Este documento discute o gerenciamento de resíduos biológicos em laboratórios de pesquisa científica. Ele descreve os tipos de resíduos biológicos gerados, a importância da segregação e do descarte correto destes resíduos, e o processo de planejamento e implementação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Biológicos em uma instituição de pesquisa.
Água Na Propriedade Rural - Tratamento de água e esgoto na propriedade rural
Gerenciamento de resíduos biológicos em laboratórios de pesquisa científica
1. GERENCIAMENTO DEGERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS BIOLÓGICOS EMRESÍDUOS BIOLÓGICOS EM
LABORATÓRIOS DELABORATÓRIOS DE
PESQUISA CIENTÍFICAPESQUISA CIENTÍFICA
Marcelo Henrique Otenio
2. 10/08/07 2
Introdução
Os resíduos gerados em atividades de pesquisa e análises de
rotinas são quase sempre negligenciados, quer seja pela
característica de pequeno volume, quer seja pela inconstância de
geração. Embora condenada pelos próprios pesquisadores a
conduta de destinar os resíduos biológicos laboratoriais em lixo
comum, é prática rotineira em muitas instituições do país e a sua
segregação com o correto tratamento e descarte quase sempre
não é feita.
Todo resíduo gerado pelos laboratórios de pesquisa com
animais, plantas ou microrganismos é passível de conter ou de
diretamente classificado como resíduo biológico. Não somente
hospitais ou clínicas são geradores de resíduos biológicos, como
também instituições com outras atividades são consideradas
geradoras.
3. 10/08/07 3
Quantificar o resíduo gerado na Embrapa
Gado de Leite e avaliar mediante a
metodologia do Discurso do Sujeito
Coletivo (DSC), a opinião de
Pesquisadores, Analistas e Estagiários a
respeito da problemática do resíduo
biológico gerado pela pesquisa científica.
Objetivo
4. 10/08/07 4
Local de Estudo
Embrapa Gado de Leite, Centro de
Pesquisa Agropecuária localizada no
município de Juiz de Fora – MG ;
A Unidade possui 11 laboratórios de
pesquisa científica..
Materiais e Métodos
5. 10/08/07 5
SUJEITOS DA PESQUISA
Participaram deste levantamento 33 pessoas,
escolhidos aleatoriamente das Unidades geradoras de
resíduo (laboratórios) da Embrapa Gado de Leite;
Pesquisador responsável pelo Laboratório
Analista ou técnico do laboratório e estagiário (3
pessoas por unidade geradora)
Uma pessoa responsável pela limpeza geral e
transporte dos resíduos gerados dentro da unidade.
Materiais e Métodos
6. 10/08/07 6
Materiais e Métodos
MÉTODO DA PESQUISA
Estratégia metodológica em pesquisa qualitativa: Discurso
do Sujeito Coletivo (LEFÈVRE et. al., 2000; LEFÈVRE e
LEFÈVRE, 2003).
Levantamento da geração, segregação e destino final do
resíduo biológico, utilizado em cada unidade geradora
(laboratórios de pesquisa e prestação de serviços) da
Embrapa Gado de Leite. Foi entregue aos responsáveis pelos
laboratórios um formulário para o levantamento do tipo e
quantidade de resíduo gerado em cada laboratório. Após a
coleta dos dados, estes foram tabulados utilizando o
programa de planilhas e gráficos BrOffice.org 2.1-Calc, para
avaliar a freqüência do aparecimento das respostas obtidas.
7. 10/08/07
COLETA DE DADOS
1ª fase: Entrevista gravada com roteiro semi-
estruturado;
2ª fase: Foi entregue aos responsáveis pelos
laboratórios um formulário para o levantamento do tipo
e quantidade de resíduo gerado em cada laboratório.
Após a coleta dos dados, estes foram tabulados
utilizando o programa de planilhas e gráficos
BrOffice.org 2.1-Calc, para avaliar a freqüência do
aparecimento das respostas obtidas.
Materiais e Métodos
8. 10/08/07 8
Materiais e Métodos
Qualiquantisoft
Sofware desenvolvido por Lefèvre e Lefèvre
na USP em parceria com Sales & Paschoal
Informática;
Permite maior agilidade nas tarefas mecânicas
da pesquisa.
9. 10/08/07
Resultados
A primeira fase da pesquisa denotam as
representações dos resíduos biológicos para os
entrevistados;
A segunda fase refere-se aos dados do
levantamento quantitativo referentes ao descarte
e acondicionamento dos resíduos biológicos
gerados na Embrapa Gado de Leite em 2007.
11. 10/08/07
1º Discurso gerado a partir da Idéia Central (IC) A: Material
que pode ser descartado
“Tudo aquilo que já foi utilizado e talvez não tenha mais um
aproveitamento que deve ser descartado dando um destino
apropriado ou não, para não atingir o meio ambiente.
Qualquer subproduto de processamento do organismo vivo,
que tem origem biológica, não química, como células,
tecidos ou qualquer coisa que é subtraído ou excluído de um
material utilizado em atividades fins dos laboratórios, no
caso microrganismo, bactéria, fungo, levedura e protozoário
ou até mesmo água contaminada por um excedente de um
reagente que está sendo utilizado ou um produto originário
de uma reação química que você vai descartar.”
12. 10/08/07
“É toda substância que contenha origem biológica e qualquer resto
biológico de laboratório que possa ter uma contaminação causada
por microorganismos, podendo ser um resíduo animal ou vegetal,
ou ainda algum tipo de lixo tóxico.
2º Discurso gerado a partir da Idéia Central (IC) B:
Substâncias biológicas contaminadas
É todo subproduto de uma atividade humana ou de algum
experimento, oriundo de processamento de uma análise de
pesquisa ou prestação de serviço que envolve organismos vivos,
que seja alguma coisa orgânica e que pode conter agentes
patogênicos, bactérias, vírus e protozoários que possam de alguma
maneira ter conseqüências para a vida, infectar outros tipos de
pessoas ou animais e causar prejuízo ao ambiente.”
14. 10/08/07
A B
Figura 1 - Distribuição dos dados do levantamento quantitativo referentes ao
descarte e acondicionamento dos resíduos biológicos gerados na Embrapa Gado de
Leite em 2007. A - Resíduos gerados pelas unidades laboratoriais descartados em
lixo comum: resíduos biológicos em azul e resíduos comuns em vermelho. B -
Acondicionamento dos resíduos biológicos gerados: resíduos que recebem um
acondicionamento específico (azul); acondicionados em recipiente rígido com tampa
(vermelho) e em saco branco leitoso (amarelo).
15. 10/08/07
Quantidade Kg/semana
Laboratório
Grupo A (A1 e A4) e B –
Saco branco leitoso
Grupo E – Caixa de
perfurocortante
Total gerado
Parasitologia 8,78 0,14 8,92
Genética Vegetal 0,00 0,00 0
Reprodução Animal 1,36 0,46 1,82
Microbiologia do Rúmen 0,53 0,58 1,11
Genética Molecular 0,40 0,00 0,4
Qualidade do Leite 4,06 0,06 4,12
Microbiologia do Leite 2,70 0,02 2,72
Entomologia 0,02 0,00 0,02
Biotecn. e Fisiol. Vegetal 0,00 0,00 0
Análise de Alimentos 0,00 0,70 0,7
Total (Embrapa Gado de
Leite) Kg/semana
17,85 1,96 19,81
Tabela 1 – Quantidade de resíduo biológico gerado por semana nas
Unidades laboratoriais da Embrapa Gado de Leite, referente á média
do período de dezembro a fevereiro de 2008.
16. 10/08/07
Conclusões
Os atores desta pesquisa como inseridos num contexto atual de
preocupação com o manejo dos resíduos de processo expressam
que o resíduo biológico está relacionado à questão de saúde,
ambiente e sociedade.
A implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Biológicos
(PGRB) é imprescindível ao desenvolvimento das Instituições de
Pesquisa no âmbito da adequação e modernização das práticas
envolvidas.
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Biológicos (PGRB) deve
ser elaborado com base nas características e volume dos resíduos
de serviços de saúde gerados, estabelecendo as diretrizes de
manejo desses resíduos, incluindo as medidas de: segregação,
acondicionamento, identificação, transporte interno,
armazenamento intermediário, armazenamento temporário,
tratamento, armazenamento externo, coleta e transporte externo e
destinação final.
17.
18. Legislação, Documentação e
Credencimamento como Unidade Geradora
Os RSS são classificados em função de suas
características e conseqüentes riscos que podem
acarretar ao meio ambiente e à saúde.
De acordo com a RDC ANVISA nº 306/04 e
Resolução CONAMA nº 358/05, os Resíduos de
Serviço de Saúde (Resíduos Biológicos) são
classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.
19. Tratamento
Pela Resolução ANVISA nº 306/04, o tratamento
consiste na aplicação de método, técnica ou processo
que modifique as características dos riscos inerentes
aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de
contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos
ao meio ambiente.
Há várias formas de se proceder ao tratamento:
desinfecção química ou térmica (autoclavagem,
microondas, incineração).
20. Acondicionamento
Os resíduos segregados devem ser embalados em sacos
ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações
de punctura e ruptura, impermeáveis, respeitados os limites
de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento
ou reaproveitamento, conforme estabelecido na NBR
9191/2000.
Os sacos devem estar contidos em recipientes de material
lavável, resistente a punctura, ruptura e vazamento, com
tampa provida de sistema de abertura sem contato manual,
com cantos arredondados e ser resistentes ao tombamento.
21. Materiais perfurocortantes e todos os
utensílios de vidro quebrados no laboratório e
outros similares devem ser descartados
separadamente em recipientes rígidos,
resistentes à punctura, ruptura e vazamento,
com tampa, devidamente identificados,
baseados nas normas da ABNT NBR
13853/97 (RDC Nº 33/2003). A caixa deve ser
fechada ao atingir 2/3 da capacidade de
armazenamento usando o sistema de travas
da mesma e posteriormente encaminhada ao
local designado dentro da Unidade.
Acondicionamento
22. Credenciamento como Unidade Geradora
No contexto de enquadramento regional A Embrapa
Gado de Leite localizada no município de Juiz de
Fora, onde o Conselho Municipal de Meio ambiente
(COMDEMA), em sua Deliberação Nº. 22/2005 e a Lei
Municipal Nº. 9896/2000 dispõe sobre normas
específicas para o gerenciamento de resíduos
biológicos gerados por instituições da cidade.
23. Continua
Neste documento é estabelecido que as instituições
geradoras de resíduos biológicos na cidade deverão elaborar
o Plano de Gerenciamento de Serviços de Saúde Simplificado
– PGRSS.
Os geradores de resíduos do Grupo A (Subgrupo A1, A2 e
A4), e/ou Grupo B, e/ou Grupo E, em quantidade igual ou
inferior a 80 kg/ mês, devem se cadastrar e regularizar o
estabelecimento. Este cadastro deve ser feito pelo
preenchimento de um formulário específico onde são
tipificados, classificados e relacionados os resíduos gerados
de acordo com a legislação vigente.
24. Plano de Gerenciamento
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Biológicos (PGRB)
deve ser elaborado com base nas características e volume
dos resíduos de serviços de saúde gerados, estabelecendo as
diretrizes de manejo desses resíduos.
Medidas:
Segregação;
Acondicionamento;
Identificação;
Transporte interno;
Armazenamento intermediário;
Armazenamento temporário;
Tratamento;
Armazenamento externo;
Coleta e transporte externo;
Destinação final.
25.
26. Legislação, Documentação e
Credencimamento como Unidade Geradora
Os RSS são classificados em função de suas
características e conseqüentes riscos que podem
acarretar ao meio ambiente e à saúde.
De acordo com a RDC ANVISA nº 306/04 e
Resolução CONAMA nº 358/05, os Resíduos de
Serviço de Saúde (Resíduos Biológicos) são
classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.
27. Tratamento
Pela Resolução ANVISA nº 306/04, o tratamento
consiste na aplicação de método, técnica ou processo
que modifique as características dos riscos inerentes
aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de
contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos
ao meio ambiente.
Há várias formas de se proceder ao tratamento:
desinfecção química ou térmica (autoclavagem,
microondas, incineração).
28. Acondicionamento
Os resíduos segregados devem ser embalados em sacos
ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações
de punctura e ruptura, impermeáveis, respeitados os limites
de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento
ou reaproveitamento, conforme estabelecido na NBR
9191/2000.
Os sacos devem estar contidos em recipientes de material
lavável, resistente a punctura, ruptura e vazamento, com
tampa provida de sistema de abertura sem contato manual,
com cantos arredondados e ser resistentes ao tombamento.
29. Materiais perfurocortantes e todos os
utensílios de vidro quebrados no laboratório e
outros similares devem ser descartados
separadamente em recipientes rígidos,
resistentes à punctura, ruptura e vazamento,
com tampa, devidamente identificados,
baseados nas normas da ABNT NBR
13853/97 (RDC Nº 33/2003). A caixa deve ser
fechada ao atingir 2/3 da capacidade de
armazenamento usando o sistema de travas
da mesma e posteriormente encaminhada ao
local designado dentro da Unidade.
Acondicionamento
30. Credenciamento como Unidade Geradora
No contexto de enquadramento regional A Embrapa
Gado de Leite localizada no município de Juiz de
Fora, onde o Conselho Municipal de Meio ambiente
(COMDEMA), em sua Deliberação Nº. 22/2005 e a Lei
Municipal Nº. 9896/2000 dispõe sobre normas
específicas para o gerenciamento de resíduos
biológicos gerados por instituições da cidade.
31. Continua
Neste documento é estabelecido que as instituições
geradoras de resíduos biológicos na cidade deverão elaborar
o Plano de Gerenciamento de Serviços de Saúde Simplificado
– PGRSS.
Os geradores de resíduos do Grupo A (Subgrupo A1, A2 e
A4), e/ou Grupo B, e/ou Grupo E, em quantidade igual ou
inferior a 80 kg/ mês, devem se cadastrar e regularizar o
estabelecimento. Este cadastro deve ser feito pelo
preenchimento de um formulário específico onde são
tipificados, classificados e relacionados os resíduos gerados
de acordo com a legislação vigente.
32. Plano de Gerenciamento
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Biológicos (PGRB) deve ser
elaborado com base nas características e volume dos resíduos de
serviços de saúde gerados, estabelecendo as diretrizes de manejo
desses resíduos.
Medidas:
Segregação;
Acondicionamento;
Identificação;
Transporte interno;
Armazenamento intermediário;
Armazenamento temporário;
Tratamento;
Armazenamento externo;
Coleta e transporte externo;
Destinação final.
33.
34. Classificação dos Resíduos Biológicos
Os RSS são classificados em função de suas
características e conseqüentes riscos que podem acarretar
ao meio ambiente e à saúde.
De acordo com a RDC ANVISA nº 306/04 e Resolução
CONAMA nº 358/05, os Resíduos de Serviço de Saúde
(Resíduos Biológicos) são classificados em cinco grupos: A,
B, C, D e E.
35. Classificação dos Resíduos
Biológicos
Grupo A - engloba os componentes com possível
presença de agentes biológicos que, por suas
características de maior virulência ou concentração, podem
apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas de
laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos,
bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outras.
36. Grupo B - contém substâncias químicas que podem
apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente,
dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade. Ex: medicamentos
apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo
metais pesados, dentre outros.
Classificação dos Resíduos
Biológicos
37. Grupo C - quaisquer materiais resultantes de atividades
humanas que contenham radionuclídeos em quantidades
superiores aos limites de eliminação especificados nas
normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear -
CNEN, como, por exemplo, serviços de medicina nuclear
e radioterapia etc.
Classificação dos Resíduos
Biológicos
38. Grupo D - não apresentam risco biológico, químico ou
radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser
equiparados aos resíduos domiciliares. Ex: sobras de
alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas
administrativas etc.
Classificação dos Resíduos
Biológicos
VIDRO
PLÁSTICO
PAPEL
METAL
ORGÂNICO
39. Grupo E - materiais perfuro-cortantes ou escarificantes,
tais como lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro,
pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas
e outros similares.
Classificação dos Resíduos Biológicos
RESÍDUO PERFUROCORTANTE