2. Até ao 25 de Abril de 1974, Portugal manteve-se isolado, com o peso da Guerra Colonial e com a censura e a polícia política que tudo controlavam. Apesar desta situação, surgiram algumas rupturas e valores emergentes, como consequência de um mercado de arte mais Especulativo, de contactos com escolas e artistas estrangeiros e de uma produção mais diversificada e personalizada. A partir da instauração da democracia, as artes tornaram-se um outro veículo de crítica e de construção, desde as artes plásticas ao cinema, à literatura, à dança, à música … com obras vanguardistas. Surgem, por todo o país, galerias e locais de exposição, mais publicações, mais artistas e amantes das artes.
3. Assim, o que caracteriza a contemporaneidade portuguesa é: uma maior pluralidade expressiva, um espírito de experimentação aliado a uma onda de criatividade facilitada pelas inovações tecnológicas, uma projecção internacional de autores e obras, e mais atenção à salvaguarda do património, uma adesão e extrapolação às correntes modernas, uma preocupação quanto ao desenvolvimento urbano e suburbano, um maior número de arquitecturas de autor, o uso de temáticas versando o corpo e o comportamento, a utilização dos multimédia, a prioridade às questões ambientais, numa produção onde o artista é um poliapto, trabalhando os mais variados materiais, formas, técnicas e áreas, abordando, cada vez mais, questões humanitárias, políticas e do quotidiano, num paralelo com o que se faz no estrangeiro.
4. Na arquitectura, surgiram os ateliers de Nuno Teotónio Pereira, Nuno Portas e de Conceição Silva, que formaram uma plêiade de novos e relevantes arquitectos, em Lisboa; No Porto, Viana de Lima, Arménio Losa, Cassiano Barbosa, Agostinho Ricca Gonçalves e Outros foram e são os criadores de obras modernistas. A partir de 1974, aparecem os Programas de apoio às cooperativas de habitação e recuperação de zonas degradadas, Como o processo SAAL, no qual particiam Siza, F. Távora, S. Fwrnandez, P. Ramalho, M. Vicente, g. Byrne e Cabral Mello. A partir dos anos 80 iniciou-se uma produção pós – Moderna, com o conjunto das Amoreiras. Até à actualidade persiste uma moda Internacional, entre o neo-racionalismo e as influências da Nova Modernidade, na procura da qualidade de vida e na integração urbanística, concretizadas por arquitectos Relevantes como Alcino Soutinho, Souto de Moura, Vítor Figueiredo e outros e pelo Projecto Polis.