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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
              “Julio Mesquita Filho”
         CTI - Colégio Técnico Industrial
           Prof. Isaac Portal Roldán




Trabalho de Estatística, L.I.A. e Redação


                    Aborto
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                                            Turma: 71A/81A
                                                         2
Camila Correa da Silva Braga de Melo nº08
                                 Caroline Jean Romero da Silva nº09
                                 Jéssica Tiemi Yamada Terada nº17
                                        Lucas Bamonte Corrêa nº22
                                      Rodrigo Cintra Caversan nº29


                  Bauru - 2009
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                                          BANCA EXAMINADORA



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Porf. Rodrigo F. de Carvalho



  Profª Maria Regina M. de Oliveira



Profª Silmara Cavalheri N. Sanches




                                 4
"O que você deixa para trás não é o que é gravado em monumentos de
                                   pedra, mas o que é tecido nas vidas de outros."
                                                                          Péricles


Agradecimentos


    •   Nivaldo Cecílio Junior
        Professor de estudo bíblico que nos ajudou na coleta de dados.


    •   André
        Palestrante, por disponibilizar o vídeo sobre o aborto.


    •   Profª Silmara Cavalheri N. Sanches
        Professora de estatística que nos ajudou nas tabelas e examinou nosso
        trabalho


    •   Porf. Rodrigo F. de Carvalho
        Professor de Laboratório de Informática Aplicada que nos ajudou nos
        gráficos, tabulação no Excel e Power Point.

    •   Profª Maria Regina M. de Oliveira
        Professora de Redação que nos ajudou nos textos, blog e na elaboração
        dos questionários.




                                                                                 5
Índice
1.0 Introdução.............................................................................................................................7
   Texto 1: ABORTO E TRAUMATISMOS PSICOLÓGICOS................................................7
   Texto 2: Complicações imediatas do aborto, segundo o método empregado.......................12
   A - Método da Aspiração......................................................................................................12
      1. Laceração do colo uterino provocada pelo uso de dilatadores......................................12
      2. Perfuração do útero.......................................................................................................13
      3. Hemorragias uterinas....................................................................................................13
      4. Endometrite (inflamação) pós-aborto (infecção uterina secundária, decorrente do
      aborto)...............................................................................................................................13
      5. Evacuação incompleta da cavidade uterina. Necessidade de prolongar a sucção e de
      fazer uma curetagem imediata..........................................................................................14
   B. A chamada Extração Menstrual.......................................................................................14
   C. Método das Laminárias....................................................................................................14
   D. Solução Hipertônica Salina (Gravidez de 12 a 20 semanas)............................................15
   E. Histerectomia (extração total do útero) ...........................................................................15
Complicações tardias do aborto................................................................................................16
   Texto 3: A voz da Justiça não cala a das ruas.......................................................................16
   1.1 Justificativa.....................................................................................................................18
2.0 Objetivos.............................................................................................................................19
   2.1 Objetivos gerais:.............................................................................................................19
   2.2 Objetivos Específicos:.....................................................................................................19
3.0 População............................................................................................................................20
4.0 Amostra...............................................................................................................................20
5.0 Dados coletados..................................................................................................................21
   5.1 Fórmulas..........................................................................................................................23
   5.2 PERGUNTAS 1: Idades..................................................................................................24
   5.3 PERGUNTA 2: Sexo......................................................................................................27
   5.4 PERGUNTA 3: Qual é sua classe social?.......................................................................28
   5.5 PERGUNTA 8: O conhecimento adquirido sobre o aborto deu-se por qual/is meio/s?. 30
   5.6 PERGUNTA 4: Qual é a sua religião?............................................................................31
   5.7 PERGUNTA 10: A sua religião influencia na sua opinião sobre o aborto? Se sim em
   que aspecto?..........................................................................................................................32
   5.8 PERGUNTA 11: Você conheceu alguém que já abortou?.............................................34
      5.8.1: Se sim, quem?.......................................................................................................34
   5.9 PERGUNTA 5: Tem algum conhecimento sobre o aborto?...........................................37

                                                                                                                                            6
Aborto espontâneo................................................................................................................37
   Aborto provocado.................................................................................................................38
   5.10 PERGUNTA 6: Conhece as consequências psicológicas que o aborto trás?...............39
    5.11 PERGUNTA 7: Sabe quais as consequências físicas e biológicas que o aborto trás?
  ...............................................................................................................................................41
   5.12 PERGUNTA 9: Sobre o aborto você é:.......................................................................43
   5.13 PERGUNTA 12: O aborto para você é:.......................................................................44
   5.14 PERGUNTA 13: Qual é seu nível de conhecimento sobre o aborto no Brasil?...........45
   5.15 PERGUNTA 14: Você concorda com a afirmação: “O aborto é um crime” ..............47
   5.16 PERGUNTA 15:...........................................................................................................50
      5.16.1: Mulher: No caso de uma gravidez indesejada, você abortaria?............................50
      5.16.2: Homem: Você apoiaria sua parceira a fazer um aborto indesejado?....................50
6.0 Anexos................................................................................................................................51
7.0 Infografia.............................................................................................................................66




1.0 Introdução

Texto 1: ABORTO E TRAUMATISMOS PSICOLÓGICOS

Publicamos, a seguir, o artigo sobre as conseqüências psicológicas do aborto, da
autoria do Dr. L. Clemente de S. Pereira Rolim, especialista em Clínica Médica pela
AMB e pós-graduando da Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de
Medicina, UNIFESP-EPM.
As observações do Dr. Pereira Rolim são de grande atualidade, pois dissipam
graves ilusões relativas ao "aborto como solução". A experiência de numerosas
mulheres que cometeram aborto, ensina que ele fere não somente a criança, mas
também a mãe - e quiçá para o resto da vida -, provocando remorso por um ato
cometido como pretenso alívio de uma situação indesejada.

                                                                                                                                                 7
INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ E SEQÜELAS PSICOLÓGICAS


Às vezes, pretende-se justificar o aborto como a única saída para situações
angustiantes que uma gravidez não desejada pode trazer. Há inclusive alguns
países que admitem a angústia da mulher como: indicação para abortar. No entanto,
a pior angústia vem depois do aborto. Esta é a conclusão a que chegou a Dra. Mary
Simon, psicóloga da Clínica Ginecológica Universitária de Würzburg (ALEMANHA),
em uma pesquisa publicada na conceituada revista DEUTSCHE TAGESPOST (4-
VII-92).


É interessante constatar que os transtornos psicológicos causados pelo aborto são
poucas vezes mencionados na literatura médica especializada. Daí a razão deste
artigo que, sem se ater a considerações morais ou éticas e sem chutometrias, visa a
mostrar a realidade crua dos fatos. Os dados que são apresentados a seguir, foram
todos obtidos de países onde o aborto é legal há mais de trinta anos e realizado nas
melhores condições de higiene e assepsia, como é o caso da Inglaterra, da
Checoslováquia, do Japão, da Alemanha e dos Estados Unidos. Além da referência
supra citada, remetemos o leitor aos artigos relacionados na bibliografia.


TRANSTORNOS PSÍQUICOS


Basicamente, três tipos de fenômenos psíquicos ocorrem nas mulheres que fazem
aborto:


Sentimentos de remorso e culpa (60% das mulheres);


Oscilações de ânimo e depressões (30 a 40%);


Choro imotivado, medos e pesadelos (35%).


Quanto ao sentimento de culpa, já tentaram atribui-lo a crenças



                                                                                  8
religiosas. Certamente, há sentimentos de culpabilidade originados por convicções
religiosas, mas a maior parte destes sentimentos posteriores ao aborto têm muito
pouco que ver com a crença religiosa. O aborto viola algo de muito profundo na
natureza da mulher. Ela é naturalmente a origem da vida e é normal que a mulher
grávida esteja consciente de que cresce uma criança dentro dela. A mulher que
aborta voluntariamente, sabe que matou o seu filho. Não é, pois, de admirar o
aparecimento de sentimentos de culpa, de autocensura e de estados depressivos.


Um psiquiatra sensato disse uma vez que é mais fácil tirar a criança do útero da
mãe, do que fazê-la desaparecer do seu pensamento.
Inclusive em países de cultura não cristã, como o Japão (onde o aborto livre é legal
há 42 anos), há estudos de grande amplitude, mostrando que 73% das mulheres
que praticaram o aborto se sentiam "angustiadas" com o que tinham feito. Porém,
voltando ao trabalho da Dra. M. Simon, o que mais chama a atenção, não são as
seqüelas psíquicas que ocorrem pós aborto, mas sim os mecanismos que as
mulheres desenvolvem para se libertarem dos seus complexos de culpa. Novamente
três tipos de mecanismos ocorrem: repressão, projeção e confrontação. Vejamos
cada um deles em particular.




Repressão


A Dra. Simon explica que 61% das mulheres que entrevistou, evitam pensar no
aborto e reprimem estes pensamentos, desenvolvendo então sintomas de origem
psíquica (psicossomáticos): dores de cabeça, vertigens, tonturas e cólicas
abdominais. Este fenômeno também é muito conhecido na medicina como
somatização. É um dado significativo: em 70% das mulheres surgem pensamentos
de como seriam as coisas se a criança abortada vivesse agora, e 52% delas se
incomodam ao verem mulheres grávidas, porque lhes recordam seus próprios filhos
abortados.


Projeção

                                                                                  9
Aqui as mulheres projetam para outros a responsabilidade do próprio aborto. Em
geral, são mulheres instáveis psiquicamente, mas, sobretudo, dependentes
economicamente do pai da criança. Cedem à pressão do marido, do parceiro ou
mesmo do ambiente, e abortam.
Posteriormente, quando culpam o marido pelo aborto, aparecem verdadeiras
neuroses sexuais: sentimentos de ódio, frigidez e depressões caracterizam a
convivência matrimonial-sexual de inúmeros casais que fizeram o aborto.
Estatísticas recentes comprovam que, só nos Estados Unidos, 50% dos casais que
fizeram aborto se separaram após o mesmo.


Muitas mulheres também acusam os médicos de não as ter informado o suficiente
sobre as possíveis conseqüências psíquicas do aborto. Se soubessem, antes de
abortar, dos riscos para sua saúde física e psíquica, não o teriam feito. No total, 45%
das mulheres voltariam atrás se pudessem, pois consideraram sua anterior decisão
de abortar prejudicial e equivocada.


Era freqüente, no questionário formulado pela Dra. Simon, ler respostas do tipo:
"atribuo aos que me rodeavam uma grande parte de culpa na minha decisão de
abortar" ou "o pai da criança não a queria"; uma das pacientes declarou entre
lágrimas: "os médicos decidiram sem contar comigo; assustaram-me, dizendo que a
criança poderia nascer malformada. Se eu estivesse outra vez na mesma situação,
levaria adiante a gravidez, mesmo que meu filho fosse um débil mental. É carne da
minha carne e sangue do meu sangue: eu o amaria".


Confrontação


O terceiro e menor grupo de mulheres entrevistadas tenta recuperar seu equilíbrio
psíquico, enfrentando conscientemente o fato do aborto, e conversam francamente
com pessoas de sua confiança (abrem-se com uma amiga, a mãe, um psicólogo ou
um médico), porém nunca com o médico que realizou o aborto. Em geral, tentam,
primeiro, reconhecer sua culpa; não a reprimem nem a projetam sobre outros, e
tampouco procuram justificar-se.

                                                                                    10
Depois, arrependem-se do que fizeram sentindo dor e tristeza pelo filho morto.


CONCLUSÕES


Os fatos comprovam que o aborto não é uma solução para dificuldades
psicossociais. Pelo contrário, após o aborto persiste a crise e se acrescenta o risco
de novas e mais graves conseqüências psíquicas. Uma mulher que, em geral, reage
emocionalmente de forma instável quando submetida a situações estressantes,
responderá à tensão psicológica do aborto com anomalias psíquicas ainda mais
fortes. Por isso, as adolescentes são mais propensas a desenvolverem seqüelas
psicológicas após um aborto.


A envergadura da ruína psíquica que sobrevêm após o aborto, é muito maior do que
se pensava antes. Portanto, pergunta-se: aqueles que
defendem ou indicam o aborto, têm consciência do que realmente
estão causando à mulher? Em todo o mundo, como conseqüência do grande
número de abortos que se praticam, está aparecendo um exército de mulheres com
graves neuroses pós-aborto.


Os países desenvolvidos começam a repensar suas leis abortistas. Para citar um
exemplo, transcrevo a seguir parte de um manifesto assinado por 35 personalidades
americanas (o governador da Pensilvânia, Robert Casey; o médico da Universidade
de Chicago, Prof. Leon R. Kass e inúmeros políticos e líderes religiosos das mais
distintas   confissões), publicado na    revista   FIRST   THINGS    (NEW YORK,
NOVEMBERl92):


"...Após vinte anos de aborto sem restrições na sociedade americana, constata-se
que a mortalidade infantil continua sendo uma das mais altas dos países
industrializados; continua a haver cada vez mais casos de maus tratos às crianças
(e mais graves); continuam os abortos clandestinos... O aborto livre não satisfez a
nenhuma verdadeira necessidade das mulheres, nem lhes devolveu a dignidade. De
fato, produziu exatamente o contrário: estimulou a irresponsabilidade dos homens e

                                                                                  11
jovens, que encontram no aborto uma escusa fácil para fugir de suas obrigações;
aumentou enormemente a exploração das mulheres pela indústria do aborto... A
licença para abortar não proporcionou liberdade nem segurança às mulheres..."


Como médico, sinto-me no dever de alertar as mulheres que pensam em abortar
(principalmente as adolescentes) e também a todos os colegas que atendem a estas
pacientes, lembrando umas palavras da Dra. M. Simon: "O aborto não somente
aniquila uma vida humana ainda não nascida, mas também arruina a psique da
mulher."




Texto 2: Complicações imediatas do aborto, segundo o método empregado.

A - Método da Aspiração

1. Laceração do colo uterino provocada pelo uso de dilatadores.

Conseqüências:

- insuficiência do colo uterino, favorecendo abortos sucessivos no primeiro e no
segundo trimestre (10% das pacientes);

- partos prematuros, na 20ª ou 30ª semana de gestação.


                                                                                12
2. Perfuração do útero

Acontece quando é usada a colher de curetagem ou o aspirador; mais
frequentemente, através do histerômetro (instrumento que mede a cavidade uterina).
O útero grávido é muito frágil e fino; pode ser perfurado sem que o cirurgião se dê
conta. É uma complicação muito séria.

Conseqüências:

- infecção e obstrução das trompas, provocando esterilidade;

- intervenção para estancar a hemorragia produzida;

- perigo de lesão no intestino, na bexiga ou nas trompas;

- a artéria do útero, nesses casos, frequentemente, é atingida, criando a
necessidade de histerectomia (extirpação do útero), se não for possível estancar a
hemorragia.

3. Hemorragias uterinas

Perda de sangue ou fortes hemorragias causadas pela falta de contração do
músculo uterino. As perdas de sangue são mais intensas se a gravidez for
avançada. Essas perdas são de 200 ml na 10ª semana de gravidez, 350 na 12ª, 450
na 13ª semana...

Conseqüências:

- necessidade de transfusão de sangue;

- ablação do útero, se a hemorragia não for estancada.

4.   Endometrite    (inflamação)    pós-aborto    (infecção    uterina   secundária,
decorrente do aborto).

Apesar dos antibióticos administrados antes do aborto; há grande incidência de
infecções e obstrução de trompas.

                                                                                  13
Conseqüências:

- esterilidade

- Gravidez ectópica (fora do lugar apropriado).

5. Evacuação incompleta da cavidade uterina. Necessidade de prolongar a
sucção e de fazer uma curetagem imediata.

Danos e conseqüências:

- possibilidade de extração do endométrio (mucosa uterina);

- formação de aderências no interior do útero e, como conseqüência, esterilidade,
frequentemente amenorréia (ausência de menstruação);

- possibilidade de placenta prévia na gravidez seguinte, criando a necessidade de
cesariana.

B. A chamada Extração Menstrual

É possível que a paciente não esteja grávida.

Pode ocorrer uma extração incompleta (o ovo frequentemente não é extraído,
tornando necessária uma curetagem).




C. Método das Laminárias

(tampão esterilizado feito de algas marinhas)

Pode ocorrer que fique preso tornando-se necessária uma histerectomia (extração
do útero).

Conseqüências:

- infecções graves por causa da presença de corpo estranho

                                                                              14
- as mesmas da histerectomia.

D. Solução Hipertônica Salina (Gravidez de 12 a 20 semanas)

Complicações muito sérias:

- retenção da placenta e hemorragia (50% necessitam de curetagem).

As mesmas complicações que uma curetagem pode produzir, com o agravante de
uma possível perfuração do útero e da formação de aderências;

- infecção e endometrite (inflamação da mucosa do útero);

- hemorragia;

- coagulopatia e hemorragia abundante;

- intoxicação por retenção de água; efeitos secundários do soro salino e da pituita
que podem causar falhas de funcionamento do coração e morte;

- perigo de entrada de solução salina na corrente sanguínea da mãe com efeitos
mortais;

- possibilidade de gravidez mais avançada do que a informada pela mãe e, na
ausência de um exame sério, poderia abortar uma criança de 2 quilos ou 2 quilos e
meio. Esse tipo de aborto apresenta um perigo dez vezes superior à curetagem. A
mortalidade vai de 4 a 22 por mil.

As razões do aborto denominado terapêutico são uma contra-indicação para o
aborto através de solução salina.

E. Histerectomia (extração total do útero)

Complicações:

Os mesmos perigos e complicações de toda cirurgia intra-abdominal: hemorragia,
infecção, peritonite, lesões da bexiga e dos ureteres. Complicações variadas em 38
a 61 por mil.
                                                                                15
Complicações tardias do aborto

1 - Insuficiência ou incapacidade do colo uterino.

2 - Aumento da taxa de nascimentos por cesariana (para permitir que o bebê
consiga viver mesmo que prematuro).

3 - Danos causados às trompas por possível infecção pós-aborto, causando
infertilidade (em 18 % das pacientes). Maior número de complicações em mulheres
grávidas que anteriormente provocaram aborto (67,5% entre as que abortaram e
13,4 entre as que não abortaram).

Dentre todas as complicações, a mais grave é a hemorragia, que transforma a nova
gravidez em gravidez de alto risco.

4 - O aborto pode provocar complicações placentárias novas (placenta prévia),
tornando necessária uma cesariana, para salvar a vida da mãe e da criança.

5 - O aborto criou novas enfermidades: síndrome de ASHERMAN e complicações
tardias, que poderão provocar necessidade de cesariana ou de histerectomia.

6 - Isoimunização em pacientes Rh negativo. Aumento, conseqüentemente, do
número de gravidez de alto risco.

7 - Partos complicados. Aumento do percentual de abortos espontâneos nas
pacientes que já abortaram.

Texto 3: A voz da Justiça não cala a das ruas

Não há decisão jurídica, por mais douta, nobre e competente, capaz de colocar para
dormir as controvérsias levantadas pela questão do aborto. A melhor evidência disso
é a inquietação que sobreveio à decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, de
22 de janeiro de 1973, que tirou do estado o direito de opinar sobre a decisão de
uma mulher de abortar até o fim do primeiro trimestre de gestação. A decisão dividiu
os Estados Unidos, e esse abismo se aprofunda a cada ano. Uma dezena de
desafios formais à decisão chegou à Suprema Corte nos 36 anos de sua vigência.
Essas contestações se dividiram em três principais argumentos: o direito do feto à
                                                                                 16
vida, à herança familiar e, por fim, a supremacia de Deus sobre qualquer decisão
humana. Em todas elas, os juízes interpretaram que a autonomia da gestante
continuava sendo o bem primordial a ser preservado. "A compreensão de que o
direito constitucional à individualidade engloba o direito de manter ou não uma
gravidez é uma argumentação objetiva e inteligente", analisa Marco Aurélio Mello,
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão da Suprema Corte americana ficou famosa com o nome de Roe vs Wade.
Roe vem de Jane Roe, nome fictício de Norma McCorvey. Wade era o funcionário
estadual encarregado de coibir o aborto. Grávida aos 22 anos, Norma encabeçou
uma ação contra o estado do Texas, onde morava e o aborto era proibido. O pedido
foi negado e o caso subiu à Suprema Corte. A decisão levou treze meses para ser
concluída. McCorvey então teve o bebê, mas deu a criança para adoção. Para
relatar o caso, o presidente da Suprema Corte escolheu o juiz Harry Blackmun,
conhecido por ser um redator lento e obsessivamente meticuloso na execução de
seus despachos. Blackmun fez um dos mais abrangentes estudos médicos,
religiosos e históricos sobre o aborto de que se tem notícia. Não demorou para ele
entender que desses campos do conhecimento não brotaria nenhuma decisão
sustentável – o aborto é questão inabordável para a maioria das religiões e os
cientistas nunca vão ser unânimes em torno do momento preciso em que surge uma
vida nova no processo de concepção. Blackmun viu que o único caminho para dar
uma resposta satisfatória ao caso seria buscar, em decisões precedentes da Corte,
aquelas que tratassem dos limites entre o direito individual e o direito da
coletividade, por meio da ação do estado. Ele concluiu que interromper a gravidez
até o terceiro mês é uma decisão individual da mulher. A decisão pró-aborto foi
aprovada por 7 votos a 2.

Recentemente, coube ao STF discutir pela primeira vez em sua história o tema do
aborto no Brasil. A ação em análise consistiu na interrupção da gravidez em caso de
anencefalia do feto, uma deformação em geral fatal nos primeiros dias de vida do
bebê. A argumentação teve como base o princípio de que não há perspectiva de
vida fora do útero materno. No ano passado, os onze ministros ouviram a opinião de
representantes de entidades pró e contra o aborto em audiências públicas. O
julgamento está previsto para ocorrer nos próximos meses. Sobre a decisão, só se

                                                                                17
sabe que ela atrai intelectualmente os ministros brasileiros do STF e que será
contestada no dia seguinte, seja qual for sua orientação.




      1.1 Justificativa

 Escolhemos esse tema, pois é um assunto polêmico, que gera discussões em toda
a sociedade. A principal delas é entre a igreja e a ciência onde cada uma tem
conceitos diferentes sobre o aborto, além de ser muito atual na mídia, sendo assim
um assunto fácil e polêmico. Nesse trabalho procuramos entender os dois lados e
saber a opinião dos entrevistados sobre o aborto.




                                                                               18
2.0 Objetivos

      2.1 Objetivos gerais:

Mostrar as conseqüências de um aborto e o que os entrevistados pensam em
relação a isso. Saber se a religião influência na opinião, se a pratica do aborto é
maior ou menor em determinadas classes sociais e saber se os entrevistados têm
consciência sobre as leis de aborto no Brasil.




      2.2 Objetivos Específicos:




                                                                                19
Mostraremos o que acontece psicologicamente e fisicamente com a gestante que
pratica o aborto e o que a leva a tal ato. Buscaremos saber a opinião das principais
religiões sobre o aborto e o que seus preceitos dizem sobre esse assunto.
Analisaremos também a opinião dos médicos e da ciência e a influência da mídia na
opinião sobre o aborto.




3.0 População

Pessoas nas idades entre 12 e 30 anos na região de Bauru.

4.0 Amostra

Total de 300 pessoas de igrejas (IV Prebiteriana Renovada, Assembléia de Deus,
Igreja Nossa Aparecida, Igreja Santa Luzia e Igreja Católica Cristo Ressuscitado) e
escolas (Sesi, Fênix e CTI), dentre outros na região de Bauru.




                                                                                 20
5.0 Dados coletados


O questionário a seguir foi elaborado pelo nosso grupo onde entrevistamos as
pessoas com o intuito de saber a opinião destas e compará-las a dados estatísticos
sobre o aborto no Brasil e no mundo.




                                                                               21
CTI – UNESP – 2009                             (   ) Protestante             (   ) Ateu

          Bauru                                     (   ) Espiríta

        ABORTO                                       ( ) Outros. Exemplifique:______________
                                                    ____________________________________
1-) Idade: ___________
                                                    5-) Tem algum conhecimento sobre o aborto?
2-) Sexo: (      )F    (       )M
                                                    (   ) Sim    (       ) Não
3-) Qual é a sua classe social?
                                                    6-) Conhece as consequências psicológicas que o
(   ) Baixa                (    ) Média alta        aborto trás?

(   ) Média baixa      (       ) Alta               (   ) Sim     (      ) Não

(   ) Média                                         7-) Sabe quais as consequências físicas e
                                                    biológicas que o aborto trás?
4-) Qual é sua religião?
                                                    (   ) Sim        (    ) Não
(   ) Católico                   (      ) Budista
                                                                                                  22
8-) O conhecimento adquirido sobre o aborto deu-                   11.1-) Se sim, quem?
se por qual/is meio/s?
                                                                    (     ) Amigo                         (   ) Conhecido
(    ) Rádio                         (    ) Internet
                                                                    (     ) Família                       (   ) Eu mesmo
(    ) Conversas informais (             ) Escola
                                                                   12-) O aborto para você é:
(    ) Jornais, revistas         (       ) Televisão
                                                                   (    ) Um solução prática para algo indesejado
 ( ) Outros. Exemplifique_______________
____________________________________                                (     ) Absurdo                       (   ) Normal

                                                                   13-) Qual é seu nível de conhecimento sobre o
                                                                   aborto no Brasil?

                                                                    (     ) Nenhum                            (   ) Médio
9-) Sobre o aborto você é:
                                                                    (     ) Pouco                             (   ) Alto
 (    ) Contra (     ) A favor
                                                                   14-) Você concorda com a afirmação:
(     ) Não tem uma opinião formada
                                                                   “O aborto é um crime”
 (   ) A favor, dependendo da gravidade da
situação                                                            (     ) Sim             (     ) Não

10-) A sua religião influencia na sua opinião sobre o              15-)
aborto?
                                                                   15.1-) Mulher: No caso de uma gravidez
(    ) Sim      (    ) Não                                         indesejada, você abortaria?

Se sim, em que aspecto:                                             (     ) Sim     (           ) Não
_________________________________________
_______________________________                                    15.2-) Homem: Você apoiaria sua parceira a fazer
                                                                   um aborto indesejado?
11-) Você conheceu alguém que já abortou?
                                                                    (     ) Sim         (        ) Não
(    ) Sim      (   ) Não


5.1 Fórmulas



A seguir, para facilitar a compreensão das tabelas, estão algumas fórmulas
utilizadas para realizar os cálculos:


                                                       Cálculo da Média.

X
                    ∑ (ui. fi)                         A= Xi
                                                       Di= Xi-A
        =                                              Ui= Di/C
                           N


                           Pos (Me)              –     ∑ Fi *                                                               23

                                                    Fme
Me = L1 +                                                           Cálculo da Média
                                                           .C       Pos (Me) -> N/2
                                                                    Fi*-> freqüência acumulada da
                                                                    classe anterior
                                                                    Fme-> freqüência




                                                             Cálculo da Moda
                                                . C          L1: limite inferior da classe Mo
Mo = L1 +
                                                                 diferença entre a frequencia
                                                             maior – freqüência antrior
                                                                  diferença entra a Frequencia
                                                             maior – freqüência posterior




                                                                Cálculo de desvio padrão
DP = C .                                                        C -> Comprimento de classe
                                                                N-> total




5.2 PERGUNTAS 1: Idades


Rol:

      12 - 12 - 12 - 12 - 12 - 12 - 12 - 12 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 -
 13 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 -
 14 - 14 - 14 - 14 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 -
 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 -
 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 16 - 16 - 16 - 16 -
 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 17 - 17 - 17 -
 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 -
 18 - 18 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 20 - 20 - 20 - 20 - 20 -
 20 - 20 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 22 - 22 - 22 - 22 -
                                                                                                   24
22 - 22 - 22 - 22 - 22 - 22 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 24 - 24 -
           24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 -
           25 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 -
           27 - 27 - 27 - 27 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 29 - 29 - 29 - 29 -
           29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 -
           30 - 30 - 30 - 30 - 30 – 30




             Idades       Pessoas      %     Ponto Médio        FAC            ui             ui.fi         ui².fi
          12 |------ 16       123       41,0          14           123                0                 0         0
          16 |------ 20        47       15,7          18           170                1                47        47
          20 |------ 24        48       16,0          22           218                2                96      192
          24 |------ 28        51       17,0          26           269                3               153      459
          28 |------ 32        31       10,3          30           300                4               124      496
          Total               300      100,0      -              -             10             420           1194



                          (5880)
          X     =                                = 19,6
                            300

          Me = 16 +           150-123
                                                        . 4 = 18,3
                                47




                                      123
          Mo = 12 +                                       . 4 = 14,4
                                      123 + 76
DP = C.    1194 − (420)²      = 5,7
           300 (300)²



                                         Desvio
          Média         Moda    Mediana Padrão
                   19,6    14,4     18,3        5,57




                                                                                                             25
Idade
                                 41
   % dos entrevistados




                         12               16              20              24               28               32




                                                 15,7              16              17
                                                                                                  10,3



                              12 |------ 16    16 |------ 20   20 |------ 24   24 |------ 28    28 |------ 32


                                                               Anos



Nós queremos focar entre as idades de 12 a 16 anos, pois apartir dos 12 anos as
meninas já tem maturidade sexual e começa a pensar sobre sexo e aborto




                                                                                                                 26
5.3 PERGUNTA 2: Sexo.



          Mulheres Homens Total
Pessoas        168    132       300




                                      27
5.4 PERGUNTA 3: Qual é sua classe social?



          Baixa    Média Baixa    Média     Média Alta    Alta        Total
Pessoas       22             70       137            61          10      300




                                                                               28
Normalmente, a que se diz a respeito das classes em que mais se fazem aborto é a
classe baixa, no entanto a classe baixa e alta estão equilibradas, havendo uma
diferença economica, a gestante que não tem um condição financeira procura um
aborto clandestino – aborto perigoso, que não é feita por um médico especialista,
instrumentos necessários e lugar apropriado – e coloca em risco sua própria vida. Já
a mulher de classe alta já tem uma ajuda financeira onde ela pode procurar um bom
especialista, tratamento, diminuindo os riscos de morte ou problemas.




                                                                                 29
5.5 PERGUNTA 8: O conhecimento adquirido sobre o aborto deu-se por qual/is
     meio/s?




          Rádio  Conversas informais   Internet     Jornais, revistas Televisão   Escola     Outros
Pessoas       21                 114          116                  149      184        190         6




                                                                                        30
5.6 PERGUNTA 4: Qual é a sua religião?



                  Budista     Ateu   Espírita Protestante Católico   Outros     Total
Pessoas                   9       17       18          88      159         9         300
%                       3,0      5,7      6,0        29,3     53,0       3,0        100




                       Religião dos entrevistados
                                                                     53
 Entrevistados
     % dos




                                                      29,3




                   3           5,7          6
                                                                                 3


                 Budista      Ateu      Espirita Protestante Católico          Outros


                                         Religiões




                                                                                           31
5.7 PERGUNTA 10: A sua religião influencia na sua opinião sobre o aborto? Se
sim em que aspecto?



                          Sim               Não             Total
Homens                     26               106              132
%                         19,7              80,3            100,0
Mulheres                   46               122              168
%                         27,4              72,6            100,0
Total                      72               228
%                         47,1             152,9




                              Influência da religião
                                     Sim             Não
                              80,3                                       76
                                                     72,6
 % dos entrevistados




                                              27,4                  24
                       19,7




                       Homens                 Mulheres               Total



ASPECTOS RELIGIOSOS

Catolicismo

Baseadas no mandamento "Não matarás", as diversas religiões cristãs condenam a
prática do aborto, ainda que a interrupção da gravidez se dê por razões de ordem
terapêutica ou sentimental. Em fins do século passado interrompeu-se a discussão
                                                                              32
em torno da animação tardia do feto e atualmente a Igreja apresenta restrições
quanto à prática do aborto terapêutico como caminho para se salvar a vida da mãe.
Ou seja, condena todo tratamento que vier atentar diretamente contra a vida do feto,
embora não condene consequências indiretas - a morte do feto, por exemplo .

Igrejas protestantes

A postura das igrejas protestantes em geral (batista, luterana, metodista,
presbiteriana, episcopal e unitária) parece ser um pouco menos rígida que a da
igreja católica, uma vez que admite o aborto terapêutico, embora jamais encare o
aborto como método de controle da natalidade. De qualquer forma, dá-se grande
importância à vida da mãe, devendo a questão ser resolvida entre médico, pastor e
paciente.

De acordo com LADER13, os unitários-universalistas foram aquela facção da igreja
                                     protestante que mais ousou em relação à
                                     questão: em 1963 já defendia a lesgislação do
                                     aborto em caso de perigo físico ou mental
                                     para a mãe, gravidez resultante de estupro ou
                                     incesto, defeito físico ou mental da criança
                                     que está para nascer ou quando existirem (o
                                     que abre a possibilidade de solução para
                                     vários casos individuais).

Igreja judáica

O judaísmo tem apresentado uma postura mais flexível no que diz respeito à
questão do aborto, provavelmente por apresentar concepções teológicas diferentes
em relação à alma e ao "pecado original". Para os judeus, o feto só se transforma
em ser humano quando nasce e em pessoa um mês após o nascimento. Além disso,
o fato de não existir uma autoridade máxima ditando todas as regras de, contudo faz
com que os judeus possam ter liberdade sobre sua própria consciência.




                                                                                 33
5.8 PERGUNTA 11: Você conheceu alguém que já abortou?

      5.8.1: Se sim, quem?



                  Conhece alguém que já abortou?
                                                                    Conhecido
                                                                      15%
                                                  Familia
                                                    5%
                                 Sim
                                 30%
             Não
             70%

                                                                    Eu mesmo
                                                            Amigo      1%
                                                             9%




Dados sobre o aborto no mundo


No mundo, 42 milhões de abortos
provocados        ocorrem        anualmente.
Aproximadamente          20     milhões     de
abortos     são    realizados     de      forma
insegura.


O que é aborto inseguro? É um
procedimento      para   interromper       uma
gravidez não desejada realizado por
pessoas que não tenham as habilidades necessárias ou em ambientes que não
cumpram com os mínimos requisitos médicos, ou ambas as condições.


                                                                            34
97% dos abortos ocorrem em países em desenvolvimento.


A maior incidência de abortos inseguros ocorre na America Latina, com taxa de 29
abortos para cada 1000 mulheres (15 a 44 anos).


Na Europa a mesma taxa é de 3 abortos para cada 1000 mulheres.


Nos países como a África do Sul e Romênia, que legalizaram o aborto, as mulheres
pararam de morrer.


Nos países em que o aborto é legal o numero de abortos realizados é menor:
-Países da Europa Ocidental: (12 abortos por 1000 mulheres);
-Países do Norte da Europa: (17 abortos por 1000 mulheres);
-Canadá e Estados Unidos da America:(21 abortos por 1000 mulheres);


Dados sobre o aborto no Brasil


Aborto não é um tema que deveria ser tema de policia porque é um tema de saúde
publica: No Brasil, 11% do total das mortes das mulheres ocorridas durante a
gravidez, parto ou pós-parto são causadas por aborto inseguro.


O impacto mais grave de criminalização do aborto recai sobre as mulheres mais
vulneráveis, com pior situação socioeconômica, jovens ou negras, que correm um
risco maior de morrerem ou sofrerem consequências negativas para saúde
decorrentes da pratica de aborto inseguro, principalmente nas regiões com maior
incidência de aborto inseguro- Norte e Nordeste.


O aborto é um procedimento médico simples que se for realizado por profissional
qualificado e em estabelecimento de saúde não acarreta riscos para a saúde e a
vida da mulher. Por outro lado,se for realizado em situação de insegurança e sem
condições de higiene pode levar a graves consequências.




                                                                             35
As mulheres negras tem um risco 3 vezes maior de morrer por aborto inseguro do
que as mulheres brancas. As Mulheres que recorrem ao aborto tem entre 20 e 29
anos, são na sua maioria católicas, com relações afetivas estáveis, são usuárias de
métodos contraceptivos,tem ate 8 anos de estudo, trabalham e tem pelo menos 1
filho.


A legislação brasileira prevê a permissão da interrupção voluntária de gravidez em
caso de vida para a mãe, ou quando a gravidez for resultado de estupro (art. 128, I e
II CP). Não custa esclarecer que o estupro é crime hediondo, previsto e consiste em
constranger a mulher, a conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça
(art.214 CP).




                                                                                  36
5.9 PERGUNTA 5: Tem algum conhecimento sobre o aborto?



                         Sim            Não                Total
Homens                   122             10                 132
%                        92,4           7,6                100,0
Mulheres                 155             13                 168
%                        92,3           7,7                100,0
Total                    277             23
%                        92,3           7,7




                           Conhecimento sobre aborto
                                      Sim                  Não
 % dos entrevistados




                       92,4                   92,3                 92,3




                                7,6                  7,7                  7,7


                       Homens               Mulheres                Total


Tipos de Aborto

Aborto espontâneo

O aborto espontâneo também pode ser chamado de aborto involuntário ou "falso
parto". Calcula-se que 25% das gestações terminam em aborto espontâneo, sendo
                                                                                37
que 3/4 ocorrem nos três primeiros meses de gravidez. A causa do aborto
espontâneo no primeiro trimestre, são distúrbios de origem genética.

Em cerca de 70% dos casos, esses embriões são portadores de anomalias
cromossômicas incompatíveis com a vida, no qual o ovo primeiro morre e em
seguida é expulso. Nos abortos do segundo trimestre, o ovo é expulso devido a
causas externas a ele (incontinência do colo uterino, mal formação uterina,
insuficiência de desenvolvimento uterino, fibroma, infecções do embrião e de seus
anexos).

Aborto provocado

Aborto provocado é a interrupção deliberada da gravidez; pela extração do feto da
cavidade uterina. Em função do período gestacional em que é realizado, emprega-se
uma das quatro intervenções cirúrgicas seguintes:

o   A sucção ou aspiração;
o   A dilatação e curetagem;
o   A dilatação e expulsão;
o   Injeção de soluções salinas.

Estima-se que seja realizado anualmente no mundo mais de 40 milhões de abortos,
a maioria em condições precárias, com sérios riscos para a
saúde da mulher. O método clássico de aborto é o por
curetagem uterina e o método moderno por aspiração
uterina (método de Karman) só utilizável sem anestesia
para gestações de menos de oito semanas de amenorréia
(seis semanas de gravidez). Depois desse prazo, até doze
semanas de amenorréia, a aspiração deve ser realizada sob anestesia e com um
aspirador elétrico.




                                                                              38
5.10 PERGUNTA 6: Conhece as consequências psicológicas que o aborto
trás?



                        Sim           Não                  Total
Homens                   72            60                   132
%                       54,5          45,5                 100,0
Mulheres                101            67                   168
%                       60,1          39,9                 100,0
Total                   173           127
%                       57,7          42,3




                       Conhecimento das consequências
                                psicológicas
                                      Sim            Não
 % dos entrevistados




                                             60,1
                                                                   57,7
                       54,5
                               45,5
                                                    39,9                  42,3




                       Homens            Mulheres                   Total

As mulheres que abortaram e sofreram ou ainda sofrem de problemas psicológicos,
como: remorsos e culpa; desânimo e depressões; medos e pesadelos. Que podem
ser apresentados da seguinte forma:
                                                                                 39
- Repressão, onde a mulher evita pensar no aborto, criando mais séries de
problemas não apenas psicológicos, mas também físicos.
- Projeção, onde ela responsabiliza outra pessoa pelo seu aborto. Muitas vezes a
culpa é dos médicos, que levou a mulher a fazer o aborto, pois o feto tinha
problemas e podia nascer deficiente, ou apenas morrer horas depois do seu
nascimento, e ao pai da criança, que não queria responsabilizar-se pelos seus atos.
                                               - Confrontação, como uma pequena
                                               parte das mulheres, que procuram por
                                               ajuda de médicos ou amigos.
                                               O aborto pode ser considerado no
                                               início como a solução para a gravidez
                                               indesejada, principalmente com os
                                               adolescentes em países que o aborto
                                               é    legalizado,   mas   pode     ser
                                               considerado como o problema. Ela
não só causa também problemas físicos na mãe, como psicológicos, onde é muito
mais difícil de curar e pode atrapalhar a vida cotidiana




                                                                                  40
5.11 PERGUNTA 7: Sabe quais as consequências físicas e biológicas que o
aborto trás?



                        Sim           Não              Total
Homens                   91            41               132
%                       68,9          31,1             100,0
Mulheres                115            53               168
%                       68,5          31,5             100,0
Total                   206            94
%                       68,7          31,3




                        Conhecimento das consequências
                                 psicológicas
                                      Sim            Não
  % dos entrevistados




                        68,9                 68,5              68,7




                               31,1                 31,5              31,3




                        Homens               Mulheres            Total



Todos os métodos, sejam eles quais forem utilizados para a realização do aborto
trazem consequências físicas muito seria para a mãe.

                                                                             41
Cada método usado na remoção do feto tem seus danos e dentre os principais
podemos citar: Possíveis hemorragias que podem acarretar a uma cirurgia de
remoção do útero, esterilidade, formação do feto de próximas gestações fora do
lugar, ausência de menstruação, entre outros.
O Aborto além de poder gerar complicações imediatas gera consequências tardias e
complicações em futuras gestações tornando esses métodos uma gravidez de alto
risco. Aumenta também a possibilidade de abortos espontâneos além de crescer o
percentual de chance de uma infecção de pós-aborto.




                                                                             42
5.12 PERGUNTA 9: Sobre o aborto você é:



           Contra   A favor Não tem uma opinião formada A favor, dependendo da situação
Pessoas       139        30                          36                              95




                       Opinião sobre o aborto
                                        10%

                                                      12%




          46%




                                                       32%




                     Contra
                     A favor
                     Não tem uma opinião formada
                     A favor, dependendo da situação




                                                                                  43
5.13 PERGUNTA 12: O aborto para você é:



          Uma solução prática para algo indesejado Absurdo   Normal    Total
Pessoas                                          56    180        64      300
%                                              18,7   60,0      21,3    100,0




                                                                                44
5.14 PERGUNTA 13: Qual é seu nível de conhecimento sobre o aborto no
Brasil?



                       Nenhum    Pouco     Médio     Alto     Total
Pessoas                     16      129       134        21      300
%                          5,3      43,0     44,7       7,0    100,0




                           Conhecimento sobre o aborto no Brasil

                                                                  44,7
 % dos entrevistados




                                                43




                            5,3                                           7



                         Nenhum              Pouco               Médio   Alto



Brasil e aborto

Em termos de Brasil calcula-se, na atualidade, que sejam praticados 2,5 milhões de
abortos por ano, o que equivaleria a um total de 6850 abortos por dia, 285 por hora e
5 por minuto. Esse valor adquire grande significado para o campo da saúde quando
se observa as complicações mais frequentes, tais como: infecção pélvica,
hemorragia e choque séptico. Deve-se considerar igualmente que o aborto
provocado pode afetar a mulher e as gestações subsequentes (prematuridade,
gravidez ectópica, abortamento espontâneo, baixo peso ao nascer). Com a repetição


                                                                                  45
do número de abortos praticados os riscos se acentuam, trazendo não só
implicações de ordem orgânica, mas também social, econômica e psíquica.




                                                                          46
5.15 PERGUNTA 14: Você concorda com a afirmação: “O aborto é um crime”



                          Sim           Não               Total
Homens                     79            53                132
%                         59,8          40,2              100,0
Mulheres                  114            54                168
%                         67,9          32,1              100,0
Total                     193           107                300
%                         64,3          35,7              100,0




                                 O aborto é um crime?
                                     Sim                 Não
                                           67,9
                                                                  64,3
                       59,8
 % dos entrevistados




                              40,2
                                                                         35,7
                                                  32,1




                       Homens              Mulheres                 Total




Foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados,
Projeto de Lei n. 20-A, de autoria do Deputado Eduardo Jorge, que pretende
regulamentar a prática do aborto legal no Brasil, determinando que toda a rede
pública de hospitais, atendam aquelas mulheres que desejarem realizar o aborto que
a lei permite.




                                                                                47
Vale salientar, mais uma vez, que o legislador brasileiro, entendeu proibir a prática
do aborto, considerando-o como um crime contra a vida, todavia, esse mesmo
legislador, excepcionou dois casos de aborto, nos quais se deixa de punir o agente,
quando houver risco de vida para a mãe, ou quando a gravidez for resultado de
estupro. Não custa esclarecer que o estupro é crime hediondo, previsto na lei
brasileira e consiste em constranger mulher, à conjunção carnal, mediante violência
ou grave ameaça.



                                  O que diz a Lei?

                                     A Lei Atual

 A Interrupção Voluntária da Gravidez (aborto) é regulamentada pelos Artigos 140º
Aborto, 141º Aborto agravado e 142º Interrupção da gravidez não punível do Código
                                 Penal Português.


                                  Art. 140º Aborto

     1. Quem, por qualquer meio e sem consentimento da mulher grávida, a fizer
                   abortar, é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.


     2. Quem, por qualquer meio e com consentimento da mulher grávida, a fizer
                     abortar, é punido com pena de prisão até 3 anos.


    3. A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou
       que, por fato próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão
                                        até 3 anos.



                             Art. 141º Aborto agravado

   1. A agravação é igualmente aplicável ao agente que se dedicar habitualmente à
        prática de aborto punível nos termos dos nºs 1 ou 2 do artigo anterior ou o
                              realizar com intenção lucrativa.

                                                                                   48
Art. 142º Interrupção da gravidez não punível

  1. Não é punível a interrupção da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua
     direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e
        com o consentimento da mulher grávida, quando, segundo o estado dos
                     conhecimentos e da experiência da medicina:



a. Constituir o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível
    lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;



b. Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão
para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, e for realizada
                     nas primeiras 12 semanas de gravidez;



  c. Houver seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer, de forma
  incurável, de grave doença ou malformação, e for realizada nas primeiras 16
                            semanas de gravidez; ou



d. Houver sérios indícios de que a gravidez resultou de crime contra a liberdade e
autodeterminação sexual, e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez.



    2. A verificação das circunstâncias que tornam não punível a interrupção da
        gravidez é certificada em atestado médico, escrito e assinado antes da
      intervenção por médico diferente daquele por quem, ou sob cuja direcção, a
                                interrupção é realizada.




                                                                                   49
5.16 PERGUNTA 15:

                       5.16.1: Mulher: No caso de uma gravidez indesejada, você abortaria?

      5.16.2: Homem: Você apoiaria sua parceira a fazer um aborto
indesejado?


                                Sim             Não             Total
Homens                           31             101              132
%                               23,5            76,5            100,0
Mulheres                         33             135              168
%                               19,6            80,4            100,0
Total                            64             236
%                               21,3            78,7




                                           Faria um aborto?
                                                  Sim        Não
 % dos entrevistados




                                                         80,4                  78,7
                                    76,5




                             23,5                                       21,3
                                                  19,6




                             Homens               Mulheres                Total




                                                                                             50
6.0 Anexos

Capacidade das células-tronco de se multiplicarem, reparando e formando diversos
tecidos do corpo, como os da própria pele, do cérebro, dos ossos, do coração e dos
músculos, torna essa pesquisa um importante avanço da medicina no tratamento de
doenças até hoje incuráveis, como câncer (a leucemia inclusive), lesões na coluna
(problemas de paralisia), danos cerebrais (traumas e doenças como os males de
Alzheimer e de Parkinson), tratamentos para doenças neurodegenerativas, danos no
coração entre outras.

Alguns métodos de coleta das células-tronco
não geram polemicas ético-religiosas, como a
coleta pelo cordão umbilical ou da medula
óssea do próprio paciente. A polêmica surge
quando se trata da retirada de células-tronco
de embriões, visto que isso implica a
destruição deles. Muitos argumentam que o
extermínio desses embriões é tão criminoso
quanto o aborto, uma vez que acaba com
uma forma de vida. Aliás, embriões e fetos
provenientes de abortos seriam fontes para a coleta desse material.

As células-tronco podem ser encontradas mais comumente em duas regiões do
corpo: na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, que permanece na
placenta após o nascimento do bebê. E elas podem ser uma alternativa, por
exemplo, para os casos de leucemia, em que o transplante de medula óssea nem
sempre pode ser realizado, embora seja um procedimento de sucesso. Já com o
sangue do cordão umbilical congelado, as células-tronco ficam disponíveis para
serem usadas em casos como esse durante, pelo menos, 15 anos após a coleta,
embora alguns estudos considerem a possibilidade de estocagem por até 50 anos.
Além dessa vantagem, nesse tipo de transplante não há risco de rejeição, uma vez
que as células provêm do próprio paciente.




                                                                               51
Aborto na imprensa mundial
Jornais de diversos países repercutiram o caso da menina de nove anos estuprada
que interrompeu a gravidez

  O caso do aborto a que foi submetida a menina brasileira de nove anos estuprada
pelo padrasto e grávida de gêmeos em Pernambuco não está provocando
discussões somente no País. Jornais de diversos países ao redor do mundo também
repercutiram.


É o caso do jornal italiano “Corriere della Sera”, que deu destaque para a
excomunhão de todos que participaram do processo do aborto pelo arcebispo de
Recife e Olinda, dom José Cardoso Sobrinho. Segundo o jornal, dom José, que não
tem autoridade para realizar excomunhões, “encontrou apoio no Vaticano.”


Segundo o padre Gianfranco Grieco, da sede do Conselho Pontifício para a Família,
entrevistado pelo jornal, “é muito, muito delicado, mas a Igreja nunca pode trair sua
missão, que é defender a vida desde a concepção até a morte natural, mesmo em
face de um drama humano tão forte como o da violência de uma criança.”


O impresso italiano também lembrou o outro caso semelhante, de uma menina de
11 anos em Iraí (RS), a 480 quilômetros de Porto Alegre, que está no sétimo mês de
gravidez e era violentada pelo padrasto.

O espanhol “El País” publicou uma matéria mais longa sobre o assunto, destacando
o confronto entre Estado e Igreja no caso. Segundo o jornal, “o episódio colocou o
Estado e a Igreja Católica em lados opostos, em um país onde os papéis de ambos
não costumam homogeneizar.”

O El País colocou, do lado do Estado, as declarações do ministro José Gomes
Temporão de quinta-feira, em que ele se diz abalado e chocado com o episódio. Do
lado da Igreja, o jornal reproduziu as declarações de dom José em defesa do direito
canônico.


Já o jornal norte-americano “The New York Times” falou menos do aspecto religioso

                                                                                  52
e deu destaque ao fato de que a gravidez representava um risco para a saúde da
menina.




No Brasil

O Brasil realizou no dia 08/10/2004 numa menina de 9 anos portadora de leucemia
linfóide aguda o primeiro transplante de medula óssea com cordão umbilical
coletado, congelado e disponibilizado no país. A informação foi divulgada por
autoridades médicas em Jaú, no interior paulista, onde o procedimento foi realizado.
O Ministério da Saúde anunciou a implantação no país da rede BrasilCord, um
banco de sangue público de cordões umbilicais

Com o sangue do cordão umbilical congelado, as células-tronco ficam disponíveis
para necessidades futuras, como no caso do surgimento de doenças, durante pelo
menos 15 anos após a coleta. Além dessa vantagem, não há risco de rejeição
quando essas células forem implantadas no paciente, uma vez que elas foram
retiradas dele mesmo.




Histórico


O Aborto na História.

A decisão de interromper a gravidez não é coisa de mulheres modernas,
 sobrecarregadas com as obrigações da maternidade, trabalho e estudos.
Aparentemente, desde que o mundo é mundo, as mulheres se vêem em situações
em que não desejam - ou não podem - levar uma gestação à frente. Já entre 2737 e
2696 a.C., o imperador chinês Shen Nung cita, em texto médico, a receita de um
 abortífero oral, provavelmente contendo mercúrio. Também não é novidade que
interesses políticos, econômicos e religiosos têm prevalecido, em relação ao direito
da mulher decidir sobre o próprio corpo. Da mesma forma que se quer proibir, hoje,
já se quis obrigar o aborto em diversos momentos da história.
                                                                                 53
Na antiga Grécia, o aborto era preconizado por Aristóteles como método eficaz
para limitar os nascimentos e manter estáveis as populações das cidades gregas.
 Por sua vez, Platão opinava que o aborto deveria ser obrigatório, por motivos
eugênicos, para as mulheres com mais de 40 anos e para preservar a pureza da
raça dos guerreiros.

 Sócrates aconselhava às parteiras, por sinal profissão de sua mãe, que
facilitassem o aborto às mulheres que assim o desejassem.

No livro História das Mulheres - A Antiguidade, Georges Duby e Michelle Perrot
afirmam que "se as mulheres desejavam limitar os partos, tinham de recorrer aos
 abortivos, cujas receitas são muito abundantes. O primeiro risco era,
portanto, o da ferida de um útero ainda imaturo devido à juventude das esposas
romanas; nesse caso os médicos recomendavam mesmo o aborto, inclusive por
meios cirúrgicos (sondas)".

É importante ressaltar que, mesmo nas sociedades em que o aborto não era
 tolerado, na antiguidade, não se via aí como o direito do feto, mas como
garantia de "propriedade do pai" sobre um potencial herdeiro.

Mesmo no Cristianismo, o aborto não foi, sempre, uma questão tratada como nos
dias de hoje, São Tomás de Aquino, com sua tese da animação tardia do feto,
contribuiu para que a posição da Igreja com relação à questão fosse bem mais
benevolente, naquela época.

Foi apenas em 1869 que a Igreja Católica declarou que a alma era parte do feto
desde a sua concepção, transformando o aborto em crime.

No século XIX, a prática de proibição do aborto passou a expandir-se com toda
força, por razões econômicas, já que a sua prática nas classes populares podia
representar uma diminuição na oferta de mão-de-obra, fundamental para garantir
a continuidade da revolução industrial. Essa política anti-aborto continuou forte na
 primeira metade do século XX, com exceção da União Soviética onde, com a
Revolução de 1917, o aborto deixou de ser considerado um crime. Mas, na maioria



                                                                                  54
dos países europeus, por causa das baixas sofridas na Primeira Guerra Mundial, o
aborto continuava não sendo tolerado.

Na verdade, com a ascensão do nazifacismo, as leis antiabortivas tornaram-se
 severíssimas nos países em que ele se instalou, com o lema de se criarem
 "filhos para a pátria". O aborto passou a ser punido com a pena de morte,
tornando-se crime contra a nação, a exemplo do que ocorreu em certo momento no
Império Romano.

Após a Segunda Guerra Mundial, as leis continuaram bastante restritivas até a
década de 60, com exceção dos países socialistas, dos países escandinavos e do
Japão (país que apresenta lei favorável ao aborto desde 1948, ainda na época da
ocupação americana).

Na década de 60, em muitos países, as mulheres passaram a se organizar em
grupos feministas que começaram a exercer uma pressão no sentido de permitir à
mulher a decisão de continuar ou não uma gravidez.

A primeira conquista histórica aconteceu nos Estados Unidos, já no começo dos
anos 70. "O julgamento do caso Roe x Wade (ROE v. WADE, 410 U.S. 113 [1973])
pela Suprema Corte Americana que determinou que leis contra o aborto violam um
direito constitucional à privacidade, que a interrupção da gestação no primeiro
trimestre apresenta poucos riscos à saúde materna e que a palavra 'pessoa' no
texto constitucional não se refere ao 'não nascido'”. Essas decisões liberaram a
prática do aborto na América.

Hoje em dia, 26% dos países não permitem o aborto legal, justamente os que
tem maior número de mulheres pobres e marginalizadas. No Brasil, existem leis
que garantem o direito ao aborto em casos especiais, mas sabemos que o processo
é tão longo que, muitas vezes, as mulheres desistem de esperar e acabam
recorrendo ao aborto clandestino.




                                                                              55
MÉDICO ABORTISTA RELATA SUA RADICAL CONVERSÃO PRÓ-VIDA

Eis o testemunho de um médico que realizou vários abortos na sua carreira e,
somente diante da morte de sua filha de 23 anos, caiu em si e admitiu o crime que
cometia. Sua filha morreu de infecção generalizada após ter tentado fazer um
aborto.

“Eu sou o único filho homem de uma família humilde do interior de Minas”. Com
sacrifício e união de todos, fui o único que teve a chance de estudar, pois minhas
irmãs não passaram do ensino médio. Mamãe, uma simples costureira, gastou os
seus olhos nas costuras que fazia até de madrugada para ajudar o meu pai. Papai
era um guarda noturno. Por isso vocês podem até imaginar o sacrifício que fizeram
para ter um filho médico!

Quando me formei, jurei a mim mesmo que jamais a necessidade bateria em nossa
porta novamente. Escolhi a ginecologia e obstetrícia, depois de anos de estudos.
Das maiores dificuldades enfrentadas como médico recém-formado, me deparei com
a realidade da minha profissão. Ia longe o tempo que os médicos ficavam ricos, e eu
queria mais, queria enriquecer ter dinheiro, e foi assim que violei o juramento que fiz
ao me formar: de dar a vida para salvar a vida. Inúmeras crianças eu ajudei a vir ao
mundo, mas também muitas delas eu não permiti que nascessem envolto na
respeitabilidade    de      médico.

Enriqueci escondido sob a faixa da vitalidade. Montei meu consultório eu em pouco
tempo se tornou o mais procurado da região. Sabe o que eu fazia? Aborto. E como
todos que cometem este crime, eu dizia a mim mesmo que todas as mulheres teriam
o direito da escolha, e que era melhor serem ajudadas por médico, com o qual não
corria risco de vida, do que procurarem as clínicas clandestinas, onde o índice de
morte e complicações é alarmante.

E foi assim, cego e desumano, meu ofício na medicina. Eu constituí família
abastardo muito rico, e nada faltou aos meus entes queridos. Meus pais morreram
com a ilusão que seu filho era um doutor bem sucedido, um vencedor. Criei minhas
duas filhas com o dinheiro manchado de sangue de inocentes; fui um dos mais


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desprezíveis humanos. Minhas mãos, que deveriam ser abençoadas para a vida,
trabalharam pela morte.

Eu só parei quando Deus, em sua sabedoria infinita, rasgou a minha consciência e
fez sangrar o meu coração; sangrar com o Mesmo sangue de todos os inocentes
que não deixei nascer. Letícia, a minha filha mais nova, no auge da vida deixou de
respirar. No seu atestado de óbito, a causa da morte: infecção generalizada. Letícia,
aos 23 anos de idade, engravidou e buscou o mesmo caminho de tantas outras que
me procuraram: o aborto. Só soube       disso quando         nada mais poderia ser
feito.
Ao lado do leito de morte da minha filha eu vi as lágrimas de todos os anjinhos que
eu matei! Enquanto ela esperava a morte, eu agonizava junto; foram seis dias de
sofrimento para que, no sétimo dia, ela descansasse e partisse ao encontro de seu
filhinho, filhinho este que o médico assassino como   eu, impediu de nascer.

Foi tempo suficiente para refletir, reflexão que veio apenas no início da manhã que
Letícia morreu. Exausto pelas noites em claro, adormeci ao lado de minha filha e
sonhei que eu andava por um lugar absolutamente escuro e o ar era quente e
úmido; eu queria respirar e não podia, queria fugir, mas, desesperado, fui jogado por
um lugar onde o barulho me deixava mais louco. Eram choros, choros doidos de
crianças. No meu pensamento, como se um raio me cortasse ao meio, veio um
entendimento: os choros eram de dor, eram lamentos dos anjinhos de que eu tirei a
vida. Era a triste conseqüência dos meus atos impensados.
Os choros aumentava: Assassino! Assassino! Alucinado para sair daquele lugar, eu
passei a mão no rosto para secar o meu suor e as minhas mãos se mancharam de
sangue! Aterrorizado ao fazer aquela constatação, gritei com a força que me restava
nos pulmões; o meu grito era um pedido de perdão: Deus me perdoe! Somente
assim eu consegui voltar a respirar normalmente e, no sobressalto, eu acordei.
Acordei em tempo de acolher o último suspiro de vida de minha filha Letícia que
morreu na manhã do dia 3 de março de 1989. Sua vida ceifada pela inconseqüência
de um médico, por infecção provocada por      um aborto.

Eu sei que, através daquele sonho, Deus me levou para um lugar onde os anjinhos
ficam quando são barbaramente impedidos de nascer. Eu entendi que, a partir do

                                                                                  57
momento da fecundação do óvulo, existe vida, donde se conclui que eu sou um
assassino. Só não sei se um dia Deus vai me perdoar.

Mas para amenizar a minha culpa, a minha dor, eu fechei meu consultório, vendi
todos os bens que conseguira na vida com a prática do aborto e, com o dinheiro,
montei uma casa de amparo às mães solteiras. E me dedico hoje, gratuitamente, a
fazer uma medicina de verdade. Hoje sou médico de carentes, de desamparados,
desvalidos. As crianças que vêm ao mundo hoje, através das minhas mãos, são
filhos que adotei e sei que tenho uma única missão: trazer vida ao mundo e dar
condição para que as crianças tenham um lar feliz   onde o       pai    é      Jesus.
Rezem por mim, rezem por mim, rezem para que Deus tenha piedade de mim e me
perdoe, porque eu tenho certeza que não fugirei do juízo final" (Transcrito de
NITEROI CATÕLICO, março de 2001, pág. 10)


Eu fui abortada!

Depoimento de uma sobrevivente ao aborto




                      É sabido que "um dos problemas" dos abortos é que por
                      vezes o bebê nasce vivo e tem de ser morto cá fora — muitas
                      vezes sufocado na placenta ou, então, deitado para o lixo --
                      assim mesmo.

                      Contudo, há casos em que o bebê não só nasceu vivo como
                      sobreviveu. O que se segue é o testemunho de uma menina
que sobreviveu ao aborto. Este depoimento foi feito perante Constitution
Subcommittee of the House Judiciary Committee, em 22 de Abril de 1996.

"O meu nome é Gianna Jessen e tenho 19 anos. Nasci na Califórnia, mas
atualmente vivo no Tennessee.

Fui adotada e tenho paralisia cerebral. A minha mãe verdadeira tinha 17 anos e
estava grávida de sete meses e meio quando decidiu fazer um aborto por solução
salina (1). Eu sou a pessoa que ela abortou. Mas em vez de morrer sobrevivi.
                                                                                  58
Felizmente para mim, o abortador não estava na clínica quando eu nasci com vida,
pelas 6 horas da madrugada de 6 de Abril de 1977. Eu fui precoce: a minha morte
não estava prevista para antes das 9 horas, altura em que o abortador deveria
começar a trabalhar. Tenho a certeza que não estaria aqui hoje no caso de o
abortador estar na clínica, uma vez que o seu trabalho é matar: não é salvar.
Algumas pessoas disseram que eu sou um aborto de carniceiro, um aborto falhado.

Houve muitas pessoas que presenciaram o meu nascimento: a minha mãe e outras
raparigas novas que estavam na clínica à espera que os seus bebês morram.
Disseram-me que isto foi um momento de histeria. Próximo estava uma enfermeira
que aparentemente chamou a emergência médica e eles transferiram-me para um
hospital.

Ali fiquei, mais ou menos, três meses. No princípio não havia muita esperança, pois
eu pesava somente 900g. Hoje, já sobreviveram bebês menores do que eu.

Uma vez um médico disse-me que eu tinha um grande desejo de viver e que eu
lutava pela minha vida. Acabei por sobreviver e sair do hospital sendo entregue a
uma ama. A minha paralisia cerebral foi atribuída ao aborto.

Disseram à minha ama que era muito duvidoso que eu chegasse a gatinhar ou
andar. Na altura eu não me conseguia sentar sem ajuda. Graças às orações e à
dedicação da minha ama e, mais tarde, de muitas outras pessoas, acabei por
aprender a sentar-me sozinha, a gatinhar e a ficar de pé. Comecei a andar com
muletas pouco antes dos 4 anos. Fui legalmente adotada pela filha da minha ama,
Diana De Paul, alguns meses depois de começar a andar. O Department of Social
Services não me permitia ser adotada antes disso.

Continuei a fisioterapia por causa da minha deficiência e, depois de quatro
intervenções cirúrgicas, posso agora andar sem ajuda. Nem sempre é fácil. Algumas
vezes caio, embora depois de cair durante 19 anos tenha aprendido a cair
graciosamente.

Estou contente por estar viva. Quase morri. Todos os dias agradeço a vida a Deus.
Eu não me considero um subproduto da concepção, uma massa de tecidos, ou

                                                                                59
qualquer dos títulos que se dão às crianças que ainda não nasceram. Eu não
considero que as pessoas concebidas sejam alguma dessas coisas.

Conheci outras pessoas que sobreviveram a um aborto. Todas estão reconhecidas à
vida. Há alguns meses atrás, conheci outra menina que sobreviveu a um aborto por
solução salina. Chama-se Sara. Tem dois anos e tem também paralisia cerebral,
mas o seu diagnóstico é reservado. Ela é cega e tem muitas cicatrizes. O abortador,
além de injetar a solução no útero da mãe injeta também o bebê. A Sara foi injetada
na cabeça. Eu pude ver em que parte da cabeça isto lhe foi feito. Quando falo, faço-
o não somente por mim, mas por todos os outros sobreviventes, como a Sara, e por
aqueles que ainda não podem falar...

Hoje, um bebê só é bebê quando vem na altura certa. Quando a altura não é certa, é
um monte de tecidos ou outra coisa qualquer. Um bebê é um bebê quando um
aborto espontâneo ocorre aos 2, 3 ou 4 meses. Um bebê é tecido ou massa de
células quando o aborto é provocado aos 2, 3 ou 4 meses. Porque é isto assim? Eu
não vejo diferença nenhuma. Que diferença vêem os senhores? Muitos fecham os
olhos...

Para defender a vida a melhor coisa que eu lhes posso mostrar é a minha vida. É
um grande dom. Matar não é a solução para nenhum problema ou situação.
Mostrem-me que matar é solução.

Há uma citação no topo de um dos edifícios do Capitólio que diz: "Aquilo que é
moralmente errado não pode ser politicamente correto". O aborto é moralmente
errado. O nosso país está a verter o sangue de inocentes. A América está a matar o
seu futuro.

Toda a vida tem valor. Toda a vida é um dom do nosso Criador. Temos de receber e
cuidar os dons que nos foram dados. Temos de honrar o direito à vida.

   (1) Neste tipo de abortos, o médico tira parte do liquido amniótico com uma
       agulha e substitui-o por uma solução salina. O mecanismo que provoca a
       morte é um envenenamento agudo que provoca vaso-dilatação, edema,
       congestão, hemorragias, choque e morte.

                                                                                 60
Lateralmente, a solução queima a pele, os pulmões e os olhos e a criança ao
       nascer parece ter sido bombardeada com napalm. A morte é lenta e dolorosa.
       Quando, por erro do abortador, a solução é injetada na mãe, as dores são de
       forma horrível que ninguém a consegue segurar e os seus gritos são
       pavorosos.




Depoimentos

"Lembro de uma mulher falando alto: 'Não grita! Não grita!'

Eu tinha 18 anos e um corpinho lindo, sobrancelhas grandes, cabelos compridos e
escuros. Começava minha carreira de cantora no rádio. Na minha primeira relação
sexual fiquei grávida. Não podia contar para ninguém. Meus pais sempre foram
muito severos e naquela época era uma perversão ter relação sexual sem se casar.
Contei para uma amiga, uma vizinha. Ela soube de um local onde uma mulher fazia
aborto. Ela não era médica. Numa sala pequena, sem anestesia, sem medicamento
nenhum, fez a curetagem. A dor era tão intensa que ameacei gritar. Jamais vou
esquecer-me daquela voz falando em tom alto e áspero para eu calar a boca. Voltei
para casa e tive hemorragia por vários dias. Acabei em um hospital. Estava muito
doente. Minha família nunca soube disso e foi ruim ter de esconder. Para ser mãe a
gente tem de desejar ter um filho. Ele tem direito à vida, é verdade. Mas com amor
dos pais, com condições para crescer com saúde e boa educação. Quem vai
garantir isso? Um Estado falido, miserável e hipócrita? A Igreja? Nem pensar. Sou
católica e até hoje não me arrependo do que fiz. Hoje tenho o Marcelo, a melhor
coisa que me aconteceu. Estava casada e preparada para ter um filho. Sinto-me
muito feliz."

Hebe Camargo, 68 anos, apresentadora de TV




                                                                               61
"O médico disse: 'Só vou fazer o aborto porque é um direito seu."

Era um senhor de meia-idade, simpático, que me explicou que não fazia aquilo por
dinheiro. Defendia o direito de a mulher abortar sem correr riscos. Não gostaria de
entregar meu corpo a um aborteiro profissional. Eu nunca entrara numa sala de
cirurgia. Tinha 20 anos e fazia cursinho. Namorava havia dois anos e estudava muito
para entrar na USP. Minha primeira reação quando soube que estava grávida foi
ficar feliz. Mas nós não tínhamos condições financeiras. Foi uma decisão tranqüila.
Eu não estava pronta para ser mãe. Mas sou louca por ter um filho."

Renata Vicentini Mielle, 25 anos, estudante da USP




"Não podia querer aquele filho. Não era fruto do amor, mas de um estupro."

Era verão de 1987, eu passava férias em Salvador. Numa noite, quando voltava
sozinha para o hotel, um homem bêbado me agarrou, tirou minhas roupas à força e
me estuprou. Ninguém ouviu meus gritos. Nem o meu choro. No dia seguinte, voltei
para Belo Horizonte. Aquele monstro me engravidou. Eu tinha 24 anos, era
divorciada e mãe de um filho de 3 anos. Fui para uma clínica no Rio de Janeiro. A
única sensação que tive foi de alívio. A decisão foi madura, mas fiquei muito tempo
em conflito porque, afinal, eu tinha um filho e tive uma formação católica."

Myriam Marques, 34 anos, enfermeira




"Resolvemos sair do país depois do golpe de 64. Não podíamos levar um bebê."

Eu fazia filosofia na USP, era recém-casada, tinha 22 anos e descobri que estava
com dois meses de gravidez. Um médico famoso me indicou o consultório de uma
médica amiga. Fui sozinha achando que não haveria problema nenhum. Meu marido
tinha outro compromisso. Passei mal durante a curetagem, feita sem anestesia. A
dor era forte demais e eu desmaiei. Depois de algumas horas em repouso, fui
andando para casa. No caminho, vomitei e quase desmaiei outra vez. Pessoas

                                                                                62
estranhas me ajudaram. Foi horrível. Dois dias depois, estava num hospital, com
hemorragia intensa. Descobri que não era tão forte para encarar tudo sozinha."

Clarice Herzog, 55 anos, publicitária




"Já tinha três filhos e usava Diu. Não podia ter uma quarta criança."

Conversei com meu marido e chegamos à conclusão de que o aborto seria a melhor
coisa a fazer. Procurei meu médico e ele indicou um outro. Foi muito rápido, e,
quando acordei, tudo tinha acabado. Depois disso, voltei ao meu ginecologista. Ele
me examinou e estava tudo bem. A decisão foi difícil, pesou-me por um tempo.
Como eu tinha outros filhos, pensava muito nisso. Mas eu tinha certeza de que
queria ter somente três filhos. Além disso, não me senti culpada porque eu me
protegia com o DIU. Acho que a mulher tem plenas condições de decidir o que é
melhor para ela."

Pinky Wainer, 42 anos, artista plástica




"Eu era contra o aborto. Até que descobri que meu filho iria nascer muito doente."

Os exames de ultra-sonografia mostraram que o feto tinha síndrome de Turner,
disfunção cromossômica que lhe garantiria sobrevida de apenas alguns dias.
Quando soube, minha primeira reação foi tê-lo assim mesmo. Durante duas
semanas minha vida virou do avesso. A certa altura vi que, para protegê-lo, estava
sendo egoísta. Não havia motivo para prolongar o sofrimento daquele feto. Fiz o
aborto com autorização judicial. A sensação de estar fazendo um aborto dentro da
lei muda tudo. Mesmo arrasada, senti-me amparada, protegida.

Desirèe Zanelato, 30 anos, biomédica




                                                                                     63
Diário de uma criança por nascer




5 de outubro

Hoje começou minha vida. Meus pais ainda não sabem disso, mas já existo. E vou
ser menina. Terei cabelos louros e olhos azuis. Quase tudo já está fixado, até
mesmo que irei gostar muito de flores.

19 de outubro

Alguns afirmam que não sou ainda uma pessoa real, que apenas minha mãe existe.
Mas sou uma pessoa real, assim como uma migalhinha de pão ainda é realmente
pão. Minha mãe é. E eu também sou.

23 de outubro

Minha boca está começando agora a se abrir. Imagine só, dentro de cerca de um
ano estarei sorrindo e, depois, falando. Sei qual será minha primeira palavra:
MAMÃE.

25 de outubro

Meu coração começou hoje a bater por si mesmo. De agora em diante vai bater
suavemente pelo resto de minha vida, sem jamais parar para descansar! E, depois
de muitos anos, ele se cansará. Parará, e então morrerei.

2 de novembro

Estou crescendo um pouco a cada dia. Meus braços e minhas pernas começam a
tomar forma. Mas tenho de esperar ainda bastante tempo antes de estas perninha;
me erguerem até os braços da mamãe, antes que estes bracinhos possam colher
flores e abraçar o papai.




                                                                             64
12 de novembro

Pequeninos dedos começam a formar-se em minhas mãos. É engraçado como são
pequeninos! Poderei tocar com eles nos cabelos de mamãe.

20 de novembro

Foi somente hoje que o médico contou à mamãe que estou vivendo aqui, sob o
coração dela. Oh, quão feliz ela deve estar! Sente-se feliz, mamãe?

25 de novembro

Mamãe e papai devem estar provavelmente pensando num nome para mim. Mas
eles nem sequer sabem que sou uma menininha. Desejo que me chamem de
Mariazinha. Já estou ficando tão grandinha!

10 de dezembro

Meus cabelos estão crescendo. São macios, claros e brilhantes. Fico imaginando
que tipo de cabelos mamãe tem.

13 de dezembro

Estou quase prestes a poder ver. Tudo é escuro em volta de mim. Quando mamãe
me trouxer ao mundo, ele será cheio de sol e de flores. Mas o que mais desejo é ver
minha mamãe. Qual é sua aparência, mãezinha?

24 de dezembro

Fico imaginando se mamãe ouve o sussurro do meu coração. Algumas crianças
chegam ao mundo um pouco doentes. Meu coração é forte e saudável. Ele bate tão
ritmicamente: toc-toc, toc-toc. A senhora terá uma filhinha saudável, mãezinha!

28 de dezembro

Hoje minha mãe me matou



                                                                                  65
7.0 Infografia

http://www.webciencia.com/01_aborto.htm

http://providafamilia.org/doc.php?topic=top56799(+informações)

http://www.aborto.com.br/religiao/index.htm

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EDG77046-5856,00.html

http://www.aborto.com.br/




                                                                       66

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  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Julio Mesquita Filho” CTI - Colégio Técnico Industrial Prof. Isaac Portal Roldán Trabalho de Estatística, L.I.A. e Redação Aborto
  • 2. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Julio Mesquita Filho” CTI - Colégio Técnico Industrial Prof. Isaac Portal Roldán Trabalho de Estatística, L.I.A. e Redação Aborto Turma: 71A/81A 2
  • 3. Camila Correa da Silva Braga de Melo nº08 Caroline Jean Romero da Silva nº09 Jéssica Tiemi Yamada Terada nº17 Lucas Bamonte Corrêa nº22 Rodrigo Cintra Caversan nº29 Bauru - 2009 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Julio Mesquita Filho” CTI - Colégio Técnico Industrial Prof. Isaac Portal Roldán BANCA EXAMINADORA 3
  • 4. Porf. Rodrigo F. de Carvalho Profª Maria Regina M. de Oliveira Profª Silmara Cavalheri N. Sanches 4
  • 5. "O que você deixa para trás não é o que é gravado em monumentos de pedra, mas o que é tecido nas vidas de outros." Péricles Agradecimentos • Nivaldo Cecílio Junior Professor de estudo bíblico que nos ajudou na coleta de dados. • André Palestrante, por disponibilizar o vídeo sobre o aborto. • Profª Silmara Cavalheri N. Sanches Professora de estatística que nos ajudou nas tabelas e examinou nosso trabalho • Porf. Rodrigo F. de Carvalho Professor de Laboratório de Informática Aplicada que nos ajudou nos gráficos, tabulação no Excel e Power Point. • Profª Maria Regina M. de Oliveira Professora de Redação que nos ajudou nos textos, blog e na elaboração dos questionários. 5
  • 6. Índice 1.0 Introdução.............................................................................................................................7 Texto 1: ABORTO E TRAUMATISMOS PSICOLÓGICOS................................................7 Texto 2: Complicações imediatas do aborto, segundo o método empregado.......................12 A - Método da Aspiração......................................................................................................12 1. Laceração do colo uterino provocada pelo uso de dilatadores......................................12 2. Perfuração do útero.......................................................................................................13 3. Hemorragias uterinas....................................................................................................13 4. Endometrite (inflamação) pós-aborto (infecção uterina secundária, decorrente do aborto)...............................................................................................................................13 5. Evacuação incompleta da cavidade uterina. Necessidade de prolongar a sucção e de fazer uma curetagem imediata..........................................................................................14 B. A chamada Extração Menstrual.......................................................................................14 C. Método das Laminárias....................................................................................................14 D. Solução Hipertônica Salina (Gravidez de 12 a 20 semanas)............................................15 E. Histerectomia (extração total do útero) ...........................................................................15 Complicações tardias do aborto................................................................................................16 Texto 3: A voz da Justiça não cala a das ruas.......................................................................16 1.1 Justificativa.....................................................................................................................18 2.0 Objetivos.............................................................................................................................19 2.1 Objetivos gerais:.............................................................................................................19 2.2 Objetivos Específicos:.....................................................................................................19 3.0 População............................................................................................................................20 4.0 Amostra...............................................................................................................................20 5.0 Dados coletados..................................................................................................................21 5.1 Fórmulas..........................................................................................................................23 5.2 PERGUNTAS 1: Idades..................................................................................................24 5.3 PERGUNTA 2: Sexo......................................................................................................27 5.4 PERGUNTA 3: Qual é sua classe social?.......................................................................28 5.5 PERGUNTA 8: O conhecimento adquirido sobre o aborto deu-se por qual/is meio/s?. 30 5.6 PERGUNTA 4: Qual é a sua religião?............................................................................31 5.7 PERGUNTA 10: A sua religião influencia na sua opinião sobre o aborto? Se sim em que aspecto?..........................................................................................................................32 5.8 PERGUNTA 11: Você conheceu alguém que já abortou?.............................................34 5.8.1: Se sim, quem?.......................................................................................................34 5.9 PERGUNTA 5: Tem algum conhecimento sobre o aborto?...........................................37 6
  • 7. Aborto espontâneo................................................................................................................37 Aborto provocado.................................................................................................................38 5.10 PERGUNTA 6: Conhece as consequências psicológicas que o aborto trás?...............39 5.11 PERGUNTA 7: Sabe quais as consequências físicas e biológicas que o aborto trás? ...............................................................................................................................................41 5.12 PERGUNTA 9: Sobre o aborto você é:.......................................................................43 5.13 PERGUNTA 12: O aborto para você é:.......................................................................44 5.14 PERGUNTA 13: Qual é seu nível de conhecimento sobre o aborto no Brasil?...........45 5.15 PERGUNTA 14: Você concorda com a afirmação: “O aborto é um crime” ..............47 5.16 PERGUNTA 15:...........................................................................................................50 5.16.1: Mulher: No caso de uma gravidez indesejada, você abortaria?............................50 5.16.2: Homem: Você apoiaria sua parceira a fazer um aborto indesejado?....................50 6.0 Anexos................................................................................................................................51 7.0 Infografia.............................................................................................................................66 1.0 Introdução Texto 1: ABORTO E TRAUMATISMOS PSICOLÓGICOS Publicamos, a seguir, o artigo sobre as conseqüências psicológicas do aborto, da autoria do Dr. L. Clemente de S. Pereira Rolim, especialista em Clínica Médica pela AMB e pós-graduando da Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, UNIFESP-EPM. As observações do Dr. Pereira Rolim são de grande atualidade, pois dissipam graves ilusões relativas ao "aborto como solução". A experiência de numerosas mulheres que cometeram aborto, ensina que ele fere não somente a criança, mas também a mãe - e quiçá para o resto da vida -, provocando remorso por um ato cometido como pretenso alívio de uma situação indesejada. 7
  • 8. INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ E SEQÜELAS PSICOLÓGICAS Às vezes, pretende-se justificar o aborto como a única saída para situações angustiantes que uma gravidez não desejada pode trazer. Há inclusive alguns países que admitem a angústia da mulher como: indicação para abortar. No entanto, a pior angústia vem depois do aborto. Esta é a conclusão a que chegou a Dra. Mary Simon, psicóloga da Clínica Ginecológica Universitária de Würzburg (ALEMANHA), em uma pesquisa publicada na conceituada revista DEUTSCHE TAGESPOST (4- VII-92). É interessante constatar que os transtornos psicológicos causados pelo aborto são poucas vezes mencionados na literatura médica especializada. Daí a razão deste artigo que, sem se ater a considerações morais ou éticas e sem chutometrias, visa a mostrar a realidade crua dos fatos. Os dados que são apresentados a seguir, foram todos obtidos de países onde o aborto é legal há mais de trinta anos e realizado nas melhores condições de higiene e assepsia, como é o caso da Inglaterra, da Checoslováquia, do Japão, da Alemanha e dos Estados Unidos. Além da referência supra citada, remetemos o leitor aos artigos relacionados na bibliografia. TRANSTORNOS PSÍQUICOS Basicamente, três tipos de fenômenos psíquicos ocorrem nas mulheres que fazem aborto: Sentimentos de remorso e culpa (60% das mulheres); Oscilações de ânimo e depressões (30 a 40%); Choro imotivado, medos e pesadelos (35%). Quanto ao sentimento de culpa, já tentaram atribui-lo a crenças 8
  • 9. religiosas. Certamente, há sentimentos de culpabilidade originados por convicções religiosas, mas a maior parte destes sentimentos posteriores ao aborto têm muito pouco que ver com a crença religiosa. O aborto viola algo de muito profundo na natureza da mulher. Ela é naturalmente a origem da vida e é normal que a mulher grávida esteja consciente de que cresce uma criança dentro dela. A mulher que aborta voluntariamente, sabe que matou o seu filho. Não é, pois, de admirar o aparecimento de sentimentos de culpa, de autocensura e de estados depressivos. Um psiquiatra sensato disse uma vez que é mais fácil tirar a criança do útero da mãe, do que fazê-la desaparecer do seu pensamento. Inclusive em países de cultura não cristã, como o Japão (onde o aborto livre é legal há 42 anos), há estudos de grande amplitude, mostrando que 73% das mulheres que praticaram o aborto se sentiam "angustiadas" com o que tinham feito. Porém, voltando ao trabalho da Dra. M. Simon, o que mais chama a atenção, não são as seqüelas psíquicas que ocorrem pós aborto, mas sim os mecanismos que as mulheres desenvolvem para se libertarem dos seus complexos de culpa. Novamente três tipos de mecanismos ocorrem: repressão, projeção e confrontação. Vejamos cada um deles em particular. Repressão A Dra. Simon explica que 61% das mulheres que entrevistou, evitam pensar no aborto e reprimem estes pensamentos, desenvolvendo então sintomas de origem psíquica (psicossomáticos): dores de cabeça, vertigens, tonturas e cólicas abdominais. Este fenômeno também é muito conhecido na medicina como somatização. É um dado significativo: em 70% das mulheres surgem pensamentos de como seriam as coisas se a criança abortada vivesse agora, e 52% delas se incomodam ao verem mulheres grávidas, porque lhes recordam seus próprios filhos abortados. Projeção 9
  • 10. Aqui as mulheres projetam para outros a responsabilidade do próprio aborto. Em geral, são mulheres instáveis psiquicamente, mas, sobretudo, dependentes economicamente do pai da criança. Cedem à pressão do marido, do parceiro ou mesmo do ambiente, e abortam. Posteriormente, quando culpam o marido pelo aborto, aparecem verdadeiras neuroses sexuais: sentimentos de ódio, frigidez e depressões caracterizam a convivência matrimonial-sexual de inúmeros casais que fizeram o aborto. Estatísticas recentes comprovam que, só nos Estados Unidos, 50% dos casais que fizeram aborto se separaram após o mesmo. Muitas mulheres também acusam os médicos de não as ter informado o suficiente sobre as possíveis conseqüências psíquicas do aborto. Se soubessem, antes de abortar, dos riscos para sua saúde física e psíquica, não o teriam feito. No total, 45% das mulheres voltariam atrás se pudessem, pois consideraram sua anterior decisão de abortar prejudicial e equivocada. Era freqüente, no questionário formulado pela Dra. Simon, ler respostas do tipo: "atribuo aos que me rodeavam uma grande parte de culpa na minha decisão de abortar" ou "o pai da criança não a queria"; uma das pacientes declarou entre lágrimas: "os médicos decidiram sem contar comigo; assustaram-me, dizendo que a criança poderia nascer malformada. Se eu estivesse outra vez na mesma situação, levaria adiante a gravidez, mesmo que meu filho fosse um débil mental. É carne da minha carne e sangue do meu sangue: eu o amaria". Confrontação O terceiro e menor grupo de mulheres entrevistadas tenta recuperar seu equilíbrio psíquico, enfrentando conscientemente o fato do aborto, e conversam francamente com pessoas de sua confiança (abrem-se com uma amiga, a mãe, um psicólogo ou um médico), porém nunca com o médico que realizou o aborto. Em geral, tentam, primeiro, reconhecer sua culpa; não a reprimem nem a projetam sobre outros, e tampouco procuram justificar-se. 10
  • 11. Depois, arrependem-se do que fizeram sentindo dor e tristeza pelo filho morto. CONCLUSÕES Os fatos comprovam que o aborto não é uma solução para dificuldades psicossociais. Pelo contrário, após o aborto persiste a crise e se acrescenta o risco de novas e mais graves conseqüências psíquicas. Uma mulher que, em geral, reage emocionalmente de forma instável quando submetida a situações estressantes, responderá à tensão psicológica do aborto com anomalias psíquicas ainda mais fortes. Por isso, as adolescentes são mais propensas a desenvolverem seqüelas psicológicas após um aborto. A envergadura da ruína psíquica que sobrevêm após o aborto, é muito maior do que se pensava antes. Portanto, pergunta-se: aqueles que defendem ou indicam o aborto, têm consciência do que realmente estão causando à mulher? Em todo o mundo, como conseqüência do grande número de abortos que se praticam, está aparecendo um exército de mulheres com graves neuroses pós-aborto. Os países desenvolvidos começam a repensar suas leis abortistas. Para citar um exemplo, transcrevo a seguir parte de um manifesto assinado por 35 personalidades americanas (o governador da Pensilvânia, Robert Casey; o médico da Universidade de Chicago, Prof. Leon R. Kass e inúmeros políticos e líderes religiosos das mais distintas confissões), publicado na revista FIRST THINGS (NEW YORK, NOVEMBERl92): "...Após vinte anos de aborto sem restrições na sociedade americana, constata-se que a mortalidade infantil continua sendo uma das mais altas dos países industrializados; continua a haver cada vez mais casos de maus tratos às crianças (e mais graves); continuam os abortos clandestinos... O aborto livre não satisfez a nenhuma verdadeira necessidade das mulheres, nem lhes devolveu a dignidade. De fato, produziu exatamente o contrário: estimulou a irresponsabilidade dos homens e 11
  • 12. jovens, que encontram no aborto uma escusa fácil para fugir de suas obrigações; aumentou enormemente a exploração das mulheres pela indústria do aborto... A licença para abortar não proporcionou liberdade nem segurança às mulheres..." Como médico, sinto-me no dever de alertar as mulheres que pensam em abortar (principalmente as adolescentes) e também a todos os colegas que atendem a estas pacientes, lembrando umas palavras da Dra. M. Simon: "O aborto não somente aniquila uma vida humana ainda não nascida, mas também arruina a psique da mulher." Texto 2: Complicações imediatas do aborto, segundo o método empregado. A - Método da Aspiração 1. Laceração do colo uterino provocada pelo uso de dilatadores. Conseqüências: - insuficiência do colo uterino, favorecendo abortos sucessivos no primeiro e no segundo trimestre (10% das pacientes); - partos prematuros, na 20ª ou 30ª semana de gestação. 12
  • 13. 2. Perfuração do útero Acontece quando é usada a colher de curetagem ou o aspirador; mais frequentemente, através do histerômetro (instrumento que mede a cavidade uterina). O útero grávido é muito frágil e fino; pode ser perfurado sem que o cirurgião se dê conta. É uma complicação muito séria. Conseqüências: - infecção e obstrução das trompas, provocando esterilidade; - intervenção para estancar a hemorragia produzida; - perigo de lesão no intestino, na bexiga ou nas trompas; - a artéria do útero, nesses casos, frequentemente, é atingida, criando a necessidade de histerectomia (extirpação do útero), se não for possível estancar a hemorragia. 3. Hemorragias uterinas Perda de sangue ou fortes hemorragias causadas pela falta de contração do músculo uterino. As perdas de sangue são mais intensas se a gravidez for avançada. Essas perdas são de 200 ml na 10ª semana de gravidez, 350 na 12ª, 450 na 13ª semana... Conseqüências: - necessidade de transfusão de sangue; - ablação do útero, se a hemorragia não for estancada. 4. Endometrite (inflamação) pós-aborto (infecção uterina secundária, decorrente do aborto). Apesar dos antibióticos administrados antes do aborto; há grande incidência de infecções e obstrução de trompas. 13
  • 14. Conseqüências: - esterilidade - Gravidez ectópica (fora do lugar apropriado). 5. Evacuação incompleta da cavidade uterina. Necessidade de prolongar a sucção e de fazer uma curetagem imediata. Danos e conseqüências: - possibilidade de extração do endométrio (mucosa uterina); - formação de aderências no interior do útero e, como conseqüência, esterilidade, frequentemente amenorréia (ausência de menstruação); - possibilidade de placenta prévia na gravidez seguinte, criando a necessidade de cesariana. B. A chamada Extração Menstrual É possível que a paciente não esteja grávida. Pode ocorrer uma extração incompleta (o ovo frequentemente não é extraído, tornando necessária uma curetagem). C. Método das Laminárias (tampão esterilizado feito de algas marinhas) Pode ocorrer que fique preso tornando-se necessária uma histerectomia (extração do útero). Conseqüências: - infecções graves por causa da presença de corpo estranho 14
  • 15. - as mesmas da histerectomia. D. Solução Hipertônica Salina (Gravidez de 12 a 20 semanas) Complicações muito sérias: - retenção da placenta e hemorragia (50% necessitam de curetagem). As mesmas complicações que uma curetagem pode produzir, com o agravante de uma possível perfuração do útero e da formação de aderências; - infecção e endometrite (inflamação da mucosa do útero); - hemorragia; - coagulopatia e hemorragia abundante; - intoxicação por retenção de água; efeitos secundários do soro salino e da pituita que podem causar falhas de funcionamento do coração e morte; - perigo de entrada de solução salina na corrente sanguínea da mãe com efeitos mortais; - possibilidade de gravidez mais avançada do que a informada pela mãe e, na ausência de um exame sério, poderia abortar uma criança de 2 quilos ou 2 quilos e meio. Esse tipo de aborto apresenta um perigo dez vezes superior à curetagem. A mortalidade vai de 4 a 22 por mil. As razões do aborto denominado terapêutico são uma contra-indicação para o aborto através de solução salina. E. Histerectomia (extração total do útero) Complicações: Os mesmos perigos e complicações de toda cirurgia intra-abdominal: hemorragia, infecção, peritonite, lesões da bexiga e dos ureteres. Complicações variadas em 38 a 61 por mil. 15
  • 16. Complicações tardias do aborto 1 - Insuficiência ou incapacidade do colo uterino. 2 - Aumento da taxa de nascimentos por cesariana (para permitir que o bebê consiga viver mesmo que prematuro). 3 - Danos causados às trompas por possível infecção pós-aborto, causando infertilidade (em 18 % das pacientes). Maior número de complicações em mulheres grávidas que anteriormente provocaram aborto (67,5% entre as que abortaram e 13,4 entre as que não abortaram). Dentre todas as complicações, a mais grave é a hemorragia, que transforma a nova gravidez em gravidez de alto risco. 4 - O aborto pode provocar complicações placentárias novas (placenta prévia), tornando necessária uma cesariana, para salvar a vida da mãe e da criança. 5 - O aborto criou novas enfermidades: síndrome de ASHERMAN e complicações tardias, que poderão provocar necessidade de cesariana ou de histerectomia. 6 - Isoimunização em pacientes Rh negativo. Aumento, conseqüentemente, do número de gravidez de alto risco. 7 - Partos complicados. Aumento do percentual de abortos espontâneos nas pacientes que já abortaram. Texto 3: A voz da Justiça não cala a das ruas Não há decisão jurídica, por mais douta, nobre e competente, capaz de colocar para dormir as controvérsias levantadas pela questão do aborto. A melhor evidência disso é a inquietação que sobreveio à decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, de 22 de janeiro de 1973, que tirou do estado o direito de opinar sobre a decisão de uma mulher de abortar até o fim do primeiro trimestre de gestação. A decisão dividiu os Estados Unidos, e esse abismo se aprofunda a cada ano. Uma dezena de desafios formais à decisão chegou à Suprema Corte nos 36 anos de sua vigência. Essas contestações se dividiram em três principais argumentos: o direito do feto à 16
  • 17. vida, à herança familiar e, por fim, a supremacia de Deus sobre qualquer decisão humana. Em todas elas, os juízes interpretaram que a autonomia da gestante continuava sendo o bem primordial a ser preservado. "A compreensão de que o direito constitucional à individualidade engloba o direito de manter ou não uma gravidez é uma argumentação objetiva e inteligente", analisa Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão da Suprema Corte americana ficou famosa com o nome de Roe vs Wade. Roe vem de Jane Roe, nome fictício de Norma McCorvey. Wade era o funcionário estadual encarregado de coibir o aborto. Grávida aos 22 anos, Norma encabeçou uma ação contra o estado do Texas, onde morava e o aborto era proibido. O pedido foi negado e o caso subiu à Suprema Corte. A decisão levou treze meses para ser concluída. McCorvey então teve o bebê, mas deu a criança para adoção. Para relatar o caso, o presidente da Suprema Corte escolheu o juiz Harry Blackmun, conhecido por ser um redator lento e obsessivamente meticuloso na execução de seus despachos. Blackmun fez um dos mais abrangentes estudos médicos, religiosos e históricos sobre o aborto de que se tem notícia. Não demorou para ele entender que desses campos do conhecimento não brotaria nenhuma decisão sustentável – o aborto é questão inabordável para a maioria das religiões e os cientistas nunca vão ser unânimes em torno do momento preciso em que surge uma vida nova no processo de concepção. Blackmun viu que o único caminho para dar uma resposta satisfatória ao caso seria buscar, em decisões precedentes da Corte, aquelas que tratassem dos limites entre o direito individual e o direito da coletividade, por meio da ação do estado. Ele concluiu que interromper a gravidez até o terceiro mês é uma decisão individual da mulher. A decisão pró-aborto foi aprovada por 7 votos a 2. Recentemente, coube ao STF discutir pela primeira vez em sua história o tema do aborto no Brasil. A ação em análise consistiu na interrupção da gravidez em caso de anencefalia do feto, uma deformação em geral fatal nos primeiros dias de vida do bebê. A argumentação teve como base o princípio de que não há perspectiva de vida fora do útero materno. No ano passado, os onze ministros ouviram a opinião de representantes de entidades pró e contra o aborto em audiências públicas. O julgamento está previsto para ocorrer nos próximos meses. Sobre a decisão, só se 17
  • 18. sabe que ela atrai intelectualmente os ministros brasileiros do STF e que será contestada no dia seguinte, seja qual for sua orientação. 1.1 Justificativa Escolhemos esse tema, pois é um assunto polêmico, que gera discussões em toda a sociedade. A principal delas é entre a igreja e a ciência onde cada uma tem conceitos diferentes sobre o aborto, além de ser muito atual na mídia, sendo assim um assunto fácil e polêmico. Nesse trabalho procuramos entender os dois lados e saber a opinião dos entrevistados sobre o aborto. 18
  • 19. 2.0 Objetivos 2.1 Objetivos gerais: Mostrar as conseqüências de um aborto e o que os entrevistados pensam em relação a isso. Saber se a religião influência na opinião, se a pratica do aborto é maior ou menor em determinadas classes sociais e saber se os entrevistados têm consciência sobre as leis de aborto no Brasil. 2.2 Objetivos Específicos: 19
  • 20. Mostraremos o que acontece psicologicamente e fisicamente com a gestante que pratica o aborto e o que a leva a tal ato. Buscaremos saber a opinião das principais religiões sobre o aborto e o que seus preceitos dizem sobre esse assunto. Analisaremos também a opinião dos médicos e da ciência e a influência da mídia na opinião sobre o aborto. 3.0 População Pessoas nas idades entre 12 e 30 anos na região de Bauru. 4.0 Amostra Total de 300 pessoas de igrejas (IV Prebiteriana Renovada, Assembléia de Deus, Igreja Nossa Aparecida, Igreja Santa Luzia e Igreja Católica Cristo Ressuscitado) e escolas (Sesi, Fênix e CTI), dentre outros na região de Bauru. 20
  • 21. 5.0 Dados coletados O questionário a seguir foi elaborado pelo nosso grupo onde entrevistamos as pessoas com o intuito de saber a opinião destas e compará-las a dados estatísticos sobre o aborto no Brasil e no mundo. 21
  • 22. CTI – UNESP – 2009 ( ) Protestante ( ) Ateu Bauru ( ) Espiríta ABORTO ( ) Outros. Exemplifique:______________ ____________________________________ 1-) Idade: ___________ 5-) Tem algum conhecimento sobre o aborto? 2-) Sexo: ( )F ( )M ( ) Sim ( ) Não 3-) Qual é a sua classe social? 6-) Conhece as consequências psicológicas que o ( ) Baixa ( ) Média alta aborto trás? ( ) Média baixa ( ) Alta ( ) Sim ( ) Não ( ) Média 7-) Sabe quais as consequências físicas e biológicas que o aborto trás? 4-) Qual é sua religião? ( ) Sim ( ) Não ( ) Católico ( ) Budista 22
  • 23. 8-) O conhecimento adquirido sobre o aborto deu- 11.1-) Se sim, quem? se por qual/is meio/s? ( ) Amigo ( ) Conhecido ( ) Rádio ( ) Internet ( ) Família ( ) Eu mesmo ( ) Conversas informais ( ) Escola 12-) O aborto para você é: ( ) Jornais, revistas ( ) Televisão ( ) Um solução prática para algo indesejado ( ) Outros. Exemplifique_______________ ____________________________________ ( ) Absurdo ( ) Normal 13-) Qual é seu nível de conhecimento sobre o aborto no Brasil? ( ) Nenhum ( ) Médio 9-) Sobre o aborto você é: ( ) Pouco ( ) Alto ( ) Contra ( ) A favor 14-) Você concorda com a afirmação: ( ) Não tem uma opinião formada “O aborto é um crime” ( ) A favor, dependendo da gravidade da situação ( ) Sim ( ) Não 10-) A sua religião influencia na sua opinião sobre o 15-) aborto? 15.1-) Mulher: No caso de uma gravidez ( ) Sim ( ) Não indesejada, você abortaria? Se sim, em que aspecto: ( ) Sim ( ) Não _________________________________________ _______________________________ 15.2-) Homem: Você apoiaria sua parceira a fazer um aborto indesejado? 11-) Você conheceu alguém que já abortou? ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não 5.1 Fórmulas A seguir, para facilitar a compreensão das tabelas, estão algumas fórmulas utilizadas para realizar os cálculos: Cálculo da Média. X ∑ (ui. fi) A= Xi Di= Xi-A = Ui= Di/C N Pos (Me) – ∑ Fi * 23 Fme
  • 24. Me = L1 + Cálculo da Média .C Pos (Me) -> N/2 Fi*-> freqüência acumulada da classe anterior Fme-> freqüência Cálculo da Moda . C L1: limite inferior da classe Mo Mo = L1 + diferença entre a frequencia maior – freqüência antrior diferença entra a Frequencia maior – freqüência posterior Cálculo de desvio padrão DP = C . C -> Comprimento de classe N-> total 5.2 PERGUNTAS 1: Idades Rol: 12 - 12 - 12 - 12 - 12 - 12 - 12 - 12 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 13 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 14 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 16 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 17 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 18 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 19 - 20 - 20 - 20 - 20 - 20 - 20 - 20 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 21 - 22 - 22 - 22 - 22 - 24
  • 25. 22 - 22 - 22 - 22 - 22 - 22 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 23 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 25 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 26 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 27 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 28 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 29 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 – 30 Idades Pessoas % Ponto Médio FAC ui ui.fi ui².fi 12 |------ 16 123 41,0 14 123 0 0 0 16 |------ 20 47 15,7 18 170 1 47 47 20 |------ 24 48 16,0 22 218 2 96 192 24 |------ 28 51 17,0 26 269 3 153 459 28 |------ 32 31 10,3 30 300 4 124 496 Total 300 100,0 - - 10 420 1194 (5880) X = = 19,6 300 Me = 16 + 150-123 . 4 = 18,3 47 123 Mo = 12 + . 4 = 14,4 123 + 76 DP = C. 1194 − (420)² = 5,7 300 (300)² Desvio Média Moda Mediana Padrão 19,6 14,4 18,3 5,57 25
  • 26. Idade 41 % dos entrevistados 12 16 20 24 28 32 15,7 16 17 10,3 12 |------ 16 16 |------ 20 20 |------ 24 24 |------ 28 28 |------ 32 Anos Nós queremos focar entre as idades de 12 a 16 anos, pois apartir dos 12 anos as meninas já tem maturidade sexual e começa a pensar sobre sexo e aborto 26
  • 27. 5.3 PERGUNTA 2: Sexo. Mulheres Homens Total Pessoas 168 132 300 27
  • 28. 5.4 PERGUNTA 3: Qual é sua classe social? Baixa Média Baixa Média Média Alta Alta Total Pessoas 22 70 137 61 10 300 28
  • 29. Normalmente, a que se diz a respeito das classes em que mais se fazem aborto é a classe baixa, no entanto a classe baixa e alta estão equilibradas, havendo uma diferença economica, a gestante que não tem um condição financeira procura um aborto clandestino – aborto perigoso, que não é feita por um médico especialista, instrumentos necessários e lugar apropriado – e coloca em risco sua própria vida. Já a mulher de classe alta já tem uma ajuda financeira onde ela pode procurar um bom especialista, tratamento, diminuindo os riscos de morte ou problemas. 29
  • 30. 5.5 PERGUNTA 8: O conhecimento adquirido sobre o aborto deu-se por qual/is meio/s? Rádio Conversas informais Internet Jornais, revistas Televisão Escola Outros Pessoas 21 114 116 149 184 190 6 30
  • 31. 5.6 PERGUNTA 4: Qual é a sua religião? Budista Ateu Espírita Protestante Católico Outros Total Pessoas 9 17 18 88 159 9 300 % 3,0 5,7 6,0 29,3 53,0 3,0 100 Religião dos entrevistados 53 Entrevistados % dos 29,3 3 5,7 6 3 Budista Ateu Espirita Protestante Católico Outros Religiões 31
  • 32. 5.7 PERGUNTA 10: A sua religião influencia na sua opinião sobre o aborto? Se sim em que aspecto? Sim Não Total Homens 26 106 132 % 19,7 80,3 100,0 Mulheres 46 122 168 % 27,4 72,6 100,0 Total 72 228 % 47,1 152,9 Influência da religião Sim Não 80,3 76 72,6 % dos entrevistados 27,4 24 19,7 Homens Mulheres Total ASPECTOS RELIGIOSOS Catolicismo Baseadas no mandamento "Não matarás", as diversas religiões cristãs condenam a prática do aborto, ainda que a interrupção da gravidez se dê por razões de ordem terapêutica ou sentimental. Em fins do século passado interrompeu-se a discussão 32
  • 33. em torno da animação tardia do feto e atualmente a Igreja apresenta restrições quanto à prática do aborto terapêutico como caminho para se salvar a vida da mãe. Ou seja, condena todo tratamento que vier atentar diretamente contra a vida do feto, embora não condene consequências indiretas - a morte do feto, por exemplo . Igrejas protestantes A postura das igrejas protestantes em geral (batista, luterana, metodista, presbiteriana, episcopal e unitária) parece ser um pouco menos rígida que a da igreja católica, uma vez que admite o aborto terapêutico, embora jamais encare o aborto como método de controle da natalidade. De qualquer forma, dá-se grande importância à vida da mãe, devendo a questão ser resolvida entre médico, pastor e paciente. De acordo com LADER13, os unitários-universalistas foram aquela facção da igreja protestante que mais ousou em relação à questão: em 1963 já defendia a lesgislação do aborto em caso de perigo físico ou mental para a mãe, gravidez resultante de estupro ou incesto, defeito físico ou mental da criança que está para nascer ou quando existirem (o que abre a possibilidade de solução para vários casos individuais). Igreja judáica O judaísmo tem apresentado uma postura mais flexível no que diz respeito à questão do aborto, provavelmente por apresentar concepções teológicas diferentes em relação à alma e ao "pecado original". Para os judeus, o feto só se transforma em ser humano quando nasce e em pessoa um mês após o nascimento. Além disso, o fato de não existir uma autoridade máxima ditando todas as regras de, contudo faz com que os judeus possam ter liberdade sobre sua própria consciência. 33
  • 34. 5.8 PERGUNTA 11: Você conheceu alguém que já abortou? 5.8.1: Se sim, quem? Conhece alguém que já abortou? Conhecido 15% Familia 5% Sim 30% Não 70% Eu mesmo Amigo 1% 9% Dados sobre o aborto no mundo No mundo, 42 milhões de abortos provocados ocorrem anualmente. Aproximadamente 20 milhões de abortos são realizados de forma insegura. O que é aborto inseguro? É um procedimento para interromper uma gravidez não desejada realizado por pessoas que não tenham as habilidades necessárias ou em ambientes que não cumpram com os mínimos requisitos médicos, ou ambas as condições. 34
  • 35. 97% dos abortos ocorrem em países em desenvolvimento. A maior incidência de abortos inseguros ocorre na America Latina, com taxa de 29 abortos para cada 1000 mulheres (15 a 44 anos). Na Europa a mesma taxa é de 3 abortos para cada 1000 mulheres. Nos países como a África do Sul e Romênia, que legalizaram o aborto, as mulheres pararam de morrer. Nos países em que o aborto é legal o numero de abortos realizados é menor: -Países da Europa Ocidental: (12 abortos por 1000 mulheres); -Países do Norte da Europa: (17 abortos por 1000 mulheres); -Canadá e Estados Unidos da America:(21 abortos por 1000 mulheres); Dados sobre o aborto no Brasil Aborto não é um tema que deveria ser tema de policia porque é um tema de saúde publica: No Brasil, 11% do total das mortes das mulheres ocorridas durante a gravidez, parto ou pós-parto são causadas por aborto inseguro. O impacto mais grave de criminalização do aborto recai sobre as mulheres mais vulneráveis, com pior situação socioeconômica, jovens ou negras, que correm um risco maior de morrerem ou sofrerem consequências negativas para saúde decorrentes da pratica de aborto inseguro, principalmente nas regiões com maior incidência de aborto inseguro- Norte e Nordeste. O aborto é um procedimento médico simples que se for realizado por profissional qualificado e em estabelecimento de saúde não acarreta riscos para a saúde e a vida da mulher. Por outro lado,se for realizado em situação de insegurança e sem condições de higiene pode levar a graves consequências. 35
  • 36. As mulheres negras tem um risco 3 vezes maior de morrer por aborto inseguro do que as mulheres brancas. As Mulheres que recorrem ao aborto tem entre 20 e 29 anos, são na sua maioria católicas, com relações afetivas estáveis, são usuárias de métodos contraceptivos,tem ate 8 anos de estudo, trabalham e tem pelo menos 1 filho. A legislação brasileira prevê a permissão da interrupção voluntária de gravidez em caso de vida para a mãe, ou quando a gravidez for resultado de estupro (art. 128, I e II CP). Não custa esclarecer que o estupro é crime hediondo, previsto e consiste em constranger a mulher, a conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça (art.214 CP). 36
  • 37. 5.9 PERGUNTA 5: Tem algum conhecimento sobre o aborto? Sim Não Total Homens 122 10 132 % 92,4 7,6 100,0 Mulheres 155 13 168 % 92,3 7,7 100,0 Total 277 23 % 92,3 7,7 Conhecimento sobre aborto Sim Não % dos entrevistados 92,4 92,3 92,3 7,6 7,7 7,7 Homens Mulheres Total Tipos de Aborto Aborto espontâneo O aborto espontâneo também pode ser chamado de aborto involuntário ou "falso parto". Calcula-se que 25% das gestações terminam em aborto espontâneo, sendo 37
  • 38. que 3/4 ocorrem nos três primeiros meses de gravidez. A causa do aborto espontâneo no primeiro trimestre, são distúrbios de origem genética. Em cerca de 70% dos casos, esses embriões são portadores de anomalias cromossômicas incompatíveis com a vida, no qual o ovo primeiro morre e em seguida é expulso. Nos abortos do segundo trimestre, o ovo é expulso devido a causas externas a ele (incontinência do colo uterino, mal formação uterina, insuficiência de desenvolvimento uterino, fibroma, infecções do embrião e de seus anexos). Aborto provocado Aborto provocado é a interrupção deliberada da gravidez; pela extração do feto da cavidade uterina. Em função do período gestacional em que é realizado, emprega-se uma das quatro intervenções cirúrgicas seguintes: o A sucção ou aspiração; o A dilatação e curetagem; o A dilatação e expulsão; o Injeção de soluções salinas. Estima-se que seja realizado anualmente no mundo mais de 40 milhões de abortos, a maioria em condições precárias, com sérios riscos para a saúde da mulher. O método clássico de aborto é o por curetagem uterina e o método moderno por aspiração uterina (método de Karman) só utilizável sem anestesia para gestações de menos de oito semanas de amenorréia (seis semanas de gravidez). Depois desse prazo, até doze semanas de amenorréia, a aspiração deve ser realizada sob anestesia e com um aspirador elétrico. 38
  • 39. 5.10 PERGUNTA 6: Conhece as consequências psicológicas que o aborto trás? Sim Não Total Homens 72 60 132 % 54,5 45,5 100,0 Mulheres 101 67 168 % 60,1 39,9 100,0 Total 173 127 % 57,7 42,3 Conhecimento das consequências psicológicas Sim Não % dos entrevistados 60,1 57,7 54,5 45,5 39,9 42,3 Homens Mulheres Total As mulheres que abortaram e sofreram ou ainda sofrem de problemas psicológicos, como: remorsos e culpa; desânimo e depressões; medos e pesadelos. Que podem ser apresentados da seguinte forma: 39
  • 40. - Repressão, onde a mulher evita pensar no aborto, criando mais séries de problemas não apenas psicológicos, mas também físicos. - Projeção, onde ela responsabiliza outra pessoa pelo seu aborto. Muitas vezes a culpa é dos médicos, que levou a mulher a fazer o aborto, pois o feto tinha problemas e podia nascer deficiente, ou apenas morrer horas depois do seu nascimento, e ao pai da criança, que não queria responsabilizar-se pelos seus atos. - Confrontação, como uma pequena parte das mulheres, que procuram por ajuda de médicos ou amigos. O aborto pode ser considerado no início como a solução para a gravidez indesejada, principalmente com os adolescentes em países que o aborto é legalizado, mas pode ser considerado como o problema. Ela não só causa também problemas físicos na mãe, como psicológicos, onde é muito mais difícil de curar e pode atrapalhar a vida cotidiana 40
  • 41. 5.11 PERGUNTA 7: Sabe quais as consequências físicas e biológicas que o aborto trás? Sim Não Total Homens 91 41 132 % 68,9 31,1 100,0 Mulheres 115 53 168 % 68,5 31,5 100,0 Total 206 94 % 68,7 31,3 Conhecimento das consequências psicológicas Sim Não % dos entrevistados 68,9 68,5 68,7 31,1 31,5 31,3 Homens Mulheres Total Todos os métodos, sejam eles quais forem utilizados para a realização do aborto trazem consequências físicas muito seria para a mãe. 41
  • 42. Cada método usado na remoção do feto tem seus danos e dentre os principais podemos citar: Possíveis hemorragias que podem acarretar a uma cirurgia de remoção do útero, esterilidade, formação do feto de próximas gestações fora do lugar, ausência de menstruação, entre outros. O Aborto além de poder gerar complicações imediatas gera consequências tardias e complicações em futuras gestações tornando esses métodos uma gravidez de alto risco. Aumenta também a possibilidade de abortos espontâneos além de crescer o percentual de chance de uma infecção de pós-aborto. 42
  • 43. 5.12 PERGUNTA 9: Sobre o aborto você é: Contra A favor Não tem uma opinião formada A favor, dependendo da situação Pessoas 139 30 36 95 Opinião sobre o aborto 10% 12% 46% 32% Contra A favor Não tem uma opinião formada A favor, dependendo da situação 43
  • 44. 5.13 PERGUNTA 12: O aborto para você é: Uma solução prática para algo indesejado Absurdo Normal Total Pessoas 56 180 64 300 % 18,7 60,0 21,3 100,0 44
  • 45. 5.14 PERGUNTA 13: Qual é seu nível de conhecimento sobre o aborto no Brasil? Nenhum Pouco Médio Alto Total Pessoas 16 129 134 21 300 % 5,3 43,0 44,7 7,0 100,0 Conhecimento sobre o aborto no Brasil 44,7 % dos entrevistados 43 5,3 7 Nenhum Pouco Médio Alto Brasil e aborto Em termos de Brasil calcula-se, na atualidade, que sejam praticados 2,5 milhões de abortos por ano, o que equivaleria a um total de 6850 abortos por dia, 285 por hora e 5 por minuto. Esse valor adquire grande significado para o campo da saúde quando se observa as complicações mais frequentes, tais como: infecção pélvica, hemorragia e choque séptico. Deve-se considerar igualmente que o aborto provocado pode afetar a mulher e as gestações subsequentes (prematuridade, gravidez ectópica, abortamento espontâneo, baixo peso ao nascer). Com a repetição 45
  • 46. do número de abortos praticados os riscos se acentuam, trazendo não só implicações de ordem orgânica, mas também social, econômica e psíquica. 46
  • 47. 5.15 PERGUNTA 14: Você concorda com a afirmação: “O aborto é um crime” Sim Não Total Homens 79 53 132 % 59,8 40,2 100,0 Mulheres 114 54 168 % 67,9 32,1 100,0 Total 193 107 300 % 64,3 35,7 100,0 O aborto é um crime? Sim Não 67,9 64,3 59,8 % dos entrevistados 40,2 35,7 32,1 Homens Mulheres Total Foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Projeto de Lei n. 20-A, de autoria do Deputado Eduardo Jorge, que pretende regulamentar a prática do aborto legal no Brasil, determinando que toda a rede pública de hospitais, atendam aquelas mulheres que desejarem realizar o aborto que a lei permite. 47
  • 48. Vale salientar, mais uma vez, que o legislador brasileiro, entendeu proibir a prática do aborto, considerando-o como um crime contra a vida, todavia, esse mesmo legislador, excepcionou dois casos de aborto, nos quais se deixa de punir o agente, quando houver risco de vida para a mãe, ou quando a gravidez for resultado de estupro. Não custa esclarecer que o estupro é crime hediondo, previsto na lei brasileira e consiste em constranger mulher, à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça. O que diz a Lei? A Lei Atual A Interrupção Voluntária da Gravidez (aborto) é regulamentada pelos Artigos 140º Aborto, 141º Aborto agravado e 142º Interrupção da gravidez não punível do Código Penal Português. Art. 140º Aborto 1. Quem, por qualquer meio e sem consentimento da mulher grávida, a fizer abortar, é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos. 2. Quem, por qualquer meio e com consentimento da mulher grávida, a fizer abortar, é punido com pena de prisão até 3 anos. 3. A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por fato próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até 3 anos. Art. 141º Aborto agravado 1. A agravação é igualmente aplicável ao agente que se dedicar habitualmente à prática de aborto punível nos termos dos nºs 1 ou 2 do artigo anterior ou o realizar com intenção lucrativa. 48
  • 49. Art. 142º Interrupção da gravidez não punível 1. Não é punível a interrupção da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida, quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina: a. Constituir o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida; b. Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez; c. Houver seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer, de forma incurável, de grave doença ou malformação, e for realizada nas primeiras 16 semanas de gravidez; ou d. Houver sérios indícios de que a gravidez resultou de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual, e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez. 2. A verificação das circunstâncias que tornam não punível a interrupção da gravidez é certificada em atestado médico, escrito e assinado antes da intervenção por médico diferente daquele por quem, ou sob cuja direcção, a interrupção é realizada. 49
  • 50. 5.16 PERGUNTA 15: 5.16.1: Mulher: No caso de uma gravidez indesejada, você abortaria? 5.16.2: Homem: Você apoiaria sua parceira a fazer um aborto indesejado? Sim Não Total Homens 31 101 132 % 23,5 76,5 100,0 Mulheres 33 135 168 % 19,6 80,4 100,0 Total 64 236 % 21,3 78,7 Faria um aborto? Sim Não % dos entrevistados 80,4 78,7 76,5 23,5 21,3 19,6 Homens Mulheres Total 50
  • 51. 6.0 Anexos Capacidade das células-tronco de se multiplicarem, reparando e formando diversos tecidos do corpo, como os da própria pele, do cérebro, dos ossos, do coração e dos músculos, torna essa pesquisa um importante avanço da medicina no tratamento de doenças até hoje incuráveis, como câncer (a leucemia inclusive), lesões na coluna (problemas de paralisia), danos cerebrais (traumas e doenças como os males de Alzheimer e de Parkinson), tratamentos para doenças neurodegenerativas, danos no coração entre outras. Alguns métodos de coleta das células-tronco não geram polemicas ético-religiosas, como a coleta pelo cordão umbilical ou da medula óssea do próprio paciente. A polêmica surge quando se trata da retirada de células-tronco de embriões, visto que isso implica a destruição deles. Muitos argumentam que o extermínio desses embriões é tão criminoso quanto o aborto, uma vez que acaba com uma forma de vida. Aliás, embriões e fetos provenientes de abortos seriam fontes para a coleta desse material. As células-tronco podem ser encontradas mais comumente em duas regiões do corpo: na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, que permanece na placenta após o nascimento do bebê. E elas podem ser uma alternativa, por exemplo, para os casos de leucemia, em que o transplante de medula óssea nem sempre pode ser realizado, embora seja um procedimento de sucesso. Já com o sangue do cordão umbilical congelado, as células-tronco ficam disponíveis para serem usadas em casos como esse durante, pelo menos, 15 anos após a coleta, embora alguns estudos considerem a possibilidade de estocagem por até 50 anos. Além dessa vantagem, nesse tipo de transplante não há risco de rejeição, uma vez que as células provêm do próprio paciente. 51
  • 52. Aborto na imprensa mundial Jornais de diversos países repercutiram o caso da menina de nove anos estuprada que interrompeu a gravidez O caso do aborto a que foi submetida a menina brasileira de nove anos estuprada pelo padrasto e grávida de gêmeos em Pernambuco não está provocando discussões somente no País. Jornais de diversos países ao redor do mundo também repercutiram. É o caso do jornal italiano “Corriere della Sera”, que deu destaque para a excomunhão de todos que participaram do processo do aborto pelo arcebispo de Recife e Olinda, dom José Cardoso Sobrinho. Segundo o jornal, dom José, que não tem autoridade para realizar excomunhões, “encontrou apoio no Vaticano.” Segundo o padre Gianfranco Grieco, da sede do Conselho Pontifício para a Família, entrevistado pelo jornal, “é muito, muito delicado, mas a Igreja nunca pode trair sua missão, que é defender a vida desde a concepção até a morte natural, mesmo em face de um drama humano tão forte como o da violência de uma criança.” O impresso italiano também lembrou o outro caso semelhante, de uma menina de 11 anos em Iraí (RS), a 480 quilômetros de Porto Alegre, que está no sétimo mês de gravidez e era violentada pelo padrasto. O espanhol “El País” publicou uma matéria mais longa sobre o assunto, destacando o confronto entre Estado e Igreja no caso. Segundo o jornal, “o episódio colocou o Estado e a Igreja Católica em lados opostos, em um país onde os papéis de ambos não costumam homogeneizar.” O El País colocou, do lado do Estado, as declarações do ministro José Gomes Temporão de quinta-feira, em que ele se diz abalado e chocado com o episódio. Do lado da Igreja, o jornal reproduziu as declarações de dom José em defesa do direito canônico. Já o jornal norte-americano “The New York Times” falou menos do aspecto religioso 52
  • 53. e deu destaque ao fato de que a gravidez representava um risco para a saúde da menina. No Brasil O Brasil realizou no dia 08/10/2004 numa menina de 9 anos portadora de leucemia linfóide aguda o primeiro transplante de medula óssea com cordão umbilical coletado, congelado e disponibilizado no país. A informação foi divulgada por autoridades médicas em Jaú, no interior paulista, onde o procedimento foi realizado. O Ministério da Saúde anunciou a implantação no país da rede BrasilCord, um banco de sangue público de cordões umbilicais Com o sangue do cordão umbilical congelado, as células-tronco ficam disponíveis para necessidades futuras, como no caso do surgimento de doenças, durante pelo menos 15 anos após a coleta. Além dessa vantagem, não há risco de rejeição quando essas células forem implantadas no paciente, uma vez que elas foram retiradas dele mesmo. Histórico O Aborto na História. A decisão de interromper a gravidez não é coisa de mulheres modernas, sobrecarregadas com as obrigações da maternidade, trabalho e estudos. Aparentemente, desde que o mundo é mundo, as mulheres se vêem em situações em que não desejam - ou não podem - levar uma gestação à frente. Já entre 2737 e 2696 a.C., o imperador chinês Shen Nung cita, em texto médico, a receita de um abortífero oral, provavelmente contendo mercúrio. Também não é novidade que interesses políticos, econômicos e religiosos têm prevalecido, em relação ao direito da mulher decidir sobre o próprio corpo. Da mesma forma que se quer proibir, hoje, já se quis obrigar o aborto em diversos momentos da história. 53
  • 54. Na antiga Grécia, o aborto era preconizado por Aristóteles como método eficaz para limitar os nascimentos e manter estáveis as populações das cidades gregas. Por sua vez, Platão opinava que o aborto deveria ser obrigatório, por motivos eugênicos, para as mulheres com mais de 40 anos e para preservar a pureza da raça dos guerreiros. Sócrates aconselhava às parteiras, por sinal profissão de sua mãe, que facilitassem o aborto às mulheres que assim o desejassem. No livro História das Mulheres - A Antiguidade, Georges Duby e Michelle Perrot afirmam que "se as mulheres desejavam limitar os partos, tinham de recorrer aos abortivos, cujas receitas são muito abundantes. O primeiro risco era, portanto, o da ferida de um útero ainda imaturo devido à juventude das esposas romanas; nesse caso os médicos recomendavam mesmo o aborto, inclusive por meios cirúrgicos (sondas)". É importante ressaltar que, mesmo nas sociedades em que o aborto não era tolerado, na antiguidade, não se via aí como o direito do feto, mas como garantia de "propriedade do pai" sobre um potencial herdeiro. Mesmo no Cristianismo, o aborto não foi, sempre, uma questão tratada como nos dias de hoje, São Tomás de Aquino, com sua tese da animação tardia do feto, contribuiu para que a posição da Igreja com relação à questão fosse bem mais benevolente, naquela época. Foi apenas em 1869 que a Igreja Católica declarou que a alma era parte do feto desde a sua concepção, transformando o aborto em crime. No século XIX, a prática de proibição do aborto passou a expandir-se com toda força, por razões econômicas, já que a sua prática nas classes populares podia representar uma diminuição na oferta de mão-de-obra, fundamental para garantir a continuidade da revolução industrial. Essa política anti-aborto continuou forte na primeira metade do século XX, com exceção da União Soviética onde, com a Revolução de 1917, o aborto deixou de ser considerado um crime. Mas, na maioria 54
  • 55. dos países europeus, por causa das baixas sofridas na Primeira Guerra Mundial, o aborto continuava não sendo tolerado. Na verdade, com a ascensão do nazifacismo, as leis antiabortivas tornaram-se severíssimas nos países em que ele se instalou, com o lema de se criarem "filhos para a pátria". O aborto passou a ser punido com a pena de morte, tornando-se crime contra a nação, a exemplo do que ocorreu em certo momento no Império Romano. Após a Segunda Guerra Mundial, as leis continuaram bastante restritivas até a década de 60, com exceção dos países socialistas, dos países escandinavos e do Japão (país que apresenta lei favorável ao aborto desde 1948, ainda na época da ocupação americana). Na década de 60, em muitos países, as mulheres passaram a se organizar em grupos feministas que começaram a exercer uma pressão no sentido de permitir à mulher a decisão de continuar ou não uma gravidez. A primeira conquista histórica aconteceu nos Estados Unidos, já no começo dos anos 70. "O julgamento do caso Roe x Wade (ROE v. WADE, 410 U.S. 113 [1973]) pela Suprema Corte Americana que determinou que leis contra o aborto violam um direito constitucional à privacidade, que a interrupção da gestação no primeiro trimestre apresenta poucos riscos à saúde materna e que a palavra 'pessoa' no texto constitucional não se refere ao 'não nascido'”. Essas decisões liberaram a prática do aborto na América. Hoje em dia, 26% dos países não permitem o aborto legal, justamente os que tem maior número de mulheres pobres e marginalizadas. No Brasil, existem leis que garantem o direito ao aborto em casos especiais, mas sabemos que o processo é tão longo que, muitas vezes, as mulheres desistem de esperar e acabam recorrendo ao aborto clandestino. 55
  • 56. MÉDICO ABORTISTA RELATA SUA RADICAL CONVERSÃO PRÓ-VIDA Eis o testemunho de um médico que realizou vários abortos na sua carreira e, somente diante da morte de sua filha de 23 anos, caiu em si e admitiu o crime que cometia. Sua filha morreu de infecção generalizada após ter tentado fazer um aborto. “Eu sou o único filho homem de uma família humilde do interior de Minas”. Com sacrifício e união de todos, fui o único que teve a chance de estudar, pois minhas irmãs não passaram do ensino médio. Mamãe, uma simples costureira, gastou os seus olhos nas costuras que fazia até de madrugada para ajudar o meu pai. Papai era um guarda noturno. Por isso vocês podem até imaginar o sacrifício que fizeram para ter um filho médico! Quando me formei, jurei a mim mesmo que jamais a necessidade bateria em nossa porta novamente. Escolhi a ginecologia e obstetrícia, depois de anos de estudos. Das maiores dificuldades enfrentadas como médico recém-formado, me deparei com a realidade da minha profissão. Ia longe o tempo que os médicos ficavam ricos, e eu queria mais, queria enriquecer ter dinheiro, e foi assim que violei o juramento que fiz ao me formar: de dar a vida para salvar a vida. Inúmeras crianças eu ajudei a vir ao mundo, mas também muitas delas eu não permiti que nascessem envolto na respeitabilidade de médico. Enriqueci escondido sob a faixa da vitalidade. Montei meu consultório eu em pouco tempo se tornou o mais procurado da região. Sabe o que eu fazia? Aborto. E como todos que cometem este crime, eu dizia a mim mesmo que todas as mulheres teriam o direito da escolha, e que era melhor serem ajudadas por médico, com o qual não corria risco de vida, do que procurarem as clínicas clandestinas, onde o índice de morte e complicações é alarmante. E foi assim, cego e desumano, meu ofício na medicina. Eu constituí família abastardo muito rico, e nada faltou aos meus entes queridos. Meus pais morreram com a ilusão que seu filho era um doutor bem sucedido, um vencedor. Criei minhas duas filhas com o dinheiro manchado de sangue de inocentes; fui um dos mais 56
  • 57. desprezíveis humanos. Minhas mãos, que deveriam ser abençoadas para a vida, trabalharam pela morte. Eu só parei quando Deus, em sua sabedoria infinita, rasgou a minha consciência e fez sangrar o meu coração; sangrar com o Mesmo sangue de todos os inocentes que não deixei nascer. Letícia, a minha filha mais nova, no auge da vida deixou de respirar. No seu atestado de óbito, a causa da morte: infecção generalizada. Letícia, aos 23 anos de idade, engravidou e buscou o mesmo caminho de tantas outras que me procuraram: o aborto. Só soube disso quando nada mais poderia ser feito. Ao lado do leito de morte da minha filha eu vi as lágrimas de todos os anjinhos que eu matei! Enquanto ela esperava a morte, eu agonizava junto; foram seis dias de sofrimento para que, no sétimo dia, ela descansasse e partisse ao encontro de seu filhinho, filhinho este que o médico assassino como eu, impediu de nascer. Foi tempo suficiente para refletir, reflexão que veio apenas no início da manhã que Letícia morreu. Exausto pelas noites em claro, adormeci ao lado de minha filha e sonhei que eu andava por um lugar absolutamente escuro e o ar era quente e úmido; eu queria respirar e não podia, queria fugir, mas, desesperado, fui jogado por um lugar onde o barulho me deixava mais louco. Eram choros, choros doidos de crianças. No meu pensamento, como se um raio me cortasse ao meio, veio um entendimento: os choros eram de dor, eram lamentos dos anjinhos de que eu tirei a vida. Era a triste conseqüência dos meus atos impensados. Os choros aumentava: Assassino! Assassino! Alucinado para sair daquele lugar, eu passei a mão no rosto para secar o meu suor e as minhas mãos se mancharam de sangue! Aterrorizado ao fazer aquela constatação, gritei com a força que me restava nos pulmões; o meu grito era um pedido de perdão: Deus me perdoe! Somente assim eu consegui voltar a respirar normalmente e, no sobressalto, eu acordei. Acordei em tempo de acolher o último suspiro de vida de minha filha Letícia que morreu na manhã do dia 3 de março de 1989. Sua vida ceifada pela inconseqüência de um médico, por infecção provocada por um aborto. Eu sei que, através daquele sonho, Deus me levou para um lugar onde os anjinhos ficam quando são barbaramente impedidos de nascer. Eu entendi que, a partir do 57
  • 58. momento da fecundação do óvulo, existe vida, donde se conclui que eu sou um assassino. Só não sei se um dia Deus vai me perdoar. Mas para amenizar a minha culpa, a minha dor, eu fechei meu consultório, vendi todos os bens que conseguira na vida com a prática do aborto e, com o dinheiro, montei uma casa de amparo às mães solteiras. E me dedico hoje, gratuitamente, a fazer uma medicina de verdade. Hoje sou médico de carentes, de desamparados, desvalidos. As crianças que vêm ao mundo hoje, através das minhas mãos, são filhos que adotei e sei que tenho uma única missão: trazer vida ao mundo e dar condição para que as crianças tenham um lar feliz onde o pai é Jesus. Rezem por mim, rezem por mim, rezem para que Deus tenha piedade de mim e me perdoe, porque eu tenho certeza que não fugirei do juízo final" (Transcrito de NITEROI CATÕLICO, março de 2001, pág. 10) Eu fui abortada! Depoimento de uma sobrevivente ao aborto É sabido que "um dos problemas" dos abortos é que por vezes o bebê nasce vivo e tem de ser morto cá fora — muitas vezes sufocado na placenta ou, então, deitado para o lixo -- assim mesmo. Contudo, há casos em que o bebê não só nasceu vivo como sobreviveu. O que se segue é o testemunho de uma menina que sobreviveu ao aborto. Este depoimento foi feito perante Constitution Subcommittee of the House Judiciary Committee, em 22 de Abril de 1996. "O meu nome é Gianna Jessen e tenho 19 anos. Nasci na Califórnia, mas atualmente vivo no Tennessee. Fui adotada e tenho paralisia cerebral. A minha mãe verdadeira tinha 17 anos e estava grávida de sete meses e meio quando decidiu fazer um aborto por solução salina (1). Eu sou a pessoa que ela abortou. Mas em vez de morrer sobrevivi. 58
  • 59. Felizmente para mim, o abortador não estava na clínica quando eu nasci com vida, pelas 6 horas da madrugada de 6 de Abril de 1977. Eu fui precoce: a minha morte não estava prevista para antes das 9 horas, altura em que o abortador deveria começar a trabalhar. Tenho a certeza que não estaria aqui hoje no caso de o abortador estar na clínica, uma vez que o seu trabalho é matar: não é salvar. Algumas pessoas disseram que eu sou um aborto de carniceiro, um aborto falhado. Houve muitas pessoas que presenciaram o meu nascimento: a minha mãe e outras raparigas novas que estavam na clínica à espera que os seus bebês morram. Disseram-me que isto foi um momento de histeria. Próximo estava uma enfermeira que aparentemente chamou a emergência médica e eles transferiram-me para um hospital. Ali fiquei, mais ou menos, três meses. No princípio não havia muita esperança, pois eu pesava somente 900g. Hoje, já sobreviveram bebês menores do que eu. Uma vez um médico disse-me que eu tinha um grande desejo de viver e que eu lutava pela minha vida. Acabei por sobreviver e sair do hospital sendo entregue a uma ama. A minha paralisia cerebral foi atribuída ao aborto. Disseram à minha ama que era muito duvidoso que eu chegasse a gatinhar ou andar. Na altura eu não me conseguia sentar sem ajuda. Graças às orações e à dedicação da minha ama e, mais tarde, de muitas outras pessoas, acabei por aprender a sentar-me sozinha, a gatinhar e a ficar de pé. Comecei a andar com muletas pouco antes dos 4 anos. Fui legalmente adotada pela filha da minha ama, Diana De Paul, alguns meses depois de começar a andar. O Department of Social Services não me permitia ser adotada antes disso. Continuei a fisioterapia por causa da minha deficiência e, depois de quatro intervenções cirúrgicas, posso agora andar sem ajuda. Nem sempre é fácil. Algumas vezes caio, embora depois de cair durante 19 anos tenha aprendido a cair graciosamente. Estou contente por estar viva. Quase morri. Todos os dias agradeço a vida a Deus. Eu não me considero um subproduto da concepção, uma massa de tecidos, ou 59
  • 60. qualquer dos títulos que se dão às crianças que ainda não nasceram. Eu não considero que as pessoas concebidas sejam alguma dessas coisas. Conheci outras pessoas que sobreviveram a um aborto. Todas estão reconhecidas à vida. Há alguns meses atrás, conheci outra menina que sobreviveu a um aborto por solução salina. Chama-se Sara. Tem dois anos e tem também paralisia cerebral, mas o seu diagnóstico é reservado. Ela é cega e tem muitas cicatrizes. O abortador, além de injetar a solução no útero da mãe injeta também o bebê. A Sara foi injetada na cabeça. Eu pude ver em que parte da cabeça isto lhe foi feito. Quando falo, faço- o não somente por mim, mas por todos os outros sobreviventes, como a Sara, e por aqueles que ainda não podem falar... Hoje, um bebê só é bebê quando vem na altura certa. Quando a altura não é certa, é um monte de tecidos ou outra coisa qualquer. Um bebê é um bebê quando um aborto espontâneo ocorre aos 2, 3 ou 4 meses. Um bebê é tecido ou massa de células quando o aborto é provocado aos 2, 3 ou 4 meses. Porque é isto assim? Eu não vejo diferença nenhuma. Que diferença vêem os senhores? Muitos fecham os olhos... Para defender a vida a melhor coisa que eu lhes posso mostrar é a minha vida. É um grande dom. Matar não é a solução para nenhum problema ou situação. Mostrem-me que matar é solução. Há uma citação no topo de um dos edifícios do Capitólio que diz: "Aquilo que é moralmente errado não pode ser politicamente correto". O aborto é moralmente errado. O nosso país está a verter o sangue de inocentes. A América está a matar o seu futuro. Toda a vida tem valor. Toda a vida é um dom do nosso Criador. Temos de receber e cuidar os dons que nos foram dados. Temos de honrar o direito à vida. (1) Neste tipo de abortos, o médico tira parte do liquido amniótico com uma agulha e substitui-o por uma solução salina. O mecanismo que provoca a morte é um envenenamento agudo que provoca vaso-dilatação, edema, congestão, hemorragias, choque e morte. 60
  • 61. Lateralmente, a solução queima a pele, os pulmões e os olhos e a criança ao nascer parece ter sido bombardeada com napalm. A morte é lenta e dolorosa. Quando, por erro do abortador, a solução é injetada na mãe, as dores são de forma horrível que ninguém a consegue segurar e os seus gritos são pavorosos. Depoimentos "Lembro de uma mulher falando alto: 'Não grita! Não grita!' Eu tinha 18 anos e um corpinho lindo, sobrancelhas grandes, cabelos compridos e escuros. Começava minha carreira de cantora no rádio. Na minha primeira relação sexual fiquei grávida. Não podia contar para ninguém. Meus pais sempre foram muito severos e naquela época era uma perversão ter relação sexual sem se casar. Contei para uma amiga, uma vizinha. Ela soube de um local onde uma mulher fazia aborto. Ela não era médica. Numa sala pequena, sem anestesia, sem medicamento nenhum, fez a curetagem. A dor era tão intensa que ameacei gritar. Jamais vou esquecer-me daquela voz falando em tom alto e áspero para eu calar a boca. Voltei para casa e tive hemorragia por vários dias. Acabei em um hospital. Estava muito doente. Minha família nunca soube disso e foi ruim ter de esconder. Para ser mãe a gente tem de desejar ter um filho. Ele tem direito à vida, é verdade. Mas com amor dos pais, com condições para crescer com saúde e boa educação. Quem vai garantir isso? Um Estado falido, miserável e hipócrita? A Igreja? Nem pensar. Sou católica e até hoje não me arrependo do que fiz. Hoje tenho o Marcelo, a melhor coisa que me aconteceu. Estava casada e preparada para ter um filho. Sinto-me muito feliz." Hebe Camargo, 68 anos, apresentadora de TV 61
  • 62. "O médico disse: 'Só vou fazer o aborto porque é um direito seu." Era um senhor de meia-idade, simpático, que me explicou que não fazia aquilo por dinheiro. Defendia o direito de a mulher abortar sem correr riscos. Não gostaria de entregar meu corpo a um aborteiro profissional. Eu nunca entrara numa sala de cirurgia. Tinha 20 anos e fazia cursinho. Namorava havia dois anos e estudava muito para entrar na USP. Minha primeira reação quando soube que estava grávida foi ficar feliz. Mas nós não tínhamos condições financeiras. Foi uma decisão tranqüila. Eu não estava pronta para ser mãe. Mas sou louca por ter um filho." Renata Vicentini Mielle, 25 anos, estudante da USP "Não podia querer aquele filho. Não era fruto do amor, mas de um estupro." Era verão de 1987, eu passava férias em Salvador. Numa noite, quando voltava sozinha para o hotel, um homem bêbado me agarrou, tirou minhas roupas à força e me estuprou. Ninguém ouviu meus gritos. Nem o meu choro. No dia seguinte, voltei para Belo Horizonte. Aquele monstro me engravidou. Eu tinha 24 anos, era divorciada e mãe de um filho de 3 anos. Fui para uma clínica no Rio de Janeiro. A única sensação que tive foi de alívio. A decisão foi madura, mas fiquei muito tempo em conflito porque, afinal, eu tinha um filho e tive uma formação católica." Myriam Marques, 34 anos, enfermeira "Resolvemos sair do país depois do golpe de 64. Não podíamos levar um bebê." Eu fazia filosofia na USP, era recém-casada, tinha 22 anos e descobri que estava com dois meses de gravidez. Um médico famoso me indicou o consultório de uma médica amiga. Fui sozinha achando que não haveria problema nenhum. Meu marido tinha outro compromisso. Passei mal durante a curetagem, feita sem anestesia. A dor era forte demais e eu desmaiei. Depois de algumas horas em repouso, fui andando para casa. No caminho, vomitei e quase desmaiei outra vez. Pessoas 62
  • 63. estranhas me ajudaram. Foi horrível. Dois dias depois, estava num hospital, com hemorragia intensa. Descobri que não era tão forte para encarar tudo sozinha." Clarice Herzog, 55 anos, publicitária "Já tinha três filhos e usava Diu. Não podia ter uma quarta criança." Conversei com meu marido e chegamos à conclusão de que o aborto seria a melhor coisa a fazer. Procurei meu médico e ele indicou um outro. Foi muito rápido, e, quando acordei, tudo tinha acabado. Depois disso, voltei ao meu ginecologista. Ele me examinou e estava tudo bem. A decisão foi difícil, pesou-me por um tempo. Como eu tinha outros filhos, pensava muito nisso. Mas eu tinha certeza de que queria ter somente três filhos. Além disso, não me senti culpada porque eu me protegia com o DIU. Acho que a mulher tem plenas condições de decidir o que é melhor para ela." Pinky Wainer, 42 anos, artista plástica "Eu era contra o aborto. Até que descobri que meu filho iria nascer muito doente." Os exames de ultra-sonografia mostraram que o feto tinha síndrome de Turner, disfunção cromossômica que lhe garantiria sobrevida de apenas alguns dias. Quando soube, minha primeira reação foi tê-lo assim mesmo. Durante duas semanas minha vida virou do avesso. A certa altura vi que, para protegê-lo, estava sendo egoísta. Não havia motivo para prolongar o sofrimento daquele feto. Fiz o aborto com autorização judicial. A sensação de estar fazendo um aborto dentro da lei muda tudo. Mesmo arrasada, senti-me amparada, protegida. Desirèe Zanelato, 30 anos, biomédica 63
  • 64. Diário de uma criança por nascer 5 de outubro Hoje começou minha vida. Meus pais ainda não sabem disso, mas já existo. E vou ser menina. Terei cabelos louros e olhos azuis. Quase tudo já está fixado, até mesmo que irei gostar muito de flores. 19 de outubro Alguns afirmam que não sou ainda uma pessoa real, que apenas minha mãe existe. Mas sou uma pessoa real, assim como uma migalhinha de pão ainda é realmente pão. Minha mãe é. E eu também sou. 23 de outubro Minha boca está começando agora a se abrir. Imagine só, dentro de cerca de um ano estarei sorrindo e, depois, falando. Sei qual será minha primeira palavra: MAMÃE. 25 de outubro Meu coração começou hoje a bater por si mesmo. De agora em diante vai bater suavemente pelo resto de minha vida, sem jamais parar para descansar! E, depois de muitos anos, ele se cansará. Parará, e então morrerei. 2 de novembro Estou crescendo um pouco a cada dia. Meus braços e minhas pernas começam a tomar forma. Mas tenho de esperar ainda bastante tempo antes de estas perninha; me erguerem até os braços da mamãe, antes que estes bracinhos possam colher flores e abraçar o papai. 64
  • 65. 12 de novembro Pequeninos dedos começam a formar-se em minhas mãos. É engraçado como são pequeninos! Poderei tocar com eles nos cabelos de mamãe. 20 de novembro Foi somente hoje que o médico contou à mamãe que estou vivendo aqui, sob o coração dela. Oh, quão feliz ela deve estar! Sente-se feliz, mamãe? 25 de novembro Mamãe e papai devem estar provavelmente pensando num nome para mim. Mas eles nem sequer sabem que sou uma menininha. Desejo que me chamem de Mariazinha. Já estou ficando tão grandinha! 10 de dezembro Meus cabelos estão crescendo. São macios, claros e brilhantes. Fico imaginando que tipo de cabelos mamãe tem. 13 de dezembro Estou quase prestes a poder ver. Tudo é escuro em volta de mim. Quando mamãe me trouxer ao mundo, ele será cheio de sol e de flores. Mas o que mais desejo é ver minha mamãe. Qual é sua aparência, mãezinha? 24 de dezembro Fico imaginando se mamãe ouve o sussurro do meu coração. Algumas crianças chegam ao mundo um pouco doentes. Meu coração é forte e saudável. Ele bate tão ritmicamente: toc-toc, toc-toc. A senhora terá uma filhinha saudável, mãezinha! 28 de dezembro Hoje minha mãe me matou 65