10. Há centenas de anos, a Pátria começava aqui! Sabiam-no os Romanos, os Gregos, os Cartagineses, os Fenícios, os Vândalos, os Suevos, os Alanos e os Moiros; só alguns de nós é que não... Do interior profundo, sedento de distâncias, agreste como o leito que o embalou, surge acolá naquela curva o rei dos reis, o senhor das montanhas coroado por amendoeiras e vinhedos. Corta o país em dois e maior feito não há. Bom barqueiro, bom barqueiro, deixa-me passar, eu levo o rio comigo não o posso demorar. Ele quer chegar à foz, ele quer chegar ao mar, bom barqueiro, bom barqueiro, deixa-nos passar...
14. . Chegando à outra margem Os Romanos acreditavam que entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos havia uma fronteira. Essa fronteira era o rio Lethes, também chamado rio do esquecimento porque as suas águas tinham como efeito apagar a memória, fazer esquecer tudo o que acontecera em vida. As almas dos mortos reuniam-se à beira do rio, aguardando a sua vez de beber um gole de água, e só depois entravam na barca que as levaria à outra margem. No ano de 136 a.C. um exército romano comandado por Décios Junos Brutos fez muitas conquistas no território que veio a ser Portugal. Os soldados atravessaram o Tejo perto da ilha de Almorol, depois atravessaram o Zêzere, o Mondego, o Vouga, o Douro sem problema nenhum.
15. Mas por qualquer motivo que se desconhece ficaram aterrorizados quando se aproximaram da margem do rio Lima e recusaram-se a sulcar aquelas águas. Convenceram-se que aquele era o tal rio Lethes, o rio do esquecimento que conduzia ao mundo dos mortos! Brutos, não conseguia que penssassem o contrário, então para dar o exemplo, atravessou para o lado de lá, levando consigo apenas o estandarte com as águias, que era o símbolo do Império Romano. Acenou e gritou que estava vivo e que não se tinha esquecido de nada... Só então os soldados resolveram segui-lo...
16. pois uma lenda sobre a origem do nome « Sever » refere que um cavaleiro teria dito a umas senhoras que precisavam de se refrescar e compor que perto havia um rio em que «era bom de Se ver ». S ever é o nome de um rio do extremo leste de Portugal, que c onstitui parte da fronteira do distrito de Portalegre com Espanha. N asce na Serra de São Mamede, recebe águas de Espanha e u ne-se ao Tejo quando este deixa a Espanha.
18. " O mito conta uma história sagrada; relata um acontecimento que teve lugar num tempo primordial - o tempo fabuloso das "origens". O mito conta como, graças às acções primordiais dos seres sobrenaturais surgiu um facto qualquer, seja a realidade total - o Cosmos- seja apenas um dos seus fragmentos, tais como: uma ilha, um comportamento humano ou uma instituição. O mito surge como uma narrativa duma "criação". As personagens dos mitos são seres sobrenaturais.
25. a deusa protectora do Alto Egipto. Hathor, além de ser a vaca criadora de tudo o que era visível e a protectora das mulheres na maternidade, também estava situada no limite entre as terras férteis e as secas, oferecendo das figueiras a água e o păo aos mortos que se aproximavam do seu terreno para fazer-lhes saber que eram bem-vindos.
28. A Mitologia é um dos repositórios do conhecimento humano. Assim, através da interpretação dos mitos, alguns autores desenvolvem um trabalho que tem como finalidade resgatar este conhecimento adormecido no inconsciente, restaurando e vitalizando o significado mais profundo contido nestas narrações. Raíssa Cavalcanti, no livro “Mitos da Água”, trabalha na recuperação dessa memória ancestral e faz uma investigação do processo evolutivo e da finalidade espiritual da vida humana. Desta forma, selecciona mitos relacionados com a água, considerada um dos elementos essenciais formadores da vida, a “Prima Matéria”, pois acreditamos que o projecto evolutivo do homem está ligado à evolução do cosmo como um todo. A antropogênese está relacionada à cosmogênese. MITOS DA ÁGUA