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Protestantismo na América Latina
A luta por espaço
História Eclesiástica II
Pr. André dos Santos Falcão Nascimento
Blog: http://prfalcao.blogspot.com
Email: goldhawk@globo.com
Seminário Teológico Shalom
Religiosidade latina - primórdios
América Espanhola (Franciscanos):
Facilidade de conversão “externa” dos povos indígenas,
por já terem abandonado sua fé original para adotar a fé
asteca.
Pluralidade religiosa era inconcebível na cultura indígena
e na espanhola, gerando conversões em massa.
Apoio real ao trabalho de “evangelização”.
Reunião de índios conversos em mosteiros, protegendo-
os dos ímpetos dos conquistadores.
Missionários-conquistadores, que extraíam o ouro e o
enviavam para financiar as guerras espanholas.
Religiosidade latina - primórdios
América Portuguesa (Jesuítas):
Dificuldade de conversão por falta de estrutura imperial
sedentária (tribos espalhadas territorialmente).
População indígena menor.
Interesse estatal menor de dar poder à igreja local (somente
dez dioceses fundadas em 300 anos, contra 84 fundadas nos
EUA em 100 anos.
Poder civil breca liberdade de superiores eclesiásticos de
fiscalizar e disciplinar.
Fomento (do poder civil) do espírito realista entre clérigos
regulares, gerando conflito com superiores eclesiásticos.
Criação de conflitos entre bispo e seus próprios assistentes.
Religiosidade latina – características no séc. XIX
Forte associação Igreja-Estado (direito de Padroado – direito dos reis ibéricos de
construir igrejas, nomear bispos e padres, aprovados depois pelo papa).
Formalismo religioso que buscava evitar a aparência de protestantismo ou novos
cristãos (sincretismo religioso – religiões afro apropriando-se de imagens de santos
para representar seus deuses).
Surgimento do Catolicismo Popular, com crenças e práticas de religiões indígenas e
africanas adicionadas às práticas clássicas.
Expulsão dos Jesuítas em 1759 pelo Marquês de Pombal gera crise educacional
para o clero e povo – crise superada pela formação de clero nos seminários de
Salvador, Rio de Janeiro e Olinda.
Padroado mantido por governos nacionais mesmo após as revoltas de
independência.
Apoio romano contra o movimento, na busca por manter o suporte espanhol no
continente, gerou insatisfações e crise entre a população.
Religiosidade latina – dificuldades aos protestantes
Paraguai: 1870: Catolicismo é religião oficial, apesar de haver
liberdade para outros cultos.
Peru: 1860: Catolicismo é única religião tolerada. Exercício de
outras é proibido.
Chile: 1823: Cidadania permitida apenas a católicos romanos.
Brasil: Tolerância e liberdade religiosa imposta pelos britânicos,
que fecham tratado em 1810 para ter direito de possuir capelas
para que seu povo pudesse prestar culto. Primeiro prédio
anglicano é construído no Rio de Janeiro em 1819. Imigrantes
protestantes da Alemanha e EUA têm liberdade de culto, mas
brasileiros não podem deixar de ser católicos.
Abertura religiosa brasileira (separação Igreja-Estado)
Franco-maçonaria: Movimento surgido em Londres em 1717, chega ao
Brasil em 1799 e se estabelece firmemente em Niterói em 1812 e no Rio
de Janeiro, em 1815. Seu propósito inicial era a independência do
Brasil. Apesar de condenada pelos papas Clemente XII (1738) e Leão
XIII (1884), o movimento se fez sólido no Brasil na luta contra a
monarquia.
Positivismo: Movimento filosófico de Augusto Comte (1798-1857) que
abandona a visão da causa dos fenômenos para pensar nas leis que os
regem. Socialmente, pregava ênfase na família, ideal da liberdade
individual e personalidade, junto com importância atribuída à boa moral.
No Brasil, adotou um viés de partido religioso e político, alcançando
apenas as altas camadas da sociedade.
Protestantismo na América Latina – Iniciativas coloniais
Villegaignon e os huguenotes (1555-1567): Nicolas Durand de Villegaignon,
vice-almirante da marinha francesa, com apoio do governo, funda uma
colônia no Rio de Janeiro. Tinha propósito originalmente comercial, mas os
huguenotes que vêm com ele buscam refúgio da perseguição religiosa na
França e possivelmente missionário.
Havia huguenotes (incluindo 12 pastores comissionados por Calvino) e
católicos na viagem. A heterogeneidade religiosa, a negação de mulheres na
colônia e problemas administrativos geraram crises que levaram a uma
perseguição interna de Villegaignon aos huguenotes, por estes não se
conformarem à sua vontade e religião católica.
Villegaignon abandonou a colônia em 1559, deixando o grupo indefeso ao
ataque da frota portuguesa, que dizimou o grupo 8 anos depois, “em nome
de Deus e da pátria”.
Levou à redação de uma Confissão de Fé de 17 artigos (Confessio
Fluminense), escrito em apenas 12 horas, em 1558, em resposta aos
ataques de Villegaignon.
Protestantismo na América Latina – Iniciativas coloniais
Calvinistas holandeses (1630-1654): Fundam em Pernambuco em 1630 uma
colônia protestante, crescendo rapidamente e dominando a região do
Maranhão ao Sergipe já em 1641. Escolas e missionários foram colocados
em pontos estratégicos, abertos pelo exército apoiado por pastores, que
atendiam às suas necessidades e às do povo. Vários ameríndios foram
alcançados, mas poucos se converteram. Um número ainda menor de locais
aceitou o evangelho calvinista.
A presença dos holandeses unificou portugueses e crioulos na resistência.
Com a capitulação de Taborda, em 1654, a colônia caiu e o país se fechou
ao evangelho por mais 150 anos.
O primeiro sínodo Reformado da América aconteceu no Nordeste, em 1635,
com oito pastores e cinco anciãos dirigentes. Foram nove assembleias
anuais, de 1636 a 1644. A primeira decisão judicial sobre o divórcio se deu
durante este governo.
Protestantismo na América Latina – Iniciativas coloniais
Colônia Welser na Venezuela (1529-1550): Os Welser, banqueiros na
Alemanha, mantinham boas relações com Carlos V, que concedeu a eles o
direito de explorar e comandar a região da Venezuela.
As primeiras famílias alemãs chegaram ao que é hoje Maracaibo em 1530. A
intenção dos Welser não era a colonização, porém, e sim a exploração do
mercado escravo e descobrir um possível eldorado no interior que os faria
ricos.
Alega-se que a colônia se tornou inteiramente luterana em 1532, mas é
teoria, pois a colônia desapareceu em 1550 sem deixar descendentes
espirituais naquele país.
Outros locais onde protestantes teriam ingressado nos sécs. XVI e XVII:
México, Peru e Nicarágua. Todos foram rapidamente banidos pelo Santo
Ofício (Inquisição), instalado na Cidade do México e em Lima em 1569.
Também se sabe de grupos morávios em São Tomé e Suriname, metodistas
no Caribe Inglês e anglicanos e morávios na costa atlântica da América
Central (Honduras e Nicarágua).
Protestantismo na América Latina – Abertura
Dois fatores foram de suma importância para o rompimento do
monopólio católico-romano na América Latina:
Abertura forçada dos portos brasileiros para a Grã-Bretanha, em 1810, em
cujo tratado foi permitida a construção de casas de adoração para
estrangeiros, desde que não tivessem a aparência de igreja (a cruz foi
proibida na parte externa dos templos, por exemplo).
Esta abertura gerou algumas liberdades na Constituição de 1823, como
liberdade de culto e cemitérios protestantes. O proselitismo foi mantido
proibido.
Apesar da liberação, o anglicanismo não teve grande alcance no Brasil,
mantendo-se entre a comunidade inglesa. Somente no final do século,
com a missão episcopal, o quadro começou a mudar.
Protestantismo na América Latina – Abertura
Nomeação do pastor batista James (Diego) Thomson como diretor da
educação primária na Argentina.
Thomson chegou no país em 1818 com o objetivo de fundar escolas usando o
método pedagógico de Lancaster: Fazer uso dos melhores alunos para
ensinar os principiantes e utilizar passagens das Escrituras como textos para
ensinar gramática e alfabetizar.
Thomson chegou em um conturbado período, após a guerra de
independência, quando o clero conservador fugira, deixando um grupo mais
liberal no país. Em 1819, Thomson é nomeador diretor da educação primária
no país, dando a ele liberdade para estabelecer escolas lancasterianas em
Buenos Aires e Montevidéu.
A sua fama o levou a trabalhar em vários países, como Chile e Peru.
Contudo, a grande ligação entre Igreja e Estado nos países da AL frustraram
seus planos, com Chile e Peru tornando a educação religiosa católica
obrigatória. No Peru, por exemplo, até escolas não católicas foram obrigadas
a ensinar o catolicismo.
Próxima aula
Implantação do protestantismo na América Latina (p. 409-426 do
livro)
Tópicos da Igreja no séc. XX
Fontes
Texto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos: uma
história da igreja cristã. 3 ed. Trad. Israel Belo de Azevedo e Valdemar
Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2008.
Textos auxiliares:
DREHER, Martin N. Coleção História da Igreja, 4 vols. 4 ed. São Leopoldo:
Sinodal, 1996.
GONZALEZ, Justo L. História ilustrada do cristianismo. 10 vols. São Paulo:
Vida Nova, 1983

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História da Igreja II: Aula 11: Protestantismo na AL e Brasil

  • 1. Protestantismo na América Latina A luta por espaço História Eclesiástica II Pr. André dos Santos Falcão Nascimento Blog: http://prfalcao.blogspot.com Email: goldhawk@globo.com Seminário Teológico Shalom
  • 2. Religiosidade latina - primórdios América Espanhola (Franciscanos): Facilidade de conversão “externa” dos povos indígenas, por já terem abandonado sua fé original para adotar a fé asteca. Pluralidade religiosa era inconcebível na cultura indígena e na espanhola, gerando conversões em massa. Apoio real ao trabalho de “evangelização”. Reunião de índios conversos em mosteiros, protegendo- os dos ímpetos dos conquistadores. Missionários-conquistadores, que extraíam o ouro e o enviavam para financiar as guerras espanholas.
  • 3. Religiosidade latina - primórdios América Portuguesa (Jesuítas): Dificuldade de conversão por falta de estrutura imperial sedentária (tribos espalhadas territorialmente). População indígena menor. Interesse estatal menor de dar poder à igreja local (somente dez dioceses fundadas em 300 anos, contra 84 fundadas nos EUA em 100 anos. Poder civil breca liberdade de superiores eclesiásticos de fiscalizar e disciplinar. Fomento (do poder civil) do espírito realista entre clérigos regulares, gerando conflito com superiores eclesiásticos. Criação de conflitos entre bispo e seus próprios assistentes.
  • 4. Religiosidade latina – características no séc. XIX Forte associação Igreja-Estado (direito de Padroado – direito dos reis ibéricos de construir igrejas, nomear bispos e padres, aprovados depois pelo papa). Formalismo religioso que buscava evitar a aparência de protestantismo ou novos cristãos (sincretismo religioso – religiões afro apropriando-se de imagens de santos para representar seus deuses). Surgimento do Catolicismo Popular, com crenças e práticas de religiões indígenas e africanas adicionadas às práticas clássicas. Expulsão dos Jesuítas em 1759 pelo Marquês de Pombal gera crise educacional para o clero e povo – crise superada pela formação de clero nos seminários de Salvador, Rio de Janeiro e Olinda. Padroado mantido por governos nacionais mesmo após as revoltas de independência. Apoio romano contra o movimento, na busca por manter o suporte espanhol no continente, gerou insatisfações e crise entre a população.
  • 5. Religiosidade latina – dificuldades aos protestantes Paraguai: 1870: Catolicismo é religião oficial, apesar de haver liberdade para outros cultos. Peru: 1860: Catolicismo é única religião tolerada. Exercício de outras é proibido. Chile: 1823: Cidadania permitida apenas a católicos romanos. Brasil: Tolerância e liberdade religiosa imposta pelos britânicos, que fecham tratado em 1810 para ter direito de possuir capelas para que seu povo pudesse prestar culto. Primeiro prédio anglicano é construído no Rio de Janeiro em 1819. Imigrantes protestantes da Alemanha e EUA têm liberdade de culto, mas brasileiros não podem deixar de ser católicos.
  • 6. Abertura religiosa brasileira (separação Igreja-Estado) Franco-maçonaria: Movimento surgido em Londres em 1717, chega ao Brasil em 1799 e se estabelece firmemente em Niterói em 1812 e no Rio de Janeiro, em 1815. Seu propósito inicial era a independência do Brasil. Apesar de condenada pelos papas Clemente XII (1738) e Leão XIII (1884), o movimento se fez sólido no Brasil na luta contra a monarquia. Positivismo: Movimento filosófico de Augusto Comte (1798-1857) que abandona a visão da causa dos fenômenos para pensar nas leis que os regem. Socialmente, pregava ênfase na família, ideal da liberdade individual e personalidade, junto com importância atribuída à boa moral. No Brasil, adotou um viés de partido religioso e político, alcançando apenas as altas camadas da sociedade.
  • 7. Protestantismo na América Latina – Iniciativas coloniais Villegaignon e os huguenotes (1555-1567): Nicolas Durand de Villegaignon, vice-almirante da marinha francesa, com apoio do governo, funda uma colônia no Rio de Janeiro. Tinha propósito originalmente comercial, mas os huguenotes que vêm com ele buscam refúgio da perseguição religiosa na França e possivelmente missionário. Havia huguenotes (incluindo 12 pastores comissionados por Calvino) e católicos na viagem. A heterogeneidade religiosa, a negação de mulheres na colônia e problemas administrativos geraram crises que levaram a uma perseguição interna de Villegaignon aos huguenotes, por estes não se conformarem à sua vontade e religião católica. Villegaignon abandonou a colônia em 1559, deixando o grupo indefeso ao ataque da frota portuguesa, que dizimou o grupo 8 anos depois, “em nome de Deus e da pátria”. Levou à redação de uma Confissão de Fé de 17 artigos (Confessio Fluminense), escrito em apenas 12 horas, em 1558, em resposta aos ataques de Villegaignon.
  • 8. Protestantismo na América Latina – Iniciativas coloniais Calvinistas holandeses (1630-1654): Fundam em Pernambuco em 1630 uma colônia protestante, crescendo rapidamente e dominando a região do Maranhão ao Sergipe já em 1641. Escolas e missionários foram colocados em pontos estratégicos, abertos pelo exército apoiado por pastores, que atendiam às suas necessidades e às do povo. Vários ameríndios foram alcançados, mas poucos se converteram. Um número ainda menor de locais aceitou o evangelho calvinista. A presença dos holandeses unificou portugueses e crioulos na resistência. Com a capitulação de Taborda, em 1654, a colônia caiu e o país se fechou ao evangelho por mais 150 anos. O primeiro sínodo Reformado da América aconteceu no Nordeste, em 1635, com oito pastores e cinco anciãos dirigentes. Foram nove assembleias anuais, de 1636 a 1644. A primeira decisão judicial sobre o divórcio se deu durante este governo.
  • 9. Protestantismo na América Latina – Iniciativas coloniais Colônia Welser na Venezuela (1529-1550): Os Welser, banqueiros na Alemanha, mantinham boas relações com Carlos V, que concedeu a eles o direito de explorar e comandar a região da Venezuela. As primeiras famílias alemãs chegaram ao que é hoje Maracaibo em 1530. A intenção dos Welser não era a colonização, porém, e sim a exploração do mercado escravo e descobrir um possível eldorado no interior que os faria ricos. Alega-se que a colônia se tornou inteiramente luterana em 1532, mas é teoria, pois a colônia desapareceu em 1550 sem deixar descendentes espirituais naquele país. Outros locais onde protestantes teriam ingressado nos sécs. XVI e XVII: México, Peru e Nicarágua. Todos foram rapidamente banidos pelo Santo Ofício (Inquisição), instalado na Cidade do México e em Lima em 1569. Também se sabe de grupos morávios em São Tomé e Suriname, metodistas no Caribe Inglês e anglicanos e morávios na costa atlântica da América Central (Honduras e Nicarágua).
  • 10. Protestantismo na América Latina – Abertura Dois fatores foram de suma importância para o rompimento do monopólio católico-romano na América Latina: Abertura forçada dos portos brasileiros para a Grã-Bretanha, em 1810, em cujo tratado foi permitida a construção de casas de adoração para estrangeiros, desde que não tivessem a aparência de igreja (a cruz foi proibida na parte externa dos templos, por exemplo). Esta abertura gerou algumas liberdades na Constituição de 1823, como liberdade de culto e cemitérios protestantes. O proselitismo foi mantido proibido. Apesar da liberação, o anglicanismo não teve grande alcance no Brasil, mantendo-se entre a comunidade inglesa. Somente no final do século, com a missão episcopal, o quadro começou a mudar.
  • 11. Protestantismo na América Latina – Abertura Nomeação do pastor batista James (Diego) Thomson como diretor da educação primária na Argentina. Thomson chegou no país em 1818 com o objetivo de fundar escolas usando o método pedagógico de Lancaster: Fazer uso dos melhores alunos para ensinar os principiantes e utilizar passagens das Escrituras como textos para ensinar gramática e alfabetizar. Thomson chegou em um conturbado período, após a guerra de independência, quando o clero conservador fugira, deixando um grupo mais liberal no país. Em 1819, Thomson é nomeador diretor da educação primária no país, dando a ele liberdade para estabelecer escolas lancasterianas em Buenos Aires e Montevidéu. A sua fama o levou a trabalhar em vários países, como Chile e Peru. Contudo, a grande ligação entre Igreja e Estado nos países da AL frustraram seus planos, com Chile e Peru tornando a educação religiosa católica obrigatória. No Peru, por exemplo, até escolas não católicas foram obrigadas a ensinar o catolicismo.
  • 12. Próxima aula Implantação do protestantismo na América Latina (p. 409-426 do livro) Tópicos da Igreja no séc. XX
  • 13. Fontes Texto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã. 3 ed. Trad. Israel Belo de Azevedo e Valdemar Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2008. Textos auxiliares: DREHER, Martin N. Coleção História da Igreja, 4 vols. 4 ed. São Leopoldo: Sinodal, 1996. GONZALEZ, Justo L. História ilustrada do cristianismo. 10 vols. São Paulo: Vida Nova, 1983