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               INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

         MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA – PROFMAT

                               MATEMÁTICA DISCRETA



1) Prove que:
         1    1          1
(a)1            ...     2 n
          2    3          n      , para todo n maior ou igual a um.

Solução:

Para n = 1 temos verdadeiro, pois 1 < 2. OK.

Logo, suponha válido para n = k, isto é:

     1    1          1
1           ...     2 k
      2    3          k      , para todo K maior ou igual a um.

Devemos mostrar verdadeiro para K + 1, isto é:

     1    1          1     1
1           ...            2 k 1
      2    3          k   k 1          , para todo K maior ou igual a um.

De fato!

Veja que:

                             1    1          1  1            1 
                        1           ...          2 k       
                              2    3          k  k 1        k 1 

                                                                      1
                                                       4 k  4K 
Agora como k é maior ou igual a 1, temos que                        k  1 . Logo temos que:


                      1                          1
           4 k  4K       4k  4k  4  4         
                    k 1                       k 1
                                  k 1 
                                                                          2
                                              1
                                                                 1 
                                                           2
            4k  4(k  1)  2.2 
                                  k 1   k 1  2 k  2 k 1  k 1  
                                        
                                                                     
                                   1                1
            2 k 2 k 1              2 k             2 k  1.
                                  k 1             k 1
1    1          1     1           1
              1           ...           2 k        2 k  1.
Portanto            2    3          k   k 1        k 1            , como queríamos
demonstrar.

OBS: estas passagens são garantidas, pois k é maior ou igual a 1.




                                    n3 2 2
(b)12  22  ...  (n  1)2           1  2  ...  n2
                                    3                    , para todo n maior ou igual a dois.

Solução:

                                                                                 n.  n  1 .  2n  1
                                                       12  22  ...  n2 
                              Afirmação 1:                                                    6


De fato!

Para n = 1 OK, pois 1 = ((1.2.3)/6)

                                                                                     k.  k  1 . 2k  1
                                                        12  22  ...  k 2 
Suponha válido para n = k, isto é:                                                             6              , devemos mostrar

                                         12  22  ...  k 2   k  1 
                                                                         2        k  1.  k  2. 2k  3
válido para k + 1, isto é:                                                                         6              .

Veja que:
                                         k.  k  1 . 2k  1
12  22  ...  k 2   k  1                                     k  1
                                2                                            2

                                                   6
k.  k  1 . 2k  1                       k  1                                         k  1  2k  3 . k  2 
                           k  1                   k. 2k  1  6  k  1                           
                                     2

          6                                    6                                             6


                   12  22  ...  n2   n  1 
                                                            n  1  2n  3 . n  2    n  1 .  n  2 . 2n  3
                                                                            
                                                       2

E, portanto:                                                   6                                                      6      .

Agora veja que (pela afirmação 1):


12  22  ...   n  1 
                          2     n  1 n . 2n  1  n.n.2n  2n3  n3
                                              6                    6             6        3 , pois n – 1 < n e 2n – 1 <

2n, para todo n maior ou igual a 2.

De mesmo modo, temos que:
n.  n  1 . 2n  1       n.n.2n 2n3 n3
12  22  ...   n  
                   2
                                                               
                                      6                   6    6   3 , pois n + 1 > n e 2n + 1 > 2n,

para todo n maior ou igual a 1. Logo concluímos que:

                                          n3 2 2
        12  22  ...   n  1            1  2  ...   n 
                                  2                              2

                                          3                        , para todo n maior ou igual a 2.

      1 1        1
(c)1    ...  n  2
      2 4       2      , para todo n maior ou igual a um.

Solução:

Para n = 1 temos verdadeiro, pois 1 < 2. OK.

Logo, suponha válido para n = k, isto é:

                           1 1        1
                        1    ...  k  2
                           2 4       2      , para todo k maior ou igual a um.

Devemos mostrar verdadeiro para k + 1, isto é:

                       1 1         1
                    1    ...  k1  2
                       2 4       2        , para todo k maior ou igual a um.

De fato!

Veja que:

   1 1        1
1    ...  k
   2 4       2 , consiste na soma dos k primeiros termos de uma PG de razão ½.

                 n 1
          1
     an   
Seja      2           , então temos a seguinte sequencia = {1,1/2,1/4,...,1/k}.

                                               1 k 
                                             1    
                                              2 
                                                        1  1            2k  1 2 k
                Sk  a1  a2  ...  ak  a1                           2  k 1  k 1  2
                                                   1       2           
                                                                k
                                                1                            2     2
                                                   2


Agora precisamos mostrar verdadeiro para Sk 1 . Veja que:
k
                                            1       1 2k 1  1 2k 1
                   Sk 1  Sk  ak 1  2     2  k          k 2
                                            2      2     2k      2

                                                             1 1        1   1
                     Sk 1  a1  a2  ...  ak  ak 1  1    ...  k  k 1  2
           Portanto:                                         2 4       2 2           .

                                                                                         ■

2) Suponha que 51 números são escolhidos dos números de 1 até 100. Mostre
   que existem dois pares destes números que não tem divisor primo comum.

Solução:

Inicialmente observe que dois números consecutivos são primos entre si, pois,
necessariamente um será par e o outro ímpar. De 1 até 100 temos 100 números,
pois, 50 são pares: {2,4,6,...,100} e 50 são ímpares: {1,3,5,...,99}. Na pior das
hipóteses teremos 50 números pares e um ímpar ou 50 números ímpares e um par.

Caso 1) 50 números pares e um ímpar.

Se este impar for 1, temos (1,2) e (1,3), dois pares de números que não tem divisor
primo comum.

Se este impar for 99, temos que (98,99) e (99,100), dois pares de números que não
tem divisor primo comum.

De maneira análoga para qualquer outro impar mostramos o par de números que não
tem divisor primo comum.

OBS: Para todos os outros casos a análise é a mesma.

Caso 2) 50 números ímpares e um par

Se este par for 2, temos que (2,1) e (2,3) dois pares de números que não tem divisor
primo comum.

Se este par for 100, temos que (100,99) e (100,97) dois pares de números que não
tem divisor primo comum.

OBS: Para todos os outros casos a análise é a mesma.

                                                                                         ■
3) Use a Boa-ordenação para provar que se X é um conjunto tal que n(X) = n
         n
    tem 2 subconjuntos.

Solução:

Uma análise inicial consiste na demonstração empírica, isto é, vejamos alguns
casos:

Se X = {1}. Logo n(X) = 1 e P(X )  {,1} , ou seja, P(X) tem 2 subconjuntos.

Se X = {1,2}. Logo n(X) = 2 e P(X)  {,1,2,(1,2)} , ou seja, P(X) tem 4
subconjuntos.

Se X = {1,2,3}. Logo n(X) = 3 e P(X)  {,1,2,3,(1,2),(1,3),(2,3),(1,2,3)} , ou seja, P(X)
tem 8 subconjuntos.

Intuitivamente observamos que se X possui n elementos, P(X) possui
2n subconjuntos. Daí, se acrescentamos um novo elemento k em X, este elemento é

unido a cada subconjunto de P(X), logo ele gera a mesma quantidade de elementos
que já existem em P(X), isto é, 2  2  2.2  2 .
                                 n   n     n   n1




Uma demonstração matemática é dada pela indução matemática. Veja:

Para n = 1 , OK, pois fazendo X={a}, temos como subconjuntos de X o  e o {a}.

Agora, supondo que a afirmação seja verdadeira para um conjunto X com n
elementos, daí para um conjunto Y com (n + 1) elementos. Fixando {a} pertencente
a Y e seja X = Y – {a}. Assim, há dois tipos de Subconjuntos de Y, aqueles que não
                                                            n
contêm a, ou seja, os conjuntos das partes de X, que somam 2 subconjuntos e
                                        n
aqueles que contêm a, que também somam 2 subconjuntos, daí o total de
subconjuntos de Y é dado por 2  2  2.2  2 . Portanto, a afirmação é válida para
                              n   n     n   n1



todo n natural.

                                                                                        ■

4) Mostre que entre quaisquer quatro números podemos encontrar 2 números
    de modo que a diferença entre eles é divisível por 3.
Solução:
A resolução deste exercício é feita mediante o Princípio das casas de Pombos, pois dado
um número inteiro qualquer, a divisão dele por 3 pode ser representada de três
maneiras: múltiplo de 3, resto 1 ou resto 2. Desta forma tendo 4 números (pombos) e
tendo apenas 3 casas (múltiplo de 3, resto 1 ou resto 2), necessariamente dois deles
ficarão na mesma casa, ou seja, a diferença entre eles seja um múltiplo de 3 e
automaticamente será divisível por 3.


Uma demonstração algébrica pode ser dada da seguinte maneira:
Sejam A, B, C e D números inteiros, tais que: A = 3k, B = 3w + 1, C = 3f + 2 e D
deixaremos variável.
Assim as possibilidades de D são: D = 3c, D = 3c + 1 ou D = 3c + 2.
Logo se:
D = 3c , então D – A = 3(c – k) e portanto será divisível por 3.
D = 3c + 1 , então D – B = 3(c – w) e portanto será divisível por 3.
D = 3c + 2 , então D – C = 3(c – f) e portanto será divisível por 3.
                                                                                              ■
    5) Mostre que entre quaisquer n + 1 números podemos encontrar 2 números
       de modo que a diferença entre eles é divisível por n.
Este exercício é a generalização do exercício anterior e é solucionado pelo Principio das
casas de pombos, pois dado um numero inteiro qualquer, a divisão dele por n pode ser
representada de n maneiras: múltiplo de n, resto 1, resto 2, ... , resto n - 1. Desta forma
tendo n + 1 números (pombos) e tendo apenas n casas (múltiplo de n, resto 1, resto 2, ...
, resto n - 1), necessariamente dois deles ficarão na mesma casa, ou seja, a diferença
entre eles seja um múltiplo de n e automaticamente será divisível por n.


Uma demonstração algébrica pode ser dada da seguinte maneira:
Sejam A1, A2, A3, ... , An e D números inteiros, tais que: A1 = nk, A2 = nw + 1, A3 =
nf + 2, ... , An = nt + (n-1) e D deixaremos variável.
Assim as possibilidades de D são: D = nc, D = nc + 1, D = nc + 2, ... , D = nc + (n-1)
Logo se:
D = nc , então D – A1 = n(c – k) e portanto será divisível por n.
D = nc + 1 , então D – A2 = n(c – w) e portanto será divisível por n.
D = nc + 2 , então D – A3 = 3(c – f) e portanto será divisível por n.
.
.
.
D = nc + (n-1) , então D – An = n(c – t) e portanto será divisível por n.
                                                                                                                                      ■
    6) Sejam A e B conjuntos com m e n elementos, respectivamente. Quantas
         funções injetivas existem de A em B?
    Solução:
    Inicialmente vamos estudar o caso de m = n.
    Sejam A e B conjuntos com m elementos.
    1) Quantas funções existem de A em B?
    Para cada elemento de A, temos m opções em B, logo o número de funções é: m x

    m x ... x m (m vezes), isto é: m.m. m  m .
                                             m



    2) Quantas funções são injetivas?
    Para o primeiro elemento de A, temos m opções. Para o segundo elemento de A,
    temos (m – 1) opções. ... . Para o m – ésimo elemento temos uma opção. Logo
    temos m . (m – 1).(m – 2). ... .1 = m!


    Agora vamos analisar o caso de m diferente de n.
    Sejam A e B conjuntos com m e n elementos, respectivamente.
    * Caso 1) m < n
    - Quantas funções existem de A e B?
    Para cada elemento de A, temos n opções. Logo temos n x n x ... x n (m vezes), isto
        m
    é, n funções.
    - Quantas funções são injetivas?
    Para o primeiro elemento de A, temos n opções. Para o segundo elemento de A,
    temos ( n – 1) opções. Para o terceiro elemento de A, temos (n – 2) opções. ... . Para
    o m – ésimo elemento de A, temos (n – (m – 1)) opções. Logo temos n x (n – 1) x (n
    – 2) x ... x (n – (m – 1), isto é, um arranjo.
                                                       n.  n  1 .  n  2  .....  n   m  1  .  n  m !
    n.  n  1 .  n  2  .....  n   m  1  
                                                                                                                             n!
                                                                                                                                  A
                                                                               n  m !                                  n  m ! n,m
    * Caso 2) m > n
    - Quantas funções existem de A e B?
Para cada elemento de A, temos n opções. Logo temos n x n x ... x n (m vezes), isto
    m
é, n funções.
- Quantas funções são injetivas?
Neste caso não há nenhuma função injetiva, pois como m > n, teremos elementos
distintos em A com imagens iguais!

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PROFMAT - MA14

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA – PROFMAT MATEMÁTICA DISCRETA 1) Prove que: 1 1 1 (a)1    ...  2 n 2 3 n , para todo n maior ou igual a um. Solução: Para n = 1 temos verdadeiro, pois 1 < 2. OK. Logo, suponha válido para n = k, isto é: 1 1 1 1   ...  2 k 2 3 k , para todo K maior ou igual a um. Devemos mostrar verdadeiro para K + 1, isto é: 1 1 1 1 1   ...    2 k 1 2 3 k k 1 , para todo K maior ou igual a um. De fato! Veja que: 1 1 1  1   1  1   ...   2 k   2 3 k  k 1   k 1  1 4 k  4K  Agora como k é maior ou igual a 1, temos que k  1 . Logo temos que: 1 1 4 k  4K   4k  4k  4  4   k 1 k 1  k 1  2 1    1  2  4k  4(k  1)  2.2   k 1   k 1  2 k  2 k 1  k 1        1 1  2 k 2 k 1  2 k   2 k  1. k 1 k 1
  • 2. 1 1 1 1 1 1   ...   2 k   2 k  1. Portanto 2 3 k k 1 k 1 , como queríamos demonstrar. OBS: estas passagens são garantidas, pois k é maior ou igual a 1. n3 2 2 (b)12  22  ...  (n  1)2   1  2  ...  n2 3 , para todo n maior ou igual a dois. Solução: n.  n  1 .  2n  1 12  22  ...  n2  Afirmação 1: 6 De fato! Para n = 1 OK, pois 1 = ((1.2.3)/6) k.  k  1 . 2k  1 12  22  ...  k 2  Suponha válido para n = k, isto é: 6 , devemos mostrar 12  22  ...  k 2   k  1  2  k  1.  k  2. 2k  3 válido para k + 1, isto é: 6 . Veja que: k.  k  1 . 2k  1 12  22  ...  k 2   k  1    k  1 2 2 6 k.  k  1 . 2k  1  k  1  k  1  2k  3 . k  2    k  1  k. 2k  1  6  k  1      2 6 6   6 12  22  ...  n2   n  1   n  1  2n  3 . n  2    n  1 .  n  2 . 2n  3     2 E, portanto: 6 6 . Agora veja que (pela afirmação 1): 12  22  ...   n  1  2  n  1 n . 2n  1  n.n.2n  2n3  n3 6 6 6 3 , pois n – 1 < n e 2n – 1 < 2n, para todo n maior ou igual a 2. De mesmo modo, temos que:
  • 3. n.  n  1 . 2n  1 n.n.2n 2n3 n3 12  22  ...   n   2    6 6 6 3 , pois n + 1 > n e 2n + 1 > 2n, para todo n maior ou igual a 1. Logo concluímos que: n3 2 2 12  22  ...   n  1   1  2  ...   n  2 2 3 , para todo n maior ou igual a 2. 1 1 1 (c)1    ...  n  2 2 4 2 , para todo n maior ou igual a um. Solução: Para n = 1 temos verdadeiro, pois 1 < 2. OK. Logo, suponha válido para n = k, isto é: 1 1 1 1    ...  k  2 2 4 2 , para todo k maior ou igual a um. Devemos mostrar verdadeiro para k + 1, isto é: 1 1 1 1    ...  k1  2 2 4 2 , para todo k maior ou igual a um. De fato! Veja que: 1 1 1 1    ...  k 2 4 2 , consiste na soma dos k primeiros termos de uma PG de razão ½. n 1 1 an    Seja 2 , então temos a seguinte sequencia = {1,1/2,1/4,...,1/k}.   1 k  1      2    1  1  2k  1 2 k Sk  a1  a2  ...  ak  a1    2  k 1  k 1  2 1  2  k 1 2 2 2 Agora precisamos mostrar verdadeiro para Sk 1 . Veja que:
  • 4. k 1 1 2k 1  1 2k 1 Sk 1  Sk  ak 1  2     2  k   k 2 2 2 2k 2 1 1 1 1 Sk 1  a1  a2  ...  ak  ak 1  1    ...  k  k 1  2 Portanto: 2 4 2 2 . ■ 2) Suponha que 51 números são escolhidos dos números de 1 até 100. Mostre que existem dois pares destes números que não tem divisor primo comum. Solução: Inicialmente observe que dois números consecutivos são primos entre si, pois, necessariamente um será par e o outro ímpar. De 1 até 100 temos 100 números, pois, 50 são pares: {2,4,6,...,100} e 50 são ímpares: {1,3,5,...,99}. Na pior das hipóteses teremos 50 números pares e um ímpar ou 50 números ímpares e um par. Caso 1) 50 números pares e um ímpar. Se este impar for 1, temos (1,2) e (1,3), dois pares de números que não tem divisor primo comum. Se este impar for 99, temos que (98,99) e (99,100), dois pares de números que não tem divisor primo comum. De maneira análoga para qualquer outro impar mostramos o par de números que não tem divisor primo comum. OBS: Para todos os outros casos a análise é a mesma. Caso 2) 50 números ímpares e um par Se este par for 2, temos que (2,1) e (2,3) dois pares de números que não tem divisor primo comum. Se este par for 100, temos que (100,99) e (100,97) dois pares de números que não tem divisor primo comum. OBS: Para todos os outros casos a análise é a mesma. ■
  • 5. 3) Use a Boa-ordenação para provar que se X é um conjunto tal que n(X) = n n tem 2 subconjuntos. Solução: Uma análise inicial consiste na demonstração empírica, isto é, vejamos alguns casos: Se X = {1}. Logo n(X) = 1 e P(X )  {,1} , ou seja, P(X) tem 2 subconjuntos. Se X = {1,2}. Logo n(X) = 2 e P(X)  {,1,2,(1,2)} , ou seja, P(X) tem 4 subconjuntos. Se X = {1,2,3}. Logo n(X) = 3 e P(X)  {,1,2,3,(1,2),(1,3),(2,3),(1,2,3)} , ou seja, P(X) tem 8 subconjuntos. Intuitivamente observamos que se X possui n elementos, P(X) possui 2n subconjuntos. Daí, se acrescentamos um novo elemento k em X, este elemento é unido a cada subconjunto de P(X), logo ele gera a mesma quantidade de elementos que já existem em P(X), isto é, 2  2  2.2  2 . n n n n1 Uma demonstração matemática é dada pela indução matemática. Veja: Para n = 1 , OK, pois fazendo X={a}, temos como subconjuntos de X o  e o {a}. Agora, supondo que a afirmação seja verdadeira para um conjunto X com n elementos, daí para um conjunto Y com (n + 1) elementos. Fixando {a} pertencente a Y e seja X = Y – {a}. Assim, há dois tipos de Subconjuntos de Y, aqueles que não n contêm a, ou seja, os conjuntos das partes de X, que somam 2 subconjuntos e n aqueles que contêm a, que também somam 2 subconjuntos, daí o total de subconjuntos de Y é dado por 2  2  2.2  2 . Portanto, a afirmação é válida para n n n n1 todo n natural. ■ 4) Mostre que entre quaisquer quatro números podemos encontrar 2 números de modo que a diferença entre eles é divisível por 3. Solução:
  • 6. A resolução deste exercício é feita mediante o Princípio das casas de Pombos, pois dado um número inteiro qualquer, a divisão dele por 3 pode ser representada de três maneiras: múltiplo de 3, resto 1 ou resto 2. Desta forma tendo 4 números (pombos) e tendo apenas 3 casas (múltiplo de 3, resto 1 ou resto 2), necessariamente dois deles ficarão na mesma casa, ou seja, a diferença entre eles seja um múltiplo de 3 e automaticamente será divisível por 3. Uma demonstração algébrica pode ser dada da seguinte maneira: Sejam A, B, C e D números inteiros, tais que: A = 3k, B = 3w + 1, C = 3f + 2 e D deixaremos variável. Assim as possibilidades de D são: D = 3c, D = 3c + 1 ou D = 3c + 2. Logo se: D = 3c , então D – A = 3(c – k) e portanto será divisível por 3. D = 3c + 1 , então D – B = 3(c – w) e portanto será divisível por 3. D = 3c + 2 , então D – C = 3(c – f) e portanto será divisível por 3. ■ 5) Mostre que entre quaisquer n + 1 números podemos encontrar 2 números de modo que a diferença entre eles é divisível por n. Este exercício é a generalização do exercício anterior e é solucionado pelo Principio das casas de pombos, pois dado um numero inteiro qualquer, a divisão dele por n pode ser representada de n maneiras: múltiplo de n, resto 1, resto 2, ... , resto n - 1. Desta forma tendo n + 1 números (pombos) e tendo apenas n casas (múltiplo de n, resto 1, resto 2, ... , resto n - 1), necessariamente dois deles ficarão na mesma casa, ou seja, a diferença entre eles seja um múltiplo de n e automaticamente será divisível por n. Uma demonstração algébrica pode ser dada da seguinte maneira: Sejam A1, A2, A3, ... , An e D números inteiros, tais que: A1 = nk, A2 = nw + 1, A3 = nf + 2, ... , An = nt + (n-1) e D deixaremos variável. Assim as possibilidades de D são: D = nc, D = nc + 1, D = nc + 2, ... , D = nc + (n-1) Logo se: D = nc , então D – A1 = n(c – k) e portanto será divisível por n. D = nc + 1 , então D – A2 = n(c – w) e portanto será divisível por n. D = nc + 2 , então D – A3 = 3(c – f) e portanto será divisível por n. .
  • 7. . . D = nc + (n-1) , então D – An = n(c – t) e portanto será divisível por n. ■ 6) Sejam A e B conjuntos com m e n elementos, respectivamente. Quantas funções injetivas existem de A em B? Solução: Inicialmente vamos estudar o caso de m = n. Sejam A e B conjuntos com m elementos. 1) Quantas funções existem de A em B? Para cada elemento de A, temos m opções em B, logo o número de funções é: m x m x ... x m (m vezes), isto é: m.m. m  m . m 2) Quantas funções são injetivas? Para o primeiro elemento de A, temos m opções. Para o segundo elemento de A, temos (m – 1) opções. ... . Para o m – ésimo elemento temos uma opção. Logo temos m . (m – 1).(m – 2). ... .1 = m! Agora vamos analisar o caso de m diferente de n. Sejam A e B conjuntos com m e n elementos, respectivamente. * Caso 1) m < n - Quantas funções existem de A e B? Para cada elemento de A, temos n opções. Logo temos n x n x ... x n (m vezes), isto m é, n funções. - Quantas funções são injetivas? Para o primeiro elemento de A, temos n opções. Para o segundo elemento de A, temos ( n – 1) opções. Para o terceiro elemento de A, temos (n – 2) opções. ... . Para o m – ésimo elemento de A, temos (n – (m – 1)) opções. Logo temos n x (n – 1) x (n – 2) x ... x (n – (m – 1), isto é, um arranjo. n.  n  1 .  n  2  .....  n   m  1  .  n  m ! n.  n  1 .  n  2  .....  n   m  1   n!  A  n  m !  n  m ! n,m * Caso 2) m > n - Quantas funções existem de A e B?
  • 8. Para cada elemento de A, temos n opções. Logo temos n x n x ... x n (m vezes), isto m é, n funções. - Quantas funções são injetivas? Neste caso não há nenhuma função injetiva, pois como m > n, teremos elementos distintos em A com imagens iguais!