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Filosofia Unidade IV
Prof. João Paulo
C5: Linguagem, Conhecimento e Pensamento
A linguagem como atividade humana
A despeito daqueles que dizem que não há propriamente uma filosofia da linguagem
em Platão é preciso entender o que se chama Filosofia.
Para Platão, Filosofia é e sempre será a busca de um saber e não meramente um
certo saber que se condensa numa doutrina fixa e imutável. Sendo assim, é possível falar de uma
Filosofia da linguagem em Platão, ainda que se trate de saber, neste autor, como foram criados os
nomes.
O que significa falar? O que falar quer dizer? Que relação há entre os nomes que
proferimos e os seres que entendemos por intermédio destes? No diálogo “Crátilo”, Platão levanta
a questão sobre a constituição, função e uso dos nomes, verificando a possibilidade de certa
correção. Os nomes são puro efeito de acordo e convenção ou há uma forma natural, e por isso
correta, de denominar as coisas com acerto?
Segundo a versão convencionalista, os nomes são criações do arbítrio humano.
Assim, cada pessoa pode denominar as coisas como bem lhe convier, não havendo uma relação
necessária entre nome e ser (seja uma coisa, objeto ou ação). Esta posição nos leva a um
extremo relativismo, pois se os nomes são usados para nos instruir, distinguindo as coisas e
informando-nos uns aos outros, a comunicação e o entendimento tornam-se impossíveis. No
entanto, é possível se pensar que para cada ser ou ação há um instrumento adequado. Por
exemplo, para se cortar algo, não fazemos com o que nos convém, mas com o modo natural de
fazê-lo e com o instrumento adequado para cortar. Assim também ocorre com o furar, com o
queimar, etc. Sempre se faz segundo imperativos naturais e não de acordo com a fantasia de
cada um. Desse modo, falar, que também é uma ação, deveria ser segundo a forma natural e o
instrumento adequado para tal.
O instrumento do falar é o nome. Porém, nem todo mundo fala corretamente. Senão,
não haveria o falar falso. O nome, pois, possui um modo de ser, de representar o objeto,
caracterizando seu valor de verdade ou falsidade. Assim também o discurso, que é composto de
nome, depende da aplicação de nomes verdadeiros para ser um discurso verdadeiro, ou do uso
de nomes falsos, para ser falso. Mas é possível se fazer nomes falsos? O que seria isso? Como
mostrar que é possível se falar falso?
Para fugir dessa forma de relativismo, Platão entende que os nomes na verdade
correspondem às coisas, pois são uma espécie de imitação dos seres. No entanto, como toda
imitação, ou seja, não sendo uma cópia perfeita (o que implicaria em ser duas coisas e não um
modelo e uma cópia) deve basear-se nos caracteres ou qualidades essenciais a serem imitadas,
sem as quais o nome tornar-se-ia imperfeito. O modo natural de fazer os nomes, portanto, deve
levar em conta o conhecimento do modelo, isto é, do ser, para se fazer a imitação. Essa
constituição é feita pela lei ou pelo legislador (nomoteta) que é acompanhado pelo dialético
(aquele que sabe perguntar e também responder), assegurando, assim, não uma perfeita
constituição do nome, mas uma imitação que aproxime ao máximo e melhor para a compreensão
da realidade.
Dessa forma, nem convencionalismo, nem naturalismo. O homem deve conhecer
primeiro os seres (ontologia) para depois dar nomes a eles. Parece controverso, mas confiar nos
nomes para conhecer os seres pode nos levar a enganos e ilusões, já que a imitação não é
sempre perfeita. Nem também se deve deixar de fazer a imitação, já que parece ser o único modo
de construir dialeticamente a realidade. O dialético busca a convenção assente
ATIVIDADE AVALIATIVA
Explique, no seu caderno, a seguinte frase de Gusdorf, : "A linguagem fornece a
senha de entrada no mundo humano".
CULTURA E LINGUAGEM
O problema da linguagem, desde Saussure, adquiriu um papel singular na história das
ciências até culminar na afirmação de que cada ciência tem a sua linguagem e, mais ainda, que,
no fundo, ela se confunde com a sua própria linguagem.
Conhecer dada ciência implica, efetivamente, em tornar-se dono das palavras que
compõem o seu objeto, coincidindo o seu vocabulário com o campo de sua específica atividade.
Não há, em suma, senão ciência de um determinado ramo do conhecimento, não havendo quem
possa abranger a totalidade dos sempre crescentes domínios do saber positivo. Donde a
impossibilidade de reduzir a ciência a uma “enciclopédia”, ou seja, a um conjunto único
abrangente de todos os tipos de conhecimento e atividades existentes.
Mas o fato da linguagem se distribuir entre múltiplas e distintas formas de saber não
significa que ela não tenha algo em comum, ou, por outras palavras, que ela não seja o elemento
fundamental distintivo do ser humano. A bem ver, o homo sapiens não surgiu, no mais remoto
tempo, por ter assumido uma posição ereta, combinando o poder criador da mente com a
liberdade de servir-se dos braços e da mão, mas também por ter-se tornado senhor da arte de
comunicar-se com os demais indivíduos, substituindo o grito animalesco pela palavra aliciadora.
Têm razão, por conseguinte, Heidegger e Gadamer quando proclamam que a
linguagem é o solo da cultura, entendida esta, não apenas como a capacidade de participar de um
número cada vez maior de valores intelectuais ou artísticos, mas antropologicamente, como
acervo de tudo aquilo que a espécie humana veio acumulando ao longo de sua experiência
histórica. Daí poder-se dizer que o ser do homem é o seu dever-ser consubstanciado na
linguagem que o tornou capaz de realizar-se como pode e deve fazê-lo. Parece-me essencial
essa dupla compreensão do ser humano em seu dever ser através da linguagem.
Ora, assim como a linguagem da ciência corresponde aos diversos campos do saber e
da ação, por outro lado, esses campos não ficam isolados, mas se intercomunicam uns com os
outros, motivo pelo qual a cultura é sempre mais interdisciplinar, até o ponto de já se ter
concebido a Filosofia como a teoria do discurso comunicativo, ou, como prefiro dizer, da “perene
permuta de significados”, pois é tão importante nos comunicarmos como termos ciência daquilo
que se comunica.
Por tais razões não concordo com aqueles que reduzem a Filosofia à teoria da
linguagem, concebida esta tão somente segundo seus valores morfológicos e lógicos, quando a
Semiótica é cada vez mais entendida como teoria da significação e o significado das palavras
através do tempo se confunde com a própria existência humana. Isto posto, parece-me que não
podemos nos limitar à análise da linguagem, sem indagar da fonte de que ela promana, que é o
espírito, a consciência, a mente – ou que melhor nome tenha – dotado do poder de criação ou
instauração de coisas novas, que Kant qualificou como “poder nomotético” ou regulador. É o
espírito que procura estabelecer as leis que presidem ao surgimento e ao desenvolvimento dos
fenômenos, constituindo as ciências da natureza e humanas.
Delas é inseparável a linguagem, sem a qual não seria possível determinar e
expressar os respectivos objetos de indagação, assim como comunicá-los, tornando-os um bem
comum da coletividade, para que esta deles faça uso e possa prosseguir, com a certeza e a
segurança possíveis, no seu empenho de tudo explicar e compreender. A linguagem é, como se
vê, um produto primordial do espírito. Como tal deve ser considerada, mas não como algo válido
em si e por si, abstração feita de seu criador, isto é, da pessoa humana que dá nome a tudo o que
existe, compondo o mundo da cultura. É o motivo pelo qual apresento a pessoa humana como
valor-fonte de todos os valores.
A cultura, por conseguinte, é o complexo e sempre inconcluso mundo dos objetos do
conhecimento, sendo a linguagem a sua expressão comunicativa, pois, dar nome às coisas
significa criá-las e dar-lhes significado, razão pela qual acertadamente afirma Gadamer que toda
criação, tanto nas ciências como nas artes, no fundo, constitui um ato de interpretação ou de
hermenêutica. Esta, com efeito, não fica adstrita ao valor das palavras isoladas, mas procura
captar o sentido global que elas têm em dado campo da pesquisa ou da atividade.
Para dar um exemplo do conhecimento como uma visão unitária e integral, pense-se
em um contrato, cujo significado só se apreende com acerto mediante o estudo correlacionado de
todas as suas cláusulas. O mesmo acontece em qualquer campo de cognição que pressupõe
sempre a integração progressiva de signos e significados, até se atingir a visão global do que se
tem em vista conhecer.
Donde a importância de cada vez mais apurado estudo da linguagem, quer de maneira
geral, quer atendendo especificamente às peculiaridades de cada ramo da pesquisa. O progresso
da cultura depende de sua correlação primordial com a linguagem, o que induz alguns
pensadores ao exagero de tudo reduzir a esta, vendo a ciência como um puro problema
linguístico.
A visão necessária de integralidade tem como consequência a universalização da
cultura, o que leva à previsão de uma língua universal, pelo menos de caráter subsidiário, como já
está acontecendo com o inglês, considerado “a fala do computador”. Eis aí um dos
problemas mais difíceis e complexos de nosso tempo que é o da sobrevivência das culturas
nacionais e dos respectivos idiomas.
A meu ver, não há dúvida que as ciências naturais tendem à unificação, de tal modo
que elas serão cada vez mais transnacionais, universalizando-se as formas de comunicação dos
cientistas que operam em todos os países. Há nestes, porém, situações ou formas de vida que
lhes são peculiares, notadamente no plano das ciências humanas, das religiões e das artes, cujo
desaparecimento, por força de uma total globalização, longe de representar progresso cultural,
constituiria um regresso, com a perda de valores humanísticos essenciais. Nada me parece
justificar esse desmoronamento de distintas e diversificadas unidades culturais, inclusive do ponto
de vista da linguagem, uma vez que há uma pluralidade de idiomas representativos de
patrimônios existenciais de substancial relevância para o destino da civilização contemporânea.
A relação da linguagem com o conhecimento
As realidades culturais são produtos da atividade espiritual segundo os valores
condicionantes da convivência humana. O ser humano, através da consciência, trava contato com
suas vivências. Apropria-se dos conhecimentos a que teve acesso, combinando-os na
conformidade dos valores que lhe pareçam cabíveis segundo sua ideologia. Nas palavras de
PAULO DE BARROS CARVALHO o ser humano "conhece, sabe que conhece e, sobretudo,
avalia e reflete acerca dos elementos que conheceu, incorporando-os ao patrimônio de seu
espírito". [01]
Assim, teremos o ato de consciência (exercer o ato de pensar), o resultado do ato
(gera a forma "pensamento"), e o conteúdo do ato, desse pensamento (que é seu objeto).
Ressalte-se que a consciência, enquanto tal, dissolve-se caso não se apresente sob alguma
forma, sob alguma linguagem.
O termo "conhecimento" é utilizado para caracterizar a relação que se estabelece
entre um sujeito e um objeto. Pressupõe, portanto, a análise do sujeito, ou seja, de quem se dá o
processo de absorção e retenção, e do objeto conquistado no curso desse procedimento
cognoscente. O segundo termo consiste em algo que se projeta diante o primeiro.
ALAOR CAFFÉ ALVES, em sua obra Lógica – Pensamento Formal e Argumentação
diz com objetividade que:
Conhecer é representar-se um objeto. É a operação imanente pela qual um sujeito pensante
representa um objeto. É o ato de tornar um objeto presente à percepção, à imaginação ou à inteligência de
alguém. É o ato de sentir, perceber, imaginar ou pensar um objeto. Esse processo cognitivo está fundado,
portanto, em três elementos: a representação, o objeto representado e o sujeito que representa o referido
objeto.
A relação de conhecimento implica, portanto, uma transformação tanto do sujeito
quanto do objeto. O objeto do conhecimento só adquire significado quando posto diante do sujeito
que, para conhecê-lo, distingue e relaciona. Em conseqüência o sujeito se transforma mediante o
novo saber, e o objeto também se transforma, pois o conhecimento lhe dá sentido.
Por este motivo, podemos afirmar que todo e qualquer objeto do conhecimento tem
sempre um lado subjetivo, pois sempre se apresenta como conteúdo de um pensamento, de uma
lembrança, de uma imagem ou de um sentimento. É sempre um conteúdo de consciência. O que
está em nossa consciência é o conteúdo da forma, não o objeto mesmo.
Para PONTES DE MIRANDA "o simples fato de tomar consciência de outro ser já é
conhecer. Portanto, quem conhece, no sentido de poder afirmar que existe, que é, o conhecido,
está apto a manifestar-se. A transmitir conhecimento. Em conseqüência, quanto maior o número
de coisas compreendidas, no processo de generalização, tanto maior é o conhecimento do sujeito
cognoscente."
O saber comporta, portanto, diversos níveis, variável de acordo com o grau de relação
que se faz entre o objeto do conhecimento e outros fatos e fenômenos. O conhecimento científico
consiste na mentalização das coisas por suas causas ou razões, através de métodos especiais de
investigação, sistemática da realidade. Não se interessa de conhecimentos isolados, mas supõe a
visão ampla de uma determinada área do saber. Ele transcende os fatos e os fenômenos em si
mesmos, analisa-os para descobrir as suas causas e concluir as leis gerais que os regem. No
entanto, por ser uma atividade especializada, o saber científico não tem como compreender
isoladamente a totalidade do objeto, daí a necessidade de estabelecer uma forma de surpreendê-
lo a fim de reduzir complexidades e assim estabelecer uma metodologia para obtenção de uma
proposição verdadeira dentro de determinado contexto.
Para PAULO DE BARROS CARVALHO, "o conhecimento sem a utilização da
metodologia científica gera notícias desordenadas, dados soltos, que reclamam organização.
Assim, só através do conhecimento ordenador da ciência, com o apoio indispensável da Filosofia
(e da Lógica), podemos ter um sistema unitário, isento de contradições".
A ciência é um sistema de conhecimentos que abrange verdades gerais ou operação
de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico. A ciência não produz
uma verdade absoluta e inquestionável. Ao contrário, as ciências freqüentemente testam
hipóteses sobre algum aspecto, e quando necessário a revisa ou substitui à luz de novas
observações ou dados.
Para RICARDO GUIBOURG a finalidade do método científico é a verificação da
verdade de suas proposições descritivas. Para que o conhecimento possa ser considerado
científico, é fundamental que suas proposições sejam passíveis de refutação, seja mediante
verificação empírica, seja pela reprovação da sociedade científica.
PONTES DE MIRANDA, em seu livro O problema fundamental do conhecimento,
consigna que:
Na filosofia científica, nada temos de levar conosco que nos imponha essa ou aquela
convicção; porque a convicção da Ciência (e, pois, da filosofia científica) é sempre suscetível de
recomposição e de aperfeiçoamento. É um amor das proposições verdadeiras; não uma exposição de
proposições como verdades. Desde que se substantiva o verdadeiro, aprioriza-se, impõe-se: o que foi, até
pouco, exposição passa a ser imposição. Ora, Ciência é persuasão. Onde se impõe, não há mais Ciência.
Na esfera jurídica, o conhecimento científico não se caracteriza pela simples noção do
conteúdo e significado da lei. Pressupõe o conceito do objeto Direito e compreende a visão
unitária do sistema jurídico.
Já o conhecimento filosófico representa um grau a mais em abstração e generalidade.
Propõe-se oferecer um tipo de conhecimento que busca, com todo o rigor, a origem dos
problemas, relacionando-os a outros aspectos da vida humana, analisando a universalidade dos
fatos e dos fenômenos, mesmo que estranhos entre si, numa abordagem globalizada, visando
estabelecer princípios e conclusões. O conhecimento filosófico não se contrapõe, nem entra em
conflito com os outros tipos de conhecimentos: abrange-os e supera-os, num envolvimento
progressivo, de grau em grau, até culminar num princípio genérico de abrangência integral. [09]
Enquanto a Ciência do Direito descreve e sistematiza a ordem jurídica, a Filosofia do
Direito seria uma perquirição permanente e desinteressada das condições morais, lógicas e
históricas do fenômeno jurídico e da Ciência do Direito.
No entanto, para que o ser humano possa adquirir e transmitir esse conhecimento
será inevitável utilizar-se da linguagem. Pois é ela que permeia toda a realidade sócio-cultural,
que, por sua vez, condiciona a ação humana.
Primeiramente a linguagem se conecta com o pensamento para depois alcançar a
coisa em si. A relação entre palavra e coisa é artificial, fruto de decisões individuais ou sociais,
alheias, em princípio, às características da própria coisa. Ao assinalar cada nome, identificamos o
pedaço que, segundo nossa decisão, corresponderá a esse nome. De acordo com RICARDO
GUIBOURG [10]
"as coisas não mudam de nome, nós é que mudamos o modo de nomear as
coisas". Por este motivo é que, no campo jurídico, nosso maior interesse é pela análise dos
fenômenos que se referem e não a análise dos nomes propriamente ditos. Ou seja, pouco importa
se o legislativo nomeia um tributo de imposto, taxa ou contribuição, o que nos interessa é o
fenômeno a que se refere.
Atividade.
Qual é a relação entre a linguagem e o conhecimento?
Qual é a relação entre a linguagem e o conhecimento?

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Platão e a constituição dos nomes

  • 1. Filosofia Unidade IV Prof. João Paulo C5: Linguagem, Conhecimento e Pensamento A linguagem como atividade humana A despeito daqueles que dizem que não há propriamente uma filosofia da linguagem em Platão é preciso entender o que se chama Filosofia. Para Platão, Filosofia é e sempre será a busca de um saber e não meramente um certo saber que se condensa numa doutrina fixa e imutável. Sendo assim, é possível falar de uma Filosofia da linguagem em Platão, ainda que se trate de saber, neste autor, como foram criados os nomes. O que significa falar? O que falar quer dizer? Que relação há entre os nomes que proferimos e os seres que entendemos por intermédio destes? No diálogo “Crátilo”, Platão levanta a questão sobre a constituição, função e uso dos nomes, verificando a possibilidade de certa correção. Os nomes são puro efeito de acordo e convenção ou há uma forma natural, e por isso correta, de denominar as coisas com acerto? Segundo a versão convencionalista, os nomes são criações do arbítrio humano. Assim, cada pessoa pode denominar as coisas como bem lhe convier, não havendo uma relação necessária entre nome e ser (seja uma coisa, objeto ou ação). Esta posição nos leva a um extremo relativismo, pois se os nomes são usados para nos instruir, distinguindo as coisas e informando-nos uns aos outros, a comunicação e o entendimento tornam-se impossíveis. No entanto, é possível se pensar que para cada ser ou ação há um instrumento adequado. Por exemplo, para se cortar algo, não fazemos com o que nos convém, mas com o modo natural de fazê-lo e com o instrumento adequado para cortar. Assim também ocorre com o furar, com o queimar, etc. Sempre se faz segundo imperativos naturais e não de acordo com a fantasia de cada um. Desse modo, falar, que também é uma ação, deveria ser segundo a forma natural e o instrumento adequado para tal. O instrumento do falar é o nome. Porém, nem todo mundo fala corretamente. Senão, não haveria o falar falso. O nome, pois, possui um modo de ser, de representar o objeto, caracterizando seu valor de verdade ou falsidade. Assim também o discurso, que é composto de nome, depende da aplicação de nomes verdadeiros para ser um discurso verdadeiro, ou do uso de nomes falsos, para ser falso. Mas é possível se fazer nomes falsos? O que seria isso? Como mostrar que é possível se falar falso? Para fugir dessa forma de relativismo, Platão entende que os nomes na verdade correspondem às coisas, pois são uma espécie de imitação dos seres. No entanto, como toda imitação, ou seja, não sendo uma cópia perfeita (o que implicaria em ser duas coisas e não um modelo e uma cópia) deve basear-se nos caracteres ou qualidades essenciais a serem imitadas, sem as quais o nome tornar-se-ia imperfeito. O modo natural de fazer os nomes, portanto, deve levar em conta o conhecimento do modelo, isto é, do ser, para se fazer a imitação. Essa constituição é feita pela lei ou pelo legislador (nomoteta) que é acompanhado pelo dialético (aquele que sabe perguntar e também responder), assegurando, assim, não uma perfeita constituição do nome, mas uma imitação que aproxime ao máximo e melhor para a compreensão da realidade. Dessa forma, nem convencionalismo, nem naturalismo. O homem deve conhecer primeiro os seres (ontologia) para depois dar nomes a eles. Parece controverso, mas confiar nos nomes para conhecer os seres pode nos levar a enganos e ilusões, já que a imitação não é sempre perfeita. Nem também se deve deixar de fazer a imitação, já que parece ser o único modo de construir dialeticamente a realidade. O dialético busca a convenção assente ATIVIDADE AVALIATIVA Explique, no seu caderno, a seguinte frase de Gusdorf, : "A linguagem fornece a senha de entrada no mundo humano".
  • 2. CULTURA E LINGUAGEM O problema da linguagem, desde Saussure, adquiriu um papel singular na história das ciências até culminar na afirmação de que cada ciência tem a sua linguagem e, mais ainda, que, no fundo, ela se confunde com a sua própria linguagem. Conhecer dada ciência implica, efetivamente, em tornar-se dono das palavras que compõem o seu objeto, coincidindo o seu vocabulário com o campo de sua específica atividade. Não há, em suma, senão ciência de um determinado ramo do conhecimento, não havendo quem possa abranger a totalidade dos sempre crescentes domínios do saber positivo. Donde a impossibilidade de reduzir a ciência a uma “enciclopédia”, ou seja, a um conjunto único abrangente de todos os tipos de conhecimento e atividades existentes. Mas o fato da linguagem se distribuir entre múltiplas e distintas formas de saber não significa que ela não tenha algo em comum, ou, por outras palavras, que ela não seja o elemento fundamental distintivo do ser humano. A bem ver, o homo sapiens não surgiu, no mais remoto tempo, por ter assumido uma posição ereta, combinando o poder criador da mente com a liberdade de servir-se dos braços e da mão, mas também por ter-se tornado senhor da arte de comunicar-se com os demais indivíduos, substituindo o grito animalesco pela palavra aliciadora. Têm razão, por conseguinte, Heidegger e Gadamer quando proclamam que a linguagem é o solo da cultura, entendida esta, não apenas como a capacidade de participar de um número cada vez maior de valores intelectuais ou artísticos, mas antropologicamente, como acervo de tudo aquilo que a espécie humana veio acumulando ao longo de sua experiência histórica. Daí poder-se dizer que o ser do homem é o seu dever-ser consubstanciado na linguagem que o tornou capaz de realizar-se como pode e deve fazê-lo. Parece-me essencial essa dupla compreensão do ser humano em seu dever ser através da linguagem. Ora, assim como a linguagem da ciência corresponde aos diversos campos do saber e da ação, por outro lado, esses campos não ficam isolados, mas se intercomunicam uns com os outros, motivo pelo qual a cultura é sempre mais interdisciplinar, até o ponto de já se ter concebido a Filosofia como a teoria do discurso comunicativo, ou, como prefiro dizer, da “perene permuta de significados”, pois é tão importante nos comunicarmos como termos ciência daquilo que se comunica. Por tais razões não concordo com aqueles que reduzem a Filosofia à teoria da linguagem, concebida esta tão somente segundo seus valores morfológicos e lógicos, quando a Semiótica é cada vez mais entendida como teoria da significação e o significado das palavras através do tempo se confunde com a própria existência humana. Isto posto, parece-me que não podemos nos limitar à análise da linguagem, sem indagar da fonte de que ela promana, que é o espírito, a consciência, a mente – ou que melhor nome tenha – dotado do poder de criação ou instauração de coisas novas, que Kant qualificou como “poder nomotético” ou regulador. É o espírito que procura estabelecer as leis que presidem ao surgimento e ao desenvolvimento dos fenômenos, constituindo as ciências da natureza e humanas. Delas é inseparável a linguagem, sem a qual não seria possível determinar e expressar os respectivos objetos de indagação, assim como comunicá-los, tornando-os um bem comum da coletividade, para que esta deles faça uso e possa prosseguir, com a certeza e a segurança possíveis, no seu empenho de tudo explicar e compreender. A linguagem é, como se vê, um produto primordial do espírito. Como tal deve ser considerada, mas não como algo válido em si e por si, abstração feita de seu criador, isto é, da pessoa humana que dá nome a tudo o que existe, compondo o mundo da cultura. É o motivo pelo qual apresento a pessoa humana como valor-fonte de todos os valores. A cultura, por conseguinte, é o complexo e sempre inconcluso mundo dos objetos do conhecimento, sendo a linguagem a sua expressão comunicativa, pois, dar nome às coisas significa criá-las e dar-lhes significado, razão pela qual acertadamente afirma Gadamer que toda criação, tanto nas ciências como nas artes, no fundo, constitui um ato de interpretação ou de hermenêutica. Esta, com efeito, não fica adstrita ao valor das palavras isoladas, mas procura captar o sentido global que elas têm em dado campo da pesquisa ou da atividade. Para dar um exemplo do conhecimento como uma visão unitária e integral, pense-se em um contrato, cujo significado só se apreende com acerto mediante o estudo correlacionado de todas as suas cláusulas. O mesmo acontece em qualquer campo de cognição que pressupõe sempre a integração progressiva de signos e significados, até se atingir a visão global do que se tem em vista conhecer.
  • 3. Donde a importância de cada vez mais apurado estudo da linguagem, quer de maneira geral, quer atendendo especificamente às peculiaridades de cada ramo da pesquisa. O progresso da cultura depende de sua correlação primordial com a linguagem, o que induz alguns pensadores ao exagero de tudo reduzir a esta, vendo a ciência como um puro problema linguístico. A visão necessária de integralidade tem como consequência a universalização da cultura, o que leva à previsão de uma língua universal, pelo menos de caráter subsidiário, como já está acontecendo com o inglês, considerado “a fala do computador”. Eis aí um dos problemas mais difíceis e complexos de nosso tempo que é o da sobrevivência das culturas nacionais e dos respectivos idiomas. A meu ver, não há dúvida que as ciências naturais tendem à unificação, de tal modo que elas serão cada vez mais transnacionais, universalizando-se as formas de comunicação dos cientistas que operam em todos os países. Há nestes, porém, situações ou formas de vida que lhes são peculiares, notadamente no plano das ciências humanas, das religiões e das artes, cujo desaparecimento, por força de uma total globalização, longe de representar progresso cultural, constituiria um regresso, com a perda de valores humanísticos essenciais. Nada me parece justificar esse desmoronamento de distintas e diversificadas unidades culturais, inclusive do ponto de vista da linguagem, uma vez que há uma pluralidade de idiomas representativos de patrimônios existenciais de substancial relevância para o destino da civilização contemporânea. A relação da linguagem com o conhecimento As realidades culturais são produtos da atividade espiritual segundo os valores condicionantes da convivência humana. O ser humano, através da consciência, trava contato com suas vivências. Apropria-se dos conhecimentos a que teve acesso, combinando-os na conformidade dos valores que lhe pareçam cabíveis segundo sua ideologia. Nas palavras de PAULO DE BARROS CARVALHO o ser humano "conhece, sabe que conhece e, sobretudo, avalia e reflete acerca dos elementos que conheceu, incorporando-os ao patrimônio de seu espírito". [01] Assim, teremos o ato de consciência (exercer o ato de pensar), o resultado do ato (gera a forma "pensamento"), e o conteúdo do ato, desse pensamento (que é seu objeto). Ressalte-se que a consciência, enquanto tal, dissolve-se caso não se apresente sob alguma forma, sob alguma linguagem. O termo "conhecimento" é utilizado para caracterizar a relação que se estabelece entre um sujeito e um objeto. Pressupõe, portanto, a análise do sujeito, ou seja, de quem se dá o processo de absorção e retenção, e do objeto conquistado no curso desse procedimento cognoscente. O segundo termo consiste em algo que se projeta diante o primeiro. ALAOR CAFFÉ ALVES, em sua obra Lógica – Pensamento Formal e Argumentação diz com objetividade que: Conhecer é representar-se um objeto. É a operação imanente pela qual um sujeito pensante representa um objeto. É o ato de tornar um objeto presente à percepção, à imaginação ou à inteligência de alguém. É o ato de sentir, perceber, imaginar ou pensar um objeto. Esse processo cognitivo está fundado, portanto, em três elementos: a representação, o objeto representado e o sujeito que representa o referido objeto. A relação de conhecimento implica, portanto, uma transformação tanto do sujeito quanto do objeto. O objeto do conhecimento só adquire significado quando posto diante do sujeito que, para conhecê-lo, distingue e relaciona. Em conseqüência o sujeito se transforma mediante o novo saber, e o objeto também se transforma, pois o conhecimento lhe dá sentido. Por este motivo, podemos afirmar que todo e qualquer objeto do conhecimento tem sempre um lado subjetivo, pois sempre se apresenta como conteúdo de um pensamento, de uma lembrança, de uma imagem ou de um sentimento. É sempre um conteúdo de consciência. O que está em nossa consciência é o conteúdo da forma, não o objeto mesmo. Para PONTES DE MIRANDA "o simples fato de tomar consciência de outro ser já é conhecer. Portanto, quem conhece, no sentido de poder afirmar que existe, que é, o conhecido, está apto a manifestar-se. A transmitir conhecimento. Em conseqüência, quanto maior o número de coisas compreendidas, no processo de generalização, tanto maior é o conhecimento do sujeito cognoscente."
  • 4. O saber comporta, portanto, diversos níveis, variável de acordo com o grau de relação que se faz entre o objeto do conhecimento e outros fatos e fenômenos. O conhecimento científico consiste na mentalização das coisas por suas causas ou razões, através de métodos especiais de investigação, sistemática da realidade. Não se interessa de conhecimentos isolados, mas supõe a visão ampla de uma determinada área do saber. Ele transcende os fatos e os fenômenos em si mesmos, analisa-os para descobrir as suas causas e concluir as leis gerais que os regem. No entanto, por ser uma atividade especializada, o saber científico não tem como compreender isoladamente a totalidade do objeto, daí a necessidade de estabelecer uma forma de surpreendê- lo a fim de reduzir complexidades e assim estabelecer uma metodologia para obtenção de uma proposição verdadeira dentro de determinado contexto. Para PAULO DE BARROS CARVALHO, "o conhecimento sem a utilização da metodologia científica gera notícias desordenadas, dados soltos, que reclamam organização. Assim, só através do conhecimento ordenador da ciência, com o apoio indispensável da Filosofia (e da Lógica), podemos ter um sistema unitário, isento de contradições". A ciência é um sistema de conhecimentos que abrange verdades gerais ou operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico. A ciência não produz uma verdade absoluta e inquestionável. Ao contrário, as ciências freqüentemente testam hipóteses sobre algum aspecto, e quando necessário a revisa ou substitui à luz de novas observações ou dados. Para RICARDO GUIBOURG a finalidade do método científico é a verificação da verdade de suas proposições descritivas. Para que o conhecimento possa ser considerado científico, é fundamental que suas proposições sejam passíveis de refutação, seja mediante verificação empírica, seja pela reprovação da sociedade científica. PONTES DE MIRANDA, em seu livro O problema fundamental do conhecimento, consigna que: Na filosofia científica, nada temos de levar conosco que nos imponha essa ou aquela convicção; porque a convicção da Ciência (e, pois, da filosofia científica) é sempre suscetível de recomposição e de aperfeiçoamento. É um amor das proposições verdadeiras; não uma exposição de proposições como verdades. Desde que se substantiva o verdadeiro, aprioriza-se, impõe-se: o que foi, até pouco, exposição passa a ser imposição. Ora, Ciência é persuasão. Onde se impõe, não há mais Ciência. Na esfera jurídica, o conhecimento científico não se caracteriza pela simples noção do conteúdo e significado da lei. Pressupõe o conceito do objeto Direito e compreende a visão unitária do sistema jurídico. Já o conhecimento filosófico representa um grau a mais em abstração e generalidade. Propõe-se oferecer um tipo de conhecimento que busca, com todo o rigor, a origem dos problemas, relacionando-os a outros aspectos da vida humana, analisando a universalidade dos fatos e dos fenômenos, mesmo que estranhos entre si, numa abordagem globalizada, visando estabelecer princípios e conclusões. O conhecimento filosófico não se contrapõe, nem entra em conflito com os outros tipos de conhecimentos: abrange-os e supera-os, num envolvimento progressivo, de grau em grau, até culminar num princípio genérico de abrangência integral. [09] Enquanto a Ciência do Direito descreve e sistematiza a ordem jurídica, a Filosofia do Direito seria uma perquirição permanente e desinteressada das condições morais, lógicas e históricas do fenômeno jurídico e da Ciência do Direito. No entanto, para que o ser humano possa adquirir e transmitir esse conhecimento será inevitável utilizar-se da linguagem. Pois é ela que permeia toda a realidade sócio-cultural, que, por sua vez, condiciona a ação humana. Primeiramente a linguagem se conecta com o pensamento para depois alcançar a coisa em si. A relação entre palavra e coisa é artificial, fruto de decisões individuais ou sociais, alheias, em princípio, às características da própria coisa. Ao assinalar cada nome, identificamos o pedaço que, segundo nossa decisão, corresponderá a esse nome. De acordo com RICARDO GUIBOURG [10] "as coisas não mudam de nome, nós é que mudamos o modo de nomear as coisas". Por este motivo é que, no campo jurídico, nosso maior interesse é pela análise dos fenômenos que se referem e não a análise dos nomes propriamente ditos. Ou seja, pouco importa se o legislativo nomeia um tributo de imposto, taxa ou contribuição, o que nos interessa é o fenômeno a que se refere. Atividade.
  • 5. Qual é a relação entre a linguagem e o conhecimento?
  • 6. Qual é a relação entre a linguagem e o conhecimento?