1. ENSINO DE ALEMÃO NA ESCOLA DE
APLICAÇÃO DA UFPA: PROPICIAMENTOS
PARA A APRENDIZAGEM NO RELATO DE
UM BOLSISTA
Michell Gadelha Moutinho
Escola de Aplicação - UFPA
2. Apresentação
1 - Aprendizagem de línguas como um sistema adaptativo complexo
2 - Propiciamento, Agência e Emergência
3 - PASCH - Escolas: Uma parceria para o futuro
4 - Propiciamentos para um bolsista de intercâmbio
5 - Considerações finais
3. Aprendizagem de línguas como
um sistema adaptativo complexo
❖ Sistemas adaptativos complexos
➢ Relações não-lineares
➢ Interconectividade entre os elementos do sistema
➢ Imprevisibilidade
➢ Dinamicidade - Estabilidade dinâmica
➢ Indissociabilidade entre sistema e contexto (abordagem ecológica)
4. Aprendizagem de línguas como
um sistema adaptativo complexo
❖ Abordagem ecológica
➢ “A abordagem ecológica não isola os processos sensoriais, cognitivos,
afetivos, pois vê todos esses processos de forma interligada nas experiências
que o indivíduo vive na sociedade” (PAIVA, 2010)
➢ “Uma perspectiva ecológica envolve explorar o ensino e aprendizagem de
línguas dentro da totalidade de vidas dos vários participantes envolvidos e no
como uma subparte de suas vidas que deve ser examinada isoladamente”
(TUDOR, 2003)
➢ “Há uma relação ambígua e dinâmica entre o objeto e seu contexto” (KALAJA
et al., 2011)
5. A abordagem ecológica favorece estudos conduzidos em um ambiente natural e não
isoladamente, em consequência, há uma virada do foco na aquisição de estruturas
linguísticas para a língua como prática semiótica social (PAIVA, 2011)
6. Propiciamentos, Agência e
Emergência
❖ Propiciamentos
➢ affordance - origem na biologia - relação do organismo com os demais
elementos do ecossistema - complementaridade entre animal e ambiente;
➢ “Narrar uma experiência de aprendizagem de língua estrangeira é
necessariamente discorrer sobre propiciamentos.” (PAIVA, 2010)
➢ Segundo Van Lier (2004), existem três pré-condições para ocorrer um
propiciamento:
■ percepção;
■ interpretação;
■ ação.
7. Propiciamentos, Agência e
Emergência
❖ Agência / Agentividade
➢ “Não é um fator único e monolítico” (MERCER, 2011);
➢ “Existe como um potencial latente para ser engajado no comportamento
autodirecionado, mas como e quando é usado depende do senso de agência do
aprendente, envolvendo seu sistema de crenças, e os parâmetros de controle
das habilidades motivacionais, afetivas, metacognitivas/autorreguladoras, bem
como as habilidades reais e os propiciamentos, reais e percebidos, em
ambientes específicos” (MERCER, 2011)
➢ “Agência pode ser definida como a capacidade socioculturalmente mediada de
agir” (AHEARN, 2001 apud KALAJA, 2011)
8. Propiciamentos, Agência e
Emergência
❖ Emergência
➢ “Emergência é o surgimento em um sistema complexo de um novo estado em um nível de
organização mais elevado que o anterior. O comportamento ou fenômeno emergente tem uma
completude reconhecível” (LARSEN-FREEMAN e CAMERON, 2008)
➢ Podemos dizer que emerência ocorre quando responde-se à oportunidades para interação, a
exigências e restrições, ou a ofertas e obstáculos, reorganizando-se e adaptando-se a
condições que mudam em um nicho. (PAIVA, 2011)
➢ “A ideia do emergentismo (e emergência) tanto nas ciências físicas como nas sociais diz que o
resultado de eventos ou atividades pode ser dramaticamente diferente das entradas iniciais para
aqueles eventos ou atividades e não podem ser reduzidos a elas.” (VAN LIER, 2004)
9. PASCH - Escolas: Uma Parceria
para o Futuro
❖ A iniciativa Schulen: Partner der Zukunft
➢ Em 2008
■ 1500 escolas
■ em torno de 100 países no mundo
➢ Em 2014
■ 1750 escolas
■ 137 países no mundo
12. ❖ Jugendkurs
➢ Curso de alemão para jovens
➢ Em janeiro ou julho
➢ 3 semanas de duração
➢ Aulas pela manhã e programação cultural pela tarde
➢ Alunos de diversos países
➢ Na escola de aplicação, são duas bolsas anuais: uma
em janeiro e uma em julho
PASCH - Escolas: Uma Parceria
para o Futuro
13. Propiciamentos para um bolsista
de intercâmbio
❖ Critérios para conseguir a bolsa:
➢ Ter entre 14 e 17 anos, não cursando o 3o ano do ensino médio;
➢ Ter ótimo rendimento nas aulas de alemão;
➢ Ter um bom conhecimento, de preferência com certificado Fit in
Deutsch;
➢ Ter rendimento acima da média nas demais disciplinas;
➢ Bom relacionamento com o pais, professores e os demais colegas;
➢ Não ter recebido a bolsa anteriormente;
➢ Participação em atividades escolares e extraescolares;
➢ Perfil de liderança e desenvoltura;
➢ Caráter do texto de apresentação.
❖ Após o retorno da viagem, o aluno precisa escrever um relato de sua
experiência no curso.
14. Considerações finais
❖ A propiciamento depende da agentividade do aluno (eles não são os
mesmos para todos os alunos - PAIVA, 2010);
❖ Não cabe mais ao professor decidir isoladamente os passos que o aluno
deve seguir;
❖ Qual o papel do aluno e do professor nesse entendimento de ensino-
aprendizagem?
15. “As crenças que os aprendentes possuem sobre aprendizagem ou línguas
diferentes pode ajudá-los a perceber propiciamentos” (KALAJA et al., 2011)
“não é fácil identificar a aprendizagem que é fruto do ensino e a que acontece
de forma independente” (PRABHU, 1990 apud PAIVA, 2010)
“Acredito que qualquer um interessado em saber como as línguas são
aprendidas deveria prestar atenção ao que os alunos têm a nos dizer” (PAIVA,
2011)
16. Referências
DÖRNYEI, Zoltan. Teaching and researchin motivation. Inglaterra: Pearson, 2011.
KALAJA, et al. From milk cartons to English roommates: Context and agency in L2 learning beyond the classroom. In:
BENSON, Phil; REINDERS, Hayo. Beyond the language classroom. 2011, p. 59-71.
LARSEN-FREEMAN, D.; CAMERON, L. Complex Systems and Applied Linguistics. Oxford: Oxford University Press. 2008.
MERCER, S. Understanding learner agency as a complex dynamic system. System 39(4), 2011,: 427 – 436.
PAIVA, V.L.M.O. Propiciamento (affordance) e autonomia na aprendizagem de língua inglesa In: LIMA, Diógenes
Cândido. Aprendizagem de língua inglesa: histórias refletidas. Vitória da Conquista: Edições UESB, 2010.
PAIVA, V.L.M.O. Affordances for language learning beyond the classroom. In: BENSON, Phil; REINDERS, Hayo.
Beyond the language classroom. 2011, p. 59-71.
VAN LIER, Leo. The ecology and semiotics of language learning: a sociocultural perspective. USA: Kluwer Academic
Publishers, 2004.
TUDOR, I. Learning to Live with Complexity: towards an Ecological Perspective on Language Teaching. System 31,
2003, 1–12