O documento discute a importância da pesquisa e emancipação no processo de formação de mestres e professores. Defende que a pesquisa deve coincidir com a criação e emancipação, formando cidadãos capazes de lidar criticamente com a realidade. Também argumenta que professores devem ser pesquisadores com bagagem própria, capazes de despertar o espírito investigativo nos alunos, em vez de mero transmissores de conhecimento alheio.
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Formação de novos mestres através da pesquisa emancipatória
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4. Faz parte dessa rota, a alternativa, a
expectativa de formação de novos mestres, desde que
pesquisar coincida com criar emancipar. A formação
científica torna-se formação educativa, quando se funda no
esforço sistemático e inventivo de elaboração própria,
através da qual se constrói um projeto de emancipação social
e dialoga criticamente com a realidade.
5. Pesquisa toma contornos muito
próprios e desafiadores, a começar
pelo reconhecimento de que o melhor saber é aquele
que sabe superar-se. O caminho emancipatório não
pode vir de fora, imposto ou doado, mas será
conquista de dentro, construção própria.
6. O novo mestre não é apenas o magnata da
ciência, o gênio incomparável, o metodológico virtuoso,
mas todo o cidadão que souber manejar a sua
emancipação, para não permanecer na condição de
objeto das pressões alheias.
7. Nada é mais degradante do que a cunhagem do
discípulo, domesticado para ouvir, copiar, fazer
provas e sobretudo, colar. Mais degradante ainda é o
professor que nunca foi além da posição de
discípulo, porque não sabe elaborar ciência com as
próprias mãos. Como caricatura parasitária que é,
reproduz isso no aluno.
8. Do lado do professor, temos a visão
empobrecida do ministrador de aulas,
ainda em grande parte pessoas que detém apenas
graduação, sem experiência comprovada no campo
científico. Fruto do mero aprender, naturalmente
decaem no mero ensinar. Entende-se como simples
repassador de conhecimento alheio, que um dia
estudou e aprendeu e, em decorrência, imagina poder
transmitir aos outros, de cópia em cópia.
9. A noção de professor precisa ser
totalmente revista, sem recair em
preciosismos, importados de fora.
Assim, vale perguntar: o que é
professor?
a) Em primeiro lugar, é pesquisador, nos sentidos relevados:
capacidade de diálogo com a realidade, orientado a
descobrir e a criar, elaborador da ciência, firme em teoria,
método, empiria e prática;
b) socializador de conhecimento, desde que tenha bagagem
própria, despertando no aluno a mesma noção de pesquisa.
c) torna-se capaz de motivar o novo pesquisador no aluno,
evitando de todos os modos, reduzi-los a discipulos
subalternos.
10. O conceito de pesquisa é
fundamental, porque está na
raiz da consciência crítica
questionadora, desde a recusa de ser massa de manobra,
objeto dos outros, matéria de espoliação, até a produção
de alternativas com vistas a consecução de sociedade
pelo menos mais tolerável. Entra aqui o despertar da
curiosidade, da inquietude, do desejo de descoberta e
criação, sobretudo atitude política emancipatória de
construção do sujeito social competente e organizado.
11. A iniciativa do aluno é o maior
patrimônio didático, sem o que de
pouco adiantaria a competência
do professor.
Tal iniciativa não deve voltar-se
apenas a estudar, mas
igualmente ao questionamento social da ciência e da sociedade,
de onde surge o manancial sempre decantado das lideranças
novas de origem universitária. Para além do que a lei já prevê, a
prática discente pode corresponder a essa expectativa histórica
de cultivo de lideranças alternativas.