre o aborto deu-se por qual/is meio/s?. 30
5.6 PERGUNTA 4: Qual é a sua religião?............................................................................31
5.7 PERGUNTA 10: A sua religião influencia na sua opinião sobre o aborto? Se sim em
que aspecto?..........................................................................................................................32
5.8 PERGUNTA 11: Você conheceu alguém que já abortou?.............................................34
5.8.1: Se sim, quem?.......................................................................................................34
5.9 PERGUNTA 5: Tem algum conhecimento sobre o aborto?...........................................37
6
7. Aborto espontâneo................................................................................................................37
Aborto provocado.................................................................................................................38
5.10 PERGUNTA 6: Conhece as consequências psicológicas que o aborto trás?...............39
5.11 PERGUNTA 7: Sabe quais as consequências físicas e biológicas que o aborto trás?
...............................................................................................................................................41
5.12 PERGUNTA 9: Sobre o aborto você é:.......................................................................43
5.13 PERGUNTA 12: O aborto para você é:.......................................................................44
5.14 PERGUNTA 13: Qual é seu nível de conhecimento sobre o aborto no Brasil?...........45
5.15 PERGUNTA 14: Você concorda com a afirmação: “O aborto é um crime” ..............47
5.16 PERGUNTA 15:...........................................................................................................50
5.16.1: Mulher: No caso de uma gravidez indesejada, você abortaria?............................50
5.16.2: Homem: Você apoiaria sua parceira a fazer um aborto indesejado?....................50
6.0 Anexos................................................................................................................................51
7.0 Infografia.............................................................................................................................66
1.0 Introdução
Texto 1: ABORTO E TRAUMATISMOS PSICOLÓGICOS
Publicamos, a seguir, o artigo sobre as conseqüências psicológicas do aborto, da
autoria do Dr. L. Clemente de S. Pereira Rolim, especialista em Clínica Médica pela
AMB e pós-graduando da Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de
Medicina, UNIFESP-EPM.
As observações do Dr. Pereira Rolim são de grande atualidade, pois dissipam
graves ilusões relativas ao "aborto como solução". A experiência de numerosas
mulheres que cometeram aborto, ensina que ele fere não somente a criança, mas
também a mãe - e quiçá para o resto da vida -, provocando remorso por um ato
cometido como pretenso alívio de uma situação indesejada.
7
8. INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ E SEQÜELAS PSICOLÓGICAS
Às vezes, pretende-se justificar o aborto como a única saída para situações
angustiantes que uma gravidez não desejada pode trazer. Há inclusive alguns
países que admitem a angústia da mulher como: indicação para abortar. No entanto,
a pior angústia vem depois do aborto. Esta é a conclusão a que chegou a Dra. Mary
Simon, psicóloga da Clínica Ginecológica Universitária de Würzburg (ALEMANHA),
em uma pesquisa publicada na conceituada revista DEUTSCHE TAGESPOST (4-
VII-92).
É interessante constatar que os transtornos psicológicos causados pelo aborto são
poucas vezes mencionados na literatura médica especializada. Daí a razão deste
artigo que, sem se ater a considerações morais ou éticas e sem chutometrias, visa a
mostrar a realidade crua dos fatos. Os dados que são apresentados a seguir, foram
todos obtidos de países onde o aborto é legal há mais de trinta anos e realizado nas
melhores condições de higiene e assepsia, como é o caso da Inglaterra, da
Checoslováquia, do Japão, da Alemanha e dos Estados Unidos. Além da referência
supra citada, remetemos o leitor aos artigos relacionados na bibliografia.
TRANSTORNOS PSÍQUICOS
Basicamente, três tipos de fenômenos psíquicos ocorrem nas mulheres que fazem
aborto:
Sentimentos de remorso e culpa (60% das mulheres);
Oscilações de ânimo e depressões (30 a 40%);
Choro imotivado, medos e pesadelos (35%).
Quanto ao sentimento de culpa, já tentaram atribui-lo a crenças
8
9. religiosas. Certamente, há sentimentos de culpabilidade originados por convicções
religiosas, mas a maior parte destes sentimentos posteriores ao aborto têm muito
pouco que ver com a crença religiosa. O aborto viola algo de muito profundo na
natureza da mulher. Ela é naturalmente a origem da vida e é normal que a mulher
grávida esteja consciente de que cresce uma criança dentro dela. A mulher que
aborta voluntariamente, sabe que matou o seu filho. Não é, pois, de admirar o
aparecimento de sentimentos de culpa, de autocensura e de estados depressivos.
Um psiquiatra sensato disse uma vez que é mais fácil tirar a criança do útero da
mãe, do que fazê-la desaparecer do seu pensamento.
Inclusive em países de cultura não cristã, como o Japão (onde o aborto livre é legal
há 42 anos), há estudos de grande amplitude, mostrando que 73% das mulheres
que praticaram o aborto se sentiam "angustiadas" com o que tinham feito. Porém,
voltando ao trabalho da Dra. M. Simon, o que mais chama a atenção, não são as
seqüelas psíquicas que ocorrem pós aborto, mas sim os mecanismos que as
mulheres desenvolvem para se libertarem dos seus complexos de culpa. Novamente
três tipos de mecanismos ocorrem: repressão, projeção e confrontação. Vejamos
cada um deles em particular.
Repressão
A Dra. Simon explica que 61% das mulheres que entrevistou, evitam pensar no
aborto e reprimem estes pensamentos, desenvolvendo então sintomas de origem
psíquica (psicossomáticos): dores de cabeça, vertigens, tonturas e cólicas
abdominais. Este fenômeno também é muito conhecido na medicina como
somatização. É um dado significativo: em 70% das mulheres surgem pensamentos
de como seriam as coisas se a criança abortada vivesse agora, e 52% delas se
incomodam ao verem mulheres grávidas, porque lhes recordam seus próprios filhos
abortados.
Projeção
9
10. Aqui as mulheres projetam para outros a responsabilidade do próprio aborto. Em
geral, são mulheres instáveis psiquicamente, mas, sobretudo, dependentes
economicamente do pai da criança. Cedem à pressão do marido, do parceiro ou
mesmo do ambiente, e abortam.
Posteriormente, quando culpam o marido pelo aborto, aparecem verdadeiras
neuroses sexuais: sentimentos de ódio, frigidez e depressões caracterizam a
convivência matrimonial-sexual de inúmeros casais que fizeram o aborto.
Estatísticas recentes comprovam que, só nos Estados Unidos, 50% dos casais que
fizeram aborto se separaram após o mesmo.
Muitas mulheres também acusam os médicos de não as ter informado o suficiente
sobre as possíveis conseqüências psíquicas do aborto. Se soubessem, antes de
abortar, dos riscos para sua saúde física e psíquica, não o teriam feito. No total, 45%
das mulheres voltariam atrás se pudessem, pois consideraram sua anterior decisão
de abortar prejudicial e equivocada.
Era freqüente, no questionário formulado pela Dra. Simon, ler respostas do tipo:
"atribuo aos que me rodeavam uma grande parte de culpa na minha decisão de
abortar" ou "o pai da criança não a queria"; uma das pacientes declarou entre
lágrimas: "os médicos decidiram sem contar comigo; assustaram-me, dizendo que a
criança poderia nascer malformada. Se eu estivesse outra vez na mesma situação,
levaria adiante a gravidez, mesmo que meu filho fosse um débil mental. É carne da
minha carne e sangue do meu sangue: eu o amaria".
Confrontação
O terceiro e menor grupo de mulheres entrevistadas tenta recuperar seu equilíbrio
psíquico, enfrentando conscientemente o fato do aborto, e conversam francamente
com pessoas de sua confiança (abrem-se com uma amiga, a mãe, um psicólogo ou
um médico), porém nunca com o médico que realizou o aborto. Em geral, tentam,
primeiro, reconhecer sua culpa; não a reprimem nem a projetam sobre outros, e
tampouco procuram justificar-se.
10
11. Depois, arrependem-se do que fizeram sentindo dor e tristeza pelo filho morto.
CONCLUSÕES
Os fatos comprovam que o aborto não é uma solução para dificuldades
psicossociais. Pelo contrário, após o aborto persiste a crise e se acrescenta o risco
de novas e mais graves conseqüências psíquicas. Uma mulher que, em geral, reage
emocionalmente de forma instável quando submetida a situações estressantes,
responderá à tensão psicológica do aborto com anomalias psíquicas ainda mais
fortes. Por isso, as adolescentes são mais propensas a desenvolverem seqüelas
psicológicas após um aborto.
A envergadura da ruína psíquica que sobrevêm após o aborto, é muito maior do que
se pensava antes. Portanto, pergunta-se: aqueles que
defendem ou indicam o aborto, têm consciência do que realmente
estão causando à mulher? Em todo o mundo, como conseqüência do grande
número de abortos que se praticam, está aparecendo um exército de mulheres com
graves neuroses pós-aborto.
Os países desenvolvidos começam a repensar suas leis abortistas. Para citar um
exemplo, transcrevo a seguir parte de um manifesto assinado por 35 personalidades
americanas (o governador da Pensilvânia, Robert Casey; o médico da Universidade
de Chicago, Prof. Leon R. Kass e inúmeros políticos e líderes religiosos das mais
distintas confissões), publicado na revista FIRST THINGS (NEW YORK,
NOVEMBERl92):
"...Após vinte anos de aborto sem restrições na sociedade americana, constata-se
que a mortalidade infantil continua sendo uma das mais altas dos países
industrializados; continua a haver cada vez mais casos de maus tratos às crianças
(e mais graves); continuam os abortos clandestinos... O aborto livre não satisfez a
nenhuma verdadeira necessidade das mulheres, nem lhes devolveu a dignidade. De
fato, produziu exatamente o contrário: estimulou a irresponsabilidade dos homens e
11
12. jovens, que encontram no aborto uma escusa fácil para fugir de suas obrigações;
aumentou enormemente a exploração das mulheres pela indústria do aborto... A
licença para abortar não proporcionou liberdade nem segurança às mulheres..."
Como médico, sinto-me no dever de alertar as mulheres que pensam em abortar
(principalmente as adolescentes) e também a todos os colegas que atendem a estas
pacientes, lembrando umas palavras da Dra. M. Simon: "O aborto não somente
aniquila uma vida humana ainda não nascida, mas também arruina a psique da
mulher."
Texto 2: Complicações imediatas do aborto, segundo o método empregado.
A - Método da Aspiração
1. Laceração do colo uterino provocada pelo uso de dilatadores.
Conseqüências:
- insuficiência do colo uterino, favorecendo abortos sucessivos no primeiro e no
segundo trimestre (10% das pacientes);
- partos prematuros, na 20ª ou 30ª semana de gestação.
12
13. 2. Perfuração do útero
Acontece quando é usada a colher de curetagem ou o aspirador; mais
frequentemente, através do histerômetro (instrumento que mede a cavidade uterina).
O útero grávido é muito frágil e fino; pode ser perfurado sem que o cirurgião se dê
conta. É uma complicação muito séria.
Conseqüências:
- infecção e obstrução das trompas, provocando esterilidade;
- intervenção para estancar a hemorragia produzida;
- perigo de lesão no intestino, na bexiga ou nas trompas;
- a artéria do útero, nesses casos, frequentemente, é atingida, criando a
necessidade de histerectomia (extirpação do útero), se não for possível estancar a
hemorragia.
3. Hemorragias uterinas
Perda de sangue ou fortes hemorragias causadas pela falta de contração do
músculo uterino. As perdas de sangue são mais intensas se a gravidez for
avançada. Essas perdas são de 200 ml na 10ª semana de gravidez, 350 na 12ª, 450
na 13ª semana...
Conseqüências:
- necessidade de transfusão de sangue;
- ablação do útero, se a hemorragia não for estancada.
4. Endometrite (inflamação) pós-aborto (infecção uterina secundária,
decorrente do aborto).
Apesar dos antibióticos administrados antes do aborto; há grande incidência de
infecções e obstrução de trompas.
13
14. Conseqüências:
- esterilidade
- Gravidez ectópica (fora do lugar apropriado).
5. Evacuação incompleta da cavidade uterina. Necessidade de prolongar a
sucção e de fazer uma curetagem imediata.
Danos e conseqüências:
- possibilidade de extração do endométrio (mucosa uterina);
- formação de aderências no interior do útero e, como conseqüência, esterilidade,
frequentemente amenorréia (ausência de menstruação);
- possibilidade de placenta prévia na gravidez seguinte, criando a necessidade de
cesariana.
B. A chamada Extração Menstrual
É possível que a paciente não esteja grávida.
Pode ocorrer uma extração incompleta (o ovo frequentemente não é extraído,
tornando necessária uma curetagem).
C. Método das Laminárias
(tampão esterilizado feito de algas marinhas)
Pode ocorrer que fique preso tornando-se necessária uma histerectomia (extração
do útero).
Conseqüências:
- infecções graves por causa da presença de corpo estranho
14
15. - as mesmas da histerectomia.
D. Solução Hipertônica Salina (Gravidez de 12 a 20 semanas)
Complicações muito sérias:
- retenção da placenta e hemorragia (50% necessitam de curetagem).
As mesmas complicações que uma curetagem pode produzir, com o agravante de
uma possível perfuração do útero e da formação de aderências;
- infecção e endometrite (inflamação da mucosa do útero);
- hemorragia;
- coagulopatia e hemorragia abundante;
- intoxicação por retenção de água; efeitos secundários do soro salino e da pituita
que podem causar falhas de funcionamento do coração e morte;
- perigo de entrada de solução salina na corrente sanguínea da mãe com efeitos
mortais;
- possibilidade de gravidez mais avançada do que a informada pela mãe e, na
ausência de um exame sério, poderia abortar uma criança de 2 quilos ou 2 quilos e
meio. Esse tipo de aborto apresenta um perigo dez vezes superior à curetagem. A
mortalidade vai de 4 a 22 por mil.
As razões do aborto denominado terapêutico são uma contra-indicação para o
aborto através de solução salina.
E. Histerectomia (extração total do útero)
Complicações:
Os mesmos perigos e complicações de toda cirurgia intra-abdominal: hemorragia,
infecção, peritonite, lesões da bexiga e dos ureteres. Complicações variadas em 38
a 61 por mil.
15
16. Complicações tardias do aborto
1 - Insuficiência ou incapacidade do colo uterino.
2 - Aumento da taxa de nascimentos por cesariana (para permitir que o bebê
consiga viver mesmo que prematuro).
3 - Danos causados às trompas por possível infecção pós-aborto, causando
infertilidade (em 18 % das pacientes). Maior número de complicações em mulheres
grávidas que anteriormente provocaram aborto (67,5% entre as que abortaram e
13,4 entre as que não abortaram).
Dentre todas as complicações, a mais grave é a hemorragia, que transforma a nova
gravidez em gravidez de alto risco.
4 - O aborto pode provocar complicações placentárias novas (placenta prévia),
tornando necessária uma cesariana, para salvar a vida da mãe e da criança.
5 - O aborto criou novas enfermidades: síndrome de ASHERMAN e complicações
tardias, que poderão provocar necessidade de cesariana ou de histerectomia.
6 - Isoimunização em pacientes Rh negativo. Aumento, conseqüentemente, do
número de gravidez de alto risco.
7 - Partos complicados. Aumento do percentual de abortos espontâneos nas
pacientes que já abortaram.
Texto 3: A voz da Justiça não cala a das ruas
Não há decisão jurídica, por mais douta, nobre e competente, capaz de colocar para
dormir as controvérsias levantadas pela questão do aborto. A melhor evidência disso
é a inquietação que sobreveio à decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, de
22 de janeiro de 1973, que tirou do estado o direito de opinar sobre a decisão de
uma mulher de abortar até o fim do primeiro trimestre de gestação. A decisão dividiu
os Estados Unidos, e esse abismo se aprofunda a cada ano. Uma dezena de
desafios formais à decisão chegou à Suprema Corte nos 36 anos de sua vigência.
Essas contestações se dividiram em três principais argumentos: o direito do feto à
16
17. vida, à herança familiar e, por fim, a supremacia de Deus sobre qualquer decisão
humana. Em todas elas, os juízes interpretaram que a autonomia da gestante
continuava sendo o bem primordial a ser preservado. "A compreensão de que o
direito constitucional à individualidade engloba o direito de manter ou não uma
gravidez é uma argumentação objetiva e inteligente", analisa Marco Aurélio Mello,
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão da Suprema Corte americana ficou famosa com o nome de Roe vs Wade.
Roe vem de Jane Roe, nome fictício de Norma McCorvey. Wade era o funcionário
estadual encarregado de coibir o aborto. Grávida aos 22 anos, Norma encabeçou
uma ação contra o estado do Texas, onde morava e o aborto era proibido. O pedido
foi negado e o caso subiu à Suprema Corte. A decisão levou treze meses para ser
concluída. McCorvey então teve o bebê, mas deu a criança para adoção. Para
relatar o caso, o presidente da Suprema Corte escolheu o juiz Harry Blackmun,
conhecido por ser um redator lento e obsessivamente meticuloso na execução de
seus despachos. Blackmun fez um dos mais abrangentes estudos médicos,
religiosos e históricos sobre o aborto de que se tem notícia. Não demorou para ele
entender que desses campos do conhecimento não brotaria nenhuma decisão
sustentável – o aborto é questão inabordável para a maioria das religiões e os
cientistas nunca vão ser unânimes em torno do momento preciso em que surge uma
vida nova no processo de concepção. Blackmun viu que o único caminho para dar
uma resposta satisfatória ao caso seria buscar, em decisões precedentes da Corte,
aquelas que tratassem dos limites entre o direito individual e o direito da
coletividade, por meio da ação do estado. Ele concluiu que interromper a gravidez
até o terceiro mês é uma decisão individual da mulher. A decisão pró-aborto foi
aprovada por 7 votos a 2.
Recentemente, coube ao STF discutir pela primeira vez em sua história o tema do
aborto no Brasil. A ação em análise consistiu na interrupção da gravidez em caso de
anencefalia do feto, uma deformação em geral fatal nos primeiros dias de vida do
bebê. A argumentação teve como base o princípio de que não há perspectiva de
vida fora do útero materno. No ano passado, os onze ministros ouviram a opinião de
representantes de entidades pró e contra o aborto em audiências públicas. O
julgamento está previsto para ocorrer nos próximos meses. Sobre a decisão, só se
17
18. sabe que ela atrai intelectualmente os ministros brasileiros do STF e que será
contestada no dia seguinte, seja qual for sua orientação.
1.1 Justificativa
Escolhemos esse tema, pois é um assunto polêmico, que gera discussões em toda
a sociedade. A principal delas é entre a igreja e a ciência onde cada uma tem
conceitos diferentes sobre o aborto, além de ser muito atual na mídia, sendo assim
um assunto fácil e polêmico. Nesse trabalho procuramos entender os dois lados e
saber a opinião dos entrevistados sobre o aborto.
18
19. 2.0 Objetivos
2.1 Objetivos gerais:
Mostrar as conseqüências de um aborto e o que os entrevistados pensam em
relação a isso. Saber se a religião influência na opinião, se a pratica do aborto é
maior ou menor em determinadas classes sociais e saber se os entrevistados têm
consciência sobre as leis de aborto no Brasil.
2.2 Objetivos Específicos:
19
20. Mostraremos o que acontece psicologicamente e fisicamente com a gestante que
pratica o aborto e o que a leva a tal ato. Buscaremos saber a opinião das principais
religiões sobre o aborto e o que seus preceitos dizem sobre esse assunto.
Analisaremos também a opinião dos médicos e da ciência e a influência da mídia na
opinião sobre o aborto.
3.0 População
Pessoas nas idades entre 12 e 30 anos na região de Bauru.
4.0 Amostra
Total de 300 pessoas de igrejas (IV Prebiteriana Renovada, Assembléia de Deus,
Igreja Nossa Aparecida, Igreja Santa Luzia e Igreja Católica Cristo Ressuscitado) e
escolas (Sesi, Fênix e CTI), dentre outros na região de Bauru.
20
21. 5.0 Dados coletados
O questionário a seguir foi elaborado pelo nosso grupo onde entrevistamos as
pessoas com o intuito de saber a opinião destas e compará-las a dados estatísticos
sobre o aborto no Brasil e no mundo.
21
22. CTI – UNESP – 2009 ( ) Protestante ( ) Ateu
Bauru ( ) Espiríta
ABORTO ( ) Outros. Exemplifique:______________
____________________________________
1-) Idade: ___________
5-) Tem algum conhecimento sobre o aborto?
2-) Sexo: ( )F ( )M
( ) Sim ( ) Não
3-) Qual é a sua classe social?
6-) Conhece as consequências psicológicas que o
( ) Baixa ( ) Média alta aborto trás?
( ) Média baixa ( ) Alta ( ) Sim ( ) Não
( ) Média 7-) Sabe quais as consequências físicas e
biológicas que o aborto trás?
4-) Qual é sua religião?
( ) Sim ( ) Não
( ) Católico ( ) Budista
22
23. 8-) O conhecimento adquirido sobre o aborto deu- 11.1-) Se sim, quem?
se por qual/is meio/s?
( ) Amigo ( ) Conhecido
( ) Rádio ( ) Internet
( ) Família ( ) Eu mesmo
( ) Conversas informais ( ) Escola
12-) O aborto para você é:
( ) Jornais, revistas ( ) Televisão
( ) Um solução prática para algo indesejado
( ) Outros. Exemplifique_______________
____________________________________ ( ) Absurdo ( ) Normal
13-) Qual é seu nível de conhecimento sobre o
aborto no Brasil?
( ) Nenhum ( ) Médio
9-) Sobre o aborto você é:
( ) Pouco ( ) Alto
( ) Contra ( ) A favor
14-) Você concorda com a afirmação:
( ) Não tem uma opinião formada
“O aborto é um crime”
( ) A favor, dependendo da gravidade da
situação ( ) Sim ( ) Não
10-) A sua religião influencia na sua opinião sobre o 15-)
aborto?
15.1-) Mulher: No caso de uma gravidez
( ) Sim ( ) Não indesejada, você abortaria?
Se sim, em que aspecto: ( ) Sim ( ) Não
_________________________________________
_______________________________ 15.2-) Homem: Você apoiaria sua parceira a fazer
um aborto indesejado?
11-) Você conheceu alguém que já abortou?
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
5.1 Fórmulas
A seguir, para facilitar a compreensão das tabelas, estão algumas fórmulas
utilizadas para realizar os cálculos:
Cálculo da Média.
X
∑ (ui. fi) A= Xi
Di= Xi-A
= Ui= Di/C
N
Pos (Me) – ∑ Fi * 23
Fme
26. Idade
41
% dos entrevistados
12 16 20 24 28 32
15,7 16 17
10,3
12 |------ 16 16 |------ 20 20 |------ 24 24 |------ 28 28 |------ 32
Anos
Nós queremos focar entre as idades de 12 a 16 anos, pois apartir dos 12 anos as
meninas já tem maturidade sexual e começa a pensar sobre sexo e aborto
26
27. 5.3 PERGUNTA 2: Sexo.
Mulheres Homens Total
Pessoas 168 132 300
27
28. 5.4 PERGUNTA 3: Qual é sua classe social?
Baixa Média Baixa Média Média Alta Alta Total
Pessoas 22 70 137 61 10 300
28
29. Normalmente, a que se diz a respeito das classes em que mais se fazem aborto é a
classe baixa, no entanto a classe baixa e alta estão equilibradas, havendo uma
diferença economica, a gestante que não tem um condição financeira procura um
aborto clandestino – aborto perigoso, que não é feita por um médico especialista,
instrumentos necessários e lugar apropriado – e coloca em risco sua própria vida. Já
a mulher de classe alta já tem uma ajuda financeira onde ela pode procurar um bom
especialista, tratamento, diminuindo os riscos de morte ou problemas.
29
30. 5.5 PERGUNTA 8: O conhecimento adquirido sobre o aborto deu-se por qual/is
meio/s?
Rádio Conversas informais Internet Jornais, revistas Televisão Escola Outros
Pessoas 21 114 116 149 184 190 6
30
31. 5.6 PERGUNTA 4: Qual é a sua religião?
Budista Ateu Espírita Protestante Católico Outros Total
Pessoas 9 17 18 88 159 9 300
% 3,0 5,7 6,0 29,3 53,0 3,0 100
Religião dos entrevistados
53
Entrevistados
% dos
29,3
3 5,7 6
3
Budista Ateu Espirita Protestante Católico Outros
Religiões
31
32. 5.7 PERGUNTA 10: A sua religião influencia na sua opinião sobre o aborto? Se
sim em que aspecto?
Sim Não Total
Homens 26 106 132
% 19,7 80,3 100,0
Mulheres 46 122 168
% 27,4 72,6 100,0
Total 72 228
% 47,1 152,9
Influência da religião
Sim Não
80,3 76
72,6
% dos entrevistados
27,4 24
19,7
Homens Mulheres Total
ASPECTOS RELIGIOSOS
Catolicismo
Baseadas no mandamento "Não matarás", as diversas religiões cristãs condenam a
prática do aborto, ainda que a interrupção da gravidez se dê por razões de ordem
terapêutica ou sentimental. Em fins do século passado interrompeu-se a discussão
32
33. em torno da animação tardia do feto e atualmente a Igreja apresenta restrições
quanto à prática do aborto terapêutico como caminho para se salvar a vida da mãe.
Ou seja, condena todo tratamento que vier atentar diretamente contra a vida do feto,
embora não condene consequências indiretas - a morte do feto, por exemplo .
Igrejas protestantes
A postura das igrejas protestantes em geral (batista, luterana, metodista,
presbiteriana, episcopal e unitária) parece ser um pouco menos rígida que a da
igreja católica, uma vez que admite o aborto terapêutico, embora jamais encare o
aborto como método de controle da natalidade. De qualquer forma, dá-se grande
importância à vida da mãe, devendo a questão ser resolvida entre médico, pastor e
paciente.
De acordo com LADER13, os unitários-universalistas foram aquela facção da igreja
protestante que mais ousou em relação à
questão: em 1963 já defendia a lesgislação do
aborto em caso de perigo físico ou mental
para a mãe, gravidez resultante de estupro ou
incesto, defeito físico ou mental da criança
que está para nascer ou quando existirem (o
que abre a possibilidade de solução para
vários casos individuais).
Igreja judáica
O judaísmo tem apresentado uma postura mais flexível no que diz respeito à
questão do aborto, provavelmente por apresentar concepções teológicas diferentes
em relação à alma e ao "pecado original". Para os judeus, o feto só se transforma
em ser humano quando nasce e em pessoa um mês após o nascimento. Além disso,
o fato de não existir uma autoridade máxima ditando todas as regras de, contudo faz
com que os judeus possam ter liberdade sobre sua própria consciência.
33
34. 5.8 PERGUNTA 11: Você conheceu alguém que já abortou?
5.8.1: Se sim, quem?
Conhece alguém que já abortou?
Conhecido
15%
Familia
5%
Sim
30%
Não
70%
Eu mesmo
Amigo 1%
9%
Dados sobre o aborto no mundo
No mundo, 42 milhões de abortos
provocados ocorrem anualmente.
Aproximadamente 20 milhões de
abortos são realizados de forma
insegura.
O que é aborto inseguro? É um
procedimento para interromper uma
gravidez não desejada realizado por
pessoas que não tenham as habilidades necessárias ou em ambientes que não
cumpram com os mínimos requisitos médicos, ou ambas as condições.
34
35. 97% dos abortos ocorrem em países em desenvolvimento.
A maior incidência de abortos inseguros ocorre na America Latina, com taxa de 29
abortos para cada 1000 mulheres (15 a 44 anos).
Na Europa a mesma taxa é de 3 abortos para cada 1000 mulheres.
Nos países como a África do Sul e Romênia, que legalizaram o aborto, as mulheres
pararam de morrer.
Nos países em que o aborto é legal o numero de abortos realizados é menor:
-Países da Europa Ocidental: (12 abortos por 1000 mulheres);
-Países do Norte da Europa: (17 abortos por 1000 mulheres);
-Canadá e Estados Unidos da America:(21 abortos por 1000 mulheres);
Dados sobre o aborto no Brasil
Aborto não é um tema que deveria ser tema de policia porque é um tema de saúde
publica: No Brasil, 11% do total das mortes das mulheres ocorridas durante a
gravidez, parto ou pós-parto são causadas por aborto inseguro.
O impacto mais grave de criminalização do aborto recai sobre as mulheres mais
vulneráveis, com pior situação socioeconômica, jovens ou negras, que correm um
risco maior de morrerem ou sofrerem consequências negativas para saúde
decorrentes da pratica de aborto inseguro, principalmente nas regiões com maior
incidência de aborto inseguro- Norte e Nordeste.
O aborto é um procedimento médico simples que se for realizado por profissional
qualificado e em estabelecimento de saúde não acarreta riscos para a saúde e a
vida da mulher. Por outro lado,se for realizado em situação de insegurança e sem
condições de higiene pode levar a graves consequências.
35
36. As mulheres negras tem um risco 3 vezes maior de morrer por aborto inseguro do
que as mulheres brancas. As Mulheres que recorrem ao aborto tem entre 20 e 29
anos, são na sua maioria católicas, com relações afetivas estáveis, são usuárias de
métodos contraceptivos,tem ate 8 anos de estudo, trabalham e tem pelo menos 1
filho.
A legislação brasileira prevê a permissão da interrupção voluntária de gravidez em
caso de vida para a mãe, ou quando a gravidez for resultado de estupro (art. 128, I e
II CP). Não custa esclarecer que o estupro é crime hediondo, previsto e consiste em
constranger a mulher, a conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça
(art.214 CP).
36
37. 5.9 PERGUNTA 5: Tem algum conhecimento sobre o aborto?
Sim Não Total
Homens 122 10 132
% 92,4 7,6 100,0
Mulheres 155 13 168
% 92,3 7,7 100,0
Total 277 23
% 92,3 7,7
Conhecimento sobre aborto
Sim Não
% dos entrevistados
92,4 92,3 92,3
7,6 7,7 7,7
Homens Mulheres Total
Tipos de Aborto
Aborto espontâneo
O aborto espontâneo também pode ser chamado de aborto involuntário ou "falso
parto". Calcula-se que 25% das gestações terminam em aborto espontâneo, sendo
37
38. que 3/4 ocorrem nos três primeiros meses de gravidez. A causa do aborto
espontâneo no primeiro trimestre, são distúrbios de origem genética.
Em cerca de 70% dos casos, esses embriões são portadores de anomalias
cromossômicas incompatíveis com a vida, no qual o ovo primeiro morre e em
seguida é expulso. Nos abortos do segundo trimestre, o ovo é expulso devido a
causas externas a ele (incontinência do colo uterino, mal formação uterina,
insuficiência de desenvolvimento uterino, fibroma, infecções do embrião e de seus
anexos).
Aborto provocado
Aborto provocado é a interrupção deliberada da gravidez; pela extração do feto da
cavidade uterina. Em função do período gestacional em que é realizado, emprega-se
uma das quatro intervenções cirúrgicas seguintes:
o A sucção ou aspiração;
o A dilatação e curetagem;
o A dilatação e expulsão;
o Injeção de soluções salinas.
Estima-se que seja realizado anualmente no mundo mais de 40 milhões de abortos,
a maioria em condições precárias, com sérios riscos para a
saúde da mulher. O método clássico de aborto é o por
curetagem uterina e o método moderno por aspiração
uterina (método de Karman) só utilizável sem anestesia
para gestações de menos de oito semanas de amenorréia
(seis semanas de gravidez). Depois desse prazo, até doze
semanas de amenorréia, a aspiração deve ser realizada sob anestesia e com um
aspirador elétrico.
38
39. 5.10 PERGUNTA 6: Conhece as consequências psicológicas que o aborto
trás?
Sim Não Total
Homens 72 60 132
% 54,5 45,5 100,0
Mulheres 101 67 168
% 60,1 39,9 100,0
Total 173 127
% 57,7 42,3
Conhecimento das consequências
psicológicas
Sim Não
% dos entrevistados
60,1
57,7
54,5
45,5
39,9 42,3
Homens Mulheres Total
As mulheres que abortaram e sofreram ou ainda sofrem de problemas psicológicos,
como: remorsos e culpa; desânimo e depressões; medos e pesadelos. Que podem
ser apresentados da seguinte forma:
39
40. - Repressão, onde a mulher evita pensar no aborto, criando mais séries de
problemas não apenas psicológicos, mas também físicos.
- Projeção, onde ela responsabiliza outra pessoa pelo seu aborto. Muitas vezes a
culpa é dos médicos, que levou a mulher a fazer o aborto, pois o feto tinha
problemas e podia nascer deficiente, ou apenas morrer horas depois do seu
nascimento, e ao pai da criança, que não queria responsabilizar-se pelos seus atos.
- Confrontação, como uma pequena
parte das mulheres, que procuram por
ajuda de médicos ou amigos.
O aborto pode ser considerado no
início como a solução para a gravidez
indesejada, principalmente com os
adolescentes em países que o aborto
é legalizado, mas pode ser
considerado como o problema. Ela
não só causa também problemas físicos na mãe, como psicológicos, onde é muito
mais difícil de curar e pode atrapalhar a vida cotidiana
40
41. 5.11 PERGUNTA 7: Sabe quais as consequências físicas e biológicas que o
aborto trás?
Sim Não Total
Homens 91 41 132
% 68,9 31,1 100,0
Mulheres 115 53 168
% 68,5 31,5 100,0
Total 206 94
% 68,7 31,3
Conhecimento das consequências
psicológicas
Sim Não
% dos entrevistados
68,9 68,5 68,7
31,1 31,5 31,3
Homens Mulheres Total
Todos os métodos, sejam eles quais forem utilizados para a realização do aborto
trazem consequências físicas muito seria para a mãe.
41
42. Cada método usado na remoção do feto tem seus danos e dentre os principais
podemos citar: Possíveis hemorragias que podem acarretar a uma cirurgia de
remoção do útero, esterilidade, formação do feto de próximas gestações fora do
lugar, ausência de menstruação, entre outros.
O Aborto além de poder gerar complicações imediatas gera consequências tardias e
complicações em futuras gestações tornando esses métodos uma gravidez de alto
risco. Aumenta também a possibilidade de abortos espontâneos além de crescer o
percentual de chance de uma infecção de pós-aborto.
42
43. 5.12 PERGUNTA 9: Sobre o aborto você é:
Contra A favor Não tem uma opinião formada A favor, dependendo da situação
Pessoas 139 30 36 95
Opinião sobre o aborto
10%
12%
46%
32%
Contra
A favor
Não tem uma opinião formada
A favor, dependendo da situação
43
44. 5.13 PERGUNTA 12: O aborto para você é:
Uma solução prática para algo indesejado Absurdo Normal Total
Pessoas 56 180 64 300
% 18,7 60,0 21,3 100,0
44
45. 5.14 PERGUNTA 13: Qual é seu nível de conhecimento sobre o aborto no
Brasil?
Nenhum Pouco Médio Alto Total
Pessoas 16 129 134 21 300
% 5,3 43,0 44,7 7,0 100,0
Conhecimento sobre o aborto no Brasil
44,7
% dos entrevistados
43
5,3 7
Nenhum Pouco Médio Alto
Brasil e aborto
Em termos de Brasil calcula-se, na atualidade, que sejam praticados 2,5 milhões de
abortos por ano, o que equivaleria a um total de 6850 abortos por dia, 285 por hora e
5 por minuto. Esse valor adquire grande significado para o campo da saúde quando
se observa as complicações mais frequentes, tais como: infecção pélvica,
hemorragia e choque séptico. Deve-se considerar igualmente que o aborto
provocado pode afetar a mulher e as gestações subsequentes (prematuridade,
gravidez ectópica, abortamento espontâneo, baixo peso ao nascer). Com a repetição
45
46. do número de abortos praticados os riscos se acentuam, trazendo não só
implicações de ordem orgânica, mas também social, econômica e psíquica.
46
47. 5.15 PERGUNTA 14: Você concorda com a afirmação: “O aborto é um crime”
Sim Não Total
Homens 79 53 132
% 59,8 40,2 100,0
Mulheres 114 54 168
% 67,9 32,1 100,0
Total 193 107 300
% 64,3 35,7 100,0
O aborto é um crime?
Sim Não
67,9
64,3
59,8
% dos entrevistados
40,2
35,7
32,1
Homens Mulheres Total
Foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados,
Projeto de Lei n. 20-A, de autoria do Deputado Eduardo Jorge, que pretende
regulamentar a prática do aborto legal no Brasil, determinando que toda a rede
pública de hospitais, atendam aquelas mulheres que desejarem realizar o aborto que
a lei permite.
47
48. Vale salientar, mais uma vez, que o legislador brasileiro, entendeu proibir a prática
do aborto, considerando-o como um crime contra a vida, todavia, esse mesmo
legislador, excepcionou dois casos de aborto, nos quais se deixa de punir o agente,
quando houver risco de vida para a mãe, ou quando a gravidez for resultado de
estupro. Não custa esclarecer que o estupro é crime hediondo, previsto na lei
brasileira e consiste em constranger mulher, à conjunção carnal, mediante violência
ou grave ameaça.
O que diz a Lei?
A Lei Atual
A Interrupção Voluntária da Gravidez (aborto) é regulamentada pelos Artigos 140º
Aborto, 141º Aborto agravado e 142º Interrupção da gravidez não punível do Código
Penal Português.
Art. 140º Aborto
1. Quem, por qualquer meio e sem consentimento da mulher grávida, a fizer
abortar, é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.
2. Quem, por qualquer meio e com consentimento da mulher grávida, a fizer
abortar, é punido com pena de prisão até 3 anos.
3. A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou
que, por fato próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão
até 3 anos.
Art. 141º Aborto agravado
1. A agravação é igualmente aplicável ao agente que se dedicar habitualmente à
prática de aborto punível nos termos dos nºs 1 ou 2 do artigo anterior ou o
realizar com intenção lucrativa.
48
49. Art. 142º Interrupção da gravidez não punível
1. Não é punível a interrupção da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua
direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e
com o consentimento da mulher grávida, quando, segundo o estado dos
conhecimentos e da experiência da medicina:
a. Constituir o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível
lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;
b. Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão
para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, e for realizada
nas primeiras 12 semanas de gravidez;
c. Houver seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer, de forma
incurável, de grave doença ou malformação, e for realizada nas primeiras 16
semanas de gravidez; ou
d. Houver sérios indícios de que a gravidez resultou de crime contra a liberdade e
autodeterminação sexual, e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez.
2. A verificação das circunstâncias que tornam não punível a interrupção da
gravidez é certificada em atestado médico, escrito e assinado antes da
intervenção por médico diferente daquele por quem, ou sob cuja direcção, a
interrupção é realizada.
49
50. 5.16 PERGUNTA 15:
5.16.1: Mulher: No caso de uma gravidez indesejada, você abortaria?
5.16.2: Homem: Você apoiaria sua parceira a fazer um aborto
indesejado?
Sim Não Total
Homens 31 101 132
% 23,5 76,5 100,0
Mulheres 33 135 168
% 19,6 80,4 100,0
Total 64 236
% 21,3 78,7
Faria um aborto?
Sim Não
% dos entrevistados
80,4 78,7
76,5
23,5 21,3
19,6
Homens Mulheres Total
50
51. 6.0 Anexos
Capacidade das células-tronco de se multiplicarem, reparando e formando diversos
tecidos do corpo, como os da própria pele, do cérebro, dos ossos, do coração e dos
músculos, torna essa pesquisa um importante avanço da medicina no tratamento de
doenças até hoje incuráveis, como câncer (a leucemia inclusive), lesões na coluna
(problemas de paralisia), danos cerebrais (traumas e doenças como os males de
Alzheimer e de Parkinson), tratamentos para doenças neurodegenerativas, danos no
coração entre outras.
Alguns métodos de coleta das células-tronco
não geram polemicas ético-religiosas, como a
coleta pelo cordão umbilical ou da medula
óssea do próprio paciente. A polêmica surge
quando se trata da retirada de células-tronco
de embriões, visto que isso implica a
destruição deles. Muitos argumentam que o
extermínio desses embriões é tão criminoso
quanto o aborto, uma vez que acaba com
uma forma de vida. Aliás, embriões e fetos
provenientes de abortos seriam fontes para a coleta desse material.
As células-tronco podem ser encontradas mais comumente em duas regiões do
corpo: na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, que permanece na
placenta após o nascimento do bebê. E elas podem ser uma alternativa, por
exemplo, para os casos de leucemia, em que o transplante de medula óssea nem
sempre pode ser realizado, embora seja um procedimento de sucesso. Já com o
sangue do cordão umbilical congelado, as células-tronco ficam disponíveis para
serem usadas em casos como esse durante, pelo menos, 15 anos após a coleta,
embora alguns estudos considerem a possibilidade de estocagem por até 50 anos.
Além dessa vantagem, nesse tipo de transplante não há risco de rejeição, uma vez
que as células provêm do próprio paciente.
51
52. Aborto na imprensa mundial
Jornais de diversos países repercutiram o caso da menina de nove anos estuprada
que interrompeu a gravidez
O caso do aborto a que foi submetida a menina brasileira de nove anos estuprada
pelo padrasto e grávida de gêmeos em Pernambuco não está provocando
discussões somente no País. Jornais de diversos países ao redor do mundo também
repercutiram.
É o caso do jornal italiano “Corriere della Sera”, que deu destaque para a
excomunhão de todos que participaram do processo do aborto pelo arcebispo de
Recife e Olinda, dom José Cardoso Sobrinho. Segundo o jornal, dom José, que não
tem autoridade para realizar excomunhões, “encontrou apoio no Vaticano.”
Segundo o padre Gianfranco Grieco, da sede do Conselho Pontifício para a Família,
entrevistado pelo jornal, “é muito, muito delicado, mas a Igreja nunca pode trair sua
missão, que é defender a vida desde a concepção até a morte natural, mesmo em
face de um drama humano tão forte como o da violência de uma criança.”
O impresso italiano também lembrou o outro caso semelhante, de uma menina de
11 anos em Iraí (RS), a 480 quilômetros de Porto Alegre, que está no sétimo mês de
gravidez e era violentada pelo padrasto.
O espanhol “El País” publicou uma matéria mais longa sobre o assunto, destacando
o confronto entre Estado e Igreja no caso. Segundo o jornal, “o episódio colocou o
Estado e a Igreja Católica em lados opostos, em um país onde os papéis de ambos
não costumam homogeneizar.”
O El País colocou, do lado do Estado, as declarações do ministro José Gomes
Temporão de quinta-feira, em que ele se diz abalado e chocado com o episódio. Do
lado da Igreja, o jornal reproduziu as declarações de dom José em defesa do direito
canônico.
Já o jornal norte-americano “The New York Times” falou menos do aspecto religioso
52
53. e deu destaque ao fato de que a gravidez representava um risco para a saúde da
menina.
No Brasil
O Brasil realizou no dia 08/10/2004 numa menina de 9 anos portadora de leucemia
linfóide aguda o primeiro transplante de medula óssea com cordão umbilical
coletado, congelado e disponibilizado no país. A informação foi divulgada por
autoridades médicas em Jaú, no interior paulista, onde o procedimento foi realizado.
O Ministério da Saúde anunciou a implantação no país da rede BrasilCord, um
banco de sangue público de cordões umbilicais
Com o sangue do cordão umbilical congelado, as células-tronco ficam disponíveis
para necessidades futuras, como no caso do surgimento de doenças, durante pelo
menos 15 anos após a coleta. Além dessa vantagem, não há risco de rejeição
quando essas células forem implantadas no paciente, uma vez que elas foram
retiradas dele mesmo.
Histórico
O Aborto na História.
A decisão de interromper a gravidez não é coisa de mulheres modernas,
sobrecarregadas com as obrigações da maternidade, trabalho e estudos.
Aparentemente, desde que o mundo é mundo, as mulheres se vêem em situações
em que não desejam - ou não podem - levar uma gestação à frente. Já entre 2737 e
2696 a.C., o imperador chinês Shen Nung cita, em texto médico, a receita de um
abortífero oral, provavelmente contendo mercúrio. Também não é novidade que
interesses políticos, econômicos e religiosos têm prevalecido, em relação ao direito
da mulher decidir sobre o próprio corpo. Da mesma forma que se quer proibir, hoje,
já se quis obrigar o aborto em diversos momentos da história.
53
54. Na antiga Grécia, o aborto era preconizado por Aristóteles como método eficaz
para limitar os nascimentos e manter estáveis as populações das cidades gregas.
Por sua vez, Platão opinava que o aborto deveria ser obrigatório, por motivos
eugênicos, para as mulheres com mais de 40 anos e para preservar a pureza da
raça dos guerreiros.
Sócrates aconselhava às parteiras, por sinal profissão de sua mãe, que
facilitassem o aborto às mulheres que assim o desejassem.
No livro História das Mulheres - A Antiguidade, Georges Duby e Michelle Perrot
afirmam que "se as mulheres desejavam limitar os partos, tinham de recorrer aos
abortivos, cujas receitas são muito abundantes. O primeiro risco era,
portanto, o da ferida de um útero ainda imaturo devido à juventude das esposas
romanas; nesse caso os médicos recomendavam mesmo o aborto, inclusive por
meios cirúrgicos (sondas)".
É importante ressaltar que, mesmo nas sociedades em que o aborto não era
tolerado, na antiguidade, não se via aí como o direito do feto, mas como
garantia de "propriedade do pai" sobre um potencial herdeiro.
Mesmo no Cristianismo, o aborto não foi, sempre, uma questão tratada como nos
dias de hoje, São Tomás de Aquino, com sua tese da animação tardia do feto,
contribuiu para que a posição da Igreja com relação à questão fosse bem mais
benevolente, naquela época.
Foi apenas em 1869 que a Igreja Católica declarou que a alma era parte do feto
desde a sua concepção, transformando o aborto em crime.
No século XIX, a prática de proibição do aborto passou a expandir-se com toda
força, por razões econômicas, já que a sua prática nas classes populares podia
representar uma diminuição na oferta de mão-de-obra, fundamental para garantir
a continuidade da revolução industrial. Essa política anti-aborto continuou forte na
primeira metade do século XX, com exceção da União Soviética onde, com a
Revolução de 1917, o aborto deixou de ser considerado um crime. Mas, na maioria
54
55. dos países europeus, por causa das baixas sofridas na Primeira Guerra Mundial, o
aborto continuava não sendo tolerado.
Na verdade, com a ascensão do nazifacismo, as leis antiabortivas tornaram-se
severíssimas nos países em que ele se instalou, com o lema de se criarem
"filhos para a pátria". O aborto passou a ser punido com a pena de morte,
tornando-se crime contra a nação, a exemplo do que ocorreu em certo momento no
Império Romano.
Após a Segunda Guerra Mundial, as leis continuaram bastante restritivas até a
década de 60, com exceção dos países socialistas, dos países escandinavos e do
Japão (país que apresenta lei favorável ao aborto desde 1948, ainda na época da
ocupação americana).
Na década de 60, em muitos países, as mulheres passaram a se organizar em
grupos feministas que começaram a exercer uma pressão no sentido de permitir à
mulher a decisão de continuar ou não uma gravidez.
A primeira conquista histórica aconteceu nos Estados Unidos, já no começo dos
anos 70. "O julgamento do caso Roe x Wade (ROE v. WADE, 410 U.S. 113 [1973])
pela Suprema Corte Americana que determinou que leis contra o aborto violam um
direito constitucional à privacidade, que a interrupção da gestação no primeiro
trimestre apresenta poucos riscos à saúde materna e que a palavra 'pessoa' no
texto constitucional não se refere ao 'não nascido'”. Essas decisões liberaram a
prática do aborto na América.
Hoje em dia, 26% dos países não permitem o aborto legal, justamente os que
tem maior número de mulheres pobres e marginalizadas. No Brasil, existem leis
que garantem o direito ao aborto em casos especiais, mas sabemos que o processo
é tão longo que, muitas vezes, as mulheres desistem de esperar e acabam
recorrendo ao aborto clandestino.
55
56. MÉDICO ABORTISTA RELATA SUA RADICAL CONVERSÃO PRÓ-VIDA
Eis o testemunho de um médico que realizou vários abortos na sua carreira e,
somente diante da morte de sua filha de 23 anos, caiu em si e admitiu o crime que
cometia. Sua filha morreu de infecção generalizada após ter tentado fazer um
aborto.
“Eu sou o único filho homem de uma família humilde do interior de Minas”. Com
sacrifício e união de todos, fui o único que teve a chance de estudar, pois minhas
irmãs não passaram do ensino médio. Mamãe, uma simples costureira, gastou os
seus olhos nas costuras que fazia até de madrugada para ajudar o meu pai. Papai
era um guarda noturno. Por isso vocês podem até imaginar o sacrifício que fizeram
para ter um filho médico!
Quando me formei, jurei a mim mesmo que jamais a necessidade bateria em nossa
porta novamente. Escolhi a ginecologia e obstetrícia, depois de anos de estudos.
Das maiores dificuldades enfrentadas como médico recém-formado, me deparei com
a realidade da minha profissão. Ia longe o tempo que os médicos ficavam ricos, e eu
queria mais, queria enriquecer ter dinheiro, e foi assim que violei o juramento que fiz
ao me formar: de dar a vida para salvar a vida. Inúmeras crianças eu ajudei a vir ao
mundo, mas também muitas delas eu não permiti que nascessem envolto na
respeitabilidade de médico.
Enriqueci escondido sob a faixa da vitalidade. Montei meu consultório eu em pouco
tempo se tornou o mais procurado da região. Sabe o que eu fazia? Aborto. E como
todos que cometem este crime, eu dizia a mim mesmo que todas as mulheres teriam
o direito da escolha, e que era melhor serem ajudadas por médico, com o qual não
corria risco de vida, do que procurarem as clínicas clandestinas, onde o índice de
morte e complicações é alarmante.
E foi assim, cego e desumano, meu ofício na medicina. Eu constituí família
abastardo muito rico, e nada faltou aos meus entes queridos. Meus pais morreram
com a ilusão que seu filho era um doutor bem sucedido, um vencedor. Criei minhas
duas filhas com o dinheiro manchado de sangue de inocentes; fui um dos mais
56
57. desprezíveis humanos. Minhas mãos, que deveriam ser abençoadas para a vida,
trabalharam pela morte.
Eu só parei quando Deus, em sua sabedoria infinita, rasgou a minha consciência e
fez sangrar o meu coração; sangrar com o Mesmo sangue de todos os inocentes
que não deixei nascer. Letícia, a minha filha mais nova, no auge da vida deixou de
respirar. No seu atestado de óbito, a causa da morte: infecção generalizada. Letícia,
aos 23 anos de idade, engravidou e buscou o mesmo caminho de tantas outras que
me procuraram: o aborto. Só soube disso quando nada mais poderia ser
feito.
Ao lado do leito de morte da minha filha eu vi as lágrimas de todos os anjinhos que
eu matei! Enquanto ela esperava a morte, eu agonizava junto; foram seis dias de
sofrimento para que, no sétimo dia, ela descansasse e partisse ao encontro de seu
filhinho, filhinho este que o médico assassino como eu, impediu de nascer.
Foi tempo suficiente para refletir, reflexão que veio apenas no início da manhã que
Letícia morreu. Exausto pelas noites em claro, adormeci ao lado de minha filha e
sonhei que eu andava por um lugar absolutamente escuro e o ar era quente e
úmido; eu queria respirar e não podia, queria fugir, mas, desesperado, fui jogado por
um lugar onde o barulho me deixava mais louco. Eram choros, choros doidos de
crianças. No meu pensamento, como se um raio me cortasse ao meio, veio um
entendimento: os choros eram de dor, eram lamentos dos anjinhos de que eu tirei a
vida. Era a triste conseqüência dos meus atos impensados.
Os choros aumentava: Assassino! Assassino! Alucinado para sair daquele lugar, eu
passei a mão no rosto para secar o meu suor e as minhas mãos se mancharam de
sangue! Aterrorizado ao fazer aquela constatação, gritei com a força que me restava
nos pulmões; o meu grito era um pedido de perdão: Deus me perdoe! Somente
assim eu consegui voltar a respirar normalmente e, no sobressalto, eu acordei.
Acordei em tempo de acolher o último suspiro de vida de minha filha Letícia que
morreu na manhã do dia 3 de março de 1989. Sua vida ceifada pela inconseqüência
de um médico, por infecção provocada por um aborto.
Eu sei que, através daquele sonho, Deus me levou para um lugar onde os anjinhos
ficam quando são barbaramente impedidos de nascer. Eu entendi que, a partir do
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58. momento da fecundação do óvulo, existe vida, donde se conclui que eu sou um
assassino. Só não sei se um dia Deus vai me perdoar.
Mas para amenizar a minha culpa, a minha dor, eu fechei meu consultório, vendi
todos os bens que conseguira na vida com a prática do aborto e, com o dinheiro,
montei uma casa de amparo às mães solteiras. E me dedico hoje, gratuitamente, a
fazer uma medicina de verdade. Hoje sou médico de carentes, de desamparados,
desvalidos. As crianças que vêm ao mundo hoje, através das minhas mãos, são
filhos que adotei e sei que tenho uma única missão: trazer vida ao mundo e dar
condição para que as crianças tenham um lar feliz onde o pai é Jesus.
Rezem por mim, rezem por mim, rezem para que Deus tenha piedade de mim e me
perdoe, porque eu tenho certeza que não fugirei do juízo final" (Transcrito de
NITEROI CATÕLICO, março de 2001, pág. 10)
Eu fui abortada!
Depoimento de uma sobrevivente ao aborto
É sabido que "um dos problemas" dos abortos é que por
vezes o bebê nasce vivo e tem de ser morto cá fora — muitas
vezes sufocado na placenta ou, então, deitado para o lixo --
assim mesmo.
Contudo, há casos em que o bebê não só nasceu vivo como
sobreviveu. O que se segue é o testemunho de uma menina
que sobreviveu ao aborto. Este depoimento foi feito perante Constitution
Subcommittee of the House Judiciary Committee, em 22 de Abril de 1996.
"O meu nome é Gianna Jessen e tenho 19 anos. Nasci na Califórnia, mas
atualmente vivo no Tennessee.
Fui adotada e tenho paralisia cerebral. A minha mãe verdadeira tinha 17 anos e
estava grávida de sete meses e meio quando decidiu fazer um aborto por solução
salina (1). Eu sou a pessoa que ela abortou. Mas em vez de morrer sobrevivi.
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59. Felizmente para mim, o abortador não estava na clínica quando eu nasci com vida,
pelas 6 horas da madrugada de 6 de Abril de 1977. Eu fui precoce: a minha morte
não estava prevista para antes das 9 horas, altura em que o abortador deveria
começar a trabalhar. Tenho a certeza que não estaria aqui hoje no caso de o
abortador estar na clínica, uma vez que o seu trabalho é matar: não é salvar.
Algumas pessoas disseram que eu sou um aborto de carniceiro, um aborto falhado.
Houve muitas pessoas que presenciaram o meu nascimento: a minha mãe e outras
raparigas novas que estavam na clínica à espera que os seus bebês morram.
Disseram-me que isto foi um momento de histeria. Próximo estava uma enfermeira
que aparentemente chamou a emergência médica e eles transferiram-me para um
hospital.
Ali fiquei, mais ou menos, três meses. No princípio não havia muita esperança, pois
eu pesava somente 900g. Hoje, já sobreviveram bebês menores do que eu.
Uma vez um médico disse-me que eu tinha um grande desejo de viver e que eu
lutava pela minha vida. Acabei por sobreviver e sair do hospital sendo entregue a
uma ama. A minha paralisia cerebral foi atribuída ao aborto.
Disseram à minha ama que era muito duvidoso que eu chegasse a gatinhar ou
andar. Na altura eu não me conseguia sentar sem ajuda. Graças às orações e à
dedicação da minha ama e, mais tarde, de muitas outras pessoas, acabei por
aprender a sentar-me sozinha, a gatinhar e a ficar de pé. Comecei a andar com
muletas pouco antes dos 4 anos. Fui legalmente adotada pela filha da minha ama,
Diana De Paul, alguns meses depois de começar a andar. O Department of Social
Services não me permitia ser adotada antes disso.
Continuei a fisioterapia por causa da minha deficiência e, depois de quatro
intervenções cirúrgicas, posso agora andar sem ajuda. Nem sempre é fácil. Algumas
vezes caio, embora depois de cair durante 19 anos tenha aprendido a cair
graciosamente.
Estou contente por estar viva. Quase morri. Todos os dias agradeço a vida a Deus.
Eu não me considero um subproduto da concepção, uma massa de tecidos, ou
59
60. qualquer dos títulos que se dão às crianças que ainda não nasceram. Eu não
considero que as pessoas concebidas sejam alguma dessas coisas.
Conheci outras pessoas que sobreviveram a um aborto. Todas estão reconhecidas à
vida. Há alguns meses atrás, conheci outra menina que sobreviveu a um aborto por
solução salina. Chama-se Sara. Tem dois anos e tem também paralisia cerebral,
mas o seu diagnóstico é reservado. Ela é cega e tem muitas cicatrizes. O abortador,
além de injetar a solução no útero da mãe injeta também o bebê. A Sara foi injetada
na cabeça. Eu pude ver em que parte da cabeça isto lhe foi feito. Quando falo, faço-
o não somente por mim, mas por todos os outros sobreviventes, como a Sara, e por
aqueles que ainda não podem falar...
Hoje, um bebê só é bebê quando vem na altura certa. Quando a altura não é certa, é
um monte de tecidos ou outra coisa qualquer. Um bebê é um bebê quando um
aborto espontâneo ocorre aos 2, 3 ou 4 meses. Um bebê é tecido ou massa de
células quando o aborto é provocado aos 2, 3 ou 4 meses. Porque é isto assim? Eu
não vejo diferença nenhuma. Que diferença vêem os senhores? Muitos fecham os
olhos...
Para defender a vida a melhor coisa que eu lhes posso mostrar é a minha vida. É
um grande dom. Matar não é a solução para nenhum problema ou situação.
Mostrem-me que matar é solução.
Há uma citação no topo de um dos edifícios do Capitólio que diz: "Aquilo que é
moralmente errado não pode ser politicamente correto". O aborto é moralmente
errado. O nosso país está a verter o sangue de inocentes. A América está a matar o
seu futuro.
Toda a vida tem valor. Toda a vida é um dom do nosso Criador. Temos de receber e
cuidar os dons que nos foram dados. Temos de honrar o direito à vida.
(1) Neste tipo de abortos, o médico tira parte do liquido amniótico com uma
agulha e substitui-o por uma solução salina. O mecanismo que provoca a
morte é um envenenamento agudo que provoca vaso-dilatação, edema,
congestão, hemorragias, choque e morte.
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61. Lateralmente, a solução queima a pele, os pulmões e os olhos e a criança ao
nascer parece ter sido bombardeada com napalm. A morte é lenta e dolorosa.
Quando, por erro do abortador, a solução é injetada na mãe, as dores são de
forma horrível que ninguém a consegue segurar e os seus gritos são
pavorosos.
Depoimentos
"Lembro de uma mulher falando alto: 'Não grita! Não grita!'
Eu tinha 18 anos e um corpinho lindo, sobrancelhas grandes, cabelos compridos e
escuros. Começava minha carreira de cantora no rádio. Na minha primeira relação
sexual fiquei grávida. Não podia contar para ninguém. Meus pais sempre foram
muito severos e naquela época era uma perversão ter relação sexual sem se casar.
Contei para uma amiga, uma vizinha. Ela soube de um local onde uma mulher fazia
aborto. Ela não era médica. Numa sala pequena, sem anestesia, sem medicamento
nenhum, fez a curetagem. A dor era tão intensa que ameacei gritar. Jamais vou
esquecer-me daquela voz falando em tom alto e áspero para eu calar a boca. Voltei
para casa e tive hemorragia por vários dias. Acabei em um hospital. Estava muito
doente. Minha família nunca soube disso e foi ruim ter de esconder. Para ser mãe a
gente tem de desejar ter um filho. Ele tem direito à vida, é verdade. Mas com amor
dos pais, com condições para crescer com saúde e boa educação. Quem vai
garantir isso? Um Estado falido, miserável e hipócrita? A Igreja? Nem pensar. Sou
católica e até hoje não me arrependo do que fiz. Hoje tenho o Marcelo, a melhor
coisa que me aconteceu. Estava casada e preparada para ter um filho. Sinto-me
muito feliz."
Hebe Camargo, 68 anos, apresentadora de TV
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62. "O médico disse: 'Só vou fazer o aborto porque é um direito seu."
Era um senhor de meia-idade, simpático, que me explicou que não fazia aquilo por
dinheiro. Defendia o direito de a mulher abortar sem correr riscos. Não gostaria de
entregar meu corpo a um aborteiro profissional. Eu nunca entrara numa sala de
cirurgia. Tinha 20 anos e fazia cursinho. Namorava havia dois anos e estudava muito
para entrar na USP. Minha primeira reação quando soube que estava grávida foi
ficar feliz. Mas nós não tínhamos condições financeiras. Foi uma decisão tranqüila.
Eu não estava pronta para ser mãe. Mas sou louca por ter um filho."
Renata Vicentini Mielle, 25 anos, estudante da USP
"Não podia querer aquele filho. Não era fruto do amor, mas de um estupro."
Era verão de 1987, eu passava férias em Salvador. Numa noite, quando voltava
sozinha para o hotel, um homem bêbado me agarrou, tirou minhas roupas à força e
me estuprou. Ninguém ouviu meus gritos. Nem o meu choro. No dia seguinte, voltei
para Belo Horizonte. Aquele monstro me engravidou. Eu tinha 24 anos, era
divorciada e mãe de um filho de 3 anos. Fui para uma clínica no Rio de Janeiro. A
única sensação que tive foi de alívio. A decisão foi madura, mas fiquei muito tempo
em conflito porque, afinal, eu tinha um filho e tive uma formação católica."
Myriam Marques, 34 anos, enfermeira
"Resolvemos sair do país depois do golpe de 64. Não podíamos levar um bebê."
Eu fazia filosofia na USP, era recém-casada, tinha 22 anos e descobri que estava
com dois meses de gravidez. Um médico famoso me indicou o consultório de uma
médica amiga. Fui sozinha achando que não haveria problema nenhum. Meu marido
tinha outro compromisso. Passei mal durante a curetagem, feita sem anestesia. A
dor era forte demais e eu desmaiei. Depois de algumas horas em repouso, fui
andando para casa. No caminho, vomitei e quase desmaiei outra vez. Pessoas
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63. estranhas me ajudaram. Foi horrível. Dois dias depois, estava num hospital, com
hemorragia intensa. Descobri que não era tão forte para encarar tudo sozinha."
Clarice Herzog, 55 anos, publicitária
"Já tinha três filhos e usava Diu. Não podia ter uma quarta criança."
Conversei com meu marido e chegamos à conclusão de que o aborto seria a melhor
coisa a fazer. Procurei meu médico e ele indicou um outro. Foi muito rápido, e,
quando acordei, tudo tinha acabado. Depois disso, voltei ao meu ginecologista. Ele
me examinou e estava tudo bem. A decisão foi difícil, pesou-me por um tempo.
Como eu tinha outros filhos, pensava muito nisso. Mas eu tinha certeza de que
queria ter somente três filhos. Além disso, não me senti culpada porque eu me
protegia com o DIU. Acho que a mulher tem plenas condições de decidir o que é
melhor para ela."
Pinky Wainer, 42 anos, artista plástica
"Eu era contra o aborto. Até que descobri que meu filho iria nascer muito doente."
Os exames de ultra-sonografia mostraram que o feto tinha síndrome de Turner,
disfunção cromossômica que lhe garantiria sobrevida de apenas alguns dias.
Quando soube, minha primeira reação foi tê-lo assim mesmo. Durante duas
semanas minha vida virou do avesso. A certa altura vi que, para protegê-lo, estava
sendo egoísta. Não havia motivo para prolongar o sofrimento daquele feto. Fiz o
aborto com autorização judicial. A sensação de estar fazendo um aborto dentro da
lei muda tudo. Mesmo arrasada, senti-me amparada, protegida.
Desirèe Zanelato, 30 anos, biomédica
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64. Diário de uma criança por nascer
5 de outubro
Hoje começou minha vida. Meus pais ainda não sabem disso, mas já existo. E vou
ser menina. Terei cabelos louros e olhos azuis. Quase tudo já está fixado, até
mesmo que irei gostar muito de flores.
19 de outubro
Alguns afirmam que não sou ainda uma pessoa real, que apenas minha mãe existe.
Mas sou uma pessoa real, assim como uma migalhinha de pão ainda é realmente
pão. Minha mãe é. E eu também sou.
23 de outubro
Minha boca está começando agora a se abrir. Imagine só, dentro de cerca de um
ano estarei sorrindo e, depois, falando. Sei qual será minha primeira palavra:
MAMÃE.
25 de outubro
Meu coração começou hoje a bater por si mesmo. De agora em diante vai bater
suavemente pelo resto de minha vida, sem jamais parar para descansar! E, depois
de muitos anos, ele se cansará. Parará, e então morrerei.
2 de novembro
Estou crescendo um pouco a cada dia. Meus braços e minhas pernas começam a
tomar forma. Mas tenho de esperar ainda bastante tempo antes de estas perninha;
me erguerem até os braços da mamãe, antes que estes bracinhos possam colher
flores e abraçar o papai.
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65. 12 de novembro
Pequeninos dedos começam a formar-se em minhas mãos. É engraçado como são
pequeninos! Poderei tocar com eles nos cabelos de mamãe.
20 de novembro
Foi somente hoje que o médico contou à mamãe que estou vivendo aqui, sob o
coração dela. Oh, quão feliz ela deve estar! Sente-se feliz, mamãe?
25 de novembro
Mamãe e papai devem estar provavelmente pensando num nome para mim. Mas
eles nem sequer sabem que sou uma menininha. Desejo que me chamem de
Mariazinha. Já estou ficando tão grandinha!
10 de dezembro
Meus cabelos estão crescendo. São macios, claros e brilhantes. Fico imaginando
que tipo de cabelos mamãe tem.
13 de dezembro
Estou quase prestes a poder ver. Tudo é escuro em volta de mim. Quando mamãe
me trouxer ao mundo, ele será cheio de sol e de flores. Mas o que mais desejo é ver
minha mamãe. Qual é sua aparência, mãezinha?
24 de dezembro
Fico imaginando se mamãe ouve o sussurro do meu coração. Algumas crianças
chegam ao mundo um pouco doentes. Meu coração é forte e saudável. Ele bate tão
ritmicamente: toc-toc, toc-toc. A senhora terá uma filhinha saudável, mãezinha!
28 de dezembro
Hoje minha mãe me matou
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