1. PENSAMENTO FILOSÓFICO
FILOSOFIA
O homem animal
Habilidades a serem desenvolvidas: (EM13CHS501), Compreender e
analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, identificando
processos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que
valorizem a liberdade, a autonomia e o poder de decisão (vontade).
PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO
SLIDE 002
2. O HOMEM ANIMAL
As meninas-lobo
Na Índia, onde os casos de meninos-lobo foram relativamente numerosos,
descobriram-se, em 1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no
meio de uma família de lobos. A primeira tinha um ano e meio e veio a
morrer um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929.
Não tinham nada de humano e seu comportamento era exatamente
semelhante àquele de seus irmãos lobos. Elas caminhavam de quatro,
apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos trajetos e
sobre as mãos e os pés para os trajetos longos e rápidos.
3. O HOMEM ANIMAL
As meninas-lobo (continuação)
Eram incapazes de permanecer em pé. Só se alimentavam de carne
crua ou podre. Comiam e bebiam como os animais, lançando a cabeça
para a frente e lambendo os líquidos. Na instituição onde foram
recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra.
Eram ativas e ruidosas durante a noite, procurando fugir e uivando
como lobos. Nunca choravam ou riam.
4. O HOMEM ANIMAL
As meninas-lobo (continuação)
Kamala viveu oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente.
Necessitou de seis anos para aprender a andar e, pouco antes de morrer, tinha um
vocabulário de apenas cinquenta palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos
poucos. Chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente
às pessoas que cuidaram dela bem como às outras com as quais conviveu. Sua
inteligência permitiu-lhe comunicar-se por gestos, inicialmente, e depois por palavras de
um vocabulário rudimentar, aprendendo a executar ordens simples.
6. O HOMEM ANIMAL
O texto anterior, que relata um fato verdadeiro ocorrido ainda no século passado,
instiga a discussão sobre o que distingue verdadeiramente o homem do animal.
No caso relatado, as meninas não passaram pelo processo de humanização.
Dessa forma, podemos afirmar que o homem não nasce humano, mas assume
essa feição com o processo de socialização permitido somente pelo contato com a
cultura. No caso das meninas, alguns relatos afirmam que elas não apresentavam
ações tipicamente humanas, como chorar, sorrir e falar. Quando elas foram
trazidas para o convívio social, foi iniciado o processo de humanização, afastando-
as do mundo animal em que estavam inseridas.
7. O HOMEM ANIMAL
Mas como essas meninas aprenderam a se comportar como lobos? Seria possível o
contrário? Um animal, de qualquer espécie, colocado desde o seu nascimento para
conviver com outros de espécie diferente poderia adquirir os hábitos e comportamentos
daqueles com os quais ele convive? É certo que não. No caso das meninas-lobo, temos o
exemplo cabal de que somente o homem possui essa capacidade de adaptação que
supera a natureza biológica da espécie e lhe confere essa plasticidade de se adaptar aos
mais diferentes modos de vida. Nesse viés, ainda podemos citar o caso do menino
selvagem de Aveyron. Em setembro de 1799, um menino, de cerca de 12 anos de idade,
foi encontrado perto da floresta de Aveyron, sul da França.
8. O HOMEM ANIMAL
Ele estava sozinho, sem roupa, andava de quatro e não falava uma única palavra. Pelo que
parece, foi abandonado pelos pais e cresceu sozinho na floresta. O menino, chamado a partir de
então de Victor, foi levado para Paris, onde ficou sob os cuidados do médico Jean-Marc-Gaspar
Itard. Durante 5 anos, o Dr. Itard dedicou-se a ensinar Victor a falar, a ler, a se comportar como um
ser humano. Porém, não alcançou grande êxito em sua empresa.
Temos ainda um terceiro caso, o de Kaspar Hauser. Diz-se que ele surgiu em 1828, numa praça do
centro de Nuremberg, Alemanha. O garoto tinha por volta de 16 anos e falava de modo pouco
inteligível.
9. O HOMEM ANIMAL
Ninguém sabia de sua vida pregressa, mas, ao que tudo indica, parece que viveu
sozinho dentro de um celeiro desde o seu nascimento. Teve pouco contato com
outros seres humanos. Como nos casos anteriores, o menino foi acolhido e
educado, aprendendo a ler e a escrever, o que permitiu que pudesse se
comunicar, mesmo basicamente, com outras pessoas. Seu raciocínio, contudo,
não foi muito adiante. Continuava a ser a mesma criança do dia em que fora
encontrado. Não conseguia enxergar em perspectiva e também não aprendia
conceitos abstratos. Esses estranhos casos nos propõem uma questão inicial:
Quais são as diferenças entre o homem e o animal?
10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ARANHA, Mária Lúcia de Arruda [et.al]. Filosofando. Volume Único. São Paulo: Editora Moderno, 2009.
AMORIM, Richard Garcia [et.al] Filosofia. Volume 1 e 2. São Paulo: Editora Bernoulli