2. O romantismo é todo um período cultural, artístico e
literário que se inicia na Europa no final do século XVIII,
espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.
O berço do romantismo pode ser considerado três países:
Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na França, o
romantismo ganha força como em nenhum outro país e,
através dos artistas franceses, os ideais românticos
espalham-se pela Europa e pela América.
As características principais deste período são :
valorização das emoções, liberdade de criação, amor
platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e
história. Este período foi fortemente influenciado pelos
ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada
na Revolução Francesa.
3. Nas artes plásticas, o romantismo deixou
importantes marcas. Artistas como o
espanhol Francisco Goya e o francês
Eugène Delacroix são os maiores representantes
da pintura desta fase. Estes artistas
representavam a natureza, os problemas sociais e
urbanos, valorizavam as emoções e os
sentimentos em suas obras de arte. Na Alemanha,
podemos destacar as obras místicas de Caspar
David Friedrich, enquanto na Inglaterra John
Constable traçava obras com forte crítica
à urbanização e aos problemas gerados
pela Revolução Industrial.
4. As obras dos pintores brasileiros buscavam valorizar
o nacionalismo, retratando fatos históricos
importantes. Desta forma, os artistas contribuíam
para a formação de uma identidade nacional. As
obras principais deste período são : A Batalha do
Avaí de Pedro Américo e A Batalha de Guararapes
de Victor Meirelles.
5. Foi através da poesia lírica que o romantismo ganhou
formato na literatura dos séculos XVIII e XIX. Os poetas
românticos usavam e abusavam das metáforas, palavras
estrangeiras, frases diretas e comparações. Os principais
temas abordados eram : amores platônicos,
acontecimentos históricos nacionais, a morte e seus
mistérios. As principais obras românticas são: Cantos e
Inocência do poeta inglês William Blake, Os Sofrimentos
do Jovem Werther e Fausto do alemão Goethe, Baladas
Líricas do inglês William Wordsworth e diversas poesias
de Lord Byron. Na França, destaca-se Os Miseráveis
deVictor Hugo e Os Três Mosqueteiros de Alexandre
Dumas.
6. Na música ocorre a valorização da liberdade de
expressão, das emoções e a utilização de todos os
recursos da orquestra. Os assuntos de cunho
popular, folclórico e nacionalista ganham importância
nas músicas.
Podemos destacar como músicos deste período:
Ludwig van Beethoven (suas últimas obras são
consideradas românticas), Franz Schubert, Carl
Maria Von Weber, Felix Mendelssohn, Frédéric
Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz, Franz
Liszt e Richard Wagner.
7. Na dramaturgia o romantismo se manifesta
valorizando a religiosidade, o individualismo, o
cotidiano, a subjetividade e a obra de
William Shakespeare. Os dois dramaturgos mais
conhecidos desta época foram Goethe e Friedrich
Von Schiller. Victor Hugo também merece
destaque, pois levou várias inovações ao teatro.
Em Portugal, podemos destacar o teatro
de Almeida Garrett.
8. Assim como na música e na literatura os temas do
cotidiano, o individualismo, o nacionalismo e a
religiosidade também aparecem na dramaturgia
brasileira desta época. Em 1838, é encenada a
primeira tragédia de Gonçalves de Magalhães:
Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição. Também
podemos destacar a peça O Noviço de Martins
Pena.
9. Em nossa terra, inicia-se em 1836 com a publicação,
na França, da Nictheroy - Revista Brasiliense, por
Gonçalves de Magalhães. Neste período, nosso país
ainda vivia sob a euforia da Independência do Brasil.
Os artistas brasileiros buscaram sua fonte de
inspiração na natureza e nas questões sociais e
políticas do pais. As obras brasileiras valorizavam o
amor sofrido, a religiosidade cristã, a importância de
nossa natureza, a formação histórica do nosso pais e
o cotidiano popular.
10. No ano de 1836 é publicado no Brasil
Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves
de Magalhães. Esse é considerado o ponto
de largada deste período na literatura de
nosso país. Essa fase literária foi composta
de três gerações:
11. Conhecida também como nacionalista ou
indianista, pois os escritores desta fase
valorizaram muito os temas nacionais, fatos
históricos e a vida do índio, que era apresentado
como " bom selvagem" e, portanto, o símbolo
cultural do Brasil. Destaca-se nesta fase os
seguintes escritores : Gonçalves de Magalhães,
Gonçalves Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e
Souza.
12. Conhecida como Mal do século, Byroniana ou
fase ultra-romântica. Os escritores desta época
retratavam os temas amorosos levados ao
extremo e as poesias são marcadas por um
profundo pessimismo, valorização da morte,
tristeza e uma visão decadente da vida e da
sociedade. Muitos escritores deste período
morreram ainda jovens. Podemos destacar os
seguintes escritores desta fase : Álvares de
Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira
Freire.
13. Conhecida como geração condoreira, poesia social
ou hugoana. textos marcados por crítica
social. Castro Alves, o maior representante desta
fase, criticou de forma direta a escravidão no poema
Navio Negreiro.
14. A emoção, o amor e a liberdade de viver são os
valores retratados nas músicas desta fase. O
nacionalismo, nosso folclore e assuntos
populares servem de inspiração para os
músicos. O Guarani de Carlos Gomes é a obra
musical de maior importância desta época.
15. "No Brasil não havia universidades, nem
tipografias, nem periódicos. Além da primária, a
instrução se limitava à formação de clérigos e ao
nível que hoje chamamos secundário, as
bibliotecas eram poucas e limitadas aos
conventos, o teatro era paupérrimo, e muito fraco o
intercâmbio entre os núcleos povoados do país,
sendo dificílima a entrada de livros."
17. O final do século XVIII presenciou a ascensão da tipografia, inventada pelo alemão Johannes
Gutenberg, que possibilitou o desenvolvimento da impressão em grandes quantidades de
jornais e romances. No início, os romances eram publicados diariamente nos jornais de forma
fragmentada, assim, a cada dia um novo capítulo da história era revelada. Esse esquema,
importado para a colônia, ficou conhecido como "folhetim" ou "romance de folhetim" e deu
origem às telenovelas que conhecemos nos dias de hoje.
Assim, com a Revolução da Imprensa, uma das principais características do período
Moderno, houve também a ascensão dos romances impressos, popularizando o artefato (o livro
não era mais considerado um artigo de luxo, inacessível) e proporcionando um largo alcance da
literatura às camadas inferiores da sociedade e também às mulheres, que raramente tinham
acesso às letras e, quando muito, eram alfabetizadas.
Considera-se o marco inicial do romantismo na Europa a publicação do romance Os
sofrimentos do jovem Werther, do escritor alemão Johann Wolfgang Von Goethe no ano de
1774. Historicamente, um dos marcos principais do movimento foi a Revolução Francesa,
responsável pela difusão dos pensamentos Iluministas na Europa e nas suas colônias, que
tanto inspirou os poetas árcades brasileiros.
Com o processo de industrialização dos grandes centros, houve um delineamento das classes
sociais: a burguesia, com riquezas provenientes do comércio, e os operários das indústrias.
Logo, a literatura do período foi produzida pela classe dominante e para a classe dominante,
deixando claro qual a ideologia defendida por seus autores.