Ir. Angela Vallese foi uma missionária FMA pioneira na América que dedicou sua vida a servir os necessitados na Argentina por 36 anos. Sua cartas mostram seu profundo amor por Deus e compaixão pelos índios, enquanto incentivava as outras irmãs a terem coragem e alegria em seu trabalho missionário.
Messaggio della Consigliera per le Missioni_14 agosto 2021 ita
A missionária incansável Ir. Angela Vallese
1.
2. Missionária da primeira hora!
Partiu para a América como responsável
pela Primeira Expedição missionária FMA
no dia 14 de novembro de 1877.
Alma rica de fé.
3. Cheia de amor por Deus e pelo próximo.
Uma vida de dedicação absoluta e total
obediência.
4. Protagonista de uma vida missionária
generosa, disponível ao dom de si, pronta ao
sacrifício, humilde, audaz, imbatível – como o
vento da Patagônia – ao enfrentar toda e
qualquer dificuldade nos seus
36 anos de vida missionária.
5.
6.
7. «É verdade que a distância que agora nos separa é enorme, mas
consolemo-nos: esta vida é tão curta! Logo chegará o dia em que nos
veremos de novo na eternidade, se tivermos observado com exatidão a
nossa Santa Regra. Embora exista um mar imenso que nos separa, a cada
momento podemos nos ver e estar uma perto da outra, no Sacratíssimo
Coração de Jesus; podemos sempre rezar umas pelas outras:
assim, nossos corações estarão sempre unidos.»
(C 22. À diretora da casa de Montevidéu – Villa Colón, Ir. Angela Vallese.
Nizza, 9 de abril 1879)
8. «Armem-se de coragem, minhas queridas Irmãs! Jesus deve ser toda a força
de vocês. Com Jesus, os pesos se tornam leves, os cansaços suaves, os
espinhos se convertem em doçuras... »
(C 22. À diretora da casa de Montevidéu – Villa Colón, Ir. Angela Vallese.
Nizza, 9 de abril de 1879)
9. «Você me diz que tem muito o que fazer, e eu fico muito contente com isso,
porque o trabalho é o pai das virtudes. Trabalhando, os grilos fogem, e a gente
está sempre alegre. Ao mesmo tempo que lhe recomendo o trabalho, lembro que
também deve cuidar da saúde, como também recomendo a todas que trabalhem
sem qualquer ambição, somente para agradar a Jesus. Gostaria de que você
instilasse no coração de todas essas queridas Irmãs o amor ao sacrifício,
o desprezo de si mesmas e um absoluto desapego da própria vontade.
Nós nos fizemos religiosas para garantir nosso lugar no Paraíso;
mas, para conquistar o Paraíso, são necessários alguns sacrifícios;
levemos a cruz com coragem, e um dia estaremos contentes.»
(C 25. À diretora da casa de Montevidéu – Villa Colón, Ir. Angela Vallese.
Nizza, 22 de julho 1879)
10. «Portanto, coragem, imitemos o nosso queridíssimo Jesus em tudo, mas
especialmente na humildade e na caridade, para valer, né? Rezem por mim, para
que eu também possa fazer o mesmo. Estejam alegres, né?.. e alegres sempre;
nunca se ofendam mutuamente, pelo contrário, assim que perceberem que alguma
está precisando de ajuda, apressem-se em ir ao encontro dela, e auxiliem-se
reciprocamente, né?...»
(C 26. Às irmãs da casa de Montevidéu - Villa Colón. Nizza, 11 de setembro de 1879)
11. «Minha cara Irmã Angiolina, tenha coragem, fique
alegre, e faça com que todas essas minhas queridas
Irmãs estejam alegres. O Senhor lhes quer muito
bem: cabe a vocês aceitar esse amor, não é mesmo?»
(C 27. À diretora Ir. Angela Vallese e às Irmãs das casas de
Montevidéu – Villa Colón e Las Piedras.
Nizza, 20 de outubro de 1879)
12. «Portanto minhas Irmãs, quando vocês quiserem me visitar, não devem
mais ir a Mornese, mas vir aqui a Nizza. Pobres filhas, estamos distantes
demais para fazer isso! É melhor irmos ao Coração de Jesus, e lá podemos
nos dizer tudo. Eu lhes garanto que todas as manhãs converso com vocês,
nesse adorável Coração, e lhes falo na S. Comunhão, e digo tantas coisas
para cada uma de vocês. Vocês gostam de que nos visitemos desse jeito?
Façam o mesmo vocês também, de verdade, heim? Combinado?»
(C 27. À diretora Ir. Angela Vallese e às Irmãs das casas de Montevidéu – Villa Colón
e Las Piedras – Nizza, 20 de outubro de 1879)
13. «Agora, digam-me: vocês todas se
querem bem? Têm caridade uma
com a outra? Espero que sim,
mas, também nessas coisas há
o que aperfeiçoar. Então para dar
prazer à nossa querida Mãe,
Maria SS.ma, tenham toda
a caridade umas para com as
outras, ajudem-se nos trabalhos,
corrijam-se com doçura, e aceitem
de bom grado as correções que
lhes forem feitas. Coragem,
minhas filhas, esta vida passa
depressa e, no momento da
morte, nada nos resta a não ser
as nossas obras; o grande é que
tenham sido bem feitas.»
(C 27. À diretora Ir. Angela Vallese e às
Irmãs das casas de Montevidéu – Villa
Colón e Las Piedras.
Nizza, 20 de outubro de 1879)
14. «Agora minha Angiolina querida, não me resta senão dizer-lhe que se arme
de muita coragem e não tenha o coração tão apertadinho, mas um coração
generoso, bem grande, e sem tantos temores, entendeu?
Estejam todas alegres.»
(C 27. À diretora Ir. Angela Vallese e às Irmãs das casas de Montevidéu – Villa Colón e
Las Piedras – Nizza, 20 de outubro de 1879)
15. «E você, minha querida Irmã
Angiolina, tenha coragem e
reze muito. Da oração
receberá aqueles auxílios que
lhe são necessários para
cumprir bem os seus
deveres. Dê sempre bom
exemplo às suas filhas,
observando a Santa Regra.
Esteja sempre alegre: a sua
alegria seja sempre superior
em todas as suas aflições.»
(C 47. À diretora da casa de
Carmen de Patagones Ir. Angela
Vallese e comunidade – Nizza, 21
de outubro de 1880)
16. «Você, minha querida Irmã Angiolina, fique tranquila;
li o seu "rendiconto". Pense que os seus defeitos são a tiririca da sua
horta, e é preciso humilhar-se e combatê-los com coragem.
Nós somos miseráveis, e não podemos ser perfeitas;
portanto, humildade, confiança e alegria.»
(C 55. Às Irmãs da casa de Carmen de Patagones - Argentina.
Nizza, 20 de dezembro de 1880)
17.
18. «Eu, porém, meu bom pai, me sinto tão incapaz... Imagine que tenho
de dirigir duas casas: esta de Villa Colón e a de Las Piedras... e pensar que
não me sinto preparada para governar sequer uma...
Peço-lhe, pois, que reze muito por mim.»
(Carta a Dom Bosco - Villa Colòn, 20 de outubro de 1879)
19. «Espero também que nos
mandem Irmãs sadias e
santas, entre as quais
uma que carregue a
minha cruz, para que,
em vez de mandar eu
tenha só que obedecer,
pois me parece ser
mais fácil ir para o céu
pelo caminho da
obediência
do que pelo comando.
Mas, se faça em tudo a
Santa vontade de Deus
e dos meus Superiores.»
(Carta a Dom Bosco - Villa Colòn, 20 de outubro de 1879)
20. «Estamos preparando vestidinhos e outras roupas para as nossas pobres índias
e parece-nos que o Senhor nos esteja aprontando muito trabalho.
Nós o desejamos ardentemente, para salvar tantas pobres almas que jazem
sepultadas nas trevas da ignorância. Ah! Reverendo Pai, se visse quantas índias
existem aqui e quão miseráveis são de corpo e de alma! Verdadeiramente elas
nos fazem compaixão e sentimos não poder ajudá-las, a todas,
pois somos muito poucas e muito pobres.»
(Carta a Dom Bosco - Carmen de Patagones, 6 de outubro de 1880)
21. «Antes de encerrar esta página,
desejaria pedir a V. Revma. um
favor, ou melhor, dois: recomende-
nos de modo especial a Maria
Auxiliadora, nossa Mãe dulcíssima, a
fim de que, já que viemos a estas
longínquas terras, para fazer
conhecer o nosso celeste Esposo
Jesus, que lhe sejamos fiéis até a
morte. Todas nós quatro desejamos
nos fazer santas e esperamos de
conseguir se V. Revma. rezar por
nós.»
(Carta a Dom Bosco - Carmen de
Patagones, 6 de outubro de 1880)
22. «O outro favor é que nos mande algumas Irmãs
para nos ajudar, a fim de que possamos levar à
salvação um maior número de índias.
Já nos haviam prometido, dizendo que
esperássemos que nos teriam mandado.
Oh! Como demora este dia!»
(Carta a Dom Bosco - Carmen de Patagones,
6 de outubro de 1880)
23.
24. «O centenário da morte de Ir.
Angela Vallese seja para nós
estímulo a vivermos com novo
entusiasmo a marca missionária
deixada por Dom Bosco ao
Instituto e assumida por Madre
Mazzarello com verdadeiro ardor
apostólico.
Hoje, somos convocadas a um
sério mas alegre compromisso
missionário que se reforça através
do Magistério de Papa Francisco.
Somos convidadas a sair, a ir ao
encontro dos últimos, dos
pequenos e dos pobres para dar-
lhes esperança e fazer com que
experimentem a bondade
misericordiosa de Deus Pai.»
25. «Com o entusiasmo missionário das origens, assumido com amor por
cada FMA, o Instituto continua a escancarar as portas do Carisma rumo
a novos horizontes missionários. O sonho de Dom Bosco e de Maria
Domingas Mazzarello continua vivo hoje na nossa resposta generosa e
sem medidas: “vado io!”»
(Roma, 1 de janeiro de 2014)
26. Roma, 17 de agosto de 2014
Centenário da morte de Ir. Angela Vallese
Âmbito Missão ad/inter gentes
Fotografias: Arquivo PEM 2013