1. Escola EB 2,3 Professor Gonçalo Sampaio
Curso EFA – Secundário
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Ficha de trabalho n.º 1 Turma EFA 2
Áreas de Competência - Chave: Cidadania e Profissionalidade
Núcleo Gerador:
Identidade e Alteridade DR1
Argumentação e Assertividade DR4
Temas:
Códigos Institucionais e Comunitários DR1
Debates e Intervenção Pública DR4
CP
Identidade e Alteridade DR1
Competência: Reconhecer princípios de conduta baseados em códigos de lealdade institucional e comunitária.
Critérios de Evidência
• Demonstrar empatia e reacção compassiva e solidáriaface aooutro.
• Relatar princípios de conduta e emitir opinião fundamentada.
Argumentação e Assertividade DR4
Competência: Participar activamente em instituições deliberativas de escala diversa
Critérios de Evidência:
• Identificar formasde resolução de conflitos numa escala de intervençãopública.
• Distinguir formasdemocráticas de intervençãopública.
• Explorar a intervenção em debates públicos.
Proposta de Trabalho
1. Elabore uma pequena definição, por palavras suas, dos conceitos de identidade e de alteridade.
Alteridade - refere-se às diferenças existentes entre os indivíduos e as sociedades em
que se inserem.
Identidade - refere-se ao que cada indivíduo é, por oposição aos outros.
2. Leia com atenção o texto que se segue.
Com o dramatismo de uma peça de teatro, abriram-se, finalmente, as negociações de adesão da Turquia à União
Europeia.
A cerimónia estava marcada para 3 de Outubro às cinco da tarde. Mas, a essa hora, ainda os ministros europeus
procuravam, desesperadamente, um consenso e o ministro turco esperava, ansiosamente, em Ancara para levantar voo
para o Luxemburgo.
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Depois de meio século de relações, depois de cinco anos de reformas na Turquia para se aproximar dos critérios de
Copenhaga, depois de o Conselho Europeu ter fixado o início das negociações em Dezembro de 2004 e o ter reafirmado
em Junho de 2005, porquê tanta dificuldade?
Se a Turquia não cumprir os critérios não haverá adesão. Porquê, então, tanto dramatismo? Porque a adesão da Turquia
não é como as outras. Porque a adesão da Turquia levanta um problema essencial, o da identidade e da alteridade, para
a Turquia e para a União Europeia.
Para a Turquia, porque põe a esse grande país muçulmano, com a quase totalidade do território no continente asiático, o
problema da sua vocação europeia.
Para a União Europeia, porque a confronta com os seus dois problemas fundamentais: o das fronteiras que a limitam e o
dos valores que a fundamentam.
Estes dois problemas não estão relacionados com a realidade do país que é hoje a Turquia, com as dificuldades da
economia, o respeito pelos direitos humanos ou a qualidade da democracia, mas sim com a percepção do Islão, com os
fluxos migratórios sempre crescentes e as dificuldades de integração das comunidades muçulmanas nas sociedades
europeias, com o terrorismo da Al-Qaeda, que favorece a ligação do islamismo com o terrorismo e que aumenta o medo
do Islão.
Ora é precisamente para desfazer esse equívoco que a União Europeia fez bem em abrir as negociações, e é precisamente
por isso que, se no final do processo a Turquia reunir as condições para uma eventual adesão, a União fa rá bem em
acolhê-la como Estado-Membro.
Nada será fácil, nem para a Turquia nem para a União Europeia. Mas haverá, também, vantagens para ambas as partes
económicas, políticas e estratégicas. E há, sobretudo, uma questão essencial pela qual defendi e continuo a defender que
esta é opção certa: uma questão de civilização.
Se a União Europeia rejeitasse logo à partida a Turquia, independentemente da liberalização da sua economia, da
democratização do seu sistema político e do caminho no respeito pelos direitos das minorias, estaria a cometer um triplo
erro:
Em primeiro lugar, porque estaria a excluir um país com base num critério exclusivamente cultural e religioso,
pondo em causa os princípios da sua própria identidade, fundada nos valores do respeito pela alteridade, da
democracia e do Estado de direito.
Em segundo lugar, porque estaria a voltar as costas a uma tentativa séria de consolidação da democracia num
país muçulmano, quando o que é preciso demonstrar é que as sociedades islâmicas não estão condenadas nem à
ditadura nem ao terrorismo e que é possível um Islão tolerante, compatível com a democracia.
Em terceiro lugar, porque, por tudo isto, estaria, a aceitar o "choque de civilizações".
Ora, ao abrir as negociações com a Turquia, a União Europeia inicia, precisamente, o caminho contrário:
Primeiro, demonstra uma ideia firme e actualizada da sua identidade.
Segundo, mostra que acredita na possibilidade de um Islão democrático e aposta na consolidação da democracia
turca.
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Terceiro, liga a Turquia à construção europeia e faz assim uma "aliança de civilizações" na luta contra o
radicalismo islâmico e o terrorismo.
A União Europeia afirma enfim, que o "choque de civilizações" não é uma fatalidade.
A União Europeia fez o que tinha a fazer e deu um sinal positivo à Turquia. É hora de a Turquia dar um sinal positivo à
União Europeia, não só no cumprimento dos critérios que serão avaliados ao longo do processo de negociação, mas de
imediato e em duas questões fundamentais: o Chipre e a questão Arménia.
A dinâmica das negociações conduzirá, certamente, a uma solução para a questão de Chipre, mas, por ora, um sinal da
Turquia é absolutamente necessário.
Não é politicamente aceitável que um Estado abra negociações para a adesão à União Europeia sem reconhecer todos os
Estados-Membros da União.
Um outro sinal, talvez mais difícil, é igualmente necessário: um gesto sobre o genocídio arménio de 1915. Não se constrói
o futuro sobre a negação do passado.
A democratização e a construção europeia exigem o reconhecimento e a reconciliação com a História. A nova Alemanha
soube fazê-lo com o regime nazi, a nova Turquia deve fazê-lo com o Império Otomano.
Adaptado de Diário de Notícias, Nuno SeverianoTeixeira
2.1. Realize umapesquisanaInternetsobre aTurquia, asua história, tradições/costumes,regime político e
religião, criando um bilhete de identidade desse país.
Situada na encruzilhada entre a Europa e a Ásia, a Turquia possui uma grande
diversidade cultural e étnica. A história do país remonta a antigas civilizações, como a
dos hititas, passando pelas épocas grega e romana, até chegar aos impérios bizantino e
otomano.
Turquia
Sistema político: República
Capital: Ancara
Superfície total: 780 580 km²
População: 71,5 milhões de habitantes
Moeda: lira turca
Idioma: turco (oficial), curdo.
Religião: islamismo 99,8% (sunitas 80%,
xiitas 19,8%), cristianismo 0,2% (1994).
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República da Turquia
A República foi declarada em 29 de Outubro de 1923 e Mustafá Kemal foi o seu
primeiro presidente.
A Turquia de hoje
A Turquia é uma república parlamentar baseada na separação dos poderes legislativo,
executivo e judicial, governada pelo Presidente e pelo Primeiro-ministro. O país tem
uma vocação europeia; é membro do Conselho Europeu desde 1949, membro da NATO
desde 1952 e membro aliado da EU (antigo Conselho Económico Europeu) desde 1963.
Em 1996 a Turquia estabeleceu acordos alfandegários com a União Europeia e
actualmente, é candidata à entrada na União Europeia, num processo de harmonização
da sua legislação e administração às normas comunitárias.
Aproximadamente 99% da população turca é considerada muçulmana, e sua maioria
pertence ao ramo sunita do Islão. Enquanto apenas 1% da população é formada,
principalmente, por cristãos e judeus, entre outras religiões.
A população turca é formada na sua maior parte pelo grupo étnico turco (80%) e, em
menor quantidade, pelo grupo étnico curdo (18%). Há ainda outros grupos étnicos,
entre eles, os árabes, os gregos, os circassianos, os albaneses, os bósnios, ciganos, etc.
O casamento oficial na Turquia é feito no registo civil, e o religioso com uma festa
religiosa. Como é um país laico, o homem só se pode casar com uma mulher no registo
civil, mas pode se casar com 4 mulheres pela religião islâmica. A percentagem de
homens casados com varias mulheres é muito pequena e geralmente não é bem vista
pela população.
Muitos costumes e práticas turcas derivam de práticas islâmicas. Os turcos têm o
costume de tirar os sapatos antes de entrarem em casa. A razão é boa e simples: limpeza!
Quando uma criança nasce ou faz a circuncisão os amigos e familiares costumam dar
como presente a criança uma moeda de ouro com um laço vermelho.
O chá é a bebida mais popular da Turquia. Um turco típico, bebe aproximadamente
cerca de 10 xícaras de chá negro por dia. O principal ingrediente da cozinha turca é a
carne de borrego, sendo também muito apreciado o iogurte de leite de cabra,
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misturado com pepino, alho ou hortelã. O café é uma bebida com uma longa tradição
na Turquia, aonde os cafés são locais de convívio muito apreciados.
2.2. Com base nas informações que recolheu, defenda a entrada ou não da Turquia na União Europeia.
Sou a favor da adesão da Turquia à União Europeia. Porque acho que é de uma
importância estratégica enorme para a Paz Mundial. Ao
permitir que a Turquia se transformasse num país
"Europeu" colaborando para o seu desenvolvimento como
um país livre e democrático, estaríamos a dar uma lição
ao mundo inteiro de como o Islamismo pode existir de
forma democrática, pacífica e livre.
2.3. Imagine que tem vizinhos novos de uma cultura diferente. Indique o que faria para integrar esses
vizinhos na sua comunidade.
Se tivesse vizinhos de uma cultura diferente, para os integrar na minha comunidade,
tentava fazer varias coisas. Convidava-os para se juntar a nós em convívios e festas,
mostrava-lhes a nossa cultura e tradições. Fazia-lhes descobrir as diferenças das nossas
culturas.