Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Educação a Distância (EAD) e Educação Online (EOL): notas de um pesquisador-docente de Informática na Educação
1. Educação a Distância (EAD)
e Educação Online (EOL):
notas de um pesquisador-docente
de Informática na Educação
PGTIAE – NCE/UFRJ
Pós-Graduação em Tecnologias da Informação Aplicadas à Educação
Pimentel (UNIRIO)
pimentel@uniriotec.br
https://www.facebook.com/pimentel.mariano
1
2. O que é EAD?
“caracteriza-se a educação a distância como
modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre
com a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diversos.”
(DECRETO Nº 5.622, de 2005)
“O desenvolvimento da educação a distância em
todo o mundo está associado à
popularização e democratização do acesso às
tecnologias de informação e de comunicação.”
(Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância, p.10)
(Inglaterra)
(Espanha)
UniversidadesPrecursoras
2
3. Marcos da EAD no Brasil
EAD obteve respaldo legal para sua realização com a LDB, em 1996
(Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996)
UAB – Universidade Aberta do Brasil (2005)CEDERJ – Consórcio das IES Públicas do RJ (2000)
http://cederj.edu.br/cederj/onde-estudar/ http://www.capes.gov.br/component/content/article?id=7837
Objetivo: democratizar e ampliar o acesso ao ensino superior
3
4. Crescimento de EAD no Brasil
17% dos graduandos brasileiros
estudam na modalidade a distância
em 2015
1,4 milhão de estudantes
1.393.752 EAD / 6.633.545 Presencial
Evolução do número de matriculas por
modalidade de ensino no Brasil 2003-2014 Ingressantes no Ensino Superior de 2003 a 2014
24% dos graduandos brasileiros
matricularam-se em cursos
na modalidade a distância
em 2015... e crescendo!
694.559 EAD / 2.225.663 Presencial
(Sinopses Estatísticas da Educação Superior – Graduação, 2015) 4
5. LMS (Learning Management Systems)
AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem)
AVA
(tudo em um só lugar)
Conteúdos online
wiki
chat Avaliações
Tarefas online
forum
email
NIED/UNICAMP, 1997
LES/PUC-Rio,
1997
"Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment"
(2001)
e-ProInfo (MEC)
Solar (UFC)
Amadeus (UFPE)
Eureka (PUC-PR)
....
WebCT
LearningSpace
BlackBoard
...
OUTRAS
INICIATIVAS
NACIONAIS
OUTRAS
INICIATIVAS
INTERNACIONAIS
Em 2006, no contexto da UAB, havia a
recomendação para as IES adotarem o Moodle
5
6. Desenho Didático para EAD
em tempos de mídias sociais e redes sociais
(para além do Moodle!)
6
7. ... mas o Desenho Didático hegemônico
das disciplinas na EAD se resume a:
• Planejamento prévio de todas as aulas
• Conteúdo didático pensado para EAD (livro-texto)
• Exercícios de Fixação e Estudo Dirigido (ADs CEDERJ)
• Meios de Conversação (Fórum e Bate-papo) para
tirar dúvidas ou questionário sobre o conteúdo
• Provas bimestrais, presenciais, para a Certificação
“Educação conteudista” → prioriza a assimilação de conteúdos...
7
8. EAD: como evolução dos meios de difusão
Nova “sala” de aula,
mesmas práticas expositivas...
:-(
Computador como
Máquina de Ensinar
8
9. EAD: um Sistema Educacional
baseado na máquina de Ensinar?
Aprendizagem Programada, Máquinas de Ensinar (Skinner, ~1960)
[ http://www.youtube.com/watch?v=vmRmBgKQq20 ] 9
10. EAD: bases fordista-
behaviorista
Peters (1973) busca explicar, a partir do
contexto socioeconômico mais amplo, as
particularidades da EaD em relação ao ensino
convencional e ao mercado de trabalho. (...) Os
modos de organização dos sistemas e sua
estrutura didática “pode ser mais bem
entendida a partir de princípios que regem a
produção industrial, especialmente os de
produtividade, divisão do trabalho e produção
em massa” (Peters, 1973, p.157)
Para Peters, a EaD implica a divisão do trabalho
de ensinar, com a mecanização e automação da
metodologia de ensino e a dependência da
efetividade do processo de ensino com relação
às tarefas prévias de planejamento e
organização dos sistemas
(Educação a Distância, BELLONI, 1999)
http://acervo.oglobo.globo.com/consulta-ao-acervo/?navegacaoPorData=201020140407
https://youtu.be/YR5ApYxkU-U 10
11. Educação a distância e
precarização do trabalho docente
“A disseminação do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) tem padronizado o
entendimento do trabalho docente na educação a distancia (EaD), a partir de uma concepção
dessa modalidade de ensino que preconiza uma educação de massa e a redução do trabalho
docente. (...) Se, por um lado, as instituições, inclusive (e principalmente) as públicas e
gratuitas, aderem ao empenho nacional de expansão e democratização do ensino superior na
formação de professores, por outro acabam legitimando a consolidação de um modelo de
educação que nem sempre condiz com suas perspectivas teóricas e suas práticas
pedagógicas. No que concerne ao professor, as diretrizes financeiras determinam também o
papel docente na EaD. A docência, distribuída em diferentes papéis, como o de professor e o
de tutor (a distância e presencial), está definida em resoluções que enquadram esses
profissionais como bolsistas que sequer têm direito a uma declaração do trabalho que
realizam como professores, devido à possível consolidação de vínculos empregatícios não
desejados. Tal precarização do trabalho docente se desdobra, na prática, entre outras coisas,
por meio da baixa remuneração, que exclui profissionais qualificados, e da falta de
reconhecimento profissional. Complementarmente, configura-se a implantação de uma
política pública nacional, que define o papel dos tutores como não docentes. A conclusão é
que essa política padroniza os projetos de cursos pela EaD e não acolhe propostas com outras
concepções, eliminando, assim, a possibilidade de reconhecimento do trabalho profissional
do professor na modalidade a distância” (LAPA; PRETTO, 2010) 11
12. MOOCs: Educação Massiva
Universidade de Stanford MIT e Havard
Massive Open Online Course
Levando a noção de massificação ao extremo, uns acreditam que nas
próximas décadas só sobrarão umas poucas universidades no mundo, 2 ou 3,
responsáveis principalmente pela elaboração de conteúdo
ATENÇÃO!
Educação não é assimilação de conteúdos!
Educação é cultura, formação de cidadãos 12
13. EAD massiva: desinteresse e evasão!
13
isolamento autodidatismo
dúvidas não resolvidas
(ou não provocadas!)
conteúdos
descontextualizados
taxa de evasão dos MOOCs: de 75% a 95% (SILVA et al., 2014)
pouca mediação
docente
16. Por uma educação mais Interativa...
Mais condizente com o espírito do nosso tempo,
e com o cenário sociotécnico contemporâneo
16(SILVA, 2001, p.15)
“Não é um mero modismo, a ideia da sala de aula interativa é uma luta infinita porque a escola está há séculos
envolvida com o modelo da transmissão e a gente precisa criar alternativas a esse modelo, e a sala de aula interativa com
certeza é uma alternativa (..) O conceito de interatividade vai exatamente dizer que a emissão e a recepção cocriam a
mensagem, cocriam a própria comunicação. Por que esse conceito é importante? A clássica sala de aula baseada na
transmissão está no paradigma da unidirecionalidade (...) o professor transmissor, o aluno sedentário espectador assistindo a
transmissão de conteúdos, caberá a este aluno reter aquelas informações e reapresentá-las em momentos pontuais de
avaliações e de provas. Este conceito de sala de aula é muito questionado, não é de hoje.
(...) Então é preciso enfatizar: o essencial não é a tecnologia, mas um novo estilo de
pedagogia sustentado por uma modalidade comunicacional que supõe interatividade, isto
é, participação, cooperação, bidirecionalidade e multiplicidade de conexões entre
informações e atores envolvidos. Mais do que nunca o professor está desafiado a modificar
sua comunicação em sala de aula e na educação. Isso significa modificar sua autoria
enquanto docente e inventar um novo modelo de educação”
Vygotsky, Paulo Freire, Anísio Teixeira e outros tantos teóricos internacionais, muitos
outros já questionaram esse modelo. A gente precisa implementar a mudança dessa sala
de aula. E como se faz essa mudança? Em primeiro lugar, pensando que você, professor,
veio daquele modelo, entretanto você precisará fazer a revirada. Fazer a revirada supõe a
sala de aula interativa.
17. Por uma educação mais colaborativa
17
Ensino Tradicional Aprendizagem Colaborativa
Estudo isolado Estudo em grupo
Professor–autoridade Professor–coordenador
Aluno: recipiente a ser preenchido com
informações do professor
Aprendiz: transforma informação em
conhecimento através da interação social
Aprendizagem reativa, passiva Aprendizagem ativa, investigativa
Memorização de informações Discussão e construção do conhecimento
Seriação no tempo
Formação de grupos
em função da competência
Ênfase no produto Ênfase no processo
Avaliação pontual, somativa e
realizada pelo professor
Avaliação continuada, formativa e realizada
colaborativamente
Sala de aula Ambientes Computacionais de Aprendizagem
(Pimentel e Fuks, 2011)
18. Educação Online: fenômeno da Cibercultura
“Assumimos que a educação online não é apenas
uma evolução das gerações da EAD,
mas um fenômeno da cibercultura”
(Santos, 2015, p.47)
Computador como
Meio de Interação Social 18
19. Meios de Conversação
(docente projeta ambiências conversacionais)
https://www.amazon.com.br/email-Facebook-perspectiva-evolucionista-conversa%C3%A7%C3%A3o-ebook/dp/B00NBJD0WC
Meios de comunicação
mais usados dos AVAs:
89% e-mail
72% fórum
59% chat
45% mural de avisos
29% rede social interna
25% avisos automáticos
18% SMS
(Censo EAD Brasil, 2015)
19
21. Ciberespaço e Cibercultura
“O termo [ciberespaço] especifica não apenas a
infraestrutura material da comunicação digital, mas
também o universo oceânico de informação que ela
abriga, assim como os seres humanos que navegam e
alimentam esse universo. Quanto ao neologismo
‘cibercultura’, especifica aqui o conjunto de técnicas
(materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de
modos de pensamento e de valores que se desenvolvem
juntamente com o crescimento do ciberespaço”
(LÉVY, 1999, p. 17).
21
22. Revolução da internet
• Inovação que provoca descontinuidade nos mais
variados setores da vida em sociedade:
– modos de produção → intelectualizado e fluido
– espaço de convivência → ciberespaço
– organização social → em rede
– estilos de agir, viver e ser → ser humano digital
22
28. Cibercultura: evolução dos modos de
produção-consumo do conhecimento
oralidade: mitos, ritos,
transmissão oral
escrita: memória,
técnica autônoma da imagem
alfabeto: universalização
e digitalização da escrita
imprensa: reprodução técnica do alfabeto e das imagensciberespaço: ecossistema
de ideias
28
29. Ciberespaço: um novo espaço de vida
• “Ciberespaço”: termo originalmente cunhado pelo
novelista William Gibson em 1982 (o significado foi
alterado posteriormente – descubra o original!)
• Telas dos computadores são o acesso ao
ciberespaço, constituído por circuitos e impulsos
eletrônicos
• Um espaço para novas práticas sociais, novas
formas de viver e conviver
• Experiências vividas são reais, intensas e atraentes
• Surpreendente poder de capturar, cativar e manter
frequentadores
29
30. Ciberespaço: a nova
“Metropolis”? (1927)
• Ficção científica que registra o interesse pelos espaços
urbano-industriais no início do século XX
Cartaz original do
filme, lançado em
1927, dirigido por
Fritz Lang
Cartaz da versão restaurada do
filme, relançada em 2010 após ter
sido restaurado e de serem
acrescentados mais de 25
minutos de metragem por conta
da descoberta de uma cópia do
filme original, em 2008, no Museu
do Cinema na Argentina
http://www.kino.com/metropolis
30
31. Ciberespaço: a nova “Metrópole”?
• Revolução Industrial provocou o surgimento de
grandes centros urbano-industriais, nos quais haviam
se instalado as primeiras fábricas
• A cidade – centro econômico, político e cultural –
atraiu os camponeses das localidades mais remotas,
tornou-se o novo espaço para a moradia, trabalho e
socialização do homem moderno
• O urbanismo rapidamente se tornou um dos principais
temas de interesse de grandes pensadores do século
XIX e início do XX
31
32. Revolução da Internet ≈
Revolução Industrial
• Tudo aconteceu tão rápida e abruptamente que
muitos se sentiram:
• aterrorizados e nostálgicos, ou
• intoxicados e excessivamente otimistas
• Sobre a Revolução da Internet:
• Qual a visão dos aterrorizados e nostálgicos?
• Qual a visão dos intoxicados e excessivamente
otimistas?
32
33. Sistemas
• Sistemas ainda com uma visão de sociedade
industrial:
– controle, automação e eficiência
Ex.: sistemas de workflow (processos de trabalho)
• Sistemas já com a visão de uma sociedade em rede:
– promover a interação e a colaboração
– espaço a ser habitado
Ex.: sistemas de comunicação, edição cooperativa, suporte
a comunidades virtuais de prática, etc.
33
34. Cibercultura
visão apologética x visão apocalíptica
Cibercultura e Sistemas de
Informação
“3 princípios: emissão (escrever),
conexão generalizada e aberta,
reconfiguração”
http://youtu.be/hCFXsKeIs0w
“os jovens estão sendo violentados
pela tecnologia”
http://youtu.be/qBHPqKzlbMM
35. Como sua vida foi/está-sendo
constituída pela Cibercultura?
35
36. Experiência como discente de
Educação Online
ftp://ftp.inf.puc-rio.br/pub/docs/techreports/02_07_lucena.pdf
1ª parte: Discussão de Temas (foco proposto pelos alunos)
2ª parte: Criação de novos conteúdos para o curso (pelos alunos)
Colaboração
Discussão Intensiva
e Autoria!
não se baseava na
transmissão-assimilação
de conteúdos
36
37. Práxis de pesquisa:
bate-papo para educação, por aulas mais
interativas-colaborativas-dialógicas
• Dialogismo: Opressão x Autonomia (Paulo Freire)
• Interatividade (Comunicação – Marco Silva, Alex Primo)
• Colaboração e Aprendizagem (Vygostisky)
• Aprendizagem em rede (Nilda Alvez, ...)
• Cibercultura (Levy, Santaella, André Lemos, Edmea Santos)
• Polifonia e Alteridade (Bakhtin)
• Análise da Conversação (Marchuschi, Pimentel, Recuero)
• Gênero Discursivo (Marchuschi, Calvão)
• Emoções na Educação (Humberto Maturana)
• Sentimento de Pertença (...)
• Diversão e lúdico (...)
• Mediação Docente (Adriana Bruno, Vygostisky...)
37
38. Práxis como pesquisador
Debatepapo (Netto; 2014, Barbos
e Ferreira; 2013, Moraes; 2011)
Portal Tagarelas (Estruc; 2013 e 2018)
TabsChat (Azevedo; 2011)
(Zeferino; 2014, Pimentel; 200X) Métricas
InterVIU (Nunes; 2009)
MediatedChat (Pimentel; 2006)
HiperDiálogo (Pimentel; 2002)
(Adilson; 2016) Gameficação
Ondas de Assuntos (Azevedo; 2011, Pimentel; 2002)
Sociograma (Valleska; 2016)
Funcionalidades (Cristiana; 2015,
Andrade; 2011)
(Rocha; 2013 e 2017) Msg x Participantes
Associação de Mensagens (Eduardo; 2015)
K2Chat (Ugulino; 2008)
(Ugulino; 2010) Cyclus
Visualização Conversação (Tavares; 2012)
(Calvão; 2012) Meios de Conversação
FUNDA-
MENTOS
para o uso de
bate-papo na
educação
SISTEMAS
de bate-papo
específicos p/
educação
DINÂMICAS
educacionais
com uso de
bate-papo
ANÁLISE E
VISUALIZAÇÃO
da conversação
realizada pelo
bate-papo
MÉTRICAS DA
PARTICIPAÇÃO
em sessões de
bate-papo
EDUCAÇÃO
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO
Bate-papo
na Educação
(Portal Tagarelas)
38
39. Práticas online de um docente
em tempos de Cibercultura:
“Informática na Educação” no curso
Licenciatura em Pedagogia a Distância, CEDERJ/UAB
Ensino Tradicional Aprendizagem Colaborativa
PREMISSA: online não garante interatividade!
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40. Práticas online de um docente
em tempos de Cibercultura:
“Informática na Educação” no curso
Licenciatura em Pedagogia a Distância, CEDERJ/UAB
→ Interatividade e colaboração
→ Foco em atividades-práticas (pelas ADs)
→ Tutoria ativa (oficinas, coordenação e acompanhamento)
→ conteúdos online em múltiplos formatos
→ Facebook e outros sistemas
→ Avaliação contínua relacionadas às práticas (sem provas)
Do modelo tradicional → novos valores, princípios e práticas!
Isolamento e competição
Abordagem conteudista-teórica
Tutoria reativa (tirar dúvidas)
Livro-texto didático
“AVA” (Moodle)
Provas sobre os conteúdos
(CEDERJ) (disciplina “Informática na Educação”)
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41. Educação a Distância (EAD)
e Educação Online (EOL):
notas de um pesquisador-docente
de Informática na Educação
PGTIAE – NCE/UFRJ
Pós-Graduação em Tecnologias da Informação Aplicadas à Educação
Pimentel (UNIRIO)
pimentel@uniriotec.br
https://www.facebook.com/pimentel.mariano
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