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Comunidade Eclesiais de Base (CEBs) - 6º Nordestão das CEBs - Itabuna/BA - Julho 2012 - Nº 01
Sustentabilidade, partilha,                                            Vários Olhares
                                                                       “O encontro está muito rico, o grande destaque são os assessores. Pois
memória a serviço da vida                                           já os conhecia os nome , e aqui os encontrei todos juntos. Enquanto
                                                                    jovem percebo que é necessário maior articulação com a CEB's. Nordeste
     “Justiça e Profecia a Serviço da Vida no Nordeste” foi a       faz a diferença no Brasil.”
grande motivação que trouxe romeiros e romeiras de todos                                                                            Ângela Maria
os estados do Nordeste, à Diocese de Itabuna no Sul da                                                   Pastoral da Juventude - Teresina/PI
Bahia, para realizarem o 6º Nordestão das CEBs, no período
de 19 a 22 de julho de 2012, com a intensa participação dos         “O encontro está       riquíssimo quanto a partilha de informações. A
representantes de cada um dos cinco regionais nas oficinas          comunidade é muito acolhedora.”
temáticas, plenárias, na fila do povo e nas celebrações. As                                                       Amanda - Pernambuco - NE2
reflexões foram abordadas de maneira muita profunda
pelos excelentes assessores que se fizeram presente no              “A junção de várias culturas enriquece o encontro , levarei novos
encontro.                                                           experiências para minha diocese. Conhecimento nunca é demais.”
        Viabilizar a realização do 6º Nordestão das CEBs;                                                        Francielly Pernambuco - NE2
qualificar a participação dos Romeiros e Romeiras do
Nordeste para intervenção no 13º Intereclesial, além de
proporcionar reflexão e atuação consistente e aprofundada           “Gosto muito, e está sendo muito importante, principalmente as questões
sobre subtemas relativos ao tema “Justiça e Profecia a              sociais discutidas em grupo. Onde foi mostrado que a comunidade unida
Serviço da Vida no Nordeste; obter um melhor                        tudo pode.”
conhecimento das culturas e povos do Nordeste, seus                                                        Maria Aparecida - Nova Olinda/PE
problemas e suas aspirações, para a construção do 13º
Intereclesial das CEBs e fortalecer a participação e
autonomia dos participantes, para o enfrentamento das               “Percebo que o nordeste é forte em fé e está engajada no serviço do
dificuldades e quebras de paradigmas que surgem no                  Reino.Apesar das dificuldades vividas no dia-a-dia em busca da mudança
decorrer da caminhada, foram os objetivos que nortearam o           para todos.”
evento.                                                                                                     Cirlene Sasso- Terezinha/PI - NE4
    A ecologia, as políticas públicas, os grandes projetos que
agridem as comunidades tradicionais, profetas e profetisas
de ontem e de hoje, os desafios e as perspectivas no campo e        O que diz o povo
na cidade, os movimentos sociais a serviço da vida no
                                                                    “Falta às CEB's a sabedoria de se unir às pastorais sociais.” Ir. Rosa (Diocese de
Nordeste, e a busca da sustentabilidade foram os temas
                                                                    Jequié)
abordados nas oficinas.
   As palavras da oração do 13º Intereclesial foram também          “Percebe-se o distanciamento de Movimentos Sociais e CEB's ligada à questão
a tônica em todas as reflexões, abordadas desde a análise da        política com a ascensão do PT ao poder e a cooptação de movimentos e
conjuntura: “Denunciando a economia neoliberal dos                  sindicatos”. Pe. Mariano ( Piauí)
grandes projetos depredadores, da seca, da cerca, do
                                                                    “Vejo a diferença na participação deste Nordestão para o 10º Intereclesial de
consumismo e da exclusão”.                                          Ilhéus, no entanto as famílias estão tendo mais noção de comunidade”.
       Um batalhão de voluntários anônimos formaram as              Expedito (Quixadá-CE)
diversas equipes de serviço que deram todo o suporte a este
grandioso evento, e de forma silenciosa e competente                “Há falta de articulação e de identidade de Base, proponho uma pastoral de
abrilhantaram ainda mais o sucesso do 6º Nordestão das              conjunto”. Gil (Maranhão)
CEBs.
                                                                    “É necessário se reapaixonar por este jeito de ser Igreja das CEB's. Parece que
      Este informativo traz um pouco de toda esta riqueza           Cristo desceu da cruz e nós fomos para o seu lugar de tanto que estamos
partilhada nestes dias, que também foram e estão                    calejados”. Nonato (CE)
d i s p o n i b i l i z a d o s            n o       b l o g :
6nordestaodascebs.blogspot.com.br, e no Facebook:                   “Há necessidade de unir as pastorais que nasceram das CEB's e divulgar mais,
6nordestao, no Youtube.                                             pois estão escondidas e acabaram perdendo a essência”. Estévão
   “As CEBs não são o futuro da Igreja. É que sem a CEBs a
                                                                    “As CEB's não perderam a essência, o que é bonito não se perde. Talvez
Igreja não tem futuro”.                                             fragmentada, mas não sem essência. Por isso houve a formação da ARES
                                                                    (Associação para o Resgate de Camacã) como saída para não acabar o espírito
                                                                    das CEB's”. Genário (Camacã-BA)
                                            Haroldo Heleno
                                Assessor Diocesano das CEBs




                       em Itabuna - BA
                                                                                   Impressão: Gráfica Vital
                                                                                   Tiragem: 1.000 exemplares.

         Todas as matérias são de responsabilidade das Comunidades Eclesiais de Base (6º Nordestão), com exceção das matérias assinadas.
O jornal A Estação em Itabuna          mas alguma coisa ficou. Nos anos 90 a     pelos militares, mas em geral, as
entrevistou o monge Marcelo Barros,         Venezuela e a partir do começo deste      ditaduras hoje têm outra cara, a cara
que falou sobre os profetas e profetizas    século em 2002, Hugo Chaves, e todo       econômica, é a Ditadura do
de ontem e de hoje, homenageando o          um caminho que se chama bolivariano       Neoliberalismo, e as têm que ser
padre Comblin.                              porque vem de Simon Bolívar, o grande     proféticas em lutar contra isso e
                                            libertador da América no começo do        anunciar esse caminho novo. No lugar
A Estação - A gente está passando por       século XIX, 1807-1808. Então, nós         da ALCA, a ALBA; no lugar de Tratados
uma série de mudanças políticas na          temos hoje realmente pessoas, mas eu      com os EUA, olhar pra frente e não
América Latina, desde golpe, ditadura,      não queria ficar destacando               querer um desenvolvimentismo que
esquerdas que passam a se alinhar à         presidentes como Hugo Chaves na           polui a natureza, que cria mais
direita, a entrada da América Latina ou     Venezuela, Evo Morales na Bolívia,        desigualdades, que destrói a
a tentativa de entrada da América           Rafael Correa no Equador, porque eu       humanidade. Procurar um
Latina nessa rota desenvolvimentista e      queria destacar as comunidades            desenvolvimento sim, porque isto teria
aí vem essa temática Justiça e Profecia     indígenas, as comunidades negras, os      que ter todo o mundo, mas a partir da
a serviço da vida no Nordeste e o           grupos, as comunidades de CEB's,          justiça, da igualdade, da ecologia e da
senhor vem falar profetas e profetisas      grupos de base que estão numa             paz.
de ontem e de hoje, então diante dessa      perspectiva muito boa, muito bonita pra
conjuntura de América Latina quem são       transformar o mundo.                      A Estação – E o ecumenismo?
os profetas e profetisas de hoje, onde é                                              Marcelo Barros – Isto não se faz sem
que eles estão, o que eles estão fazendo,   A Estação - Qual a responsabilidade das   ecumenismo, o ecumenismo, este
como é que eles atuam?                                                                               Projeto de Deus da
Marcelo Barros – Eu                                                                                  unidade de todos os
acredito que na América                                                                              seres humanos, em todas
Latina e no Caribe, a                                                                                as religiões e todas as
profecia hoje tem que vir                                                                            culturas, faz parte
através da justiça social,                                                                           essencial da vocação das
e justiça social e política,                                                                         CEB's.
n u m a m u da n ç a d a s
estruturas, e quem fez                                                                               A Estação – Qual a
isto primeiro foi Cuba, é                                                                            expectativa do senhor
claro que eu não vou                                                                                 pra 6º Nordestão?
dizer pra você que                                                                                   Marcelo Barros – O
profeta é Fidel Castro                                                                               Nordestão é um
porque ele não fez isto                                                                              encontro que está
sozinho e nem de cima                                                                                preparando para o 13º
pra baixo, é todo um                                                                                 Encontro Intereclesial
povo, é toda uma                                                                                     das CEB's, portanto o
c o m u n i d a d e ,                                                                                e n c o n t ro d o B ra s i l
movimentos dando a                                                                                   inteiro, e nesse sentido, a
vida. Quantas pessoas                                                                                perspectiva melhor é
deram a vida na                                                                                      que esse processo se faça
Revolução Cubana? Mas                                                                                nas bases, que o pessoal
                                            CEB's nessa iniciativa profética de
conseguiram fazer um país. Quando a                                                   volte animado, porque hoje em dia no
                                            denunciar e anunciar? A gente vê uma
gente chega no aeroporto a primeira                                                   Brasil, a muitas vezes a gente pensa
                                            onda denuncista de algum movimento,
coisa que a gente vê numa grande placa                                                assim: as CEB's é muito bonita, o estilo
                                            mas e o anúncio? Qual a
que tem na estrada diz assim: BEM                                                     muito bom, nós estamos muito de
                                            responsabilidade das CEBs no anúncio,
VINDO AO PRIMEIRO TERRITÓRIO                                                          acordo, mas parece que já passou,
                                            do anúncio do Reino?
LIVRE DAS AMÉRICAS. Cuba há 53 anos                                                   parece que hoje me dia, o que tem vez na
                                            Marcelo Barros – Eu acredito que as
que enfrenta uma guerra como se fosse                                                 igreja são os movimentos carismáticos,
                                            CEB's surgiram a partir da Conferência
uma formiga e um elefante. Cuba é deste                                               são os movimentos espiritualistas, as
                                            Episcopal da América Latina (CELAM),
tamaninho (gesto com a mão), pobre,                                                   missas show do padre esse, do padre
                                            em Medelín na Colômbia em 1968 como
pequena, e não é vencida pelo império                                                 aquele, e as CEB's não têm vez. Então
                                            um gesto e um caminho profético
norte americano, o maior império que                                                  quando a gente vem pra cá, e vai
                                            justamente para apoiar os movimentos
já houve na história, mais poderoso,                                                  acontecer isso, e encontra com 500
                                            libertadores, a Teologia da Libertação
mais armado, porque tem armas                                                         pessoas, dos mais diversos pontos do
                                            que tava surgindo naquela época contra
atômicas, maior do que o próprio                                                      Nordeste e todos animados e todos
                                            as ditaduras, e nesse sentido foi muito
Império Romano antigamente. Depois                                                    estimulados por esta caminhada em
                                            profético naquele tempo. Hoje, a gente
de Cuba nós tivemos a Nicarágua                                                       comum, e aí não, a gente volta pra casa e
                                            não tem mais essas ditaduras militares
Sandinista, que se libertou da ditadura                                               diz: tava pensando que nós éramos tão
                                            do jeito de antigamente, embora no
do Somoza e fez uma vida um país                                                      pouquinhos, tão fracos, tão... né? E não
                                            Paraguai tenha havido um Golpe de
realmente a partir dos pequenos,                                                      somos, somos pequenos, somos pobres,
                                            Estado feito pelo próprio Congresso e
também muita guerra dos EUA, nem                                                      mas estamos juntos, estamos lutando e
                                            em Honduras um Golpe de Estado feito
pode levar pra frente muitos projetos,                                                vamos continuar resistindo.
Romeiros e Romeiras                                           CEB's e Movimentos Sociais:
      no campo e na cidade                                         A Serviço da Vida no Nordeste
                                                                       Esta oficina foi coordenada por Maria das Chagas e iniciada
                                                                   com a apresentação de Yara Nauy, irmã de Galdino Pataxó, que
                                                                   falou sobre sua dor ao perder seu irmão e da luta dos povos
                                                                   indígenas. Frei Gilvander começou falando sobre a separação
                                                                   que vem ocorrendo entre as CEB's e os Movimentos Sociais,
                                                                   ressaltando a ideia da beleza e seguimento do Evangelho que
                                                                   geram este casamento. Ainda rememora o Vaticano II e a
                                                                   CELAM (Conferência Episcopal da América Latina) com a
                                                                   preferência pelos pobres e o incentivo ao protagonismo.
                                                                      Algumas pessoas relataram sobre suas experiências de mais
                                                                   de quarenta anos de CEB's: José Alves (Diocese de Bacabal-MA),
                                                                   Lourdes Dias Paiva Nogueira (Diocese de Imperatriz-MA) e Pe.
                                                                   Felício.
                                                                        Gilvander encerrou salientando a necessidade das CEB's
                                                                   voltar a aparecer e de todos levantarem a sua causa.
                                                                   “Precisamos fazer uma microcomunicação mais forte, utilizar
                                                                   os meios disponíveis para mostrar a nossa cara”.
    No dia 20, às 14h, o Pastor Marcos Monteiro Assessor da
tenda Romeiros e Romeiras no campo e na cidade, de forma
muito bem humorada apresentou-se fazendo um
questionamento: “como um Pastor da Igreja Batista é
convocado para falar de Romaria?”. Segundo ele “é um
privilégio participar do momento, já que faço a experiência da
caminhada com os peregrinos.” E destacou que a vocação do
ser humano é caminhar.
     Para Marcos, o Antigo Testamento revela que Javé é o
próprio peregrino, também Abraão que caminha seguindo a
sua vocação e os evangelhos que nos apresentam o
caminhante por excelência que é Jesus.
O pastor encerra dizendo: “Aprender a ser gente é aprender a
caminhar, é ser humano, é, sobretudo, a vocação universal. Os
nômadessão caminhantes desde os primórdios e tem muito a
nos ensinar. Se tudo no mundo se move, portanto caminhar é
viver.”



“Ele era um grande líder”: afirma irmã de Galdino Pataxó
     Yaranauy Pataxó, irmã do índio Galdino Pataxó, morto em       de abril e ainda denunciou a FUNAI e o Governo Federal por
Brasília há 12 anos, após ser queimado por jovens da classe        tentar esconder o incidente. Yaranauy lamentou ainda a perda
média, filhos de autoridades, que alegaram em sua defesa           dos pais que faleceram, segundo ela, de depressão, após o
terem pensado se tratar de um mendigo (como se isto fosse          incidente.
coerente) esteve presente no VI Nordestão de CEB's e relatou           Este relato nos faz refletir: Quantos índios, pobres e sem
todo o sofrimento pelo qual sua família passou durante aquele      terra, irão morrer para que haja a partilha da terra de forma
episódio. Inicialmente, ela cantou um “mantra”, depois falou de    justa e igualitária em nosso país?
seu irmão, adjetivando-o de grande líder, dono de uma
sabedoria que ela atribui a um dom de Deus. Yaranauy Pataxó
se emocionou ao falar da terra conquistada em um território
que compreende terras nos municípios de Camacan, Pau-Brasil
e Itajú do Colônia totalizando 54 mil km², dizendo ser o legado
de Galdino para seu povo que doou sangue pela vida, além de
outras 21 lideranças torturadas e mortas com requintes de
crueldade. Yaranauy lembrou também das três filhas de
Galdino, hoje adolescentes e que eram crianças quando ele
morreu e de todo o sofrimento enfrentado por perder seu pai
ainda pequenas. Ela afirmou não ter raiva dos executores de
seu irmão, inclusive desejando um futuro bom para eles em um
mundo justo, como o idealizado por seu povo. Creditou a Deus o
fato de Galdino ter sobrevivido até a família chegar a Brasília,
pois ele foi queimado no dia 19 de abril de 1997 e somente veio
à óbito quando seus pais o encontraram no hospital no dia 21                  Yaranauy se emociona ao fala do irmão
Pastor fala da participação nas CEBs
    O Pastor Marcos Monteiro, de Feira de       ecumenismo, um movimento ecumênico                 falou saia deste lugar porque eu não estou
Santana/BA, assessor da oficina Romeiros e      institucional, em que como você mesmo              neste lugar.
Romeiras no Campo e na Cidade: desafios e       disse as organizações enfrentam crises             (risos) Eu fique com uma vontade imensa de
perspectivas, concedeu entrevista ao jornal     imensas. As grandes instituições                   rir por dentro de mim porque as pessoas
A Estação em Itabuna, homenageando a            ecumênicas, os grandes movimentos                  pensam que a migração religiosa acontece
beata Maria de Araújo.                          ecumênicos estão em crise, as igrejas              por questão de doutrina, por questão de
                                                também, as igrejas estão menos ecumênicas          conhecimento, de busca de acesso de
A Estação - Pastor Marcos logo no inicio das    no sentido de que nessa voracidade de              satisfação e às vezes não é, às vezes é por
CEB's nas músicas e nos poemas a gente          mercado elas disputam os fiéis como quem           uma percepção de injustiça nas pequenas
sempre ouvia falar nas CEB's como a igreja      disputa a sua própria sobrevivência, como          re l a ç õ e s . E l a c o m c a tó l i c a e s t ava
dos pequenos, a festa dos pequenos e o          se tivessem se sentindo ameaçadas por uma          defendendo o pobre para vender os
senhor vem tratar da temática Romeiros e        falta de sentido e elas se dilaceram, as           santinhos pra se tornar evangélica é uma
Romeiras no Campo e na Cidade: desafios         religiões hoje brigam mais do que                  contradição, mas é dessas contradições que
e perspectivas. Então, eu gostaria que o        antigamente, por outro lado, há na prática         o ecumenismo se alimenta
senhor fizesse uma relação desta temática       no convívio das pequenas pessoas, nos              fundamentalmente somos humanos, filhos
Justiça e profecia a serviço do NE e os         movimentos sociais uma convivência                 do mesmo Deus caminhantes da vida,
pequenos do NE. Quem são estes pequenos         ecumênica que desafia as perspectivas dos          encantados com o chão e com Sol e neste
do NE, e porque discutir esta temática          grandes. Na nossa oficina, na nossa                encantamento, nessa junção, todos somos
dentro do Nordestão?                            caminhada, encontrei num momento a                 ecumênicos, habitantes da mesma terra
Marcos Monteiro – Primeiro Hundira, é           figura da Dalvanira. Dalvanira, aquela             caminhantes com o mesmo Deus com
meu privilégio estar participando das CEB's,    mulher da Assembleia de Deus, quando nós           mesmo Jesus cristo, e novamente, são os
sempre fui fascinado pelas CEB's e no ano       pensamos em Assembleia de Deus                     pequeninos que nos arrastam a saber que o
passado teve encontro mais de perto             pensamos em uma Igreja onde existe                 ecumenismo é indestrutível porque é
assessorando o encontro da CEB's aqui em        resistência em contatos até mesmo entre            vocação humana.
Itabuna e a gratidão que eu tenho de me
permitir em participar deste instante é                                                            A Estação – Qual a sua expectativa do
muito grande, é uma fascinação, é um                                                               senhor para este Nordestão?
privilégio, me ofereceram o tema Romeiros e                                                        Marcos Monteiro – Eu já encontrei o que eu
romeiras no campo e na cidade eu acho                                                              queria, gente, e estou encontrando
paradoxo e um desafio porque um romeiro é                                                          novamente aqui Hundira. Em um encontro
sempre visto com desconfiança pela minha                                                           de pessoas eu sempre fico fascinado porque
herança protestante, evangélica visto com                                                          as histórias me alimentam, e alimentam a
um ingênuo, um supersticioso, um cristão                                                           minha caminhada. Um encontro desses é
de segunda categoria, alguém que vai                                                               muito pequeno, muito pequeno mesmo,
manipulado por interesses outros ou aquele                                                         porque o que você chama de pequeninos
assim que não conhece realmente, que vai,                                                          deve ser gente grande como as que
que erra o caminho, e eu gosto desta ideia do                                                      encontrei pelo caminho, como Ana Maria
errante, errar é a esperança, aquele que erra                                                      por exemplo que você vai conversando e vai
que sai errante, que sai caminhando, abre                                                          conversando e ela vai tirando do baú as
possibilidade de desconstrução do                                                                  histórias de vida dela que você vai se
estabelecido, do fixado, do imóvel, o cristão                                                      sentindo pequeno. Uma pessoa que se
movente, o cristão é aquele que se                                                                 movimenta para ir para Nicarágua
movimenta e novamente a sabedoria tem de                                                           participar da reconstrução de um país com
ser entendida e encontrada fora das                                                                uma nova proposta. Uma pessoa que não
academias, fora dos palácios, fora das          evangélicos, imagine assim em contatos             encontra impecílio nas dificuldades, uma
instituições, no cotidiano dos pequeninos.      católicos ou até no macro ecumenismo, há           pessoa que luta, que batalha, nos deixa a nós,
Encontrar os pequeninos é muito mais do         uma resistência, mas Dalvanira na sua              que somos intelectuais que temos uma vida
que uma espécie de evangelização, uma           simplicidade falava da luta, ela estava no         mais ou menos equilibrada nos deixa em
espécie de buscar ajudá-los num                 meio de um acampamento sem terra, falava           xeque, nos deixa assim... Complicam a nossa
empoderamento como a gente faz. Eu creio        da luta dos sem terra como uma prática             vida porque nós quando encontramos,
que pelo contrário, numa relação não            ecumênica. Todos os religiosos, todas as           quando entramos num encontro desse de
ingênua, numa relação crítica, é encontrar      religiões, todo mundo participava, ela falava      CEB's, com você diz, quando nós nos
conjuntamente as raízes de nós mesmos, é        muito, Dalvanira, era uma figura assim             encontramos com a igreja dos pequenos nós
nos achar como humanos, como seres, e           sorridente, uma figura amável, e eu fiquei         não temos o direito a ostentar uma
nesse sentido justiça, profecia e caminho       curioso sobre esta mulher que falava de            sabedoria que na verdade não nos pertence,
estão muito juntos, porque caminhar é           Deus o tempo todo e falava com Deus o              que pertence ao mundo, pertence a todos e
próprio dos ser humano, é próprio de            tempo todo. E comecei a conversar e                às vezes essa sabedoria está escondida
humanos e humanas, a civilização da pressa,     perguntar a ela:                                   nestas relações que nós nunca seremos
a civilização do automóvel, é um pouco que       - Você já era assim antes? Você era de outra      responsáveis se nunca nos aproximarmos
contrariada nesta perspectiva do caminhar,      religião? Você era assim antes? Você já falava     desses pequenos. Eu venho falar sobre
o ser humano é um ser que caminha, que          com Deus antes?                                    romaria, gente, eu acho assim que o pessoal
coloca o corpo na direção do novo, do não       Aí ela disse: - Eu era católica eu já falava com   e talvez no Mistério da Graça de Deus me
estabelecido, na direção da errância.           Deus, Deus já falava comigo do mesmo jeito         colocou uma chance de aprender um pouco
A Estação - O senhor falou da sua tradição      e foi Deus que mandou sair daquela igreja.         mais sobre isso, porque um rapaz que mora
evangélica, e agente vê que por mais que se     Eu disse: - E porque Deus mandou sair dessa        em Juazeiro estava me ensinando um pouco
tente, estão esvaziados os espaços de           igreja? E ela disse:                               sobre Romaria, então assim, a minha
tentativa de construção ecumênica. Como é       - Eu estava lá na minha comunidade e               experiência com peregrinos e peregrinas do
que o senhor vê as CEB's e a construção do      dirigente da comunidade expulsou um                Nordeste é uma experiência menor diante
ecumenismo?                                     rapaz que estava um santinho na                    da imensa peregrinação que o povo fez e faz
Marcos Monteiro- É interessante, há um          comunidade, naquele momento Deus me                todo dia.
Na plenária da sexta-feira, 20, a                                                   social, seja na família, na comunidade,
coordenadora Graça Pereira convocou                                                       no sindicato, na associação ou no
os regionais a fazerem suas                                                               município”.
apresentações, para que todos tivessem                                                            Para ele, o Estado brasileiro,
noção dos participantes, de onde são e                                                    “continua a ser de caráter elitista,
quais expectativas dos mesmos com                                                         patrimonialista, clientelista e
relação ao tema “As Ceb's e as Políticas                                                  autoritário”. A Constituição Federal em
Públicas”. Em seguida, o professor                                                        seu artigo 1º, § 1º diz que: Todo poder
Renato Thiel falou da importância do                                                      emana do povo, que o exerce por meio de
tema para os representantes de cada                                                       representantes ou diretamente, nos
comunidade presente buscando                                                              termos da Constituição. “Assim, existem
desconstruir algumas ideias sobre as                                                      algumas conquistas dos movimentos
Políticas Públicas, ao mesmo tempo,          com defeito, ou seja, aprender como         sociais, mas que não são devidamente
apresentou o expositor do tema, o Pe.        utilizar as Políticas Públicas para o bem   aproveitadas, como a lei de iniciativa
João Maria do Maranhão.                      da comunidade”. Acerca do tema, o           popular, o Ministério Público, a ação
      João Maria iniciou sua exposição       padre enfatizou que toda política é         popular, o plebiscito, o direito a
fazendo uma explicação do significado        pública e por isso todos devem se           informação, o conselho de gestão nas
da oficina, que tem como função              perguntar: o que é política? Nesse          políticas públicas, entre outras.” Conclui
“corrigir, consertar o que está errado,      contexto, “a política é a organização de    Pe. João Maria.
                                             uma necessidade em qualquer espaço



                            Espiritualidade Ecológica
     Na oficina “Espiritualidade Ecológica”, na sexta-feira, 20, coordenada pela
 Irmã Gerusa Félix, após as apresentações dos participantes, houve um
 momento de reflexão sobre o trabalho evangelizador e em defesa da vida do
 povo que o homenageado, Padre Cícero, realizava nas comunidades pobres
 do nordeste, mais especificamente, em Juazeiro-Pe. Em seguida, o Frei
 Luciano Bernardi apresentou o tema “A fé cristã e a Ecologia”, e enfatizou que
 a Igreja passou a observar o quanto é importante se preocupar com a ecologia
 diante da realidade atual e que a ecologia é um novo meio de Deus na vida do
 povo. Ao falar sobre as principais preocupações ecológicas: ecológico-
 ambiental, ecológico social, ecológico integral e ecológico-mental, Luciano
 acrescenta que a população mundial só saldará esta dívida com a “moeda”
 cuidado com a natureza, e finaliza: “Pagando esta dívida não estaremos
 perdendo, mas ganhando em vida. Ou mudamos ou morremos. Essa
 mudança é necessária e urgente. Nela há esperança e vida para nós e para a
 terra”.



           CEB's na busca da sustentabilidade



     O Assessor Reginaldo Figueredo          sustentabilidade de cada um dos             sustentabilidade, desprendimento
formador do Curso de Formação de             presentes à tenda. Vários foram os          das coisas materiais, aprendizado,
Formadores em Economia Solidária,            “nós” (desafios) desatados:                 desafio para as atividades de
desenvolvimento de Projetos Sociais:         desperdício, consumo exagerado,             artesanato, novas alternativas para os
Cacos e Cores. Começou os trabalhos          cuidado com os problemas da                 jovens do meio rural, desigualdade
com a dinâmica dos “nós”. Uma corda          comunidade, reaproveitamento das            social, violência, desistência. Chamou
com vários nós foi colocada no chão e        “coisas”, o artesanato como meio de         a atenção para a responsabilidade de
os presentes foram estimulados pelo          vida, o descarte indevido do lixo,          cada um sobre a temática, enfatizando
palestrante a irem ao centro da sala e,      agricultura familiar, aquisição de          que a sustentabilidade é uma questão
pegando a corda, desatasse um dos            experiências para levar para as             de liberdade e que é o ser humano que
nós, identificando naquele ato               comunidades, individuaissusemo e            está gerando problemas que
simbólico, qual o nó da                      comodismo, ampliação do conceito de         dificultam a sustentabilidade.
Imagens do 6º Nordestão das CEBs
Aqui nas terras baianas de Itabuna, fomos             a chegar a estas conclusões. Vimos que é necessário e
acolhidos pelos irmãos e irmãs com o sabor gostoso de          urgente a modificação da estrutura da sociedade brasileira
cacau e acarajé. Muitas famílias abriram suas portas e seus    que não está organizada para incluir os pobres, homens e
corações para abrigar os romeiros e romeiras do campo e        mulheres em situação de exclusão social. Não seremos
da cidade das CEBs nordestinas. Somos cerca de 300             CEBs, seguidoras de Jesus se não estivermos atentos/as a
pessoas, entre povos indígenas, quilombolas, leigos/as,        estes clamores. Devemos lembrar que não há esperança
religiosos/as, padres, pastores evangélicos e bispos,          sem luta.“Esperamos enquanto lutamos. Lutamos
convocados pelo tema “Justiça e profecia a serviço da vida     enquanto esperamos!” Como símbolo da nossa esperança,
no Nordeste”.                                                  queremos destacar a presença dos/as jovens e o seu grito
         O VI Nordestão das CEBs tem como objetivo             contra toda violência e extermínio da juventude.
“fortalecer a relação e a articulação na grande região                 Saímos deste VI Nordestão, fortalecido/as e
Nordeste, subsidiando as equipes regionais de CEBs na luta     convencidos/as de que não podemos deixar cair a profecia,
pelo fortalecimento da organização para a melhoria das         como nos pediu Dom Helder Câmara. Seguimos sob a
condições de vida das comunidades”. Para concretização         proteção de São José, padroeiro da Diocese de Itabuna, na
deste objetivo durante estes três dias refletimos as           alegria da conquista da terra indígena Pataxó, confirmando
seguintes tendas temáticas: a) Espiritualidade Ecológica; b)   o legado do mártir Galdino.
CEBs e Políticas Públicas; c) Profetas e
Profetizas de Ontem e de Hoje; d) Romeiros
e Romeiras no Campo e na Cidade – desafios
e perspectivas; e) CEBs e Movimentos
Sociais a Serviço da Vida no Nordeste; f)
CEBs na Busca da Sustentabilidade.
         As tendas temáticas tiveram a
pretensão de nos fazer olhar o chão do
Nordeste, sua diversidade, seu jeito próprio
de ser, rezar e lutar e nos questionar, como
CEBs, à luz da Palavra de Deus, como temos
nos posicionado frente aos grandes desafios
dos tempos de hoje: grandes projetos
governamentais que não contemplam a
vontade do povo, comodismo, degradação
ambiental, cultura do medo, crises
(econômica, ecológica, energética, política).
Juntos descobrimos algumas pistas para o
fortalecimento das comunidades.
         A s p i s t a s n o s i n d i c a ra m a
necessidade de continuarmos apostando na
formação de lideranças populares,
aprofundar a consciência crítica e da luta de
classes, continuar promovendo as romarias
da terra e da água, criar espaços de vivência
da espiritualidade peregrina, orante e
profética, contribuir na organização do povo
para a construção de um novo Estado,
discutir a passagem de uma democracia
representativa para uma democracia
participativa direta.
         A análise de conjuntura e a
discussão do tema central muito nos ajudou

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CEBs 6o Nordestão defende justiça e profecia no Nordeste

  • 1. Comunidade Eclesiais de Base (CEBs) - 6º Nordestão das CEBs - Itabuna/BA - Julho 2012 - Nº 01
  • 2. Sustentabilidade, partilha, Vários Olhares “O encontro está muito rico, o grande destaque são os assessores. Pois memória a serviço da vida já os conhecia os nome , e aqui os encontrei todos juntos. Enquanto jovem percebo que é necessário maior articulação com a CEB's. Nordeste “Justiça e Profecia a Serviço da Vida no Nordeste” foi a faz a diferença no Brasil.” grande motivação que trouxe romeiros e romeiras de todos Ângela Maria os estados do Nordeste, à Diocese de Itabuna no Sul da Pastoral da Juventude - Teresina/PI Bahia, para realizarem o 6º Nordestão das CEBs, no período de 19 a 22 de julho de 2012, com a intensa participação dos “O encontro está riquíssimo quanto a partilha de informações. A representantes de cada um dos cinco regionais nas oficinas comunidade é muito acolhedora.” temáticas, plenárias, na fila do povo e nas celebrações. As Amanda - Pernambuco - NE2 reflexões foram abordadas de maneira muita profunda pelos excelentes assessores que se fizeram presente no “A junção de várias culturas enriquece o encontro , levarei novos encontro. experiências para minha diocese. Conhecimento nunca é demais.” Viabilizar a realização do 6º Nordestão das CEBs; Francielly Pernambuco - NE2 qualificar a participação dos Romeiros e Romeiras do Nordeste para intervenção no 13º Intereclesial, além de proporcionar reflexão e atuação consistente e aprofundada “Gosto muito, e está sendo muito importante, principalmente as questões sobre subtemas relativos ao tema “Justiça e Profecia a sociais discutidas em grupo. Onde foi mostrado que a comunidade unida Serviço da Vida no Nordeste; obter um melhor tudo pode.” conhecimento das culturas e povos do Nordeste, seus Maria Aparecida - Nova Olinda/PE problemas e suas aspirações, para a construção do 13º Intereclesial das CEBs e fortalecer a participação e autonomia dos participantes, para o enfrentamento das “Percebo que o nordeste é forte em fé e está engajada no serviço do dificuldades e quebras de paradigmas que surgem no Reino.Apesar das dificuldades vividas no dia-a-dia em busca da mudança decorrer da caminhada, foram os objetivos que nortearam o para todos.” evento. Cirlene Sasso- Terezinha/PI - NE4 A ecologia, as políticas públicas, os grandes projetos que agridem as comunidades tradicionais, profetas e profetisas de ontem e de hoje, os desafios e as perspectivas no campo e O que diz o povo na cidade, os movimentos sociais a serviço da vida no “Falta às CEB's a sabedoria de se unir às pastorais sociais.” Ir. Rosa (Diocese de Nordeste, e a busca da sustentabilidade foram os temas Jequié) abordados nas oficinas. As palavras da oração do 13º Intereclesial foram também “Percebe-se o distanciamento de Movimentos Sociais e CEB's ligada à questão a tônica em todas as reflexões, abordadas desde a análise da política com a ascensão do PT ao poder e a cooptação de movimentos e conjuntura: “Denunciando a economia neoliberal dos sindicatos”. Pe. Mariano ( Piauí) grandes projetos depredadores, da seca, da cerca, do “Vejo a diferença na participação deste Nordestão para o 10º Intereclesial de consumismo e da exclusão”. Ilhéus, no entanto as famílias estão tendo mais noção de comunidade”. Um batalhão de voluntários anônimos formaram as Expedito (Quixadá-CE) diversas equipes de serviço que deram todo o suporte a este grandioso evento, e de forma silenciosa e competente “Há falta de articulação e de identidade de Base, proponho uma pastoral de abrilhantaram ainda mais o sucesso do 6º Nordestão das conjunto”. Gil (Maranhão) CEBs. “É necessário se reapaixonar por este jeito de ser Igreja das CEB's. Parece que Este informativo traz um pouco de toda esta riqueza Cristo desceu da cruz e nós fomos para o seu lugar de tanto que estamos partilhada nestes dias, que também foram e estão calejados”. Nonato (CE) d i s p o n i b i l i z a d o s n o b l o g : 6nordestaodascebs.blogspot.com.br, e no Facebook: “Há necessidade de unir as pastorais que nasceram das CEB's e divulgar mais, 6nordestao, no Youtube. pois estão escondidas e acabaram perdendo a essência”. Estévão “As CEBs não são o futuro da Igreja. É que sem a CEBs a “As CEB's não perderam a essência, o que é bonito não se perde. Talvez Igreja não tem futuro”. fragmentada, mas não sem essência. Por isso houve a formação da ARES (Associação para o Resgate de Camacã) como saída para não acabar o espírito das CEB's”. Genário (Camacã-BA) Haroldo Heleno Assessor Diocesano das CEBs em Itabuna - BA Impressão: Gráfica Vital Tiragem: 1.000 exemplares. Todas as matérias são de responsabilidade das Comunidades Eclesiais de Base (6º Nordestão), com exceção das matérias assinadas.
  • 3. O jornal A Estação em Itabuna mas alguma coisa ficou. Nos anos 90 a pelos militares, mas em geral, as entrevistou o monge Marcelo Barros, Venezuela e a partir do começo deste ditaduras hoje têm outra cara, a cara que falou sobre os profetas e profetizas século em 2002, Hugo Chaves, e todo econômica, é a Ditadura do de ontem e de hoje, homenageando o um caminho que se chama bolivariano Neoliberalismo, e as têm que ser padre Comblin. porque vem de Simon Bolívar, o grande proféticas em lutar contra isso e libertador da América no começo do anunciar esse caminho novo. No lugar A Estação - A gente está passando por século XIX, 1807-1808. Então, nós da ALCA, a ALBA; no lugar de Tratados uma série de mudanças políticas na temos hoje realmente pessoas, mas eu com os EUA, olhar pra frente e não América Latina, desde golpe, ditadura, não queria ficar destacando querer um desenvolvimentismo que esquerdas que passam a se alinhar à presidentes como Hugo Chaves na polui a natureza, que cria mais direita, a entrada da América Latina ou Venezuela, Evo Morales na Bolívia, desigualdades, que destrói a a tentativa de entrada da América Rafael Correa no Equador, porque eu humanidade. Procurar um Latina nessa rota desenvolvimentista e queria destacar as comunidades desenvolvimento sim, porque isto teria aí vem essa temática Justiça e Profecia indígenas, as comunidades negras, os que ter todo o mundo, mas a partir da a serviço da vida no Nordeste e o grupos, as comunidades de CEB's, justiça, da igualdade, da ecologia e da senhor vem falar profetas e profetisas grupos de base que estão numa paz. de ontem e de hoje, então diante dessa perspectiva muito boa, muito bonita pra conjuntura de América Latina quem são transformar o mundo. A Estação – E o ecumenismo? os profetas e profetisas de hoje, onde é Marcelo Barros – Isto não se faz sem que eles estão, o que eles estão fazendo, A Estação - Qual a responsabilidade das ecumenismo, o ecumenismo, este como é que eles atuam? Projeto de Deus da Marcelo Barros – Eu unidade de todos os acredito que na América seres humanos, em todas Latina e no Caribe, a as religiões e todas as profecia hoje tem que vir culturas, faz parte através da justiça social, essencial da vocação das e justiça social e política, CEB's. n u m a m u da n ç a d a s estruturas, e quem fez A Estação – Qual a isto primeiro foi Cuba, é expectativa do senhor claro que eu não vou pra 6º Nordestão? dizer pra você que Marcelo Barros – O profeta é Fidel Castro Nordestão é um porque ele não fez isto encontro que está sozinho e nem de cima preparando para o 13º pra baixo, é todo um Encontro Intereclesial povo, é toda uma das CEB's, portanto o c o m u n i d a d e , e n c o n t ro d o B ra s i l movimentos dando a inteiro, e nesse sentido, a vida. Quantas pessoas perspectiva melhor é deram a vida na que esse processo se faça Revolução Cubana? Mas nas bases, que o pessoal CEB's nessa iniciativa profética de conseguiram fazer um país. Quando a volte animado, porque hoje em dia no denunciar e anunciar? A gente vê uma gente chega no aeroporto a primeira Brasil, a muitas vezes a gente pensa onda denuncista de algum movimento, coisa que a gente vê numa grande placa assim: as CEB's é muito bonita, o estilo mas e o anúncio? Qual a que tem na estrada diz assim: BEM muito bom, nós estamos muito de responsabilidade das CEBs no anúncio, VINDO AO PRIMEIRO TERRITÓRIO acordo, mas parece que já passou, do anúncio do Reino? LIVRE DAS AMÉRICAS. Cuba há 53 anos parece que hoje me dia, o que tem vez na Marcelo Barros – Eu acredito que as que enfrenta uma guerra como se fosse igreja são os movimentos carismáticos, CEB's surgiram a partir da Conferência uma formiga e um elefante. Cuba é deste são os movimentos espiritualistas, as Episcopal da América Latina (CELAM), tamaninho (gesto com a mão), pobre, missas show do padre esse, do padre em Medelín na Colômbia em 1968 como pequena, e não é vencida pelo império aquele, e as CEB's não têm vez. Então um gesto e um caminho profético norte americano, o maior império que quando a gente vem pra cá, e vai justamente para apoiar os movimentos já houve na história, mais poderoso, acontecer isso, e encontra com 500 libertadores, a Teologia da Libertação mais armado, porque tem armas pessoas, dos mais diversos pontos do que tava surgindo naquela época contra atômicas, maior do que o próprio Nordeste e todos animados e todos as ditaduras, e nesse sentido foi muito Império Romano antigamente. Depois estimulados por esta caminhada em profético naquele tempo. Hoje, a gente de Cuba nós tivemos a Nicarágua comum, e aí não, a gente volta pra casa e não tem mais essas ditaduras militares Sandinista, que se libertou da ditadura diz: tava pensando que nós éramos tão do jeito de antigamente, embora no do Somoza e fez uma vida um país pouquinhos, tão fracos, tão... né? E não Paraguai tenha havido um Golpe de realmente a partir dos pequenos, somos, somos pequenos, somos pobres, Estado feito pelo próprio Congresso e também muita guerra dos EUA, nem mas estamos juntos, estamos lutando e em Honduras um Golpe de Estado feito pode levar pra frente muitos projetos, vamos continuar resistindo.
  • 4. Romeiros e Romeiras CEB's e Movimentos Sociais: no campo e na cidade A Serviço da Vida no Nordeste Esta oficina foi coordenada por Maria das Chagas e iniciada com a apresentação de Yara Nauy, irmã de Galdino Pataxó, que falou sobre sua dor ao perder seu irmão e da luta dos povos indígenas. Frei Gilvander começou falando sobre a separação que vem ocorrendo entre as CEB's e os Movimentos Sociais, ressaltando a ideia da beleza e seguimento do Evangelho que geram este casamento. Ainda rememora o Vaticano II e a CELAM (Conferência Episcopal da América Latina) com a preferência pelos pobres e o incentivo ao protagonismo. Algumas pessoas relataram sobre suas experiências de mais de quarenta anos de CEB's: José Alves (Diocese de Bacabal-MA), Lourdes Dias Paiva Nogueira (Diocese de Imperatriz-MA) e Pe. Felício. Gilvander encerrou salientando a necessidade das CEB's voltar a aparecer e de todos levantarem a sua causa. “Precisamos fazer uma microcomunicação mais forte, utilizar os meios disponíveis para mostrar a nossa cara”. No dia 20, às 14h, o Pastor Marcos Monteiro Assessor da tenda Romeiros e Romeiras no campo e na cidade, de forma muito bem humorada apresentou-se fazendo um questionamento: “como um Pastor da Igreja Batista é convocado para falar de Romaria?”. Segundo ele “é um privilégio participar do momento, já que faço a experiência da caminhada com os peregrinos.” E destacou que a vocação do ser humano é caminhar. Para Marcos, o Antigo Testamento revela que Javé é o próprio peregrino, também Abraão que caminha seguindo a sua vocação e os evangelhos que nos apresentam o caminhante por excelência que é Jesus. O pastor encerra dizendo: “Aprender a ser gente é aprender a caminhar, é ser humano, é, sobretudo, a vocação universal. Os nômadessão caminhantes desde os primórdios e tem muito a nos ensinar. Se tudo no mundo se move, portanto caminhar é viver.” “Ele era um grande líder”: afirma irmã de Galdino Pataxó Yaranauy Pataxó, irmã do índio Galdino Pataxó, morto em de abril e ainda denunciou a FUNAI e o Governo Federal por Brasília há 12 anos, após ser queimado por jovens da classe tentar esconder o incidente. Yaranauy lamentou ainda a perda média, filhos de autoridades, que alegaram em sua defesa dos pais que faleceram, segundo ela, de depressão, após o terem pensado se tratar de um mendigo (como se isto fosse incidente. coerente) esteve presente no VI Nordestão de CEB's e relatou Este relato nos faz refletir: Quantos índios, pobres e sem todo o sofrimento pelo qual sua família passou durante aquele terra, irão morrer para que haja a partilha da terra de forma episódio. Inicialmente, ela cantou um “mantra”, depois falou de justa e igualitária em nosso país? seu irmão, adjetivando-o de grande líder, dono de uma sabedoria que ela atribui a um dom de Deus. Yaranauy Pataxó se emocionou ao falar da terra conquistada em um território que compreende terras nos municípios de Camacan, Pau-Brasil e Itajú do Colônia totalizando 54 mil km², dizendo ser o legado de Galdino para seu povo que doou sangue pela vida, além de outras 21 lideranças torturadas e mortas com requintes de crueldade. Yaranauy lembrou também das três filhas de Galdino, hoje adolescentes e que eram crianças quando ele morreu e de todo o sofrimento enfrentado por perder seu pai ainda pequenas. Ela afirmou não ter raiva dos executores de seu irmão, inclusive desejando um futuro bom para eles em um mundo justo, como o idealizado por seu povo. Creditou a Deus o fato de Galdino ter sobrevivido até a família chegar a Brasília, pois ele foi queimado no dia 19 de abril de 1997 e somente veio à óbito quando seus pais o encontraram no hospital no dia 21 Yaranauy se emociona ao fala do irmão
  • 5. Pastor fala da participação nas CEBs O Pastor Marcos Monteiro, de Feira de ecumenismo, um movimento ecumênico falou saia deste lugar porque eu não estou Santana/BA, assessor da oficina Romeiros e institucional, em que como você mesmo neste lugar. Romeiras no Campo e na Cidade: desafios e disse as organizações enfrentam crises (risos) Eu fique com uma vontade imensa de perspectivas, concedeu entrevista ao jornal imensas. As grandes instituições rir por dentro de mim porque as pessoas A Estação em Itabuna, homenageando a ecumênicas, os grandes movimentos pensam que a migração religiosa acontece beata Maria de Araújo. ecumênicos estão em crise, as igrejas por questão de doutrina, por questão de também, as igrejas estão menos ecumênicas conhecimento, de busca de acesso de A Estação - Pastor Marcos logo no inicio das no sentido de que nessa voracidade de satisfação e às vezes não é, às vezes é por CEB's nas músicas e nos poemas a gente mercado elas disputam os fiéis como quem uma percepção de injustiça nas pequenas sempre ouvia falar nas CEB's como a igreja disputa a sua própria sobrevivência, como re l a ç õ e s . E l a c o m c a tó l i c a e s t ava dos pequenos, a festa dos pequenos e o se tivessem se sentindo ameaçadas por uma defendendo o pobre para vender os senhor vem tratar da temática Romeiros e falta de sentido e elas se dilaceram, as santinhos pra se tornar evangélica é uma Romeiras no Campo e na Cidade: desafios religiões hoje brigam mais do que contradição, mas é dessas contradições que e perspectivas. Então, eu gostaria que o antigamente, por outro lado, há na prática o ecumenismo se alimenta senhor fizesse uma relação desta temática no convívio das pequenas pessoas, nos fundamentalmente somos humanos, filhos Justiça e profecia a serviço do NE e os movimentos sociais uma convivência do mesmo Deus caminhantes da vida, pequenos do NE. Quem são estes pequenos ecumênica que desafia as perspectivas dos encantados com o chão e com Sol e neste do NE, e porque discutir esta temática grandes. Na nossa oficina, na nossa encantamento, nessa junção, todos somos dentro do Nordestão? caminhada, encontrei num momento a ecumênicos, habitantes da mesma terra Marcos Monteiro – Primeiro Hundira, é figura da Dalvanira. Dalvanira, aquela caminhantes com o mesmo Deus com meu privilégio estar participando das CEB's, mulher da Assembleia de Deus, quando nós mesmo Jesus cristo, e novamente, são os sempre fui fascinado pelas CEB's e no ano pensamos em Assembleia de Deus pequeninos que nos arrastam a saber que o passado teve encontro mais de perto pensamos em uma Igreja onde existe ecumenismo é indestrutível porque é assessorando o encontro da CEB's aqui em resistência em contatos até mesmo entre vocação humana. Itabuna e a gratidão que eu tenho de me permitir em participar deste instante é A Estação – Qual a sua expectativa do muito grande, é uma fascinação, é um senhor para este Nordestão? privilégio, me ofereceram o tema Romeiros e Marcos Monteiro – Eu já encontrei o que eu romeiras no campo e na cidade eu acho queria, gente, e estou encontrando paradoxo e um desafio porque um romeiro é novamente aqui Hundira. Em um encontro sempre visto com desconfiança pela minha de pessoas eu sempre fico fascinado porque herança protestante, evangélica visto com as histórias me alimentam, e alimentam a um ingênuo, um supersticioso, um cristão minha caminhada. Um encontro desses é de segunda categoria, alguém que vai muito pequeno, muito pequeno mesmo, manipulado por interesses outros ou aquele porque o que você chama de pequeninos assim que não conhece realmente, que vai, deve ser gente grande como as que que erra o caminho, e eu gosto desta ideia do encontrei pelo caminho, como Ana Maria errante, errar é a esperança, aquele que erra por exemplo que você vai conversando e vai que sai errante, que sai caminhando, abre conversando e ela vai tirando do baú as possibilidade de desconstrução do histórias de vida dela que você vai se estabelecido, do fixado, do imóvel, o cristão sentindo pequeno. Uma pessoa que se movente, o cristão é aquele que se movimenta para ir para Nicarágua movimenta e novamente a sabedoria tem de participar da reconstrução de um país com ser entendida e encontrada fora das uma nova proposta. Uma pessoa que não academias, fora dos palácios, fora das evangélicos, imagine assim em contatos encontra impecílio nas dificuldades, uma instituições, no cotidiano dos pequeninos. católicos ou até no macro ecumenismo, há pessoa que luta, que batalha, nos deixa a nós, Encontrar os pequeninos é muito mais do uma resistência, mas Dalvanira na sua que somos intelectuais que temos uma vida que uma espécie de evangelização, uma simplicidade falava da luta, ela estava no mais ou menos equilibrada nos deixa em espécie de buscar ajudá-los num meio de um acampamento sem terra, falava xeque, nos deixa assim... Complicam a nossa empoderamento como a gente faz. Eu creio da luta dos sem terra como uma prática vida porque nós quando encontramos, que pelo contrário, numa relação não ecumênica. Todos os religiosos, todas as quando entramos num encontro desse de ingênua, numa relação crítica, é encontrar religiões, todo mundo participava, ela falava CEB's, com você diz, quando nós nos conjuntamente as raízes de nós mesmos, é muito, Dalvanira, era uma figura assim encontramos com a igreja dos pequenos nós nos achar como humanos, como seres, e sorridente, uma figura amável, e eu fiquei não temos o direito a ostentar uma nesse sentido justiça, profecia e caminho curioso sobre esta mulher que falava de sabedoria que na verdade não nos pertence, estão muito juntos, porque caminhar é Deus o tempo todo e falava com Deus o que pertence ao mundo, pertence a todos e próprio dos ser humano, é próprio de tempo todo. E comecei a conversar e às vezes essa sabedoria está escondida humanos e humanas, a civilização da pressa, perguntar a ela: nestas relações que nós nunca seremos a civilização do automóvel, é um pouco que - Você já era assim antes? Você era de outra responsáveis se nunca nos aproximarmos contrariada nesta perspectiva do caminhar, religião? Você era assim antes? Você já falava desses pequenos. Eu venho falar sobre o ser humano é um ser que caminha, que com Deus antes? romaria, gente, eu acho assim que o pessoal coloca o corpo na direção do novo, do não Aí ela disse: - Eu era católica eu já falava com e talvez no Mistério da Graça de Deus me estabelecido, na direção da errância. Deus, Deus já falava comigo do mesmo jeito colocou uma chance de aprender um pouco A Estação - O senhor falou da sua tradição e foi Deus que mandou sair daquela igreja. mais sobre isso, porque um rapaz que mora evangélica, e agente vê que por mais que se Eu disse: - E porque Deus mandou sair dessa em Juazeiro estava me ensinando um pouco tente, estão esvaziados os espaços de igreja? E ela disse: sobre Romaria, então assim, a minha tentativa de construção ecumênica. Como é - Eu estava lá na minha comunidade e experiência com peregrinos e peregrinas do que o senhor vê as CEB's e a construção do dirigente da comunidade expulsou um Nordeste é uma experiência menor diante ecumenismo? rapaz que estava um santinho na da imensa peregrinação que o povo fez e faz Marcos Monteiro- É interessante, há um comunidade, naquele momento Deus me todo dia.
  • 6. Na plenária da sexta-feira, 20, a social, seja na família, na comunidade, coordenadora Graça Pereira convocou no sindicato, na associação ou no os regionais a fazerem suas município”. apresentações, para que todos tivessem Para ele, o Estado brasileiro, noção dos participantes, de onde são e “continua a ser de caráter elitista, quais expectativas dos mesmos com patrimonialista, clientelista e relação ao tema “As Ceb's e as Políticas autoritário”. A Constituição Federal em Públicas”. Em seguida, o professor seu artigo 1º, § 1º diz que: Todo poder Renato Thiel falou da importância do emana do povo, que o exerce por meio de tema para os representantes de cada representantes ou diretamente, nos comunidade presente buscando termos da Constituição. “Assim, existem desconstruir algumas ideias sobre as algumas conquistas dos movimentos Políticas Públicas, ao mesmo tempo, com defeito, ou seja, aprender como sociais, mas que não são devidamente apresentou o expositor do tema, o Pe. utilizar as Políticas Públicas para o bem aproveitadas, como a lei de iniciativa João Maria do Maranhão. da comunidade”. Acerca do tema, o popular, o Ministério Público, a ação João Maria iniciou sua exposição padre enfatizou que toda política é popular, o plebiscito, o direito a fazendo uma explicação do significado pública e por isso todos devem se informação, o conselho de gestão nas da oficina, que tem como função perguntar: o que é política? Nesse políticas públicas, entre outras.” Conclui “corrigir, consertar o que está errado, contexto, “a política é a organização de Pe. João Maria. uma necessidade em qualquer espaço Espiritualidade Ecológica Na oficina “Espiritualidade Ecológica”, na sexta-feira, 20, coordenada pela Irmã Gerusa Félix, após as apresentações dos participantes, houve um momento de reflexão sobre o trabalho evangelizador e em defesa da vida do povo que o homenageado, Padre Cícero, realizava nas comunidades pobres do nordeste, mais especificamente, em Juazeiro-Pe. Em seguida, o Frei Luciano Bernardi apresentou o tema “A fé cristã e a Ecologia”, e enfatizou que a Igreja passou a observar o quanto é importante se preocupar com a ecologia diante da realidade atual e que a ecologia é um novo meio de Deus na vida do povo. Ao falar sobre as principais preocupações ecológicas: ecológico- ambiental, ecológico social, ecológico integral e ecológico-mental, Luciano acrescenta que a população mundial só saldará esta dívida com a “moeda” cuidado com a natureza, e finaliza: “Pagando esta dívida não estaremos perdendo, mas ganhando em vida. Ou mudamos ou morremos. Essa mudança é necessária e urgente. Nela há esperança e vida para nós e para a terra”. CEB's na busca da sustentabilidade O Assessor Reginaldo Figueredo sustentabilidade de cada um dos sustentabilidade, desprendimento formador do Curso de Formação de presentes à tenda. Vários foram os das coisas materiais, aprendizado, Formadores em Economia Solidária, “nós” (desafios) desatados: desafio para as atividades de desenvolvimento de Projetos Sociais: desperdício, consumo exagerado, artesanato, novas alternativas para os Cacos e Cores. Começou os trabalhos cuidado com os problemas da jovens do meio rural, desigualdade com a dinâmica dos “nós”. Uma corda comunidade, reaproveitamento das social, violência, desistência. Chamou com vários nós foi colocada no chão e “coisas”, o artesanato como meio de a atenção para a responsabilidade de os presentes foram estimulados pelo vida, o descarte indevido do lixo, cada um sobre a temática, enfatizando palestrante a irem ao centro da sala e, agricultura familiar, aquisição de que a sustentabilidade é uma questão pegando a corda, desatasse um dos experiências para levar para as de liberdade e que é o ser humano que nós, identificando naquele ato comunidades, individuaissusemo e está gerando problemas que simbólico, qual o nó da comodismo, ampliação do conceito de dificultam a sustentabilidade.
  • 7. Imagens do 6º Nordestão das CEBs
  • 8. Aqui nas terras baianas de Itabuna, fomos a chegar a estas conclusões. Vimos que é necessário e acolhidos pelos irmãos e irmãs com o sabor gostoso de urgente a modificação da estrutura da sociedade brasileira cacau e acarajé. Muitas famílias abriram suas portas e seus que não está organizada para incluir os pobres, homens e corações para abrigar os romeiros e romeiras do campo e mulheres em situação de exclusão social. Não seremos da cidade das CEBs nordestinas. Somos cerca de 300 CEBs, seguidoras de Jesus se não estivermos atentos/as a pessoas, entre povos indígenas, quilombolas, leigos/as, estes clamores. Devemos lembrar que não há esperança religiosos/as, padres, pastores evangélicos e bispos, sem luta.“Esperamos enquanto lutamos. Lutamos convocados pelo tema “Justiça e profecia a serviço da vida enquanto esperamos!” Como símbolo da nossa esperança, no Nordeste”. queremos destacar a presença dos/as jovens e o seu grito O VI Nordestão das CEBs tem como objetivo contra toda violência e extermínio da juventude. “fortalecer a relação e a articulação na grande região Saímos deste VI Nordestão, fortalecido/as e Nordeste, subsidiando as equipes regionais de CEBs na luta convencidos/as de que não podemos deixar cair a profecia, pelo fortalecimento da organização para a melhoria das como nos pediu Dom Helder Câmara. Seguimos sob a condições de vida das comunidades”. Para concretização proteção de São José, padroeiro da Diocese de Itabuna, na deste objetivo durante estes três dias refletimos as alegria da conquista da terra indígena Pataxó, confirmando seguintes tendas temáticas: a) Espiritualidade Ecológica; b) o legado do mártir Galdino. CEBs e Políticas Públicas; c) Profetas e Profetizas de Ontem e de Hoje; d) Romeiros e Romeiras no Campo e na Cidade – desafios e perspectivas; e) CEBs e Movimentos Sociais a Serviço da Vida no Nordeste; f) CEBs na Busca da Sustentabilidade. As tendas temáticas tiveram a pretensão de nos fazer olhar o chão do Nordeste, sua diversidade, seu jeito próprio de ser, rezar e lutar e nos questionar, como CEBs, à luz da Palavra de Deus, como temos nos posicionado frente aos grandes desafios dos tempos de hoje: grandes projetos governamentais que não contemplam a vontade do povo, comodismo, degradação ambiental, cultura do medo, crises (econômica, ecológica, energética, política). Juntos descobrimos algumas pistas para o fortalecimento das comunidades. A s p i s t a s n o s i n d i c a ra m a necessidade de continuarmos apostando na formação de lideranças populares, aprofundar a consciência crítica e da luta de classes, continuar promovendo as romarias da terra e da água, criar espaços de vivência da espiritualidade peregrina, orante e profética, contribuir na organização do povo para a construção de um novo Estado, discutir a passagem de uma democracia representativa para uma democracia participativa direta. A análise de conjuntura e a discussão do tema central muito nos ajudou