Trabalho de colera

Daniela Santos
Daniela SantosEstudante na Senac à Consultorio Podológico
CID 10: A00
Cólera
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Descrição
Infecção intestinal aguda, causada pela enterotoxina do bacilo da Cólera Vibrio cholerae,
frequentemente assintomática ou oligossintomática, com diarreia leve. Pode se apresentar de
forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e câimbras.
Esse quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose,
colapso circulatório, com choque hipovolêmico e insuficiência renal a infecção.
Agente Etiológico
Vibrio cholerae O1, biotipo clássico ou El Tor (sorotipos Inaba, Ogawa ou Hikogima), toxigênico,
e, também, o O139. Bacilo gram-negativo, com flagelo polar, aeróbio ou anaeróbio facultativo,
produtor de endotoxina.
Reservatório
O principal é o homem. Estudos recentes sugerem a existência de reservatórios ambientais
como plantas aquáticas e frutos do mar.
Modo de Transmissão
Ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes ou vômitos de doente ou portador. A
contaminação pessoa a pessoa e menos importante na cadeia epidemiológica. A variedade El
Tor persiste na agua por muito tempo, o que aumenta a probabilidade de manter sua
transmissão e circulação.
Período de Incubação
De algumas horas a 5 dias. Na maioria dos casos, de 2 a 3 dias.
Período de Transmissibilidade
Dura enquanto houver eliminação do V. cholerae nas fezes, o que ocorre, geralmente, ate
poucos dias apos a cura. Para fins de vigilância, o padrão aceito e de 20 dias. Alguns indivíduos
podem permanecer portadores sadios por meses ou ate anos, situação de particular
importância, já que podem se tornar responsáveis pela introdução da doença em área indene.
Suscetibilidade e Imunidade
A suscetibilidade é variável e aumenta na presença de fatores que diminuem a acidez gástrica
(acloridria, gastrectomia, uso de alcalinizantes e outros). A infecção produz elevação de
anticorpos e confere imunidade por tempo limitado, em torno de 6 meses.
Complicações
São decorrentes, fundamentalmente, da depleção hidrossalina imposta pela diarreia e pelos
vômitos. A desidratação não corrigida levara a uma deterioração progressiva da circulação, da
função renal e do balanço hidroeletrolítico, produzindo dano a todos os sistemas do organismo.
Em consequência, sobrevêm choque hipovolêmico, necrose tubular renal, íleo paralítico,
hipocalemia (levando a arritmias), hipoglicemia (com convulsão e coma em crianças). O aborto é
comum no 3º trimestre de gestação, em casos de choque hipovolêmico. As complicações podem
ser evitadas com adequada hidratação precoce.
Diagnóstico
Laboratorial
O V. cholerae pode ser isolado a partir da cultura de amostras de fezes de doentes ou
portadores assintomáticos. A coleta do material pode ser feita por swab retal ou fecal, fezes in
natura ou em papel de filtro.
Clínico-epidemiológico
Casos de diarreia nos quais são relacionadas variáveis com manifestações clínicas e
epidemiológicas capazes de definir o diagnóstico, sem investigação laboratorial.
Diagnóstico Diferencial
Com todas as diarreias agudas.
Tratamento
Formas leves e moderadas, com soro de reidratação oral (SRO). Formas graves, com hidratação
venosa e antibiótico: para menores de 8 anos, recomenda-se Sulfametoxazol (50 mg/kg/dia) +
Trimetoprim (10 mg/kg/dia), via oral, de 12/12 horas, por 3 dias; para maiores de 8 anos,
Tetraciclina, 500 mg, via oral, de 6/6 horas, por 3 dias; para gestantes e nutrizes, Ampicilina, 500
mg, VO, de 6/6 horas, por 3 dias.
Características Epidemiológicas
Atualmente, o comportamento da Cólera, no Brasil, sugere um padrão endêmico. A deficiência
do abastecimento de agua tratada, destino inadequado dos dejetos, alta densidade
populacional, carências de habitação, higiene inadequada, alimentação precária, educação
insuficiente favorecem a ocorrência da doença. Nas áreas epidêmicas, o grupo etário mais
atingido e o de maiores de 15 anos, enquanto que nas áreas endêmicas a faixa mais jovem e a
mais atingida. A incidência predomina no sexo masculino, por maior exposição a contaminação
ambiental. Entre os anos de 2000 e 2008, ocorreu uma redução significativa no número de casos
e óbitos por Cólera no Brasil, sendo registrados, nesse período, 766 casos e 20 óbitos, todos na
região Nordeste. A taxa de letalidade, em casos graves de Cólera sem tratamento adequado,
pode atingir 50%, porem, quando esse é instituído, correta e precocemente, a taxa pode cair
para menos de 2%. No período de 1991 a 2004, a letalidade oscilou em torno de 1,3%,
apresentando desde então percentuais mais elevados. Esse aumento, no entanto, não parece
estar ligado a uma deterioração do atendimento ao paciente, mas possivelmente a uma
subnotificação importante de casos.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivos
Impedir ou dificultar a propagação da doença; reduzir a incidência e a letalidade; controlar
surtos.
Notificação
Doença de notificação compulsória internacional, com desencadeamento de investigação
epidemiológica imediatamente após o estabelecimento da suspeita.
Definição de Caso
Suspeito
Em áreas sem evidência de circulação do V.cholerae patogênico (sorogrupos O1 e O139):
Qualquer indivíduo, independente da faixa etária, proveniente de áreas com ocorrência de
casos de Cólera, que apresente diarreia aquosa aguda ate o 10º dia de sua chegada (tempo
correspondente a duas vezes o período máximo de incubação da doença);
Comunicantes domiciliares de caso suspeito, definido de acordo com o item anterior, que
apresentem diarreia;
Qualquer indivíduo com diarreia, independente da faixa etária, que coabite com pessoas que
retornaram de áreas endêmicas ou epidêmicas, ha menos de 30 dias (tempo correspondente ao
período de transmissibilidade do portador somado ao dobro do período de incubação da
doença); e
Todo indivíduo com mais de 10 anos de idade, que apresente diarreia súbita, líquida e
abundante.
Em áreas com evidência de circulação do V. cholerae patogênico (V. cholerae O1 já isolado em
pelo menos cinco amostras de casos autóctones ou de amostras ambientais):
Qualquer indivíduo que apresente diarreia aguda, independente da faixa etária.
Confirmado
Critério laboratorial - Individuo com diarreia, que apresente isolamento de V. cholerae nas fezes
ou vômitos.
Critério clínico epidemiológico
Em áreas sem evidência de circulação do V. cholerae:
Qualquer indivíduo, com 5 anos de idade ou mais, proveniente de área com circulação de V.
cholerae, que apresente diarreia aquosa aguda ate o 10º dia de sua chegada.
Em áreas com circulação do V. cholerae:
Qualquer indivíduo, com 5 anos de idade ou mais, que apresente diarreia aguda, desde que não
haja diagnostico clinico e/ou laboratorial de outra etiologia; menores de 5 anos de idade que
apresentem diarreia aguda e historia de contato com caso de Cólera, num prazo de 10 dias,
desde que não haja diagnóstico clinico e/ou laboratorial de outra patologia.
Importado
Caso cuja infecção ocorreu em área diferente daquela em que foi diagnosticado, tratado ou teve
sua evolução.
MEDIDAS DE CONTROLE
Quando o V. cholerae é introduzido em áreas com precárias condições sanitárias, o risco de
circulação é bastante elevado e, principalmente, quando não existe um bom sistema de
abastecimento de agua potável para as comunidades, o principal instrumento para o controle da
Cólera, e prover as populações sob risco, de adequada infraestrutura de saneamento (água,
esgotamento sanitário e coleta e disposição de lixo), o que exige investimentos sociais do poder
publico. A rede assistencial deve estar estruturada e capacitada para a detecção precoce e o
manejo adequado dos casos. Devem-se ter cuidados com os vômitos e as fezes dos pacientes no
domicílio. É importante informar sobre a necessidade da lavagem rigorosa das mãos e
procedimentos básicos de higiene. Isolamento entérico nos casos hospitalizados, com
desinfecção concorrente de fezes, vômitos, vestuário e roupa de cama dos pacientes.
A quimioprofilaxia de contatos não é indicada por não ser eficaz para conter a propagação dos
casos. Além disso, o uso de antibiótico altera a flora intestinal, modificando a suscetibilidade a
infecção, podendo provocar o aparecimento de cepas resistentes. A vacinação apresenta baixa
eficácia (50%), curta duração de imunidade (3 a 6 meses) e não evita a infecção assintomática.
Para vigiar e detectar precocemente a circulação do agente preconiza-se: fortalecimento da
monitorização das doenças diarreicas agudas (MDDA), nos municípios do país, e a monitorização
ambiental para pesquisa de V. cholerae, no ambiente. É importante ressaltar que no caso do V.
cholerae El Tor, a relação entre doentes e assintomáticos é muito alta, podendo haver de 30 a
100 assintomáticos para cada indivíduo doente; assim, as medidas de prevenção e controle
devem ser direcionadas a toda a comunidade, para garantir o impacto desejado.
Qualquer indivíduo, com 5 anos de idade ou mais, que apresente diarreia aguda, desde que não
haja diagnostico clinico e/ou laboratorial de outra etiologia; menores de 5 anos de idade que
apresentem diarreia aguda e historia de contato com caso de Cólera, num prazo de 10 dias,
desde que não haja diagnóstico clinico e/ou laboratorial de outra patologia.
Importado
Caso cuja infecção ocorreu em área diferente daquela em que foi diagnosticado, tratado ou teve
sua evolução.
MEDIDAS DE CONTROLE
Quando o V. cholerae é introduzido em áreas com precárias condições sanitárias, o risco de
circulação é bastante elevado e, principalmente, quando não existe um bom sistema de
abastecimento de agua potável para as comunidades, o principal instrumento para o controle da
Cólera, e prover as populações sob risco, de adequada infraestrutura de saneamento (água,
esgotamento sanitário e coleta e disposição de lixo), o que exige investimentos sociais do poder
publico. A rede assistencial deve estar estruturada e capacitada para a detecção precoce e o
manejo adequado dos casos. Devem-se ter cuidados com os vômitos e as fezes dos pacientes no
domicílio. É importante informar sobre a necessidade da lavagem rigorosa das mãos e
procedimentos básicos de higiene. Isolamento entérico nos casos hospitalizados, com
desinfecção concorrente de fezes, vômitos, vestuário e roupa de cama dos pacientes.
A quimioprofilaxia de contatos não é indicada por não ser eficaz para conter a propagação dos
casos. Além disso, o uso de antibiótico altera a flora intestinal, modificando a suscetibilidade a
infecção, podendo provocar o aparecimento de cepas resistentes. A vacinação apresenta baixa
eficácia (50%), curta duração de imunidade (3 a 6 meses) e não evita a infecção assintomática.
Para vigiar e detectar precocemente a circulação do agente preconiza-se: fortalecimento da
monitorização das doenças diarreicas agudas (MDDA), nos municípios do país, e a monitorização
ambiental para pesquisa de V. cholerae, no ambiente. É importante ressaltar que no caso do V.
cholerae El Tor, a relação entre doentes e assintomáticos é muito alta, podendo haver de 30 a
100 assintomáticos para cada indivíduo doente; assim, as medidas de prevenção e controle
devem ser direcionadas a toda a comunidade, para garantir o impacto desejado.

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  • 1. CID 10: A00 Cólera ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS Descrição Infecção intestinal aguda, causada pela enterotoxina do bacilo da Cólera Vibrio cholerae, frequentemente assintomática ou oligossintomática, com diarreia leve. Pode se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e câimbras. Esse quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose, colapso circulatório, com choque hipovolêmico e insuficiência renal a infecção. Agente Etiológico Vibrio cholerae O1, biotipo clássico ou El Tor (sorotipos Inaba, Ogawa ou Hikogima), toxigênico, e, também, o O139. Bacilo gram-negativo, com flagelo polar, aeróbio ou anaeróbio facultativo, produtor de endotoxina. Reservatório O principal é o homem. Estudos recentes sugerem a existência de reservatórios ambientais como plantas aquáticas e frutos do mar. Modo de Transmissão Ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes ou vômitos de doente ou portador. A contaminação pessoa a pessoa e menos importante na cadeia epidemiológica. A variedade El Tor persiste na agua por muito tempo, o que aumenta a probabilidade de manter sua transmissão e circulação. Período de Incubação De algumas horas a 5 dias. Na maioria dos casos, de 2 a 3 dias. Período de Transmissibilidade
  • 2. Dura enquanto houver eliminação do V. cholerae nas fezes, o que ocorre, geralmente, ate poucos dias apos a cura. Para fins de vigilância, o padrão aceito e de 20 dias. Alguns indivíduos podem permanecer portadores sadios por meses ou ate anos, situação de particular importância, já que podem se tornar responsáveis pela introdução da doença em área indene. Suscetibilidade e Imunidade A suscetibilidade é variável e aumenta na presença de fatores que diminuem a acidez gástrica (acloridria, gastrectomia, uso de alcalinizantes e outros). A infecção produz elevação de anticorpos e confere imunidade por tempo limitado, em torno de 6 meses. Complicações São decorrentes, fundamentalmente, da depleção hidrossalina imposta pela diarreia e pelos vômitos. A desidratação não corrigida levara a uma deterioração progressiva da circulação, da função renal e do balanço hidroeletrolítico, produzindo dano a todos os sistemas do organismo. Em consequência, sobrevêm choque hipovolêmico, necrose tubular renal, íleo paralítico, hipocalemia (levando a arritmias), hipoglicemia (com convulsão e coma em crianças). O aborto é comum no 3º trimestre de gestação, em casos de choque hipovolêmico. As complicações podem ser evitadas com adequada hidratação precoce. Diagnóstico Laboratorial O V. cholerae pode ser isolado a partir da cultura de amostras de fezes de doentes ou portadores assintomáticos. A coleta do material pode ser feita por swab retal ou fecal, fezes in natura ou em papel de filtro. Clínico-epidemiológico Casos de diarreia nos quais são relacionadas variáveis com manifestações clínicas e epidemiológicas capazes de definir o diagnóstico, sem investigação laboratorial. Diagnóstico Diferencial Com todas as diarreias agudas.
  • 3. Tratamento Formas leves e moderadas, com soro de reidratação oral (SRO). Formas graves, com hidratação venosa e antibiótico: para menores de 8 anos, recomenda-se Sulfametoxazol (50 mg/kg/dia) + Trimetoprim (10 mg/kg/dia), via oral, de 12/12 horas, por 3 dias; para maiores de 8 anos, Tetraciclina, 500 mg, via oral, de 6/6 horas, por 3 dias; para gestantes e nutrizes, Ampicilina, 500 mg, VO, de 6/6 horas, por 3 dias. Características Epidemiológicas Atualmente, o comportamento da Cólera, no Brasil, sugere um padrão endêmico. A deficiência do abastecimento de agua tratada, destino inadequado dos dejetos, alta densidade populacional, carências de habitação, higiene inadequada, alimentação precária, educação insuficiente favorecem a ocorrência da doença. Nas áreas epidêmicas, o grupo etário mais atingido e o de maiores de 15 anos, enquanto que nas áreas endêmicas a faixa mais jovem e a mais atingida. A incidência predomina no sexo masculino, por maior exposição a contaminação ambiental. Entre os anos de 2000 e 2008, ocorreu uma redução significativa no número de casos e óbitos por Cólera no Brasil, sendo registrados, nesse período, 766 casos e 20 óbitos, todos na região Nordeste. A taxa de letalidade, em casos graves de Cólera sem tratamento adequado, pode atingir 50%, porem, quando esse é instituído, correta e precocemente, a taxa pode cair para menos de 2%. No período de 1991 a 2004, a letalidade oscilou em torno de 1,3%, apresentando desde então percentuais mais elevados. Esse aumento, no entanto, não parece estar ligado a uma deterioração do atendimento ao paciente, mas possivelmente a uma subnotificação importante de casos. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Objetivos Impedir ou dificultar a propagação da doença; reduzir a incidência e a letalidade; controlar surtos. Notificação Doença de notificação compulsória internacional, com desencadeamento de investigação epidemiológica imediatamente após o estabelecimento da suspeita.
  • 4. Definição de Caso Suspeito Em áreas sem evidência de circulação do V.cholerae patogênico (sorogrupos O1 e O139): Qualquer indivíduo, independente da faixa etária, proveniente de áreas com ocorrência de casos de Cólera, que apresente diarreia aquosa aguda ate o 10º dia de sua chegada (tempo correspondente a duas vezes o período máximo de incubação da doença); Comunicantes domiciliares de caso suspeito, definido de acordo com o item anterior, que apresentem diarreia; Qualquer indivíduo com diarreia, independente da faixa etária, que coabite com pessoas que retornaram de áreas endêmicas ou epidêmicas, ha menos de 30 dias (tempo correspondente ao período de transmissibilidade do portador somado ao dobro do período de incubação da doença); e Todo indivíduo com mais de 10 anos de idade, que apresente diarreia súbita, líquida e abundante. Em áreas com evidência de circulação do V. cholerae patogênico (V. cholerae O1 já isolado em pelo menos cinco amostras de casos autóctones ou de amostras ambientais): Qualquer indivíduo que apresente diarreia aguda, independente da faixa etária. Confirmado Critério laboratorial - Individuo com diarreia, que apresente isolamento de V. cholerae nas fezes ou vômitos. Critério clínico epidemiológico Em áreas sem evidência de circulação do V. cholerae: Qualquer indivíduo, com 5 anos de idade ou mais, proveniente de área com circulação de V. cholerae, que apresente diarreia aquosa aguda ate o 10º dia de sua chegada. Em áreas com circulação do V. cholerae:
  • 5. Qualquer indivíduo, com 5 anos de idade ou mais, que apresente diarreia aguda, desde que não haja diagnostico clinico e/ou laboratorial de outra etiologia; menores de 5 anos de idade que apresentem diarreia aguda e historia de contato com caso de Cólera, num prazo de 10 dias, desde que não haja diagnóstico clinico e/ou laboratorial de outra patologia. Importado Caso cuja infecção ocorreu em área diferente daquela em que foi diagnosticado, tratado ou teve sua evolução. MEDIDAS DE CONTROLE Quando o V. cholerae é introduzido em áreas com precárias condições sanitárias, o risco de circulação é bastante elevado e, principalmente, quando não existe um bom sistema de abastecimento de agua potável para as comunidades, o principal instrumento para o controle da Cólera, e prover as populações sob risco, de adequada infraestrutura de saneamento (água, esgotamento sanitário e coleta e disposição de lixo), o que exige investimentos sociais do poder publico. A rede assistencial deve estar estruturada e capacitada para a detecção precoce e o manejo adequado dos casos. Devem-se ter cuidados com os vômitos e as fezes dos pacientes no domicílio. É importante informar sobre a necessidade da lavagem rigorosa das mãos e procedimentos básicos de higiene. Isolamento entérico nos casos hospitalizados, com desinfecção concorrente de fezes, vômitos, vestuário e roupa de cama dos pacientes. A quimioprofilaxia de contatos não é indicada por não ser eficaz para conter a propagação dos casos. Além disso, o uso de antibiótico altera a flora intestinal, modificando a suscetibilidade a infecção, podendo provocar o aparecimento de cepas resistentes. A vacinação apresenta baixa eficácia (50%), curta duração de imunidade (3 a 6 meses) e não evita a infecção assintomática. Para vigiar e detectar precocemente a circulação do agente preconiza-se: fortalecimento da monitorização das doenças diarreicas agudas (MDDA), nos municípios do país, e a monitorização ambiental para pesquisa de V. cholerae, no ambiente. É importante ressaltar que no caso do V. cholerae El Tor, a relação entre doentes e assintomáticos é muito alta, podendo haver de 30 a 100 assintomáticos para cada indivíduo doente; assim, as medidas de prevenção e controle devem ser direcionadas a toda a comunidade, para garantir o impacto desejado.
  • 6. Qualquer indivíduo, com 5 anos de idade ou mais, que apresente diarreia aguda, desde que não haja diagnostico clinico e/ou laboratorial de outra etiologia; menores de 5 anos de idade que apresentem diarreia aguda e historia de contato com caso de Cólera, num prazo de 10 dias, desde que não haja diagnóstico clinico e/ou laboratorial de outra patologia. Importado Caso cuja infecção ocorreu em área diferente daquela em que foi diagnosticado, tratado ou teve sua evolução. MEDIDAS DE CONTROLE Quando o V. cholerae é introduzido em áreas com precárias condições sanitárias, o risco de circulação é bastante elevado e, principalmente, quando não existe um bom sistema de abastecimento de agua potável para as comunidades, o principal instrumento para o controle da Cólera, e prover as populações sob risco, de adequada infraestrutura de saneamento (água, esgotamento sanitário e coleta e disposição de lixo), o que exige investimentos sociais do poder publico. A rede assistencial deve estar estruturada e capacitada para a detecção precoce e o manejo adequado dos casos. Devem-se ter cuidados com os vômitos e as fezes dos pacientes no domicílio. É importante informar sobre a necessidade da lavagem rigorosa das mãos e procedimentos básicos de higiene. Isolamento entérico nos casos hospitalizados, com desinfecção concorrente de fezes, vômitos, vestuário e roupa de cama dos pacientes. A quimioprofilaxia de contatos não é indicada por não ser eficaz para conter a propagação dos casos. Além disso, o uso de antibiótico altera a flora intestinal, modificando a suscetibilidade a infecção, podendo provocar o aparecimento de cepas resistentes. A vacinação apresenta baixa eficácia (50%), curta duração de imunidade (3 a 6 meses) e não evita a infecção assintomática. Para vigiar e detectar precocemente a circulação do agente preconiza-se: fortalecimento da monitorização das doenças diarreicas agudas (MDDA), nos municípios do país, e a monitorização ambiental para pesquisa de V. cholerae, no ambiente. É importante ressaltar que no caso do V. cholerae El Tor, a relação entre doentes e assintomáticos é muito alta, podendo haver de 30 a 100 assintomáticos para cada indivíduo doente; assim, as medidas de prevenção e controle devem ser direcionadas a toda a comunidade, para garantir o impacto desejado.