2. Escola Francesa
Estudos desenvolvidos em França, nos anos 60
– Inspirados na Teoria Crítica
Objecto de estudo: identificação de uma nova
forma de cultura na sociedade contemporânea:
a cultura de massa, gerada essencialmente a
partir dos media (e não os mass media, nem os
seus efeitos sobre os destinatários em particular)
É uma das principais perspectivas sobre a
CULTURA DE MASSA
3. • Edgar Morin, (sociólogo/filósofo
francês)
“Cultura de massa no século XX: o
espírito do tempo” (1962).
4. Procura definir a natureza da nova forma de cultura
numa perspectiva antropológica: centrada na relação
entre consumidor e objecto de consumo – a
utilização que o homem faz da cultura dos média de
massa, o seu papel na construção de significados,
modelos, de mitos …
5. a) A CULTURA DE MASSAS RESULTA DOS MÉDIA E EQUIVALE À
SOCIEDADE DE MASSAS
a) A cultura de massa é um sistema cultural que
“constitui um conjunto de símbolos, mitos e imagens
respeitantes à vida prática e ao imaginário colectivo, um
sistema de projecções e identificações”...
É tudo aquilo que as pessoas assimilam, e absorvem a partir do que é
apresentado constantemente pelos média.
Os mitos criados a partir da exposição aos média, modelos que
influenciam (a partir de pessoas anónimas que se tornam celebridades
idolatradas, em novelas…)
6. Segundo Morin, a cultura de massas segue as normas
capitalistas, é produzida de forma maciça, difundida pelos
mass media… e é destinada a um “aglomerado gigantesco de
indivíduos”: a massa social…
…é o equivalente cultural da sociedade industrial, e da
sociedade de massas…
Supressão /nivelamento de diferenças sociais: Padronização
dos gostos. O consumo homogeneizado cria uma identidade de
valores, costumes… …conduz à massificação ou uniformização…
da cultura
7. b) CARÁCTER NOVO E INTERACÇÃO COM OUTRAS FORMAS
DE CULTURA
Estuda a presença do fenómeno CM no panorama cultural como
um todo – atenção à relação com as outras formas de cultura já
existentes
“É a cultura verdadeiramente predominante e nova no século
XX…” mas “não é a única cultura do séc. XX…”:
As sociedades modernas são realidades policulturais
”Acrescenta-se a outras formas de cultura (nacional,
humanista e religiosa) e entra em concorrência com
elas, tendendo a deformá-las”.
Cultura e sociedade de massa
8. O convívio entre as várias culturas não é
gratuito: a cultura de massa, com as
suas potencialidades, corrompe e
desagrega as outras culturas, que não
saem imunes a este contacto.
“se faz incluir …e, ao mesmo tempo,
tende a corromper e a desagregar as
outras culturas…cultura nacional,
religiosa, humanística…”
9. c) A CONTAMINAÇÃO ENTRE REAL E IMAGINÁRIO: os produtos
mediáticos transitam entre o real e o imaginário – não se identificando
fronteiras, criando fantasias com base em factos e vice-versa. Funde-se
a informação e a ficção.
“A cultura de massa oferece, de uma forma fictícia, tudo aquilo que é
suprimido, sistematicamente da vida real. E é apresentada pelos média
como se fosse uma imagem da realidade em que as pessoas vivem :
tornando irreal uma parte da vida dos consumidores.”
“Aliena o quotidiano da existência real por evasões para um
mundo imaginário , fabrica uma nova sociedade de estrelas, vedetas,
em que os indivíduos projectam os seus sonhos”. Exemplos:
Ricos em novelas
Pessoas bem sucedidas em publicidades
10. A cultura de massa, torna-se local de auto-realização, de concretização
daquilo que é suprimido na vida real: histórias romanceadas; happy end;
erotismo; amor…
Criam-se exemplos a serem seguidos. Caminhos para a felicidade…
11. “O centro activo da cultura de massa torna-se o
cinema…
Os filmes de Hollywood exaltam a mitologia da
felicidade individual euforizada pelo happy-end…
Esta mitologia faz triunfar os temas da
juventude, da beleza, da sedução”.
12. d) trata-se de uma cultura passiva, que
não permite a reflexividade (excesso de
informação e consumo em momentos de
descontracção, fraca possibilidade de reflexão
devido ao modo de consumo – espectador
passivo).
Cultura e sociedade de massa
13. Incide sobre o mesmo tema que a Escola de Frankfurt, mas numa outra
perspectiva:
Atribui maior atenção aos produtos da indústria cultural do que
aos media e à relação entre o consumidor e o objecto do
consumo.
Mas não vê, como a Teoria Crítica, a indústria cultural como um sistema
construído pelos poderes dominantes para a manipulação.