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Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina




                                                                          Tratamento da-Fase Aguda
                                                                              Cesariana Indicações
                                                                       do Acidente Vascular Cerebral




                                                                     Federação Brasileira das de Neurologia
                                                                         Academia Brasileira Sociedades de
                                                                                 Ginecologia e Obstetrícia
                                            Elaboração Final:         24 de Julho de 2001
                                            Elaboração Final:
                                                    Autoria:          14 de Agosto Raffin CN, Fábio SRC
                                                                      Gagliardi RJ, de 2002
                                                    Autoria:          Martins-Costa SH, Hammes LS, Ramos JG, Arkader
                                              Colaboradores:          Bacellar A, Longo AL, Massaro AR, Moro CHC,
                                                                      J, Corrêa MD, Camano L
                                                                      André C, Nóvak EM, Dias-Tosta E, Yamamoto FI,
                                                                      Damiani IT, Maciel Jr JA, Fernandes JG, Vega MG,
                                                                      Fukujima MM, Lanna MA, Oliveira RMC, Melo-
                                                                      Souza SE, Novis SAP, Tognola WA




                                             O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal
                                                   de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar
                                            condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas
                                            neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta
                                                                       a ser seguida, frente à realidade eeao estado clínico de cada paciente.
                                                                        a ser seguida, frente à realidade ao estado clínico de cada paciente

                                                                                                                                         185
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DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DAS EVIDÊNCIAS:
Revisão da literatura médica indexada pelo sistema MEDLINE – National
Library of Medicine – EUA, Sumsearch®, National Guidelines Clearinghouse
e Cochrane Collaboration® em busca da melhor evidência para cada
item analisado.

GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:
A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência.
B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência.
C: Relatos ou séries de casos.
D: Publicações baseadas em consensos ou opiniões de especialistas.

OBJETIVOS:
• Estimular a prática da medicina baseada em evidências;
• Analisar individualmente as indicações de cesariana com base
   nas evidências científicas da literatura;
• Promover uma diminuição das taxas de cesariana.

PROCEDIMENTOS:
Indicação de cesariana frente a casos específicos como: gestante HIV+,
gestação gemelar, fetos prematuros, fetos em apresentação pélvica e
gestantes com cesarianas prévias.

EVOLUÇÃO E DESFECHO:
• Diminuição da taxa de cesarianas desnecessárias em casos como:
   gestantes infectadas pelo HIV ou herpes, gestações gemelares,
   fetos prematuros e pacientes com cesarianas prévias.
• Adequação da cesariana para casos de fetos em apresentação pélvica.




186                                                                        Cesariana - Indicações
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                                                              INTRODUÇÃO

                                                        O índice de cesarianas apresentou um importante aumento
                                                     nas últimas décadas no Brasil. Hoje, apresentamos um dos
                                                     maiores índices de cesarianas de todo o mundo: cerca de 36% dos
                                                     nascimentos são por via alta. Quando tomamos como referência
                                                     hospitais particulares, estes índices são ainda maiores, chegando a
                                                     80% a 90%1(C).

                                                        Cerca de 850.000 cesarianas desnecessárias são realizadas
                                                     anualmente na América Latina2(B).

                                                        As pacientes submetidas à cesariana apresentam morbidade e
                                                     mortalidade maior quando comparadas a pacientes que realiza-
                                                     ram parto normal3(D)4(A).

                                                         A diminuição da morbi-mortalidade neonatal não tem sido
                                                     associada ao aumento do número de cesarianas e, sim, ao avanço
                                                     nos últimos anos da tecnologia dos cuidados obstétricos. A cesaria-
                                                     na desnecessária acaba por colocar o feto em situação de risco5(D).

                                                         Uma das principais causas de morbi-mortalidade perinatal é a
                                                     síndrome da angústia respiratória do recém-nascido. Fetos com
                                                     37 a 38 semanas de gestação, quando comparados a fetos de 39 a
                                                     40 semanas, possuem 120 vezes mais chances de necessitarem
                                                     suporte ventilatório. Assim, o nascimento antes de 39 semanas
                                                     deve ser realizado somente por fortes razões médicas6(A).

                                                         A cesariana é um procedimento cirúrgico e, como tal, apre-
                                                     senta seus riscos maternos e fetais. A decisão pelo nascimento via
                                                     alta deve ser tomada em situações especiais, pelo médico, quando
                                                     os riscos do procedimento sejam suplantados pelos benefícios.

                                                              CONDIÇÕES FETAIS E INDICAÇÃO DE CESARIANA

                                                              Apresentação pélvica

                                                         Há evidências que fetos em apresentação pélvica beneficiem-
                                                     se da cesariana eletiva em vez de parto vaginal. Em um estudo
                                                     randomizado de 2088 mulheres, a decisão da via alta mostrou



Cesariana - Indicações                                                                                              187
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menor incidência de mortalidade perinatal e séria                Prematuridade ou baixo peso
morbidade neonatal. Não houve diferença
entre os grupos em relação à mortalidade                          Não há evidência epidemiológica que mos-
materna e séria morbidade materna7(A).                        tre melhor desfecho neonatal com a realização
                                                              de cesariana na presença de fetos pequenos e/ou
   Os mesmos grupos foram avaliados três                      prematuros. Os estudos ainda apresentam maior
meses após o nascimento, sendo que o grupo                    morbidade materna nos casos submetidos à ce-
submetido ao parto vaginal apresentou maior                   sariana. O número de casos descritos na litera-
queixa de incontinência urinária. Em relação à                tura em estudos randomizados é pequeno (122),
recuperação da gestação, vida sexual, cuidados                necessitando maiores investigações13(A).
com o recém-nascido, amamentação, dor,
depressão e incontinência fecal, não houve dife-                 Sofrimento fetal agudo
rença entre os grupos8(A).
                                                                  Há consenso que na presença de sofrimento
      Gestação gemelar                                        fetal agudo real, a indicação de cesariana é
                                                              necessária. Recomenda-se a realização da
                                                              cesariana no menor intervalo de tempo. A
    Na presença de gestação gemelar,
                                                              literatura tem demonstrado que um intervalo
monoamniótica ou diamniótica, com ambos os
                                                              de 30 minutos parece ser adequado para a
fetos em apresentação cefálica, há consenso de                maioria dos casos14(D).
que o parto vaginal é seguro. Existem poucos
trabalhos sobre o assunto, mas a maioria mos-                    Macrossomia
tra-se favorável ao parto vaginal9(B).
                                                                 A indicação de cesariana em fetos acima de
    Nos casos de gestação gemelar com o pri-                  4.500g, principalmente em primíparas, dimi-
meiro feto em apresentação cefálica e o segun-                nui morbidade fetal e materna15(C).
do feto em apresentação pélvica ou situação
transversa após a 35ª semana de gestação, o                       Fetos abaixo deste peso, em pacientes não-
resultado neonatal do 2º gêmeo não é influen-                 diabéticas, podem ser submetidos ao trabalho
ciado significativamente pela via de parto10(A).              de parto com baixo risco de complicações fetais
Neste caso, se não existir outra indicação para               e maternas16(B) 17(A).
cesariana, recomenda-se o parto vaginal.
                                                                 Situação transversa
    Nas gestações gemelares com ambos os
fetos em apresentação pélvica ou o primeiro                       Fetos em situação transversa persistente a
pélvico e o segundo cefálico, recomenda-se a                  termo, em ocasiões em que não há domínio da
realização de cesariana em vista de possível maior            técnica de versão externa, devem ser submeti-
morbi-mortalidade fetal11(D).                                 dos à cesariana fora do trabalho de parto. Altos
                                                              índices de morbidade fetal são evidenciados
    Nas gestações trigemelares também                         quando a gestação de um feto transverso evolui
recomenda-se cesariana12(C).                                  ao trabalho de parto18(C).



188                                                                                         Cesariana - Indicações
Projeto Diretrizes
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     Placenta prévia                                          cesariana. Fetos com hidrocefalia sem macro-
                                                              crania, defeitos de parede anterior sem exterio-
    Indica-se cesariana em gestações com pla-                 rização hepática ou displasias ósseas, parecem
centa prévia oclusiva. Gestações com placenta                 não se beneficiar de cesariana.
marginal podem ser submetidas ao trabalho de
parto desde que com monitorização adequada11(D).                  Em vários casos, a decisão por cesariana é
                                                              influenciada pela necessidade de planejamento
    Vinte e sete porcento das pacientes com dia-              do horário e local de nascimento para dispor-se
gnóstico de placenta prévia com 32 a 35 sema-                 de uma equipe de cirurgia pediátrica para pron-
nas não mais apresentarão placenta prévia no                  to atendimento do feto22(D).
termo. No grupo restante, recomenda-se cesa-
riana antes do trabalho de parto19(B).                           CONDIÇÕES      MATERNAS E INDICAÇÃO DE
                                                                 CESARIANA

   Descolamento prematuro de placenta
com feto vivo                                                    Herpes genital ativo

    A morbi-mortalidade fetal está intimamen-                     Quando a lesão herpética decorrer de
te associada com o intervalo entre o diagnós-                 primoinfecção, o risco de transmissão fetal por
                                                              parto normal é de 30% a 50%. Quando a lesão
tico e o nascimento do feto. Assim, recomen-
                                                              for ocasionada por infecção recorrente, o risco
da-se a realização de cesariana na maioria dos
                                                              cai drasticamente para 3%23(C).
casos, com exceção daqueles em que a via baixa
é mais rápida20(B).
                                                                  Apesar de não haver estudos randomizados,
                                                              fetos de pacientes que apresentem no momento
     Procidência de cordão                                    do parto lesão de herpes ativa (seja primoinfecção
                                                              ou recorrente) beneficiam-se da realização de
   Na maioria das vezes a cesariana urgente é                 cesariana24(D).
obrigatória21(C).
                                                                 Infecção pelo HIV
    Em alguns casos, em que a apresentação é
baixa, o colo uterino está completamente dila-                    Sabe-se que a transmissão vertical do HIV
tado e é possível o nascimento imediato, a via                está intimamente relacionada com a carga viral
vaginal pode ser escolhida11(D).                              materna. Pacientes com carga viral abaixo de
                                                              1000 cópias/ml ou indetectável, possuem chance
     Malformações congênitas                                  de 0% a 5% de transmitir a infecção para o
                                                              feto. Assim, recomenda-se atingir a menor car-
    Fetos com meningomielocele, hidrocefalia                  ga viral possível durante a gestação25,26(A).
e concomitante macrocrania, defeitos de pare-
de anterior com fígado extra-corpóreo, teratomas                 Vários estudos têm demonstrado também o
sacrococcígenos, hidropsia ou trombocitopenia                 benefício da cesariana eletiva (fora do trabalho
aloimune, beneficiam-se do nascimento por                     de parto e com membranas íntegras) em



Cesariana - Indicações                                                                                      189
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prevenir a transmissão vertical do HIV. Segun-                                   É importante lembrar que o status sorológico
do uma meta-análise que envolveu 15 estudos                                  determinado pelo nível de CD4 está associado à
prospectivos, incluíndo 8.533 gestações HIV+,                                incidência de complicações pós-cesariana.
a interrupção por cesariana eletiva reduz em                                 Entretanto, as pacientes HIV+, independente
50% a taxa de transmissão do vírus27(A). A ta-                               da contagem de CD4 ou de outros fatores de
bela abaixo demonstra as taxas de transmissão                                risco, possuem morbidade maior quando sub-
perinatal do HIV entre mulheres que recebe-                                  metidas à cesariana, seja de emergência ou
ram terapia anti-retroviral e/ou cesariana eletiva:                          eletiva, quando comparadas ao parto vaginal.

                                                               Terapia anti-retroviral no            Sem terapia
                                                              pré-natal, trabalho de parto          anti-retroviral
                                                                e para o recém-nascido            em momento algum

    Cesariana eletiva fora do
    trabalho de parto e com                                               2%                             10,4%
    membranas íntegras
    Parto vaginal                                                        7,3%                             19%


    O mesmo estudo sugere que o benefício da                                 As complicações mais freqüentes são: febre,
via alta possa ser extendido para as pacientes                               infecção do trato urinário, endometrite e
em que ocorre a ruptura de membranas próxi-                                  hematoma29(B).
ma à realização da cesariana.
                                                                                Cesarianas prévias
    Apesar do benefício comprovado da cesaria-
na, todos os trabalhos possuem uma grande limi-                                  As pacientes que possuem uma cesariana
tação que é não incluir a carga viral materna.                               prévia, quando submetidas ao trabalho de par-
Até o momento não existe estudo adequado que                                 to, apresentam risco cerca de duas vezes maior
inclua carga viral e cesariana como variáveis
                                                                             de ruptura uterina quando comparadas a pacien-
preditoras de transmissão. Entretanto, há su-
                                                                             tes que são submetidas à cesariana eletiva
posições que pacientes com carga viral abaixo
                                                                             (3,92:1000 versus 1,61:1000). Morte fetal,
de 1000 cópias/ml não teriam vantagem na
realização da cesariana.                                                     morte neonatal e Apgar menor que sete no 5º
                                                                             minuto também foram mais freqüentes no gru-
   O Ministério da Saúde do Brasil reco-                                     po submetido ao trabalho de parto30(A).
menda que pacientes com carga viral abai-
xo de 1000 cópias/ml ou indetectável pos-                                        Entretanto, a realização de cesariana
sam ser submetidas ao parto vaginal. Si-                                     repetida, está associada a maior morbidade
tuações em que a carga viral está acima deste                                materna, necessidade de transfusão e
valor ou não pode ser avaliada, devem ser                                    histerectomia puerperal. Além disso, as ta-
manejadas com cesariana eletiva 28(D).                                       xas de ruptura uterina apresentadas no



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grupo submetido ao parto vaginal são bai-                     apenas uma cesariana prévia. Sendo assim, re-
xas. Assim, a decisão por parto normal em                     comenda-se a realização de cesariana eletiva32(B).
uma paciente com cesariana prévia pode ser
adequada, desde que ocorra acompanhamen-                          Pacientes com ruptura uterina prévia devem
to intensivo do trabalho de parto, sendo a                    ser sempre submetidas à cesariana33(C).
paciente informada dos riscos 30(A).
                                                                 Outras condições maternas
    Pacientes com cesariana seguida por
parto vaginal apresentam menor risco de
                                                                  Existem condições maternas relativas
ruptura uterina (1/5 do risco) quando
                                                              para a realização de cesariana como psico-
comparadas àquelas que nunca experimen-
taram parto vaginal após a cesariana. Assim,                  patia, doenças cardiovasculares, doenças
a realização de parto vaginal nestas pacien-                  pulmonares, colestase gestacional, púrpura
tes é mais seguro 31(B).                                      trombocitopênica idiopática e presença
                                                              de cistos/tumores anexiais. A literatura é
   Pacientes com mais de uma cesariana prévia                 escassa para estas situações, sendo neces-
possuem um risco cinco vezes maior de ruptura                 sário o criterioso julgamento de cada caso
uterina quando comparadas a pacientes com                     individualmente 11(D).




Cesariana - Indicações                                                                                      191
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    1996; 51:371-5.                                               rapia Anti-retroviral em Gestantes. 2001.



Cesariana - Indicações                                                                                     193
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina




29. Marcollet A, Goffinet F, Firtion G, Pannier                   nal delivery on the risk of uterine rupture
    E, Le Bret T, Brival ML, et al. Differences in                during a subsequent trial of labor. Am J
    postpartum morbidity in women who are                         Obstet Gynecol 2000; 183:1184-6.
    infected with the human immunodeficiency
    virus after elective cesarean delivery, emergency         32. Caughey AB, Shipp TD, Repke JT, Zelop
    cesarean delivery, or vaginal delivery. Am J                  CM, Cohen A, Lieberman E. Rate of
    Obstet Gynecol 2002; 186:784-9.                               uterine rupture during a trial of labor in
                                                                  women with one or two prior cesarean
30. Mozurkewich EL, Hutton EK. Elective                           deliveries. Am J Obstet Gynecol 1999;
    repeat cesarean delivery versus trial of la-                  181:872-6.
    bor: a meta-analysis of the literature from
    1989 to 1999. Am J Obstet Gynecol                         33. Ritchie EH. Pregnancy after rupture of the
    2000; 183:1187-97.                                            pregnant uterus. A report of 36 pregnancies
                                                                  and a study of cases reported since 1932. J
31. Zelop CM, Shipp TD, Repke JT, Cohen                           Obstet Gynaecol Br Commonw 1971;
    A, Lieberman E. Effect of previous vagi-                      78:642-8.




194                                                                                        Cesariana - Indicações

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  • 1. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Tratamento da-Fase Aguda Cesariana Indicações do Acidente Vascular Cerebral Federação Brasileira das de Neurologia Academia Brasileira Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Elaboração Final: 24 de Julho de 2001 Elaboração Final: Autoria: 14 de Agosto Raffin CN, Fábio SRC Gagliardi RJ, de 2002 Autoria: Martins-Costa SH, Hammes LS, Ramos JG, Arkader Colaboradores: Bacellar A, Longo AL, Massaro AR, Moro CHC, J, Corrêa MD, Camano L André C, Nóvak EM, Dias-Tosta E, Yamamoto FI, Damiani IT, Maciel Jr JA, Fernandes JG, Vega MG, Fukujima MM, Lanna MA, Oliveira RMC, Melo- Souza SE, Novis SAP, Tognola WA O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade eeao estado clínico de cada paciente. a ser seguida, frente à realidade ao estado clínico de cada paciente 185
  • 2. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DAS EVIDÊNCIAS: Revisão da literatura médica indexada pelo sistema MEDLINE – National Library of Medicine – EUA, Sumsearch®, National Guidelines Clearinghouse e Cochrane Collaboration® em busca da melhor evidência para cada item analisado. GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência. C: Relatos ou séries de casos. D: Publicações baseadas em consensos ou opiniões de especialistas. OBJETIVOS: • Estimular a prática da medicina baseada em evidências; • Analisar individualmente as indicações de cesariana com base nas evidências científicas da literatura; • Promover uma diminuição das taxas de cesariana. PROCEDIMENTOS: Indicação de cesariana frente a casos específicos como: gestante HIV+, gestação gemelar, fetos prematuros, fetos em apresentação pélvica e gestantes com cesarianas prévias. EVOLUÇÃO E DESFECHO: • Diminuição da taxa de cesarianas desnecessárias em casos como: gestantes infectadas pelo HIV ou herpes, gestações gemelares, fetos prematuros e pacientes com cesarianas prévias. • Adequação da cesariana para casos de fetos em apresentação pélvica. 186 Cesariana - Indicações
  • 3. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina INTRODUÇÃO O índice de cesarianas apresentou um importante aumento nas últimas décadas no Brasil. Hoje, apresentamos um dos maiores índices de cesarianas de todo o mundo: cerca de 36% dos nascimentos são por via alta. Quando tomamos como referência hospitais particulares, estes índices são ainda maiores, chegando a 80% a 90%1(C). Cerca de 850.000 cesarianas desnecessárias são realizadas anualmente na América Latina2(B). As pacientes submetidas à cesariana apresentam morbidade e mortalidade maior quando comparadas a pacientes que realiza- ram parto normal3(D)4(A). A diminuição da morbi-mortalidade neonatal não tem sido associada ao aumento do número de cesarianas e, sim, ao avanço nos últimos anos da tecnologia dos cuidados obstétricos. A cesaria- na desnecessária acaba por colocar o feto em situação de risco5(D). Uma das principais causas de morbi-mortalidade perinatal é a síndrome da angústia respiratória do recém-nascido. Fetos com 37 a 38 semanas de gestação, quando comparados a fetos de 39 a 40 semanas, possuem 120 vezes mais chances de necessitarem suporte ventilatório. Assim, o nascimento antes de 39 semanas deve ser realizado somente por fortes razões médicas6(A). A cesariana é um procedimento cirúrgico e, como tal, apre- senta seus riscos maternos e fetais. A decisão pelo nascimento via alta deve ser tomada em situações especiais, pelo médico, quando os riscos do procedimento sejam suplantados pelos benefícios. CONDIÇÕES FETAIS E INDICAÇÃO DE CESARIANA Apresentação pélvica Há evidências que fetos em apresentação pélvica beneficiem- se da cesariana eletiva em vez de parto vaginal. Em um estudo randomizado de 2088 mulheres, a decisão da via alta mostrou Cesariana - Indicações 187
  • 4. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina menor incidência de mortalidade perinatal e séria Prematuridade ou baixo peso morbidade neonatal. Não houve diferença entre os grupos em relação à mortalidade Não há evidência epidemiológica que mos- materna e séria morbidade materna7(A). tre melhor desfecho neonatal com a realização de cesariana na presença de fetos pequenos e/ou Os mesmos grupos foram avaliados três prematuros. Os estudos ainda apresentam maior meses após o nascimento, sendo que o grupo morbidade materna nos casos submetidos à ce- submetido ao parto vaginal apresentou maior sariana. O número de casos descritos na litera- queixa de incontinência urinária. Em relação à tura em estudos randomizados é pequeno (122), recuperação da gestação, vida sexual, cuidados necessitando maiores investigações13(A). com o recém-nascido, amamentação, dor, depressão e incontinência fecal, não houve dife- Sofrimento fetal agudo rença entre os grupos8(A). Há consenso que na presença de sofrimento Gestação gemelar fetal agudo real, a indicação de cesariana é necessária. Recomenda-se a realização da cesariana no menor intervalo de tempo. A Na presença de gestação gemelar, literatura tem demonstrado que um intervalo monoamniótica ou diamniótica, com ambos os de 30 minutos parece ser adequado para a fetos em apresentação cefálica, há consenso de maioria dos casos14(D). que o parto vaginal é seguro. Existem poucos trabalhos sobre o assunto, mas a maioria mos- Macrossomia tra-se favorável ao parto vaginal9(B). A indicação de cesariana em fetos acima de Nos casos de gestação gemelar com o pri- 4.500g, principalmente em primíparas, dimi- meiro feto em apresentação cefálica e o segun- nui morbidade fetal e materna15(C). do feto em apresentação pélvica ou situação transversa após a 35ª semana de gestação, o Fetos abaixo deste peso, em pacientes não- resultado neonatal do 2º gêmeo não é influen- diabéticas, podem ser submetidos ao trabalho ciado significativamente pela via de parto10(A). de parto com baixo risco de complicações fetais Neste caso, se não existir outra indicação para e maternas16(B) 17(A). cesariana, recomenda-se o parto vaginal. Situação transversa Nas gestações gemelares com ambos os fetos em apresentação pélvica ou o primeiro Fetos em situação transversa persistente a pélvico e o segundo cefálico, recomenda-se a termo, em ocasiões em que não há domínio da realização de cesariana em vista de possível maior técnica de versão externa, devem ser submeti- morbi-mortalidade fetal11(D). dos à cesariana fora do trabalho de parto. Altos índices de morbidade fetal são evidenciados Nas gestações trigemelares também quando a gestação de um feto transverso evolui recomenda-se cesariana12(C). ao trabalho de parto18(C). 188 Cesariana - Indicações
  • 5. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Placenta prévia cesariana. Fetos com hidrocefalia sem macro- crania, defeitos de parede anterior sem exterio- Indica-se cesariana em gestações com pla- rização hepática ou displasias ósseas, parecem centa prévia oclusiva. Gestações com placenta não se beneficiar de cesariana. marginal podem ser submetidas ao trabalho de parto desde que com monitorização adequada11(D). Em vários casos, a decisão por cesariana é influenciada pela necessidade de planejamento Vinte e sete porcento das pacientes com dia- do horário e local de nascimento para dispor-se gnóstico de placenta prévia com 32 a 35 sema- de uma equipe de cirurgia pediátrica para pron- nas não mais apresentarão placenta prévia no to atendimento do feto22(D). termo. No grupo restante, recomenda-se cesa- riana antes do trabalho de parto19(B). CONDIÇÕES MATERNAS E INDICAÇÃO DE CESARIANA Descolamento prematuro de placenta com feto vivo Herpes genital ativo A morbi-mortalidade fetal está intimamen- Quando a lesão herpética decorrer de te associada com o intervalo entre o diagnós- primoinfecção, o risco de transmissão fetal por parto normal é de 30% a 50%. Quando a lesão tico e o nascimento do feto. Assim, recomen- for ocasionada por infecção recorrente, o risco da-se a realização de cesariana na maioria dos cai drasticamente para 3%23(C). casos, com exceção daqueles em que a via baixa é mais rápida20(B). Apesar de não haver estudos randomizados, fetos de pacientes que apresentem no momento Procidência de cordão do parto lesão de herpes ativa (seja primoinfecção ou recorrente) beneficiam-se da realização de Na maioria das vezes a cesariana urgente é cesariana24(D). obrigatória21(C). Infecção pelo HIV Em alguns casos, em que a apresentação é baixa, o colo uterino está completamente dila- Sabe-se que a transmissão vertical do HIV tado e é possível o nascimento imediato, a via está intimamente relacionada com a carga viral vaginal pode ser escolhida11(D). materna. Pacientes com carga viral abaixo de 1000 cópias/ml ou indetectável, possuem chance Malformações congênitas de 0% a 5% de transmitir a infecção para o feto. Assim, recomenda-se atingir a menor car- Fetos com meningomielocele, hidrocefalia ga viral possível durante a gestação25,26(A). e concomitante macrocrania, defeitos de pare- de anterior com fígado extra-corpóreo, teratomas Vários estudos têm demonstrado também o sacrococcígenos, hidropsia ou trombocitopenia benefício da cesariana eletiva (fora do trabalho aloimune, beneficiam-se do nascimento por de parto e com membranas íntegras) em Cesariana - Indicações 189
  • 6. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina prevenir a transmissão vertical do HIV. Segun- É importante lembrar que o status sorológico do uma meta-análise que envolveu 15 estudos determinado pelo nível de CD4 está associado à prospectivos, incluíndo 8.533 gestações HIV+, incidência de complicações pós-cesariana. a interrupção por cesariana eletiva reduz em Entretanto, as pacientes HIV+, independente 50% a taxa de transmissão do vírus27(A). A ta- da contagem de CD4 ou de outros fatores de bela abaixo demonstra as taxas de transmissão risco, possuem morbidade maior quando sub- perinatal do HIV entre mulheres que recebe- metidas à cesariana, seja de emergência ou ram terapia anti-retroviral e/ou cesariana eletiva: eletiva, quando comparadas ao parto vaginal. Terapia anti-retroviral no Sem terapia pré-natal, trabalho de parto anti-retroviral e para o recém-nascido em momento algum Cesariana eletiva fora do trabalho de parto e com 2% 10,4% membranas íntegras Parto vaginal 7,3% 19% O mesmo estudo sugere que o benefício da As complicações mais freqüentes são: febre, via alta possa ser extendido para as pacientes infecção do trato urinário, endometrite e em que ocorre a ruptura de membranas próxi- hematoma29(B). ma à realização da cesariana. Cesarianas prévias Apesar do benefício comprovado da cesaria- na, todos os trabalhos possuem uma grande limi- As pacientes que possuem uma cesariana tação que é não incluir a carga viral materna. prévia, quando submetidas ao trabalho de par- Até o momento não existe estudo adequado que to, apresentam risco cerca de duas vezes maior inclua carga viral e cesariana como variáveis de ruptura uterina quando comparadas a pacien- preditoras de transmissão. Entretanto, há su- tes que são submetidas à cesariana eletiva posições que pacientes com carga viral abaixo (3,92:1000 versus 1,61:1000). Morte fetal, de 1000 cópias/ml não teriam vantagem na realização da cesariana. morte neonatal e Apgar menor que sete no 5º minuto também foram mais freqüentes no gru- O Ministério da Saúde do Brasil reco- po submetido ao trabalho de parto30(A). menda que pacientes com carga viral abai- xo de 1000 cópias/ml ou indetectável pos- Entretanto, a realização de cesariana sam ser submetidas ao parto vaginal. Si- repetida, está associada a maior morbidade tuações em que a carga viral está acima deste materna, necessidade de transfusão e valor ou não pode ser avaliada, devem ser histerectomia puerperal. Além disso, as ta- manejadas com cesariana eletiva 28(D). xas de ruptura uterina apresentadas no 190 Cesariana - Indicações
  • 7. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina grupo submetido ao parto vaginal são bai- apenas uma cesariana prévia. Sendo assim, re- xas. Assim, a decisão por parto normal em comenda-se a realização de cesariana eletiva32(B). uma paciente com cesariana prévia pode ser adequada, desde que ocorra acompanhamen- Pacientes com ruptura uterina prévia devem to intensivo do trabalho de parto, sendo a ser sempre submetidas à cesariana33(C). paciente informada dos riscos 30(A). Outras condições maternas Pacientes com cesariana seguida por parto vaginal apresentam menor risco de Existem condições maternas relativas ruptura uterina (1/5 do risco) quando para a realização de cesariana como psico- comparadas àquelas que nunca experimen- taram parto vaginal após a cesariana. Assim, patia, doenças cardiovasculares, doenças a realização de parto vaginal nestas pacien- pulmonares, colestase gestacional, púrpura tes é mais seguro 31(B). trombocitopênica idiopática e presença de cistos/tumores anexiais. A literatura é Pacientes com mais de uma cesariana prévia escassa para estas situações, sendo neces- possuem um risco cinco vezes maior de ruptura sário o criterioso julgamento de cada caso uterina quando comparadas a pacientes com individualmente 11(D). Cesariana - Indicações 191
  • 8. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina REFERÊNCIAS 8. Hannah ME, Hannah WJ, Hodnett ED, Chalmers B, Kung R, Willan A, et al. 1. Hopkins K. Are Brazilian women really Outcomes at 3 months after planned choosing to deliver by cesarean? Soc Sci cesarean vs planned vaginal delivery for Med 2000; 51:725-40. breech presentation at term: the international randomized Term Breech 2. Belizan JM, Althabe F, Barros FC, Trial. JAMA 2002; 287:1822-31. Alexander S. Rates and implications of caesarean sections in Latin America: 9. Grisaru D, Fuchs S, Kupferminc MJ, Har- ecological study. BMJ 1999; 319:1397- Toov J, Niv J, Lessing JB. Outcome of 306 400. twin deliveries according to first twin presentation and method of delivery. Am J 3. Hall MH, Bewley S. Maternal mortality Perinatol 2000; 17:303-7. and mode of delivery. Lancet 1999; 354:776. 10. Rabinovici J, Barkai G, Reichman B, Serr DM, Mashiach S. Randomized mana- 4. Lilford RJ, van Coeverden de Groot HA, gement of the second nonvertex twin: vagi- Moore PJ, Bingham P. The relative risks nal delivery or cesarean section. Am J of caesarean section (intrapartum and Obstet Gynecol 1987; 156:52-6. elective) and vaginal delivery: a detailed analysis to exclude the effects of medical 11. Penn Z, Ghaem-Maghami S. Indications disorders and other acute pre-existing for caesarean section. Best Pract Res Clin physiological disturbances. Br J Obstet Obstet Gynaecol 2001; 15:1-15. Gynaecol 1990; 97:883-92. 12. Crowther CA, Hamilton RA. Triplet 5. Wagner M. Choosing caesarean section. pregnancy: a 10-year review of 105 cases Lancet 2000; 356:1677-80. at Harare Maternity Hospital, Zimbabwe. Acta Genet Med Gemellol (Roma) 1989; 6. Madar J, Richmond S, Hey E. Surfactant- 38:271-8. deficient respiratory distress after elective delivery at ‘term’. Acta Paediatr 1999; 13. Grant A, Glazener CM. Elective caesarean 88:1244-8. section versus expectant management for delivery of the small baby. Cochrane 7. Hannah ME, Hannah WJ, Hewson SA, Database Syst Rev; 2001; 2:CD000078. Hodnett ED, Saigal S, Willan AR. Planned caesarean section versus planned vaginal 14. James D. Caesarean section for fetal birth for breech presentation at term: a distress. BMJ 2001; 322:1316-7. randomised multicentre trial. Term Breech Trial Collaborative Group. Lancet 2000; 15. Berard J, Dufour P, Vinatier D, Subtil D, 356:1375-83. Vanderstichele S, Monnier JC, et al. Fetal 192 Cesariana - Indicações
  • 9. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina macrosomia: risk factors and outcome. A 23. Prober CG, Sullender WM, Yasukawa LL, study of the outcome concerning 100 Au DS, Yeager AS, Arvin AM. Low risk cases >4500 g. Eur J Obstet Gynecol of herpes simplex virus infections in Reprod Biol 1998; 77:51-9. neonates exposed to the virus at the time of vaginal delivery to mothers with recurrent 16. Rouse DJ, Owen J, Goldenberg RL, Cliver genital herpes simplex virus infections. N SP. The effectiveness and costs of elective Engl J Med 1987; 316:240-4. cesarean delivery for fetal macrosomia diagnosed by ultrasound. JAMA 1996; 24. National guideline for the management of 276:1480-6. genital herpes. Clinical Effectiveness Group. (Association of Genitourinary 17. Irion O, Boulvain M. Induction of labour Medicine and the Medical Society for the for suspected fetal macrosomia. Cochrane Study of Venereal Diseases). Sex Transm Database Syst Rev; 2000; 2:CD000938. Infect 1999; 75:S24-8. 18. Phelan JP, Boucher M, Mueller E, McCart 25. Contopoulos-Ioannidis DG, Ioannidis JP. D, Horenstein J, Clark SL. The Maternal cell-free viremia in the natural nonlaboring transverse lie. A management history of perinatal HIV-1 transmission: dilemma. J Reprod Med 1986; 31:184-6. A meta-analysis. J Acquir Immune Defic Syndr Hum Retrovirol 1998; 18:126-35. 19. Dashe JS, McIntire DD, Ramus RM, San- tos-Ramos R, Twickler DM. Persistence of 26. Garcia PM, Kalish LA, Pitt J, Minkoff H, placenta previa according to gestational age Quinn TC, Burchett SK, et al. Maternal at ultrasound detection. Obstet Gynecol levels of plasma human immunodeficiency 2002; 99:692-7 virus type 1 RNA and the risk of perinatal transmission. Women and Infants 20. Okonofua FE, Olatunbosun OA . Transmission Study Group. N Engl J Med Cesarean versus vaginal delivery in abruptio 1999; 341:394-402. placentae associated with live fetuses. Int J Gynaecol Obstet 1985; 23:471-4. 27. The mode of delivery and the risk of verti- cal transmission of human immu- 21. Katz Z, Shoham Z, Lancet M, Blickstein nodeficiency virus type 1-a meta-analysis I, Mogilner BM, Zalel Y. Management of of 15 prospective cohort studies. The labor with umbilical cord prolapse: a 5-year International Perinatal HIV Group. N Engl study. Obstet Gynecol 1988; 72:278-81. J Med 1999; 340:977-87. 22. Kuller JA, Katz VL, Wells SR, Wright LN, 28. Brasil. Ministério da Saúde – CN-DST/ McMahon MJ. Cesarean delivery for fetal AIDS. Recomendações para profilaxia da malformations. Obstet Gynecol Sur v transmissão materno infantil do HIV e te- 1996; 51:371-5. rapia Anti-retroviral em Gestantes. 2001. Cesariana - Indicações 193
  • 10. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 29. Marcollet A, Goffinet F, Firtion G, Pannier nal delivery on the risk of uterine rupture E, Le Bret T, Brival ML, et al. Differences in during a subsequent trial of labor. Am J postpartum morbidity in women who are Obstet Gynecol 2000; 183:1184-6. infected with the human immunodeficiency virus after elective cesarean delivery, emergency 32. Caughey AB, Shipp TD, Repke JT, Zelop cesarean delivery, or vaginal delivery. Am J CM, Cohen A, Lieberman E. Rate of Obstet Gynecol 2002; 186:784-9. uterine rupture during a trial of labor in women with one or two prior cesarean 30. Mozurkewich EL, Hutton EK. Elective deliveries. Am J Obstet Gynecol 1999; repeat cesarean delivery versus trial of la- 181:872-6. bor: a meta-analysis of the literature from 1989 to 1999. Am J Obstet Gynecol 33. Ritchie EH. Pregnancy after rupture of the 2000; 183:1187-97. pregnant uterus. A report of 36 pregnancies and a study of cases reported since 1932. J 31. Zelop CM, Shipp TD, Repke JT, Cohen Obstet Gynaecol Br Commonw 1971; A, Lieberman E. Effect of previous vagi- 78:642-8. 194 Cesariana - Indicações