1. NEGRO MOSTRA A TUA FACE 2009 - ATIVIDADES
MÁSCARAS AFRICANAS
Máscara do século XVI, Nigéria, Edo, Corte de Benin, marfim,
Metropolitan Museum of Art.
O USO DAS MÁSCARAS
A utilização de máscaras em cerimoniais é prática comum há milhares de
anos. As máscaras são de fundamental importância nos rituais, sejam de
iniciação, de passagem, ou de evocação de entidades espirituais. As
máscaras apresentam-se, também, como elementos de afirmação étnica,
expondo características particulares de cada grupo. Assim, existe uma
enorme diversidade de formas, modelos, técnicas de confecção e
aplicações. Normalmente, a máscara é apenas um dos elementos utilizados
nas cerimônias e rituais, havendo a combinação com outras manifestações,
como dança, música e instrumentos musicais. Aparece ainda o uso de
máscaras associado a objetos de cunho animatista, como amuletos.
2. A MÁSCARA NA ÁFRICA NEGRA
Na África, o artífice, antes de começar a esculpir uma máscara, passa por
um processo de purificação, com reza aos espíritos ancestrais e às forças
divinas.
Tal prática faria com que a força divina fosse transferida para a máscara
durante o processo de manufatura.
Se no passado era prática generalizada, o uso de máscaras rituais teve um
enorme declínio nas últimas décadas.
Entretanto, a manufatura e o emprego destes objetos continuam sendo um
aspecto fundamental na identidade de vários grupos étnicos africanos.
Por isso, já existem pessoas que trabalham pela preservação deste hábito
milenar.
As máscaras são empregadas, basicamente, em eventos sociais e religiosos.
Além de representarem os espíritos ancestrais, em alguns casos objetivam o
controle de forças espirituais das comunidades para um determinado fim,
sejam estas forças benéficas ou malignas.
A matéria prima utilizada na elaboração das máscaras é diversificada.
Entretanto, é a madeira a matéria prima mais comum.
Isso porque os artífices acreditam que as árvores possuem uma alma, um
espírito.
A madeira seria interpretada como um receptáculo espiritual, sendo que
parte dessa essência animista é transferida para a máscara, conferindo ao
seu portador alguma espécie de poder.
Na visão de muitos antropólogos, se trataria de um conjunto de forças
invisíveis que atuam diretamente no controle social.
(Por Rodrigo Aguiar)
3. O SIMBOLISMO SAGRADO DAS MÁSCARAS AFRICANAS
O significado das máscaras é muito difícil de ser compreendido pelos não-
africanos, justamente porque nelas residem muitas fantasias, misticismo e
magia que exprimem o modo de pensar de muitas sociedades tribais
africanas.
Esses significados variam de um grupo étnico para outro, onde uma só
máscara pode ter significados variados.
A máscara simboliza uma transformação mística; quem a veste incorpora o
ser que ela representa.
Na região oeste da África, elas têm importantíssima função, por exemplo,
nas festas de iniciação, aparições públicas de sociedades secretas, nos
rituais de casamento, nascimento, morte e feitiçaria e nas celebrações das
colheitas.
Elas podem purificar, proteger ou assombrar, transmitindo mensagens dos
espíritos para as pessoas e acompanham os homens na guerra, na caça e nos
trabalhos no campo.
A função das máscaras juntamente com os trajes sagrados é fixar a atenção
de todos na energia de um espírito.
4. As máscaras sempre foram protagonistas indiscutíveis da arte africana.
As "máscaras" são as formas mais conhecidas da plástica africana.
Constituem síntese de elementos simbólicos mais variados se convertendo
em expressões da vontade criadora do africano.
Para saber mais: Mello, Luiz Gonzaga de. “Antropologia Cultural:
iniciação, teoria e temas”. Harris, Marvin. “Antropologia Cultural”. Espina
Barrio, Angel B. “Manual de Antropologia Cultural”.
5. MACULELÊ
O Maculelê é uma dança de origem Afro-indígena, pois foi trazida pelos
negros da África para cá e aqui foi mesclada com alguma coisa da cultura
dos índios que aqui já viviam.
Os africanos diziam que esta dança era mais uma forma de luta contra os
horrores da escravidão e do cativeiro.
Enquanto os negros dançavam com os cepos de cana no meio do canavial,
cantavam músicas que evidenciavam o ódio.
Porém, eles as cantavam nos dialetos que trouxeram da África para que os
feitores não entendessem o sentido das palavras.
Assim como a "brincadeira de Angola" camuflou a periculosidade dos
movimentos da capoeira, a dança do maculelê também era uma maneira de
esconder os perigos das porretadas desta dança.
Aos golpes e investidas dos feitores contra os negros, estes se defendiam
com largas cruzadas de pernas e fortes porretadas que atingiam
principalmente a cabeça ou as pernas dos feitores de acordo com o abaixar
e levantar do negro com os porretes em punho.
Além desta defesa, os negros pulavam de um lado pro outro dificultando o
assédio do feitor.
Para as lutas travadas durante o dia, os negros treinavam durante a noite
nos terreiros das senzalas com paus em chama que retiravam das fogueiras,
trazendo ainda mais perigo para o agressor.
O maculelê pode ser feito com porretes de pau, facões ou facas, mas,
alguns grupos praticam o maculelê com tochas de fogo ou "tições"
retirados na hora de uma fogueira que também fica no meio da roda junto
com os dançarinos.
6. O maculelê é portanto, um bailado guerreiro que foi desenvolvido por
homens negros, compreendendo dançadores e cantadores, todos
comandados por um mestre, denominado “macota”.
Os participantes usam um bastão de madeira com cerca de 60 cm de
comprimento, exceto o macota, que tem um mais longo.
Os bastões são batidos uns nos outros, em ritmo forte e compassado. Estas
pancadas presidem toda a dança, funcionando como marcadoras do pulso
musical.
A banda que anima os dançarinos é composta por atabaques, pandeiros e às
vezes violas de doze cordas.
As cantigas são puxadas pelo macota e respondidas pelo coro.
Há músicas tradicionais e outras circunstanciais, dependendo da destreza
do chefe.
Quando se apresentam em alguma casa ou estabelecimento de eventos,
iniciam com uma saudação ao dono do lugar, seguem-se várias cantigas a
gosto do mestre, concluindo com Despedida e Agradecimento.
Na rua executam a Marcha de Angola, que contém letra com termos
africanos adaptados. A área de maior incidência do Maculelê á a região de
Santo Amaro (BA).
Maculelê nos faz reencontrar com a alma perdida do negro, que muito
ajudou a construir esse nosso país.
A população afro-brasileira ao mesmo tempo que conservou elementos
fundamentais da tradição africana, criou e recriou símbolos, mitos,
costumes e danças.
7. ABAYOMIS
No Brasil, Abayomis designa bonecas de pano artesanais, muito simples,
confeccionadas a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com
nós, sem o uso de cola ou costura e com mínimo uso de ferramentas,
sempre negras, possibilitam o trabalho com a identidade afro-brasileira de
negros e descendentes, buscando superar as desigualdades de gênero,
integrando a memória cultural brasileira.
8. A palavra abayomi tem origem incerta, iorubá, significando aquele que
trás, felicidade ou alegria. (Abayomi quer dizer encontro precioso:
abay=encontro e omi=precioso) O nome é comum na África do Sul.
Conta-nos a história Africana que os negros confeccionavam Abayomis
como amuleto de proteção.
Em viagens para o Brasil em direção a escravidão, as mulheres rasgavam a
barra da saia e faziam Abayomis para as crianças brincarem....
E já aqui como escravos, reuniam-se todos os dias na senzala e
confeccionavam as Abayomis pedindo saúde e Prosperidade
9. O trabalho com as ABAYOMIS valoriza a cultura afro contribuindo para o
reconhecimento da identidade afro-brasileira estimulando a expressão
criativa além de reaproveitar retalhos de tecidos.
10. ARTE AFRICANA/ADINKRA
Autor desconhecido (Dreamstime.com)
A arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas.
O objeto de arte é funcional e expressam muita sensibilidade. Nas
pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana
identifica a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos.
A escultura foi uma forma de arte muito utilizada pelos artistas
africanos usando-se o ouro, bronze e marfim como matéria prima.
Representando um disfarce para a incorporação dos espíritos e a
possibilidade de adquirir forças mágicas, as máscaras têm um
significado místico e importante na arte africana sendo usadas nos
rituais e funerais.
As máscaras são confeccionadas em barro, marfim, metais, mas o
material mais utilizado é a madeira. Para estabelecer a purificação e a
ligação com a entidade sagrada, são modeladas em segredo na selva.
Visitando os museus da Europa Ocidental é possível conhecer o maior
acervo da arte antiga africana no mundo.
A Arte Africana tem inúmeras faces hoje vamos explorar a Simbologia
Adinkra
11. SIMBOLOGIA ADINKRA
Entre as manifestações culturais da nação Ashanti, destaca-se o estampado
adinkra. Encontra-se também no povo Gyaman, da Costa do Marfim.
Adinkra são símbolos que representam provérbios e aforismos.
É uma linguagem de ideogramas impressos, em padrões repetidos, sobre
um tecido de algodão.
Considerado como um objeto de arte, o adinkra (adeus, em twi) constitui
um código do conhecimento referente às crenças e à historia deste povo.
A escrita de símbolos adinkra reflete um sistema de valores humanos
universais: Família, integridade, tolerância, harmonia e determinação, entre
outros.
Existem centenas de símbolos e a maioria deles é de origem ancestral,
sendo transmitidos de geração em geração. Muitos representam virtudes,
sagas populares, provérbios ou eventos históricos. Os ganeses geralmente
12. escolhem suas roupas para usar segundo o significado das cores e dos
símbolos estampados nelas.
A estampa e a cor expressam sentimentos de ocasiões específicas como
festas de funerais, festivais tradicionais, ritos de iniciação como o da
puberdade, casamentos, durbars etc.
Alegria está relacionada a cores alegres e ao branco, enquanto que para
funerais e luto predominam as cores como azul e vermelho escuro, marrom
ou preto. Quando as pessoas vestem vermelho escuro ou marrom, isso
significa que recém perderam um parente próximo.
A cor preta ou azul escuro demonstra a dor prolongada pela perda de uma
pessoa amada como os pais, filhos ou companheiro.
Adinkra significa adeus
13. Originalmente esses símbolos eram usados para enfeitar o vestuário
destinado às cerimônias fúnebres.
Os desenhos eram feitos recortando-se os simbolos em cacos de cabaça,
para usá-los como carimbos sobre os tecidos. Posteriormente, os tecidos
Adinkra passaram a ser usados por líderes espirituais em cerimônias e
rituais. Evitava-se usá-los no dia a dia, também pelo fato de que a tinta
desbotava ao lavar. No séc 17 foi introduzida no Imperio Ashanti (Akan) e
diziam que um homem Ota Kraban foi a Gyman,reino vizinho e trouxe o
primeiro tear.
A partir de então designou-se como tarefa maculina a urdidura e a
estamparia (hoje isso mudou,a estamparia também é feita por mulheres,
mas o tear continua sendo masculino)
14. A tinta empregada para tingir era extraida da árvore kuntunkuni e a clara de
ovo auxiliava no brilho.
Esses símbolos além de serem usados em estamparias de roupas e tear eram
entalhados nos banquinhos dos imperadores Ashantis.
Ainda que hoje em dia diferentes símbolos sejam empregados em roupas
podendo representar sentimentos particulares à escolha de quem usa, cabe
ao imperador uma estampa exclusiva. Atualmente, os tecidos Adinkra são
usados pelos ganenses em diversas ocasiões, tais como casamentos,
batismos e rituais de iniciação.
Além de serem usados sobre tecidos, também se aplicam nas paredes, na
cerâmica e nos logotipos.
15. Vamos conhecer alguns símbolos Adinkras e seus significados:
Verdade
Sinceridade
Sabedoria
16. Paz
Olho do amor
Esperança Entendimento
Duas cabeças pensam melhor do que uma
Dois bons Amigos
17. Confiança em Deus Esperança
Deus zela por todos
Dinamismo/Versatilidade União nas relações
Democracia e Unidade Amor
Seguro Humanidade Forte
18. Adaptabilidade Harmonia
Compreensão
Paciência e Tolerância
Prudência
20. Reconhecida como artista de peculiar originalidade nos seus mais de 50
anos de contínua e intensa atividade, Niobe Xandó tem experimentado uma
justa e merecida visibilidade.
Seu trabalho resultou numa obra sólida e múltipla, de evidente atualidade,
baseada em experiências pessoais únicas, com uma sensibilidade muito
própria.
Usou os mais inusitados materiais e técnicas: bambu, crânios de macacos,
dentes de animais, sementes, pintou toalhas de crochê e, bem antes da
moda ecologista, materiais reciclados.
E mais interessante ainda: jamais se auto-integrou ao movimento Dado, que
pouco ou nada lhe despertava interesse.
E é por essa mesma razão que se pode ter a relativa tranqüilidade de incluir
Niobe Xandó como uma legítima representante dada, porque, como uma
21. criança livre e feliz, negou quase tudo que fosse previamente estabelecido e
só se agarrou, com unhas e dentes, ao seu cavalo de pau: sua imaginação e
seu talento.
(Disponívem em http://miobe.wordpress.com/)
Gostou?
Então vamos fazer uma viagem pelas obras dela!
Clique no link abaixo, vá até obras e explore:
http://www.niobexando.com.br/
Fonte: http://negromostraatuaface-atividades.blogspot.com/2009/09/aula-2-arte-africanaadinkra.html