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Aquisição de
Sabedoria

I
II
Aquisição de
Sabedoria
EXCERTOS DOS ESCRITOS DE BAHÁ’U’LLÁH, ‘ABDU’L-BAHÁ E
DAS CARTAS DE SHOGHI EFFENDI E
DA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA SOBRE
ERUDIÇÃO
Uma compilação preparada pelo Departamento de
Pesquisa da Casa Universal de Justiça

III
Título Original: Scholarship

© 2004
Todos os direitos reservados:
Editora Bahá’í do Brasil
C.P. 198
13800-970 - Mogi Mirim - SP
www.bahai.org.br/editora
ISBN: 85-320-0093-2
1ª. EDIÇÃO: 2004
Tradução: Rubens Dantas e Robert Lowe
(Exceto trechos já publicados em língua portuguesa)
Capa: Gustavo Pallone de Figueiredo
Impressão: R. Vieira Gráfica e Editora Ltda, Campinas-SP

IV
Índice
1. O Status da Erudição
1.1 A Importância do Conhecimento e da Erudição
1.2 Características do “Verdadeiro Erudito”
1.3 O Objetivo da “Erudição Bahá’í”
1.4 Apreciação da Erudição
2. Funções da Erudição Bahá’í
1.1 Promoção do Bem-Estar Humano
1.2 Defesa da Fé
1.3 Expansão e Consolidação da Comunidade Bahá’í
1.4 Contribuição para o Desenvolvimento da Erudição
3. Princípios e Orientações Gerais
3.1 Fundamento Espiritual
3.2 Ciências “Úteis”
3.3 Atitudes do Estudioso
3.4 Resultados Metodológicos
3.5 O Convênio

V
VI
É desejo da Casa de Justiça que o estudo desta
compilação sirva de estímulo e de guia no posterior
desenvolvimento da aquisição de sabedoria bahá’í e que
características inigualáveis deste aspecto vital de
atividade bahá’í sejam clarificadas através da leitura
cuidadosa de seu conteúdo.
A Casa de Justiça exorta os membros da
comunidade do Maior Nome, jovens e velhos, homens
ou mulheres, a esforçarem-se em desenvolver e oferecer
à humanidade um novo modelo de atividade estudiosa
apresentada ao longo das linhas nesta compilação,
animada pelo espírito de investigação dos ilimitados
significados dos Ensinamentos Divinos. Este empenho
de aquisição de sabedoria deve ser caracterizado pela
acolhida que oferece a todos aqueles que nele desejam
envolver-se, cada um à sua maneira, pelo encorajamento
e cooperação mútuos entre os seus participantes e pelo
respeito conferido à notável proeza e empreendimento
eminente. O espírito e o acesso devem estar bem
distantes da arrogância, disputa e exclusivismo que muito
freqüentemente macularam o nome de erudição na
sociedade mais ampla e criaram barreiras a um
desenvolvimento saudável desta atividade meritória.
Departamento de Secretariado
da Casa Universal de Justiça

VII
1.O STATUS DA ERUDIÇÃO
1.1 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO E DA ERUDIÇÃO
Dos Escritos de Bahá’u’lláh
1. O conhecimento é uma das admiráveis dádivas de Deus.
Incumbe a sua aquisição. Tais artes e meios materiais que estão
agora manifestos foram conseguidos em virtude do Seu
conhecimento e Sua sabedoria, os quais Sua mais exaltada Pena
tem revelado em Epístolas – uma Pena de cujo tesouro se
manifestam pérolas de sabedoria e de palavras expressas, e as
artes e ofícios do mundo.
(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Rio de Janeiro: Editora Bahá’í, 1983, p.48)

2. O conhecimento é como asas para a vida do homem; é como
uma escada pela qual ele possa ascender. Incumbe a cada um
adquiri-lo. O conhecimento deve ser adquirido, porem, de tais
ciências que possam prestar benefícios aos povos da terra, e não
daquelas que por meras palavras começam e assim também
terminam. Grande, verdadeiramente, é a prerrogativa dos cientistas
1
e dos artífices entre os povos do mundo... Na realidade, o
conhecimento é um verdadeiro tesouro para o homem, e para ele
uma fonte de glória, de graça, de júbilo e exaltação, de alegria e
contentamento... Assim se expressou a Língua da Grandeza nesta,
a Maior Prisão.
(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, p. 62)

Dos Escritos e Elocuções de ‘Abdu’l-Bahá
3. Fazei todo esforço para adquirir o conhecimento avançado do
dia e forçai cada nervo para levar avante a civilização divina...
Incluídas deverão estar a promoção das artes, a descoberta de
novas maravilhas, a expansão do comércio e o desenvolvimento
da indústria. Devem ser encorajados também os métodos de
civilização e o embelezamento do país; e também ser incutida a
absoluta obediência ao governo e a total abstenção de qualquer
traço de sedição.
(De uma Epístola, traduzida do persa para o inglês)

4. ...solicito aos amigos, com a máxima urgência, que façam todo
esforço, tanto quanto dentro de sua competência, ao longo destas
linhas. Quanto mais se esforçarem para ampliar o âmbito do seu
conhecimento, melhor e mais gratificante será o resultado. Que os
amados de Deus, quer jovens ou velhos, quer homens ou mulheres,
cada um de acordo com suas capacidades, coloquem-se em ação
e não poupem esforços para adquirir os vários ramos atuais de
conhecimento, tanto espirituais como seculares, e das artes.
(De uma Epístola, traduzida do árabe para o inglês)

5. Todas as bênçãos são divinas em origem, mas nenhuma pode
ser comparada com este poder de investigação e pesquisa
2
intelectual que é uma dádiva eterna, produzindo frutos de
interminável deleite. O homem está sempre participando destes
frutos. Todas as outras bênçãos são temporárias; esta é uma
possessão eterna. Mesmo a soberania tem as suas limitações e
queda; esta, é um reinado e domínio que ninguém pode usurpar ou
destruir. Em resumo, é uma bênção eterna e uma dádiva divina, a
suprema doação de Deus ao homem. Por conseguinte, deveis
oferecer os vossos mais sérios esforços para a aquisição da ciência
e das artes. Quanto maior a sua aquisição, mais alto o seu padrão
no propósito divino. O homem de ciência é perceptivo e dotado
de visão, ao passo que aquele que é ignorante e negligente com
este desenvolvimento é cego. A mente que investiga é atenta, viva;
a mente insensível e indiferente é surda e morta. Um cientista é um
verdadeiro expoente e representante da humanidade, pois através
de processos de raciocínio e pesquisa indutivos, ele é informado
de tudo que se refere à humanidade, sua posição, condições e
acontecimentos. Ele estuda o corpo político humano, compreende
os problemas sociais e tece a trama e a textura da civilização. De
fato, a ciência pode ser comparada a um espelho no qual as infinitas
formas e imagens de coisas existentes são reveladas e refletidas.
É o próprio alicerce de todo o desenvolvimento individual e nacional.
Sem esta base de investigação, o aperfeiçoamento é impossível.
Por conseguinte, procurai com esforço diligente o conhecimento e
obtenção de tudo o que se encontra dentro do poder desta dádiva
maravilhosa.
(“The Promulgation of Universal Peace:
Palestras feitas por ‘Abdu’l-Bahá,
durante Sua visita aos Estados Unidos e Canadá
em 1912”, Wilmette: Bahá’í Publishing Trust, 1982, p. 50)

3
De uma Carta Escrita em Nome de Shoghi Effendi
6. ...Bahá’u’lláh considerava a educação um dos fatores mais
fundamentais de uma verdadeira civilização. Esta educação, todavia,
a fim de ser adequada e frutífera, deve ser abrangente por natureza
e deve levar em consideração não apenas os lados físicos e
intelectuais do homem, mas também seus aspectos espirituais e
éticos.
(9 de julho de 1931, a um bahá’í)

4
1.2 CARACTERÍSTICAS DO “VERDADEIRO ERUDITO”
Dos Escritos de Bahá’u’lláh
7. Felizes sois, ó doutos em Bahá. Por Deus! Sois os vagalhões
do Mais Pujante Oceano, as estrelas do firmamento da Glória, os
estandartes do triunfo tremulando entre a terra e o céu. Sois as
manifestações da firmeza entre os homens e as alvoradas da
Elocução Divina para todos na terra.
(“O Kitáb-i-Aqdas”, São Paulo, Editora Bahá’í do Brasil, 1995, parágrafo 173, p.65)

8. Diz o Grande Ser: O homem de consumada erudição e o sábio
dotado de sabedoria penetrante são os dois olhos para o corpo
da humanidade. Queira Deus, a terra jamais se verá privada destas
duas maiores dádivas.
(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Maqsúd, p. 190)

9. Ó tu insensato! Sabe tu que é verdadeiramente erudito, aquele
que reconheceu Minha Revelação, sorveu do Oceano de Meu
conhecimento, se elevou na atmosfera de Meu amor, renunciou a
todos, senão a Mim, e se segurou firmemente àquilo que se fez
descer do Reino de Minhas admiráveis palavras. Ele, em verdade,
é assim mesmo como olhos para o gênero humano e como o espírito
da vida para o corpo de toda a criação. Glorificado seja o TodoMisericordioso que o tem esclarecido e o feito levantar-se e servir
Sua grande e poderosa Causa. Tal homem é, deveras abençoado
pela Assembléia no alto e por aqueles que habitam dentro do
Tabernáculo da Grandeza, que em Meu Nome, o Onipotente, o
Todo-Poderoso, têm sorvido de Meu Vinho lacrado.
(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Burhán, p. 228)

5
10. Pondera tu: se alguém no dia da Revelação de Deus, não tiver
podido atingir a graça da “Presença Divina” e reconhecer Seu
Manifestante – ainda que tenha dedicado um tempo desmedido à
busca do saber e adquirido toda a limitada erudição material dos
homens – como poderá tal pessoa ser com justiça chamada de
sábia? É claro, certamente, que se não pode, em absoluto,
considerá-la possuidora do verdadeiro conhecimento, enquanto
o mais iletrado de todos os homens, se for honrado com esta
suprema distinção, será contado, em verdade, entre aqueles homens
que possuem a erudição divina, cujo conhecimento vem de Deus;
pois tal homem atingiu o ápice do saber e alcançou o pináculo da
erudição.
(“O Kitáb-i-Íqán”, Rio de Janeiro, Editora Bahá’í do Brasil, 1977, p. 91)

Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá
11. ...existem aqueles homens de conhecimento famosos e
talentosos, possuidores de qualidades louváveis e de uma vasta
erudição, que se prendam ao apoio forte do temor a Deus e
mantêm-se nos caminhos da salvação. No espelho de suas mentes
as formas da realidade transcendente são refletidas e a lâmpada
de sua visão interior deriva sua luz do sol do conhecimento universal.
Noite e dia, eles estão ocupados com meticulosa pesquisa em tais
ciências que são proveitosas para a humanidade e dedicam-se à
instrução de estudantes de capacidade. É certo que pelo seu critério
de discernimento os tesouros ofertados pelos reis não se
comparariam a uma única gota das águas do conhecimento, e
montanhas de ouro e prata não poderiam ter mais valor do que a
resolução bem sucedida de um problema difícil. Para eles, os
deleites que jazem ao lado de fora de seu trabalho constituem
somente brinquedos para crianças, e a carga enfadonha das posses
6
desnecessárias são benéficas somente para os ignorantes e os vis.
Contentes como os pássaros, eles rendem graças por um punhado
de sementes, e a canção da sua sabedoria deslumbra as mentes
dos mais sábios do mundo...
... a felicidade e a grandeza, a posição e o status, a satisfação e
a paz de um indivíduo nunca consistiram em sua riqueza pessoal,
mas, pelo contrario, em seu caráter excelente, sua elevada
determinação, a extensão de sua erudição e sua habilidade para
solucionar problemas difíceis...
Para cada coisa, entretanto, Deus tem criado um sinal e símbolo,
e estabelecido padrões e testes pelos quais ela pode ser conhecida.
Os espiritualmente sábios devem se caracterizar por ambas
perfeições, interior e exterior; eles devem possuir um bom caráter,
uma natureza iluminada, uma intenção pura, bem como poder
intelectual, radiância e discernimento, intuição, prudência e
presciência, temperança, reverência e um sincero temor a Deus.
Pois uma vela apagada, por maior que seja em diâmetro e altura,
não é melhor que uma palmeira estéril ou uma estaca de madeira
morta...
Uma autorizada Tradição afirma: “Quanto àquele que é um dos
instruídos*: ele deve proteger-se, defender sua fé, obstar suas
paixões e obedecer aos mandamentos de seu Senhor. É, por
conseguinte, a obrigação das pessoas guiarem-se por ele.”
(“O Segredo da Civilização Divina”,
Mogi Mirim: Editora Bahá’í do Brasil, 2003,
p. 26-27, 29 e 40-41)
‘Ulamá, do árabe ‘alima, a saber, pode ser traduzido como homem erudito, cientista,
autoridade religiosa.
*

7
De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi
12. Com respeito à pergunta se bahá’ís devem ser versados em
diferentes ciências e campos de estudo, Shoghi Effendi me pede
para informar-lhe que tanto Bahá’u’lláh como ‘Abdu’l-Bahá deram
uma posição muita elevada aos homens de cultura e conhecimento
e Bahá’u’lláh diz numa de Suas Epístolas que incumbe a todos os
bahá’ís mostrar respeito a essas pessoas. Além disso não há
qualquer dúvida que a familiaridade com diferentes ramos de estudo
amplia nosso ponto de vista, e então podemos compreender e nos
dar conta do significado do Movimento Bahá’í e, dos seus
princípios, em um grau muito maior.
(14 de dezembro de 1924, a um bahá’í)

13. A Causa precisa de mais estudiosos bahá’ís, pessoas que não
apenas sejam a ela devotados e nela acreditem e estejam ansiosas
por falar aos outros sobre ela, mas que também tenham um profundo
domínio dos Ensinamentos e seu significado, e que possam
correlacionar suas crenças aos atuais pensamentos e problemas
dos povos do mundo.
(21 de outubro de 1943, a um bahá’í)

8
1.3 O OBJETIVO DA “ERUDIÇÃO BAHÁ’Í”
De uma Carta Escrita em Nome da Casa Universal de Justiça
14. Neste estágio inicial do desenvolvimento da Fé, não seria
proveitoso sugerir uma definição altamente restritiva do termo
“Erudição Bahá’í”. Numa carta escrita em nome da Casa de Justiça
a uma Associação para Estudos Bahá’ís, recentemente, afirma-se
que:
A Casa de Justiça lhes recomenda que não tentem definir de
maneira muito limitada a forma que a erudição bahá’í deve assumir,
ou o enfoque que os estudiosos devam adotar. Preferivelmente,
devem esforçar-se para desenvolver dentro de sua Associação o
respeito a uma ampla extensão de abordagens e tentativas. Sem
dúvida haverá alguns bahá’ís que desejarão trabalhar isoladamente,
enquanto outros desejarão consultar e colaborar com aqueles que
tenham interesses similares. Seu objetivo deve ser promover uma
atmosfera de respeito e tolerância mútuos dentro da qual serão
incluídos os estudiosos cujo principal interesse sejam temas
teológicos, bem como aqueles estudiosos cujo interesse esteja em
relacionar os discernimentos proporcionados pelos ensinamentos
bahá’ís ao pensamento contemporâneo nas artes e ciências.
Uma diversidade semelhante deve caracterizar os esforços
perseguidos pelos estudiosos bahá’ís, acomodando seus interesses
e habilidades como também as necessidades da Fé. O rumo dos
acontecimentos no mundo, o desenvolvimento de novas tendências
de pensamento e a extensão do trabalho de ensino tendem todos
a realçar áreas atrativas e benéficas para as quais os eruditos
9
bahá’ís podem bem direcionar sua atenção. Da mesma maneira,
a expansão das atividades da Comunidade Internacional Bahá’í
no seu relacionamento com as agências das Nações Unidas e outros
organismos internacionais cria oportunidades atrativas para os
eruditos darem uma contribuição direta e altamente valiosa à
intensificação do prestígio da Fé e à sua proclamação dentro de
uma influente e receptiva camada da sociedade. À medida que a
comunidade bahá’í continua a emergir inexoravelmente da
obscuridade, ela será confrontada pelos inimigos, tanto de dentro
como de fora, cujo objetivo será difamar e deturpar seus princípios
a fim de que seus admiradores possam se desiludir e a fé dos seus
adeptos possa ser abalada; os eruditos bahá’ís têm um papel vital
a desempenhar na defesa da Fé, através de sua colaboração com
as medidas preventivas e de sua resposta às acusações difamatórias
dirigidas contra a Fé.
Assim, deveria haver lugar, dentro do âmbito da erudição
bahá’í, para acomodar não apenas aqueles que estão interessados
nos temas teológicos e nas origens históricas da Fé, mas também
os que estão interessados em relacionar os ensinamentos bahá’ís
ao seu campo de interesse acadêmico ou profissional, bem como
aqueles crentes que possam carecer de qualificações acadêmicas
formais, mas que tenham adquirido, através do estudo perceptivo
dos Ensinamentos, discernimentos que sejam de interesse para os
outros...
A Casa de Justiça deseja evitar o uso dos termos “erudição
bahá’í” e “eruditos bahá’ís”, num sentido exclusivo que
estabeleceria efetivamente uma demarcação entre aqueles
admitidos a esta categoria e aqueles negados a seu acesso. É claro
que esses termos são relativos e que aquilo que é um meritório
esforço de aquisição de sabedoria por um bahá’í, quando
comparado às atividades daqueles com quem ele está em contato,
pode bem ser considerado como de significância imensamente
10
inferior se comparado às realizações dos eruditos eminentes que a
Fé tem produzido. A Casa de Justiça busca a criação de uma
comunidade bahá’í na qual os membros encorajem uns aos outros,
onde haja respeito por realização e um entendimento comum de
que cada um está, de sua própria maneira, procurando adquirir
uma compreensão mais profunda da Revelação de Bahá’u’lláh e
contribuir para o progresso da Fé.
(19 de outubro de 1993, a um bahá’í)

11
1.4 AVALIAÇÃO DA ERUDIÇÃO BAHÁ’Í
Dos Escritos de Bahá’u’lláh
15. Respeitai os sacerdotes e sábios entre vós, aqueles cuja conduta
esteja em harmonia com aquilo que professam, que não transgridam
os limites impostos por Deus, cujos julgamentos estejam em
conformidade com Seus preceitos, assim como revelados em Seu
Livro. Sabei vós que eles são as lâmpadas guias para os habitantes
dos céus e da terra. Os que desprezam e desatendem os sacerdotes
e sábios que vivem entre eles, tem, em verdade, alterado o favor
que Deus lhes concedeu.
(“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, LXVI)

16. Ó povo de Deus! Homens retos de erudição que se dedicam
à orientação dos outros e estão bem protegidos e isentos das
insinuações de uma natureza inferior e cobiçosa, são - aos olhos
dAquele que é o Desejo do mundo - estrelas do céu do verdadeiro
conhecimento. É essencial tratá-los com deferência. Eles são, em
verdade, fontes de água que suavemente flui, estrelas que brilham,
resplandecentes, como frutos da Árvore abençoada, expoentes
do poder do céu, e oceanos de sabedoria celestial. Feliz quem os
segue. Em verdade, essa alma se inclui no número dos bemaventurados, no Livro de Deus, o Senhor do poderoso Trono.
(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Dunyá, p. 109-110)

17. Acautelai-vos, ó Meus amados, para que não desprezeis os
méritos dos Meus servos eruditos que Deus benevolamente
escolheu para serem os expoentes de Seu Nome, “o Amoldador”
entre a humanidade. Envidai os máximos esforços a fim de poderes
12
desenvolver tais ofícios e empreendimentos que todos, sejam jovens
ou velhos, deles possam derivar benefício. Afastamo-nos daqueles
destituídos de conhecimento, que insensatamente imaginam que a
Sabedoria consista em dar expressão às vãs fantasias e repudiar
Deus, Senhor de todos os homens; assim como ouvimos alguns
dos desatentos pronunciarem hoje tais asserções.
(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Hikmat, p.150- 151)

Dos Escritos e Elocuções de ‘Abdu’l-Bahá
18. ... A Religião de Deus, entretanto, promove a verdade, fornece
alicerces à ciência, aos conhecimentos, dá pleno apoio aos homens
de erudição, civiliza a humanidade, descobre os segredos da
natureza, ilumina os horizontes do mundo. Em conseqüência, como
podemos dizer que ela se oponha ao conhecimento? Deus nos
defenda! Não, aos olhos de Deus, o conhecimento é a mais gloriosa
dádiva do homem, a mais nobre das perfeições humanas. Oporse ao conhecimento é mostrar ignorância; e quem detesta a ciência
e o conhecimento não é o homem, mas, apenas animal sem
inteligência. Pois o conhecimento é luz, é vida, é felicidade, é
perfeição e beleza, e é o meio de se aproximar ao Limiar da
Unidade. É a honra, a glória do mundo humano e a maior dádiva
de Deus. Possuir conhecimento é ser guiado; permanecer na
ignorância é verdadeiro erro.
(“Respostas a Algumas Perguntas”, 5a Ed., Editora Bahá’í do Brasil, p. 122)

19. Há certos pilares que foram estabelecidos como os inabaláveis
sustentáculos da Fé de Deus. O mais poderoso deles é o
conhecimento e o uso da mente, a expansão da consciência e a
percepção das realidades do universo e dos mistérios ocultos de
Deus Onipotente.
13
Promover o conhecimento é, assim, um inescapável dever imposto
a cada um dos amigos de Deus. Incumbe a essa Assembléia Espiritual,
essa Assembléia de Deus, envidar todo esforço para educar as crianças
de modo que, desde a infância, sejam treinadas na conduta bahá’í e nos
caminhos de Deus e, como plantas jovens, cresçam e floresçam nas
águas que fluem mansamente: os conselhos e as admoestações da
Abençoada Beleza.
(“Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá”,
texto 97, pp. 113-114)

De uma Carta Escrita por Shoghi Effendi
20. As responsabilidades dos membros das Assembléias
Espirituais que estão engajadas no ensino da Causa de Deus em
terras orientais, foram claramente estabelecidas nos Textos
sagrados...
Além disso, incutem neles as virtudes da integridade e
religiosidade, de pureza de motivos, bondade de coração e
desapego dos grilhões deste mundo material... Eles os impelem a
fazer uma pesquisa detalhada nos vários ramos do conhecimento
contemporâneo – igualmente nas artes e ciências – e a concentrar
sua atenção em servir os interesses gerais do povo; a se aprofundar
através do estudo atento dos textos sagrados e a aplicar a orientação
divina que eles contêm nas circunstâncias, necessidades e condições
atuais da sociedade; a absterem-se de entrar nos emaranhados
assuntos de partidos políticos e não ter qualquer interesse, nem
envolvimento em controvérsias de políticos, disputas de teólogos ou
quaisquer das debilitadas teorias sociais correntes entre os homens.
Eles os exortam, finalmente, a serem sinceramente obedientes,
tanto em pensamento como em palavras, às leis devidamente
promulgadas pelo governo do reino e a distanciarem-se dos
14
métodos, conceitos e argumentos mal fundamentados, tanto dos
tradicionalistas como modernistas extremados; a conceder honra,
veneração e respeito a – e aprovar os esforços de – expoentes
das artes e ciências, e a estimar e reverenciar os que são dotados
de vasto conhecimento e douta sabedoria; a defender o direito à
liberdade de consciência; e a abster-se de criticar e depreciar as
maneiras, costumes e crenças de outros indivíduos, povos e nações.
(30 de janeiro de 1926, às Assembléias Espirituais do Irã, traduzido do persa
para o inglês)

15
16
2. FUNÇÕES DA ERUDIÇÃO BAHÁ’Í
2.1 PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR HUMANO
Dos Escritos de Bahá’u’lláh
21. Diz o Grande Ser: Os eruditos do dia devem orientar o povo
para que adquira aqueles ramos do conhecimento que sejam úteis,
de modo que tanto os próprios eruditos como os homens em geral,
possam disso derivar benefícios. Os estudos acadêmicos que com
palavras principiam e com palavras, tão somente, terminam, nunca
tiveram e jamais terão valor algum. A maioria dos eruditos doutores
da Pérsia dedicam toda a vida ao estudo de uma filosofia cujo
resultado final nada é, senão palavras.
(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Maqsúd, p. 169)

22. O verdadeiro saber é aquele que conduz ao bem-estar do
mundo, não ao orgulho e presunção, ou à tirania, violência e
pilhagem.
(De uma Epístola, traduzida do persa para o inglês)

17
Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá
23. O primário, o mais urgente requisito é a promoção da educação.
É inconcebível que qualquer nação alcance prosperidade e sucesso,
a menos que este supremo, este fundamental interesse, seja levado
avante. A principal razão para o declínio e queda dos povos é a
ignorância. Hoje, as massas dos povos são desinformadas até
mesmo das questões ordinárias, muito menos elas compreendem
o âmago dos importantes problemas e complexas necessidades
atuais.
É, portanto, urgente que artigos e livros benéficos sejam
escritos, estabelecendo clara e definitivamente quais são os
requisitos do povo no presente dia e o que conduzirá à felicidade
e progresso da sociedade. Estes devem ser publicados e difundidos
por toda a nação de modo que ao menos os líderes dentre o povo
se tornem, em algum grau, despertos, e levantem-se para empenharse ao longo daquelas vias que conduzirão à sua honra permanente.
A publicação de elevados pensamentos é o poder dinâmico nas
artérias da vida; é a própria alma do mundo. Pensamentos são um
oceano ilimitado, e os efeitos e variadas condições da existência
são como as formas separadas e limites individuais das ondas;
somente quando o oceano agitar-se, as ondas erguer-se-ão e
espalharão suas pérolas de conhecimento nas praias da vida...
A opinião pública deve ser direcionada a tudo que for digno
deste dia, e isto é impossível exceto através do uso de argumentos
adequados e da adução de provas claras, abrangentes e
conclusivas. Pois as massas desamparadas nada sabem do mundo,
e embora não haja dúvida de que elas buscam e anseiam por sua
própria felicidade, ainda assim a ignorância, como um pesado véu,
dela as excluirá.
Além disso, é uma necessidade vital estabelecer escolas... Se
necessário, a educação deve até mesmo ser tornada compulsória.
18
Até que os nervos e artérias da nação agitem-se à vida, toda
medida que for experimentada provar-se-á fútil; pois os povos
são como o corpo humano, e a determinação e a vontade de labutar
são como a alma, e um corpo sem alma não se move.
(“O Segredo da Civilização Divina”,
Mogi Mirim: Editora Bahá’í do Brasil,
2003, p. p. 128-132)

De uma Carta Escrita em Nome de Shoghi Effendi
24. As notícias da cooperação entre rapazes e moças bahá’ís em
Montreal, o estabelecimento por eles de um grupo de estudo e
discussão, a expressão sã e sóbria de seus métodos, como
expressos no programa que você anexou, e perspectiva atenciosa
e entusiástica deles sobre o futuro, tudo isso ajudou a criar as
esperanças mais animadoras e a satisfação mais profunda no
coração de nosso Guardião. É, realmente, com não menor
satisfação que ele dá boa acolhida à cooperação ativa de seus
jovens amigos em Montreal, e ele sinceramente confia que com
um estudo adequado dos ensinamentos e de seus significados
espirituais, combinado a um suficiente conhecimento dos problemas
e perplexidades que assediam o mundo, vocês serão capazes de
prestar grandes serviços à Causa e, por conseguinte, à humanidade.
(20 de março de 1929, a um bahá’í)

De uma Carta da Casa Universal de Justiça
25. A adicional saída da Fé da obscuridade manifesta-se de
maneiras distintivas. Nos círculos dos estudiosos, em obras de
referência e na mídia, a Fé está sendo cada vez mais citada como
19
uma das “principais” ou “mais importantes” religiões mundiais... A
exposição de segmentos influentes do público às idéias bahá’ís em
áreas como a paz, o meio-ambiente, a condição da mulher, a
educação e a alfabetização, induziu uma resposta que, de forma
crescente, apela para que os bahá’ís participem junto a outros
numa série de projetos ligados a governos ou organizações não
governamentais.
Além disso, tal exposição está criando na mente do público a
percepção de que a Fé tem respostas para os problemas atuais e,
dessa forma, gerando a expectativa de que a comunidade bahá’í
deveria desempenhar um papel mais ativo nos assuntos públicos...
...projetos bahá’ís de desenvolvimento sócioeconômico
multiplicaram-se grandemente em número e conquistaram muito
crédito para a comunidade pelos exemplos do poder da iniciativa
grupal e da ação consultiva voluntária que foram estabelecidos em
numerosos locais... Alguns dos projetos têm sido tão notáveis em
suas realizações que conquistaram a atenção pública por terem
sido alvo de declarações formais de mérito e prêmios da parte de
governos e de entidades não-governamentais internacionais.
(Ridván de 1992, aos bahá’ís do mundo)

20
2.2 A DEFESA DA FÉ
Dos Escritos de Bahá’u’lláh
26. Fosse algum homem se levantar para, em seus escritos,
defender a Causa de Deus contra aqueles que a atacam, tal homem,
por insignificante que fosse sua parte, haveria de ser tão honrado
no mundo vindouro que a Assembléia nas alturas lhe invejaria a
glória. Nenhuma pena pode descrever a sublimidade de seu grau,
nem pode língua alguma expressar seu esplendor. Pois a qualquer
um que se mantenha firme e constante nesta sagrada Revelação,
nesta Revelação gloriosa e excelsa, será dado tamanho poder que
ele enfrentará e resistirá a tudo o que está no céu e na terra. Disto
é o próprio Deus testemunha.
(“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, CLIV, p. 205)

Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá
27. O segundo destes padrões espirituais que se aplica ao possuidor
de conhecimento é que ele deve ser o defensor da sua fé. É óbvio
que estas palavras sagradas não se referem exclusivamente a buscar
as implicações da Lei, observar as formas de adoração, evitar os
maiores e menores pecados, praticar as ordenanças religiosas e,
através de todos estes métodos, proteger a Fé. Elas significam,
pelo contrário, que toda a população deve ser protegida de todas
as maneiras; que todo esforço deve ser exercido para adotar-se a
combinação de todas as medidas possíveis para erguer a Palavra
de Deus, aumentar o número de crentes, promover a Fé de Deus
e exaltá-la e fazê-la vitoriosa sobre outras religiões.
(“O Segredo da Civilização Divina”, p. 49)

21
De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi
28. Shoghi Effendi ficou encantado ao ouvir sobre sua conversa
com o sr. ... Ele muito anseia que tais eruditos obtenham uma
verdadeira compreensão do espírito e do ensino da Causa, e
levantem-se para dissipar o véu da concepção errônea que está
predispondo a mente dos estudiosos do mundo ocidental. A Causa
tem grande necessidade de tais homens competentes e de mentes
espiritualizadas que, após um profundo estudo do Movimento,
compartilhassem com o mundo o fruto de seu labor.
(11 de março de 1929, a um bahá’í)

29. Há uma resposta para tudo nos ensinamentos; infelizmente a
maioria dos bahá’ís, por mais intensamente devotados e sinceros
que possam ser, em sua maior parte, carece de cultura e sabedoria
necessárias para responder e refutar as alegações e ataques de
pessoas com alguma educação e reputação.
(25 de setembro de 1942, a um bahá’í)

22
2.3 EXPANSÃO E CONSOLIDAÇÃO DA COMUNIDADE BAHÁ’Í
Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá
30. Almas puras como Mírzá Abu’l-Fadl, sobre ele esteja a Glória
de Deus, passam suas noites e dias a demonstrar a verdade da
Revelação, aduzindo provas conclusivas e brilhantes, e expandindo
as verdades da Fé, levantando os véus, promovendo a religião de
Deus e espalhando as Suas fragrâncias.
(De uma Epístola, traduzida do persa para o inglês)

De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi
31. Havíamos ouvido através de diferentes canais a respeito da
maneira maravilhosa como os seus filhos foram educados para
proclamar a Causa em público. É esperança de Shoghi Effendi
que eles tornar-se-ão, os três, capazes e devotados palestrantes
sobre a Causa e assuntos a ela relacionados. Para realizar isto
adequadamente, necessitarão de uma sólida base de instrução
científica e literária que, felizmente, estão adquirindo. É tão
importante para os rapazes e moças bahá’ís tornarem-se
adequadamente educados em faculdades de elevada reputação
tanto quanto é serem espiritualmente desenvolvidos. O lado mental,
como também o espiritual do jovem, tem que ser desenvolvido
antes que ele possa servir à Causa eficientemente.
(28 de novembro de 1926, a um bahá’í)

32. A formação universitária que você está recebendo no momento
lhe será de imensa ajuda em seus esforços para apresentar a
23
Mensagem nos círculos intelectuais. Nestes dias, quando as pessoas
são tão céticas sobre religião e olham com tanto desdém para as
organizações e movimentos religiosos, parece haver mais
necessidade do que nunca para nossos jovens bahá’ís estarem
bem capacitados intelectualmente, de modo que possam estar em
posição de apresentar a Mensagem de uma forma condizente e de
uma maneira que convencessem todo observador imparcial da
efetividade e poder dos ensinamentos.
(5 de maio de 1934, a um bahá’í)

33. Os rapazes e moças na Fé devem ser profundos e atentos
estudiosos em seus ensinamentos, de modo que eles possam ensinar
de uma maneira que convencerão as pessoas de que todos os
problemas que estão enfrentando têm um remédio. Devem entender
a Administração para que possam administrar sábia e eficientemente
os assuntos sempre crescentes da Causa; e devem exemplificar o
modo de vida bahá’í. Tudo isto não é fácil – mas o Guardião está
sempre encorajado a ver o espírito que anima jovens crentes tais
como você mesmo. Ele tem grandes esperanças do que a sua
geração realizará.
(12 de maio de 1944, a um bahá’í)

34. Se os bahá’ís quiserem ser realmente eficazes em ensinar a
Causa precisam estar muito melhor informados e capacitados a
discutir inteligentemente, intelectualmente, a atual situação do mundo
e seus problemas. Precisamos de eruditos bahá’ís, não apenas de
pessoas profundamente conscientes do que nossos ensinamentos
realmente são, mas também de pessoas estudiosas e bem-instruídas,
capazes de correlacionar nossos ensinamentos aos pensamentos
atuais dos líderes da sociedade.
Nós, bahá’ís, deveríamos, em outras palavras, capacitar as
nossas mentes com conhecimento a fim de melhor demonstrar,
24
especialmente para as classes educadas, as verdades cultuadas
em nossa Fé.
(5 de julho de 1949, a um bahá’í)

De uma Carta Escrita em Nome da Casa Universal de Justiça
35. A Casa Universal de Justiça... considera a aquisição de
sabedoria bahá’í de grande importância potencial para o
desenvolvimento e consolidação da comunidade bahá’í quando
ela emerge da obscuridade...
(3 de janeiro de 1979, a participantes de um seminário acadêmico)

25
2.4 CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ERUDIÇÃO
De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi
36. Ele ficou muito feliz por ter notícias suas e ver com que intensa
apreciação e interesse você está estudando os ensinamentos de
Bahá’u’lláh. Poder-se-ia dizer, em verdade, que quanto mais
estuda-os, mais neles se descobre. Eles são a própria essência da
qual pensadores e cientistas e humanistas do futuro derivarão
inspiração e guia para seu trabalho.
(10 de dezembro de 1942, a uma escola de verão bahá’í)

37. Com relação ao conselho que você solicitou dele, referente a
quais estudos em que você deveria especializar-se tendo em vista
o ensino no futuro: Ele sugeriria História, Economia ou Sociologia,
uma vez que estes não são apenas campos nos quais os bahá’ís
tenham um grande interesse, mas também abrangem questões sobre
as quais nossos ensinamentos lançam uma luz inteiramente nova.
Seu conhecimento seria útil à Causa, ao ensiná-la no futuro, e talvez
você possa também introduzir, como um educador, as idéias
bahá’ís em suas aulas.
(13 de março de 1944, a um bahá’í)

De Cartas Escritas por ou em Nome da Casa Universal de
Justiça
38. Você já é um bom profissional qualificado em seu campo e,
sem dúvida, dá conselhos sobre a base do que aprendeu de estudo
e experiência – toda uma estrutura de conceitos sobre a mente
26
humana, seu crescimento, desenvolvimento e funcionamento
correto que você aprendeu e desenvolveu – sem referência aos
ensinamentos de Bahá’u’lláh. Agora, como um bahá’í, você sabe
que o que Bahá’u’lláh ensina sobre o propósito da vida humana, a
natureza do ser humano e a adequada conduta das vidas humanas
é revelado divinamente e, por conseguinte, verdadeiro. Entretanto,
inevitavelmente levará tempo para você não apenas estudar os
ensinamentos bahá’ís de modo que possa claramente entendêlos, mas também constatar como eles modificam seus conceitos
profissionais. Esta não é, naturalmente, uma situação incomum para
um cientista. Quantas vezes, no curso da pesquisa, é descoberto
um fator que exige uma revolução no refletir sobre um amplo campo
de empenho humano. Você deve ser orientado, em cada caso,
pelo seu próprio conhecimento e julgamento profissional, conforme
for sendo iluminado pelo seu crescente conhecimento dos
ensinamentos bahá’ís; indubitavelmente você descobrirá que a sua
própria compreensão dos problemas humanos tratados no seu
trabalho mudará e desenvolver-se-á, e você verá novas e
aprimoradas maneiras de ajudar as pessoas que lhe procuram. A
psicologia ainda é uma ciência muito jovem e inexata, e com o
passar dos anos os psicólogos bahá’ís que conhecem, pelos
ensinamentos de Bahá’u’lláh, o verdadeiro padrão de vida humana,
serão capazes de fazer maiores avanços no desenvolvimento desta
ciência e ajudarão profundamente no alívio do sofrimento humano.
(6 de fevereiro de 1973, publicado em “Messages from the Universal House of
Justice, 1968-1973”. Wilmette: Bahá’í Publishing Trust, 1976, p. 111-112)

39. À medida que a comunidade bahá’í cresce, ela adquire peritos
em numerosos campos – tanto devido aos bahá’ís tornarem-se
peritos, como devido aos peritos tornarem-se bahá’ís. À medida
que estes peritos trazem seu conhecimento e habilidade ao serviço
da comunidade e, até mais, quando eles transformam suas várias
27
disciplinas, trazendo a elas a luz dos Ensinamentos Divinos,
problema após problema que ora afligem a sociedade serão
solucionados...
Paralelamente a esse processo, a vida institucional bahá’í estará
também se desenvolvendo e, à medida que isto acontece, as
Assembléias aproveitarão cada vez mais o conhecimento científico
e especializado – quer de bahá’ís ou não-bahá’ís – para auxiliar
na solução dos problemas de suas comunidades.
Com o tempo grandes instituições bahá’ís de estudo, grandes
projetos internacionais e nacionais para a melhora da vida humana
serão inaugurados e florescerão.
(21 agosto de 1977, de uma carta em nome
da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

40. Certamente, deixe-os (os jovens bahá’ís) acolherem
confiantemente os desafios que lhes esperam. Imbuídos desta
excelência e de uma humildade correspondente, com tenacidade
e uma amorosa servitude, os jovens de hoje devem se mover em
direção às linhas de frente das profissões, comércio, artes e ofícios
que são necessários para o progresso ulterior da humanidade –
isto para assegurar que o espírito da Causa lançará sua luz sobre
todas estas importantes áreas de empenho humano. Além disso,
enquanto visando conhecer a fundo os conceitos unificadores e as
tecnologias que avançam velozmente, desta época de
comunicações, eles podem, de fato eles devem, também, garantir
a transmissão para o futuro daquelas habilidades que preservarão
as maravilhosas, indispensáveis realizações do passado. A
transformação que está para ocorrer no funcionamento da
sociedade certamente dependerá, em grande parte, da eficácia
dos preparativos que os jovens farão para o mundo que herdarão.
(8 de maio de 1985, de uma carta da Casa Universal de Justiça
à juventude bahá’í do mundo)

28
41. A Casa de Justiça reconhece que as questões que você
levantou, concernentes à oferta de profissionais recentemente
inscritos a compartilhar seus pontos de vista com a comunidade
bahá’í, são de importância vital e oportuna, especialmente quando
a Fé emerge da obscuridade e quantidades crescentes de
profissionais de todas as esferas da vida estão atraídos a seus
Ensinamentos. O processo de integrar estes especialistas às
comunidades bahá’ís como crentes bem preparados e extrair seu
potencial como promotores e apoiadores da Causa exigirá
orientação paciente e amorosa das instituições bahá’ís. Um grande
desafio será evitar a indevida ruptura deste processo de integração,
abandonando-se tais pessoas às atitudes insensíveis ainda presentes
nas comunidades ainda não largamente diversificadas ou
acostumadas a lidar com todas as alas da sociedade.
Estudiosos e profissionais estão bem habituados a encontrar
novos fatos no curso de suas pesquisas que lhes exigem ajustar o
pensamento prévio sobre vários aspectos de suas disciplinas. No
caso de seu aprofundamento nos Ensinamentos da Fé,
naturalmente, leva tempo para eles estudarem e absorverem tantos
novos conceitos. Eles devem ser auxiliados a adquirir, tão
rapidamente possível, profundo conhecimento dos Ensinamentos.
Gradativamente este conhecimento derramará nova luz sobre seus
pontos de vista anteriores. Ao mesmo tempo, as comunidades
bahá’ís necessitarão desenvolver maior tolerância em relação às
idéias que possam não coincidir com a sua corrente compreensão
e permanecerem abertas a novas introversões...
Os profissionais e outros especialistas recém-inscritos
proporcionaram um grande recurso para o desenvolvimento da
erudição bahá’í. Espera-se que, quando eles atingirem uma
compreensão mais profunda dos Ensinamentos e seu significado,
eles estarão aptos a auxiliar as comunidades bahá’ís a
correlacionarem as crenças da Fé com os pensamentos e problemas
29
atuais do mundo. Em algumas ocasiões, bahá’ís de uma
determinada profissão têm participado juntos em conferências
especiais ou se organizaram em uma associação para este
propósito. Isto também lhes permite apoiarem-se uns aos outros
como bahá’ís e tirarem vantagem de seu status profissional para
promover os interesses da Fé. Exemplos atuais de associações
profissionais deste tipo são a Sociedade de Justiça Bahá’í e a
Associação Médica Bahá’í, ambas nos Estados Unidos. Portanto,
deve ser dado especial encorajamento aos crentes de capacidade
incomum, para concentrarem suas habilidades ao serviço da Causa,
através da contribuição sem igual que eles podem fazer a este
campo de rápido desenvolvimento do empenho bahá’í.
(18 de abril de 1989, de uma carta em nome
da Casa Universal de Justiça a uma
Assembléia Espiritual Nacional)

30
3.PRINCÍPIOS E ORIENTAÇÕES GERAIS
3.1 FUNDAMENTO ESPIRITUAL
Dos Escritos de Bahá’u’lláh
42. Assim, pois, foi dito: “O conhecimento é uma luz que Deus faz
penetrar no coração de quem Ele queira.” É essa a espécie de
conhecimento que é, e sempre foi louvável, e não o conhecimento
limitado oriundo das mentes veladas e obscurecidas. Esse
conhecimento limitado eles até o tomam emprestado um do outro,
furtivamente, e disso se vangloriam!
(“O Kitáb-i-Iqán”, p. 32)

43. Decretamos, ó povo, que o objetivo supremo e final de toda a
erudição seja o reconhecimento dAquele que é o Propósito de
todo o conhecimento. Entretanto, vede como permitistes que vossa
erudição vos excluísse, qual um véu, dAquele que é o Alvorecer
desta Luz, através de Quem cada coisa oculta se revelou.
(“O Kitáb-i-Aqdas”, parágrafo 102, p.46)

31
Dos Escritos Sagrados e Elocuções de ‘Abdu’l-Bahá
44. Embora a aquisição das ciências e das artes seja a maior glória
da humanidade, isso só será verdade caso o rio do homem venha
a desaguar no poderoso mar, e retire, do antigo manancial de Deus,
Sua inspiração. Quando isso acontece, então cada professor é
como oceano sem limites, e cada aluno é fonte pródiga de
conhecimento. Portanto, se a busca de conhecimento conduzir à
beleza dAquele que é o Objeto de todo o Conhecimento, quão
excelente é tal meta, mas se assim não ocorrer, uma mera gota
talvez possa excluir o homem da graça transbordante, pois com a
erudição vêm a arrogância e o orgulho, e isso leva ao erro e a
indiferença para com Deus.
As ciências de hoje são pontes para a realidade; se elas não
conduzirem à realidade nada resta senão inútil ilusão. Pelo Deus
Uno e Verdadeiro! Se o conhecimento não for meio de acesso a
Ele, o Mais Manifesto, então nada é senão perda evidente.
(“Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá”,texto 72, pp.98-99.)

45. Todo ramo do saber, se associado ao amor por Deus, é
aprovado e digno de louvor; porém, a erudição é estéril se destituída
de Seu amor – na verdade, ela causa insanidade. Toda espécie de
conhecimento, toda ciência, assemelha-se a uma árvore: se seu
fruto for o amor a Deus, então essa será uma árvore abençoada;
caso contrário, porém, não será mais que lenha ressequida, servindo
apenas de alimento ao fogo.
(“Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá”,texto 154.)

46. O conhecimento científico é a mais elevada realização no plano
humano, pois a ciência é a descobridora de realidades. Ele é de
duas espécies: material e espiritual. A ciência material é a
32
investigação de fenômenos naturais; a ciência divina é a descoberta
e compreensão de verdades espirituais. O mundo da humanidade
deve adquirir ambos. Um pássaro tem duas asas; ele não pode
voar com uma. As ciências material e espiritual são as duas asas
da elevação espiritual e realização do homem. Ambas são
necessárias – uma natural, outra sobrenatural; uma material, outra
divina. Através da divina, nós pretendemos a descoberta dos
mistérios de Deus, a compreensão de realidades espirituais, a
sabedoria de Deus, o significado interior das religiões celestiais e
o fundamento da lei.
(“The Promulgation of Universal Peace”, p. 138)

De uma Carta Escrita em Nome de Shoghi Effendi
47. Entre a verdade que provém de Deus através de Seus Profetas,
e os vislumbres da verdade geralmente mal entendidos e
interpretados que provém dos filósofos e pensadores, existe uma
diferença imensa. Nós nunca devemos, sob quaisquer
circunstâncias, confundir as duas.
Bahá’u’lláh disse que a procura da sabedoria pode ser o véu
entre a alma do homem e a verdade eterna; em outras palavras,
entre o homem e o conhecimento de Deus. Nós temos visto que
muitas pessoas que se tornam muito avançadas no estudo das
modernas ciências físicas são levadas a negar Deus e a negar Seus
Profetas. Isso não significa que Deus e os Profetas não existiram e
não existem. Apenas significa que o conhecimento tornou-se um
véu entre seus corações e a Luz de Deus.
(22 de abril de 1954, a um bahá’í)

33
De Cartas Escritas em Nome da Casa Universal de Justiça
48. Assim como existe uma diferença fundamental entre a
Revelação divina em si própria e a compreensão que os crentes
têm dela, há também uma distinção básica entre fato e raciocínio
científicos, por um lado, e as conclusões ou teorias de cientistas,
por outro. Não existe, e não pode haver, conflito entre a verdadeira
religião e a verdadeira ciência: a verdadeira religião é revelada por
Deus, enquanto através da verdadeira ciência é que a mente do
homem “descobre as realidades das coisas e torna-se conhecedor
de suas peculiaridades e efeitos, e das qualidades e propriedades
dos seres” e “compreende o abstrato pela ajuda do concreto”.
Entretanto, sempre que uma afirmação é feita através da lente da
compreensão humana ela é por isso limitada, pois a compreensão
humana é limitada; e onde há limitação há possibilidades de erro; e
onde há erro, conflitos podem surgir. Por exemplo, atualmente
muitas pessoas estão convencidas de que acreditar em Deus seja
não-científico mas, como o esclarecimento humano progride, os
cientistas e filósofos do futuro não serão, nas palavras de ‘Abdu’lBahá, “negadores dos Profetas, ignorantes das suscetibilidades
espirituais, privados das graças celestiais e sem crença no
sobrenatural”.
(26 de dezembro de 1975, a um bahá’í)

49. A combinação de absoluta lealdade ao Manifestante de Deus
e Seus Ensinamentos, com a busca e o estudo inteligente dos
Ensinamentos e história da Fé que aqueles próprios Ensinamentos
prescrevem, é um poder particular a esta Dispensação. Nas
Dispensações do passado os crentes tenderam a dividirem-se em
dois grupos mutuamente antagônicos: aqueles que apegaram-se
cegamente à letra da Revelação e aqueles que questionaram e
34
duvidaram de tudo. Como todos os extremos, ambos podem
conduzir ao erro.
O amado Guardião escreveu que “A Fé Bahá’í... prescreve a
seus adeptos o dever primário de uma desprendida busca da
verdade...”. Os bahá’ís são exortados a seguir a Fé com inteligência
e discernimento. Inevitavelmente, crentes cometerão erros à medida
que se esforçam a elevarem-se a este grau de maturidade, e isto
requer paciência e humildade por parte de todos envolvidos, de
modo que tais questões não causem desunião e discórdia entre os
amigos.
(7 de outubro de 1980, a um bahá’í)

50. A Casa de Justiça sugere as questões levantadas em sua carta
possam ser melhor consideradas à Luz das afirmações nos Escritos
Bahá’ís que revelam o relacionamento entre a Revelação de
Bahá’u’lláh e o conhecimento adquirido como resultado de esforços
de aquisição de sabedoria. Bahá’u’lláh afirma que:
“Desvelado e aparente, este Injuriado tem, por todos os
tempos, proclamado ante a face de todos os povos do mundo
que aquilo servirá como a chave para descerrar as portas
das ciências, das artes, do conhecimento, do bem-estar, da
prosperidade e riqueza...”
É evidente que os Escritos Bahá’ís iluminam todas as áreas do
esforço humano e todas as disciplinas acadêmicas. Aqueles que
têm sido privilegiados em reconhecer a posição de Bahá’u’lláh
têm a graça de acessar a uma Revelação que lança Luz sobre
todos os aspectos de pensamento e investigação, e são exortados
a usar a compreensão que obtêm de sua imersão nos Escritos
Sagrados para o avanço dos interesses da Fé.
Aqueles crentes com a capacidade e oportunidade de assim o
fazer, têm sido repetidamente encorajados em sua busca de estudos
acadêmicos, através dos quais eles não apenas são preparados
35
para prestar muitos serviços necessários à Fé, como também são
providos com os meios para adquirir uma profunda introversão ao
significado e às implicações dos ensinamentos bahá’ís. Eles
descobrem também que as percepções obtidas de uma
compreensão mais profunda da Revelação de Bahá’u’lláh clarificam
as matérias de sua investigação acadêmica.
É útil rever várias das afirmações escritas por Shoghi Effendi
sobre este assunto. A um crente que havia completado avançados
estudos acadêmicos em um assunto relacionado aos Ensinamentos,
o Guardião escreveu, em uma carta escrita em seu nome:
“Espera-se que todos os estudantes bahá’ís sigam o nobre
exemplo que você estabeleceu diante deles e sejam,
doravante, levados a investigar e analisar os princípios da
Fé e a correlacioná-los aos aspectos modernos de filosofia
e ciência. Cada jovem bahá’í, inteligente e pesquisador, deve
sempre aproximar-se da Causa desta maneira, pois nela
reside a própria essência do princípio da independente
investigação da verdade.”
Quando ele foi informado do registro de um cientista na Fé, a
resposta apresentada na carta escrita em seu nome foi:
“Nós precisamos muito do elemento de pensamento
seguro, sensato, que uma mente cientificamente treinada tem
a oferecer. Quando tais poderes intelectuais são conectados
a profunda fé, um tremendo potencial de ensino é criado ...”
Seu secretário escreveu, em outra ocasião que:
“Shoghi Effendi tem exortado, durante anos, os bahá’ís
(que pediram seu conselho, e também em geral) a estudarem
história, economia, sociologia, etc, para que estejam
atualizados com os movimentos e pensamentos progressistas
que estão sendo propostos hoje em dia, e de modo que
eles possam correlacionar estes aos ensinamentos bahá’ís.
O que ele quer que os bahá’ís façam é estudar mais, não
36
menos. Quanto mais conhecimento geral, científico e outros
eles possuírem, melhor. De igual modo ele está
constantemente os exortando a estudarem realmente os
ensinamentos bahá’ís mais profundamente.”
No esforço simultâneo em perseguir seus estudos e pesquisar
profundamente os Ensinamentos Bahá’ís, os crentes são exortados
a manter uma viva consciência de que a Revelação de Bahá’u’lláh
é o padrão de verdade contra o qual todas as outras perspectivas
e conclusões devem ser medidas. Eles são exortados a serem
modestos quanto às suas realizações e terem sempre em mente a
afirmação de Bahá’u’lláh de que:
“O coração deve ser limpo das vãs palavras do homem,
e santificado de toda afeição terrena, para que possa
descobrir os preceitos ocultos da inspiração divina, e tornarse o tesouro dos mistérios do conhecimento divino.”
(19 de outubro de 1993, a um bahá’í)

37
3.2 CIÊNCIAS ÚTEIS
Dos Escritos de Bahá’u’lláh
51. É permissível estudar ciências e letras, mas aquelas ciências
que sejam úteis e contribuam para o progresso e o adiantamento
do povo. Assim foi decretado por Aquele que ordena, o
Sapientíssimo.
(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Bishárát - A décima-primeira Boa-Nova, p. 34)

Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá
52. O indivíduo deve, antes de engajar-se no estudo de qualquer
tema, perguntar-se quais são suas aplicações e que fruto e resultado
derivarão dele. Se for um ramo de conhecimento útil, isto é, se a
sociedade obtiver dele importantes benefícios, então ele certamente
deve persegui-lo de todo seu coração. Caso contrário, se ele
consistir de debates vazios, improfícuos, e de uma vã concatenação
de imaginações que não levam a resultado algum a não ser
mordacidade, por que devotar a vida a tais inúteis minuciosidades
e disputas?
(“O Segredo da Civilização Divina”, p. 125)

De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi
53. A escolha que fez para seu curso de estudo é certamente a
mais interessante e será de inestimável serviço em seu trabalho
pela Causa. Embora cada ramo de estudo terá algum interesse
para um bahá’í que esteja olhando como o espírito da Causa e da
38
nova era estão despertando as mentes, um estudo da condição da
sociedade mostrar-nos-á melhor as necessidades do mundo, e
então relacionarmos os Ensinamentos que podem desempenhar
em satisfazê-las.
(5 de janeiro de 1930, a um bahá’í)

54. Filosofia, como você estudará e mais tarde ensinará,
certamente não é uma das ciências que começam e terminam em
palavras. Isto quer dizer digressões infrutíferas em excessivas
minúcias da metafísica, não um ramo saudável do conhecimento
como a filosofia ...
A respeito de seus próprios estudos: ele o aconselharia a não
devotar muito de seu tempo ao lado abstrato da filosofia, mas sim
enfocá-lo por um ângulo mais histórico. Quanto a correlacionar
filosofia aos ensinamentos bahá’ís: este é um enorme trabalho do
qual os estudiosos no futuro podem se incumbir. Devemos nos
lembrar que não apenas os ensinamentos não estão totalmente
ainda traduzidos para o inglês, como não estão nem mesmo ainda
todos coletados. Muitas Epístolas importantes, que estão atualmente
em posse de pessoas, podem ainda vir à luz.
(15 de fevereiro de 1947, a um bahá’í)

De uma Carta Escrita em Nome da Casa Universal de Justiça
55. Em resposta à sua carta de... na qual solicita orientação sobre
a questão de profissões escolhidas considerando a afirmação de
Bahá’u’lláh relativa às ciências que começam por palavras e em
meras palavras terminam, e à busca de estudo em matemática pura
e nos clássicos, a Casa Universal de Justiça nos orientou a
compartilhar com vocês um excerto de uma carta a um bahá’í,
39
escrita em 1947 em nome do amado Guardião:
“Filosofia, como você estudará e mais tarde ensinará,
certamente não é uma das ciências que começam e terminam
em palavras. Isto quer dizer digressões infrutíferas em
excessivas minúcias da metafísica, não um ramo saudável
do conhecimento como a filosofia.”
Nestas palavras o Guardião enunciou o princípio geral. Voltando
ao exemplo específico da ciência de matemática pura, a referência
na Décima-Primeira Boa-Nova com respeito às ciências que são
lucrativas, que levam e conduzem a elevação da humanidade *,
devem ser colocadas no contexto do significado das ciências
conforme empregado pela Manifestação. O comentário de
Bahá’u’lláh sobre as ciências que começam e terminam em meras
palavras não se aplica ao estudo sistemático dos fenômenos
naturais, de modo a descobrir as leis de ordem do universo físico,
uma ordem que a matemática aspira a explorar. A matemática
pura, freqüentemente, tem aplicações em questões práticas, tais
como, por exemplo, a teoria de grupos ou o estudo de partículas
fundamentais.
Com respeito aos estudos clássicos, fomos instados a
compartilhar convosco o seguinte excerto de uma carta datada de
30 de Novembro de 1932, escrita em nome de Shoghi Effendi, a
um bahá’í que tinha perguntado sobre as habilidades de escrever
histórias e se tal ocupação seria classificada como aquelas “ciências
que começam e terminam em palavras”.
O que Bahá’u’lláh quis dizer em princípio com “ciências que
começam e terminam em palavras” são aqueles tratados e
comentários teológicos que obstruíam a mente humana ao invés
de ajudá-la a alcançar a verdade. Os estudantes que devotam a
sua vida aos seus estudos, mas não atingem nada.
Seguramente Bahá’u’lláh nunca pretendeu incluir escrever
contos em tal categoria; e taquigrafia e datilografia são ambos
*

Cf. “Epístolas de Bahá’u’lláh”, Rio de Janeiro: Editora Bahá’í, 1983, Bishárát, p. 34.

40
talentos muito úteis e necessários nas nossas vidas sociais e
econômicas atuais.
O que você pode e deve fazer, é usar as suas histórias para se
tornarem uma fonte de inspiração e guia para aqueles que as leiam.
Com tais meios a sua disposição, você pode espalhar o espírito e
os ensinamentos da Causa; você pode demonstrar os males que
existem na sociedade, tanto quanto a maneira em que possam ser
remediados. Se você possuir um talento real para a escrita deve
considerá-lo como sendo uma dádiva de Deus e empregar os seus
esforços para usá-lo para o melhoramento da sociedade.
A Casa de Justiça espera que você possa ser capaz de satisfazer
os seus amigos nestas questões e encorajá-los a se prepararem
para os seus serviços bahá’ís e para serem capazes de contribuir
para o bem-estar da humanidade.
(24 Maio de 1988, a um bahá’í)

41
3.3 ATITUDES DO ERUDITO
Dos Escritos de Bahá’u’lláh
56. Entre os homens há um que se tornou orgulhoso da própria
erudição e foi por isso impedido de reconhecer Meu Nome, o
Absoluto. Quando escuta os passos das sandálias que o seguem
ele se ensoberbece mais do que Ninrode. Dize: Ó rejeitado! Onde
habita ele agora? Por Deus, no fogo do inferno! Dize: Ó
assembléia de doutos da religião! Acaso não ouvis a voz
penetrante de Minha Pena Excelsa? Acaso não vedes este Sol
que brilha com esplendor refulgente sobre o Horizonte TodoGlorioso? Por quanto tempo adorareis os ídolos de vossas más
paixões? Abandonai vossos devaneios fúteis e volvei-vos a Deus,
o vosso Senhor Eterno.
(“O Kitáb-i-Aqdas”, parágrafo 141, p.29)

57. Mostrai tolerância e benevolência e amor uns para com os
outros. Se qualquer um dentre vós for incapaz de compreender
uma certa verdade, ou estiver se esforçando por apreendê-la,
mostrai um espírito de extrema gentileza e boa vontade ao
conversar com ele. Ajudai-o a ver e reconhecer a verdade, não
julgando que, no mínimo grau, lhe sejais superiores ou possuais
maiores dons.
(“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, seção V, p 18,)

58. Acautelai-vos para que não contendais com pessoa alguma;
antes, com modos bondosos e a mais convincente exortação,
esforçai-vos para tornar cada um consciente da verdade. Se vosso
ouvinte atender, terá atendido em seu próprio proveito, e se não,
42
afastai-vos dele e dirigi vossa face a sagrada Corte de Deus, sede
de resplandecente santidade.
Com ninguém disputeis sobre as coisas deste mundo e seus
assuntos, pois Deus os abandonou àqueles que a tais coisas se
afeiçoaram.
(“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, seção CXXVIII, p 175,)

59. Adverte, ó Salmán, aos bem-amados do Deus Uno e
Verdadeiro, que não vejam com os olhos demasiado críticos os
dizeres e os escritos dos homens. Que, antes, considerem esses
dizeres e escritos com mente aberta e em espírito de amorosa
simpatia. Aqueles homens, entretanto, que, neste Dia, foram
levados a atacar, em seus escritos inflamantes, os preceitos da
Causa de Deus, devem ser tratados de modo diferente. Incumbe
a todos os homens, cada um de acordo com a sua capacidade,
refutarem os argumentos dos que tem atacado a Fé de Deus. Assim
foi decretado por Aquele que é o Todo-Poderoso, o Onipotente.
(“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, seção CLIV, pp 204-205)

Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá
60. Bom comportamento e alto caráter moral deve figurar em
primeiro lugar, pois a não ser que o caráter seja treinado, a aquisição
de conhecimento provará somente ser prejudicial. O conhecimento
é louvável quando acoplado com conduta ética e um caráter íntegro
caso contrário é um veneno mortífero, um perigo pavoroso. Um
médico de caráter mal, que trai a confiança, pode trazer a morte e
se tornar a fonte de numerosas enfermidades e doenças.
(De uma Epístola traduzida do persa para o inglês)

43
De Cartas Escritas por ou em Nome da Casa Universal de
Justiça
61. ...os crentes devem reconhecer a importância da honestidade
e humildade intelectual. Nas dispensações do passado muitos erros
surgiram porque os crentes na Revelação de Deus foram ansiosos
demais para: abraçar a Mensagem Divina dentro de uma estrutura
com suas compreensões limitadas; definir doutrinas aonde a
definição era além de seus poderes; explicar os mistérios as quais
somente a sabedoria e a experiência de uma época posterior farão
mais compreensíveis; e sustentar que algo fosse verdade porque
parecia desejável e necessário. Tais acomodações com a verdade
essencial, tal orgulho intelectual, nós temos que evitar
escrupulosamente.
(27 de Maio de 1966, publicada em
“Wellspring of Guidance: Messages 1963-1968”.
Wilmette, Bahá’í Publishing Trust, 1976, pp. 87-88)

62. Enquanto se está estudando na escola ou na universidade, os
jovens bahá’ís, freqüentemente, se encontrarão numa posição
incomum e ligeiramente embaraçosa de se ter uma compreensão
mais profunda de um assunto do que os seus instrutores. Os
Ensinamentos de Bahá’u’lláh lançam luz em tantos aspectos da
vida humana e do conhecimento que um bahá’í se vê obrigado a
aprender, mais cedo do que os outros, a ponderar as informações
que lhe são dadas ao invés de aceitá-las cegamente. Um bahá’í
tem a vantagem da Revelação divina para esta Época, que brilha
como um holofote em tantos problemas que causam perplexidade
nos pensadores modernos; assim, ele tem que desenvolver a
habilidade de aprender tudo daqueles que o cercam, demonstrando
a humildade apropriada diante dos seus professores, mas sempre
44
referindo o que ele escuta aos ensinamentos bahá’ís, pois eles o
habilitarão a separar o ouro da escória do erro humano.
(10 de Junho de 1966, aos jovens bahá’ís de todos os países, publicada em
“Wellspring of Guidance: Messages 1963-1968”, pp. 95-96)

63. A Casa de Justiça concorda que seja da maior importância
para os crentes, e especialmente àqueles que detém posições de
responsabilidade na Ordem Administrativa, reagirem calmamente
e com mentes tolerantes e questionadoras aos pontos de vistas
que diferem dos seus, lembrando que todos os bahá’ís são nada
mais do que estudantes da Fé, se esforçando sempre a entender
os Ensinamentos mais claramente e aplicá-los mais fielmente, e
ninguém pode reivindicar ter um entendimento perfeito desta
Revelação. Ao mesmo tempo, todos os crentes, e os eruditos em
particular, devem lembrar as muitas advertências nos Escritos contra
a fomentação de discórdia entre os amigos. É o dever das
instituições da Fé de guardar a comunidade contra tais perigos...
Não pode ser negado que algumas das declarações que foram
feitas recentemente em nome da erudição bahá’í, por certos
indivíduos, têm demonstrado uma intemperança e uma falta de
apreço a muitos dos ensinamentos fundamentais da Fé, que
compreensivelmente chamariam atenção no seio dos crentes mais
tolerantes.
(18 de Julho de 1979, de uma carta escrita
em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

64. A Casa de Justiça sente que os eruditos bahá’ís devem
guardar-se contra as tentações do orgulho intelectual. ‘Abdu’lBahá advertiu aos amigos no Ocidente que seriam submetidos a
testes intelectuais, e o Guardião os lembrou desta advertência. Há
muitos aspectos do pensamento ocidental que foram exaltados à
uma posição de serem princípios incontestáveis na mente geral, e
45
que o tempo poderá demonstrar terem sido errados ou, pelo menos,
somente parcialmente verdadeiros. Qualquer bahá’í que ficar sob
a proeminência nos círculos acadêmicos, será exposto à influência
poderosa de tal tipo de pensamento. Um dos problemas dos tempos
modernos é o grau em que diferentes disciplinas se tornam
especializadas e isoladas uma das outras. Os pensadores são,
agora, enfrentados com o desafio de realizar uma síntese, ou pelo
menos uma correlação coerente, da vasta quantidade de
conhecimento que fora adquirido durante o último século. Os
bahá’ís tem que estar conscientes deste fator, da moderação e da
natureza toda abarcante desta Revelação...
Na aplicação das leis sociais da Fé, a maioria das dificuldades
pode ser vista surgindo não somente da aberta desobediência,
mas também das ações daqueles que, enquanto cuidadosos em
observar a letra da lei, tentam ir o mais longe possível, que a letra
da lei os permite, do espírito que se encontra no coração dela.
Uma tendência similar pode ser notada entre alguns estudiosos
bahá’ís. Os grandes avanços no conhecimento e no entendimento
no campo vital da erudição bahá’í serão feitos por aqueles que,
enquanto bem versados nos seus assuntos e aderindo aos princípios
da pesquisa, são também completamente imbuídos de amor a Fé
e da determinação de crescerem na compreensão dos ensinamentos
dEla.
(23 de Março de 1983, de uma carta escrita em nome da Casa Universal de
Justiça a um bahá’í)

46
3.4 ASSUNTOS DE METODOLOGIA
Dos Escritos de Bahá’u’lláh
65. Não pondereis o Livro de Deus com os padrões e ciências
correntes entre vós, pois o próprio Livro é a infalível Balança
estabelecida entre os homens. Nesta mais perfeita Balança se deve
ponderar tudo o que os povos e raças da terra possuam, e o peso
dEla se deve verificar Segundo o seu próprio padrão – se o apenas
soubésseis!
(“O Kitáb-i-Aqdas”, parágrafo 99, p.p.45-46)

66. Quando os olhos do povo oriental foram cativados pelas artes
e maravilhas do Ocidente, eles vagavam, desvairados, na selva
das causas materiais, inconscientes do Ser que é o Causador das
Causas e Seu Sustentáculo, enquanto aqueles homens que eram a
fonte do manancial da Sabedoria nunca negaram o Impulso motriz
atrás dessas causas, nem o Criador deles ou sua Origem. Teu
Senhor sabe, mas disso a maioria do povo não está ciente.
(“Epístolas de Bahá’u’lláh, Lawh-I-Hikmat”, p. 161)

Dos Pronunciamentos de ‘Abdu’l-Bahá
67. Há somente quatro métodos aceitos de compreensão: isto é,
as realidades das coisas são compreendidas por estes quatro
métodos.
O primeiro método é pelos sentidos: tudo o que os olhos, os
ouvidos, o gosto, o olfato e o tato percebem, é compreendido por
este método. É o método hoje considerado o mais perfeito pelos
47
filósofos europeus; dizem que o método principal para se adquirir
conhecimento é este, através dos sentidos; este método, eles o
acham supremo. É, no entanto, imperfeito, sujeito ao erro.
Tomemos, por exemplo, o maior de todos os sentidos, o poder da
visão... Segundo a visão, a Terra é imóvel enquanto o Sol se move,
e em muitos casos semelhantes há engano. Nela, pois, não
podemos confiar.
O segundo é o método do raciocínio, o qual foi o dos filósofos
antigos – sustentáculos que eram da sabedoria. É este o método
da compreensão. Eles provavam as coisas pelo raciocínio, aderiam
firmemente às provas lógicas; todos os seus argumentos são
argumentos de raciocínio. Não obstante isso, havia entre eles
grandes divergências, sendo muitas vezes contraditórias suas
opiniões. Até mesmo mudavam de idéias; isto é, durante vinte anos,
digamos, provavam eles a existência de uma coisa por argumentos
lógicos, e depois, também por argumentos lógicos, negavam-na.
Assim, Platão primeiro provou logicamente a imobilidade da Terra
e o movimento do Sol, e mais tarde, por argumentos lógicos, provou
ser o Sol o centro estacionário em volta do qual a Terra se movia...
Torna-se, pois, evidente ser imperfeito o método do raciocínio,
sendo isto provado pela divergência de opinião entre os filósofos
antigos, e por sua falta de estabilidade. Fosse perfeito esse método,
todos deveriam estar unidos em suas idéias e acordes em suas
opiniões.
O terceiro método é por tradição, ou seja, pelo texto das
Sagradas Escrituras, pois costuma-se dizer: “No Velho Testamento,
ou no Novo, Deus assim falou.” Tampouco é perfeito esse método,
porque as tradições são compreendidas pelo raciocínio. Já que o
próprio raciocínio é sujeito ao erro, como pode-se dizer que não
errará em interpretar o significado das tradições? É possível que
se engane; não se pode atingir a certeza. É este o método dos
teólogos. Tudo o que entendem do texto dos Livros é aquilo que
48
seu raciocínio deduz do texto, e não necessariamente a verdade
real, pois o raciocínio é como uma balança, enquanto os significados
contidos no texto dos Livros Sagrados são as coisas a ser pesadas.
Se a balança for inacurada, como será possível certificar-se do
peso?
Saibam, pois: o que está nas mãos dos homens, o que acreditam,
é sujeito ao erro. Se, a fim de provarem ou refutarem algo, eles
recorrerem à evidência derivada dos sentidos, este método, assim
como mostramos, não é perfeito; e é o mesmo caso das provas
intelectuais; tampouco são infalíveis as provas tradicionais. Não
há norma, portanto, nas mãos dos homens, da qual possam
depender.
A graça do Espírito Santo, porém, dá o verdadeiro método de
compreensão – método este que é infalível e indubitável. Isso é
através do amparo do Espírito Santo que vem ao homem, e é
nesta condição somente que se pode atingir a certeza.
(“Respostas a Algumas Perguntas”, pp. 238-239)

De Cartas Escritas em Nome da Casa Universal de Justiça
68. A preocupação manifestada foi que muitos dos amigos,
afirmando que há somente um ponto de vista “correto” da história
e dos ensinamentos da Fé, reagem de modo crítico a diferentes
pontos de vista. Este assunto já foi abordado em declarações feitas
pela própria Casa Universal de Justiça, por exemplo, àquelas
contidas nas páginas 88-89 da “Wellspring of Guidance”. Como
demonstra na sua carta, a Revelação divina é infalível e procede
de um conhecimento que abarca toda a Verdade, mas quando os
indivíduos bahá’ís tentam aplicar os Textos Sagrados a um problema
ou situação específico eles o fazem usando as suas próprias mentes
que são de uma compreensão limitada. Assim, justamente como
49
as pessoas podem divergir umas das outras no seu uso do raciocínio
em fazer deduções baseadas nas evidências disponíveis, elas
podem também divergir no seu entendimento e na aplicação de
um trecho da Revelação divina. O princípio bahá’í de harmonia
entre a ciência e a religião exige, conforme você tem dito, que um
estudioso bahá’í deve usar a sua inteligência para chegar a uma
solução de um problema específico se existir um conflito aparente
entre um Texto Sagrado e outras evidências; e também, ele deve
aceitar o fato de que alguns problemas poderão desafiar a sua
compreensão...
Ao transmitir os comentários do Departamento de Pesquisas
sobre o... Seminário* a Casa de Justiça não pretendeu inferir que
há somente uma metodologia válida para os historiadores bahá’ís
seguirem. A Casa de Justiça meramente desejou alertar os
estudiosos bahá’ís aos perigos que são inerentes nos caminhos
que alguns deles estão trilhando presentemente. A pesquisa histórica
é, em grande medida, uma questão de avaliar evidências e deduzir
probabilidades. A evidência histórica, além disso, é sempre
fragmentária, e também pode ser acidentalmente errônea ou mesmo
intencionalmente fabricada. A Casa de Justiça reconhece que você
esteja completamente cônscio deste fato, mas enfatiza o ponto
porque não vê como um historiador bahá’í possa, com toda
honestidade, alegar ser um crente fiel pôr um lado, e por outro
lado desafiar, nos seus escritos, a veracidade e a honra das Figuras
Centrais da Fé ou do seu Guardião.
O fato de que a Fé, conforme declara o Guardião, “imponha
nos seus seguidores o dever primário de uma busca desimpedida
da verdade”, deve tranqüilizar qualquer aspirante a historiador
*
“O Desafio e a Promessa da Aquisição de Sabedoria Bahá’í (The Challenge and Promise
of Bahá’í Scholarship)”, preparada pelo Departamento de Pesquisas. Conforme publicado
em “The Bahá’í World” (Haifa: Bahá’í World Center, 1981), vol. XVII, pp. 195-196,
este texto foi inadvertidamente atribuído a Casa Universal de Justiça.

50
bahá’í, que não possa existir qualquer questão que distorça a
história nos assim chamados “interesses” da Fé. Ao contrário, a
combinação de fé profunda e liberdade de pensamento é um dos
grandes arrimos da religião bahá’í. Coloca, porém, uma grande
responsabilidade nos historiadores bahá’ís a expressarem os seus
pontos de vistas e conclusões com moderação e a devida
humildade. Nesta conexão, uma das Epístolas de Bahá’u’lláh
declara:
“Vós tens escrito que um dos amigos tem composto um
tratado. Este fato foi mencionado na Presença Sagrada, e o
que segue foi revelado como resposta: Grande cuidado deve
ser exercido para que o que for escrito nestes dias não cause
dissensão e convide a objeção do povo. O que quer que
disserem os amigos do único Deus verdadeiro neste dias é
escutado pelo povo do mundo. Tem sido revelado no Lawhi-Hikmat: ‘Os descrentes têm inclinado a Nós os ouvidos a
fim de ouvirem os que os possa capacitar a cavilar de Deus,
o Amparo no Perigo, o Subsistente por Si próprio.’ O que
quer que seja escrito não deve transgredir os limites do tato
e da sabedoria, e dentro das palavras ali usadas deve jazer
a propriedade do leite, para que as crianças do mundo
possam ser com isso nutridas, e atingir a maturidade. Temos
dito no passado que uma palavra tem a influência da
primavera e faz com que os corações fiquem frescos e
verdejantes, enquanto uma outra é como se fosse a mangra*
que faz com que o desabrochar e as flores murchem. Deus
permita que os autores entre os amigos escrevam de tal
maneira que seja aceitável às almas de mente justa, e não
levem a cavilação pelo povo.”
(18 de Julho de 1979, a um bahá’í)
*uma influência maligna. N.T.

51
69. A Casa de Justiça esperava que a publicação da declaração*
estimulasse o diálogo entre os estudiosos bahá’ís e os encorajasse
a examinar mais profundamente todos os aspectos do seu trabalho,
e o efeito que este tem nas platéias bahá’ís e não-bahá’ís. O objetivo
não foi de instruir os estudiosos a abandonarem qualquer
metodologia específica mas de adverti-los dos perigos de tomar
por certo as conjecturas, a priori, dos eruditos modernos nãobahá’ís e de permitir que o seu pensamento e entendimento da Fé
seja limitado pelos critérios que eles mesmos, como bahá’ís,
saberiam estar errados. Foi também a esperança da Casa de Justiça
que os eruditos bahá’ís reconheceriam o significado da maneira
em que se expressem, e que se resguardariam contra o uso da
linguagem orgulhosa e desprezadora com que alguns têm
publicamente referidos aos seus colegas de crença que, entretanto,
tentavam devotadamente a servir a Fé de Deus.
(8 de Outubro de 1980, a um bahá’í)

70. De sua carta, a Casa de Justiça entende que você deseja achar
meios de comunicar as verdades espirituais em maneiras lógicas e
de demonstrar a validade das mesmas através de provas científicas.
Não podem existir objeções para tal atitude. O próprio ‘Abdu’lBahá utilizou tal método. O perigo que os eruditos bahá’ís devem
evitar é a distorção da verdade religiosa, às vezes quase a força,
para fazê-la conformar com as compreensões e percepções atuais
no mundo científico. Os verdadeiros eruditos bahá’ís devem
precaver-se contra esta prática. Numa carta a uma Assembléia
Espiritual Nacional datada de 21 de julho de 1968, a Casa de
Justiça escreveu:
“Enquanto poderá freqüentemente ser considerado sábio
aproximar-se de indivíduos ou de uma platéia partindo de um ponto
*

Ibid ao ítem 68

52
de vista do conhecimento atual, nunca deve ser negligenciado que
a Revelação da Manifestação de Deus é o padrão para todo o
conhecimento, e as declarações e teorias científicas,
independentemente de quão perto eles possam chegar aos
princípios eternos proclamados pelo Mensageiro de Deus, são na
sua própria natureza efêmeras e limitadas. Do mesmo modo, a
tentativa de tornar a Fé Bahá’í relevante à sociedade moderna é
de incorrer no risco grave de comprometer as verdades fundamentais
de nossa Fé no esforço de fazê-la conformar-se com as teorias e
práticas atuais.”
(7 de Junho de 1983, a um bahá’í)

71. A preocupação principal da Casa Universal de Justiça é sobre
o preconceito metodológico e o tom de discordância que decorrem
dos trabalhos de certos autores. A impressão dada é de que, ao
tentar alcançar o que entendem ser objetividade acadêmica, tem
inadvertidamente lançado a Fé num molde que é essencialmente
alheio à sua natureza, não levando em conta as forças espirituais
que os bahá’ís vêem como sendo o fundamento dEla.
Presumivelmente a justificação oferecida para esta abordagem seria
que a maioria dos estudiosos da religião comparativa está
essencialmente interessada nos fenômenos discerníveis, eventos
observáveis e assuntos práticos e está acostumada a tratar o seu
assunto sob um ponto de vista ocidental, senão cristão. Esta
abordagem, embora compreensível, é completamente impossível
para um bahá’í, porque ignora o fato de que a nossa visão do
mundo inclui a dimensão espiritual como um componente
indispensável para a consistência e coerência, e não convém a um
bahá’í escrever... sobre a sua Fé como se ele a olhasse de dentro
das normas de humanismo ou materialismo.
Em outras palavras, somos apresentados, em tais artigos,
através da visão de bahá’ís tentando escrever como se fossem
53
não-bahá’ís. Este fato leva estes autores a tirar conclusões e fazer
implicações que estejam em conflito com os ensinamentos bahá’ís
e com a realidade da Fé. Um bom autor bahá’í, quando escrever
para tal tipo de publicação, deve ser completamente capaz de
adotar um tom calmamente neutro e expositivo, sem cair na
armadilha de distorcer a imagem através de adotar o que seja, em
essência, uma postura materialista e localizada.
(4 de Outubro de 1994, a uma Assembléia Espiritual Nacional)

54
3.5 O CONVÊNIO
De Cartas Escritas por ou em Nome de Shoghi Effendi
72. Com respeito aos tipos de estudos que você possa seguir:... a
Causa é tal que podemos servi-la independentemente, qual seja a
nossa profissão. A única necessidade é que estejamos
espiritualmente focados e não sejamos guiados por considerações
meramente materiais. Nós, também, não devemos deixar que os
nossos estudos nos detenham de aprofundar o nosso conhecimento
da literatura da Causa.
(9 de Novembro de 1931, de uma carta escrita
em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í)

73. Nos seus esforços a alcançar este propósito, devem estudar
por si próprios, conscientemente e diligentemente a literatura da
sua Fé e se aprofundar nos seus ensinamentos, assimilar as suas
leis e princípios, refletir sobre as suas admoestações, princípios e
propósitos, consignar à memória certas de suas exortações e
orações, dominar as essências de sua administração, e se manter
a par de suas questões atuais e progressos recentes. Eles devem
se esforçar a obter, de fontes que sejam autorizadas e imparciais,
um conhecimento sólido da história e princípios do islamismo – a
fonte percussora da sua Fé – e se aproximar com reverência e
com uma mente purificada de idéias preconcebidas do estudo do
Alcorão que, independente das escrituras sagradas das Revelações
Bábí e Bahá’í, constitui o único Livro que pode ser considerado
como um repositório absolutamente autenticado da Palavra de
Deus. Devem devotar atenção especial a investigação daquelas
instituições e circunstâncias que são diretamente conectadas com
55
a origem e o nascimento da sua Fé, com a posição reivindicada
por seu Precursor, e com as leis reveladas por seu Autor.
(25 de Dezembro de 1938, por Shoghi Effendi aos bahá’ís do Ocidente, publicada
no “O Advento da Justiça Divina”, Editora Bahá’í do Brasil, Rio de Janeiro,
1977, p. 49)

74. O Guardião sente que um conhecimento sólido da história,
incluindo a história religiosa, e também de assuntos sociais e
econômicos, será de grande ajuda no ensino da Causa para
pessoas inteligentes; com respeito a quais assuntos dentro da Fé
você deve se concentrar, ele sente que os jovens bahá’ís devem
ganhar um domínio de tais livros como “Seleção dos Escritos de
Bahá’u’lláh”, “Os Rompedores da Alvorada”, “Que Brilhe o Sol”,
“O Kitáb-i-Iqán”, “Respostas a Algumas Perguntas” e as Epístolas
mais importantes. Todos os aspectos da Fé devem ser estudados
profundamente – e... eles precisam saber mais sobre a
Administração.
(4 de Maio de 1946, em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í)

75. Parece que o que precisamos agora é um esforço de aquisição
de sabedoria bahá’í mais profundo e coordenado de modo a atrair
tais tipos de homens que você está contatando. O mundo – pelo
menos o mundo pensante – tem assimilado todos os grandes e
universais princípios proclamados por Bahá’u’lláh, há mais de 70
anos atrás, e assim, logicamente, não parece como “novidade”
para eles. Mas sabemos que os ensinamentos mais profundos, a
capacidade da Sua Ordem Mundial projetada para recriar a
sociedade, são novas e dinâmicas. São estes que devemos
aprender de modo a apresentá-los inteligentemente e com encanto
a tais homens!
(3 de Julho de 1949, em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í)

56
76. Ele ficou muito satisfeito ao ouvir que você faz muitas palestras
para a Causa; este é um campo de serviço muito importante e um
em que deve-se devotar o tanto quanto possível de tempo. O
público tem que ouvir sobre a Fé, e novas maneiras e meios devem
ser inventados para trazê-la a sua atenção. Ele também o estimula
a estudar os próprios ensinamentos mais profundamente. A
aquisição de sabedoria bahá’í é realmente uma necessidade maior
do que a erudição mundana, pois uma é espiritual, e a outra é mais
ou menos transitória. Pode haver uma real deficiência na fé de
pessoas que conhecem os ensinamentos completamente,
especialmente as suas verdades mais profundas, contudo, podem
ensinar as almas corretamente e assentar uma fundação permanente,
que os testes e provocações não conseguem derrubar.
(27 de Agosto de 1951, em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í)

Das Comunicações da Casa Universal de Justiça
77. No campo da aquisição de sabedoria bahá’í achamos que
seja mais importante não sufocar o desenvolvimento dos eruditos
bahá’ís com uma atitude de censura ou de crítica desmedida.
Acreditamos que ambos, o Centro Internacional de Ensino e o
Corpo de Conselheiros podem prestar serviços valiosos nesta área
através de encorajamento aos iniciantes eruditos e de promover,
dentro da comunidade bahá’í, uma atmosfera de tolerância para
os pontos de vista dos outros. Ao mesmo tempo, o núcleo
fundamental da Fé dos crentes deve ser fortalecido através de
uma consciência crescente da verdade primordial e a importância
vital do Convênio, e um amor sempre crescente por Bahá’u’lláh.
(10 de Fevereiro de 1981, memorando da Casa Universal de Justiça
ao Centro Internacional de Ensino)

57
78. Não pode haver dúvida que o progresso da Causa, de agora
em diante, será caracterizado por um crescente relacionamento
com as agências, atividades, instituições e líderes individuais do
mundo não-bahá’í. Iremos alcançar ainda maior desenvolvimento
nas Nações Unidas, tornando-nos mais conhecidos nas
deliberações dos governos, uma figura familiar junto aos veículos
de divulgação, um assunto de interesse para acadêmicos e,
inevitavelmente, a inveja de instituições decadentes. Nossa
preparação para e em resposta a essa situação deve ser um
aprofundamento contínuo em nossa Fé, uma adesão inabalável
aos seus princípios de não envolvimento em política partidária e
isenção de preconceitos, e, acima de tudo, um entendimento
crescente de suas verdades fundamentais e relevância para o
mundo moderno.
(Ridván de 1984, aos bahá’ís do Mundo)

58
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  • 2.
  • 4. II
  • 5. Aquisição de Sabedoria EXCERTOS DOS ESCRITOS DE BAHÁ’U’LLÁH, ‘ABDU’L-BAHÁ E DAS CARTAS DE SHOGHI EFFENDI E DA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA SOBRE ERUDIÇÃO Uma compilação preparada pelo Departamento de Pesquisa da Casa Universal de Justiça III
  • 6. Título Original: Scholarship © 2004 Todos os direitos reservados: Editora Bahá’í do Brasil C.P. 198 13800-970 - Mogi Mirim - SP www.bahai.org.br/editora ISBN: 85-320-0093-2 1ª. EDIÇÃO: 2004 Tradução: Rubens Dantas e Robert Lowe (Exceto trechos já publicados em língua portuguesa) Capa: Gustavo Pallone de Figueiredo Impressão: R. Vieira Gráfica e Editora Ltda, Campinas-SP IV
  • 7. Índice 1. O Status da Erudição 1.1 A Importância do Conhecimento e da Erudição 1.2 Características do “Verdadeiro Erudito” 1.3 O Objetivo da “Erudição Bahá’í” 1.4 Apreciação da Erudição 2. Funções da Erudição Bahá’í 1.1 Promoção do Bem-Estar Humano 1.2 Defesa da Fé 1.3 Expansão e Consolidação da Comunidade Bahá’í 1.4 Contribuição para o Desenvolvimento da Erudição 3. Princípios e Orientações Gerais 3.1 Fundamento Espiritual 3.2 Ciências “Úteis” 3.3 Atitudes do Estudioso 3.4 Resultados Metodológicos 3.5 O Convênio V
  • 8. VI
  • 9. É desejo da Casa de Justiça que o estudo desta compilação sirva de estímulo e de guia no posterior desenvolvimento da aquisição de sabedoria bahá’í e que características inigualáveis deste aspecto vital de atividade bahá’í sejam clarificadas através da leitura cuidadosa de seu conteúdo. A Casa de Justiça exorta os membros da comunidade do Maior Nome, jovens e velhos, homens ou mulheres, a esforçarem-se em desenvolver e oferecer à humanidade um novo modelo de atividade estudiosa apresentada ao longo das linhas nesta compilação, animada pelo espírito de investigação dos ilimitados significados dos Ensinamentos Divinos. Este empenho de aquisição de sabedoria deve ser caracterizado pela acolhida que oferece a todos aqueles que nele desejam envolver-se, cada um à sua maneira, pelo encorajamento e cooperação mútuos entre os seus participantes e pelo respeito conferido à notável proeza e empreendimento eminente. O espírito e o acesso devem estar bem distantes da arrogância, disputa e exclusivismo que muito freqüentemente macularam o nome de erudição na sociedade mais ampla e criaram barreiras a um desenvolvimento saudável desta atividade meritória. Departamento de Secretariado da Casa Universal de Justiça VII
  • 10.
  • 11. 1.O STATUS DA ERUDIÇÃO 1.1 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO E DA ERUDIÇÃO Dos Escritos de Bahá’u’lláh 1. O conhecimento é uma das admiráveis dádivas de Deus. Incumbe a sua aquisição. Tais artes e meios materiais que estão agora manifestos foram conseguidos em virtude do Seu conhecimento e Sua sabedoria, os quais Sua mais exaltada Pena tem revelado em Epístolas – uma Pena de cujo tesouro se manifestam pérolas de sabedoria e de palavras expressas, e as artes e ofícios do mundo. (“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Rio de Janeiro: Editora Bahá’í, 1983, p.48) 2. O conhecimento é como asas para a vida do homem; é como uma escada pela qual ele possa ascender. Incumbe a cada um adquiri-lo. O conhecimento deve ser adquirido, porem, de tais ciências que possam prestar benefícios aos povos da terra, e não daquelas que por meras palavras começam e assim também terminam. Grande, verdadeiramente, é a prerrogativa dos cientistas 1
  • 12. e dos artífices entre os povos do mundo... Na realidade, o conhecimento é um verdadeiro tesouro para o homem, e para ele uma fonte de glória, de graça, de júbilo e exaltação, de alegria e contentamento... Assim se expressou a Língua da Grandeza nesta, a Maior Prisão. (“Epístolas de Bahá’u’lláh”, p. 62) Dos Escritos e Elocuções de ‘Abdu’l-Bahá 3. Fazei todo esforço para adquirir o conhecimento avançado do dia e forçai cada nervo para levar avante a civilização divina... Incluídas deverão estar a promoção das artes, a descoberta de novas maravilhas, a expansão do comércio e o desenvolvimento da indústria. Devem ser encorajados também os métodos de civilização e o embelezamento do país; e também ser incutida a absoluta obediência ao governo e a total abstenção de qualquer traço de sedição. (De uma Epístola, traduzida do persa para o inglês) 4. ...solicito aos amigos, com a máxima urgência, que façam todo esforço, tanto quanto dentro de sua competência, ao longo destas linhas. Quanto mais se esforçarem para ampliar o âmbito do seu conhecimento, melhor e mais gratificante será o resultado. Que os amados de Deus, quer jovens ou velhos, quer homens ou mulheres, cada um de acordo com suas capacidades, coloquem-se em ação e não poupem esforços para adquirir os vários ramos atuais de conhecimento, tanto espirituais como seculares, e das artes. (De uma Epístola, traduzida do árabe para o inglês) 5. Todas as bênçãos são divinas em origem, mas nenhuma pode ser comparada com este poder de investigação e pesquisa 2
  • 13. intelectual que é uma dádiva eterna, produzindo frutos de interminável deleite. O homem está sempre participando destes frutos. Todas as outras bênçãos são temporárias; esta é uma possessão eterna. Mesmo a soberania tem as suas limitações e queda; esta, é um reinado e domínio que ninguém pode usurpar ou destruir. Em resumo, é uma bênção eterna e uma dádiva divina, a suprema doação de Deus ao homem. Por conseguinte, deveis oferecer os vossos mais sérios esforços para a aquisição da ciência e das artes. Quanto maior a sua aquisição, mais alto o seu padrão no propósito divino. O homem de ciência é perceptivo e dotado de visão, ao passo que aquele que é ignorante e negligente com este desenvolvimento é cego. A mente que investiga é atenta, viva; a mente insensível e indiferente é surda e morta. Um cientista é um verdadeiro expoente e representante da humanidade, pois através de processos de raciocínio e pesquisa indutivos, ele é informado de tudo que se refere à humanidade, sua posição, condições e acontecimentos. Ele estuda o corpo político humano, compreende os problemas sociais e tece a trama e a textura da civilização. De fato, a ciência pode ser comparada a um espelho no qual as infinitas formas e imagens de coisas existentes são reveladas e refletidas. É o próprio alicerce de todo o desenvolvimento individual e nacional. Sem esta base de investigação, o aperfeiçoamento é impossível. Por conseguinte, procurai com esforço diligente o conhecimento e obtenção de tudo o que se encontra dentro do poder desta dádiva maravilhosa. (“The Promulgation of Universal Peace: Palestras feitas por ‘Abdu’l-Bahá, durante Sua visita aos Estados Unidos e Canadá em 1912”, Wilmette: Bahá’í Publishing Trust, 1982, p. 50) 3
  • 14. De uma Carta Escrita em Nome de Shoghi Effendi 6. ...Bahá’u’lláh considerava a educação um dos fatores mais fundamentais de uma verdadeira civilização. Esta educação, todavia, a fim de ser adequada e frutífera, deve ser abrangente por natureza e deve levar em consideração não apenas os lados físicos e intelectuais do homem, mas também seus aspectos espirituais e éticos. (9 de julho de 1931, a um bahá’í) 4
  • 15. 1.2 CARACTERÍSTICAS DO “VERDADEIRO ERUDITO” Dos Escritos de Bahá’u’lláh 7. Felizes sois, ó doutos em Bahá. Por Deus! Sois os vagalhões do Mais Pujante Oceano, as estrelas do firmamento da Glória, os estandartes do triunfo tremulando entre a terra e o céu. Sois as manifestações da firmeza entre os homens e as alvoradas da Elocução Divina para todos na terra. (“O Kitáb-i-Aqdas”, São Paulo, Editora Bahá’í do Brasil, 1995, parágrafo 173, p.65) 8. Diz o Grande Ser: O homem de consumada erudição e o sábio dotado de sabedoria penetrante são os dois olhos para o corpo da humanidade. Queira Deus, a terra jamais se verá privada destas duas maiores dádivas. (“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Maqsúd, p. 190) 9. Ó tu insensato! Sabe tu que é verdadeiramente erudito, aquele que reconheceu Minha Revelação, sorveu do Oceano de Meu conhecimento, se elevou na atmosfera de Meu amor, renunciou a todos, senão a Mim, e se segurou firmemente àquilo que se fez descer do Reino de Minhas admiráveis palavras. Ele, em verdade, é assim mesmo como olhos para o gênero humano e como o espírito da vida para o corpo de toda a criação. Glorificado seja o TodoMisericordioso que o tem esclarecido e o feito levantar-se e servir Sua grande e poderosa Causa. Tal homem é, deveras abençoado pela Assembléia no alto e por aqueles que habitam dentro do Tabernáculo da Grandeza, que em Meu Nome, o Onipotente, o Todo-Poderoso, têm sorvido de Meu Vinho lacrado. (“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Burhán, p. 228) 5
  • 16. 10. Pondera tu: se alguém no dia da Revelação de Deus, não tiver podido atingir a graça da “Presença Divina” e reconhecer Seu Manifestante – ainda que tenha dedicado um tempo desmedido à busca do saber e adquirido toda a limitada erudição material dos homens – como poderá tal pessoa ser com justiça chamada de sábia? É claro, certamente, que se não pode, em absoluto, considerá-la possuidora do verdadeiro conhecimento, enquanto o mais iletrado de todos os homens, se for honrado com esta suprema distinção, será contado, em verdade, entre aqueles homens que possuem a erudição divina, cujo conhecimento vem de Deus; pois tal homem atingiu o ápice do saber e alcançou o pináculo da erudição. (“O Kitáb-i-Íqán”, Rio de Janeiro, Editora Bahá’í do Brasil, 1977, p. 91) Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá 11. ...existem aqueles homens de conhecimento famosos e talentosos, possuidores de qualidades louváveis e de uma vasta erudição, que se prendam ao apoio forte do temor a Deus e mantêm-se nos caminhos da salvação. No espelho de suas mentes as formas da realidade transcendente são refletidas e a lâmpada de sua visão interior deriva sua luz do sol do conhecimento universal. Noite e dia, eles estão ocupados com meticulosa pesquisa em tais ciências que são proveitosas para a humanidade e dedicam-se à instrução de estudantes de capacidade. É certo que pelo seu critério de discernimento os tesouros ofertados pelos reis não se comparariam a uma única gota das águas do conhecimento, e montanhas de ouro e prata não poderiam ter mais valor do que a resolução bem sucedida de um problema difícil. Para eles, os deleites que jazem ao lado de fora de seu trabalho constituem somente brinquedos para crianças, e a carga enfadonha das posses 6
  • 17. desnecessárias são benéficas somente para os ignorantes e os vis. Contentes como os pássaros, eles rendem graças por um punhado de sementes, e a canção da sua sabedoria deslumbra as mentes dos mais sábios do mundo... ... a felicidade e a grandeza, a posição e o status, a satisfação e a paz de um indivíduo nunca consistiram em sua riqueza pessoal, mas, pelo contrario, em seu caráter excelente, sua elevada determinação, a extensão de sua erudição e sua habilidade para solucionar problemas difíceis... Para cada coisa, entretanto, Deus tem criado um sinal e símbolo, e estabelecido padrões e testes pelos quais ela pode ser conhecida. Os espiritualmente sábios devem se caracterizar por ambas perfeições, interior e exterior; eles devem possuir um bom caráter, uma natureza iluminada, uma intenção pura, bem como poder intelectual, radiância e discernimento, intuição, prudência e presciência, temperança, reverência e um sincero temor a Deus. Pois uma vela apagada, por maior que seja em diâmetro e altura, não é melhor que uma palmeira estéril ou uma estaca de madeira morta... Uma autorizada Tradição afirma: “Quanto àquele que é um dos instruídos*: ele deve proteger-se, defender sua fé, obstar suas paixões e obedecer aos mandamentos de seu Senhor. É, por conseguinte, a obrigação das pessoas guiarem-se por ele.” (“O Segredo da Civilização Divina”, Mogi Mirim: Editora Bahá’í do Brasil, 2003, p. 26-27, 29 e 40-41) ‘Ulamá, do árabe ‘alima, a saber, pode ser traduzido como homem erudito, cientista, autoridade religiosa. * 7
  • 18. De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi 12. Com respeito à pergunta se bahá’ís devem ser versados em diferentes ciências e campos de estudo, Shoghi Effendi me pede para informar-lhe que tanto Bahá’u’lláh como ‘Abdu’l-Bahá deram uma posição muita elevada aos homens de cultura e conhecimento e Bahá’u’lláh diz numa de Suas Epístolas que incumbe a todos os bahá’ís mostrar respeito a essas pessoas. Além disso não há qualquer dúvida que a familiaridade com diferentes ramos de estudo amplia nosso ponto de vista, e então podemos compreender e nos dar conta do significado do Movimento Bahá’í e, dos seus princípios, em um grau muito maior. (14 de dezembro de 1924, a um bahá’í) 13. A Causa precisa de mais estudiosos bahá’ís, pessoas que não apenas sejam a ela devotados e nela acreditem e estejam ansiosas por falar aos outros sobre ela, mas que também tenham um profundo domínio dos Ensinamentos e seu significado, e que possam correlacionar suas crenças aos atuais pensamentos e problemas dos povos do mundo. (21 de outubro de 1943, a um bahá’í) 8
  • 19. 1.3 O OBJETIVO DA “ERUDIÇÃO BAHÁ’Í” De uma Carta Escrita em Nome da Casa Universal de Justiça 14. Neste estágio inicial do desenvolvimento da Fé, não seria proveitoso sugerir uma definição altamente restritiva do termo “Erudição Bahá’í”. Numa carta escrita em nome da Casa de Justiça a uma Associação para Estudos Bahá’ís, recentemente, afirma-se que: A Casa de Justiça lhes recomenda que não tentem definir de maneira muito limitada a forma que a erudição bahá’í deve assumir, ou o enfoque que os estudiosos devam adotar. Preferivelmente, devem esforçar-se para desenvolver dentro de sua Associação o respeito a uma ampla extensão de abordagens e tentativas. Sem dúvida haverá alguns bahá’ís que desejarão trabalhar isoladamente, enquanto outros desejarão consultar e colaborar com aqueles que tenham interesses similares. Seu objetivo deve ser promover uma atmosfera de respeito e tolerância mútuos dentro da qual serão incluídos os estudiosos cujo principal interesse sejam temas teológicos, bem como aqueles estudiosos cujo interesse esteja em relacionar os discernimentos proporcionados pelos ensinamentos bahá’ís ao pensamento contemporâneo nas artes e ciências. Uma diversidade semelhante deve caracterizar os esforços perseguidos pelos estudiosos bahá’ís, acomodando seus interesses e habilidades como também as necessidades da Fé. O rumo dos acontecimentos no mundo, o desenvolvimento de novas tendências de pensamento e a extensão do trabalho de ensino tendem todos a realçar áreas atrativas e benéficas para as quais os eruditos 9
  • 20. bahá’ís podem bem direcionar sua atenção. Da mesma maneira, a expansão das atividades da Comunidade Internacional Bahá’í no seu relacionamento com as agências das Nações Unidas e outros organismos internacionais cria oportunidades atrativas para os eruditos darem uma contribuição direta e altamente valiosa à intensificação do prestígio da Fé e à sua proclamação dentro de uma influente e receptiva camada da sociedade. À medida que a comunidade bahá’í continua a emergir inexoravelmente da obscuridade, ela será confrontada pelos inimigos, tanto de dentro como de fora, cujo objetivo será difamar e deturpar seus princípios a fim de que seus admiradores possam se desiludir e a fé dos seus adeptos possa ser abalada; os eruditos bahá’ís têm um papel vital a desempenhar na defesa da Fé, através de sua colaboração com as medidas preventivas e de sua resposta às acusações difamatórias dirigidas contra a Fé. Assim, deveria haver lugar, dentro do âmbito da erudição bahá’í, para acomodar não apenas aqueles que estão interessados nos temas teológicos e nas origens históricas da Fé, mas também os que estão interessados em relacionar os ensinamentos bahá’ís ao seu campo de interesse acadêmico ou profissional, bem como aqueles crentes que possam carecer de qualificações acadêmicas formais, mas que tenham adquirido, através do estudo perceptivo dos Ensinamentos, discernimentos que sejam de interesse para os outros... A Casa de Justiça deseja evitar o uso dos termos “erudição bahá’í” e “eruditos bahá’ís”, num sentido exclusivo que estabeleceria efetivamente uma demarcação entre aqueles admitidos a esta categoria e aqueles negados a seu acesso. É claro que esses termos são relativos e que aquilo que é um meritório esforço de aquisição de sabedoria por um bahá’í, quando comparado às atividades daqueles com quem ele está em contato, pode bem ser considerado como de significância imensamente 10
  • 21. inferior se comparado às realizações dos eruditos eminentes que a Fé tem produzido. A Casa de Justiça busca a criação de uma comunidade bahá’í na qual os membros encorajem uns aos outros, onde haja respeito por realização e um entendimento comum de que cada um está, de sua própria maneira, procurando adquirir uma compreensão mais profunda da Revelação de Bahá’u’lláh e contribuir para o progresso da Fé. (19 de outubro de 1993, a um bahá’í) 11
  • 22. 1.4 AVALIAÇÃO DA ERUDIÇÃO BAHÁ’Í Dos Escritos de Bahá’u’lláh 15. Respeitai os sacerdotes e sábios entre vós, aqueles cuja conduta esteja em harmonia com aquilo que professam, que não transgridam os limites impostos por Deus, cujos julgamentos estejam em conformidade com Seus preceitos, assim como revelados em Seu Livro. Sabei vós que eles são as lâmpadas guias para os habitantes dos céus e da terra. Os que desprezam e desatendem os sacerdotes e sábios que vivem entre eles, tem, em verdade, alterado o favor que Deus lhes concedeu. (“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, LXVI) 16. Ó povo de Deus! Homens retos de erudição que se dedicam à orientação dos outros e estão bem protegidos e isentos das insinuações de uma natureza inferior e cobiçosa, são - aos olhos dAquele que é o Desejo do mundo - estrelas do céu do verdadeiro conhecimento. É essencial tratá-los com deferência. Eles são, em verdade, fontes de água que suavemente flui, estrelas que brilham, resplandecentes, como frutos da Árvore abençoada, expoentes do poder do céu, e oceanos de sabedoria celestial. Feliz quem os segue. Em verdade, essa alma se inclui no número dos bemaventurados, no Livro de Deus, o Senhor do poderoso Trono. (“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Dunyá, p. 109-110) 17. Acautelai-vos, ó Meus amados, para que não desprezeis os méritos dos Meus servos eruditos que Deus benevolamente escolheu para serem os expoentes de Seu Nome, “o Amoldador” entre a humanidade. Envidai os máximos esforços a fim de poderes 12
  • 23. desenvolver tais ofícios e empreendimentos que todos, sejam jovens ou velhos, deles possam derivar benefício. Afastamo-nos daqueles destituídos de conhecimento, que insensatamente imaginam que a Sabedoria consista em dar expressão às vãs fantasias e repudiar Deus, Senhor de todos os homens; assim como ouvimos alguns dos desatentos pronunciarem hoje tais asserções. (“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Hikmat, p.150- 151) Dos Escritos e Elocuções de ‘Abdu’l-Bahá 18. ... A Religião de Deus, entretanto, promove a verdade, fornece alicerces à ciência, aos conhecimentos, dá pleno apoio aos homens de erudição, civiliza a humanidade, descobre os segredos da natureza, ilumina os horizontes do mundo. Em conseqüência, como podemos dizer que ela se oponha ao conhecimento? Deus nos defenda! Não, aos olhos de Deus, o conhecimento é a mais gloriosa dádiva do homem, a mais nobre das perfeições humanas. Oporse ao conhecimento é mostrar ignorância; e quem detesta a ciência e o conhecimento não é o homem, mas, apenas animal sem inteligência. Pois o conhecimento é luz, é vida, é felicidade, é perfeição e beleza, e é o meio de se aproximar ao Limiar da Unidade. É a honra, a glória do mundo humano e a maior dádiva de Deus. Possuir conhecimento é ser guiado; permanecer na ignorância é verdadeiro erro. (“Respostas a Algumas Perguntas”, 5a Ed., Editora Bahá’í do Brasil, p. 122) 19. Há certos pilares que foram estabelecidos como os inabaláveis sustentáculos da Fé de Deus. O mais poderoso deles é o conhecimento e o uso da mente, a expansão da consciência e a percepção das realidades do universo e dos mistérios ocultos de Deus Onipotente. 13
  • 24. Promover o conhecimento é, assim, um inescapável dever imposto a cada um dos amigos de Deus. Incumbe a essa Assembléia Espiritual, essa Assembléia de Deus, envidar todo esforço para educar as crianças de modo que, desde a infância, sejam treinadas na conduta bahá’í e nos caminhos de Deus e, como plantas jovens, cresçam e floresçam nas águas que fluem mansamente: os conselhos e as admoestações da Abençoada Beleza. (“Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá”, texto 97, pp. 113-114) De uma Carta Escrita por Shoghi Effendi 20. As responsabilidades dos membros das Assembléias Espirituais que estão engajadas no ensino da Causa de Deus em terras orientais, foram claramente estabelecidas nos Textos sagrados... Além disso, incutem neles as virtudes da integridade e religiosidade, de pureza de motivos, bondade de coração e desapego dos grilhões deste mundo material... Eles os impelem a fazer uma pesquisa detalhada nos vários ramos do conhecimento contemporâneo – igualmente nas artes e ciências – e a concentrar sua atenção em servir os interesses gerais do povo; a se aprofundar através do estudo atento dos textos sagrados e a aplicar a orientação divina que eles contêm nas circunstâncias, necessidades e condições atuais da sociedade; a absterem-se de entrar nos emaranhados assuntos de partidos políticos e não ter qualquer interesse, nem envolvimento em controvérsias de políticos, disputas de teólogos ou quaisquer das debilitadas teorias sociais correntes entre os homens. Eles os exortam, finalmente, a serem sinceramente obedientes, tanto em pensamento como em palavras, às leis devidamente promulgadas pelo governo do reino e a distanciarem-se dos 14
  • 25. métodos, conceitos e argumentos mal fundamentados, tanto dos tradicionalistas como modernistas extremados; a conceder honra, veneração e respeito a – e aprovar os esforços de – expoentes das artes e ciências, e a estimar e reverenciar os que são dotados de vasto conhecimento e douta sabedoria; a defender o direito à liberdade de consciência; e a abster-se de criticar e depreciar as maneiras, costumes e crenças de outros indivíduos, povos e nações. (30 de janeiro de 1926, às Assembléias Espirituais do Irã, traduzido do persa para o inglês) 15
  • 26. 16
  • 27. 2. FUNÇÕES DA ERUDIÇÃO BAHÁ’Í 2.1 PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR HUMANO Dos Escritos de Bahá’u’lláh 21. Diz o Grande Ser: Os eruditos do dia devem orientar o povo para que adquira aqueles ramos do conhecimento que sejam úteis, de modo que tanto os próprios eruditos como os homens em geral, possam disso derivar benefícios. Os estudos acadêmicos que com palavras principiam e com palavras, tão somente, terminam, nunca tiveram e jamais terão valor algum. A maioria dos eruditos doutores da Pérsia dedicam toda a vida ao estudo de uma filosofia cujo resultado final nada é, senão palavras. (“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Maqsúd, p. 169) 22. O verdadeiro saber é aquele que conduz ao bem-estar do mundo, não ao orgulho e presunção, ou à tirania, violência e pilhagem. (De uma Epístola, traduzida do persa para o inglês) 17
  • 28. Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá 23. O primário, o mais urgente requisito é a promoção da educação. É inconcebível que qualquer nação alcance prosperidade e sucesso, a menos que este supremo, este fundamental interesse, seja levado avante. A principal razão para o declínio e queda dos povos é a ignorância. Hoje, as massas dos povos são desinformadas até mesmo das questões ordinárias, muito menos elas compreendem o âmago dos importantes problemas e complexas necessidades atuais. É, portanto, urgente que artigos e livros benéficos sejam escritos, estabelecendo clara e definitivamente quais são os requisitos do povo no presente dia e o que conduzirá à felicidade e progresso da sociedade. Estes devem ser publicados e difundidos por toda a nação de modo que ao menos os líderes dentre o povo se tornem, em algum grau, despertos, e levantem-se para empenharse ao longo daquelas vias que conduzirão à sua honra permanente. A publicação de elevados pensamentos é o poder dinâmico nas artérias da vida; é a própria alma do mundo. Pensamentos são um oceano ilimitado, e os efeitos e variadas condições da existência são como as formas separadas e limites individuais das ondas; somente quando o oceano agitar-se, as ondas erguer-se-ão e espalharão suas pérolas de conhecimento nas praias da vida... A opinião pública deve ser direcionada a tudo que for digno deste dia, e isto é impossível exceto através do uso de argumentos adequados e da adução de provas claras, abrangentes e conclusivas. Pois as massas desamparadas nada sabem do mundo, e embora não haja dúvida de que elas buscam e anseiam por sua própria felicidade, ainda assim a ignorância, como um pesado véu, dela as excluirá. Além disso, é uma necessidade vital estabelecer escolas... Se necessário, a educação deve até mesmo ser tornada compulsória. 18
  • 29. Até que os nervos e artérias da nação agitem-se à vida, toda medida que for experimentada provar-se-á fútil; pois os povos são como o corpo humano, e a determinação e a vontade de labutar são como a alma, e um corpo sem alma não se move. (“O Segredo da Civilização Divina”, Mogi Mirim: Editora Bahá’í do Brasil, 2003, p. p. 128-132) De uma Carta Escrita em Nome de Shoghi Effendi 24. As notícias da cooperação entre rapazes e moças bahá’ís em Montreal, o estabelecimento por eles de um grupo de estudo e discussão, a expressão sã e sóbria de seus métodos, como expressos no programa que você anexou, e perspectiva atenciosa e entusiástica deles sobre o futuro, tudo isso ajudou a criar as esperanças mais animadoras e a satisfação mais profunda no coração de nosso Guardião. É, realmente, com não menor satisfação que ele dá boa acolhida à cooperação ativa de seus jovens amigos em Montreal, e ele sinceramente confia que com um estudo adequado dos ensinamentos e de seus significados espirituais, combinado a um suficiente conhecimento dos problemas e perplexidades que assediam o mundo, vocês serão capazes de prestar grandes serviços à Causa e, por conseguinte, à humanidade. (20 de março de 1929, a um bahá’í) De uma Carta da Casa Universal de Justiça 25. A adicional saída da Fé da obscuridade manifesta-se de maneiras distintivas. Nos círculos dos estudiosos, em obras de referência e na mídia, a Fé está sendo cada vez mais citada como 19
  • 30. uma das “principais” ou “mais importantes” religiões mundiais... A exposição de segmentos influentes do público às idéias bahá’ís em áreas como a paz, o meio-ambiente, a condição da mulher, a educação e a alfabetização, induziu uma resposta que, de forma crescente, apela para que os bahá’ís participem junto a outros numa série de projetos ligados a governos ou organizações não governamentais. Além disso, tal exposição está criando na mente do público a percepção de que a Fé tem respostas para os problemas atuais e, dessa forma, gerando a expectativa de que a comunidade bahá’í deveria desempenhar um papel mais ativo nos assuntos públicos... ...projetos bahá’ís de desenvolvimento sócioeconômico multiplicaram-se grandemente em número e conquistaram muito crédito para a comunidade pelos exemplos do poder da iniciativa grupal e da ação consultiva voluntária que foram estabelecidos em numerosos locais... Alguns dos projetos têm sido tão notáveis em suas realizações que conquistaram a atenção pública por terem sido alvo de declarações formais de mérito e prêmios da parte de governos e de entidades não-governamentais internacionais. (Ridván de 1992, aos bahá’ís do mundo) 20
  • 31. 2.2 A DEFESA DA FÉ Dos Escritos de Bahá’u’lláh 26. Fosse algum homem se levantar para, em seus escritos, defender a Causa de Deus contra aqueles que a atacam, tal homem, por insignificante que fosse sua parte, haveria de ser tão honrado no mundo vindouro que a Assembléia nas alturas lhe invejaria a glória. Nenhuma pena pode descrever a sublimidade de seu grau, nem pode língua alguma expressar seu esplendor. Pois a qualquer um que se mantenha firme e constante nesta sagrada Revelação, nesta Revelação gloriosa e excelsa, será dado tamanho poder que ele enfrentará e resistirá a tudo o que está no céu e na terra. Disto é o próprio Deus testemunha. (“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, CLIV, p. 205) Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá 27. O segundo destes padrões espirituais que se aplica ao possuidor de conhecimento é que ele deve ser o defensor da sua fé. É óbvio que estas palavras sagradas não se referem exclusivamente a buscar as implicações da Lei, observar as formas de adoração, evitar os maiores e menores pecados, praticar as ordenanças religiosas e, através de todos estes métodos, proteger a Fé. Elas significam, pelo contrário, que toda a população deve ser protegida de todas as maneiras; que todo esforço deve ser exercido para adotar-se a combinação de todas as medidas possíveis para erguer a Palavra de Deus, aumentar o número de crentes, promover a Fé de Deus e exaltá-la e fazê-la vitoriosa sobre outras religiões. (“O Segredo da Civilização Divina”, p. 49) 21
  • 32. De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi 28. Shoghi Effendi ficou encantado ao ouvir sobre sua conversa com o sr. ... Ele muito anseia que tais eruditos obtenham uma verdadeira compreensão do espírito e do ensino da Causa, e levantem-se para dissipar o véu da concepção errônea que está predispondo a mente dos estudiosos do mundo ocidental. A Causa tem grande necessidade de tais homens competentes e de mentes espiritualizadas que, após um profundo estudo do Movimento, compartilhassem com o mundo o fruto de seu labor. (11 de março de 1929, a um bahá’í) 29. Há uma resposta para tudo nos ensinamentos; infelizmente a maioria dos bahá’ís, por mais intensamente devotados e sinceros que possam ser, em sua maior parte, carece de cultura e sabedoria necessárias para responder e refutar as alegações e ataques de pessoas com alguma educação e reputação. (25 de setembro de 1942, a um bahá’í) 22
  • 33. 2.3 EXPANSÃO E CONSOLIDAÇÃO DA COMUNIDADE BAHÁ’Í Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá 30. Almas puras como Mírzá Abu’l-Fadl, sobre ele esteja a Glória de Deus, passam suas noites e dias a demonstrar a verdade da Revelação, aduzindo provas conclusivas e brilhantes, e expandindo as verdades da Fé, levantando os véus, promovendo a religião de Deus e espalhando as Suas fragrâncias. (De uma Epístola, traduzida do persa para o inglês) De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi 31. Havíamos ouvido através de diferentes canais a respeito da maneira maravilhosa como os seus filhos foram educados para proclamar a Causa em público. É esperança de Shoghi Effendi que eles tornar-se-ão, os três, capazes e devotados palestrantes sobre a Causa e assuntos a ela relacionados. Para realizar isto adequadamente, necessitarão de uma sólida base de instrução científica e literária que, felizmente, estão adquirindo. É tão importante para os rapazes e moças bahá’ís tornarem-se adequadamente educados em faculdades de elevada reputação tanto quanto é serem espiritualmente desenvolvidos. O lado mental, como também o espiritual do jovem, tem que ser desenvolvido antes que ele possa servir à Causa eficientemente. (28 de novembro de 1926, a um bahá’í) 32. A formação universitária que você está recebendo no momento lhe será de imensa ajuda em seus esforços para apresentar a 23
  • 34. Mensagem nos círculos intelectuais. Nestes dias, quando as pessoas são tão céticas sobre religião e olham com tanto desdém para as organizações e movimentos religiosos, parece haver mais necessidade do que nunca para nossos jovens bahá’ís estarem bem capacitados intelectualmente, de modo que possam estar em posição de apresentar a Mensagem de uma forma condizente e de uma maneira que convencessem todo observador imparcial da efetividade e poder dos ensinamentos. (5 de maio de 1934, a um bahá’í) 33. Os rapazes e moças na Fé devem ser profundos e atentos estudiosos em seus ensinamentos, de modo que eles possam ensinar de uma maneira que convencerão as pessoas de que todos os problemas que estão enfrentando têm um remédio. Devem entender a Administração para que possam administrar sábia e eficientemente os assuntos sempre crescentes da Causa; e devem exemplificar o modo de vida bahá’í. Tudo isto não é fácil – mas o Guardião está sempre encorajado a ver o espírito que anima jovens crentes tais como você mesmo. Ele tem grandes esperanças do que a sua geração realizará. (12 de maio de 1944, a um bahá’í) 34. Se os bahá’ís quiserem ser realmente eficazes em ensinar a Causa precisam estar muito melhor informados e capacitados a discutir inteligentemente, intelectualmente, a atual situação do mundo e seus problemas. Precisamos de eruditos bahá’ís, não apenas de pessoas profundamente conscientes do que nossos ensinamentos realmente são, mas também de pessoas estudiosas e bem-instruídas, capazes de correlacionar nossos ensinamentos aos pensamentos atuais dos líderes da sociedade. Nós, bahá’ís, deveríamos, em outras palavras, capacitar as nossas mentes com conhecimento a fim de melhor demonstrar, 24
  • 35. especialmente para as classes educadas, as verdades cultuadas em nossa Fé. (5 de julho de 1949, a um bahá’í) De uma Carta Escrita em Nome da Casa Universal de Justiça 35. A Casa Universal de Justiça... considera a aquisição de sabedoria bahá’í de grande importância potencial para o desenvolvimento e consolidação da comunidade bahá’í quando ela emerge da obscuridade... (3 de janeiro de 1979, a participantes de um seminário acadêmico) 25
  • 36. 2.4 CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ERUDIÇÃO De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi 36. Ele ficou muito feliz por ter notícias suas e ver com que intensa apreciação e interesse você está estudando os ensinamentos de Bahá’u’lláh. Poder-se-ia dizer, em verdade, que quanto mais estuda-os, mais neles se descobre. Eles são a própria essência da qual pensadores e cientistas e humanistas do futuro derivarão inspiração e guia para seu trabalho. (10 de dezembro de 1942, a uma escola de verão bahá’í) 37. Com relação ao conselho que você solicitou dele, referente a quais estudos em que você deveria especializar-se tendo em vista o ensino no futuro: Ele sugeriria História, Economia ou Sociologia, uma vez que estes não são apenas campos nos quais os bahá’ís tenham um grande interesse, mas também abrangem questões sobre as quais nossos ensinamentos lançam uma luz inteiramente nova. Seu conhecimento seria útil à Causa, ao ensiná-la no futuro, e talvez você possa também introduzir, como um educador, as idéias bahá’ís em suas aulas. (13 de março de 1944, a um bahá’í) De Cartas Escritas por ou em Nome da Casa Universal de Justiça 38. Você já é um bom profissional qualificado em seu campo e, sem dúvida, dá conselhos sobre a base do que aprendeu de estudo e experiência – toda uma estrutura de conceitos sobre a mente 26
  • 37. humana, seu crescimento, desenvolvimento e funcionamento correto que você aprendeu e desenvolveu – sem referência aos ensinamentos de Bahá’u’lláh. Agora, como um bahá’í, você sabe que o que Bahá’u’lláh ensina sobre o propósito da vida humana, a natureza do ser humano e a adequada conduta das vidas humanas é revelado divinamente e, por conseguinte, verdadeiro. Entretanto, inevitavelmente levará tempo para você não apenas estudar os ensinamentos bahá’ís de modo que possa claramente entendêlos, mas também constatar como eles modificam seus conceitos profissionais. Esta não é, naturalmente, uma situação incomum para um cientista. Quantas vezes, no curso da pesquisa, é descoberto um fator que exige uma revolução no refletir sobre um amplo campo de empenho humano. Você deve ser orientado, em cada caso, pelo seu próprio conhecimento e julgamento profissional, conforme for sendo iluminado pelo seu crescente conhecimento dos ensinamentos bahá’ís; indubitavelmente você descobrirá que a sua própria compreensão dos problemas humanos tratados no seu trabalho mudará e desenvolver-se-á, e você verá novas e aprimoradas maneiras de ajudar as pessoas que lhe procuram. A psicologia ainda é uma ciência muito jovem e inexata, e com o passar dos anos os psicólogos bahá’ís que conhecem, pelos ensinamentos de Bahá’u’lláh, o verdadeiro padrão de vida humana, serão capazes de fazer maiores avanços no desenvolvimento desta ciência e ajudarão profundamente no alívio do sofrimento humano. (6 de fevereiro de 1973, publicado em “Messages from the Universal House of Justice, 1968-1973”. Wilmette: Bahá’í Publishing Trust, 1976, p. 111-112) 39. À medida que a comunidade bahá’í cresce, ela adquire peritos em numerosos campos – tanto devido aos bahá’ís tornarem-se peritos, como devido aos peritos tornarem-se bahá’ís. À medida que estes peritos trazem seu conhecimento e habilidade ao serviço da comunidade e, até mais, quando eles transformam suas várias 27
  • 38. disciplinas, trazendo a elas a luz dos Ensinamentos Divinos, problema após problema que ora afligem a sociedade serão solucionados... Paralelamente a esse processo, a vida institucional bahá’í estará também se desenvolvendo e, à medida que isto acontece, as Assembléias aproveitarão cada vez mais o conhecimento científico e especializado – quer de bahá’ís ou não-bahá’ís – para auxiliar na solução dos problemas de suas comunidades. Com o tempo grandes instituições bahá’ís de estudo, grandes projetos internacionais e nacionais para a melhora da vida humana serão inaugurados e florescerão. (21 agosto de 1977, de uma carta em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 40. Certamente, deixe-os (os jovens bahá’ís) acolherem confiantemente os desafios que lhes esperam. Imbuídos desta excelência e de uma humildade correspondente, com tenacidade e uma amorosa servitude, os jovens de hoje devem se mover em direção às linhas de frente das profissões, comércio, artes e ofícios que são necessários para o progresso ulterior da humanidade – isto para assegurar que o espírito da Causa lançará sua luz sobre todas estas importantes áreas de empenho humano. Além disso, enquanto visando conhecer a fundo os conceitos unificadores e as tecnologias que avançam velozmente, desta época de comunicações, eles podem, de fato eles devem, também, garantir a transmissão para o futuro daquelas habilidades que preservarão as maravilhosas, indispensáveis realizações do passado. A transformação que está para ocorrer no funcionamento da sociedade certamente dependerá, em grande parte, da eficácia dos preparativos que os jovens farão para o mundo que herdarão. (8 de maio de 1985, de uma carta da Casa Universal de Justiça à juventude bahá’í do mundo) 28
  • 39. 41. A Casa de Justiça reconhece que as questões que você levantou, concernentes à oferta de profissionais recentemente inscritos a compartilhar seus pontos de vista com a comunidade bahá’í, são de importância vital e oportuna, especialmente quando a Fé emerge da obscuridade e quantidades crescentes de profissionais de todas as esferas da vida estão atraídos a seus Ensinamentos. O processo de integrar estes especialistas às comunidades bahá’ís como crentes bem preparados e extrair seu potencial como promotores e apoiadores da Causa exigirá orientação paciente e amorosa das instituições bahá’ís. Um grande desafio será evitar a indevida ruptura deste processo de integração, abandonando-se tais pessoas às atitudes insensíveis ainda presentes nas comunidades ainda não largamente diversificadas ou acostumadas a lidar com todas as alas da sociedade. Estudiosos e profissionais estão bem habituados a encontrar novos fatos no curso de suas pesquisas que lhes exigem ajustar o pensamento prévio sobre vários aspectos de suas disciplinas. No caso de seu aprofundamento nos Ensinamentos da Fé, naturalmente, leva tempo para eles estudarem e absorverem tantos novos conceitos. Eles devem ser auxiliados a adquirir, tão rapidamente possível, profundo conhecimento dos Ensinamentos. Gradativamente este conhecimento derramará nova luz sobre seus pontos de vista anteriores. Ao mesmo tempo, as comunidades bahá’ís necessitarão desenvolver maior tolerância em relação às idéias que possam não coincidir com a sua corrente compreensão e permanecerem abertas a novas introversões... Os profissionais e outros especialistas recém-inscritos proporcionaram um grande recurso para o desenvolvimento da erudição bahá’í. Espera-se que, quando eles atingirem uma compreensão mais profunda dos Ensinamentos e seu significado, eles estarão aptos a auxiliar as comunidades bahá’ís a correlacionarem as crenças da Fé com os pensamentos e problemas 29
  • 40. atuais do mundo. Em algumas ocasiões, bahá’ís de uma determinada profissão têm participado juntos em conferências especiais ou se organizaram em uma associação para este propósito. Isto também lhes permite apoiarem-se uns aos outros como bahá’ís e tirarem vantagem de seu status profissional para promover os interesses da Fé. Exemplos atuais de associações profissionais deste tipo são a Sociedade de Justiça Bahá’í e a Associação Médica Bahá’í, ambas nos Estados Unidos. Portanto, deve ser dado especial encorajamento aos crentes de capacidade incomum, para concentrarem suas habilidades ao serviço da Causa, através da contribuição sem igual que eles podem fazer a este campo de rápido desenvolvimento do empenho bahá’í. (18 de abril de 1989, de uma carta em nome da Casa Universal de Justiça a uma Assembléia Espiritual Nacional) 30
  • 41. 3.PRINCÍPIOS E ORIENTAÇÕES GERAIS 3.1 FUNDAMENTO ESPIRITUAL Dos Escritos de Bahá’u’lláh 42. Assim, pois, foi dito: “O conhecimento é uma luz que Deus faz penetrar no coração de quem Ele queira.” É essa a espécie de conhecimento que é, e sempre foi louvável, e não o conhecimento limitado oriundo das mentes veladas e obscurecidas. Esse conhecimento limitado eles até o tomam emprestado um do outro, furtivamente, e disso se vangloriam! (“O Kitáb-i-Iqán”, p. 32) 43. Decretamos, ó povo, que o objetivo supremo e final de toda a erudição seja o reconhecimento dAquele que é o Propósito de todo o conhecimento. Entretanto, vede como permitistes que vossa erudição vos excluísse, qual um véu, dAquele que é o Alvorecer desta Luz, através de Quem cada coisa oculta se revelou. (“O Kitáb-i-Aqdas”, parágrafo 102, p.46) 31
  • 42. Dos Escritos Sagrados e Elocuções de ‘Abdu’l-Bahá 44. Embora a aquisição das ciências e das artes seja a maior glória da humanidade, isso só será verdade caso o rio do homem venha a desaguar no poderoso mar, e retire, do antigo manancial de Deus, Sua inspiração. Quando isso acontece, então cada professor é como oceano sem limites, e cada aluno é fonte pródiga de conhecimento. Portanto, se a busca de conhecimento conduzir à beleza dAquele que é o Objeto de todo o Conhecimento, quão excelente é tal meta, mas se assim não ocorrer, uma mera gota talvez possa excluir o homem da graça transbordante, pois com a erudição vêm a arrogância e o orgulho, e isso leva ao erro e a indiferença para com Deus. As ciências de hoje são pontes para a realidade; se elas não conduzirem à realidade nada resta senão inútil ilusão. Pelo Deus Uno e Verdadeiro! Se o conhecimento não for meio de acesso a Ele, o Mais Manifesto, então nada é senão perda evidente. (“Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá”,texto 72, pp.98-99.) 45. Todo ramo do saber, se associado ao amor por Deus, é aprovado e digno de louvor; porém, a erudição é estéril se destituída de Seu amor – na verdade, ela causa insanidade. Toda espécie de conhecimento, toda ciência, assemelha-se a uma árvore: se seu fruto for o amor a Deus, então essa será uma árvore abençoada; caso contrário, porém, não será mais que lenha ressequida, servindo apenas de alimento ao fogo. (“Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá”,texto 154.) 46. O conhecimento científico é a mais elevada realização no plano humano, pois a ciência é a descobridora de realidades. Ele é de duas espécies: material e espiritual. A ciência material é a 32
  • 43. investigação de fenômenos naturais; a ciência divina é a descoberta e compreensão de verdades espirituais. O mundo da humanidade deve adquirir ambos. Um pássaro tem duas asas; ele não pode voar com uma. As ciências material e espiritual são as duas asas da elevação espiritual e realização do homem. Ambas são necessárias – uma natural, outra sobrenatural; uma material, outra divina. Através da divina, nós pretendemos a descoberta dos mistérios de Deus, a compreensão de realidades espirituais, a sabedoria de Deus, o significado interior das religiões celestiais e o fundamento da lei. (“The Promulgation of Universal Peace”, p. 138) De uma Carta Escrita em Nome de Shoghi Effendi 47. Entre a verdade que provém de Deus através de Seus Profetas, e os vislumbres da verdade geralmente mal entendidos e interpretados que provém dos filósofos e pensadores, existe uma diferença imensa. Nós nunca devemos, sob quaisquer circunstâncias, confundir as duas. Bahá’u’lláh disse que a procura da sabedoria pode ser o véu entre a alma do homem e a verdade eterna; em outras palavras, entre o homem e o conhecimento de Deus. Nós temos visto que muitas pessoas que se tornam muito avançadas no estudo das modernas ciências físicas são levadas a negar Deus e a negar Seus Profetas. Isso não significa que Deus e os Profetas não existiram e não existem. Apenas significa que o conhecimento tornou-se um véu entre seus corações e a Luz de Deus. (22 de abril de 1954, a um bahá’í) 33
  • 44. De Cartas Escritas em Nome da Casa Universal de Justiça 48. Assim como existe uma diferença fundamental entre a Revelação divina em si própria e a compreensão que os crentes têm dela, há também uma distinção básica entre fato e raciocínio científicos, por um lado, e as conclusões ou teorias de cientistas, por outro. Não existe, e não pode haver, conflito entre a verdadeira religião e a verdadeira ciência: a verdadeira religião é revelada por Deus, enquanto através da verdadeira ciência é que a mente do homem “descobre as realidades das coisas e torna-se conhecedor de suas peculiaridades e efeitos, e das qualidades e propriedades dos seres” e “compreende o abstrato pela ajuda do concreto”. Entretanto, sempre que uma afirmação é feita através da lente da compreensão humana ela é por isso limitada, pois a compreensão humana é limitada; e onde há limitação há possibilidades de erro; e onde há erro, conflitos podem surgir. Por exemplo, atualmente muitas pessoas estão convencidas de que acreditar em Deus seja não-científico mas, como o esclarecimento humano progride, os cientistas e filósofos do futuro não serão, nas palavras de ‘Abdu’lBahá, “negadores dos Profetas, ignorantes das suscetibilidades espirituais, privados das graças celestiais e sem crença no sobrenatural”. (26 de dezembro de 1975, a um bahá’í) 49. A combinação de absoluta lealdade ao Manifestante de Deus e Seus Ensinamentos, com a busca e o estudo inteligente dos Ensinamentos e história da Fé que aqueles próprios Ensinamentos prescrevem, é um poder particular a esta Dispensação. Nas Dispensações do passado os crentes tenderam a dividirem-se em dois grupos mutuamente antagônicos: aqueles que apegaram-se cegamente à letra da Revelação e aqueles que questionaram e 34
  • 45. duvidaram de tudo. Como todos os extremos, ambos podem conduzir ao erro. O amado Guardião escreveu que “A Fé Bahá’í... prescreve a seus adeptos o dever primário de uma desprendida busca da verdade...”. Os bahá’ís são exortados a seguir a Fé com inteligência e discernimento. Inevitavelmente, crentes cometerão erros à medida que se esforçam a elevarem-se a este grau de maturidade, e isto requer paciência e humildade por parte de todos envolvidos, de modo que tais questões não causem desunião e discórdia entre os amigos. (7 de outubro de 1980, a um bahá’í) 50. A Casa de Justiça sugere as questões levantadas em sua carta possam ser melhor consideradas à Luz das afirmações nos Escritos Bahá’ís que revelam o relacionamento entre a Revelação de Bahá’u’lláh e o conhecimento adquirido como resultado de esforços de aquisição de sabedoria. Bahá’u’lláh afirma que: “Desvelado e aparente, este Injuriado tem, por todos os tempos, proclamado ante a face de todos os povos do mundo que aquilo servirá como a chave para descerrar as portas das ciências, das artes, do conhecimento, do bem-estar, da prosperidade e riqueza...” É evidente que os Escritos Bahá’ís iluminam todas as áreas do esforço humano e todas as disciplinas acadêmicas. Aqueles que têm sido privilegiados em reconhecer a posição de Bahá’u’lláh têm a graça de acessar a uma Revelação que lança Luz sobre todos os aspectos de pensamento e investigação, e são exortados a usar a compreensão que obtêm de sua imersão nos Escritos Sagrados para o avanço dos interesses da Fé. Aqueles crentes com a capacidade e oportunidade de assim o fazer, têm sido repetidamente encorajados em sua busca de estudos acadêmicos, através dos quais eles não apenas são preparados 35
  • 46. para prestar muitos serviços necessários à Fé, como também são providos com os meios para adquirir uma profunda introversão ao significado e às implicações dos ensinamentos bahá’ís. Eles descobrem também que as percepções obtidas de uma compreensão mais profunda da Revelação de Bahá’u’lláh clarificam as matérias de sua investigação acadêmica. É útil rever várias das afirmações escritas por Shoghi Effendi sobre este assunto. A um crente que havia completado avançados estudos acadêmicos em um assunto relacionado aos Ensinamentos, o Guardião escreveu, em uma carta escrita em seu nome: “Espera-se que todos os estudantes bahá’ís sigam o nobre exemplo que você estabeleceu diante deles e sejam, doravante, levados a investigar e analisar os princípios da Fé e a correlacioná-los aos aspectos modernos de filosofia e ciência. Cada jovem bahá’í, inteligente e pesquisador, deve sempre aproximar-se da Causa desta maneira, pois nela reside a própria essência do princípio da independente investigação da verdade.” Quando ele foi informado do registro de um cientista na Fé, a resposta apresentada na carta escrita em seu nome foi: “Nós precisamos muito do elemento de pensamento seguro, sensato, que uma mente cientificamente treinada tem a oferecer. Quando tais poderes intelectuais são conectados a profunda fé, um tremendo potencial de ensino é criado ...” Seu secretário escreveu, em outra ocasião que: “Shoghi Effendi tem exortado, durante anos, os bahá’ís (que pediram seu conselho, e também em geral) a estudarem história, economia, sociologia, etc, para que estejam atualizados com os movimentos e pensamentos progressistas que estão sendo propostos hoje em dia, e de modo que eles possam correlacionar estes aos ensinamentos bahá’ís. O que ele quer que os bahá’ís façam é estudar mais, não 36
  • 47. menos. Quanto mais conhecimento geral, científico e outros eles possuírem, melhor. De igual modo ele está constantemente os exortando a estudarem realmente os ensinamentos bahá’ís mais profundamente.” No esforço simultâneo em perseguir seus estudos e pesquisar profundamente os Ensinamentos Bahá’ís, os crentes são exortados a manter uma viva consciência de que a Revelação de Bahá’u’lláh é o padrão de verdade contra o qual todas as outras perspectivas e conclusões devem ser medidas. Eles são exortados a serem modestos quanto às suas realizações e terem sempre em mente a afirmação de Bahá’u’lláh de que: “O coração deve ser limpo das vãs palavras do homem, e santificado de toda afeição terrena, para que possa descobrir os preceitos ocultos da inspiração divina, e tornarse o tesouro dos mistérios do conhecimento divino.” (19 de outubro de 1993, a um bahá’í) 37
  • 48. 3.2 CIÊNCIAS ÚTEIS Dos Escritos de Bahá’u’lláh 51. É permissível estudar ciências e letras, mas aquelas ciências que sejam úteis e contribuam para o progresso e o adiantamento do povo. Assim foi decretado por Aquele que ordena, o Sapientíssimo. (“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Bishárát - A décima-primeira Boa-Nova, p. 34) Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá 52. O indivíduo deve, antes de engajar-se no estudo de qualquer tema, perguntar-se quais são suas aplicações e que fruto e resultado derivarão dele. Se for um ramo de conhecimento útil, isto é, se a sociedade obtiver dele importantes benefícios, então ele certamente deve persegui-lo de todo seu coração. Caso contrário, se ele consistir de debates vazios, improfícuos, e de uma vã concatenação de imaginações que não levam a resultado algum a não ser mordacidade, por que devotar a vida a tais inúteis minuciosidades e disputas? (“O Segredo da Civilização Divina”, p. 125) De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi 53. A escolha que fez para seu curso de estudo é certamente a mais interessante e será de inestimável serviço em seu trabalho pela Causa. Embora cada ramo de estudo terá algum interesse para um bahá’í que esteja olhando como o espírito da Causa e da 38
  • 49. nova era estão despertando as mentes, um estudo da condição da sociedade mostrar-nos-á melhor as necessidades do mundo, e então relacionarmos os Ensinamentos que podem desempenhar em satisfazê-las. (5 de janeiro de 1930, a um bahá’í) 54. Filosofia, como você estudará e mais tarde ensinará, certamente não é uma das ciências que começam e terminam em palavras. Isto quer dizer digressões infrutíferas em excessivas minúcias da metafísica, não um ramo saudável do conhecimento como a filosofia ... A respeito de seus próprios estudos: ele o aconselharia a não devotar muito de seu tempo ao lado abstrato da filosofia, mas sim enfocá-lo por um ângulo mais histórico. Quanto a correlacionar filosofia aos ensinamentos bahá’ís: este é um enorme trabalho do qual os estudiosos no futuro podem se incumbir. Devemos nos lembrar que não apenas os ensinamentos não estão totalmente ainda traduzidos para o inglês, como não estão nem mesmo ainda todos coletados. Muitas Epístolas importantes, que estão atualmente em posse de pessoas, podem ainda vir à luz. (15 de fevereiro de 1947, a um bahá’í) De uma Carta Escrita em Nome da Casa Universal de Justiça 55. Em resposta à sua carta de... na qual solicita orientação sobre a questão de profissões escolhidas considerando a afirmação de Bahá’u’lláh relativa às ciências que começam por palavras e em meras palavras terminam, e à busca de estudo em matemática pura e nos clássicos, a Casa Universal de Justiça nos orientou a compartilhar com vocês um excerto de uma carta a um bahá’í, 39
  • 50. escrita em 1947 em nome do amado Guardião: “Filosofia, como você estudará e mais tarde ensinará, certamente não é uma das ciências que começam e terminam em palavras. Isto quer dizer digressões infrutíferas em excessivas minúcias da metafísica, não um ramo saudável do conhecimento como a filosofia.” Nestas palavras o Guardião enunciou o princípio geral. Voltando ao exemplo específico da ciência de matemática pura, a referência na Décima-Primeira Boa-Nova com respeito às ciências que são lucrativas, que levam e conduzem a elevação da humanidade *, devem ser colocadas no contexto do significado das ciências conforme empregado pela Manifestação. O comentário de Bahá’u’lláh sobre as ciências que começam e terminam em meras palavras não se aplica ao estudo sistemático dos fenômenos naturais, de modo a descobrir as leis de ordem do universo físico, uma ordem que a matemática aspira a explorar. A matemática pura, freqüentemente, tem aplicações em questões práticas, tais como, por exemplo, a teoria de grupos ou o estudo de partículas fundamentais. Com respeito aos estudos clássicos, fomos instados a compartilhar convosco o seguinte excerto de uma carta datada de 30 de Novembro de 1932, escrita em nome de Shoghi Effendi, a um bahá’í que tinha perguntado sobre as habilidades de escrever histórias e se tal ocupação seria classificada como aquelas “ciências que começam e terminam em palavras”. O que Bahá’u’lláh quis dizer em princípio com “ciências que começam e terminam em palavras” são aqueles tratados e comentários teológicos que obstruíam a mente humana ao invés de ajudá-la a alcançar a verdade. Os estudantes que devotam a sua vida aos seus estudos, mas não atingem nada. Seguramente Bahá’u’lláh nunca pretendeu incluir escrever contos em tal categoria; e taquigrafia e datilografia são ambos * Cf. “Epístolas de Bahá’u’lláh”, Rio de Janeiro: Editora Bahá’í, 1983, Bishárát, p. 34. 40
  • 51. talentos muito úteis e necessários nas nossas vidas sociais e econômicas atuais. O que você pode e deve fazer, é usar as suas histórias para se tornarem uma fonte de inspiração e guia para aqueles que as leiam. Com tais meios a sua disposição, você pode espalhar o espírito e os ensinamentos da Causa; você pode demonstrar os males que existem na sociedade, tanto quanto a maneira em que possam ser remediados. Se você possuir um talento real para a escrita deve considerá-lo como sendo uma dádiva de Deus e empregar os seus esforços para usá-lo para o melhoramento da sociedade. A Casa de Justiça espera que você possa ser capaz de satisfazer os seus amigos nestas questões e encorajá-los a se prepararem para os seus serviços bahá’ís e para serem capazes de contribuir para o bem-estar da humanidade. (24 Maio de 1988, a um bahá’í) 41
  • 52. 3.3 ATITUDES DO ERUDITO Dos Escritos de Bahá’u’lláh 56. Entre os homens há um que se tornou orgulhoso da própria erudição e foi por isso impedido de reconhecer Meu Nome, o Absoluto. Quando escuta os passos das sandálias que o seguem ele se ensoberbece mais do que Ninrode. Dize: Ó rejeitado! Onde habita ele agora? Por Deus, no fogo do inferno! Dize: Ó assembléia de doutos da religião! Acaso não ouvis a voz penetrante de Minha Pena Excelsa? Acaso não vedes este Sol que brilha com esplendor refulgente sobre o Horizonte TodoGlorioso? Por quanto tempo adorareis os ídolos de vossas más paixões? Abandonai vossos devaneios fúteis e volvei-vos a Deus, o vosso Senhor Eterno. (“O Kitáb-i-Aqdas”, parágrafo 141, p.29) 57. Mostrai tolerância e benevolência e amor uns para com os outros. Se qualquer um dentre vós for incapaz de compreender uma certa verdade, ou estiver se esforçando por apreendê-la, mostrai um espírito de extrema gentileza e boa vontade ao conversar com ele. Ajudai-o a ver e reconhecer a verdade, não julgando que, no mínimo grau, lhe sejais superiores ou possuais maiores dons. (“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, seção V, p 18,) 58. Acautelai-vos para que não contendais com pessoa alguma; antes, com modos bondosos e a mais convincente exortação, esforçai-vos para tornar cada um consciente da verdade. Se vosso ouvinte atender, terá atendido em seu próprio proveito, e se não, 42
  • 53. afastai-vos dele e dirigi vossa face a sagrada Corte de Deus, sede de resplandecente santidade. Com ninguém disputeis sobre as coisas deste mundo e seus assuntos, pois Deus os abandonou àqueles que a tais coisas se afeiçoaram. (“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, seção CXXVIII, p 175,) 59. Adverte, ó Salmán, aos bem-amados do Deus Uno e Verdadeiro, que não vejam com os olhos demasiado críticos os dizeres e os escritos dos homens. Que, antes, considerem esses dizeres e escritos com mente aberta e em espírito de amorosa simpatia. Aqueles homens, entretanto, que, neste Dia, foram levados a atacar, em seus escritos inflamantes, os preceitos da Causa de Deus, devem ser tratados de modo diferente. Incumbe a todos os homens, cada um de acordo com a sua capacidade, refutarem os argumentos dos que tem atacado a Fé de Deus. Assim foi decretado por Aquele que é o Todo-Poderoso, o Onipotente. (“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, seção CLIV, pp 204-205) Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá 60. Bom comportamento e alto caráter moral deve figurar em primeiro lugar, pois a não ser que o caráter seja treinado, a aquisição de conhecimento provará somente ser prejudicial. O conhecimento é louvável quando acoplado com conduta ética e um caráter íntegro caso contrário é um veneno mortífero, um perigo pavoroso. Um médico de caráter mal, que trai a confiança, pode trazer a morte e se tornar a fonte de numerosas enfermidades e doenças. (De uma Epístola traduzida do persa para o inglês) 43
  • 54. De Cartas Escritas por ou em Nome da Casa Universal de Justiça 61. ...os crentes devem reconhecer a importância da honestidade e humildade intelectual. Nas dispensações do passado muitos erros surgiram porque os crentes na Revelação de Deus foram ansiosos demais para: abraçar a Mensagem Divina dentro de uma estrutura com suas compreensões limitadas; definir doutrinas aonde a definição era além de seus poderes; explicar os mistérios as quais somente a sabedoria e a experiência de uma época posterior farão mais compreensíveis; e sustentar que algo fosse verdade porque parecia desejável e necessário. Tais acomodações com a verdade essencial, tal orgulho intelectual, nós temos que evitar escrupulosamente. (27 de Maio de 1966, publicada em “Wellspring of Guidance: Messages 1963-1968”. Wilmette, Bahá’í Publishing Trust, 1976, pp. 87-88) 62. Enquanto se está estudando na escola ou na universidade, os jovens bahá’ís, freqüentemente, se encontrarão numa posição incomum e ligeiramente embaraçosa de se ter uma compreensão mais profunda de um assunto do que os seus instrutores. Os Ensinamentos de Bahá’u’lláh lançam luz em tantos aspectos da vida humana e do conhecimento que um bahá’í se vê obrigado a aprender, mais cedo do que os outros, a ponderar as informações que lhe são dadas ao invés de aceitá-las cegamente. Um bahá’í tem a vantagem da Revelação divina para esta Época, que brilha como um holofote em tantos problemas que causam perplexidade nos pensadores modernos; assim, ele tem que desenvolver a habilidade de aprender tudo daqueles que o cercam, demonstrando a humildade apropriada diante dos seus professores, mas sempre 44
  • 55. referindo o que ele escuta aos ensinamentos bahá’ís, pois eles o habilitarão a separar o ouro da escória do erro humano. (10 de Junho de 1966, aos jovens bahá’ís de todos os países, publicada em “Wellspring of Guidance: Messages 1963-1968”, pp. 95-96) 63. A Casa de Justiça concorda que seja da maior importância para os crentes, e especialmente àqueles que detém posições de responsabilidade na Ordem Administrativa, reagirem calmamente e com mentes tolerantes e questionadoras aos pontos de vistas que diferem dos seus, lembrando que todos os bahá’ís são nada mais do que estudantes da Fé, se esforçando sempre a entender os Ensinamentos mais claramente e aplicá-los mais fielmente, e ninguém pode reivindicar ter um entendimento perfeito desta Revelação. Ao mesmo tempo, todos os crentes, e os eruditos em particular, devem lembrar as muitas advertências nos Escritos contra a fomentação de discórdia entre os amigos. É o dever das instituições da Fé de guardar a comunidade contra tais perigos... Não pode ser negado que algumas das declarações que foram feitas recentemente em nome da erudição bahá’í, por certos indivíduos, têm demonstrado uma intemperança e uma falta de apreço a muitos dos ensinamentos fundamentais da Fé, que compreensivelmente chamariam atenção no seio dos crentes mais tolerantes. (18 de Julho de 1979, de uma carta escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 64. A Casa de Justiça sente que os eruditos bahá’ís devem guardar-se contra as tentações do orgulho intelectual. ‘Abdu’lBahá advertiu aos amigos no Ocidente que seriam submetidos a testes intelectuais, e o Guardião os lembrou desta advertência. Há muitos aspectos do pensamento ocidental que foram exaltados à uma posição de serem princípios incontestáveis na mente geral, e 45
  • 56. que o tempo poderá demonstrar terem sido errados ou, pelo menos, somente parcialmente verdadeiros. Qualquer bahá’í que ficar sob a proeminência nos círculos acadêmicos, será exposto à influência poderosa de tal tipo de pensamento. Um dos problemas dos tempos modernos é o grau em que diferentes disciplinas se tornam especializadas e isoladas uma das outras. Os pensadores são, agora, enfrentados com o desafio de realizar uma síntese, ou pelo menos uma correlação coerente, da vasta quantidade de conhecimento que fora adquirido durante o último século. Os bahá’ís tem que estar conscientes deste fator, da moderação e da natureza toda abarcante desta Revelação... Na aplicação das leis sociais da Fé, a maioria das dificuldades pode ser vista surgindo não somente da aberta desobediência, mas também das ações daqueles que, enquanto cuidadosos em observar a letra da lei, tentam ir o mais longe possível, que a letra da lei os permite, do espírito que se encontra no coração dela. Uma tendência similar pode ser notada entre alguns estudiosos bahá’ís. Os grandes avanços no conhecimento e no entendimento no campo vital da erudição bahá’í serão feitos por aqueles que, enquanto bem versados nos seus assuntos e aderindo aos princípios da pesquisa, são também completamente imbuídos de amor a Fé e da determinação de crescerem na compreensão dos ensinamentos dEla. (23 de Março de 1983, de uma carta escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í) 46
  • 57. 3.4 ASSUNTOS DE METODOLOGIA Dos Escritos de Bahá’u’lláh 65. Não pondereis o Livro de Deus com os padrões e ciências correntes entre vós, pois o próprio Livro é a infalível Balança estabelecida entre os homens. Nesta mais perfeita Balança se deve ponderar tudo o que os povos e raças da terra possuam, e o peso dEla se deve verificar Segundo o seu próprio padrão – se o apenas soubésseis! (“O Kitáb-i-Aqdas”, parágrafo 99, p.p.45-46) 66. Quando os olhos do povo oriental foram cativados pelas artes e maravilhas do Ocidente, eles vagavam, desvairados, na selva das causas materiais, inconscientes do Ser que é o Causador das Causas e Seu Sustentáculo, enquanto aqueles homens que eram a fonte do manancial da Sabedoria nunca negaram o Impulso motriz atrás dessas causas, nem o Criador deles ou sua Origem. Teu Senhor sabe, mas disso a maioria do povo não está ciente. (“Epístolas de Bahá’u’lláh, Lawh-I-Hikmat”, p. 161) Dos Pronunciamentos de ‘Abdu’l-Bahá 67. Há somente quatro métodos aceitos de compreensão: isto é, as realidades das coisas são compreendidas por estes quatro métodos. O primeiro método é pelos sentidos: tudo o que os olhos, os ouvidos, o gosto, o olfato e o tato percebem, é compreendido por este método. É o método hoje considerado o mais perfeito pelos 47
  • 58. filósofos europeus; dizem que o método principal para se adquirir conhecimento é este, através dos sentidos; este método, eles o acham supremo. É, no entanto, imperfeito, sujeito ao erro. Tomemos, por exemplo, o maior de todos os sentidos, o poder da visão... Segundo a visão, a Terra é imóvel enquanto o Sol se move, e em muitos casos semelhantes há engano. Nela, pois, não podemos confiar. O segundo é o método do raciocínio, o qual foi o dos filósofos antigos – sustentáculos que eram da sabedoria. É este o método da compreensão. Eles provavam as coisas pelo raciocínio, aderiam firmemente às provas lógicas; todos os seus argumentos são argumentos de raciocínio. Não obstante isso, havia entre eles grandes divergências, sendo muitas vezes contraditórias suas opiniões. Até mesmo mudavam de idéias; isto é, durante vinte anos, digamos, provavam eles a existência de uma coisa por argumentos lógicos, e depois, também por argumentos lógicos, negavam-na. Assim, Platão primeiro provou logicamente a imobilidade da Terra e o movimento do Sol, e mais tarde, por argumentos lógicos, provou ser o Sol o centro estacionário em volta do qual a Terra se movia... Torna-se, pois, evidente ser imperfeito o método do raciocínio, sendo isto provado pela divergência de opinião entre os filósofos antigos, e por sua falta de estabilidade. Fosse perfeito esse método, todos deveriam estar unidos em suas idéias e acordes em suas opiniões. O terceiro método é por tradição, ou seja, pelo texto das Sagradas Escrituras, pois costuma-se dizer: “No Velho Testamento, ou no Novo, Deus assim falou.” Tampouco é perfeito esse método, porque as tradições são compreendidas pelo raciocínio. Já que o próprio raciocínio é sujeito ao erro, como pode-se dizer que não errará em interpretar o significado das tradições? É possível que se engane; não se pode atingir a certeza. É este o método dos teólogos. Tudo o que entendem do texto dos Livros é aquilo que 48
  • 59. seu raciocínio deduz do texto, e não necessariamente a verdade real, pois o raciocínio é como uma balança, enquanto os significados contidos no texto dos Livros Sagrados são as coisas a ser pesadas. Se a balança for inacurada, como será possível certificar-se do peso? Saibam, pois: o que está nas mãos dos homens, o que acreditam, é sujeito ao erro. Se, a fim de provarem ou refutarem algo, eles recorrerem à evidência derivada dos sentidos, este método, assim como mostramos, não é perfeito; e é o mesmo caso das provas intelectuais; tampouco são infalíveis as provas tradicionais. Não há norma, portanto, nas mãos dos homens, da qual possam depender. A graça do Espírito Santo, porém, dá o verdadeiro método de compreensão – método este que é infalível e indubitável. Isso é através do amparo do Espírito Santo que vem ao homem, e é nesta condição somente que se pode atingir a certeza. (“Respostas a Algumas Perguntas”, pp. 238-239) De Cartas Escritas em Nome da Casa Universal de Justiça 68. A preocupação manifestada foi que muitos dos amigos, afirmando que há somente um ponto de vista “correto” da história e dos ensinamentos da Fé, reagem de modo crítico a diferentes pontos de vista. Este assunto já foi abordado em declarações feitas pela própria Casa Universal de Justiça, por exemplo, àquelas contidas nas páginas 88-89 da “Wellspring of Guidance”. Como demonstra na sua carta, a Revelação divina é infalível e procede de um conhecimento que abarca toda a Verdade, mas quando os indivíduos bahá’ís tentam aplicar os Textos Sagrados a um problema ou situação específico eles o fazem usando as suas próprias mentes que são de uma compreensão limitada. Assim, justamente como 49
  • 60. as pessoas podem divergir umas das outras no seu uso do raciocínio em fazer deduções baseadas nas evidências disponíveis, elas podem também divergir no seu entendimento e na aplicação de um trecho da Revelação divina. O princípio bahá’í de harmonia entre a ciência e a religião exige, conforme você tem dito, que um estudioso bahá’í deve usar a sua inteligência para chegar a uma solução de um problema específico se existir um conflito aparente entre um Texto Sagrado e outras evidências; e também, ele deve aceitar o fato de que alguns problemas poderão desafiar a sua compreensão... Ao transmitir os comentários do Departamento de Pesquisas sobre o... Seminário* a Casa de Justiça não pretendeu inferir que há somente uma metodologia válida para os historiadores bahá’ís seguirem. A Casa de Justiça meramente desejou alertar os estudiosos bahá’ís aos perigos que são inerentes nos caminhos que alguns deles estão trilhando presentemente. A pesquisa histórica é, em grande medida, uma questão de avaliar evidências e deduzir probabilidades. A evidência histórica, além disso, é sempre fragmentária, e também pode ser acidentalmente errônea ou mesmo intencionalmente fabricada. A Casa de Justiça reconhece que você esteja completamente cônscio deste fato, mas enfatiza o ponto porque não vê como um historiador bahá’í possa, com toda honestidade, alegar ser um crente fiel pôr um lado, e por outro lado desafiar, nos seus escritos, a veracidade e a honra das Figuras Centrais da Fé ou do seu Guardião. O fato de que a Fé, conforme declara o Guardião, “imponha nos seus seguidores o dever primário de uma busca desimpedida da verdade”, deve tranqüilizar qualquer aspirante a historiador * “O Desafio e a Promessa da Aquisição de Sabedoria Bahá’í (The Challenge and Promise of Bahá’í Scholarship)”, preparada pelo Departamento de Pesquisas. Conforme publicado em “The Bahá’í World” (Haifa: Bahá’í World Center, 1981), vol. XVII, pp. 195-196, este texto foi inadvertidamente atribuído a Casa Universal de Justiça. 50
  • 61. bahá’í, que não possa existir qualquer questão que distorça a história nos assim chamados “interesses” da Fé. Ao contrário, a combinação de fé profunda e liberdade de pensamento é um dos grandes arrimos da religião bahá’í. Coloca, porém, uma grande responsabilidade nos historiadores bahá’ís a expressarem os seus pontos de vistas e conclusões com moderação e a devida humildade. Nesta conexão, uma das Epístolas de Bahá’u’lláh declara: “Vós tens escrito que um dos amigos tem composto um tratado. Este fato foi mencionado na Presença Sagrada, e o que segue foi revelado como resposta: Grande cuidado deve ser exercido para que o que for escrito nestes dias não cause dissensão e convide a objeção do povo. O que quer que disserem os amigos do único Deus verdadeiro neste dias é escutado pelo povo do mundo. Tem sido revelado no Lawhi-Hikmat: ‘Os descrentes têm inclinado a Nós os ouvidos a fim de ouvirem os que os possa capacitar a cavilar de Deus, o Amparo no Perigo, o Subsistente por Si próprio.’ O que quer que seja escrito não deve transgredir os limites do tato e da sabedoria, e dentro das palavras ali usadas deve jazer a propriedade do leite, para que as crianças do mundo possam ser com isso nutridas, e atingir a maturidade. Temos dito no passado que uma palavra tem a influência da primavera e faz com que os corações fiquem frescos e verdejantes, enquanto uma outra é como se fosse a mangra* que faz com que o desabrochar e as flores murchem. Deus permita que os autores entre os amigos escrevam de tal maneira que seja aceitável às almas de mente justa, e não levem a cavilação pelo povo.” (18 de Julho de 1979, a um bahá’í) *uma influência maligna. N.T. 51
  • 62. 69. A Casa de Justiça esperava que a publicação da declaração* estimulasse o diálogo entre os estudiosos bahá’ís e os encorajasse a examinar mais profundamente todos os aspectos do seu trabalho, e o efeito que este tem nas platéias bahá’ís e não-bahá’ís. O objetivo não foi de instruir os estudiosos a abandonarem qualquer metodologia específica mas de adverti-los dos perigos de tomar por certo as conjecturas, a priori, dos eruditos modernos nãobahá’ís e de permitir que o seu pensamento e entendimento da Fé seja limitado pelos critérios que eles mesmos, como bahá’ís, saberiam estar errados. Foi também a esperança da Casa de Justiça que os eruditos bahá’ís reconheceriam o significado da maneira em que se expressem, e que se resguardariam contra o uso da linguagem orgulhosa e desprezadora com que alguns têm publicamente referidos aos seus colegas de crença que, entretanto, tentavam devotadamente a servir a Fé de Deus. (8 de Outubro de 1980, a um bahá’í) 70. De sua carta, a Casa de Justiça entende que você deseja achar meios de comunicar as verdades espirituais em maneiras lógicas e de demonstrar a validade das mesmas através de provas científicas. Não podem existir objeções para tal atitude. O próprio ‘Abdu’lBahá utilizou tal método. O perigo que os eruditos bahá’ís devem evitar é a distorção da verdade religiosa, às vezes quase a força, para fazê-la conformar com as compreensões e percepções atuais no mundo científico. Os verdadeiros eruditos bahá’ís devem precaver-se contra esta prática. Numa carta a uma Assembléia Espiritual Nacional datada de 21 de julho de 1968, a Casa de Justiça escreveu: “Enquanto poderá freqüentemente ser considerado sábio aproximar-se de indivíduos ou de uma platéia partindo de um ponto * Ibid ao ítem 68 52
  • 63. de vista do conhecimento atual, nunca deve ser negligenciado que a Revelação da Manifestação de Deus é o padrão para todo o conhecimento, e as declarações e teorias científicas, independentemente de quão perto eles possam chegar aos princípios eternos proclamados pelo Mensageiro de Deus, são na sua própria natureza efêmeras e limitadas. Do mesmo modo, a tentativa de tornar a Fé Bahá’í relevante à sociedade moderna é de incorrer no risco grave de comprometer as verdades fundamentais de nossa Fé no esforço de fazê-la conformar-se com as teorias e práticas atuais.” (7 de Junho de 1983, a um bahá’í) 71. A preocupação principal da Casa Universal de Justiça é sobre o preconceito metodológico e o tom de discordância que decorrem dos trabalhos de certos autores. A impressão dada é de que, ao tentar alcançar o que entendem ser objetividade acadêmica, tem inadvertidamente lançado a Fé num molde que é essencialmente alheio à sua natureza, não levando em conta as forças espirituais que os bahá’ís vêem como sendo o fundamento dEla. Presumivelmente a justificação oferecida para esta abordagem seria que a maioria dos estudiosos da religião comparativa está essencialmente interessada nos fenômenos discerníveis, eventos observáveis e assuntos práticos e está acostumada a tratar o seu assunto sob um ponto de vista ocidental, senão cristão. Esta abordagem, embora compreensível, é completamente impossível para um bahá’í, porque ignora o fato de que a nossa visão do mundo inclui a dimensão espiritual como um componente indispensável para a consistência e coerência, e não convém a um bahá’í escrever... sobre a sua Fé como se ele a olhasse de dentro das normas de humanismo ou materialismo. Em outras palavras, somos apresentados, em tais artigos, através da visão de bahá’ís tentando escrever como se fossem 53
  • 64. não-bahá’ís. Este fato leva estes autores a tirar conclusões e fazer implicações que estejam em conflito com os ensinamentos bahá’ís e com a realidade da Fé. Um bom autor bahá’í, quando escrever para tal tipo de publicação, deve ser completamente capaz de adotar um tom calmamente neutro e expositivo, sem cair na armadilha de distorcer a imagem através de adotar o que seja, em essência, uma postura materialista e localizada. (4 de Outubro de 1994, a uma Assembléia Espiritual Nacional) 54
  • 65. 3.5 O CONVÊNIO De Cartas Escritas por ou em Nome de Shoghi Effendi 72. Com respeito aos tipos de estudos que você possa seguir:... a Causa é tal que podemos servi-la independentemente, qual seja a nossa profissão. A única necessidade é que estejamos espiritualmente focados e não sejamos guiados por considerações meramente materiais. Nós, também, não devemos deixar que os nossos estudos nos detenham de aprofundar o nosso conhecimento da literatura da Causa. (9 de Novembro de 1931, de uma carta escrita em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í) 73. Nos seus esforços a alcançar este propósito, devem estudar por si próprios, conscientemente e diligentemente a literatura da sua Fé e se aprofundar nos seus ensinamentos, assimilar as suas leis e princípios, refletir sobre as suas admoestações, princípios e propósitos, consignar à memória certas de suas exortações e orações, dominar as essências de sua administração, e se manter a par de suas questões atuais e progressos recentes. Eles devem se esforçar a obter, de fontes que sejam autorizadas e imparciais, um conhecimento sólido da história e princípios do islamismo – a fonte percussora da sua Fé – e se aproximar com reverência e com uma mente purificada de idéias preconcebidas do estudo do Alcorão que, independente das escrituras sagradas das Revelações Bábí e Bahá’í, constitui o único Livro que pode ser considerado como um repositório absolutamente autenticado da Palavra de Deus. Devem devotar atenção especial a investigação daquelas instituições e circunstâncias que são diretamente conectadas com 55
  • 66. a origem e o nascimento da sua Fé, com a posição reivindicada por seu Precursor, e com as leis reveladas por seu Autor. (25 de Dezembro de 1938, por Shoghi Effendi aos bahá’ís do Ocidente, publicada no “O Advento da Justiça Divina”, Editora Bahá’í do Brasil, Rio de Janeiro, 1977, p. 49) 74. O Guardião sente que um conhecimento sólido da história, incluindo a história religiosa, e também de assuntos sociais e econômicos, será de grande ajuda no ensino da Causa para pessoas inteligentes; com respeito a quais assuntos dentro da Fé você deve se concentrar, ele sente que os jovens bahá’ís devem ganhar um domínio de tais livros como “Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, “Os Rompedores da Alvorada”, “Que Brilhe o Sol”, “O Kitáb-i-Iqán”, “Respostas a Algumas Perguntas” e as Epístolas mais importantes. Todos os aspectos da Fé devem ser estudados profundamente – e... eles precisam saber mais sobre a Administração. (4 de Maio de 1946, em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í) 75. Parece que o que precisamos agora é um esforço de aquisição de sabedoria bahá’í mais profundo e coordenado de modo a atrair tais tipos de homens que você está contatando. O mundo – pelo menos o mundo pensante – tem assimilado todos os grandes e universais princípios proclamados por Bahá’u’lláh, há mais de 70 anos atrás, e assim, logicamente, não parece como “novidade” para eles. Mas sabemos que os ensinamentos mais profundos, a capacidade da Sua Ordem Mundial projetada para recriar a sociedade, são novas e dinâmicas. São estes que devemos aprender de modo a apresentá-los inteligentemente e com encanto a tais homens! (3 de Julho de 1949, em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í) 56
  • 67. 76. Ele ficou muito satisfeito ao ouvir que você faz muitas palestras para a Causa; este é um campo de serviço muito importante e um em que deve-se devotar o tanto quanto possível de tempo. O público tem que ouvir sobre a Fé, e novas maneiras e meios devem ser inventados para trazê-la a sua atenção. Ele também o estimula a estudar os próprios ensinamentos mais profundamente. A aquisição de sabedoria bahá’í é realmente uma necessidade maior do que a erudição mundana, pois uma é espiritual, e a outra é mais ou menos transitória. Pode haver uma real deficiência na fé de pessoas que conhecem os ensinamentos completamente, especialmente as suas verdades mais profundas, contudo, podem ensinar as almas corretamente e assentar uma fundação permanente, que os testes e provocações não conseguem derrubar. (27 de Agosto de 1951, em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í) Das Comunicações da Casa Universal de Justiça 77. No campo da aquisição de sabedoria bahá’í achamos que seja mais importante não sufocar o desenvolvimento dos eruditos bahá’ís com uma atitude de censura ou de crítica desmedida. Acreditamos que ambos, o Centro Internacional de Ensino e o Corpo de Conselheiros podem prestar serviços valiosos nesta área através de encorajamento aos iniciantes eruditos e de promover, dentro da comunidade bahá’í, uma atmosfera de tolerância para os pontos de vista dos outros. Ao mesmo tempo, o núcleo fundamental da Fé dos crentes deve ser fortalecido através de uma consciência crescente da verdade primordial e a importância vital do Convênio, e um amor sempre crescente por Bahá’u’lláh. (10 de Fevereiro de 1981, memorando da Casa Universal de Justiça ao Centro Internacional de Ensino) 57
  • 68. 78. Não pode haver dúvida que o progresso da Causa, de agora em diante, será caracterizado por um crescente relacionamento com as agências, atividades, instituições e líderes individuais do mundo não-bahá’í. Iremos alcançar ainda maior desenvolvimento nas Nações Unidas, tornando-nos mais conhecidos nas deliberações dos governos, uma figura familiar junto aos veículos de divulgação, um assunto de interesse para acadêmicos e, inevitavelmente, a inveja de instituições decadentes. Nossa preparação para e em resposta a essa situação deve ser um aprofundamento contínuo em nossa Fé, uma adesão inabalável aos seus princípios de não envolvimento em política partidária e isenção de preconceitos, e, acima de tudo, um entendimento crescente de suas verdades fundamentais e relevância para o mundo moderno. (Ridván de 1984, aos bahá’ís do Mundo) 58