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Manguezal
• O termo " Mangue " origina-se do vocábulo
  Malaio, "Manggimanggi" e do inglês
  mangrove, servindo para descrever as
  espécies vegetais que vivem no manguezal, ou
  seja, a árvore.
• O termo "Manguezal" é utilizado para
  descrever uma variedade de comunidades
  costeiras tropicais dominadas por espécies
  vegetais, arbóreas ou arbustivas que
  conseguem crescer em solos com alto teor de
  sal, ou seja, um terreno cheio de mangue (o
  ecossistema).
O Brasil tem uma das maiores extensões de
manguezais do mundo. Estes ocorrem ao longo
do litoral Sudeste-Sul brasileiro, margeando
estuários, lagunas e enseadas, desde o Cabo
Orange no Amapá até o Município de Laguna, em
Santa Catarina. Os mangues abrangem uma
superfície total de mais de 10.000 km², a grande
maioria na Costa Norte.
O Estado de São Paulo
tem mais de 240 km²
de manguezal.
• O mangue é um ecossistema particular, que se
  estabelece nas regiões tropicais de todo o globo.
  Origina-se a partir do encontro das águas doce e
  salgada, formando a água salobra. Este ambiente
  apresenta água com salinidade variável, sendo
  exclusivo das regiões costeiras.
• No Brasil, os mangues são protegidos por
  legislação federal, devido à importância que
  representam para o ambiente marinho. São
  fundamentais para a procriação e o crescimento
  dos filhotes de vários animais, como rota
  migratória de aves e alimentação de peixes. Além
  disso, colaboram para o enriquecimento das
  águas marinhas com sais nutrientes e matéria
  orgânica.
• No passado, a extensão dos manguezais
  brasileiros era muito maior: muitos portos,
  indústrias, loteamentos e rodovias costeiras
  foram desenvolvidos em áreas de manguezal,
  ocorrendo uma degradação do seu estado
  natural.
É uma pena que esse tão
 importante ecossistema sofra
     intensa exploração pelo
  homem, que retira mariscos,
ostras e peixes em quantidades
elevadas. Derrubam-se árvores
 para a extração do ranino, da
  casca e para fazer carvão. O
mangue é alvo da especulação
   imobiliária, que aterra suas
   áreas para a construção de
   casas, marinas e indústrias.
Suas águas são alvo de esgotos
    domésticos e industriais.
• Os manguezais fornecem uma rica
  alimentação protéica para a população
  litorânea brasileira: a pesca artesanal de
  peixes, camarões, caranguejos e moluscos,
  que são para os moradores do litoral a
  principal fonte de subsistência.
O manguezal foi sempre considerado um
ambiente pouco atrativo e menosprezado,
embora sua importância econômica e social seja
muito grande. No passado, estas manifestações
de aversão eram justificadas, pois a presença do
mangue estava intimamente associada à febre
amarela e à malária. Embora estas enfermidades
já tenham sido controladas, a atitude negativa
em relação a este ecossistema perdura em
expressões populares em que a palavra mangue,
infelizmente, adquiriu o sentido de desordem,
sujeira ou local suspeito.
• A destruição gratuita, a poluição doméstica e
  química das águas, derramamentos de
  petróleo e aterros mal planejados são os
  grandes inimigos do manguezal.
Nos manguezais,
as condições físicas e
químicas existentes são
muito variáveis, o que
Limita os seres vivos que
ali habitam e freqüentam.

Os solos são formados a partir do depósito de siltes
(mineral encontrado em alguns tipos de solos), areia
e material coloidal trazidos pelos rios, ou seja, um
material de origem mineral ou orgânica que se
transforma quando encontra a água salgada.
Estes solos são muito moles e ricos em matéria
  orgânica em decomposição. Em decorrência,
   são pobres em oxigênio, que é totalmente
    retirado por bactérias que o utilizam para
      decompor a matéria orgânica. Como o
   oxigênio está sempre em falta nos solos do
  mangue, as bactérias se utilizam também do
     enxofre para processar a decomposição.
O fator mais importante e limitante na
distribuição dos manguezais é a temperatura. Um
fato interessante de se observar é a altura das
árvores. Na região Norte, elas podem alcançar
até trinta metros. Na região Sul, dificilmente
ultrapassam um metro. Quanto mais próximas do
Equador, maiores.
As plantas se propagam
a partir das plantas filhas,
chamadas de propágulos,
que se desenvolvem
ligadas à planta mãe.
Esses propágulos soltam-se
  e se dispersam pela água,
    até atingirem um local
       favorável ao seu
     desenvolvimento. As
      plantas típicas do
  mangue se originaram na
   região do Oceano Índico
   e se espalharam a partir
       daí para todos os
    manguezais do mundo.
• Manguezal e estuário: base da cadeia
   alimentar dos oceanos
• Manguezais e estuários são ecossistemas*
   auto-sustentáveis porque produzem seu
   próprio alimento. Servem como filtro natural,
   transformando as impurezas que vêm pelo rio
   e reciclando a água do mar. Observe como
   funciona a cadeia alimentar:
 * Os ecossistemas são formados pelo local e
   pelos seres que nele vivem e se relacionam,
   interferindo no meio físico
Os manguezais são conhecidos como berçários, porque
existe uma série de animais que se reproduzem nestes
locais. Ali, os filhotes também são criados. Os
camarões se reproduzem no mar, na região da
plataforma continental. Suas larvas migram para as
regiões dos manguezais, onde se alimentam e crescem
antes de retornarem ao mar. Uma grande variedade de
peixes costuma entrar no mangue para se reproduzir e
se alimentar, como os robalos e as tainhas. Muitas aves
utilizam esse ambiente para procriar. Podem ser
espécies que habitam os mangues ou aves migratórias,
que usam os manguezais para se alimentar e
descansar. São guarás, colhereiros, garças, socós e
Martins - pescadores.
• Ao contrário de outras florestas, os manguezais
  não são muito ricos em espécies, porém se
  destacam pela grande abundância das
  populações que neles vivem. Por isso, podem
  ser considerados um dos mais produtivos
  ambientes naturais do Brasil.
• Devido à riqueza de matéria orgânica
 disponível, uma grande variedade de seres
vegetais e animais irão utilizá-la: centenas de
    diferentes tipos de minúsculos seres,
 denominados plâncton. A fração vegetal do
plâncton, denominada fitoplâncton, retira os
    sais nutrientes da água e, através da
     fotossíntese, cresce e se multiplica.
• Agora, a porção animal do plâncton, o zoo-
   plâncton, alimenta-se das microalgas do
     fitoplâncton e de matéria orgânica em
suspensão. Larvas de camarões, caranguejos e
   siris filtram a água e retiram microalgas e
 matéria orgânica. Pequenos peixes filtradores,
como a manjuba, também se alimentam desse
rico caldo orgânico. A partir das microalgas, se
   estabelece uma complexa teia alimentar.
Quanto à fauna, destacam-se as várias espécies de
caranguejos, formando enormes populações nos
fundos lodosos. Nos troncos submersos, vários
animais filtradores, tais como as ostras,
alimentam-se de partículas suspensas na água. Os
caranguejos em sua maioria são ativos na maré
baixa, enquanto os moluscos alimentam-se
durante a maré alta.
• Uma grande variedade de peixes penetra nos
  manguezais na maré alta. Muitos dos peixes que
  constituem o estoque pesqueiro das águas costeiras
  dependem das fontes alimentares do manguezal, pelo
  menos na fase jovem. Diversas espécies de aves
  comedoras de peixes e de invertebrados marinhos
  nidificam nas árvores do manguezal. Alimentam-se
  especialmente na
  maré baixa,
  quando os fundos
  lodosos estão
  expostos.
Possui vegetação típica, que apresenta uma série de
adaptações às condições existentes nos manguezais.
Esta vegetação é tão especializada que se pode verificar
a ocorrência de determinadas espécies de plantas nos
manguezais de todo o mundo, como é o caso da
Rizhophora mangle, conhecida vulgarmente no Brasil
como mangue vermelho.
Associadas ao mangue
vermelho, destacam-se
a presença da Laguncularia
racemosa e Avicennia
schaueriana.
De acordo com Schaeffer-Novelli, os manguezais
       se desenvolvem em regiões costeiras
     protegidas banhadas pelas marés, e suas
  maiores estruturas são observadas em áreas
  onde o relevo topográfico é suave e ocorrem
 grandes amplitudes de maré. São encontrados
    em latitudes entre os Trópicos de Câncer e
   Capricórnio (zonas tropicais e subtropicais),
    tanto nas Américas como na África, Ásia e
                     Oceania.
No Brasil, os mangues são protegidos por
   legislação federal, devido à importância que
    representam para o ambiente marinho. São
                 fundamentais para:
• A procriação e o crescimento dos filhotes de
  vários animais, como rota migratória de aves e
  alimentação de peixes;
• Colaboram para o enriquecimento das águas
  marinhas com sais nutrientes e matéria
  orgânica.
Os manguezais possuem elevada produtividade
 biológica, pois neste ecossistema encontram-se
  representantes do elo da cadeia alimentar. As
 folhas que caem das árvores se misturam com o
     sedimento e os excrementos dos animais,
      vertebrados e invertebrados, formando
 compostos orgânicos de vital importância paras
 as bactérias, fungos e protozoários. Os próximos
  níveis da cadeia alimentar são constituídos por
integrantes do plâncton, dos bentos e do necton,
  como crustáceos, moluscos, peixes, aves e até
        pelo homem, no topo da pirâmide.
Os manguezais estão entre os principais responsáveis pela
 manutenção de boa parte das atividades pesqueiras das
    regiões tropicais. Servem de refúgio natural para a
  reprodução e desenvolvimento (berçário), assim como
    local para alimentação e proteção para crustáceos,
    moluscos e peixes de valor comercial. Além destas
     funções, os manguezais ainda contribuem para a
 sobrevivência de aves, répteis e mamíferos, muitos deles
integrando as listas de espécies ameaçadas ou em risco de
                          extinção.
Devido à grande importância econômica dos
manguezais, estes ambientes são degradados
diariamente pela ação e ocupação do
homem. Essa ocupação desordenada deve-se
principalmente ao fato desses locais
apresentarem condições favoráveis à
instalação de empreendimentos os quais
normalmente visam atender interesses
particulares.
Manguezal
• 1 - Oferta quase ilimitada de água, insumo
  importante para indústria, como a siderúrgica,
  a petroquímica e as centrais nucleares;
• 2 - Possibilidade de fácil despejo de rejeitos
  sanitários, industriais, agrícolas e/ou de
  mineração;
• 3 - Proximidade de portos, que facilitam a
  importação de matéria prima para a
  transformação e a exportação de produtos,
  diminuindo custos de carga e transporte;
• 4 - Pressão do mercado imobiliário;
• 5 - Construção de marinas.
• As áreas de manguezais, devido as várias atividades,
  sofrem grandes impactos, causados pelas
  populações caboclas que vivem no litoral, que
  desenvolvem atividades como a pesca e a coleta de
  siris, caranguejos e sururus, contribuindo
  significativamente para o sustento destas
  populações.



• Estas comunidades litorâneas também costumam se
  alimentar de aves costeiras (inclusive aves
  ameaçadas de extinção), primatas, assim como de
  alguns répteis tais como lagartos e tartarugas, e de
  seus respectivos ovos.
• A flora também tem sido explorada: as árvores do
  manguezal são utilizadas para obtenção de
  madeira para construção de barcos, casas,
  cercados, armadilhas de pesca, além de servirem
  para produção de combustível na forma de
  carvão.
• Segundo Rodrigues Teixeira, além da exploração
  da fauna e da flora , o solo do manguezal
  também é explorado: a argila é utilizada por
  olarias para produção de telhas e tijolos de
  cerâmica. Essa retirada de sedimentos argilosos
  poderá no futuro comprometer a estrutura do
  fundo dos canais afetando também a fauna
  associada a este sedimento.
O processo de exploração do turismo tem como
 conseqüência a expansão imobiliária em áreas
     de manguezal. Estes empreendimentos
     podem no entanto levar ao aterro dos
  manguezais assim como a extinção da fauna e
        da flora de maneira irreversível.
Com a grande degradação e vital importância
 que os manguezais apresentam, é de extrema
  urgência que haja uma legislação mais rígida
 em relação a exploração dos recursos naturais
visando técnicas sustentáveis. No nível federal
estão incluídos no artigo 2 do Código Florestal
       e no Decreto Federal 750/1993 de
    tombamento da Floresta Atlântica, como
            ecossistema associado.
• Em alguns casos são considerados como
preservação permanente com isso havendo
 uma maior conservação deste ecossistema.
• Existem também inúmeros projetos de recuperação
  de manguezais que antes serviam como entulho de
  lixo ou até mesmo aqueles que sofreram aterro por
                      empreendimentos imobiliários.
 • Há também programas de conservação de fauna e
  flora que geram fluxos de energias que subsidiam a
          cadeia alimentar e dão suporte aos recursos
     pesqueiros, assim sendo de extrema importância
                                  para a manutenção
                                 destes ecossistemas.
Manguezal
• No mundo existem cerca de 172.000 km2 de
  manguezais.
• No Brasil existem cerca de 26.000 km2 de
  manguezais, que representam mais de 15%
  dos manguezais do mundo inteiro.
• Os manguezais estão distribuídos desde o
  Amapá até Laguna, em Santa Catarina, no
  litoral brasileiro.
• Em Pernambuco existem cerca de 270 km2 de
  manguezais.
Manguezal
Os manguezais são encontrados ao longo de
      todo o litoral, sendo constituídos pelas
         principais espécies de mangue:

•   Rhizophora mangle (mangue vermelho);
•   Laguncularia racemosa (mangue branco);
•   Avicennia schaueriana (mangue preto, canoé);
•   Conocarpus erectus (mangue de botão).
A espécie Laguncularia racemosa, merece
    destaque por ser a única espécie típica de
      mangue encontrada no Arquipélago de
 Fernando de Noronha, no único manguezal na
                  Baía do Sueste.
Existem cerca de cinqüenta espécies de árvores
      de mangue. Na região do Indo-Pacífico,
  concentra-se a grande maioria. Nas Américas
      e costa brasileira, são encontradas sete
     espécies pertencentes a quatro gêneros:
      Rhizophora, Avicennia, Lagunculária e
                    Conocarpus.
Rhizophora mangle
(Mangue-Vermelho)
• Rhizophora mangle (Mangue-Vermelho): É a espécie
  mais conhecida ao longo do Litoral Brasileiro, por
  apresentar características exóticas bem aparentes. É uma
  árvore de casca lisa e clara, que ao ser raspado mostra
  cor vermelha. Suas raízes escoras são visíveis a longas
  distâncias e crescem rapidamente para atingir o solo
  lamoso e dar estabilidade à planta. O sistema radicular é
  formado por raízes chamadas rizóforos e possui
  membranas permeáveis que filtram a água, não
  permitindo a passagem do sal para o interior da planta. É
  uma espécie tolerante ao alagamento por longos
  períodos. A sua estrutura reprodutiva (vivíparo) se dá
  através de propágulos que ao amadurecer se
  desprendem da árvore mãe e caem como lanças,
  apontadas para baixo, vindo a enterrar-se na lama na
  baixa mar. Sua casca é bastante rica em tanino, substância
  de cor vermelha e impermeabilizante.
No início da colonização do Brasil foi muito
explorada pelos curtumes para tingir couro e
hoje tem sua exploração restrita e
regulamentada, apesar da grande utilização
pelas ceramistas artesãos do Espírito Santo,
para tingimento e impermeabilização das
panelas de barro e utensílios domésticos. Na
Malásia, está sendo utilizada para a produção
de álcool, repelentes naturais e remédios. Na
Flórida e Equador, é utilizada para a proteção
de hidrovias e projetos de desenvolvimento e
urbanização litorâneas.
Lagunculária racemosa
(Mangue-Branco, mangue verdadeiro)
• Lagunculária racemosa (Mangue-Branco,
  mangue verdadeiro): É uma árvore pequena
  cujas folhas têm pecíolo vermelho com duas
  glândulas em sua parte superior, junto à lâmina
  da folha. Apresenta pneumatóforos menores do
  que os da Avicennia em média 10 cm de altura.
  Sua reprodução a exemplo dos outros gêneros, se
  dá através de propágulos e sementes. Seu poder
  germinativo pode durar aproximadamente 30
  dias. É a espécie mais utilizada pelo caranguejo-
  uçá, para o cultivo de fungos e microorganismos,
  depois do apodrecimento das folhas no interior
  das tocas .
Avicennia schaueriana
(Conhecida também como Siriba,
   siriúba ou mangue preto)
• Avicennia schaueriana (Conhecida também
  como Siriba, siriúba ou mangue preto): É uma
  árvore de casca lisa castanho-claro, que
  quando raspada mostra cor amarelada e
  apresenta folhas esbranquiçadas por baixo
  devido a presença de pequenas escamas.
  Localiza-se geralmente na parte protegida do
  manguezal, próxima a interface entre a água e
  a terra. Esse gênero é mais tolerante ás altas
  salinidades, elimina o sal do interior da planta
  através de estômatos localizados na superfície
  das folhas.
O sistema radicular desenvolve-se horizontalmente, a
poucos centímetros da superfície da lama e dessas
raízes axiais saem ramificações que crescem eretas
(aéreas), conhecidas como pneumatóforos, com a
função de fazer a troca gasosa entre a planta e o meio
ambiente. De reprodução vivípara através de
sementes, que podem manter o seu potencial
germinativo por até 100 dias, flutuando na água até
encontrar local apropriado para o seu
desenvolvimento.
 Avicennia germinas (Mangue Preto) São manguezais
que desenvolvem-se melhor em ambientes de baixa
salinidade. Possuem folhas com forma lanceolada e
brilho bastante intenso.
Conocarpus erectus
(Mangue-de-Botão, Bolota)
• Conocarpus erectus (Mangue-de-Botão,
  Bolota): É uma árvore cuja as folhas
  apresentam pecíolos ligeiramente alagados
  além das duas glândulas, semelhantes às da
  Lagunculária. Esta planta não apresenta
  grande tolerância a salinidade típica dos
  manguezais. Gênero menos comum e
  geralmente ocorre em local pedregoso ou com
  a presença de areia de praia e a maré ocorre
  ocasionalmente. São poucas as ocorrências
  dessa espécie no litoral brasileiro.
IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREAS DE
          MANGUEZAL
Os principais fatores que causam alterações nas
 propriedades físicas, químicas e biológicas do
                 manguezal são:
•   Aterro e Desmatamento
•   Queimadas
•   Deposição de lixo
•   Lançamento de esgoto
•   Lançamentos de efluentes industriais
•   Dragagens
•   Construções de marinas
•   Pesca predatória
PROTEÇÃO LEGAL DOS MANGUEZAIS
O manguezal, ecossistema bem representado ao
longo do litoral brasileiro, é considerado, no
Brasil, como de preservação permanente,
incluído em diversos dispositivos constitucionais
(Constituição Federal e Constituições Estaduais) e
infraconstitucionais ( leis, decretos, resoluções,
convenções). A observação desses instrumentos
legais impõe uma série de ordenações do uso
e/ou de ações em áreas de manguezal (Schaeffer-
Novelli,1994).
• Constituição Federal de 1988, artigo 225.
• Lei Federal nº 9.605/98, que dispõe sobre as sanções
  penais e administrativas derivadas de condutas e
  atividades lesivas ao meio ambiente.
• Código Florestal – Lei nº 4.771/1965.
• Lei Federal Nº 7.661/98, que institui o Plano Nacional
  de Gerenciamento Costeiro.
• Lei Estadual nº 9.931/1986 - Proteção das Áreas
  Estuarinas.
• Resolução CONAMA nº 04/1985.

  Decreto Federal nº 750/93, que dispõe sobre o corte, a
  exploração, a supressão de vegetação primária ou nos
  estágios avançado e médio de regeneração da Mata
  Atlântica.
PAULISTA
• Os próprios manguezais, no entanto, podem
  apresentar soluções para acidentes como o do
  rompimento de um oleoduto da Petrobras, em
  2000, que gerou o derramamento de 1,3 milhão
  de litros de óleo na baía de Guanabara. Estudos
  desenvolvidos por pesquisadores da Universidade
  Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da
  Universidade Federal da Paraíba (UFPB), apoiados
  pela Fundação de Ensino Superior de Olinda e
  pelo Laboratório de Farmácia da Universidade
  Federal de Pernambuco, revelaram que 80% das
  bactérias do manguezal do rio Paratibe, que fica
  no município de Paulista (PE), podiam degradar
  petróleo e seus derivados, ou seja, diminuir os
  seus níveis em solos e aqüíferos contaminados
• Em outro manguezal a 70 quilômetros dali, os
  pesquisadores verificaram que somente 5% dos
  microorganismos tinham a mesma capacidade de
  degradação. Segundo a pesquisa, isso se deve ao fato
  de o rio Paratibe ser bem mais poluído, recebendo
  efluentes industriais e esgotos domésticos. Assim, a
  maioria das bactérias do solo desse manguezal teria
  desenvolvido mecanismos de defesa contra substâncias
  químicas, para se adaptar ao ambiente em
  desequilíbrio. A pesquisa também analisou amostras
  de bactérias de manguezais do estado do Rio de
  Janeiro e constatou que os microorganismos da baía de
  Guanabara também podem recuperar o solo e a água
  afetados por derramamento de óleo.
Manguezal

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Manguezal

  • 2. • O termo " Mangue " origina-se do vocábulo Malaio, "Manggimanggi" e do inglês mangrove, servindo para descrever as espécies vegetais que vivem no manguezal, ou seja, a árvore. • O termo "Manguezal" é utilizado para descrever uma variedade de comunidades costeiras tropicais dominadas por espécies vegetais, arbóreas ou arbustivas que conseguem crescer em solos com alto teor de sal, ou seja, um terreno cheio de mangue (o ecossistema).
  • 3. O Brasil tem uma das maiores extensões de manguezais do mundo. Estes ocorrem ao longo do litoral Sudeste-Sul brasileiro, margeando estuários, lagunas e enseadas, desde o Cabo Orange no Amapá até o Município de Laguna, em Santa Catarina. Os mangues abrangem uma superfície total de mais de 10.000 km², a grande maioria na Costa Norte. O Estado de São Paulo tem mais de 240 km² de manguezal.
  • 4. • O mangue é um ecossistema particular, que se estabelece nas regiões tropicais de todo o globo. Origina-se a partir do encontro das águas doce e salgada, formando a água salobra. Este ambiente apresenta água com salinidade variável, sendo exclusivo das regiões costeiras. • No Brasil, os mangues são protegidos por legislação federal, devido à importância que representam para o ambiente marinho. São fundamentais para a procriação e o crescimento dos filhotes de vários animais, como rota migratória de aves e alimentação de peixes. Além disso, colaboram para o enriquecimento das águas marinhas com sais nutrientes e matéria orgânica.
  • 5. • No passado, a extensão dos manguezais brasileiros era muito maior: muitos portos, indústrias, loteamentos e rodovias costeiras foram desenvolvidos em áreas de manguezal, ocorrendo uma degradação do seu estado natural.
  • 6. É uma pena que esse tão importante ecossistema sofra intensa exploração pelo homem, que retira mariscos, ostras e peixes em quantidades elevadas. Derrubam-se árvores para a extração do ranino, da casca e para fazer carvão. O mangue é alvo da especulação imobiliária, que aterra suas áreas para a construção de casas, marinas e indústrias. Suas águas são alvo de esgotos domésticos e industriais.
  • 7. • Os manguezais fornecem uma rica alimentação protéica para a população litorânea brasileira: a pesca artesanal de peixes, camarões, caranguejos e moluscos, que são para os moradores do litoral a principal fonte de subsistência.
  • 8. O manguezal foi sempre considerado um ambiente pouco atrativo e menosprezado, embora sua importância econômica e social seja muito grande. No passado, estas manifestações de aversão eram justificadas, pois a presença do mangue estava intimamente associada à febre amarela e à malária. Embora estas enfermidades já tenham sido controladas, a atitude negativa em relação a este ecossistema perdura em expressões populares em que a palavra mangue, infelizmente, adquiriu o sentido de desordem, sujeira ou local suspeito.
  • 9. • A destruição gratuita, a poluição doméstica e química das águas, derramamentos de petróleo e aterros mal planejados são os grandes inimigos do manguezal.
  • 10. Nos manguezais, as condições físicas e químicas existentes são muito variáveis, o que Limita os seres vivos que ali habitam e freqüentam. Os solos são formados a partir do depósito de siltes (mineral encontrado em alguns tipos de solos), areia e material coloidal trazidos pelos rios, ou seja, um material de origem mineral ou orgânica que se transforma quando encontra a água salgada.
  • 11. Estes solos são muito moles e ricos em matéria orgânica em decomposição. Em decorrência, são pobres em oxigênio, que é totalmente retirado por bactérias que o utilizam para decompor a matéria orgânica. Como o oxigênio está sempre em falta nos solos do mangue, as bactérias se utilizam também do enxofre para processar a decomposição.
  • 12. O fator mais importante e limitante na distribuição dos manguezais é a temperatura. Um fato interessante de se observar é a altura das árvores. Na região Norte, elas podem alcançar até trinta metros. Na região Sul, dificilmente ultrapassam um metro. Quanto mais próximas do Equador, maiores. As plantas se propagam a partir das plantas filhas, chamadas de propágulos, que se desenvolvem ligadas à planta mãe.
  • 13. Esses propágulos soltam-se e se dispersam pela água, até atingirem um local favorável ao seu desenvolvimento. As plantas típicas do mangue se originaram na região do Oceano Índico e se espalharam a partir daí para todos os manguezais do mundo.
  • 14. • Manguezal e estuário: base da cadeia alimentar dos oceanos • Manguezais e estuários são ecossistemas* auto-sustentáveis porque produzem seu próprio alimento. Servem como filtro natural, transformando as impurezas que vêm pelo rio e reciclando a água do mar. Observe como funciona a cadeia alimentar: * Os ecossistemas são formados pelo local e pelos seres que nele vivem e se relacionam, interferindo no meio físico
  • 15. Os manguezais são conhecidos como berçários, porque existe uma série de animais que se reproduzem nestes locais. Ali, os filhotes também são criados. Os camarões se reproduzem no mar, na região da plataforma continental. Suas larvas migram para as regiões dos manguezais, onde se alimentam e crescem antes de retornarem ao mar. Uma grande variedade de peixes costuma entrar no mangue para se reproduzir e se alimentar, como os robalos e as tainhas. Muitas aves utilizam esse ambiente para procriar. Podem ser espécies que habitam os mangues ou aves migratórias, que usam os manguezais para se alimentar e descansar. São guarás, colhereiros, garças, socós e Martins - pescadores.
  • 16. • Ao contrário de outras florestas, os manguezais não são muito ricos em espécies, porém se destacam pela grande abundância das populações que neles vivem. Por isso, podem ser considerados um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil.
  • 17. • Devido à riqueza de matéria orgânica disponível, uma grande variedade de seres vegetais e animais irão utilizá-la: centenas de diferentes tipos de minúsculos seres, denominados plâncton. A fração vegetal do plâncton, denominada fitoplâncton, retira os sais nutrientes da água e, através da fotossíntese, cresce e se multiplica.
  • 18. • Agora, a porção animal do plâncton, o zoo- plâncton, alimenta-se das microalgas do fitoplâncton e de matéria orgânica em suspensão. Larvas de camarões, caranguejos e siris filtram a água e retiram microalgas e matéria orgânica. Pequenos peixes filtradores, como a manjuba, também se alimentam desse rico caldo orgânico. A partir das microalgas, se estabelece uma complexa teia alimentar.
  • 19. Quanto à fauna, destacam-se as várias espécies de caranguejos, formando enormes populações nos fundos lodosos. Nos troncos submersos, vários animais filtradores, tais como as ostras, alimentam-se de partículas suspensas na água. Os caranguejos em sua maioria são ativos na maré baixa, enquanto os moluscos alimentam-se durante a maré alta.
  • 20. • Uma grande variedade de peixes penetra nos manguezais na maré alta. Muitos dos peixes que constituem o estoque pesqueiro das águas costeiras dependem das fontes alimentares do manguezal, pelo menos na fase jovem. Diversas espécies de aves comedoras de peixes e de invertebrados marinhos nidificam nas árvores do manguezal. Alimentam-se especialmente na maré baixa, quando os fundos lodosos estão expostos.
  • 21. Possui vegetação típica, que apresenta uma série de adaptações às condições existentes nos manguezais. Esta vegetação é tão especializada que se pode verificar a ocorrência de determinadas espécies de plantas nos manguezais de todo o mundo, como é o caso da Rizhophora mangle, conhecida vulgarmente no Brasil como mangue vermelho. Associadas ao mangue vermelho, destacam-se a presença da Laguncularia racemosa e Avicennia schaueriana.
  • 22. De acordo com Schaeffer-Novelli, os manguezais se desenvolvem em regiões costeiras protegidas banhadas pelas marés, e suas maiores estruturas são observadas em áreas onde o relevo topográfico é suave e ocorrem grandes amplitudes de maré. São encontrados em latitudes entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio (zonas tropicais e subtropicais), tanto nas Américas como na África, Ásia e Oceania.
  • 23. No Brasil, os mangues são protegidos por legislação federal, devido à importância que representam para o ambiente marinho. São fundamentais para: • A procriação e o crescimento dos filhotes de vários animais, como rota migratória de aves e alimentação de peixes; • Colaboram para o enriquecimento das águas marinhas com sais nutrientes e matéria orgânica.
  • 24. Os manguezais possuem elevada produtividade biológica, pois neste ecossistema encontram-se representantes do elo da cadeia alimentar. As folhas que caem das árvores se misturam com o sedimento e os excrementos dos animais, vertebrados e invertebrados, formando compostos orgânicos de vital importância paras as bactérias, fungos e protozoários. Os próximos níveis da cadeia alimentar são constituídos por integrantes do plâncton, dos bentos e do necton, como crustáceos, moluscos, peixes, aves e até pelo homem, no topo da pirâmide.
  • 25. Os manguezais estão entre os principais responsáveis pela manutenção de boa parte das atividades pesqueiras das regiões tropicais. Servem de refúgio natural para a reprodução e desenvolvimento (berçário), assim como local para alimentação e proteção para crustáceos, moluscos e peixes de valor comercial. Além destas funções, os manguezais ainda contribuem para a sobrevivência de aves, répteis e mamíferos, muitos deles integrando as listas de espécies ameaçadas ou em risco de extinção.
  • 26. Devido à grande importância econômica dos manguezais, estes ambientes são degradados diariamente pela ação e ocupação do homem. Essa ocupação desordenada deve-se principalmente ao fato desses locais apresentarem condições favoráveis à instalação de empreendimentos os quais normalmente visam atender interesses particulares.
  • 28. • 1 - Oferta quase ilimitada de água, insumo importante para indústria, como a siderúrgica, a petroquímica e as centrais nucleares; • 2 - Possibilidade de fácil despejo de rejeitos sanitários, industriais, agrícolas e/ou de mineração; • 3 - Proximidade de portos, que facilitam a importação de matéria prima para a transformação e a exportação de produtos, diminuindo custos de carga e transporte; • 4 - Pressão do mercado imobiliário; • 5 - Construção de marinas.
  • 29. • As áreas de manguezais, devido as várias atividades, sofrem grandes impactos, causados pelas populações caboclas que vivem no litoral, que desenvolvem atividades como a pesca e a coleta de siris, caranguejos e sururus, contribuindo significativamente para o sustento destas populações. • Estas comunidades litorâneas também costumam se alimentar de aves costeiras (inclusive aves ameaçadas de extinção), primatas, assim como de alguns répteis tais como lagartos e tartarugas, e de seus respectivos ovos.
  • 30. • A flora também tem sido explorada: as árvores do manguezal são utilizadas para obtenção de madeira para construção de barcos, casas, cercados, armadilhas de pesca, além de servirem para produção de combustível na forma de carvão. • Segundo Rodrigues Teixeira, além da exploração da fauna e da flora , o solo do manguezal também é explorado: a argila é utilizada por olarias para produção de telhas e tijolos de cerâmica. Essa retirada de sedimentos argilosos poderá no futuro comprometer a estrutura do fundo dos canais afetando também a fauna associada a este sedimento.
  • 31. O processo de exploração do turismo tem como conseqüência a expansão imobiliária em áreas de manguezal. Estes empreendimentos podem no entanto levar ao aterro dos manguezais assim como a extinção da fauna e da flora de maneira irreversível.
  • 32. Com a grande degradação e vital importância que os manguezais apresentam, é de extrema urgência que haja uma legislação mais rígida em relação a exploração dos recursos naturais visando técnicas sustentáveis. No nível federal estão incluídos no artigo 2 do Código Florestal e no Decreto Federal 750/1993 de tombamento da Floresta Atlântica, como ecossistema associado.
  • 33. • Em alguns casos são considerados como preservação permanente com isso havendo uma maior conservação deste ecossistema.
  • 34. • Existem também inúmeros projetos de recuperação de manguezais que antes serviam como entulho de lixo ou até mesmo aqueles que sofreram aterro por empreendimentos imobiliários. • Há também programas de conservação de fauna e flora que geram fluxos de energias que subsidiam a cadeia alimentar e dão suporte aos recursos pesqueiros, assim sendo de extrema importância para a manutenção destes ecossistemas.
  • 36. • No mundo existem cerca de 172.000 km2 de manguezais. • No Brasil existem cerca de 26.000 km2 de manguezais, que representam mais de 15% dos manguezais do mundo inteiro. • Os manguezais estão distribuídos desde o Amapá até Laguna, em Santa Catarina, no litoral brasileiro. • Em Pernambuco existem cerca de 270 km2 de manguezais.
  • 38. Os manguezais são encontrados ao longo de todo o litoral, sendo constituídos pelas principais espécies de mangue: • Rhizophora mangle (mangue vermelho); • Laguncularia racemosa (mangue branco); • Avicennia schaueriana (mangue preto, canoé); • Conocarpus erectus (mangue de botão).
  • 39. A espécie Laguncularia racemosa, merece destaque por ser a única espécie típica de mangue encontrada no Arquipélago de Fernando de Noronha, no único manguezal na Baía do Sueste. Existem cerca de cinqüenta espécies de árvores de mangue. Na região do Indo-Pacífico, concentra-se a grande maioria. Nas Américas e costa brasileira, são encontradas sete espécies pertencentes a quatro gêneros: Rhizophora, Avicennia, Lagunculária e Conocarpus.
  • 41. • Rhizophora mangle (Mangue-Vermelho): É a espécie mais conhecida ao longo do Litoral Brasileiro, por apresentar características exóticas bem aparentes. É uma árvore de casca lisa e clara, que ao ser raspado mostra cor vermelha. Suas raízes escoras são visíveis a longas distâncias e crescem rapidamente para atingir o solo lamoso e dar estabilidade à planta. O sistema radicular é formado por raízes chamadas rizóforos e possui membranas permeáveis que filtram a água, não permitindo a passagem do sal para o interior da planta. É uma espécie tolerante ao alagamento por longos períodos. A sua estrutura reprodutiva (vivíparo) se dá através de propágulos que ao amadurecer se desprendem da árvore mãe e caem como lanças, apontadas para baixo, vindo a enterrar-se na lama na baixa mar. Sua casca é bastante rica em tanino, substância de cor vermelha e impermeabilizante.
  • 42. No início da colonização do Brasil foi muito explorada pelos curtumes para tingir couro e hoje tem sua exploração restrita e regulamentada, apesar da grande utilização pelas ceramistas artesãos do Espírito Santo, para tingimento e impermeabilização das panelas de barro e utensílios domésticos. Na Malásia, está sendo utilizada para a produção de álcool, repelentes naturais e remédios. Na Flórida e Equador, é utilizada para a proteção de hidrovias e projetos de desenvolvimento e urbanização litorâneas.
  • 44. • Lagunculária racemosa (Mangue-Branco, mangue verdadeiro): É uma árvore pequena cujas folhas têm pecíolo vermelho com duas glândulas em sua parte superior, junto à lâmina da folha. Apresenta pneumatóforos menores do que os da Avicennia em média 10 cm de altura. Sua reprodução a exemplo dos outros gêneros, se dá através de propágulos e sementes. Seu poder germinativo pode durar aproximadamente 30 dias. É a espécie mais utilizada pelo caranguejo- uçá, para o cultivo de fungos e microorganismos, depois do apodrecimento das folhas no interior das tocas .
  • 45. Avicennia schaueriana (Conhecida também como Siriba, siriúba ou mangue preto)
  • 46. • Avicennia schaueriana (Conhecida também como Siriba, siriúba ou mangue preto): É uma árvore de casca lisa castanho-claro, que quando raspada mostra cor amarelada e apresenta folhas esbranquiçadas por baixo devido a presença de pequenas escamas. Localiza-se geralmente na parte protegida do manguezal, próxima a interface entre a água e a terra. Esse gênero é mais tolerante ás altas salinidades, elimina o sal do interior da planta através de estômatos localizados na superfície das folhas.
  • 47. O sistema radicular desenvolve-se horizontalmente, a poucos centímetros da superfície da lama e dessas raízes axiais saem ramificações que crescem eretas (aéreas), conhecidas como pneumatóforos, com a função de fazer a troca gasosa entre a planta e o meio ambiente. De reprodução vivípara através de sementes, que podem manter o seu potencial germinativo por até 100 dias, flutuando na água até encontrar local apropriado para o seu desenvolvimento. Avicennia germinas (Mangue Preto) São manguezais que desenvolvem-se melhor em ambientes de baixa salinidade. Possuem folhas com forma lanceolada e brilho bastante intenso.
  • 49. • Conocarpus erectus (Mangue-de-Botão, Bolota): É uma árvore cuja as folhas apresentam pecíolos ligeiramente alagados além das duas glândulas, semelhantes às da Lagunculária. Esta planta não apresenta grande tolerância a salinidade típica dos manguezais. Gênero menos comum e geralmente ocorre em local pedregoso ou com a presença de areia de praia e a maré ocorre ocasionalmente. São poucas as ocorrências dessa espécie no litoral brasileiro.
  • 50. IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREAS DE MANGUEZAL
  • 51. Os principais fatores que causam alterações nas propriedades físicas, químicas e biológicas do manguezal são: • Aterro e Desmatamento • Queimadas • Deposição de lixo • Lançamento de esgoto • Lançamentos de efluentes industriais • Dragagens • Construções de marinas • Pesca predatória
  • 52. PROTEÇÃO LEGAL DOS MANGUEZAIS O manguezal, ecossistema bem representado ao longo do litoral brasileiro, é considerado, no Brasil, como de preservação permanente, incluído em diversos dispositivos constitucionais (Constituição Federal e Constituições Estaduais) e infraconstitucionais ( leis, decretos, resoluções, convenções). A observação desses instrumentos legais impõe uma série de ordenações do uso e/ou de ações em áreas de manguezal (Schaeffer- Novelli,1994).
  • 53. • Constituição Federal de 1988, artigo 225. • Lei Federal nº 9.605/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. • Código Florestal – Lei nº 4.771/1965. • Lei Federal Nº 7.661/98, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. • Lei Estadual nº 9.931/1986 - Proteção das Áreas Estuarinas. • Resolução CONAMA nº 04/1985. Decreto Federal nº 750/93, que dispõe sobre o corte, a exploração, a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica.
  • 55. • Os próprios manguezais, no entanto, podem apresentar soluções para acidentes como o do rompimento de um oleoduto da Petrobras, em 2000, que gerou o derramamento de 1,3 milhão de litros de óleo na baía de Guanabara. Estudos desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), apoiados pela Fundação de Ensino Superior de Olinda e pelo Laboratório de Farmácia da Universidade Federal de Pernambuco, revelaram que 80% das bactérias do manguezal do rio Paratibe, que fica no município de Paulista (PE), podiam degradar petróleo e seus derivados, ou seja, diminuir os seus níveis em solos e aqüíferos contaminados
  • 56. • Em outro manguezal a 70 quilômetros dali, os pesquisadores verificaram que somente 5% dos microorganismos tinham a mesma capacidade de degradação. Segundo a pesquisa, isso se deve ao fato de o rio Paratibe ser bem mais poluído, recebendo efluentes industriais e esgotos domésticos. Assim, a maioria das bactérias do solo desse manguezal teria desenvolvido mecanismos de defesa contra substâncias químicas, para se adaptar ao ambiente em desequilíbrio. A pesquisa também analisou amostras de bactérias de manguezais do estado do Rio de Janeiro e constatou que os microorganismos da baía de Guanabara também podem recuperar o solo e a água afetados por derramamento de óleo.