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Origem e Formação da Bíblia
Aula 1- O mundo da Bíblia.
O Mundo do Antigo Testamento.
O conhecimento prévio sobre o local, os costumes, a cultura, a religião são extremamente
importantes para o entendimento do texto bíblico. Primeiro tem que ser vista a questão
geográfica do local, a situação histórica e vivêncial, os costumes dos habitantes, a função
econômica dos moradores da cidade e do campo, a agricultura e pecuária praticada pelos
mesmos moradores destes locais.
Desta forma para entendermos a Bíblia precisamos conhecer melhor como ela foi escrita,
qual é o proposito de Deus para com seu povo. Como ela se formou e como ela veio até nós.
Assim devemos começar pelo conhecimento geográfico e as circunstâncias que levou o escritor
inspirado pelo poder de Deus anunciar a sua mensagem aos pobres, viúvas, orfãos e os
necessitados.Pessoas simples que anunciam a palavra de Deus aos simples e sinceros de coração.
Situação Geográfica
A Palestina não é muito extensa. Ela tem um território que vai do Mar Mediterrâneo ao rio
Jordão, tem aproximadamente oitenta quilômetros de largura muito pouco e pode ser comparado
com o Estado do Rio de Janeiro( imaginem a Palestina do tamanho do Brasil!) ; da região da
Galiléia até a região de Berseba no extremo sul há apenas duzentos e quarenta quilômetros de
extensão. A situação geográfica revela altitudes e depressões em grande escala, e em pouca
distância de uma região para a outra.
De Jerusalém até Jericó, por exemplo, tem uma distância de vinte e quatro quilômetros,
temos um declive de novecentos metros do nível do mar para abaixo do nível do mar. Jericó tem
um clima de uma mistura de temperado a tropical, enquanto em Jerusalém se respira o ar da
montanha mais ou menos quatrocentos a mil metros de altitude.Esta diferença de altitude e de
depressão, de clima , de ar, de terreno fértil a estepe e deserto, faz deste local uma terra
interessante.
Podemos notar que, apesar do pequeno território em quilometros tem um espaço menor
que o Estado do Espírito Santo e que é menor do que o Rio de Janeiro. A Palestina tem
contrastes enormes de uma região para outra: uma mais seca outra mais umida , do dia para a
noite: dias escaldantes e noites geladas, do verão para o inverno: do verão de quarenta graus a o
inverno de vinte graus abaixo de zero. De maio a outubro, o sol é causticante e a vegetação e os
rios secos, mas o calor é amenizado pelo orvalho que caí pela manhã e pelo vento oeste que vem
do mar Mediterraneo.
No inverno, o país é frio e com chuvas; dezembro, janeiro e fevereiro são os meses em que
caem mais chuvas. As de outubro e novembro amenizam a seca do verão e a terra fica menos
dura, começam as plantações e as colheitas antes da grande seca. A primavera é mais curta.
Este período de chuvas proporciona a criação de ovelhas e de gado, por causa dos pastos
frescos. No verão isto se torna impossível. O Siroco (vento setentrional) traz um mormaço
devastador e muita areia do deserto. Com este vento tudo murcha e morre. O clima torna a vida
muito difícil e insuportável.
Na época do Antigo Testamento as fontes agropecuárias vinham da sefelah (terra baixa),
nos vales, nos pés das montanhas onde haviam as fontes de águas. Eram terras irrigadas pela
chuva e pelos nascedouros dos rios. A sefelah era composta de calcário, a oeste de Judá, onde se
plantavam cereais e era fértil para agricultura.
A situação geográfica da Palestina traz uma característica essencial como: um
entroncamento por onde passavam as caravanas comerciais da Europa, da África com direção ao
Oriente Médio Próximo e a Ásia Menor. Estas caravanas iam buscar produtos comerciais
como: ouro, especiarias, perfumes, incensos, entre outros.Muitos imperios cobiçavam este local
para cobrar impostos das caravanas comerciais. Quem possuisse este local tinha o poder
economico nas mãos : foi isto que fez Egito, Assiria, Babilonia , Persia, Gregos e Romanos.
A costa marítima servia de base e de passagem para os mercadores e como base de
passagens de exércitos.
Na realidade, a Palestina era importante pelo fator estratégico político militar e tributário.
Quem passasse pelo local era tributado: um tipo de pedágio. Por isso, quem possuísse o local era
poderoso economicamente. Consequentemente, os ísraclítas sofreram a influência dupla do
oriente e do ocidente.
As rotas comerciais mais importantes eram três:
A) Mediterrâneo: Seguia pela planície litorânea. Saía do Egito e margeava o Mar
Mediterrâneo. Era a mais segura, por causa da companhia de exércitos de mercenarios ,
sendo também a mais cara, por causa dos tributos.
B) Cisjordânia: Acompanhava os locais das águas, atravessando a Cisjordânia. É um
caminho difícil pois passa por escarpas e serras.Era uma viagem dificil , pagava-se
muitos impostos para a travessia de cidades e territorios.
C) Damasco: Passava pela Transjordânia, começando no Golfo de Ácaba e passando dalém
do Jordão. É a mais difícil por causa das intempéries do deserto, porém é a mais barata
fugia-se dos impostos, mas estava correndo o risco de serem assaltados pelos ladrões e os
habitantes nomades destas localidades .
Períodos Históricos do Antigo Testamento.
O Antigo Testamento cobre um vasto período histórico, que vai desde o livro de Gênesis ao
último livro escrito (Daniel), do patriarca Abraão até a revolta dos Macabeus; na invasão dos
gregos e no início do Império Romano. Vai do século XVI ou XIV ao século 11 a C . A historia
está dividida em : a historia pre-história nômade - XV / XIV / XIII a C. ; a historia pre-Estatal ou
antes da monarquia – XII - XI a C.
- Monarquia - XJ VI (1. 7 00-58716 a C).Esta divide-se em :
A) Exílio - VIIIV (58716-539 a C).
B) Pós-Exílio - IVIIII (539-450 a C).
C) Helenísmo – III- II (333-165 a C).
D) Império Romano – II (1 65 a C).
Ou podemos dividir também desta maneira, conforme a economia:
Séculos XV a XIII a C - Pastores, Nômades e Patriarcas.
Possuímos cinco versões sobre a origem do povo Israelita. Uma das alternativas não
bíblicas, coincide com alguns textos bíblicos. Segundo ela, a origem do povo Hebreu vem da
formação de tribos do deserto que invadiram o Crescente Fértil, durante os Sec XX ao XV a C.
Estes seriam os amorreus. O livro de Gênesís faz alusão aos amorreus-hebreus: "..meu pai era
um arameu errante", fato que designa a forma de vida nômade ou semi-nomade do povo.
Os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó são chefes tribais que levavam a vida semi-nômade,
vivendo da agropecuária que se desenvolvia no Crescente Fértil e no delta do Nílo.
A estória do patriarca Abraão encerra em si mesma a primeira forma de explicar a origem
do povo hebreu.
Séculos XIII e XII a C - Fuga dos Escravos (7 300-1250 a C)
A saída ou fuga do Egito é a segunda forma de narrar a origem do povo de Israel. Esta
narrativa de Êxodo faz conexão com "novela" da venda de José por seus irmãos aos mercadores,
no Egito.
Esta épica ou novela, está narrada no livro do Êxodo no AT, que mostra que esta fuga de
escravos libertos pelo "poder milagroso" de Javé fez com que surgisse o povo de Israel, que
caminhou pelo deserto, pelo monte Sinaí, em direção à terra prometida, à Canaã dos patriarcas.
Estas duas maneiras de contar a origem do povo de Israel tem o mesmo objetivo: O povo se
originou e se formou saindo de um lugar e se dirigindo à terra prometida.
Séculos XII a C - Conquistas pelas Guerras (1 250-7225 a C).
Possuímos, neste período, três maneiras de contar a origem do povo de Israel. A primeira
se refere à tradição bíblica contada no livro de Josué, quando o "Deus Guerreiro" se manifesta a
favor do povo e juntamente com ele entra em guerra contra os povos vizinhos e conquista, na
batalha, a terra prometida. As estórias de guerras são constantes nos livros bíblicos e Yahweh
Sebaoth, o Deus guerreiro, sempre está à frente do povo escolhido.
A segunda estória está na tradição bíblica onde se fala que, após avistar a terra prometida
da montanha de Deus, fez-se um juramento de união de todas as tribos.
O relato bíblico mostra que quando os hebreus atravessaram o jordão existia uma caravana
para receber josué e seus companheiros, demonstrando, desta forma, a existência de hebreus
anteriores aos que saíram do Egito.
Os hebreus não eram guerreiros profissionais como os outros povos seus vizinhos.
Século XII a C - Cidadãos Pacíficos (7 225-1020 a C)
Eles também ainda não sabiam manipular a arte da guerra e muito menos a arte da paz,
Eles, na realidade, fízeram o assentamento nas cidades arruinadas, que depois foram
reconstruídas de forma rudimentar - e começaram uma nova vida a partir do novo lugar.
Inícíaram-se no comércio e na pecuária, trabalhavam a terra e erguiam novas cidades.
Os novos habitantes da região continuaram a ter a organização tríbal: clãs e famílias.
O tabernáculo, instalado em Siloh (Js 7 8: 7), assegurou a unidade e a ação comum, mas
criou certos problemas que acabaram provocando a desunião e a ameaça dos grupos próximos
aos cananeus: os moabitas, amonitas e medianitas, no deserto, e os filisteus, na costa do mar.
Estes povos trouxeram boas e más influências, sendo assim alvo das denúncias proféticas. Os
filisteus eram compostos de povos marítimos das ilhas gregas, os quais se estabeleceram na costa
da Palestina, fazendo uma confederação de cidades-estados: Gaza, Ascalom, Asdode, Ecrom e
Gade.
Neste período de conflito, após o assentamento dos Israelítas por causa da pressão, das
ameaças de guerra e de ' invasoes, surgiram os shofetim (Juízes), um tipo de líder oriundo das
tribos de Israel, que combatiam os inimigos de Israel e, em tempo de paz, julgavam as situações
de conflito entre os membros das tribos nos seus aspectos político, social, ambiente da Vida
Cotidiana do Antigo Testamento.
A situação social, política, econômico e religioso é muito importante. Na religião
temos Os juízes Barca, Gídeão, Jefté, não eram na realidade homens da Lei, como muitos
pensam e interpretam, mas heróis militares, que tinham poder e sabedorias divinos.
Neste período, já começava a declinar as autoridades tríbaís e as organizações
clânícas passam para o sedentarísmo e à vida civilizada nas cidades. O povo de Israel
começa a copiar de seus vizinhos a monarquia e a organização social, política e
econômica.
Séculos XII e IX - A Monarquia em Israel (7 020-926 a C)
Israel passou a copiar de povos vizinhos algumas de suas características mais
importantes. Uma delas foi a monarquia (Durante os Sec. XI e X a C), onde os primeiros
reis - Saul, Davi e Salomão - modificaram a forma e o modo de vida de Israel. A
prosperidade econômica foi preponderante, porém surgiu um fator negativo com este
famoso progresso.a deterioração da vida espiritual do povo. Primeiro Saul, depois Davi.
Davi organizou e burocratizou o seu reinado com a hierarquizaçao de seu governo;
cobrou e institucionalizou o serviço militar, elaborou um senso e tinha como projeto
futuro fazer um império, mas teve que abandonar esta idéia devido à resistência política e
religiosa da época.
Salomão, que herdou tudo pronto de seu pai: um império organizado. Mas, com a
organização, veio a dívida pública. Tenta realizar os projetos que seu pai não conseguíu
realizar.
Séculos IX e VIII a C - Rebelião do Reino do Norte contra o Sul (926-800 a C)
Toda glória do reino de Salomão veio a baixo após sua morte, e piorou com a
escolha de seu sucessor. A guerra civil provocada por causa da sucessão ao trono, piora
a situação. O primeiro livro dos Reis mostra que o reino do norte, com Jeroboão 1, entra
em decadência.
A historíografia oficial procura mostrar que a luta pelo trono afasta a presença real
de Yahweh.O rei passa a ser mais importante que Jave.
No sul, pelo contrario, a história mostra que a situação era melhor e estava tudo sob
controle. Eles estavam ocupados em difamar o reino do norte. No reino do norte, a
situação passa a ser um caos profundo: sucessões constantes e guerras internas
intermináveis. Neste período surgem os profetas de atuação - no norte e no sul : como
Elías e Eliseu, Miquéias bem Imla (não o profeta bíblico do Antigo Testamento), Natã e
outros.
Séculos VIII e VII - Destruição do Reino do Norte (800-722 a C)
Este período passa à história do povo de Deus como a época dos plutocratas, dos
prisioneiros e dos pobres de Israel. Os plutocratas concentram em suas mãos o poder e o
dinheiro e praticam todo tipo de injustiças: não se lembram mais da justiça social do
Deuteronomio, da fé dos patriarcas, da Lei mosaíca nem do jubileu e do ano sabátíco. Em
722 a Assíría invade este reino, destruíndo-o.
Séculos VII e VI - Comércio Dominado (722-600 a C)
Judá é o reino que -sobreviveu. Conforme os historiadores deste período, o reino do
sul consegue às duras penas controlar a situação vigente. A causa disto: permaneceu fiei a
javé. Por isso durou mais tempo e não foi molestado pelo reino assírío nem pelos
Egípcios. No sul, a organização do comércio teve a segurança estatal, que passou a ter
um colapso pelas diferenças e interesses de grupos mais evidenciados.
Surge uma nova ameaça: A Babílônia, que vence a Assíria e devasta tudo que tem
pela frente.Mata , tritura, toma os despojos, são violentos, textos bibliocs mostram que ate
gravidas e crianças eles não perdoavam.
Séculos VI e V - Exílio (598-586 a C)
O profeta Jeremías fala ao povo para que não enfrente Nabucodonosor. Joaquim,
porém, o coloca na prisão e, não dando ouvidos ao apelo do profeta, pede auxílio ao
Egito, que é derrotado em Carquemís. Durante meses Jerusalém (12 meses) ficou cercada
finalmente caindo perante o poder de Nabucodonosor. Aqui se dá a segunda deportação
de judaítas para a Babilônia. As histórias, releituras deuteronomistas destes textos
biblicos, as reelaborações mais importantes da teologia e dos escritos do Antigo
Testamento foram feitos na Babilônia.Interessante é a obra dos rabinos chamada de
Talmud que é uma hermeneutica do Pentateuco. O Talmuda da Babilonia foi feito nesta
epoca do exílio.
Séculos V e IV - Exílio, Retorno e Reconstrução (586-539 a C)
O exílio marca na realidade profundas mudanças sociais e religiosas para o povo da
Bíblia. O período marcante de 586-539 a,C mostra a ascensão e o declínio de
Nabucodonosor e de seus sucessores . Toda a base do judaísmo e de seus escritos mais
famosos são oriundos deste período. Ezequiel , Jeremías , Lamentações, Isaías 40-55, e o
Salmo 137. Este período foi importante para o estabelecimento dos rituais do culto, da
purificação ou rituais da impureza e pureza, do sacrifício e de todas as coisas referentes
ao templo.
O exílio serviu de depuração de muitas idéias e de saudosismo judaico, assim como
também serviu para a inserção de determinados conceitos existentes no AntigoTestamento:
a estória da criação, a torre de Babel, o dilúvio, Noé, as releituras de Profetas, como
Amós , Miqueias , e o final de Jeremias. A língua passou por uma evolução e começou o
uso do aramaico. O retorno e a restauração são de suma importância para a
compreensão deste período. Siro, o persa, liberta os judaítas da escravidão Babilônica;
isto está registrado em Isaías 52,1-13 e 53, 1-12, onde Ciro é determinado de "o escolhido
de Yahweh".
Século III (333-765 a.C) - Helenização e a Revolta dos Macabeus.
Este período é denominado de Helenização , pois os gregos utilizam métodos
diferentes dos povos anteriores que denominaram a Palestina. Os gregos, de outra forma,
deixavam os povos em seus locais, mas utilizavam a escravidão para mudarem a sua
língua e cultura, para que os judeus foi pior que trabalhar como escravos em outros
domínios.
Os gregos helenizavam os dominados : impunham sua cultura e religião; isto foi
funesto para os Judeus. Macabeus 1, 11 e o livro de Daniel e Joel que fala do domínador
Alexandre Magno ( J1 3.6 ). Neste período começa a mudança de Literatura em Israel. Os
Gêneros proféticos dão lugar à escatología e à apocalíptíca.. Antíoco Epifanes colocou estátuas
no templo de Jerusalém; isto redundou na ira dos judeus e no surgimento das primeiras ondas de
revolta e de perseguição denominadas de "Guerra dos Macabeus".
Judas, o Macabeu ( O Martelo), foi um judeu que se levantou contra a opressão grega e começou
a luta nos campos e na cidade contra a maneira dos gregos agirem contra os judeus.
Século 11 ( 768 a. C - 70 d. C.) - O Império Romano
Antíoco foi derrotado pelos romanos na Batalha de Magnésía, em 790 a.C. O Livro de
Daníel 9.29ss. fala desta figura que dominaria o mundo da epoca. Os Macabeus continuam as
lutas por toda a Palestina até serem arrasados, isto somente vai ocorrer depois da era Cristã, em
70 d.C. Não são gregos, mas são os romanos que implantam o comércio de escravos.

A soberania romana foi pesada para o povo judeu por vários motivos. Primeiro, porque eles
tinham que pagar muitos e altos tributos; segundo, porque as cidades da Palestina tiveram seus
nomes mudados. Enquanto os gregos helenizavam e colocavam no templo dos povos conquistados
as figuras de seus deuses, os romanos requeriam adoração aos seus políticos, reis e imperadores.
Portanto, a dificuldade dos judeus e aceitarem esta situação e aquilo que vimos no Novo
Testamento são reflexos do Antigo Testamento.
A Vida Cotidiana no Antigo Testamento.
A Vida Nômade.
Deuteronômio 26,5 mostra como era o povo e como que eles viviam em tendas e
praticava a transumância. Os nômades procuravam pastagens, comida e água para si e para o
seu rebanho. Antes de se instalarem nas cidades e antes de praticar a agricultura e o Comércio,
Israel foi nômade, vivia em planícies, cuidando de ovelhas e de cabras. O deserto é de fato
sempre presente nos grandes eventos do povo escolhido: A saída de Abraão de dos caldeus, a
caminhada pelo deserto em direção à terra prometida, a história de Jacó e José a ida ao Egito, a
fuga do Egito e a volta à terra de Canaã sempre estiveram relacionados ao deserto e à vida
nômade.
O Ideal de Vida pervade o Antigo Testamento todo e se encontra algumas vezes no Novo
Testamento. Esta idéia mostra que o deserto é o local de origem do povo : O jardim de Éden no
meio do deserto, a tentação de Jesus no deserto, etc. Deserto é lugar de purificação sempre em
contraposição com a cidade, que é local de toda a origem de mal. Deuteronômio 32.7-14 mostra
que o povo e os seus antepassados passaram logo de uma vida nômade para a fase agropecuária.
O Deserto é designado também como uma coisa ruim, um lugar de tentação. Este cãntíco de
Moisés fala do ideal da vida no deserto.
Podemos notar ainda que existem duas formas de entender o ideal do deserto: uma
transição e o conflito campo versus cidade. Se eram nômades, como se originaram ? e a situação
dos patriarcas? e a questão do Hab-piru tem ou não tem relação com os hebreus? Entre elas está
a questão da passagem do nomadísmo para o sedentarismo. "As histórias de Isaac, Abraão e
Jacó revelam uma espécie de vida a que se pode chamar seminômade - um meio termo entre a
vida do beduíno do deserto e a do agricultor estabelecido.
A situação então fica, melhor defínída se se falar em situação de seminomadísmo que tem
origem nas tribos de onde veio o povo de Israel. Surge como povo nõmade a passa para o
sedentarísmo.
Pode se falar que eram pastores de rebanhos do pequeno porte que, ao longo do tempo,
passaram pela mutação tornando-se agricultores e depois pela sedentarízação, transformando-se
num pequeno povo citadino, dando origem ao povo bebreu.
Com o surgímento da monarquia, a cidade e a indústria fazem prevalecer a força, o tributo,
organização, ao contrário da vida tríbal e nômade . A passagem da idade do bronze para a idade
do Ferro traz mudanças substanciais à economia: a troca de mercadorias para o tributarismo.
A vida na Cidade.
As cidades eram denominadas de Cidade - Estado - pois uma só cidade concentrava toda a
população e tinha a função de um povo (governo - monarquia). Ela sempre era construída sobre
uma colina , com muros de pedras e tíjolos, e seguiam o contorno da própria. NA verdade, elas
eram verdadeiras fortalezas; pareciam castelos medievais. As construções feitas pelos cananeus
eram fortalezas íntransponíveís.
A vida na cidade começou com as construções e as fortificações, mas a obra de grande
fôlego foi a captação de águas e os aquedutos desta época. Os ísraelitas depressa aprenderam a
forrar as cisternas com um tipo de gesso para não vazar e não permitir que a pedra porosa
consumisse a água captada. Para recolher esta água da chuva e armazená-la, era necessária a
construção de poços e de aqueodutos que refletem a influência grega e romana num período mais
recente, Era um trabalho imenso e de muita concentração, exigia o trabalho de muitos
funcionários.
O portão de uma cidade era fortificada e ficava dependendo de como era construido - lhe
dava imponência. O Antigo Testamento mostra que antes do portão principal havia um corredor
murado com dez metros de cumprimentos e depois é que surgia o portão principal, e neste
ficavam as guaritas, lugar ocupado pelos soldados que, em plantões, guardavam a vigiavam a
cidade de ataques inimigos. O portão principal era colossal, e, via de regras, possuía quatro
passagens, Os portões eram fechados durante a noite ( Js 2.5), protegidos com uma barra de
ferro. Lá se reuniam ancíãos para ao juizo jurisprudência ( Geena- Xeol).
A vida doméstica
Toda a vida doméstica estava vinculada ao clã, à tribo e dependia da "família maior" NA
passagem da forma semínõmade para a vida sedentária, a família mudou em vários sentidos,
permanecendo porém, a amplitude patriarcal. A família era marcada pela poligamia. Mulher
podia ter somente um marido. Endogamia - casamento entre parentes. Exogamía - casamento
fora da tribo. O pai era o centralízador político e econômico. O filho mais velho era o herdeiro
natural O casamento era sempre arranjado pelos país.
Os hebreus se casavam muito cedo: aos 18 a 19 anos já eram país , as meninas eram
prometidas com 12 anos e com 14 a 16 podiam ser mães; aos 38 eram avós e aos 50 eram
bisavós. Na realidade, as esposas eram comercializadas ou compradas pelos pais ( as
narrativas sobre Isaac e Jacó mostram isso).
O lar hebreu era dominado pelo trabalho e pelos fílhos. A esposa estéril era uma
maldição para o esposo e para Deus. As casas eram amplas, pois os filhos eram
numerosos, na mesma casa habitavam noras, genros, filhos e filhas, netos e bisnetos. A
familia era numerosa e não menos que 70 membros. A mulher cuidava de todo o trabalho
doméstico: criação dos fílhos e a criação de animais domésticos, como a cabra e a ovelha.
Elas mantinham a casa com a fabricação de farinha de trigo, pão; mantinham as
lâmpadas acesas e a lareira, no frio; arrumava e consertava a casa. Todos dormiam no
chão. Normalmente a casa tinha quartos, sala e cozinha.
A criação dos fílhos era feita pela mãe ou a ama. O pai ensinava seu ofício ao filho
e a mãe ensinava a filha a ser dona de casa.
A vida no campo e na cidade
Neste aspecto a falta de água era o maior problema. O ano hebreu é dividido entre o
semear e o colher, sempre dispostos antes e depois do outro, ocorrendo este período
exato para a plantação e a colheita. Por isso as festas mais significativas na religião
judaica marcam a relação com o trabalho e a vida no campo. Surge, então, no Séc.VII a C,
a propriedade privada estava bem próximo do sistema escravagista grego.
O hebreu plantava cereais, frutas, trigo, cevada, vinhas, azeitonas, figos, sicômoros,
tâmaras, amêndoas, romãs, amoras, laranjas, limões, maçãs, jardins e hortas, lentilhas,
feíjão, melões, pepinos, alhos, cebolas e plantas aromáticas. Fabricava doce, azeite,
vinho, etc.
A vida na cidade era dominada pelo comércio e indústria. Desde a antiguidade
existiam trabalhadores têxteis, oleiros e carpinteiros. Outra indústria importante era a
metalurgia com o surgimento do fogo , no periodo do ferro.
A vida civil tinha como sistema de governo a monarquia absoluta, composta pelo rei
e pelas classes dominantes deste período.
Na vida civil o povo era alistado várias vezes ao ano para prestar serviço no trabalho
compulsório.
O comércio trouxe mudança de forma na vida civil e também separação de classes
sociais. A aristocracia - a classe alta da época - passa a comandar tudo. Os burgueses
eram os proprietários e pequenos comerciantes, A classe baíxa era formada pelos pobres,
órfãos, viúvas e escravos.
A vida religiosa
A vida religiosa de Israel sofreu profundas transformações. A religião dos semítas
nõmades, por outro lado, parecia estar enraizada na religião mosaíca e na religião do
deserto. Enquanto a religião dos cananeus estava ligada à natureza, às estações, o
mosaísmo estava ligado à ordem natural e revelacional.
Notícias obtidas com as descobertas arqueológicas demonstram o fato desta tribo
shozu ser monoteísta. Lá Moisés conhece os santuários locais. Este altar era o local de
sacrifício. Tinha o santuário na aldeia, ao ar livre,pilares e lugares altos, onde os
profetas depois irão condenar esta prática com a centralização do culto e do governo em
Jerusalém.
Com a criação do templo de Salomão e a centralização do culto em Jerusalém, muita
coisa mudou. Este templo vai legitimar o culto e a dinastia davídíca, podendo ser
denominada de ideologia cúltíca davídíca.
A vida religiosa sempre foi alterada. No exílio ela sofreu influências: a profecia vira
escatología e apocalíptíca. Com o surgímento de novos conquistadores (os helênícos e
depois os romanos) vai surgir em definitivo a teologia e a religião judaica, A compreensão
presente no Novo Testamento parte da época dos Macabeus.
Aula 2- Cânon Bíblico.
O Cânon da Bíblia Hebraica.
Cânon Hebraico.
"Cânon" era uma palavra de origem grega, que significa norma, regra, medida. O
termo no NT, foi usado em II Co 10: 13. No final do século II d C, era sinônimo de
'regra de fé", embora tivesse também o sentido de lista, índice, catálogo.
Havia determinados requisitos para que o livro ou carta fosse aceito
como canônico:
A formação do Cânon do AT.
Processo longo e penoso envolveu a formação do AT. Ele aconteceu na passagem da
tradição oral para a escrita, onde aconteceram releituras, revisões, acréscimos,
reelaborações, inserções, interpelações e um redator fínal que compilou e deu fechamento
geral às obras do A T.
Quase todos os escritos passaram pela tradição oral e tiveram uma seleção.- os
poemas, a épica, os cântícos, que foram memorizados e depois coletados, juntados, tecidos
um ao outro, como uma colcha de retalhos, para serem finalmente canonizados. Como,
por exemplo, salientamos os escritos que foram o centro e o núcleo, que, sendo expandidos
através de estórias, se tornaram nos escritos famosos do Antigo Testamento .
Outras formas orais ou escritas referem-se ao relacionamento de Deus com o povo e
více-versa, como: as leis individuais e comunitárias, os rituais, o culto.Isto ocorre no livro
de Levitico.
O Pentateuco tem quatro escritores distintos e de épocas díferentes: o J (ou Javísta)
que escreveu no século X-IX, durante o reinado de Salomão. O E (ou Elohísta, de
Elohím), escritor do século VIII. O D (ou Deuteronomista) e o P (ou Sacerdotal) que
escreveram no exílio, durante os séculos VI e V a C. Além destes, temos obras posteriores,
que são do exílio e do pós-exílío, como Ob HDtr( a obra historiografica do Deuteronomista )
e a Ob H Cr( a obra historiografica docronista ). Ressaltamos ainda que alguns livros e
materiais escritos que existiram em formas anteriores, depois se perderam. Alguns desses escrito
têm nomeações dentro do A T, como: 'o livro das guerras de Javé" , "o livro do Justo", entre
tantos outros.
O livro de Macabeus narra que Neemías criou uma biblioteca e reuniu os livros dos reis,
dos profetas, e os livros de Davi. Assim os livros começaram a ser reunidos em um bloco. No que
se refere à tradição recolhida por 11 Macabeus, no tempo de Neemías, era o Pentateuco que já
estava formulado, pelo menos a reunião dos livros estava realizada (não a redação final, que se
deu em data posterior).
No templo de Garizim tinha um manuscrito denominado de Pentateuco Samarítano, este é
um dos textos mais antigos do Antigo Testamento, com poucas diferenças do original.
O cãnon hebraíco foi produzido em Javne ou Jamnía, local situado na costa do
Medíterrãneo, entre Jope e Asquelon. Houve uma reunião de rabinos e autoridades judaicas que
envolveu todo 1 século. A data da fixação do cânon foi entre 90 e 100 d C ou talvez tenha
durado até 178 d C.
Flavio Josefo conta em uma de suas obras, citado pelo autor, a data do famoso sínodo como
sendo em 95 d C., o qual contava com 22 livros "divinos e inspirados" dos quais 5 de Moisés, 73
profetas depois de Moisés e quatro sobre os hinos a Deus. Estes escritos foram denominados de
Tanak, Torah, Nebiím e Ketubim. A LXX colocava josué, Juizes, Rute, 1 e II Samuel, 1 e 2 Reis
e 0 e 2 Crônícas reduzidos a uma obra só. Esdras, Neemías, Ester, Isaías, jeremias, Lamentações,
Ezequiel foram colocados como profetas maiores e menores. Daníel como livro histórico e não
profético.
A última seção, formada por Salmos, Provérbios, Cantares e Eclesiastes, como livros
poéticos. Desta forma , o cânon hebraíco fícou estabelecido como a Tanach, dividida em três
seções: a Torah, Nebiím e Ketubím.
A disputa da entrada de certos livros no Antigo Testamento foi muito grande,
principalmente as obras de Ester, Eclesíastes e Cantares. O livro de Ester é do período persa, ou
seja séc. IV. Junto à comunidade de Qunram este livro não foi aceito e as descobertas recentes
não o trazem nas cópias encontradas. Os escritos de Qunram foram agrupados e classificados
por eles em quatro seções:
A) S1, Jó, Prov.
B) Os rolos ou Megíliot: Et, Ct e Lm.
C) Daniel.
D) Esdras, Neemías I e II Crônicas.
Os judeus classificam os livros do ponto de vista religioso, de três formas:
A) Os livros que contaminam as mãos;
A) Os genuzím da raiz de ganar.- livros ocultos, depositados em depósitos nas sinagogas.
B) Os seferim jitsonim: os livros de fora, ou esotérícos.
Apócrífos, Pseudepígrafes e MMM
Os MMM que foram encontrados nas grutas de Qunram, da seita dos essênios, são
classificados de várias formas:
A) comentários dos livros do AT – pesharím.
B) midrashím os livros de edifícação, cânticos e etc.
Várias obras são descritas pelo autor, citando os livros encontrados nas cavernas
próximas ao Mar Morto.
Cânon grego do A T.
Ptolomeu Fíladelfo reinou no final do séc. 11 a C, no Egito, entre 285246. Ele ordenou
que, por sugestão de um bibliotecário, Demétrío Falero, que se fizessem traduções para o grego
de obras de vãríos países. Um de sues funcionários, cujo nome era Arístéía, judeu, foi a
Jerusalém, partindo de Aiexandría, para pedir ao sacerdote Elíazar que enviasse uma equipe de
tradutores à Alexandría, no Egito. Conforme a lenda narra, este sacerdote enviou ao Egito 72
especialistas judeus para traduzir o Antigo Testamento, conforme o livro apócrífo, a Carta de
Arístéia menciona apenas a tradução da Torah.
O que temos, na realidade foi a tradução de todo o Antigo Testamento, que foi denominada
de Septuaginta ou LXX, que é a primeira tradução do Antigo Testamento para o grego e a
primeira tradução de que se tem notícia da Bíblia.
Os manuscritos cristãos da LXX, de papiros encontrados no Egito, os manuscritos mais
antigos da Bíblia são: os códigos Sinaítico e Vaticano, que. datam do final do século IV d C., , e o
Código Alexandrino, do século V d C.
A diferença começou a existir na passagem da LXX de Alexandría para a LXX cristã. Na
cristã é que houve acréscimos desta literatura, principalmente o livro de eclesiástico, a Carta de
Jeremias, Tobít, etc. Alguns livros existentes neste período foram considerados, pelos cristãos,
apócrífos, termo criado por Cirilo de Jerusalém, no século IV d C., e por Jerônimo, no século V d
C. A palavra apócrífo sígnífica espúrio, oculto, secreto, equivalente ao hebraíco Genízah de:
genuzi- guardados. A palavra apócrifa foi escolhida pelos protestantes da Reforma para designar
os livros falsos.
No séc. IV d C., exatamente durante o período dos grandes códices gregos e dos mais
antigos de que se tem notícias, ocorreu a primeira Edição Latina, uma tradução para o latim,
que, conforme a tradição, foi denominada de Vulgata, feita por São Jerônímo, entre os anos 347-
420, devido a insistência do Papa Damásio, que pediu uma tradução da Bíblia para o latim.
Texto da Bíblia hebraíca.
O texto do Antigo Testamento foi elaborado a partir de um marco hístórico-cultural: a
passagem da tradição oral para a escrita. O texto foi escrito em hebraico e aramaíco. Faziam-se
anotações ao texto, na passagem de um copísta para o outro, essas anotações eram ínseridas na
redação final do texto. O texto da Bíblia hebraica é conhecido como texto hebraíco ou texto
massorétíco – T M ( texto massorético) , com as alterações e partes em aramaico. A escritura
cuneíforme influenciou a escrita hebraíca.
Muitos escritos do Antigo Testamento dependeram de suas relações literárias com as suas
fontes voltada para estes locais de origem: Êxodo com o Egito; textos proféticos e legais com a
Babilônia; textos religiosos com os cananeus e muito mais. Outra escritos da época persa,
grega e romana influenciaram da mesma maneira, os escritos do Antigo Testamento.
Do exposto, vemos que no cânon do Antigo Testamento houve muitos redatores e
ainda um redator final elaborando os escritos para definirem o canon final. Os redatores
do texto bíblico lograram em muitos casos, combinar fontes orais com outras fontes
escritas, dando assim a forma definitiva.
Os textos tiveram sua conquista de sacraíízação até o séc. 11 d C., onde o cânon de
oficializou no Concílio de Jamnía, entre 150 e 250 d C. No exílio da Babilônia foi
preparado um texto que serviu de comentário da Torah, denominado de Talmude Babili.
Depois em Jerusalém, o Talmude de Jerusalém, um ou dois séculos após.
A tradição judaica sempre mostrou que Esdras foi o grande incentívador e atribui a
ele a mudança e composição de grande parte dos textos do Antigo Testamento .
O MMM( Manuscritos do Mar Morto) e o A ntigo Testamento.
As descobertas dos MMM( dos Manuscritos do Mar Morto) contribuíram
profundamente no estudos do Antigo Testamento. Era a Bíblia dos judeus dos tempos de
Jesus. É chamado também de Texto Massorético ( TM).
O Antigo Testamento.
Na primeira caverna, o texto mais importante encontrado foi o livro do profeta
Isaías (1 Q Isa a), que continha os 66 capítulos do texto que possuímos hoje em sua
integridade.
Quanto aos MMM ( Manuscritos do Mar Morto) eles mostram que as datas
prováveis destes escritos do Antigo Testamento duraram cerca de um milênio, ou seja, do
século XII ao 11/1 a C.
Texto Massorétíco ( TM).
Os textos bíblicos mais clássicos datam da tradição mais antiga, guardados e
copiados através dos séculos pelos íudeus, denominados de texto massorético, pois
continham os textos vocalízados. Nesta categoria estão o códíce dos profetas do Cairo e o
de Alepo.
Septuaginta – LXX
Este texto é o mais próximo dos livros originais do Antigo Testamento. Ele serve
como testemunha textual dos livros originais da Bíblia hebraica. Recebe este nome por ter
sido uma tradução feita por 70 sábio, ou 72 do original hebraico para o grego. O que
conhecemos desta tradução são cópias dos séculos 111 e IV d C. Estas traduções e cópias
gregas do Pentateuco trazem diferenças e uma variedade de manuscritos que são
equivalentes, mas diferentes em alguns textos do texto massorético; são milhares de
variações e de traduções.
Pentateuco Samaritano
Esta é a Bíblia completa da comunidade do reino do norte, resultado da divisão do
reino unido com a disputa pelo trono entre Roboão e Jeroboão,
Contribuições dos Manuscritos do Mar Morto para a compreensão do texto do Antigo
Testamento
Antes das descobertas dos Manuscritos do Mar Morto , somente se conhecia o Pentateuco
Samaritano, o Texto Massorético e a LXX. Os 202 Manuscritos do Mar Morto são cópias dos
livros do Antigo Testamento redigídos e copiados nas línguas originais, que datam do séc, 11 a
C., ao séc, 1 d C.
O Novo Testamento concorda com os Manuscritos do Mar Morto e a LXX.
Aula 3- Formas literárias .
Gêneros Literários Narrativos do Antigo Testamento.
Mito
Foram os fundamentalístas que começaram a defínir certas propriedades de interpretação e
a própria definição do mito. Na igreja se divulgou que o mito era sinônimo de falso, de algo que
não ocorreu.
O gênero literário mítico mostra, em tese, a tentativa do homem em explicar as coisas e a si
mesmo. No AT o mito é composto de relatos ou narrativas que têm como personagens o encontro
do divino com o humano. Esta forma é abundante no AT, onde encontramos narrativas mítícas
( ou de. origem mítícas). Um exemplo típico é Gn 6:1-4,
O mito, na realidade, pode aparecer de diversas formas como: teogonia, cosmogonia,
paraíso ou dilúvio. Foi mostrado no culto e permaneceu na história dos povos. O mito é a
cosmovísão de uma naçao que procura manter a ordem social e cósmica. O mito expressa a
dimensão universal ou cósmica de algo acontecido. Eles são, de alguma forma, escatológícos,
pois estão dírecionados para o futuro. A historização do mito serve para ilustrar algo da vida
pessoal, individual ou nacional em sua origem; explica a origem de alguma coisa. Assim o mito é
um arquétipo, é a rememoração e a atualização de fatos ocorridos, e nao repetição do passado.
Saga
A saga difere do mito e do conto, por ter um núcleo histórico. Ela reflete a história de
determinadas condições do fato histórico para ser acreditada; não é produto da fantasía. Entra
em contato com a própria situação vivencial. É a história de condutas e de acontecimentos
particulares da vida de um povo. A saga é a interpretação poética e imaginativa da própria
história. Por isso a figura ou a personagem, principal é mostrada com realismo, fraquezas,
falhas e virtudes. As sagas podem ser divididas em sagas individuais; etiológica ou cultual;
tríbaís e etnográficas; cultual. Outra divisão apresente: sagas históricas dos prímórdios;
patriarcais.
As sagas foram criadas para mostrar o ensejo de sua forma ou motivo principal que tem um
fundo motívador da história como um acontecimento histórico que deflagrou a construção deste
núcleo histórico. A este núcleo são acrescidos outros fatos e acontecimentos para dar sentido a
saga, tornando uma narrativa mais longa, cheia de enfeites, como se fosse uma costureira a
costurar uma colcha de retalhos, acrescentando os babados da renda ao pano central.
Conto
O conto é uma forma,de narrativa encontrada em todos os povos e línguas para
expressar as suas situações vivencíaís. O conto não é como a saga, pois não pretende ser
verídico em história. O conto tem a intenção de distrair, é produto da fantasia. Dentro do
conto existe a fábula que são os ,relatos já mencionados acima, As fábulas têm o cunho
didático porque animais, plantas se misturam como personagens e falam. As ações da
natureza, nesse caso, tem função pedagógica.
Novela
A novela é parecida com o conto e a saga, porém é mais longa e mais elaborada
.
O Direito Israelíta
O direito foi inserido nas longas narrativas da vida do povo de Israel. No Pentateuco
é onde mais ocorrem essas inserções legais, O direito passou pela fase narrativa, mas
antes eram blocos que tiveram origem no culto e na vida do povo. O decálogo são
pequenos relatos. Existem os grandes relatos como os livros jurídicos. Existem ainda
pequenas partes denominadas de ordens cultuaís ou leis dos sacrifícios. Havia o direito
apodítíco e o casuístico. O último é aquele que usa em hebraíco a expressão Kí - se (Casos
ou condicionais), um exemplo deste caso é o código de Hamurabí. O direito apodítíco é
aquele formulado pelas proibições. Não pode fazer isso ou aquilo. È o direito da
retribuição, o que mata deve morrer
Aula 4- Manuscritos do Novo Testamento.
Manuscritos Unciais do Novo Testamento.
Códice "A" (Códex Alexandrino).
Este manuscrito foi doado por Cirilo Lucar, patriarca de Constantinopla, ao rei
Tiago ( The King James I ), em 1621. Este rei logo faleceu e quem recebeu o precioso documento
foi o seu sucessor, o imperador Carlos I. Este código foi escrito em Alexandria, no começo do
Século V d.C. Ele contém todo o Antigo Testamento , com exceção de Mt. 1-25,6; Jo 6, 50 - 8,52;
II Co 4, 13-12, 6.
Tem duas colunas em cada página do rolo. O Evangelho de Mc. está dividido em 48
capítulos. Acha-se arquivado até os dias de hoje no Museu Britânico de Londres. Ele está
inteiramente escrito em Grego Koine.
Códice Vaticano "B" (Códex Vaticanus).
Este códice esta datado da primeira metade do século IV d.C., ele está guardado na
Biblioteca do Vaticano desde a época do papa Nicolau V entre os anos 1447-1455. Ele contém
além do Antigo Testamento grego e também a maior parte do Novo Testamento, menos Hb. 9, 15-
13, 25;e as epístolas pastorais como: Tm., Tt., Fm. O Apocalipse , o final do Evangelho de Mc. que
termina em 16,8. O manuscrito possui três colunas em cada folha do pergaminho. Os capítulos são
pequenos. Mt. com 170 capítulos, Mc. com 62, Lc. com 152, Jo com 50. Este códice é o melhor
manuscrito (MS) do Novo Testamento e o mais antigo que se tem notícia.
Códice Eframita ou Efrêmico "C"(Códex Rescriptus).
Este manuscrito é da metade do 1º século, é na realidade um palimpsesto. Ele
pertenceu ao bispo sírio Efraem ou Efraim no século XII. O códice foi lavado com prussiato de
potassa (hidróxido de potassa), reaparecendo um texto primitivo escrito e depois raspado. Ele
contém fragmentos do Antigo Testamento e 58 capítulos do Novo Testamento, menos as epistolas
de II Tess. e II Jo. O manuscrito encontra-se na Biblioteca Nacional de Paris. O MS tem 209 folhas,
sendo 64 do A. T. e 145 do N. T.. Tischendorff especialista em papirologia foi o tradutor deste
manuscrito em 1843.
Códice de Beza "D" (Códex Bezae).
Foi descoberto por Teodoro de Beza ( 1562-1581). O manuscrito era do Mosteiro de Santo
Irineu, em Lion na França. O próprio Beza doou o MS à Universidade de Cambridge na Inglaterra,
onde se encontra até hoje. O manuscrito pertence ao Século VI d.C. e contém os Evangelhos
sinópticos e os Atos dos Apóstolos. O texto está em grego com uma tradução latina em colunas
paralelas. Existem omissões, desvios, adições, complementos. Também é considerado como o
manuscrito mais antigo existentes dentre os textos puramente ocidental.
Códice Sinaítico "Aleph" (Códex Sinaiticus)
O manuscrito foi encontrado por Tischendorff em 1844 no convento de Santa
Catarina na parte baixa do monte Sinai, no deserto. Este manuscrito pertence ao século VI d.C. na
segunda parte do mesmo. O texto está em grego e apresenta-se em quatro colunas com 48 linhas
cada. Ele contém todo o Antigo Testamento e o Novo Testamento, mas também encontramos os
escritos patrísticos, uma parte do escrito do Pastor de Hermas e a Epístola de Barnabé. Ele se
encontra no Museu Britânico em Londres, desde 1933, tendo sido adquirido por cem mil libras
esterlinas. O manuscrito possui correções de sete críticos e após a sua descoberta, o especialista
Tischendorff fez cerca de três mil correções em seu texto grego no Novo Testamento, isto ocorreu
a partir da oitava edição do N.T. Grego. O Texto é único e com MS uncial com o Novo
Testamento completo totalmente.
Códice Muratoriano ( Códex Murtorianus )
Este manuscrito é o texto mais antigo que se tem notícia. Mesmo que seja ainda uma
cópia do século VII d.C., o seu texto é do século II d.C.. O manuscrito foi encontrado na
Biblioteca Ambrosiana ou de Santo Ambrósio em Milão na Itália, no ano de 1748 pelo bibliotecário
da biblioteca chamado Ludovico Antônio Muratori ( ele também foi um grande historiador
italiano) . O ms. foi escrito em Roma, mas ainda a sua origem é muito discutível. O ms. está
composto de forma incompleta, contém fragmentos de Lc. e das Epístolas, menos Hb., Tg e I, II
Pd. e II, III Jo.
Código Washingtoniense ( Códex Washingtoniensis ).
Este ms. pertence ao final do século V ou é do princípio do século VI d.C. O ms. foi
adquirido por Charles L. Freer, da cidade de Dedroit, em viagem ao Egito em 1906. Passando por
um antiquário comprou-o e trouxe para os EUA. Este mesmo encontra-se ainda em Washington, na
Smithsonian Institution.
O texto contém os quatro evangelhos na ordem em que se era aceita na Igreja
Ocidental: Mt, Jo, Lc e Mc ( pela ordem de importância das testemunhas de Jesus).
Aula 5- Texto do Novo Testamento.
O Texto do Novo Testamento
Existem 2542 manuscritos do N. T. em papiros, rolos, códices. Porém manuscritos
incompletos são mais de 3000. Estes textos vem da época dos primeiros séculos d.C..
Para maioria dos apóstolos, da comunidade cristã da Palestina as Sagradas Escrituras
era a Bíblia Hebraica, até surgir a idéia de se fazer uma Bíblia Cristã, a partir do que os judeus já
haviam feito. A fixação do cânon e do Novo Testamento foi muito mais complicado do que o texto
e o cânon do Antigo Testamento. Como os massoretas no cânon Hebraico fizeram tudo para
facilitar a leitura da Bíblia Hebraica.
Paulo é o inventor e criador da Bíblia Cristã. Foi ele que começou a historiografia
do novo Testamento e os primeiros escritos são suas obras. Como no século II d.C. o cânon
Hebraico estava fixado, o cânon cristão foi somente a partir dos séculos III ao IV d.C. fixado por
completo no cânon do Novo Testamento.
O texto do Novo Testamento é contemporâneo a muitas traduções do Antigo
Testamento como a LXX, a Vetus Latina e a própria Vulgata. Por isso notamos que o texto do
Novo Testamento é uma composição e leitura do próprio Antigo Testamento cristianizado. O
Novo Testamento possui duzentas citações dos mais variados livros do Antigo Testamento.
Conforme um especialista americano Robert Pfeiffer 80% destas citações não são feitas do texto
hebreu mas da LXX que era uma tradução e leitura do próprio Antigo Testamento.
O texto do Novo Testamento em seus manuscritos datam do século IV d.C. e
algumas décadas depois. Anteriormente não existiam estes manuscritos, o que existiam eram
fragmentos e papiros num total de 21. Anterior a essa época o que se pode ter é na realidade a
transmissão oral, coleções de ditos. Esta tradição oral mantida por muito tempo foi conhecido por
vários autores do Novo Testamento que fazem alusões a esta tradição. Como por exemplo At
5,32: I Cor 15,3 e o próprio apóstolo Paulo cita estas tradições orais várias vezes.
Esta tradição oral passou a ser escrita, passou por várias mãos, várias transcrições e
transmissões como coleções de ditos e de memórias. Estes testemunhos foram reunidos e formado
no final como um escrito geral. As palavras soltas de Jesus (ipssíssima verba e ipssíssima vox)
foram juntadas resultando nas logia (palavras) de Jesus. existem fragmentos de uma velha cópia
destas coleções no denominado papiro Oxirrynco encontrado em 1897 e outro em 1907 que datam
do século III d.C. no Egito. Ainda encontramos a fonte Q (Quelle) que ;e na realidade o
documento mais primitivo desta tradição escrita dos evangelhos.
Da passagem da tradição oral para a escrita quase ultrapassou o meado do século I
d.C.; pois o primeiro escrito do Novo Testamento data de 45 d.C. que é a carta de Paulo: I Tess e a
de I Cor em 50 d.C.. O primeiro evangelho, Mc que data do ano de 65 d.C. e depois vem os
outros evangelhos de Mt e Lc e por fim , no final do século I ou início do século II, entre 90 a 120
d.C. o evangelho de João. Nesta mesma época ou ainda bem posterior às cartas católicas ou
universais: I Pd, I, II, III Jo, Fd, Tg e a de Heb, e no final o livro da Revelação, o Apocalipse.
O texto do Novo Testamento é denominado de textus receptus (texto recebido). Aquele
texto que circulou pelas comunidades e foi aceita como inspirada. Assim se tornou o texto
canônico. As cópias feitas, circulando de comunidade em comunidade, as diferenças e
discrepâncias originadas destas cópias, várias famílias textuais sugiram, as quatro famílias de
manuscritos são: o proto-alexandrino, o alexandrino, o texto original que veio de Cesaréia e de
Antioquia e o Texto ocidental que veio talvez da África ou da Itália ou ainda da Gália.
Estes textos são provas provavelmente depois de século IV d.C. ou posteriormente que
são os códices B, e o Sinaíticos (do século IV), o Alexandrino, o códice L (do século IX), o códice
T ( do século V), o minúsculo 33 (do século IX), o códice oriental Teta (Theta do século IX), as
versões siríacas denominas de seríaca e curetoriana ( dos séculos Iv e VI), o códice ocidental
denominado de D (séculos V ou Vi) a versão Latina denominada de K (dos séculos IV ou V). O
códice alexandrino é considerado como o melhor conservado.
Os textos eram em folhas separadas de papiro, depois são agrupados as folhas com costuras e
foram denominados de códices ou rolos, porque eram enrolados. Os códices foram denominados
ainda de unciais escritos somente com letras maiúsculas e os textos com letras minúsculas.
Totalizam os textos uma quantidade de 86 papiros, 269 unciais e 2795 minúsculas. Porém somente
59 destes papiros são completos. Os outros códices faltam uma ou outra coisa: evangelhos, cartas,
etc.
Aula 6 – Cânon do Novo Testamento.
O Cânon do Novo Testamento.
O cânon do Novo Testamento começa a ser criado a partir da preocupação que tiveram os
próprios judeus em formular o seu cânon. Pois os dois cânons são subsequentes: o primeiro de A.
T. que data do século II d.C. e o cânon do N. T. denominado cristão dos séculos III e IV d.C.
Os padres da igreja - gregos e latinos normatizaram os critérios para a
fundamentação dos escritos neotestamentários: eles aceitavam os ensinamentos de Jesus e a
tradição apostólica, das fontes orais e escritas anteriores. A etapa da formação do cânon do Novo
Testamento demorou demais em relação ao cânon do Antigo Testamento.
A igreja reconheceu como a autoridade última para a pregação, o ensinamento, o
culto e a doutrina apologética. O critério da doutrina como o fundo das escrituras judaicas, a
tradição e a autoridade dos apóstolos foram fundamentais para a formação do cânon (Justino em
100-165 d.C.) dizia que a palavra de Jesus é o poder de Deus.
Por outro lado Papias (70-155 d.C.) mostrava que a tradição mais antiga foi
passada oralmente e na memória retinham os mandamentos de Jesus como verdade da fé. O
importante para o cânon passa a ser o que diziam e pregávamos apóstolos e os seguidores de Jesus.
Outro critério era a divulgação e o uso dos escritos do Novo Testamento nas Leituras comunitárias.
Se as comunidades aceitavam o escrito ele era aceito automaticamente no cânon e
assim vice-versa. O único livro do Novo Testamento a usar o termo canônico foi o último livro a
ser aceito no próprio cânon: o Apocalipse 11,10; 22,18-19, portanto ele é bem próximo dos pais
apostólicos no século II ou III d.C.
Podemos considerar o cânon do Novo Testamento como três etapas de formação:
A - A era apostólica a partir de 70 d.C.. Este período pode ser denominado também
de pré-canônico de 70-150 d.C. e a canônica de 150-200 d.C. onde o Novo Testamento estava
terminado. A fixação dos livros de Novo Testamento tinha terminado. As autoridades eclesiásticas
haviam decidido neste período qual o livro que permaneceria ou sairia do cânon bíblico.
B - A era apostólica antes de 70 d.C. foi o período dos escritos paulinos e vários
apócrifos e psedepígrafes já existiam. Pode ser denominados de período intertestamentário, onde
por exemplo os livros como: os Doze Patriarcas, o livro de Enoc Etíope, a Assunção de Moisés, o
Apocalipse de Elias, III e IV Esdras. Este período também são encontrados os logia de Jesus ou Q
ou UrMarcus, e a tradição oral de Novo Testamento.
Na realidade neste período encontramos os primeiros escritos de Paulo e do Novo
Testamento paralelos a estes acontecimento escritos: I Tess de 51 d.C.; Gal, II Tess, I e II Cor,
Rom entre 52-53 d.C.; I Tim e Tt em 65 d.C.; II Tim em 66 ou 67 d.C.. Depois as cartas não
paulinas, o primeiro evangelho escrito foi Mc entre 65 e 67 d.C.. Depois os evangelhos de Mt e de
Lc e no final do século I o evangelho de Jo ou no início do século II d.C. (entre 110-130 d.C.).
C - A era pré-canônica entre 70 a 150 d.C. onde a influência de Clemente Romano
cita o evangelho do Jo depois de 100 ou depois de 130 d.C.. Ignácio de Antioquia coloca este
evangelho entre 70 e 155 d.C. A carta a Diogneto coloca em 130 d.C. Os papiros de Ryland 457 e
de Egerton 2 mostram o evangelho de Jo escrito em 120 d.C.
Neste período começa a surgir a denominação de "escritura" e "as outras escrituras"
em relação do A. T. e N. T. com os apócrifos citados em II Pd 3,16. Também Clemente Romano
escrevendo em 100 d.C. falava deste forma e que Paulo "escreveu sob a inspiração do Espírito" (I
Carta aos Corintios 46, 47). Nesta etapa a política circulava solta e alguns escritos cristãos não
permaneceram no cânon por causa de rixa e rivais políticos.
Outros livros nem chegaram a ser mencionados para participar do cânon. Lc em seu
evangelho falava de muitos antes dele "haviam escrito" e que alguns foram testemunhas oculares e
alguns deuterocanônicos como o Pastor de Hermas, a Didaque (estes dois escritos entre 90 d.C.)
referem-se a Mt e Lc e outras tradições orais.
Os padres Gregos e Latinos entre eles Clemente (30 a 100 d.C.) em sua carta aos
Coríntios que quase entrou e permaneceu no canom. As sete carta de Inácio de Antioquia (30-107
d.C.), uma carta de Policarpo de Esmirna (65-155 d.C.), a carta de Barnabé, os escritos de Papias
de Hierápolis ( final do século I d.C.) citado por Irineu e Eusébio foram de grande valor para a
compreensão dos escritos do Novo Testamento.
Surgiram nesta época ainda coleções e mais coleções de obras. Estas eram citadas
por pais apostólicos e tinham quase a "autoridade canônica" acabaram ficando de fora do cânon por
vários motivos: políticos, religiosos, doutrinários e autoritativos. Papias cita os evangelhos, I Jo, I
Ped, o evangelho dos Hebreus que aparece também em Eusábio de Cesaréia em História
Eclesiástica III, 39. Clemente Romano cita: Mt, Mc Lc, Rom, I Cor, Tt, Heb Ef, e Apoc.
Inácio de Antioquia relacionava Mt, Jo, as cartas paulinas, I Cor, Ef, I e II Tim,
Rom, II Cor, Gal, Col, I e II Tess, Tt, filem, Lc, At, Heb, Tg, I Ped. A Carta a Diogneto em 130
d.C. que é anônima cita Mt, I e II Cor, Fil. e I Ped. Policarpo de Esmirna entre 65-155 d.C. cita Mt,
Lc, At, Rom, I e II Cor, Gal, Ef, Fil., I e II Tim, Tt e I Ped. A carta de Barnabé pseudepigrafe cita
Mt, Ef e At.
Marcião declarado muito tempo depois hereje (como anti-semita) não aceitava de
forma alguma o Antigo Testamento por ser livros de judeus em 140 d.C., ele porém cita: Mt, Lc,
Jo, Rom, I e II Cor, Ef. Porém omite, é claro, as pastorais e complementa as 10 cartas de Paulo
tirando as citações do A.T.
D - A etapa canônica (os livros cânonizados entre 150-200 d.C.). Neste período
ficou decidido através das discussões e das autoridades constituídas eclesiásticas, quais os livros
que eram entre dezenas e centenas como apócrifos e pseudepigrafes deveriam permanecer no
cânon. Ficou assim constituído os apócrifos e pseudepígrafes divididos em obras distintas: os
evangelhos, os atos, as cartas e os apocalipses.
Evangelhos: Ev. dos Hebreus, dos Egípcios, os Árabes da infância de Jesus, o
Armênio da infância , Tomé, Proto-evangelhos de Tiago, Ev. de Pedro, de Bartolomeu, de
Basílides, dos Eboionitas, de Marcion, do Nascimento de Maris, de Nocodemos, de Matias, dos
Nazarenos, de Filipe, Mat pseudo, José de Arimantéia, Assunção da Virgem Maria, o Livro da
Ressurreição de Cristo, José Carpinteiro, Ditos de Jesus,
Atos: de Paulo, de Pilatos, de João, de Pedro, de André, de Tomé, de André e
Paulo, de André e Matias, de Barnabé, de Tiago o maior, de Pedro e Paulo, de Filipe, de Tadeu, de
Filipe e Hellas, de Paulo e Tecla, de Pedro e dos doze, os Martírios: de Paulo, de Mateus, de Pedro,
de Pedro e Paulo, de Tomé e de Bartolomeu.
Cartas: de Paulo aos Laudicenses, de Paulo aos Alexandrinos, de Cristo e Abgáro,
de Lentulo, de Tito, dos Apóstolos, III Cor, de Paulo e Sêneca, e de Engnosto.
Apocalipses: de Pedro, de Paulo, de Tiago, de Estevão, de Tomé, da Virgem, dos
Dossiteus, de Esdras, de João de Moisés.
Outros fragmentos deste período que podem ser citados: História de Abdias,
História de André, Ascensão de Tiago, Progressão de Pedro, Sabedoria de Jesus, Ensinamento de
Silvano, Ágrafos, Melcon, Pistis Sofia, Cânon dos Apóstolos, Pastor de Hermas e a Didaquê.
Outra obras apareceram depois do século II d.C. como o Evangelho de Pedro e é nesta
condição que se sabe que Atos dos Apóstolos fazia parte do Ev. de Lucas ou uma obra em dois
volumes. Este período foi a última etapa para a formação e a fixação do cânon do Novo
Testamento. Após este período o século II d.C. vem os famosos concílios e posteriores a esta
época os séculos III e IV d.C. as decisões preponderantes para o término e o fechamento do cânon
do N.T.
Os papiros que chegaram à nossa época são: os papiros Bodmer de 200 d.C.; o Bodmer
II do século III d.C.; o Chester Beaty 45, Chester Beaty 47, o Bedmer VII, as harmonias dos
evangelhos do ano 170 d.C. que Taciano fez o Diatessarom.
Opiniões sobre as cronologias dos escritos do Novo Testamento.
A. Opinião de Werner Georg Kuemmel
I e II Ts em 50/1 d.C.
Gal, Fil., I e II Cor, Rom,53-56 d.C.
Col e Filem 56-58 d.C.
Mc 70 d.C.
Lc 70 - 90 d.C.
At e Hb 80 - 90 d.C.
Mt e Ef 80 - 90 d.C.
I Pe, Apoc em 90-95 d.C.
Jo 90-100 d.C.
I, II, III Jo 90-110 d.C.
Tg antes de 100 d.C.
I e II Tm depois de 100 d.C. e Tt.
II Pe 125 - 150 d.C.
Opinião de Norman Perrin
I Ts, Gl, I e II Co, Fl, Fm, Rm 50 - 60 d.C.
II Ts, Cl, Ef, Mc, Mt, Lc, At,
Hb 70 - 90 d.C.
Jo, I, II, III Jo 80 - 100d.C.
Ap 90 - 100 d.C.
I Pe, Tg, Epístolas
pastorais, Jd e II Pe 90 - 140 d.C.
Opinião de John A. T. Robinson
I Ts 50 d.C.
II Ts 50/51 d.C.
I Co primavera de 55 d.C
I Tm outono de 55 d.C.
II Co ano 56 d.C.
Gl ano 56 d. C.
Rm ano 57 d. C.
Tt primavera de 57 d. C.
Fl primavera de 58 d.C.
Fm, Cl, Ef verão de 58 d.C.
II Tm outono de 58. d.C
A lista dos livros do Novo Testamentos a partir dos pais apostólicos
(Papias, Irineu, Clemente, Origines, Eusébio, Tertuliano).
Tg ano 47/8 d.C.
I Ts antes de 50 d.C.
II Ts 50/1 d.C.
I Co Primavera de 55 d.C.
I Tm outono de 55 d.C.
II Co antes de 56 d.C.
Gl depois de 56 d.C.
Rm antes de 57 d.C.
Tt antes da primavera de 58 d.C.
Fl primavera de 58 d.C.
Fm verão de 58 d.C.
Cl verão de 58 d.C.
Ef antes do verão de 58 d.C.
II Tm outono de 58 d. C.
Didaque cerca de 40 - 60 d.C.
Mc cerca de 45 - 60 d.C.
Mt cerca de 40 - 60 + d.C.
Lc - de 57 - 60 + d.C.
Jd ano 61/2 d.C.
II Pe ano 61/2 d.C.
At ano -57- 62 + d.C.
II, III, I Jo cerca 60 65 d.C.
I Pe primavera de 65 d.C.
Jo cerca - 40 -65 + d.C.
Hb cerca do ano 67 d.C.
Ap depois de 67 - 70 d.C.
I Clem antes do ano 70 d.C.
Barnabé cerca do ano 75 d.C.
Pastor de Hermas cerca do ano 85 d.C.
Fonte de Pesquisa : ROBINSON, J. A. Redating the New testament,
Philadelphia, Westminster, 1976.

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Origem e formação da bíblia

  • 1. Origem e Formação da Bíblia Aula 1- O mundo da Bíblia.
  • 2. O Mundo do Antigo Testamento. O conhecimento prévio sobre o local, os costumes, a cultura, a religião são extremamente importantes para o entendimento do texto bíblico. Primeiro tem que ser vista a questão geográfica do local, a situação histórica e vivêncial, os costumes dos habitantes, a função econômica dos moradores da cidade e do campo, a agricultura e pecuária praticada pelos mesmos moradores destes locais. Desta forma para entendermos a Bíblia precisamos conhecer melhor como ela foi escrita, qual é o proposito de Deus para com seu povo. Como ela se formou e como ela veio até nós. Assim devemos começar pelo conhecimento geográfico e as circunstâncias que levou o escritor inspirado pelo poder de Deus anunciar a sua mensagem aos pobres, viúvas, orfãos e os necessitados.Pessoas simples que anunciam a palavra de Deus aos simples e sinceros de coração. Situação Geográfica A Palestina não é muito extensa. Ela tem um território que vai do Mar Mediterrâneo ao rio Jordão, tem aproximadamente oitenta quilômetros de largura muito pouco e pode ser comparado com o Estado do Rio de Janeiro( imaginem a Palestina do tamanho do Brasil!) ; da região da Galiléia até a região de Berseba no extremo sul há apenas duzentos e quarenta quilômetros de extensão. A situação geográfica revela altitudes e depressões em grande escala, e em pouca distância de uma região para a outra. De Jerusalém até Jericó, por exemplo, tem uma distância de vinte e quatro quilômetros, temos um declive de novecentos metros do nível do mar para abaixo do nível do mar. Jericó tem um clima de uma mistura de temperado a tropical, enquanto em Jerusalém se respira o ar da montanha mais ou menos quatrocentos a mil metros de altitude.Esta diferença de altitude e de depressão, de clima , de ar, de terreno fértil a estepe e deserto, faz deste local uma terra interessante. Podemos notar que, apesar do pequeno território em quilometros tem um espaço menor que o Estado do Espírito Santo e que é menor do que o Rio de Janeiro. A Palestina tem contrastes enormes de uma região para outra: uma mais seca outra mais umida , do dia para a noite: dias escaldantes e noites geladas, do verão para o inverno: do verão de quarenta graus a o inverno de vinte graus abaixo de zero. De maio a outubro, o sol é causticante e a vegetação e os rios secos, mas o calor é amenizado pelo orvalho que caí pela manhã e pelo vento oeste que vem do mar Mediterraneo. No inverno, o país é frio e com chuvas; dezembro, janeiro e fevereiro são os meses em que caem mais chuvas. As de outubro e novembro amenizam a seca do verão e a terra fica menos dura, começam as plantações e as colheitas antes da grande seca. A primavera é mais curta. Este período de chuvas proporciona a criação de ovelhas e de gado, por causa dos pastos frescos. No verão isto se torna impossível. O Siroco (vento setentrional) traz um mormaço
  • 3. devastador e muita areia do deserto. Com este vento tudo murcha e morre. O clima torna a vida muito difícil e insuportável. Na época do Antigo Testamento as fontes agropecuárias vinham da sefelah (terra baixa), nos vales, nos pés das montanhas onde haviam as fontes de águas. Eram terras irrigadas pela chuva e pelos nascedouros dos rios. A sefelah era composta de calcário, a oeste de Judá, onde se plantavam cereais e era fértil para agricultura. A situação geográfica da Palestina traz uma característica essencial como: um entroncamento por onde passavam as caravanas comerciais da Europa, da África com direção ao Oriente Médio Próximo e a Ásia Menor. Estas caravanas iam buscar produtos comerciais como: ouro, especiarias, perfumes, incensos, entre outros.Muitos imperios cobiçavam este local para cobrar impostos das caravanas comerciais. Quem possuisse este local tinha o poder economico nas mãos : foi isto que fez Egito, Assiria, Babilonia , Persia, Gregos e Romanos. A costa marítima servia de base e de passagem para os mercadores e como base de passagens de exércitos. Na realidade, a Palestina era importante pelo fator estratégico político militar e tributário. Quem passasse pelo local era tributado: um tipo de pedágio. Por isso, quem possuísse o local era poderoso economicamente. Consequentemente, os ísraclítas sofreram a influência dupla do oriente e do ocidente. As rotas comerciais mais importantes eram três: A) Mediterrâneo: Seguia pela planície litorânea. Saía do Egito e margeava o Mar Mediterrâneo. Era a mais segura, por causa da companhia de exércitos de mercenarios , sendo também a mais cara, por causa dos tributos. B) Cisjordânia: Acompanhava os locais das águas, atravessando a Cisjordânia. É um caminho difícil pois passa por escarpas e serras.Era uma viagem dificil , pagava-se muitos impostos para a travessia de cidades e territorios. C) Damasco: Passava pela Transjordânia, começando no Golfo de Ácaba e passando dalém do Jordão. É a mais difícil por causa das intempéries do deserto, porém é a mais barata fugia-se dos impostos, mas estava correndo o risco de serem assaltados pelos ladrões e os habitantes nomades destas localidades . Períodos Históricos do Antigo Testamento. O Antigo Testamento cobre um vasto período histórico, que vai desde o livro de Gênesis ao último livro escrito (Daniel), do patriarca Abraão até a revolta dos Macabeus; na invasão dos gregos e no início do Império Romano. Vai do século XVI ou XIV ao século 11 a C . A historia está dividida em : a historia pre-história nômade - XV / XIV / XIII a C. ; a historia pre-Estatal ou antes da monarquia – XII - XI a C.
  • 4. - Monarquia - XJ VI (1. 7 00-58716 a C).Esta divide-se em : A) Exílio - VIIIV (58716-539 a C). B) Pós-Exílio - IVIIII (539-450 a C). C) Helenísmo – III- II (333-165 a C). D) Império Romano – II (1 65 a C). Ou podemos dividir também desta maneira, conforme a economia: Séculos XV a XIII a C - Pastores, Nômades e Patriarcas. Possuímos cinco versões sobre a origem do povo Israelita. Uma das alternativas não bíblicas, coincide com alguns textos bíblicos. Segundo ela, a origem do povo Hebreu vem da formação de tribos do deserto que invadiram o Crescente Fértil, durante os Sec XX ao XV a C. Estes seriam os amorreus. O livro de Gênesís faz alusão aos amorreus-hebreus: "..meu pai era um arameu errante", fato que designa a forma de vida nômade ou semi-nomade do povo. Os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó são chefes tribais que levavam a vida semi-nômade, vivendo da agropecuária que se desenvolvia no Crescente Fértil e no delta do Nílo. A estória do patriarca Abraão encerra em si mesma a primeira forma de explicar a origem do povo hebreu. Séculos XIII e XII a C - Fuga dos Escravos (7 300-1250 a C) A saída ou fuga do Egito é a segunda forma de narrar a origem do povo de Israel. Esta narrativa de Êxodo faz conexão com "novela" da venda de José por seus irmãos aos mercadores, no Egito. Esta épica ou novela, está narrada no livro do Êxodo no AT, que mostra que esta fuga de escravos libertos pelo "poder milagroso" de Javé fez com que surgisse o povo de Israel, que caminhou pelo deserto, pelo monte Sinaí, em direção à terra prometida, à Canaã dos patriarcas. Estas duas maneiras de contar a origem do povo de Israel tem o mesmo objetivo: O povo se originou e se formou saindo de um lugar e se dirigindo à terra prometida. Séculos XII a C - Conquistas pelas Guerras (1 250-7225 a C).
  • 5. Possuímos, neste período, três maneiras de contar a origem do povo de Israel. A primeira se refere à tradição bíblica contada no livro de Josué, quando o "Deus Guerreiro" se manifesta a favor do povo e juntamente com ele entra em guerra contra os povos vizinhos e conquista, na batalha, a terra prometida. As estórias de guerras são constantes nos livros bíblicos e Yahweh Sebaoth, o Deus guerreiro, sempre está à frente do povo escolhido. A segunda estória está na tradição bíblica onde se fala que, após avistar a terra prometida da montanha de Deus, fez-se um juramento de união de todas as tribos. O relato bíblico mostra que quando os hebreus atravessaram o jordão existia uma caravana para receber josué e seus companheiros, demonstrando, desta forma, a existência de hebreus anteriores aos que saíram do Egito. Os hebreus não eram guerreiros profissionais como os outros povos seus vizinhos. Século XII a C - Cidadãos Pacíficos (7 225-1020 a C) Eles também ainda não sabiam manipular a arte da guerra e muito menos a arte da paz, Eles, na realidade, fízeram o assentamento nas cidades arruinadas, que depois foram reconstruídas de forma rudimentar - e começaram uma nova vida a partir do novo lugar. Inícíaram-se no comércio e na pecuária, trabalhavam a terra e erguiam novas cidades. Os novos habitantes da região continuaram a ter a organização tríbal: clãs e famílias. O tabernáculo, instalado em Siloh (Js 7 8: 7), assegurou a unidade e a ação comum, mas criou certos problemas que acabaram provocando a desunião e a ameaça dos grupos próximos aos cananeus: os moabitas, amonitas e medianitas, no deserto, e os filisteus, na costa do mar. Estes povos trouxeram boas e más influências, sendo assim alvo das denúncias proféticas. Os filisteus eram compostos de povos marítimos das ilhas gregas, os quais se estabeleceram na costa da Palestina, fazendo uma confederação de cidades-estados: Gaza, Ascalom, Asdode, Ecrom e Gade. Neste período de conflito, após o assentamento dos Israelítas por causa da pressão, das ameaças de guerra e de ' invasoes, surgiram os shofetim (Juízes), um tipo de líder oriundo das tribos de Israel, que combatiam os inimigos de Israel e, em tempo de paz, julgavam as situações de conflito entre os membros das tribos nos seus aspectos político, social, ambiente da Vida Cotidiana do Antigo Testamento. A situação social, política, econômico e religioso é muito importante. Na religião temos Os juízes Barca, Gídeão, Jefté, não eram na realidade homens da Lei, como muitos pensam e interpretam, mas heróis militares, que tinham poder e sabedorias divinos. Neste período, já começava a declinar as autoridades tríbaís e as organizações clânícas passam para o sedentarísmo e à vida civilizada nas cidades. O povo de Israel começa a copiar de seus vizinhos a monarquia e a organização social, política e econômica.
  • 6. Séculos XII e IX - A Monarquia em Israel (7 020-926 a C) Israel passou a copiar de povos vizinhos algumas de suas características mais importantes. Uma delas foi a monarquia (Durante os Sec. XI e X a C), onde os primeiros reis - Saul, Davi e Salomão - modificaram a forma e o modo de vida de Israel. A prosperidade econômica foi preponderante, porém surgiu um fator negativo com este famoso progresso.a deterioração da vida espiritual do povo. Primeiro Saul, depois Davi. Davi organizou e burocratizou o seu reinado com a hierarquizaçao de seu governo; cobrou e institucionalizou o serviço militar, elaborou um senso e tinha como projeto futuro fazer um império, mas teve que abandonar esta idéia devido à resistência política e religiosa da época. Salomão, que herdou tudo pronto de seu pai: um império organizado. Mas, com a organização, veio a dívida pública. Tenta realizar os projetos que seu pai não conseguíu realizar. Séculos IX e VIII a C - Rebelião do Reino do Norte contra o Sul (926-800 a C) Toda glória do reino de Salomão veio a baixo após sua morte, e piorou com a escolha de seu sucessor. A guerra civil provocada por causa da sucessão ao trono, piora a situação. O primeiro livro dos Reis mostra que o reino do norte, com Jeroboão 1, entra em decadência. A historíografia oficial procura mostrar que a luta pelo trono afasta a presença real de Yahweh.O rei passa a ser mais importante que Jave. No sul, pelo contrario, a história mostra que a situação era melhor e estava tudo sob controle. Eles estavam ocupados em difamar o reino do norte. No reino do norte, a situação passa a ser um caos profundo: sucessões constantes e guerras internas intermináveis. Neste período surgem os profetas de atuação - no norte e no sul : como Elías e Eliseu, Miquéias bem Imla (não o profeta bíblico do Antigo Testamento), Natã e outros. Séculos VIII e VII - Destruição do Reino do Norte (800-722 a C) Este período passa à história do povo de Deus como a época dos plutocratas, dos prisioneiros e dos pobres de Israel. Os plutocratas concentram em suas mãos o poder e o dinheiro e praticam todo tipo de injustiças: não se lembram mais da justiça social do Deuteronomio, da fé dos patriarcas, da Lei mosaíca nem do jubileu e do ano sabátíco. Em 722 a Assíría invade este reino, destruíndo-o.
  • 7. Séculos VII e VI - Comércio Dominado (722-600 a C) Judá é o reino que -sobreviveu. Conforme os historiadores deste período, o reino do sul consegue às duras penas controlar a situação vigente. A causa disto: permaneceu fiei a javé. Por isso durou mais tempo e não foi molestado pelo reino assírío nem pelos Egípcios. No sul, a organização do comércio teve a segurança estatal, que passou a ter um colapso pelas diferenças e interesses de grupos mais evidenciados. Surge uma nova ameaça: A Babílônia, que vence a Assíria e devasta tudo que tem pela frente.Mata , tritura, toma os despojos, são violentos, textos bibliocs mostram que ate gravidas e crianças eles não perdoavam. Séculos VI e V - Exílio (598-586 a C) O profeta Jeremías fala ao povo para que não enfrente Nabucodonosor. Joaquim, porém, o coloca na prisão e, não dando ouvidos ao apelo do profeta, pede auxílio ao Egito, que é derrotado em Carquemís. Durante meses Jerusalém (12 meses) ficou cercada finalmente caindo perante o poder de Nabucodonosor. Aqui se dá a segunda deportação de judaítas para a Babilônia. As histórias, releituras deuteronomistas destes textos biblicos, as reelaborações mais importantes da teologia e dos escritos do Antigo Testamento foram feitos na Babilônia.Interessante é a obra dos rabinos chamada de Talmud que é uma hermeneutica do Pentateuco. O Talmuda da Babilonia foi feito nesta epoca do exílio. Séculos V e IV - Exílio, Retorno e Reconstrução (586-539 a C) O exílio marca na realidade profundas mudanças sociais e religiosas para o povo da Bíblia. O período marcante de 586-539 a,C mostra a ascensão e o declínio de Nabucodonosor e de seus sucessores . Toda a base do judaísmo e de seus escritos mais famosos são oriundos deste período. Ezequiel , Jeremías , Lamentações, Isaías 40-55, e o Salmo 137. Este período foi importante para o estabelecimento dos rituais do culto, da purificação ou rituais da impureza e pureza, do sacrifício e de todas as coisas referentes ao templo. O exílio serviu de depuração de muitas idéias e de saudosismo judaico, assim como também serviu para a inserção de determinados conceitos existentes no AntigoTestamento: a estória da criação, a torre de Babel, o dilúvio, Noé, as releituras de Profetas, como Amós , Miqueias , e o final de Jeremias. A língua passou por uma evolução e começou o uso do aramaico. O retorno e a restauração são de suma importância para a compreensão deste período. Siro, o persa, liberta os judaítas da escravidão Babilônica; isto está registrado em Isaías 52,1-13 e 53, 1-12, onde Ciro é determinado de "o escolhido de Yahweh". Século III (333-765 a.C) - Helenização e a Revolta dos Macabeus.
  • 8. Este período é denominado de Helenização , pois os gregos utilizam métodos diferentes dos povos anteriores que denominaram a Palestina. Os gregos, de outra forma, deixavam os povos em seus locais, mas utilizavam a escravidão para mudarem a sua língua e cultura, para que os judeus foi pior que trabalhar como escravos em outros domínios. Os gregos helenizavam os dominados : impunham sua cultura e religião; isto foi funesto para os Judeus. Macabeus 1, 11 e o livro de Daniel e Joel que fala do domínador Alexandre Magno ( J1 3.6 ). Neste período começa a mudança de Literatura em Israel. Os Gêneros proféticos dão lugar à escatología e à apocalíptíca.. Antíoco Epifanes colocou estátuas no templo de Jerusalém; isto redundou na ira dos judeus e no surgimento das primeiras ondas de revolta e de perseguição denominadas de "Guerra dos Macabeus". Judas, o Macabeu ( O Martelo), foi um judeu que se levantou contra a opressão grega e começou a luta nos campos e na cidade contra a maneira dos gregos agirem contra os judeus. Século 11 ( 768 a. C - 70 d. C.) - O Império Romano Antíoco foi derrotado pelos romanos na Batalha de Magnésía, em 790 a.C. O Livro de Daníel 9.29ss. fala desta figura que dominaria o mundo da epoca. Os Macabeus continuam as lutas por toda a Palestina até serem arrasados, isto somente vai ocorrer depois da era Cristã, em 70 d.C. Não são gregos, mas são os romanos que implantam o comércio de escravos. A soberania romana foi pesada para o povo judeu por vários motivos. Primeiro, porque eles tinham que pagar muitos e altos tributos; segundo, porque as cidades da Palestina tiveram seus nomes mudados. Enquanto os gregos helenizavam e colocavam no templo dos povos conquistados as figuras de seus deuses, os romanos requeriam adoração aos seus políticos, reis e imperadores. Portanto, a dificuldade dos judeus e aceitarem esta situação e aquilo que vimos no Novo Testamento são reflexos do Antigo Testamento. A Vida Cotidiana no Antigo Testamento. A Vida Nômade. Deuteronômio 26,5 mostra como era o povo e como que eles viviam em tendas e praticava a transumância. Os nômades procuravam pastagens, comida e água para si e para o seu rebanho. Antes de se instalarem nas cidades e antes de praticar a agricultura e o Comércio, Israel foi nômade, vivia em planícies, cuidando de ovelhas e de cabras. O deserto é de fato sempre presente nos grandes eventos do povo escolhido: A saída de Abraão de dos caldeus, a caminhada pelo deserto em direção à terra prometida, a história de Jacó e José a ida ao Egito, a fuga do Egito e a volta à terra de Canaã sempre estiveram relacionados ao deserto e à vida nômade. O Ideal de Vida pervade o Antigo Testamento todo e se encontra algumas vezes no Novo Testamento. Esta idéia mostra que o deserto é o local de origem do povo : O jardim de Éden no meio do deserto, a tentação de Jesus no deserto, etc. Deserto é lugar de purificação sempre em contraposição com a cidade, que é local de toda a origem de mal. Deuteronômio 32.7-14 mostra que o povo e os seus antepassados passaram logo de uma vida nômade para a fase agropecuária.
  • 9. O Deserto é designado também como uma coisa ruim, um lugar de tentação. Este cãntíco de Moisés fala do ideal da vida no deserto. Podemos notar ainda que existem duas formas de entender o ideal do deserto: uma transição e o conflito campo versus cidade. Se eram nômades, como se originaram ? e a situação dos patriarcas? e a questão do Hab-piru tem ou não tem relação com os hebreus? Entre elas está a questão da passagem do nomadísmo para o sedentarismo. "As histórias de Isaac, Abraão e Jacó revelam uma espécie de vida a que se pode chamar seminômade - um meio termo entre a vida do beduíno do deserto e a do agricultor estabelecido. A situação então fica, melhor defínída se se falar em situação de seminomadísmo que tem origem nas tribos de onde veio o povo de Israel. Surge como povo nõmade a passa para o sedentarísmo. Pode se falar que eram pastores de rebanhos do pequeno porte que, ao longo do tempo, passaram pela mutação tornando-se agricultores e depois pela sedentarízação, transformando-se num pequeno povo citadino, dando origem ao povo bebreu. Com o surgímento da monarquia, a cidade e a indústria fazem prevalecer a força, o tributo, organização, ao contrário da vida tríbal e nômade . A passagem da idade do bronze para a idade do Ferro traz mudanças substanciais à economia: a troca de mercadorias para o tributarismo. A vida na Cidade. As cidades eram denominadas de Cidade - Estado - pois uma só cidade concentrava toda a população e tinha a função de um povo (governo - monarquia). Ela sempre era construída sobre uma colina , com muros de pedras e tíjolos, e seguiam o contorno da própria. NA verdade, elas eram verdadeiras fortalezas; pareciam castelos medievais. As construções feitas pelos cananeus eram fortalezas íntransponíveís. A vida na cidade começou com as construções e as fortificações, mas a obra de grande fôlego foi a captação de águas e os aquedutos desta época. Os ísraelitas depressa aprenderam a forrar as cisternas com um tipo de gesso para não vazar e não permitir que a pedra porosa consumisse a água captada. Para recolher esta água da chuva e armazená-la, era necessária a construção de poços e de aqueodutos que refletem a influência grega e romana num período mais recente, Era um trabalho imenso e de muita concentração, exigia o trabalho de muitos funcionários. O portão de uma cidade era fortificada e ficava dependendo de como era construido - lhe dava imponência. O Antigo Testamento mostra que antes do portão principal havia um corredor murado com dez metros de cumprimentos e depois é que surgia o portão principal, e neste ficavam as guaritas, lugar ocupado pelos soldados que, em plantões, guardavam a vigiavam a cidade de ataques inimigos. O portão principal era colossal, e, via de regras, possuía quatro passagens, Os portões eram fechados durante a noite ( Js 2.5), protegidos com uma barra de ferro. Lá se reuniam ancíãos para ao juizo jurisprudência ( Geena- Xeol). A vida doméstica Toda a vida doméstica estava vinculada ao clã, à tribo e dependia da "família maior" NA passagem da forma semínõmade para a vida sedentária, a família mudou em vários sentidos, permanecendo porém, a amplitude patriarcal. A família era marcada pela poligamia. Mulher podia ter somente um marido. Endogamia - casamento entre parentes. Exogamía - casamento
  • 10. fora da tribo. O pai era o centralízador político e econômico. O filho mais velho era o herdeiro natural O casamento era sempre arranjado pelos país. Os hebreus se casavam muito cedo: aos 18 a 19 anos já eram país , as meninas eram prometidas com 12 anos e com 14 a 16 podiam ser mães; aos 38 eram avós e aos 50 eram bisavós. Na realidade, as esposas eram comercializadas ou compradas pelos pais ( as narrativas sobre Isaac e Jacó mostram isso). O lar hebreu era dominado pelo trabalho e pelos fílhos. A esposa estéril era uma maldição para o esposo e para Deus. As casas eram amplas, pois os filhos eram numerosos, na mesma casa habitavam noras, genros, filhos e filhas, netos e bisnetos. A familia era numerosa e não menos que 70 membros. A mulher cuidava de todo o trabalho doméstico: criação dos fílhos e a criação de animais domésticos, como a cabra e a ovelha. Elas mantinham a casa com a fabricação de farinha de trigo, pão; mantinham as lâmpadas acesas e a lareira, no frio; arrumava e consertava a casa. Todos dormiam no chão. Normalmente a casa tinha quartos, sala e cozinha. A criação dos fílhos era feita pela mãe ou a ama. O pai ensinava seu ofício ao filho e a mãe ensinava a filha a ser dona de casa. A vida no campo e na cidade Neste aspecto a falta de água era o maior problema. O ano hebreu é dividido entre o semear e o colher, sempre dispostos antes e depois do outro, ocorrendo este período exato para a plantação e a colheita. Por isso as festas mais significativas na religião judaica marcam a relação com o trabalho e a vida no campo. Surge, então, no Séc.VII a C, a propriedade privada estava bem próximo do sistema escravagista grego. O hebreu plantava cereais, frutas, trigo, cevada, vinhas, azeitonas, figos, sicômoros, tâmaras, amêndoas, romãs, amoras, laranjas, limões, maçãs, jardins e hortas, lentilhas, feíjão, melões, pepinos, alhos, cebolas e plantas aromáticas. Fabricava doce, azeite, vinho, etc. A vida na cidade era dominada pelo comércio e indústria. Desde a antiguidade existiam trabalhadores têxteis, oleiros e carpinteiros. Outra indústria importante era a metalurgia com o surgimento do fogo , no periodo do ferro. A vida civil tinha como sistema de governo a monarquia absoluta, composta pelo rei e pelas classes dominantes deste período. Na vida civil o povo era alistado várias vezes ao ano para prestar serviço no trabalho compulsório. O comércio trouxe mudança de forma na vida civil e também separação de classes sociais. A aristocracia - a classe alta da época - passa a comandar tudo. Os burgueses eram os proprietários e pequenos comerciantes, A classe baíxa era formada pelos pobres, órfãos, viúvas e escravos.
  • 11. A vida religiosa A vida religiosa de Israel sofreu profundas transformações. A religião dos semítas nõmades, por outro lado, parecia estar enraizada na religião mosaíca e na religião do deserto. Enquanto a religião dos cananeus estava ligada à natureza, às estações, o mosaísmo estava ligado à ordem natural e revelacional. Notícias obtidas com as descobertas arqueológicas demonstram o fato desta tribo shozu ser monoteísta. Lá Moisés conhece os santuários locais. Este altar era o local de sacrifício. Tinha o santuário na aldeia, ao ar livre,pilares e lugares altos, onde os profetas depois irão condenar esta prática com a centralização do culto e do governo em Jerusalém. Com a criação do templo de Salomão e a centralização do culto em Jerusalém, muita coisa mudou. Este templo vai legitimar o culto e a dinastia davídíca, podendo ser denominada de ideologia cúltíca davídíca. A vida religiosa sempre foi alterada. No exílio ela sofreu influências: a profecia vira escatología e apocalíptíca. Com o surgímento de novos conquistadores (os helênícos e depois os romanos) vai surgir em definitivo a teologia e a religião judaica, A compreensão presente no Novo Testamento parte da época dos Macabeus.
  • 12. Aula 2- Cânon Bíblico. O Cânon da Bíblia Hebraica. Cânon Hebraico. "Cânon" era uma palavra de origem grega, que significa norma, regra, medida. O termo no NT, foi usado em II Co 10: 13. No final do século II d C, era sinônimo de 'regra de fé", embora tivesse também o sentido de lista, índice, catálogo. Havia determinados requisitos para que o livro ou carta fosse aceito como canônico: A formação do Cânon do AT. Processo longo e penoso envolveu a formação do AT. Ele aconteceu na passagem da tradição oral para a escrita, onde aconteceram releituras, revisões, acréscimos, reelaborações, inserções, interpelações e um redator fínal que compilou e deu fechamento geral às obras do A T. Quase todos os escritos passaram pela tradição oral e tiveram uma seleção.- os poemas, a épica, os cântícos, que foram memorizados e depois coletados, juntados, tecidos um ao outro, como uma colcha de retalhos, para serem finalmente canonizados. Como, por exemplo, salientamos os escritos que foram o centro e o núcleo, que, sendo expandidos através de estórias, se tornaram nos escritos famosos do Antigo Testamento . Outras formas orais ou escritas referem-se ao relacionamento de Deus com o povo e více-versa, como: as leis individuais e comunitárias, os rituais, o culto.Isto ocorre no livro de Levitico. O Pentateuco tem quatro escritores distintos e de épocas díferentes: o J (ou Javísta) que escreveu no século X-IX, durante o reinado de Salomão. O E (ou Elohísta, de
  • 13. Elohím), escritor do século VIII. O D (ou Deuteronomista) e o P (ou Sacerdotal) que escreveram no exílio, durante os séculos VI e V a C. Além destes, temos obras posteriores, que são do exílio e do pós-exílío, como Ob HDtr( a obra historiografica do Deuteronomista ) e a Ob H Cr( a obra historiografica docronista ). Ressaltamos ainda que alguns livros e materiais escritos que existiram em formas anteriores, depois se perderam. Alguns desses escrito têm nomeações dentro do A T, como: 'o livro das guerras de Javé" , "o livro do Justo", entre tantos outros. O livro de Macabeus narra que Neemías criou uma biblioteca e reuniu os livros dos reis, dos profetas, e os livros de Davi. Assim os livros começaram a ser reunidos em um bloco. No que se refere à tradição recolhida por 11 Macabeus, no tempo de Neemías, era o Pentateuco que já estava formulado, pelo menos a reunião dos livros estava realizada (não a redação final, que se deu em data posterior). No templo de Garizim tinha um manuscrito denominado de Pentateuco Samarítano, este é um dos textos mais antigos do Antigo Testamento, com poucas diferenças do original. O cãnon hebraíco foi produzido em Javne ou Jamnía, local situado na costa do Medíterrãneo, entre Jope e Asquelon. Houve uma reunião de rabinos e autoridades judaicas que envolveu todo 1 século. A data da fixação do cânon foi entre 90 e 100 d C ou talvez tenha durado até 178 d C. Flavio Josefo conta em uma de suas obras, citado pelo autor, a data do famoso sínodo como sendo em 95 d C., o qual contava com 22 livros "divinos e inspirados" dos quais 5 de Moisés, 73 profetas depois de Moisés e quatro sobre os hinos a Deus. Estes escritos foram denominados de Tanak, Torah, Nebiím e Ketubim. A LXX colocava josué, Juizes, Rute, 1 e II Samuel, 1 e 2 Reis e 0 e 2 Crônícas reduzidos a uma obra só. Esdras, Neemías, Ester, Isaías, jeremias, Lamentações, Ezequiel foram colocados como profetas maiores e menores. Daníel como livro histórico e não profético. A última seção, formada por Salmos, Provérbios, Cantares e Eclesiastes, como livros poéticos. Desta forma , o cânon hebraíco fícou estabelecido como a Tanach, dividida em três seções: a Torah, Nebiím e Ketubím. A disputa da entrada de certos livros no Antigo Testamento foi muito grande, principalmente as obras de Ester, Eclesíastes e Cantares. O livro de Ester é do período persa, ou seja séc. IV. Junto à comunidade de Qunram este livro não foi aceito e as descobertas recentes não o trazem nas cópias encontradas. Os escritos de Qunram foram agrupados e classificados por eles em quatro seções: A) S1, Jó, Prov. B) Os rolos ou Megíliot: Et, Ct e Lm. C) Daniel. D) Esdras, Neemías I e II Crônicas. Os judeus classificam os livros do ponto de vista religioso, de três formas: A) Os livros que contaminam as mãos;
  • 14. A) Os genuzím da raiz de ganar.- livros ocultos, depositados em depósitos nas sinagogas. B) Os seferim jitsonim: os livros de fora, ou esotérícos. Apócrífos, Pseudepígrafes e MMM Os MMM que foram encontrados nas grutas de Qunram, da seita dos essênios, são classificados de várias formas: A) comentários dos livros do AT – pesharím. B) midrashím os livros de edifícação, cânticos e etc. Várias obras são descritas pelo autor, citando os livros encontrados nas cavernas próximas ao Mar Morto. Cânon grego do A T. Ptolomeu Fíladelfo reinou no final do séc. 11 a C, no Egito, entre 285246. Ele ordenou que, por sugestão de um bibliotecário, Demétrío Falero, que se fizessem traduções para o grego de obras de vãríos países. Um de sues funcionários, cujo nome era Arístéía, judeu, foi a Jerusalém, partindo de Aiexandría, para pedir ao sacerdote Elíazar que enviasse uma equipe de tradutores à Alexandría, no Egito. Conforme a lenda narra, este sacerdote enviou ao Egito 72 especialistas judeus para traduzir o Antigo Testamento, conforme o livro apócrífo, a Carta de Arístéia menciona apenas a tradução da Torah. O que temos, na realidade foi a tradução de todo o Antigo Testamento, que foi denominada de Septuaginta ou LXX, que é a primeira tradução do Antigo Testamento para o grego e a primeira tradução de que se tem notícia da Bíblia. Os manuscritos cristãos da LXX, de papiros encontrados no Egito, os manuscritos mais antigos da Bíblia são: os códigos Sinaítico e Vaticano, que. datam do final do século IV d C., , e o Código Alexandrino, do século V d C. A diferença começou a existir na passagem da LXX de Alexandría para a LXX cristã. Na cristã é que houve acréscimos desta literatura, principalmente o livro de eclesiástico, a Carta de Jeremias, Tobít, etc. Alguns livros existentes neste período foram considerados, pelos cristãos, apócrífos, termo criado por Cirilo de Jerusalém, no século IV d C., e por Jerônimo, no século V d C. A palavra apócrífo sígnífica espúrio, oculto, secreto, equivalente ao hebraíco Genízah de: genuzi- guardados. A palavra apócrifa foi escolhida pelos protestantes da Reforma para designar os livros falsos. No séc. IV d C., exatamente durante o período dos grandes códices gregos e dos mais antigos de que se tem notícias, ocorreu a primeira Edição Latina, uma tradução para o latim, que, conforme a tradição, foi denominada de Vulgata, feita por São Jerônímo, entre os anos 347- 420, devido a insistência do Papa Damásio, que pediu uma tradução da Bíblia para o latim.
  • 15. Texto da Bíblia hebraíca. O texto do Antigo Testamento foi elaborado a partir de um marco hístórico-cultural: a passagem da tradição oral para a escrita. O texto foi escrito em hebraico e aramaíco. Faziam-se anotações ao texto, na passagem de um copísta para o outro, essas anotações eram ínseridas na redação final do texto. O texto da Bíblia hebraica é conhecido como texto hebraíco ou texto massorétíco – T M ( texto massorético) , com as alterações e partes em aramaico. A escritura cuneíforme influenciou a escrita hebraíca. Muitos escritos do Antigo Testamento dependeram de suas relações literárias com as suas fontes voltada para estes locais de origem: Êxodo com o Egito; textos proféticos e legais com a Babilônia; textos religiosos com os cananeus e muito mais. Outra escritos da época persa, grega e romana influenciaram da mesma maneira, os escritos do Antigo Testamento. Do exposto, vemos que no cânon do Antigo Testamento houve muitos redatores e ainda um redator final elaborando os escritos para definirem o canon final. Os redatores do texto bíblico lograram em muitos casos, combinar fontes orais com outras fontes escritas, dando assim a forma definitiva. Os textos tiveram sua conquista de sacraíízação até o séc. 11 d C., onde o cânon de oficializou no Concílio de Jamnía, entre 150 e 250 d C. No exílio da Babilônia foi preparado um texto que serviu de comentário da Torah, denominado de Talmude Babili. Depois em Jerusalém, o Talmude de Jerusalém, um ou dois séculos após. A tradição judaica sempre mostrou que Esdras foi o grande incentívador e atribui a ele a mudança e composição de grande parte dos textos do Antigo Testamento . O MMM( Manuscritos do Mar Morto) e o A ntigo Testamento. As descobertas dos MMM( dos Manuscritos do Mar Morto) contribuíram profundamente no estudos do Antigo Testamento. Era a Bíblia dos judeus dos tempos de Jesus. É chamado também de Texto Massorético ( TM). O Antigo Testamento. Na primeira caverna, o texto mais importante encontrado foi o livro do profeta Isaías (1 Q Isa a), que continha os 66 capítulos do texto que possuímos hoje em sua integridade. Quanto aos MMM ( Manuscritos do Mar Morto) eles mostram que as datas prováveis destes escritos do Antigo Testamento duraram cerca de um milênio, ou seja, do século XII ao 11/1 a C.
  • 16. Texto Massorétíco ( TM). Os textos bíblicos mais clássicos datam da tradição mais antiga, guardados e copiados através dos séculos pelos íudeus, denominados de texto massorético, pois continham os textos vocalízados. Nesta categoria estão o códíce dos profetas do Cairo e o de Alepo. Septuaginta – LXX Este texto é o mais próximo dos livros originais do Antigo Testamento. Ele serve como testemunha textual dos livros originais da Bíblia hebraica. Recebe este nome por ter sido uma tradução feita por 70 sábio, ou 72 do original hebraico para o grego. O que conhecemos desta tradução são cópias dos séculos 111 e IV d C. Estas traduções e cópias gregas do Pentateuco trazem diferenças e uma variedade de manuscritos que são equivalentes, mas diferentes em alguns textos do texto massorético; são milhares de variações e de traduções. Pentateuco Samaritano Esta é a Bíblia completa da comunidade do reino do norte, resultado da divisão do reino unido com a disputa pelo trono entre Roboão e Jeroboão, Contribuições dos Manuscritos do Mar Morto para a compreensão do texto do Antigo Testamento Antes das descobertas dos Manuscritos do Mar Morto , somente se conhecia o Pentateuco Samaritano, o Texto Massorético e a LXX. Os 202 Manuscritos do Mar Morto são cópias dos livros do Antigo Testamento redigídos e copiados nas línguas originais, que datam do séc, 11 a C., ao séc, 1 d C. O Novo Testamento concorda com os Manuscritos do Mar Morto e a LXX. Aula 3- Formas literárias . Gêneros Literários Narrativos do Antigo Testamento.
  • 17. Mito Foram os fundamentalístas que começaram a defínir certas propriedades de interpretação e a própria definição do mito. Na igreja se divulgou que o mito era sinônimo de falso, de algo que não ocorreu. O gênero literário mítico mostra, em tese, a tentativa do homem em explicar as coisas e a si mesmo. No AT o mito é composto de relatos ou narrativas que têm como personagens o encontro do divino com o humano. Esta forma é abundante no AT, onde encontramos narrativas mítícas ( ou de. origem mítícas). Um exemplo típico é Gn 6:1-4, O mito, na realidade, pode aparecer de diversas formas como: teogonia, cosmogonia, paraíso ou dilúvio. Foi mostrado no culto e permaneceu na história dos povos. O mito é a cosmovísão de uma naçao que procura manter a ordem social e cósmica. O mito expressa a dimensão universal ou cósmica de algo acontecido. Eles são, de alguma forma, escatológícos, pois estão dírecionados para o futuro. A historização do mito serve para ilustrar algo da vida pessoal, individual ou nacional em sua origem; explica a origem de alguma coisa. Assim o mito é um arquétipo, é a rememoração e a atualização de fatos ocorridos, e nao repetição do passado. Saga A saga difere do mito e do conto, por ter um núcleo histórico. Ela reflete a história de determinadas condições do fato histórico para ser acreditada; não é produto da fantasía. Entra em contato com a própria situação vivencial. É a história de condutas e de acontecimentos particulares da vida de um povo. A saga é a interpretação poética e imaginativa da própria história. Por isso a figura ou a personagem, principal é mostrada com realismo, fraquezas, falhas e virtudes. As sagas podem ser divididas em sagas individuais; etiológica ou cultual; tríbaís e etnográficas; cultual. Outra divisão apresente: sagas históricas dos prímórdios; patriarcais. As sagas foram criadas para mostrar o ensejo de sua forma ou motivo principal que tem um fundo motívador da história como um acontecimento histórico que deflagrou a construção deste núcleo histórico. A este núcleo são acrescidos outros fatos e acontecimentos para dar sentido a saga, tornando uma narrativa mais longa, cheia de enfeites, como se fosse uma costureira a costurar uma colcha de retalhos, acrescentando os babados da renda ao pano central. Conto O conto é uma forma,de narrativa encontrada em todos os povos e línguas para expressar as suas situações vivencíaís. O conto não é como a saga, pois não pretende ser verídico em história. O conto tem a intenção de distrair, é produto da fantasia. Dentro do conto existe a fábula que são os ,relatos já mencionados acima, As fábulas têm o cunho didático porque animais, plantas se misturam como personagens e falam. As ações da natureza, nesse caso, tem função pedagógica.
  • 18. Novela A novela é parecida com o conto e a saga, porém é mais longa e mais elaborada . O Direito Israelíta O direito foi inserido nas longas narrativas da vida do povo de Israel. No Pentateuco é onde mais ocorrem essas inserções legais, O direito passou pela fase narrativa, mas antes eram blocos que tiveram origem no culto e na vida do povo. O decálogo são pequenos relatos. Existem os grandes relatos como os livros jurídicos. Existem ainda pequenas partes denominadas de ordens cultuaís ou leis dos sacrifícios. Havia o direito apodítíco e o casuístico. O último é aquele que usa em hebraíco a expressão Kí - se (Casos ou condicionais), um exemplo deste caso é o código de Hamurabí. O direito apodítíco é aquele formulado pelas proibições. Não pode fazer isso ou aquilo. È o direito da retribuição, o que mata deve morrer Aula 4- Manuscritos do Novo Testamento. Manuscritos Unciais do Novo Testamento. Códice "A" (Códex Alexandrino). Este manuscrito foi doado por Cirilo Lucar, patriarca de Constantinopla, ao rei Tiago ( The King James I ), em 1621. Este rei logo faleceu e quem recebeu o precioso documento foi o seu sucessor, o imperador Carlos I. Este código foi escrito em Alexandria, no começo do Século V d.C. Ele contém todo o Antigo Testamento , com exceção de Mt. 1-25,6; Jo 6, 50 - 8,52; II Co 4, 13-12, 6.
  • 19. Tem duas colunas em cada página do rolo. O Evangelho de Mc. está dividido em 48 capítulos. Acha-se arquivado até os dias de hoje no Museu Britânico de Londres. Ele está inteiramente escrito em Grego Koine. Códice Vaticano "B" (Códex Vaticanus). Este códice esta datado da primeira metade do século IV d.C., ele está guardado na Biblioteca do Vaticano desde a época do papa Nicolau V entre os anos 1447-1455. Ele contém além do Antigo Testamento grego e também a maior parte do Novo Testamento, menos Hb. 9, 15- 13, 25;e as epístolas pastorais como: Tm., Tt., Fm. O Apocalipse , o final do Evangelho de Mc. que termina em 16,8. O manuscrito possui três colunas em cada folha do pergaminho. Os capítulos são pequenos. Mt. com 170 capítulos, Mc. com 62, Lc. com 152, Jo com 50. Este códice é o melhor manuscrito (MS) do Novo Testamento e o mais antigo que se tem notícia. Códice Eframita ou Efrêmico "C"(Códex Rescriptus). Este manuscrito é da metade do 1º século, é na realidade um palimpsesto. Ele pertenceu ao bispo sírio Efraem ou Efraim no século XII. O códice foi lavado com prussiato de potassa (hidróxido de potassa), reaparecendo um texto primitivo escrito e depois raspado. Ele contém fragmentos do Antigo Testamento e 58 capítulos do Novo Testamento, menos as epistolas de II Tess. e II Jo. O manuscrito encontra-se na Biblioteca Nacional de Paris. O MS tem 209 folhas, sendo 64 do A. T. e 145 do N. T.. Tischendorff especialista em papirologia foi o tradutor deste manuscrito em 1843. Códice de Beza "D" (Códex Bezae). Foi descoberto por Teodoro de Beza ( 1562-1581). O manuscrito era do Mosteiro de Santo Irineu, em Lion na França. O próprio Beza doou o MS à Universidade de Cambridge na Inglaterra, onde se encontra até hoje. O manuscrito pertence ao Século VI d.C. e contém os Evangelhos sinópticos e os Atos dos Apóstolos. O texto está em grego com uma tradução latina em colunas paralelas. Existem omissões, desvios, adições, complementos. Também é considerado como o manuscrito mais antigo existentes dentre os textos puramente ocidental. Códice Sinaítico "Aleph" (Códex Sinaiticus) O manuscrito foi encontrado por Tischendorff em 1844 no convento de Santa Catarina na parte baixa do monte Sinai, no deserto. Este manuscrito pertence ao século VI d.C. na segunda parte do mesmo. O texto está em grego e apresenta-se em quatro colunas com 48 linhas cada. Ele contém todo o Antigo Testamento e o Novo Testamento, mas também encontramos os escritos patrísticos, uma parte do escrito do Pastor de Hermas e a Epístola de Barnabé. Ele se encontra no Museu Britânico em Londres, desde 1933, tendo sido adquirido por cem mil libras esterlinas. O manuscrito possui correções de sete críticos e após a sua descoberta, o especialista Tischendorff fez cerca de três mil correções em seu texto grego no Novo Testamento, isto ocorreu a partir da oitava edição do N.T. Grego. O Texto é único e com MS uncial com o Novo Testamento completo totalmente. Códice Muratoriano ( Códex Murtorianus )
  • 20. Este manuscrito é o texto mais antigo que se tem notícia. Mesmo que seja ainda uma cópia do século VII d.C., o seu texto é do século II d.C.. O manuscrito foi encontrado na Biblioteca Ambrosiana ou de Santo Ambrósio em Milão na Itália, no ano de 1748 pelo bibliotecário da biblioteca chamado Ludovico Antônio Muratori ( ele também foi um grande historiador italiano) . O ms. foi escrito em Roma, mas ainda a sua origem é muito discutível. O ms. está composto de forma incompleta, contém fragmentos de Lc. e das Epístolas, menos Hb., Tg e I, II Pd. e II, III Jo. Código Washingtoniense ( Códex Washingtoniensis ). Este ms. pertence ao final do século V ou é do princípio do século VI d.C. O ms. foi adquirido por Charles L. Freer, da cidade de Dedroit, em viagem ao Egito em 1906. Passando por um antiquário comprou-o e trouxe para os EUA. Este mesmo encontra-se ainda em Washington, na Smithsonian Institution. O texto contém os quatro evangelhos na ordem em que se era aceita na Igreja Ocidental: Mt, Jo, Lc e Mc ( pela ordem de importância das testemunhas de Jesus).
  • 21. Aula 5- Texto do Novo Testamento. O Texto do Novo Testamento Existem 2542 manuscritos do N. T. em papiros, rolos, códices. Porém manuscritos incompletos são mais de 3000. Estes textos vem da época dos primeiros séculos d.C.. Para maioria dos apóstolos, da comunidade cristã da Palestina as Sagradas Escrituras era a Bíblia Hebraica, até surgir a idéia de se fazer uma Bíblia Cristã, a partir do que os judeus já haviam feito. A fixação do cânon e do Novo Testamento foi muito mais complicado do que o texto e o cânon do Antigo Testamento. Como os massoretas no cânon Hebraico fizeram tudo para facilitar a leitura da Bíblia Hebraica. Paulo é o inventor e criador da Bíblia Cristã. Foi ele que começou a historiografia do novo Testamento e os primeiros escritos são suas obras. Como no século II d.C. o cânon Hebraico estava fixado, o cânon cristão foi somente a partir dos séculos III ao IV d.C. fixado por completo no cânon do Novo Testamento. O texto do Novo Testamento é contemporâneo a muitas traduções do Antigo Testamento como a LXX, a Vetus Latina e a própria Vulgata. Por isso notamos que o texto do Novo Testamento é uma composição e leitura do próprio Antigo Testamento cristianizado. O Novo Testamento possui duzentas citações dos mais variados livros do Antigo Testamento. Conforme um especialista americano Robert Pfeiffer 80% destas citações não são feitas do texto hebreu mas da LXX que era uma tradução e leitura do próprio Antigo Testamento. O texto do Novo Testamento em seus manuscritos datam do século IV d.C. e algumas décadas depois. Anteriormente não existiam estes manuscritos, o que existiam eram fragmentos e papiros num total de 21. Anterior a essa época o que se pode ter é na realidade a transmissão oral, coleções de ditos. Esta tradição oral mantida por muito tempo foi conhecido por vários autores do Novo Testamento que fazem alusões a esta tradição. Como por exemplo At 5,32: I Cor 15,3 e o próprio apóstolo Paulo cita estas tradições orais várias vezes. Esta tradição oral passou a ser escrita, passou por várias mãos, várias transcrições e transmissões como coleções de ditos e de memórias. Estes testemunhos foram reunidos e formado no final como um escrito geral. As palavras soltas de Jesus (ipssíssima verba e ipssíssima vox) foram juntadas resultando nas logia (palavras) de Jesus. existem fragmentos de uma velha cópia destas coleções no denominado papiro Oxirrynco encontrado em 1897 e outro em 1907 que datam do século III d.C. no Egito. Ainda encontramos a fonte Q (Quelle) que ;e na realidade o documento mais primitivo desta tradição escrita dos evangelhos. Da passagem da tradição oral para a escrita quase ultrapassou o meado do século I d.C.; pois o primeiro escrito do Novo Testamento data de 45 d.C. que é a carta de Paulo: I Tess e a de I Cor em 50 d.C.. O primeiro evangelho, Mc que data do ano de 65 d.C. e depois vem os outros evangelhos de Mt e Lc e por fim , no final do século I ou início do século II, entre 90 a 120 d.C. o evangelho de João. Nesta mesma época ou ainda bem posterior às cartas católicas ou universais: I Pd, I, II, III Jo, Fd, Tg e a de Heb, e no final o livro da Revelação, o Apocalipse. O texto do Novo Testamento é denominado de textus receptus (texto recebido). Aquele texto que circulou pelas comunidades e foi aceita como inspirada. Assim se tornou o texto
  • 22. canônico. As cópias feitas, circulando de comunidade em comunidade, as diferenças e discrepâncias originadas destas cópias, várias famílias textuais sugiram, as quatro famílias de manuscritos são: o proto-alexandrino, o alexandrino, o texto original que veio de Cesaréia e de Antioquia e o Texto ocidental que veio talvez da África ou da Itália ou ainda da Gália. Estes textos são provas provavelmente depois de século IV d.C. ou posteriormente que são os códices B, e o Sinaíticos (do século IV), o Alexandrino, o códice L (do século IX), o códice T ( do século V), o minúsculo 33 (do século IX), o códice oriental Teta (Theta do século IX), as versões siríacas denominas de seríaca e curetoriana ( dos séculos Iv e VI), o códice ocidental denominado de D (séculos V ou Vi) a versão Latina denominada de K (dos séculos IV ou V). O códice alexandrino é considerado como o melhor conservado. Os textos eram em folhas separadas de papiro, depois são agrupados as folhas com costuras e foram denominados de códices ou rolos, porque eram enrolados. Os códices foram denominados ainda de unciais escritos somente com letras maiúsculas e os textos com letras minúsculas. Totalizam os textos uma quantidade de 86 papiros, 269 unciais e 2795 minúsculas. Porém somente 59 destes papiros são completos. Os outros códices faltam uma ou outra coisa: evangelhos, cartas, etc. Aula 6 – Cânon do Novo Testamento. O Cânon do Novo Testamento.
  • 23. O cânon do Novo Testamento começa a ser criado a partir da preocupação que tiveram os próprios judeus em formular o seu cânon. Pois os dois cânons são subsequentes: o primeiro de A. T. que data do século II d.C. e o cânon do N. T. denominado cristão dos séculos III e IV d.C. Os padres da igreja - gregos e latinos normatizaram os critérios para a fundamentação dos escritos neotestamentários: eles aceitavam os ensinamentos de Jesus e a tradição apostólica, das fontes orais e escritas anteriores. A etapa da formação do cânon do Novo Testamento demorou demais em relação ao cânon do Antigo Testamento. A igreja reconheceu como a autoridade última para a pregação, o ensinamento, o culto e a doutrina apologética. O critério da doutrina como o fundo das escrituras judaicas, a tradição e a autoridade dos apóstolos foram fundamentais para a formação do cânon (Justino em 100-165 d.C.) dizia que a palavra de Jesus é o poder de Deus. Por outro lado Papias (70-155 d.C.) mostrava que a tradição mais antiga foi passada oralmente e na memória retinham os mandamentos de Jesus como verdade da fé. O importante para o cânon passa a ser o que diziam e pregávamos apóstolos e os seguidores de Jesus. Outro critério era a divulgação e o uso dos escritos do Novo Testamento nas Leituras comunitárias. Se as comunidades aceitavam o escrito ele era aceito automaticamente no cânon e assim vice-versa. O único livro do Novo Testamento a usar o termo canônico foi o último livro a ser aceito no próprio cânon: o Apocalipse 11,10; 22,18-19, portanto ele é bem próximo dos pais apostólicos no século II ou III d.C. Podemos considerar o cânon do Novo Testamento como três etapas de formação: A - A era apostólica a partir de 70 d.C.. Este período pode ser denominado também de pré-canônico de 70-150 d.C. e a canônica de 150-200 d.C. onde o Novo Testamento estava terminado. A fixação dos livros de Novo Testamento tinha terminado. As autoridades eclesiásticas haviam decidido neste período qual o livro que permaneceria ou sairia do cânon bíblico. B - A era apostólica antes de 70 d.C. foi o período dos escritos paulinos e vários apócrifos e psedepígrafes já existiam. Pode ser denominados de período intertestamentário, onde por exemplo os livros como: os Doze Patriarcas, o livro de Enoc Etíope, a Assunção de Moisés, o Apocalipse de Elias, III e IV Esdras. Este período também são encontrados os logia de Jesus ou Q ou UrMarcus, e a tradição oral de Novo Testamento. Na realidade neste período encontramos os primeiros escritos de Paulo e do Novo Testamento paralelos a estes acontecimento escritos: I Tess de 51 d.C.; Gal, II Tess, I e II Cor, Rom entre 52-53 d.C.; I Tim e Tt em 65 d.C.; II Tim em 66 ou 67 d.C.. Depois as cartas não paulinas, o primeiro evangelho escrito foi Mc entre 65 e 67 d.C.. Depois os evangelhos de Mt e de Lc e no final do século I o evangelho de Jo ou no início do século II d.C. (entre 110-130 d.C.). C - A era pré-canônica entre 70 a 150 d.C. onde a influência de Clemente Romano cita o evangelho do Jo depois de 100 ou depois de 130 d.C.. Ignácio de Antioquia coloca este evangelho entre 70 e 155 d.C. A carta a Diogneto coloca em 130 d.C. Os papiros de Ryland 457 e de Egerton 2 mostram o evangelho de Jo escrito em 120 d.C. Neste período começa a surgir a denominação de "escritura" e "as outras escrituras" em relação do A. T. e N. T. com os apócrifos citados em II Pd 3,16. Também Clemente Romano escrevendo em 100 d.C. falava deste forma e que Paulo "escreveu sob a inspiração do Espírito" (I
  • 24. Carta aos Corintios 46, 47). Nesta etapa a política circulava solta e alguns escritos cristãos não permaneceram no cânon por causa de rixa e rivais políticos. Outros livros nem chegaram a ser mencionados para participar do cânon. Lc em seu evangelho falava de muitos antes dele "haviam escrito" e que alguns foram testemunhas oculares e alguns deuterocanônicos como o Pastor de Hermas, a Didaque (estes dois escritos entre 90 d.C.) referem-se a Mt e Lc e outras tradições orais. Os padres Gregos e Latinos entre eles Clemente (30 a 100 d.C.) em sua carta aos Coríntios que quase entrou e permaneceu no canom. As sete carta de Inácio de Antioquia (30-107 d.C.), uma carta de Policarpo de Esmirna (65-155 d.C.), a carta de Barnabé, os escritos de Papias de Hierápolis ( final do século I d.C.) citado por Irineu e Eusébio foram de grande valor para a compreensão dos escritos do Novo Testamento. Surgiram nesta época ainda coleções e mais coleções de obras. Estas eram citadas por pais apostólicos e tinham quase a "autoridade canônica" acabaram ficando de fora do cânon por vários motivos: políticos, religiosos, doutrinários e autoritativos. Papias cita os evangelhos, I Jo, I Ped, o evangelho dos Hebreus que aparece também em Eusábio de Cesaréia em História Eclesiástica III, 39. Clemente Romano cita: Mt, Mc Lc, Rom, I Cor, Tt, Heb Ef, e Apoc. Inácio de Antioquia relacionava Mt, Jo, as cartas paulinas, I Cor, Ef, I e II Tim, Rom, II Cor, Gal, Col, I e II Tess, Tt, filem, Lc, At, Heb, Tg, I Ped. A Carta a Diogneto em 130 d.C. que é anônima cita Mt, I e II Cor, Fil. e I Ped. Policarpo de Esmirna entre 65-155 d.C. cita Mt, Lc, At, Rom, I e II Cor, Gal, Ef, Fil., I e II Tim, Tt e I Ped. A carta de Barnabé pseudepigrafe cita Mt, Ef e At. Marcião declarado muito tempo depois hereje (como anti-semita) não aceitava de forma alguma o Antigo Testamento por ser livros de judeus em 140 d.C., ele porém cita: Mt, Lc, Jo, Rom, I e II Cor, Ef. Porém omite, é claro, as pastorais e complementa as 10 cartas de Paulo tirando as citações do A.T. D - A etapa canônica (os livros cânonizados entre 150-200 d.C.). Neste período ficou decidido através das discussões e das autoridades constituídas eclesiásticas, quais os livros que eram entre dezenas e centenas como apócrifos e pseudepigrafes deveriam permanecer no cânon. Ficou assim constituído os apócrifos e pseudepígrafes divididos em obras distintas: os evangelhos, os atos, as cartas e os apocalipses. Evangelhos: Ev. dos Hebreus, dos Egípcios, os Árabes da infância de Jesus, o Armênio da infância , Tomé, Proto-evangelhos de Tiago, Ev. de Pedro, de Bartolomeu, de Basílides, dos Eboionitas, de Marcion, do Nascimento de Maris, de Nocodemos, de Matias, dos Nazarenos, de Filipe, Mat pseudo, José de Arimantéia, Assunção da Virgem Maria, o Livro da Ressurreição de Cristo, José Carpinteiro, Ditos de Jesus, Atos: de Paulo, de Pilatos, de João, de Pedro, de André, de Tomé, de André e Paulo, de André e Matias, de Barnabé, de Tiago o maior, de Pedro e Paulo, de Filipe, de Tadeu, de Filipe e Hellas, de Paulo e Tecla, de Pedro e dos doze, os Martírios: de Paulo, de Mateus, de Pedro, de Pedro e Paulo, de Tomé e de Bartolomeu.
  • 25. Cartas: de Paulo aos Laudicenses, de Paulo aos Alexandrinos, de Cristo e Abgáro, de Lentulo, de Tito, dos Apóstolos, III Cor, de Paulo e Sêneca, e de Engnosto. Apocalipses: de Pedro, de Paulo, de Tiago, de Estevão, de Tomé, da Virgem, dos Dossiteus, de Esdras, de João de Moisés. Outros fragmentos deste período que podem ser citados: História de Abdias, História de André, Ascensão de Tiago, Progressão de Pedro, Sabedoria de Jesus, Ensinamento de Silvano, Ágrafos, Melcon, Pistis Sofia, Cânon dos Apóstolos, Pastor de Hermas e a Didaquê. Outra obras apareceram depois do século II d.C. como o Evangelho de Pedro e é nesta condição que se sabe que Atos dos Apóstolos fazia parte do Ev. de Lucas ou uma obra em dois volumes. Este período foi a última etapa para a formação e a fixação do cânon do Novo Testamento. Após este período o século II d.C. vem os famosos concílios e posteriores a esta época os séculos III e IV d.C. as decisões preponderantes para o término e o fechamento do cânon do N.T. Os papiros que chegaram à nossa época são: os papiros Bodmer de 200 d.C.; o Bodmer II do século III d.C.; o Chester Beaty 45, Chester Beaty 47, o Bedmer VII, as harmonias dos evangelhos do ano 170 d.C. que Taciano fez o Diatessarom.
  • 26. Opiniões sobre as cronologias dos escritos do Novo Testamento. A. Opinião de Werner Georg Kuemmel I e II Ts em 50/1 d.C. Gal, Fil., I e II Cor, Rom,53-56 d.C. Col e Filem 56-58 d.C. Mc 70 d.C. Lc 70 - 90 d.C. At e Hb 80 - 90 d.C. Mt e Ef 80 - 90 d.C. I Pe, Apoc em 90-95 d.C. Jo 90-100 d.C. I, II, III Jo 90-110 d.C. Tg antes de 100 d.C. I e II Tm depois de 100 d.C. e Tt. II Pe 125 - 150 d.C. Opinião de Norman Perrin I Ts, Gl, I e II Co, Fl, Fm, Rm 50 - 60 d.C. II Ts, Cl, Ef, Mc, Mt, Lc, At, Hb 70 - 90 d.C. Jo, I, II, III Jo 80 - 100d.C. Ap 90 - 100 d.C. I Pe, Tg, Epístolas pastorais, Jd e II Pe 90 - 140 d.C.
  • 27. Opinião de John A. T. Robinson I Ts 50 d.C. II Ts 50/51 d.C. I Co primavera de 55 d.C I Tm outono de 55 d.C. II Co ano 56 d.C. Gl ano 56 d. C. Rm ano 57 d. C. Tt primavera de 57 d. C. Fl primavera de 58 d.C. Fm, Cl, Ef verão de 58 d.C. II Tm outono de 58. d.C A lista dos livros do Novo Testamentos a partir dos pais apostólicos (Papias, Irineu, Clemente, Origines, Eusébio, Tertuliano). Tg ano 47/8 d.C. I Ts antes de 50 d.C. II Ts 50/1 d.C. I Co Primavera de 55 d.C. I Tm outono de 55 d.C. II Co antes de 56 d.C. Gl depois de 56 d.C. Rm antes de 57 d.C. Tt antes da primavera de 58 d.C.
  • 28. Fl primavera de 58 d.C. Fm verão de 58 d.C. Cl verão de 58 d.C. Ef antes do verão de 58 d.C. II Tm outono de 58 d. C. Didaque cerca de 40 - 60 d.C. Mc cerca de 45 - 60 d.C. Mt cerca de 40 - 60 + d.C. Lc - de 57 - 60 + d.C. Jd ano 61/2 d.C. II Pe ano 61/2 d.C. At ano -57- 62 + d.C. II, III, I Jo cerca 60 65 d.C. I Pe primavera de 65 d.C. Jo cerca - 40 -65 + d.C. Hb cerca do ano 67 d.C. Ap depois de 67 - 70 d.C. I Clem antes do ano 70 d.C. Barnabé cerca do ano 75 d.C. Pastor de Hermas cerca do ano 85 d.C. Fonte de Pesquisa : ROBINSON, J. A. Redating the New testament, Philadelphia, Westminster, 1976.