2. LINHAS GERAIS
primeira geração do modernismo brasileiro
fase iconoclasta: quer romper com o passado literário-cultural;
anarquismo: “não sabemos o que queremos”;
eleição do moderno como um valor em si mesmo;
busca de originalidade a qualquer preço;
luta contra o tradicionalismo;
juízos de valor sobre a realidade brasileira;
valorização poética do cotidiano;
nacionalismo xenófobo e intransigente.
3. AS REVISTAS
primeira geração do modernismo brasileiro
quando surgem?
A Semana de Arte Moderna congregou os autores que queriam algo diferente do que a
literatura vinha produzindo. As revistas reúnem intelectuais com afinidades estético-ideológicas.
como operam?
Tal qual ocorria nas Vanguardas Europeias, os artistas se reúnem, publicam manifestos e põem
em prática seus conceitos por intermédio de obras estéticas de várias naturezas.
para que servem?
Se a Semana de Arte Moderna serviu para congregar os “modernistas”, as revistas vão reunir os
artistas por afinidade estético-ideológicas e alavancar o chamado movimento modernista.
4. OS MOVIMENTOS
primeira geração do modernismo brasileiro
como surgem?
Em torno das revistas, reúnem-se escritores e pintores que têm afinidades estéticas.
o que fazem?
Usam as revistas como veículo de divulgação das ideias [vide o que acontece com a Revista de
Antropofagia] e de obras icônicas e verbais.
quais são os mais importantes?
Teoricamente, pode-se dividir os movimentos modernistas em dois grandes grupos – os
nacionalistas ufanistas [Anta e verde-amarelo] e os nacionalistas críticos [Pau-Brasil e
Antropofagia]. Mário de Andrade [desvairismo] e Manuel Bandeira, apesar de excessivamente
importantes neste primeiro momento do modernismo, não se aliam aos quatro grandes grupos
mais representativos.
6. LINHAS GERAIS
a poesia pau-brasil, 1924
poesia: produto de exportação;
revisão crítica do passado histórico cultural;
coloquialismo, síntese e oralidade: língua brasileira;
base dupla: primitivo x moderno;
digestão e devoração cultural;
flash cinematográfico;
primitivismo crítico;
crítica ao academicismo e à colonização.
7. O MANIFESTO [fragmentos]
a poesia pau-brasil, 1924
O Carnaval. O Sertão e a Favela. Pau-Brasil. Bárbaro e nosso.
A formação étnica rica. A riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.
Contra a fatalidade do primeiro branco aportando e dominando diplomaticamente as selvas
selvagens. Citando Virgílio para tupiniquins. O bacharel.
País de dores anônimas. De doutores anônimos. Sociedade de náufragos eruditos.
Donde nunca a exportação de poesia. A poesia emaranhada na cultura. Nos cipós das
metrificações.
A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos
os erros.
Contra a argúcia naturalista, a síntese. Contra a cópia, a invenção e a surpresa.
Bárbaros, pitorescos e crédulos. Pau-Brasil. A floresta e a escola. A cozinha, o minério e a dança.
A vegetação. Pau-Brasil.
8. OS SELVAGENS
Oswald de Andrade
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam pôr a mão.
Depois a tomaram como espantados
aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural; primitivismo;
aspectos formais: versos livres e brancos; bricolagem da Carta, de Pero Vaz de Caminha.
9. PAÍS DO OURO
Oswald de Andrade
Todos têm remédio de vida
E nenhum pobre anda pelas portas
A mendigar como nestes Reinos
aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural: crítica à colonização;
aspectos formais: versos livres e brancos; apropriação do discurso do europeu: bricolagem.
10. SENHOR FEUDAL
Oswald de Andrade
Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia
aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural;
aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
11. PRONOMINAIS
Oswald de Andrade
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
aspectos temáticos: defesa de uma língua brasileira: simples, coloquial e sintética;
aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
12. POBRE ALIMÁRIA
Oswald de Andrade
O cavalo e a carroça
Estavam atravancados no trilho
E como o motorneiro se impacientasse
Porque levava os advogados para os escritórios
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou
Mas o lesto carroceiro
Trepou na boleia
E castigou o fugitivo atrelado
Com um grandioso chicote
aspectos temáticos: base dupla [primitivo x moderno]
aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
13. 03 DE MAIO
Oswald de Andrade
Todos têm remédio de vida
E nenhum pobre anda pelas portas
A mendigar como nestes Reinos
aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural: crítica à colonização;
aspectos formais: versos livres e brancos; apropriação do discurso do europeu: bricolagem.
14. RELICÁRIO
Oswald de Andrade
No baile da Corte
Foi o Conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí.
aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural; defesa da cultura popular;
aspectos formais: versos livres e brancos; oralidade.
15. ERRO DE PORTUGUÊS
Oswald de Andrade
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
aspectos temáticos: revisão crítica do passado histórico-cultural; primitivismo crítico;
aspectos formais: versos livres e brancos.
16. O CAPOEIRA
Oswald de Andrade
– Qué apanhá, sordado?
– O quê?
– Qué apanhá?
– Pernas e cabeças na calçada.
aspectos temáticos: flash cinematográfico;
aspectos formais: língua brasileira; síntese; metonímias.
17. ESCAPULÁRIO
Oswald de Andrade
No Pão de Açúcar
de cada dia
Dai-nos, Senhor
a poesia
de cada dia
aspectos temáticos: apropriação paródica do discurso europeu;
aspectos formais: metalinguagem e intertextualidade.
18. Tarsila do Amaral: Favela. Disponível em: http://paisagensnaartebrasileira.pbworks.com/
19. Tarsila do Amaral: O mamoeiro. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/539_tarsila/page4.shtml
20. Tarsila do Amaral: Estrada de ferro Central do Brasil. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/