4. • As festas em Portugal, desde Afonso V, tinham um grande aparato
cenográfico e coreográfico nas quais eram gastas grandes somas de
dinheiro.
6. No século XV e XVI que o espírito da aventura, da descoberta e da
conquista por novos mundos é plenamente realizado. O exotismo, o
misticismo do desconhecido, o chá do oriente, as especiarias quentes,
as danças africanas. Época da troca cultural com povos agora
conhecidos. Do Teatro de Gil Vicente. Da dinastia Filipina e da
miscelânea cultural ibérica. Nos bailes da corte dançam-se as
pavanilhas, as mouriscas, a Gelosia? O bobo que diverte, a música que
encanta, a dança que anima!
7. • Todos os reis da 2ª dinastia
são dados como bons
bailadores, até D. João III.
• A dança de espadas passou
a dança dos pauliteiros
• A dança mourisca tornou-se
mímica antecipadora das
batalhas.
Dançarino de Mourisca. Erasmus
Grasser, 1480. Munique
8. Mourisca
A mouresca ou mourisca é uma dança da Idade Média de ritmo binário, viva, típica dos
Mouros de Espanha.
Espalha-se por toda a Europa.
Apresenta-se de duas formas:
- em solo como dança de corte
- em pares ou grupo, como dança de combate com espada ou pau.
Como dança tradicional, encontra-se sob formas diferentes mas com características
similares, desde a Macedónia à Inglaterra passando pela ilha Korcula ( em croata
moreska), Itália e Alemanha.
• Mouricos ou cristãos –novos (do espanhol Morisco, literalmente « pequeno mouro »)
eram os muçulmanos de Espanha convertidos à força.
http://fr.wikipedia.org/wiki/Moresque
9. A mouresca que é frequentemente referida nas peças vicentinas, é uma
palavra que no decurso do tempo, definiu várias danças, uma com carácter
guerreiro e outra individual o que se poderá deduzir da existência de escolas
para o ensino desta dança.
11. Diz Gil Vicente em “Exortação da Guerra”:
• “Todas estas figuras se ordenaram em caracol, e as vozes cantavam e
representavam o que se segue cantando todos.
Todos: “Ta la la la lão, ta la la la lão”.
Aníbal: Avante, avante, Senhores!
Que na guerra com razão
Anda Deos por capitão
(P. 232)
13. Gil Vicente, poeta, pintor, músico,
coreógrafo dos divertimentos do palácio
deixou, em diversas textos dramáticos,
vagas indicações cénicas, mas, que deixam
antever o esplendor da montagem dos
seus “autos”.
14. • Garcia de Resende numa das suas raras
referências à representação de uma peça
de Gil Vicente, diz, sem citar o nome, que
no decorrer do casamento da princesa
Beatriz, depois das danças, houve a
representação de uma comédia, muito bem
feita, com inúmeras personagens, muito
bem vestidas e naturais. Tratar-se-ia de “As
Cortes de Júpiter” (1521)
15. Cortes de Júpiter
• Esta peça, representada num Domingo, 4 de
Agosto de 1521, por ocasião das festas realizadas
por ocasião da partida da Infanta D. Beatriz, (que
se iria juntar ao seu novo marido, o duque Carlos
III da Saboia), abre a sequência das comédias
alegóricas, sempre acompanhadas de grandes
espetáculos.
• Toda a comédia desenvolve temas ligados à
travessia da viagem que D. Beatriz iria realizar:
feita por mar, de Lisboa a Nice, passando por
Gibraltar.
16. • A peça inicia-se com um discurso da Providência, após o qual Júpiter, na
qualidade de pai dos deuses, convoca os quatro ventos, com a missão
destes, por sua vez, convocarem o Mar, o Sol, a Luz e Vénus, para se
reunirem em cortes. Justifica-se, assim o nome da peça: "Cortes de
Júpiter".
17. • Cantaram todas estas figuras em chacota a cantiga de Llevádeme por
el río, e os ventos foram chamar o planeta Mars, o qual veio com seus
sinos, Cancer, Leo e Capricórnio, e diz Mars:
18. Niña era la ifanta
doña Breatiz se decía
nieta del buen rey Hernando
el mejor rey de Castilla
hija del rey don Manuel
y reina doña María
reyes de tanta bondad 615
que tales dos no había.
Niña la casó su padre
muy hermosa a maravilla
con el duque de Saboya
que bien le pertenecía señor de muchos señores
más que rey es su valía.
Ya se parte la ifanta
20. la ifanta se partía
de la muy leal ciudad
que Lixbona se decía
la riqueza que llevaba
vale toda Alejandría
sus naves muy alterosas
sin cuento la artellaría.
Va por el mar de levante
tal que temblaba Turquía
con ella va el arzobispo
señor de la cleresía
van condes y caballeros
de muy notable osadía
lleva damas muy hermosas
hijasdalgo y de valía.
Dios los lleve a salvamiento
como su madre querría.
21. • Este romance cantam os planetas e sinos a quatro vozes, pera com as
palavras dele e música desencantarem a moura Tais de seu
encantamento, a qual entra com o terçado e anel e didal de condão, que
Mars disse que ela tinha em seu poder, e diz:
(…)
22. Cortes de Júpiter
• Neste "desfile carnavalesco" também participam personagens da
corte, tendo os membros da família real direito a um tratamento mais
cuidado, uma vez que desfilam instalados em carros triunfais. Na
cauda deste cortejo vêm as damas com as suas aias.
• Ao terminar a peça, uma "moura encantada" desperta do seu sono, e
apresenta as suas dádivas à Infanta.
• Esta peça que conjuga o diálogo, a canção e a dança, parece anunciar
a chegada da Ópera.
23. Gil Vicente consegue habilmente pôr em jogo a astrologia, a mitologia, as
tradições folclóricas e os acontecimentos da época, criando uma espécie
de revista de grande espetáculo.
24. • Nas breves didascálias da Compilaçom de 1562, encontramos referências
do género: “todas as personagens se posicionam como numa dança”,
desfilam “com um grande aparato de música”, “dançam ao som desta
canção”, dançam ao som das trombetas de quatro ventos”, “cantam uma
canção”, “armam uma folia”, etc., mas não sabemos a que género de
movimentos correspondem estas indicações genéricas que na época eram
evidentes.
Folia
25. • O primeiro registro do termo "folia" aparece no “Auto da Sibila
Cassandra” de Gil Vicente, escrita por volta de 1513, na qual se
menciona a folia como uma dança interpretada por pastores.
29. • Folia e Chacota parecem designar danças de grupo com uma coreografia
bem definida.
• Outras danças como a Mouresca, borrego, o baile de terreiro a três não
são mais fáceis de imaginar.
• O Tordião é uma espécie de galharda, então em moda em toda a Europa.
30. Tordião
• O Tordião) (palavra derivada do verbo francês "tordre" / torcer) é uma
dança viva, de natureza similar à galharda e popular no meio do
século XV na corte da Borgonha até ao fim do século XVI em todo o
reino de França. O baile era com frequência acompanhado por dança
baixa, devido aos seus tempos contrastantes. Também se bailava
juntamente com a pavana, também em pares.
• Em ritmo ternário, o tordião é descrito como sendo "mais rápido e
suave" em comparação com a galharda.
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Tourdion
34. • As personagens de Gil Vicente, dançam frequentemente ou querem dançar,
quer sejam plebeus ou nobres.
• Os Mouros e os judeus aparecem como reconhecidos especialistas destas
atividades.
• O próprio Apolo não escapa ao frenesim da dança.
40. • Jordi Savall - Recercada quarta sobre La Folia (Diego Ortiz)
• https://www.youtube.com/watch?v=r3w5kSVYHsI
63. Iniciação à dança renascentista
• https://www.youtube.com/watch?v=45PBlB-nrH4 - How to Dance
Through Time: The Majesty of Renaissance Dance | Dancetime
• https://www.youtube.com/watch?v=liTfVwW6MZ8 - Renaissance
Dance Branle des Lavandieres Washerwomen's Branle
• https://www.youtube.com/watch?v=wibSynxWZf4 - Renaissance
Dance Last bar Branle des Lavandieres Washerwomen's Branle
• https://www.youtube.com/watch?v=B10z9b_PRXw – Pavana