SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  7
REUMATO-INTERNATO-
5ºANO
 *   E.I.P., com 18 anos, do sexo feminino, branca. Há 2 meses, iniciou
     quadro de cefaleia frontal e em hemiface esquerda, em peso, sem
     irradiação, de início insidioso, com piora progressiva, acompanhada de
     obstrução nasal, rinorréia purulenta anterior e posterior, epistaxe,
     cacosmia, e febre não medida. Procurou atendimento médico com 5 dias
     de história, quando foi tratada com amoxicilina por 10 dias, devido à
     suspeita de rinossinusite aguda.

 *   Evoluiu com piorado estado geral, febre alta, dor torácica, dispneia,
     tosse produtiva com expectoração esverdeada, otalgia, otorréia e
     hipoacusia bilateral. Nesta ocasião, procurou novamente auxílio médico,
     e foi então internada para melhor avaliação e tratamento. Apresentava-
     se com emagrecimento de 8 Kg, astenia, vertigem e artralgia em joelho
     direito. Não havia nenhum antecedente pessoal ou familiar relevante. Ao
     exame físico geral apresentava-se descorada ++/4, desidratada +/4,
     afebril e taquicárdica (FC: 120 bpm). Ao exame otorrinolaringológico,
     apresentava perfuração central ampla de membrana timpânica
     bilateralmente, com otorréia em grande quantidade, deformidade do
     dorso nasal “em sela”, abundantes crostas acastanhadas em ambas as
     fossas nasais, septo nasal íntegro, mas com mucosa de aspecto
     granuloso, conchas nasais inferiores e médias hipotróficas. Boca e
     orofaringe sem alterações. À ausculta pulmonar: murmúrio vesicular
     presente bilateralmente, com sibilos esparsos discretos, roncos e
     estertores crepitantes difusos, principalmente em hemitórax direito.
     Havia petéquias em membros inferiores. Demais aparelhos sem
     alterações. Foi solicitada uma série de exames subsidiários para tentar
     se estabelecer o diagnóstico, a etiologia e a extensão da doença.

 *   O hemograma mostrava uma anemia normocrômica normocítica e
     leucocitose sem desvio à esquerda (19.500 leucócitos). A radiografia e a
     tomografia computadorizada de tórax apresentavam uma imagem
     sugestiva de abscesso em terço médio e superior de pulmão direito;
     calcificação junto ao hilo pulmonar direito, focos pneumônicos à
     esquerda e derrame pleural bilateral. Na tomografia computadorizada de
     seios paranasais, notava-se um espessamento do revestimento mucoso
da fossa nasal; comunicação dos seios maxilares com a cavidade nasal
    bilateralmente, conchas nasais inferiores e médias hipotróficas; material
    com densidade de partes moles nos seios maxilares, etmoidais,
    esfenoidais e frontais (Figuras 1,2, 3 e 4 ).

*    A pesquisa de BAAR no escarro resultou negativa em várias amostras.
    O exame de PPD, a sorologia para o HIV e o FTA-ABS também
    resultaram negativos. A cultura do escarro foi positiva para
    Pseudomonas e negativa para fungos. A cultura do líquido pleural
    mostrou-se negativa para BAAR e fungos. À broncoscopia visualizou-se
    lesão ulcerada e compressão extrínseca do brônquio fonte direito. Foi
    então realizada biópsia da lesão, cujo exame anátomo patológico (A-P)
    demonstrou extensas áreas de necrose e exsudato de neutrófilos. O
    exame A-P de biópsia realizada em mucosa nasal resultou em processo
    inflamatório crônico inespecífico. A titulação do ANCA-c teve resultado
    positivo (1/32). Após a positividade do ANCA-C, optou-se por nova
    biópsia de mucosa nasal, mas, desta vez, sob visão microscópica, para
    se firmar o diagnóstico de ..........................................................................

*    O A-P revelou fragmentos de mucosa respiratórios parcialmente
    revestidos por epitélio pavimentoso estratificado, apresentando no
    córion, numerosas estruturas vasculares de pequeno calibre, cuja
    parede estava permeada por neutrófilos e eosinófilos, entremeados por
    edema e infiltrado misto. Alguns vasos com nítida agressão da parede,
    com áreas de necrose fibrinóide. O quadro histológico sugeria vasculite
    granulomatosa necrotizante. A função renal, pesquisada pela dosagem
    de uréia e creatinina, estava preservada. O exame de urina I mostrava
    uma micro-hematúria discreta. À audiometria tonal, detectou-se uma
    disacusia condutiva leve a severa bilateral, ascendente e simétrica.
    Havia boa discriminação à audiometria vocal. A paciente evoluiu com
    piora clínica, radiográfica e tomográfica, mesmo com antibioticoterapia
    de amplo espectro. Vários antimicrobianos bactericidas e
    bacteriostáticos foram introduzidos, levando-se em conta o quadro
    clínico e os resultados dos exames subsidiários realizados pela doente.

*   Ceftriaxone, clindamicina, vancomicina, metronidazol, imipenem,
    amicacina, tazocin, anfotericina B e esquema tríplice para tuberculose
    foram utilizados sequencialmente pela clínica médica para tentar conter
    o quadro infeccioso, sem sucesso. Após a positividade do ANCA-c e o
    resultado da segunda biópsia de mucosa nasal, firmou-se o diagnóstico
    de ........................................................................ e institui-se o
    tratamento com ciclofosfamida e prednisona.
Figura 1. Corte coronal, mostrando acometimento de seios
maxilares e etmoidais anteriores
*




* Figura 2. Corte axial , evidenciando
  comprometimento de seios maxilares e fossas
  nasais.
*




* Figura 3. Corte axial, evidenciando
  comprometimento de seios etmoidais.
* Figura 4. Corte axial com acometimento de seio
  frontal.




*




    Qual o seu diagnóstico?
*

*

*

*

Contenu connexe

Tendances

Sessão 2013 1.25.11 jose carlos
Sessão 2013 1.25.11 jose carlosSessão 2013 1.25.11 jose carlos
Sessão 2013 1.25.11 jose carlosJanine Magalhaes
 
Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavado
Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavadoArtigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavado
Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavadoLigapa2012
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37Professor Robson
 
Fibrose cistica Medicina UFT
Fibrose cistica Medicina UFT Fibrose cistica Medicina UFT
Fibrose cistica Medicina UFT felippehenrique
 
Questões Coqueluche professor robson
Questões Coqueluche   professor robsonQuestões Coqueluche   professor robson
Questões Coqueluche professor robsonProfessor Robson
 
Endocardite
Endocardite	Endocardite
Endocardite oncare
 
Caso clínico infectologia pediátrica 02
Caso clínico infectologia pediátrica 02Caso clínico infectologia pediátrica 02
Caso clínico infectologia pediátrica 02Professor Robson
 
Endocardite infecciosa
Endocardite infecciosaEndocardite infecciosa
Endocardite infecciosadapab
 
Fibrose Pulmonar Idiopática
Fibrose Pulmonar IdiopáticaFibrose Pulmonar Idiopática
Fibrose Pulmonar IdiopáticaFlávia Salame
 
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosajuniorportes
 
Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Larissa Torres
 

Tendances (18)

Sessão 2013 1.25.11 jose carlos
Sessão 2013 1.25.11 jose carlosSessão 2013 1.25.11 jose carlos
Sessão 2013 1.25.11 jose carlos
 
Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavado
Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavadoArtigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavado
Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavado
 
Fibrose Cística
Fibrose CísticaFibrose Cística
Fibrose Cística
 
Bronquiolite obliterante
Bronquiolite  obliteranteBronquiolite  obliterante
Bronquiolite obliterante
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37
 
Fibrose cistica Medicina UFT
Fibrose cistica Medicina UFT Fibrose cistica Medicina UFT
Fibrose cistica Medicina UFT
 
Tuberculose
TuberculoseTuberculose
Tuberculose
 
Questões Coqueluche professor robson
Questões Coqueluche   professor robsonQuestões Coqueluche   professor robson
Questões Coqueluche professor robson
 
Caso clinico
Caso clinicoCaso clinico
Caso clinico
 
Endocardite
Endocardite	Endocardite
Endocardite
 
Caso clínico infectologia pediátrica 02
Caso clínico infectologia pediátrica 02Caso clínico infectologia pediátrica 02
Caso clínico infectologia pediátrica 02
 
Endocardite infecciosa
Endocardite infecciosaEndocardite infecciosa
Endocardite infecciosa
 
Aspergilose
Aspergilose   Aspergilose
Aspergilose
 
Bronquiectasias
BronquiectasiasBronquiectasias
Bronquiectasias
 
Fibrose Pulmonar Idiopática
Fibrose Pulmonar IdiopáticaFibrose Pulmonar Idiopática
Fibrose Pulmonar Idiopática
 
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa
 
Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2
 
Aspergilose sbpt 2009
Aspergilose   sbpt 2009Aspergilose   sbpt 2009
Aspergilose sbpt 2009
 

En vedette (20)

Oa 2013
Oa 2013Oa 2013
Oa 2013
 
Dc100413
Dc100413Dc100413
Dc100413
 
30 casos
30 casos30 casos
30 casos
 
Oa aula 4 ano
Oa aula 4 anoOa aula 4 ano
Oa aula 4 ano
 
Ar 4 ano
Ar 4 anoAr 4 ano
Ar 4 ano
 
Dc240413
Dc240413Dc240413
Dc240413
 
2014 1º bimestre
2014 1º bimestre2014 1º bimestre
2014 1º bimestre
 
Teórico prática l
Teórico prática lTeórico prática l
Teórico prática l
 
Prgreuma20142ºsem
Prgreuma20142ºsemPrgreuma20142ºsem
Prgreuma20142ºsem
 
Dc270313 unilus
Dc270313 unilusDc270313 unilus
Dc270313 unilus
 
Prog reuma 2013 1º sem.b
Prog reuma 2013 1º sem.bProg reuma 2013 1º sem.b
Prog reuma 2013 1º sem.b
 
30 casos
30 casos30 casos
30 casos
 
ESPONDILOARTRITES
ESPONDILOARTRITESESPONDILOARTRITES
ESPONDILOARTRITES
 
Dmtc
DmtcDmtc
Dmtc
 
Esclerodermia f ry
Esclerodermia f ryEsclerodermia f ry
Esclerodermia f ry
 
Gota
GotaGota
Gota
 
Dm pm
Dm pmDm pm
Dm pm
 
Esclerodermia f ry
Esclerodermia f ryEsclerodermia f ry
Esclerodermia f ry
 
Sle 2013
Sle 2013Sle 2013
Sle 2013
 
Programa de Reumatologia 2º semestre
Programa de Reumatologia 2º semestrePrograma de Reumatologia 2º semestre
Programa de Reumatologia 2º semestre
 

Similaire à Dcigw97

Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavado
Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavadoArtigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavado
Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavadoLigapa2012
 
Caso Clínico infecção
Caso Clínico  infecçãoCaso Clínico  infecção
Caso Clínico infecçãokaheluis
 
Casos clinicos -Nasosinusal
Casos clinicos -NasosinusalCasos clinicos -Nasosinusal
Casos clinicos -NasosinusalDario Hart
 
Neuroimagem na prática neurológica
Neuroimagem na prática neurológicaNeuroimagem na prática neurológica
Neuroimagem na prática neurológicaDr. Rafael Higashi
 
Espiroquetas orais e Treponema Pallidum
Espiroquetas orais e Treponema PallidumEspiroquetas orais e Treponema Pallidum
Espiroquetas orais e Treponema PallidumThaline Eveli Martins
 
Ap.-Respiratório.pdf
Ap.-Respiratório.pdfAp.-Respiratório.pdf
Ap.-Respiratório.pdfHelosa25
 
Anátomo Clínico R2 Klécida Nunes Rodrigues
Anátomo Clínico R2 Klécida Nunes RodriguesAnátomo Clínico R2 Klécida Nunes Rodrigues
Anátomo Clínico R2 Klécida Nunes Rodriguesguest864f0
 
Sessão Ánatomo - Clínica
Sessão Ánatomo - ClínicaSessão Ánatomo - Clínica
Sessão Ánatomo - Clínicablogped1
 
QUADRIX_011_IAMSPE-RM-2022_Prova_Pratica_MEDICINA PALIATIVA.pdf
QUADRIX_011_IAMSPE-RM-2022_Prova_Pratica_MEDICINA PALIATIVA.pdfQUADRIX_011_IAMSPE-RM-2022_Prova_Pratica_MEDICINA PALIATIVA.pdf
QUADRIX_011_IAMSPE-RM-2022_Prova_Pratica_MEDICINA PALIATIVA.pdflohanaVidaurres
 
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológ
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológA importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológ
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológDr. Rafael Higashi
 
Dengue Casos Clínicos - Professor Robson
Dengue Casos Clínicos - Professor RobsonDengue Casos Clínicos - Professor Robson
Dengue Casos Clínicos - Professor RobsonProfessor Robson
 
A sistematizacao da assitencia de enfermagem em um paciente com bronquite
A sistematizacao da assitencia de enfermagem em um paciente com bronquiteA sistematizacao da assitencia de enfermagem em um paciente com bronquite
A sistematizacao da assitencia de enfermagem em um paciente com bronquiteSarinha Sousa
 
Pneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na Comunidade
Pneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na ComunidadePneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na Comunidade
Pneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na Comunidadeblogped1
 
LAPAROTOMIA - Enfermagem Cirúrgica - Estudo de Caso
LAPAROTOMIA - Enfermagem Cirúrgica - Estudo de CasoLAPAROTOMIA - Enfermagem Cirúrgica - Estudo de Caso
LAPAROTOMIA - Enfermagem Cirúrgica - Estudo de CasoEnfº Ícaro Araújo
 

Similaire à Dcigw97 (20)

Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavado
Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavadoArtigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavado
Artigo aula 2 diagnóstico citológico de neoplasia pulmonar por meio de lavado
 
10.2 pneumologia
10.2 pneumologia10.2 pneumologia
10.2 pneumologia
 
PROVA REVALIDA 2022.pdf
PROVA REVALIDA 2022.pdfPROVA REVALIDA 2022.pdf
PROVA REVALIDA 2022.pdf
 
ApresentaçãO1
ApresentaçãO1ApresentaçãO1
ApresentaçãO1
 
Caso Clínico infecção
Caso Clínico  infecçãoCaso Clínico  infecção
Caso Clínico infecção
 
Casos clinicos -Nasosinusal
Casos clinicos -NasosinusalCasos clinicos -Nasosinusal
Casos clinicos -Nasosinusal
 
Neuroimagem na prática neurológica
Neuroimagem na prática neurológicaNeuroimagem na prática neurológica
Neuroimagem na prática neurológica
 
Espiroquetas orais e Treponema Pallidum
Espiroquetas orais e Treponema PallidumEspiroquetas orais e Treponema Pallidum
Espiroquetas orais e Treponema Pallidum
 
Ap.-Respiratório.pdf
Ap.-Respiratório.pdfAp.-Respiratório.pdf
Ap.-Respiratório.pdf
 
923696
923696923696
923696
 
PNEUMONIAS.pptx
PNEUMONIAS.pptxPNEUMONIAS.pptx
PNEUMONIAS.pptx
 
Anátomo Clínico R2 Klécida Nunes Rodrigues
Anátomo Clínico R2 Klécida Nunes RodriguesAnátomo Clínico R2 Klécida Nunes Rodrigues
Anátomo Clínico R2 Klécida Nunes Rodrigues
 
Sessão Ánatomo - Clínica
Sessão Ánatomo - ClínicaSessão Ánatomo - Clínica
Sessão Ánatomo - Clínica
 
QUADRIX_011_IAMSPE-RM-2022_Prova_Pratica_MEDICINA PALIATIVA.pdf
QUADRIX_011_IAMSPE-RM-2022_Prova_Pratica_MEDICINA PALIATIVA.pdfQUADRIX_011_IAMSPE-RM-2022_Prova_Pratica_MEDICINA PALIATIVA.pdf
QUADRIX_011_IAMSPE-RM-2022_Prova_Pratica_MEDICINA PALIATIVA.pdf
 
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológ
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológA importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológ
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológ
 
Dengue Casos Clínicos - Professor Robson
Dengue Casos Clínicos - Professor RobsonDengue Casos Clínicos - Professor Robson
Dengue Casos Clínicos - Professor Robson
 
CIRURGIAS NEFROLÓGICAS
CIRURGIAS NEFROLÓGICASCIRURGIAS NEFROLÓGICAS
CIRURGIAS NEFROLÓGICAS
 
A sistematizacao da assitencia de enfermagem em um paciente com bronquite
A sistematizacao da assitencia de enfermagem em um paciente com bronquiteA sistematizacao da assitencia de enfermagem em um paciente com bronquite
A sistematizacao da assitencia de enfermagem em um paciente com bronquite
 
Pneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na Comunidade
Pneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na ComunidadePneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na Comunidade
Pneumonias na infância: Pneumonias Adquiridas na Comunidade
 
LAPAROTOMIA - Enfermagem Cirúrgica - Estudo de Caso
LAPAROTOMIA - Enfermagem Cirúrgica - Estudo de CasoLAPAROTOMIA - Enfermagem Cirúrgica - Estudo de Caso
LAPAROTOMIA - Enfermagem Cirúrgica - Estudo de Caso
 

Plus de pauloalambert (20)

Dtp 16 21 sp
Dtp 16 21 spDtp 16 21 sp
Dtp 16 21 sp
 
Dtp 15 21 sp
Dtp 15 21 spDtp 15 21 sp
Dtp 15 21 sp
 
Dtp 14 21 sp
Dtp 14 21 spDtp 14 21 sp
Dtp 14 21 sp
 
Dtp 13 21 sp
Dtp 13 21 spDtp 13 21 sp
Dtp 13 21 sp
 
Dtp 12 21 sp
Dtp 12 21 spDtp 12 21 sp
Dtp 12 21 sp
 
Dtp 11 21 sp
Dtp 11 21 spDtp 11 21 sp
Dtp 11 21 sp
 
Dtp 10 21 sp
Dtp 10 21 spDtp 10 21 sp
Dtp 10 21 sp
 
Dtp 09 21 sp
Dtp 09 21 spDtp 09 21 sp
Dtp 09 21 sp
 
DTP 08 21 SP
DTP 08 21 SPDTP 08 21 SP
DTP 08 21 SP
 
DTP 07 21
DTP 07 21DTP 07 21
DTP 07 21
 
DTP 06 21 SP
DTP 06 21 SPDTP 06 21 SP
DTP 06 21 SP
 
DTP 05 21 sp
DTP 05 21 spDTP 05 21 sp
DTP 05 21 sp
 
DTP 0421
DTP 0421DTP 0421
DTP 0421
 
DTP0321 SP
DTP0321 SPDTP0321 SP
DTP0321 SP
 
DTP 0221
DTP 0221DTP 0221
DTP 0221
 
DTP 0221
DTP 0221DTP 0221
DTP 0221
 
DTP 0121 SP
DTP 0121 SPDTP 0121 SP
DTP 0121 SP
 
Folha Cornell
Folha CornellFolha Cornell
Folha Cornell
 
Sinais meningeos 20
Sinais meningeos 20Sinais meningeos 20
Sinais meningeos 20
 
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAISANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
 

Dcigw97

  • 1. REUMATO-INTERNATO- 5ºANO * E.I.P., com 18 anos, do sexo feminino, branca. Há 2 meses, iniciou quadro de cefaleia frontal e em hemiface esquerda, em peso, sem irradiação, de início insidioso, com piora progressiva, acompanhada de obstrução nasal, rinorréia purulenta anterior e posterior, epistaxe, cacosmia, e febre não medida. Procurou atendimento médico com 5 dias de história, quando foi tratada com amoxicilina por 10 dias, devido à suspeita de rinossinusite aguda. * Evoluiu com piorado estado geral, febre alta, dor torácica, dispneia, tosse produtiva com expectoração esverdeada, otalgia, otorréia e hipoacusia bilateral. Nesta ocasião, procurou novamente auxílio médico, e foi então internada para melhor avaliação e tratamento. Apresentava- se com emagrecimento de 8 Kg, astenia, vertigem e artralgia em joelho direito. Não havia nenhum antecedente pessoal ou familiar relevante. Ao exame físico geral apresentava-se descorada ++/4, desidratada +/4, afebril e taquicárdica (FC: 120 bpm). Ao exame otorrinolaringológico, apresentava perfuração central ampla de membrana timpânica bilateralmente, com otorréia em grande quantidade, deformidade do dorso nasal “em sela”, abundantes crostas acastanhadas em ambas as fossas nasais, septo nasal íntegro, mas com mucosa de aspecto granuloso, conchas nasais inferiores e médias hipotróficas. Boca e orofaringe sem alterações. À ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente bilateralmente, com sibilos esparsos discretos, roncos e estertores crepitantes difusos, principalmente em hemitórax direito. Havia petéquias em membros inferiores. Demais aparelhos sem alterações. Foi solicitada uma série de exames subsidiários para tentar se estabelecer o diagnóstico, a etiologia e a extensão da doença. * O hemograma mostrava uma anemia normocrômica normocítica e leucocitose sem desvio à esquerda (19.500 leucócitos). A radiografia e a tomografia computadorizada de tórax apresentavam uma imagem sugestiva de abscesso em terço médio e superior de pulmão direito; calcificação junto ao hilo pulmonar direito, focos pneumônicos à esquerda e derrame pleural bilateral. Na tomografia computadorizada de seios paranasais, notava-se um espessamento do revestimento mucoso
  • 2. da fossa nasal; comunicação dos seios maxilares com a cavidade nasal bilateralmente, conchas nasais inferiores e médias hipotróficas; material com densidade de partes moles nos seios maxilares, etmoidais, esfenoidais e frontais (Figuras 1,2, 3 e 4 ). * A pesquisa de BAAR no escarro resultou negativa em várias amostras. O exame de PPD, a sorologia para o HIV e o FTA-ABS também resultaram negativos. A cultura do escarro foi positiva para Pseudomonas e negativa para fungos. A cultura do líquido pleural mostrou-se negativa para BAAR e fungos. À broncoscopia visualizou-se lesão ulcerada e compressão extrínseca do brônquio fonte direito. Foi então realizada biópsia da lesão, cujo exame anátomo patológico (A-P) demonstrou extensas áreas de necrose e exsudato de neutrófilos. O exame A-P de biópsia realizada em mucosa nasal resultou em processo inflamatório crônico inespecífico. A titulação do ANCA-c teve resultado positivo (1/32). Após a positividade do ANCA-C, optou-se por nova biópsia de mucosa nasal, mas, desta vez, sob visão microscópica, para se firmar o diagnóstico de .......................................................................... * O A-P revelou fragmentos de mucosa respiratórios parcialmente revestidos por epitélio pavimentoso estratificado, apresentando no córion, numerosas estruturas vasculares de pequeno calibre, cuja parede estava permeada por neutrófilos e eosinófilos, entremeados por edema e infiltrado misto. Alguns vasos com nítida agressão da parede, com áreas de necrose fibrinóide. O quadro histológico sugeria vasculite granulomatosa necrotizante. A função renal, pesquisada pela dosagem de uréia e creatinina, estava preservada. O exame de urina I mostrava uma micro-hematúria discreta. À audiometria tonal, detectou-se uma disacusia condutiva leve a severa bilateral, ascendente e simétrica. Havia boa discriminação à audiometria vocal. A paciente evoluiu com piora clínica, radiográfica e tomográfica, mesmo com antibioticoterapia de amplo espectro. Vários antimicrobianos bactericidas e bacteriostáticos foram introduzidos, levando-se em conta o quadro clínico e os resultados dos exames subsidiários realizados pela doente. * Ceftriaxone, clindamicina, vancomicina, metronidazol, imipenem, amicacina, tazocin, anfotericina B e esquema tríplice para tuberculose foram utilizados sequencialmente pela clínica médica para tentar conter o quadro infeccioso, sem sucesso. Após a positividade do ANCA-c e o resultado da segunda biópsia de mucosa nasal, firmou-se o diagnóstico de ........................................................................ e institui-se o tratamento com ciclofosfamida e prednisona.
  • 3. Figura 1. Corte coronal, mostrando acometimento de seios maxilares e etmoidais anteriores
  • 4. * * Figura 2. Corte axial , evidenciando comprometimento de seios maxilares e fossas nasais.
  • 5. * * Figura 3. Corte axial, evidenciando comprometimento de seios etmoidais.
  • 6. * Figura 4. Corte axial com acometimento de seio frontal. * Qual o seu diagnóstico?