1. Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais
Realização do Teste Rápido para HIV e Sífilis na Atenção Básica e
Aconselhamento em DST/Aids
Curso
Brasília – DF
2012
1
2. Sumário
Apresentação 03
Introdução 05
Matriz Pedagógica do curso 07
Unidade 1: HIV e Sífilis 08
Unidade 2: Acolhimento e Aconselhamento 09
Unidade 3: Teste Rápido para HIV e Sífilis 11
Unidade 4: Organização do Serviço 12
Unidade 5: Estratégia Pedagógica 13
Programação do Evento 14
ANEXOS
Atividades
Aconselhamento 23
Atividade para o Modulo Pedagogico 36
Planilha – atividade Reorganização dos Serviços 38
Textos-base
N° 1 Acolhimento e Aconselhamento no contexto do Pré- Natal 40
N° 2 Principais Vulnerabilidades e Riscos para a Infecção pelo HIV 42
N° 3 Reorganização dos Serviços 47
N° 4 Tecnovigilância 54
N° 5 Sistema de Qualidade e Biossegurança 56
N° 6 Sífilis 62
N° 7 Vírus da Imunodeficiência Humana - HIV 65
N° 8 Teste Rápido para HIV e Sífilis 70
N° 9 Estratégias de Mediação: Algumas Possibilidades para Provocar
Aprendizagem Significativa
2
85
3. Apresentação
O Ministério da Saúde orienta a atenção integral à saúde na perspectiva das Redes de Atenção à
Saúde (RAS). Alinhando as diretrizes nacionais da política de Atenção Integral à Saúde da Mulher,
fundamentadas na perspectiva de promoção e garantia do direito à saúde das mulheres em todos
os ciclos de vida, resguardadas as especificidades das diferentes faixas etárias e das distintas
populações, norteadas pela busca efetiva da igualdade e equidade de gênero, raça e etnia, e pela
ampliação do enfoque da saúde sexual e da saúde reprodutiva, fortalecendo a autonomia e
protagonismo das mulheres, lança em 2011 a Rede Cegonha (RC).
A RC consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher e criança, o direito à atenção
humanizada durante o pré-natal, parto/nascimento, aborto seguro, puerpério e atenção infantil
em todos os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Toma diversas ações
empreendidas locorregionalmente, mais especificamente aquelas relacionadas às Maternidades e
Redes Perinatais no campo da redução da Mortalidade Materna e Infantil, e amplia a qualificação
das práticas para o cenário da Atenção Básica. O Apoio Institucional figura como estratégia
metodológica capaz de favorecer a mudança da lógica hospitalocêntrica e tecnocrática de gestão e
atenção ao parto e nascimento.
A operacionalização da RC é orientada pela Portaria nº 1.459 de 24 de junho de 2011, que institui
a RC no âmbito do SUS, e pela Portaria nº 650 de 5 de outubro de 2011, que dispõe sobre os
Planos de Ação Regional e Municipal. A adesão e fases de execução da RC são gradativas em todo
o território nacional a partir de cenários epidemiológicos e grupos de indicadores (Mortalidade e
Morbidade, Atenção, Capacidade Hospitalar Instalada e Gestão), conforme autonomia dos
gestores de estados e municípios. A RC deve ser organizada de maneira a possibilitar o provimento
contínuo de ações de atenção à saúde materna e infantil para a população de determinado
território, mediante a articulação dos distintos pontos de atenção à saúde, do sistema de apoio,
do sistema logístico e da governança da rede de atenção à saúde, a partir das seguintes diretrizes:
I - garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do
acesso e melhoria da qualidade do pré-natal;
II - garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro;
III - garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento;
IV - garantia da atenção à saúde das crianças de zero a vinte e quatro meses com qualidade e
resolutividade; e
V - garantia de acesso às ações do planejamento reprodutivo.
A saúde é um direito constitucional traduzido pelo SUS na busca da ampliação do acesso,
qualificação das práticas em atenção primária, secundária e terciária, cuidado integral e utilização
de dispositivos organizacionais que favoreçam a descentralização e co-gestão.
A Política Nacional de Atenção Básica, portaria Nº 2.488, de 21 de Outubro de 2011, caracteriza-se
por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e
a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução
de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que
impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de
saúde das coletividades. E tem como fundamentos, ter território, acesso universal e contínuo aos
serviços de saúde, ser porta de entrada aberta e preferencial acolhendo os usuários e
promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde,
estabelecendo mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento, pressupõe uma lógica
de organização e funcionamento do serviço de saúde, que parte do princípio de que a unidade de
saúde deva receber e ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, adscrever os usuários
e desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita
3
4. garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. A Atenção Básica
deve cumprir algumas funções para contribuir com o funcionamento das Redes de Atenção à
Saúde, são elas:
I- Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de
descentralização e capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre necessária;
II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando
diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de
construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na perspectiva de
ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais;
III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos singulares, bem
como acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando
como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo
cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e
integrada com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando
também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais.
IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua
responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de
atenção à saúde, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das
necessidades de saúde dos usuários.
Compete ao Ministério da Saúde, de acordo com esta portaria no artigo VII - apoiar a articulação
de instituições, em parceria com as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito
Federal, para formação e garantia de educação permanente para os profissionais de saúde da
Atenção Básica.
Contudo a descentralização para a realização do Aconselhamento em DST/ HIV e a realização do
teste rápido para HIV e Sífilis na Atenção Básica se faz necessário.
4
5. Introdução
De acordo com o estudo de desempenho de diversas marcas de testes rápidos, discussão
com diversos segmentos da comunidade científica e instituições regulamentais, foi possível
validar um algoritmo para o diagnóstico da infecção pelo HIV, utilizando testes rápidos.
Com base nestas especificidades discutidas em segmentos fundamentais da sociedade, foi
publicada a portaria no 34/SVS/MS de 29/07/2005, que regulamentava o uso dos testes rápidos
como diagnóstico da infecção pelo HIV. Em virtude desta publicação, o Ministério da Saúde
promoveu inicialmente a implantação em locais de difícil acesso, uma vez que estas regiões não
dispunham de uma rede de serviços de saúde (inclusive laboratórios) que permitia o atendimento
eficiente e integral da demanda existente, dificultando, com isso, a assistência à saúde da
população.
A partir da experiência em regiões de difícil acesso foi possível observar o desempenho
dos profissionais de saúde capacitados, conforme o programa de treinamento do Ministério da
Saúde, em realizar a metodologia diagnóstica.
O bom desempenho destes profissionais fez com que o Ministério da Saúde implantasse
o diagnóstico da infecção pelo HIV - utilizando testes rápidos, nas maternidades, inicialmente nas
regiões norte e nordeste. Uma vez que esta estratégia promove a melhoria da assistência nestes
serviços de saúde, proporcionando as gestantes um acompanhamento especializado. As
parturientes hoje podem contar com esta metodologia que garante o diagnóstico para que
medidas de prevenção da transmissão vertical sejam tomadas, como a administração de
medicamentos e suspensão definitiva do aleitamento.
Com a implantação dessa estratégia alternativa e pioneira para implementação do acesso
ao diagnóstico da infecção pelo HIV, o Ministério da Saúde vem, mais uma vez cumprir os
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde: equidade e integralidade da assistência, bem
como da universalidade de acesso aos serviços de saúde.
É importante ressaltar que cabe ao Ministério da Saúde, juntamente com os estados e
municípios, a implantação dos testes rápidos nos serviços de saúde de acordo com um
cronograma de implantação a ser definido conjuntamente. Além disso, são de responsabilidade
desse órgão governamental a aquisição e distribuição dos insumos.
A partir da avaliação da implantação do teste rápido diagnóstico o Ministério da Saúde
publicou em 14/10/2010 a portaria nº151/SVS/MS modificando o diagnóstico sorológico do HIV,
tanto na fase laboratorial quanto na testagem rápida.
Os profissionais de saúde aptos a realizarem os testes rápidos como diagnóstico da
infecção pelo HIV deverão ser capacitados exclusivamente por multiplicadores treinados para a
replicação da técnica. Cabe ressaltar que o programa de capacitação deverá ser definido pelo
Ministério da Saúde em parceria com Programas Estaduais.
Com a análise dos resultados da utilização dos testes rápidos quanto a ampliação do
acesso ao diagnóstico do HIV, o Ministério da Saúde esta iniciando a implantação dos testes
rápidos nos serviços da Atenção Básica e também a oferta de testes rápidos para outros agravos,
como sífilis e Hepatites B e C.
A introdução dos testes rápidos para Sífilis e Hepatites B e C estão acontecendo de forma
gradual, pois há a necessidade de capacitação de profissionais nas metodologias e também
preparação do serviço para implantar esses insumos e atender adequadamente o paciente
quanto ao acolhimento, aconselhamento, testagem, encaminhamento e acompanhamento.
5
6. Os testes rápidos para Sífilis, assim como os testes rápidos para Hepatites B e C, são
utilizados como triagem sorológica, ou seja, há necessidade de exames laboratoriais
complementares para a finalização do diagnóstico.
Uma nova indicação dos testes rápidos para HIV e Sífilis esta no âmbito da Rede Cegonha,
no qual os testes serão implantados na atenção pré natal das gestantes, na primeira consulta, e
seus parceiros, caso a gestante obtenha resultado reagente em algum dos testes rápidos
ofertados.
Na Rede Cegonha, os testes rápidos para HIV e sífilis serão implantados de acordo com o
cronograma de adesão dos municípios à Rede Cegonha. Após adesão, os profissionais da Atenção
Básica deverão ser capacitados para execução dos testes, com aconselhamento, e os cuidados
necessários após testagem.
Outras informações sobre o processo de implantação e processos de trabalho serão
detalhadas nesse material e nos materiais de apoio.
Este material tem por objetivo auxiliar os profissionais de saúde que estão sendo
capacitados, para que os oriente na implantação dessas estratégias, abordando aspectos
inerentes à realização dos testes, a garantia da qualidade, a realização do aconselhamento pré e
pós-teste e treinamento de equipes de saúde.
6
7. 7
Matriz pedagógica do Curso
Sujeitos da Aprendizagem
Profissionais de saúde de nível superior que atuam no Sistema único de Saúde na realização
de teste rápido para HIV e Sífilis e Aconselhamento em DST/Aids.
Competências
Incorporar testagem rápida com acolhimento e aconselhamento das mulheres gestantes e
suas parcerias sexuais em caso de resultado reagente na primeira consulta do pré-natal,
instrumentalizando-as quanto aos seus direitos, decisões e possíveis impactos na sua saúde
sexual e saúde reprodutiva, garantindo respeito, sigilo e confidencialidade.
Objetivos do curso
Geral
· Formar multiplicadores para a implementação do diagnostico do HIV e triagem da sífilis
utilizando metodologia rápida e aconselhamento no âmbito da Rede Cegonha.
Específicos
· Desenvolver competências profissionais para que o multiplicador possa incorporar
testagem rápida com acolhimento e aconselhamento das mulheres,
instrumentalizando-as quanto aos seus direitos, decisões e possíveis impactos na saúde
sexual e saúde reprodutiva, garantindo respeito, sigilo e confidencialidade;
· Capacitar os multiplicadores em princípios e estratégias didático-pedagógicas para
qualificação técnica das equipes de atenção básica em testagem rápida;
· Fomentar a melhoria do acesso e da qualidade na Atenção Básica no âmbito da Rede
Cegonha.
Metodologias essenciais para o curso
· Exposição dialogada
· Metodologia de resolução de problemas
· Metodologias ativas
Avaliação da Aprendizagem
· Formadora: Avaliação realizada no decorrer do desenvolvimento do curso
· Final: Com finalidade de melhoria do curso
Carga horária: 32 horas
Unidades
Unidade 1: HIV e Sífilis
Unidade 2: Acolhimento e Aconselhamento
Unidade 3: Teste Rápido para HIV e Sífilis
Unidade 4: Organização do Serviço e Continuidade na Assistência
Unidade 5: Estratégia Pedagógica
8. Unidade 1: HIV e Sífilis
8
Carga horária: 3 horas
Objetivos:
Saber-fazer Saber-saber
Contribuir na execução das atividades de
testagem e aconselhamento
História Natural do HIV e da Sífilis
Conceito de Janela imunológica e sua
importância no diagnostico
Métodos de diagnostico, quais e quando usa-los.
Abordagem de parcerias
Contribuir para adoção de práticas que
garantam a qualidade do teste realizado
Conceito de especificidade e sensibilidade
dos métodos diagnósticos
Metodologias de controle de qualidade
externo e interno
Normas e práticas de biossegurança
Contribuir na realização do aconselhamento Janela Imunológica
Transmissão do HIV e Sífilis
Prevenção do HIV e Sífilis
Metodologias de prevenção
Abordagem de parcerias
9. Unidade 2: Acolhimento e Aconselhamento
9
Carga horária:8 horas
Competências
Dimensão Acolhimento:
· Acolher a mulher criando um ambiente de confiança e respeito com os profissionais da
equipe de Atenção Básica, responsabilizando-se pela integralidade do cuidado,
favorecendo o vínculo e a avaliação de vulnerabilidade, garantindo atenção resolutiva e
articulação com os outros serviços de saúde para a continuidade da assistência
(referência e contra-referência).
Dimensão Aconselhamento:
· Aconselhar a mulher e suas parcerias sexuais levando em conta suas expectativas,
avaliação de riscos e vulnerabilidades em DST, orientando-a e apoiando-a nas decisões a
partir dos resultados dos testes rápidos.
Saber-fazer Saber-saber
Escuta qualificada para identificação das
necessidades
Conceitos de acolhimento e a sua
importância no processo de criação de
vínculo com o serviço;
Identificação de necessidades da usuária com
base em questões chaves;
Dar encaminhamento resolutivo, inclusive,
Articulando com outros pontos de atenção
Ações e finalidade de encaminhamento
Criar ambiente propício para confiança e
diálogo de forma a criar vínculos e adesão ao
serviço
Estratégia para a criação de ambientes e
formas de comunicação
Apoiar emocionalmente a mulher no
processo de testagem
Impactos psicossociais da gravidez, da
infecção do HIV e outras DST
Alterações emocionais e sentimentos
Instrumentalizar a mulher com informações
que contribuem em suas decisões
Direitos, Saúde sexual e reprodutiva
Janela imunológica
Especificidades do HIV e da Sífilis
Prevenção da TV, HIV e Sífilis
Metodologias de prevenção
Abordagem de parcerias
Metodologia dos testes rápidos
Contribuir para Avaliação de risco e
vulnerabilidade
Conceito de risco e vulnerabilidade,
10. Práticas sexuais e uso de drogas associados
ao risco do HIV, sífilis e gravidez,
Comunicar resultado Aspectos essenciais dos resultados positivo e
negativo
10
Contribuir para adoção de práticas de
cuidado e de prevenção
Gerenciamento de risco
Uso correto dos insumos de prevenção
(preservativo masculino e feminino, gel
lubrificante e equipamento para uso de
drogas)
Aspectos da Vulnerabilidade de gênero e
violência sexual
Planejamento reprodutivo em caso de
resultado positivo ou negativo
11. Unidade 3: Teste Rápido para HIV e Sífilis
11
Carga horária: 8 horas
Competências
Realizar a triagem da sífilis, e o diagnóstico do HIV, utilizando a metodologia rápida,
emitir laudos e dar continuidade à assistência.
Saber-fazer Saber-saber
Compreender a metodologia dos testes
rápidos para HIV e Sífilis
Noções de imunocromatografia
Noções sobre reação antígeno e anticorpo
Coletar amostra Noções de biossegurança
Técnica de coleta de amostra de sangue
(punção digital);
Executar o teste Política de utilização dos testes rápidos na
Rede Cegonha
Conceito e metodologia dos testes rápidos;
Procedimentos de execução dos testes
rápidos HIV e Sífilis
Interpretar o resultado Critérios de interpretação
Registrar o resultado Procedimentos de registro
Finalidades do registro
Emitir o laudo Componentes de um laudo
Finalidades do laudo
Responsabilidade pela emissão
Sistema de Qualidade e Biossegurança Metodologias de controle de qualidade
externo e interno
Normas e práticas de biossegurança
Responsabilidade pela segurança individual e
pelo resultado emitido
Tecnovigilância Conhecer os objetivos e importância das
práticas de tecnovigilância
Fluxo de notificação de queixas técnicas (QT)
para o fabricante e para ANVISA.
Responsabilidade sobre a
qualidade/segurança do teste realizado
12. Unidade 4: Reorganização do Serviço e Continuidade na Assistência
12
Carga horária: 4 horas
Competências:
Reorganizar o trabalho de modo a incorporar a execução dos testes rápidos na rotina da
equipe de Atenção Básica, e adotar documentação para garantir o registro de todas as
etapas do processo.
Saber-fazer Saber-saber
Preparar documentos e formulários para
registro de dados
Tipos de formulários e suas finalidades
1 – Planilha para solicitação de testes
(entrada e saída)
2-Ficha de controle de estoque
3-Relatório de não conformidades
4-Controle de rubricas
5-Folha de trabalho de realização dos TR(
Teste Rápido)
6-Ficha de atendimento resumida do Fique
Sabendo
7-Relatório controle de temperatura de
ambiente
8-Relatório controle de temperatura de
geladeira
9-POP( Procedimento Operacional Padrão) de
processo de TR nos serviço
Gerenciar insumo Regras de controle, armazenamento e
solicitação de insumos.
Verificar infra-estrutura Materiais, espaço e recursos humanos
necessários para organização de serviço.
Definir fluxo e atribuições Responsabilidades, passos e interrelações
pessoais
Identificar e caracterizar a rede de atenção à
saúde
Redes de atenção à saúde
Encaminhar e acompanhar a gestante no
processo assistencial
Identificação da rede cuidado para gestante
com Sífilis e HIV e suas parcerias sexuais
positivas.
13. Unidade 5: Estratégia Pedagógica
13
Carga horária: 04 horas
Objetivos:
· Refletir acerca da estratégia pedagógica utilizada no curso
· Contextualizar o processo de ensino aprendizagem na perspectiva da aprendizagem
significativa
· Discutir o planejamento e desenvolvimento do processo educativo a partir dos princípios
de intencionalidade, reciprocidade, significado e transcendência
· Conhecer a base normativa e conceitual que estrutura a organização dos processos de
gestão da educação na saúde – Educação Permanente em Saúde (EPS).
Saber – fazer Saber - saber
Planejar e desenvolver um processo
educativo na perspectiva da aprendizagem
significativa, utilizando a metodologia da
problematização
Conceito de competência a partir da
construção dos saberes: saber fazer, saber
saber, saber ser.
Aprendizagem significativa
Metodologia da Problematização -
representação, teorização e síntese.
Conceitos de intencionalidade, reciprocidade,
significado e transcendência no processo
ensino-aprendizagem.
Base normativa e conceitual da Política
Nacional de Educação Permanente em Saúde
(EPS)
14. Programação do evento
14
PRIMEIRO DIA
Tempo Participante Facilitador
8:30 Participe da atividade de abertura,
justificativas e objetivos da
capacitação
8:45 Participe da apresentação sobre
contextualização da Rede
Cegonha, a etapa de formação dos
multiplicadores, estrutura e
metodologia da capacitação
Pactue com a turma as regras de
convivência durante a capacitação
Coordene a apresentação e esclarecimento de
dúvidas sobre a contextualização da Rede
Cegonha e a etapa de formação dos
multiplicadores
Estabeleça em plenária o acordo de convivência
quanto a horários, pontualidade, participação,
respeito à fala do outro, uso de telefones
celulares, e frequênciaintegral como pré-requisito
para o recebimento de certificado,
dentre outros.
9:30 Participe da dinâmica de
apresentação
Coordene a dinâmica de apresentação do grupo
em plenária solicitando que os participantes se
agrupem a partir de características como:
· Estado/Município (de onde viemos?)
· Categoria profissional (quem somos?)
· Experiência em aconselhamento
· Experiência com o Teste Rápido
· Já se testou para o HIV?
· Você convive com uma pessoa portadora
do HIV?
· Você conhece alguém que sofreu
violência por ser homossexual?
· Você convive com alguém dependente
de drogas?
(caso esta atividade não seja retomada na
parte da tarde com acréscimo de perguntas,
incluir, no momento da manhã questões
como: Você utiliza preservativo em todas as
suas relações sexuais? Você usou
preservativo na sua última relação sexual?
Você já usou preservativo feminino? Você já
utilizou gel lubrificante numa relação
sexual?)
(Anexo I)
Perceba se as perguntas propiciaram um
conhecimento e integração mínimos entre os
15. 15
participantes e deixe o grupo à vontade para
comentários.
Ao retornarem a seus assentos solicite que cada
um escreva em uma folha de papel em branco
uma palavra sobre o que pensa a respeito da
Aids. Recolha os escritos para ser usado em
atividade posterior.
10:00
Participe da exposição dialogada
sobre os agravos HIV e Sífilis
Coordene a aula expositiva sobre os agravos,
ressalte os pontos mais importantes de cada um
deles:
· Historia natural (fasesclinicas)
· Transmissão
· Período de incubação
· Sinais e sintomas (gerais)
· Diagnósticosorológico
· Janelaimunológica
· Virulência
Almoço – 12:30 AS 14:00
14:00 Participe da discussão em plenária
sobre as representações sociais do
grupo a respeito da Aids
Sintetize os registros sobre o que o grupo
escreveu a respeito da AIDS no flipchart
agrupando sentimentos e percepções mais
negativas e as positivas. Aponte os aspectos que
diferenciam esta doença das outras (preconceito
e estigma, diversidade sexual, uso de drogas e
outros) e como o tratamento e a qualidade de
vida das pessoas que vivem com HIV/AIDS são
consideradas atualmente e os desafios que ainda
enfrentamos.
14:30
Participe da dinâmica de
sensibilização para a prática de
aconselhamento.
Coordene a atividade de sensibilização para a
prática do aconselhamento,
São três opções para este momento::
Características (continuidade da dinâmica da
manhã), Dinâmica da Festa ou a de
Concordo/Discordo (Anexo II)
Ao final da atividade solicite que os participantes
em plenária comentem sobre como se sentiram
e que aspectos relacionam com sua prática de
atendimento. Coordene a discussão.
15h Participe das atividades em
subgrupos:
1) Exemplifique situações de
vulnerabilidade nas
dimensões: individual, social
Solicite que os participantes se dividam em 4
subgrupos.
1) Oriente para que cada grupo discuta sobre
aspectos individuais, sociais e institucionais que
contribuem para que os indivíduos se infectem
16. 16
e institucional
2) Após concluir a síntese das
vulnerabilidades construir os
conceitos de acolhimento e
aconselhamento
pelo HIV e sífilis, a partir de situações do
cotidiano, circunstâncias e diferentes contextos
de vida.
Solicite a sistematização das discussões com uma
síntese organizada no flipchart.
2) Orientar os subgrupos para a construção dos
conceitos de acolhimento e aconselhamento a
partir do conhecimento de cada participante do
grupo.
Solicite o registro no flipchart para apresentação
e discussão em plenária no dia seguinte. (Anexo
III)
15 min Intervalo
17:00 Participe da atividade de
apresentação em plenária da
síntese das discussões sobre
situações de vulnerabilidade.
Participe da leitura coletiva e
discussão da parte dos conceitos
sobre vulnerabilidade constantes
do texto: “Principais
vulnerabilidades e riscos para a
infecção pelo HIV”.
Coordene a plenária solicitando aos grupos a
apresentação dos resultados da discussão.
Organize o debate geral, pontuando aspectos
que não foram explorados (gênero, uso de
drogas, hierarquia de riscos nas práticas sexuais)
Coordene a leitura coletiva da parte do conceito
de vulnerabilidade constante do texto:
“Principais vulnerabilidades e riscos para
infecção pelo HIV” (Anexo IV)
Destaque o aspecto da vulnerabilidade individual
como a área principal de atuação do
aconselhamento pré e pós-teste.
18:00 Encerramento do dia
SEGUNDO DIA
8:30
Participe da exposição dialogada
sobre os testes rápidos
Aborde noções básicas sobre os testes rápidos:
a) O que são?
b) Qual a finalidade?
c) Quando podem ser usados?
d) Normas técnicas
e) Procedimento de execução, interpretação de
resultados e emissão de laudos
e)Biossegurança e tecnovigilância
f) Controle de Qualidade
Discuta o passo-a-passo do processo de
execução dos testes e da garantia de qualidade
Reforce os critérios de segurança durante a
execução, principalmente quanto a obediência
ao protocolo (bula) de cada teste, respeitando
17. 17
volumes, tempo de incubação e leitura, lotes,
validades, etc
Discuta os resultados esperados e o que fazer no
caso de resultado duvidoso.
10:30 Intervalo
10h45 Continuação da exposição
dialogada
Continuação da exposição dialogada
Almoço 12:30 as 14:00
14:00*
*Caso haja
tempo no
período da
manhã, esta
fala deverá
ser
antecipada.
Participe da exposição dialogada
sobre linha de cuidado
Aborde informações:
a) Protocolo de testagem para HIV e Sífilis
durante o pré-natal, parto e pós parto;
b) Cuidados e tratamentos
c) Serviços de referência para
acompanhamento
14:45
Participe da atividade sobre o
acolhimento e aconselhamento
Participe da apresentação dos
conceitos de acolhimento e
aconselhamento formulados no
subgrupo
Participe de atividade de
sistematização sobre acolhimento
e aconselhamento
Coordene a atividade em plenária sobre
apresentação dos conceitos de acolhimento e
aconselhamento discutidas nos subgrupos
Considerar na discussão as principais
características que diferenciam o acolhimento do
aconselhamento
Para sistematizar o conhecimento dos conceitos
de ACO e ACS:
Opção 1: solicite o retorno aos subgrupos,
apresente o caso da gestante Anexo VI e solicite
que o grupo faça o atendimento do caso
considerando os conhecimentos aprendidos
sobre acolhimento e aconselhamento
Em plenária reserve alguns minutos para
comentários e esclarecimentos de dúvidas
Opção 2: Separe duas folhas em branco do
flipchart, uma com a palavra acolhimento e a
outra com a palavra aconselhamento e
disponibilize para os participantes targetas sobre
as características de acolhimento e
aconselhamento constantes do quadro
demonstrativo * e solicite que encaixem nas
folhas em branco.
Observe os erros e acertos e coordene discussão
final esclarecendo dúvidas que ainda forem
necessárias
18. Assista ao vídeo sobre “Anjos da
Asa Quebrada”
18
Apresente o vídeo “Anjos da Asa Quebrada” e
permita comentários se alguém o desejar.
16h15 Intervalo
16h30 Participe de atividade do
aconselhamento pré-teste
Participe da discussão em plenária
comentando sobre como
vivenciou a dinâmica.
Coordene a dinâmica do carrossel (Anexo VI) .
Solicite 5 vezes a mudança de lugar, altere a
posição de profissional para usuário e de usuário
para profissional sem mudar de cadeira e solicite
mais 5 vezes a rodada de lugar .
Coordene a discussão final, destacando aspectos
da relação profissional-usuário, acolhimento,
avaliação de risco, conteúdos sobre o teste,
janela imunológica, possíveis resultados,
sentimentos aflorados, orientação preventiva,
aspectos éticos e legais.
18h Encerramento do 2° dia
TERCEIRO DIA
09:00
Grupo 1
Participe de atividade sobre o
aconselhamento pós-teste:
entrega de resultado e orientação
preventiva
Prepare, em subgrupos, uma
dramatização de no máximo 10
min do aconselhamento pós-teste,
considerando a utilização do teste
rápido para diagnóstico do HIV, a
ficha de atendimento, entrega do
laudo diagnóstico e orientação
preventiva.
Apresente a dramatização e
participe da discussão.
Divida o grupo em 3 subgrupos e oriente a
definição de um caso de gestante para
dramatização do momento do aconselhamento
preenchendo a ficha de atendimento entregue
previamente.
Atenção:oriente um dos casos a dramatizar o pré
e pós teste.
Informe a cada subgrupo sobre qual resultado do
teste para cada caso, sendo que, um subgrupo
deverá dramatizar um caso com resultado
reagente para sífilis, um segundo não reagente
para HIV e um terceiro dramatize um resultado
reagente para HIV. Os resultados para cada
subgrupo podem ser conhecidos e informados
no momento da dramatização
Coordene a dramatização, aquecendo a
dupla, identificando as características
principais do usuário e do profissional .
Após a dramatização, coordene os
comentários, iniciando pelos
participantes observadores, os
protagonistas da cena e por último
comentários adicionais sobre conteúdos
importantes e que faltaram na
comunicação de resultado, orientação
preventiva e encaminhamento dos casos
19. 19
positivos.
Obs: Se houver dificuldade de algum grupo
definir uma situação sugira algum caso constante
do Anexo VII
15 min INTERVALO
10:30 Participe de atividade de
sistematização sobre o processo
de aconselhamento em DST/Aids
Apresentação em Power Point sobre Diretrizes
Nacionais sobre o Aconselhamento em
DST/Aids
Sugira como leitura complementar o texto PDF
Aconselhamento em DST/AIDS
12:00 ALMOÇO
14:00
Grupo 2
Repete a sequência de atividades
do grupo 1
Participe do processo de execução
dos testes rápidos
Separe todos os insumos
necessários para a realização dos
testes.
Preencha folha de trabalho com as
informações dos kits utilizados e
identificação do paciente. Você
encontra a folha de trabalho no
CD de apoio.
Pratique o manuseio da pipeta
que acompanha o kit.
Realize a técnica de punção
digital.
Apresentar as informações sobre biossegurança
e fornecer os EPIs.
Fazer demonstração dos componentes dos kits.
Orientar sobre preenchimento da folha de
trabalho.
Demonstrar a execução dos testes com amostra
venosa reagente e não reagente.
Interpretação dos resultados reagentes e não
reagentes.
Demonstrar modelos de laudos reagente e não
reagente para HIV e Sífilis.
20. Execute os testes conforme
instruções do fabricante.
Realize a leitura, interpretação e
transcrição dos resultados na
folha de trabalho.
20
Realize emissão de laudo.
QUARTO DIA
8h00 – 8h45 Participe da exposição dialogada
sobre a organização dos serviços e
da apresentação dos documentos
necessários para implantação do
teste rápido diagnóstico do HIV e
triagem de sífilis nas UBS
Apresentar as dimensões de organização de
serviços para a implantação do teste rápido
diagnóstico do HIV e triagem de sífilis nas UBS.
(Referencia: texto Reorganização dos Serviços)
Apresentar documentos e registros (como
exemplos):
1–Planilha para solicitação de testes (entrada e
saída)
2-Fichas de controle de estoque
3-Relatório de não conformidades
4-Controle de rubricas
5-Folha de trabalho de realização dos TR
6-Ficha de atendimento resumida do Fique
Sabendo
7-Relatório controle de temperatura de
ambiente
8-Relatório controle de temperatura de geladeira
9-POP de processo de TR nos serviço
8h45 – 9h15 Participe da atividade em grupo
sobre implantação dos testes
rápidos nosServiços
Solicite que os participantes se dividam por
Estado. Oriente para que cada grupo aponte as
dificuldades no processo de implantação dos
testes e defina articulações e soluções possíveis.
Os participantes devem refletir sobre a
organização do Serviço e sobre as estratégias
para a implantação do TR de HIV e Sífilis nos
serviços.
Questões que poderão subsidiar as discussões
em grupo:
Quais são os passos para a implantação do TRD
HIV e triagem de sifilis na UBS? Que ações são
necessárias? Quem é o responsável por cada
uma delas? Em que prazo?
Qual a estrutura e insumos necessários?
Estimule que os grupos reflitam sobre os fluxos
de trabalho e sobre como a testagem rápida será
incorporada em sua rotina.
Solicite que os grupos sistematizem o que foi
discutido na planilha (anexa).
21. 15 min de intervalo
9h15 Apresente a sistematização das
21
discussões em grupo.
Sorteie 2 grupos que possam apresentar a
sistematização das discussões.
No Flipshart, escreva as dificuldadesque foram
levantados na discussão do grupo, apontando
articulações e soluções possíveis.
Após as apresentações, sugira que os demais
grupos incluam ou questionem o que foi
apresentado.
Estimule as participações com outras questões
que possam enriquecer o debate. O importante,
nesse momento é debater com a plenária.
Reforce a importância de pensar estratégias a
partir de contextos reais e possibilidades
concretas.
Intervalo as 10h
10:15 Em plenária, participar da
apresentação da Unidade
Pedagógica de modo a:
a) Retomar as discussões
desenvolvidas nas Unidades
Técnicas e relacioná-las com o
conceito de competência;
b) Associar a ideia de competência
ao saber-saber (conhecimento),
saber-fazer (habilidades) e saber-ser
(valores e postura), buscando
visualizar a competência descrita
para o curso de execução do TR
para HIV e Sífilis.
Estimular os participantes a retomar as
discussões das unidades técnicas, levando o
grupo a incrementar o conceito de competência
construído no início do curso:
a) O entendimento sobre competência
mudou ao longo do curso? Por quê?
Como você percebe a articulação dos
saberes na elaboração da competência?
b) Exemplifique uma competência e seus
saberes para o desenvolvimento de uma
atividade em saúde.
Individualmente ou aos pares,
refletir acerca do processo de
ensino aprendizagem proposto na
capacitação, buscando identificar:
a) quais os momentos em que há
discussão de conhecimentos
prévios, experiências, práticas a
respeito do tema proposto? Qual
a percepção acerca desse espaço
de discussão?
b) quais são os momentos em que
você pôde ampliar suas
perspectivas de análise e
resolução do problema? Houve
Conduzir análise na plenária acerca do processo
ensino aprendizagem vivenciado. A estratégia
para disparar essa discussão pode partir:
a) da análise da dramatização de avaliação,
quando ela trouxer uma atividade pedagógica
individual ou coletiva, ou
b) da análise da própria sequência de atividades
vivenciada durante o curso (que é a sugestão
descrita na comanda para os participantes), ou
c) da discussão de uma breve dramatização
acerca de ação educativa conduzida pelos
22. síntese de ideias?
profissionais no ambiente de trabalho
22
Discutir alguns elementos que perpassam a
prática educativa:
a) intencionalidade (quais são objetivos do
educador ao apresentar o conceito
escolhido? qual é a competência, o saber
que se deseja desenvolver?);
b) reciprocidade (que estratégias serão
usadas para promover nas pessoas a
reciprocidade com relação ao conceito?
de que modo estabelecer vínculo, co-responsabilizando,
implicando o sujeito
que aprende?);
c) significado (que aspectos do conceito
devem ser enfatizados para torna-lo
significativo para as pessoas? qual
sentido o aprendizado produz? );
d) transcendência (para quais outros
aspectos da vida profissional ou pessoal
esse conceito pode ser aplicado?).
13hs30min Participar da avaliação da Unidade
Pedagógica
Encerramento do Evento 14horas
24. Anexo I - Dinâmica de sensibilização para a prática de aconselhamento
Objetivo: Propiciar que o grupo vivencie alguns aspectos do aconselhamento
respondendo coletivamente a perguntas relacionadas com a prática do aconselhamento e seu
contexto no serviço.
Tempo: aproximadamente uma hora
Infraestrutura necessária: ambiente amplo (suficiente para o grupo mover-se em pé) com
24
cadeiras móveis.
Atividade: Solicite que o grupo ocupe o espaço destinado a atividade. Todos ficarão em
pé.
Para que o grupo entenda a dinâmica faça a primeira pergunta a título de aquecimento.
Solicite por exemplo que se dividam na sala segundo estado de residência. Os grupos devem estar
bem definidos na sala com fronteiras fáceis de serem identificadas. Deixe que as pessoas de um
mesmo estado e de pois município se encontrem espontaneamente sem sua ajuda.
Nas perguntas seguintes, proponha que as pessoas se dividam de acordo com
características como: categoria profissional, experiência em aconselhamento, experiência com o
TR, se já se testou para o HIV e outras.
O facilitador deve coibir a interferência do grupo, caso ocorra algum tipo de comentário
que possa constranger os demais integrantes, interferindo em seu posicionamento,
principalmente entre os colegas do mesmo município.
Apontar o respeito, a aceitação, o acolhimento, o respeito à diversidade como posturas
necessárias na brincadeira, aproveitando para fazer a correlação com a prática do
aconselhamento.
Perguntas norteadoras: que terá como objetivo a apresentação e integração dos
participantes
Estado/Município de origem
Observar que municípios ou serviços estão menos ou mais representados. Pessoas que vêm
sozinhas, representando seu município ou serviço vivenciarão maior dificuldade na
implantação do TRD HIV.
Categoria profissional
Em geral os grupos têm uma maioria de enfermeiros. Esta categoria tem se mostrado muito
aberta à implantação do TRD HIV e sífilis e é ela quem mais realiza o TRD HIV na maior parte
dos estados.
Descontrair o grupo apontando características das categorias profissionais representadas como
facilitadoras ou desafios na prática do aconselhamento. Lembrar que o destaque de
características é apenas um recurso para refletir e as características são generalizantes e
caricaturais. Exemplo: biomédicos, bioquímicos, biólogos costumam trabalhar com amostras
biológicas e tem pouco ou nenhum contato com pacientes. Enfermeiros “adoram” protocolos e
rotinas pré-estabelecidas. Psicólogos tendem a valorizar todo tipo de demanda e perdem o
foco do trabalho em DST/AIDS.
Experiência na realização do aconselhamento em DST/AIDS
Aproveite para contratar com o grupo o apoio dos mais experientes no desenrolar das atividades
futuras e faça um combinado com os menos experientes que aproveitem ao máximo o tempo
destinado às discussões de aconselhamento para tirarem dúvidas e proporem questões sem
inibição.
Experiência na realização do TR
25. Você já fez teste anti-HIV?
Depois que o grupo se separar em sim e não, perguntar se aqueles que fizeram o teste foi por
terem vivenciado alguma uma situação de risco. Neste momento alguns se deslocam para o
grupo do não. Relacionar a relação entre viver situação de risco e decidir se testar por conta
dela... uma longa distância.
Você convive ou conviveu com uma pessoa portadora do HIV? - Considerar parentes, amigos,
vizinhos, conhecidos – “paciente do serviço não vale”. Na sala separar quem conhece, dos que
não conhecem. Na sequência, pode-se separar aqueles que já perderam alguém com HIV/AIDS e
refletir sobre a interferência ou não, na prática do aconselhamento da vivência da perda e
proximidade de alguém que vive com HIV.
Você conhece ou conheceu alguém que sofreu violência por ser homossexual? Considerar
parentes, amigos, vizinhos, conhecidos – “paciente do serviço não vale”. Depois que o grupo se
separar em sim e não, voltar-se para o grupo do não e complementar: “e se eu disser que a
vivência de discriminação também é uma violência alguém muda de grupo?” Aproveitar a
oportunidade para refletir que muitos participantes não incluem a discriminação na categoria de
violência e que a maioria identifica apenas a violência física como determinante para posicionar-se
na sala. Relacionar esses aspectos com a prática de aconselhamento. Será fácil aos usuários
expressarem que não são heterossexuais? A importância do não julgamento e acolhimento da
diversidade.
Facilitador: Observe se as perguntas propiciaram descontração, conhecimento e integração
mínimos entre os participantes.
25
26. 26
Anexo II :
Opção 1 Dinâmica da festa
Objetivo: Sensibilizar para o risco de exposição sexual ao HIV e às demais DST
Descrição da atividade:
Entregar para cada um dos participantes uma folha em branco com apenas uma figura já
desenhada pelo facilitador. Para cada grupo de 10 participantes, o facilitador deve desenhar a
seguinte sequencia:
· Triangulo: Sifilis
· Retângulo: Gonorreia
· “X”: HIV
· “X” circulado: HIV com preservativo
· Triângulo circulado: Sífilis com preservativo
· Estrela: sadio
· Estrela circulado: sadio com preservativo
· Quadrado: Hepatites B e C
Repeti-la conforme o numero de participantes O facilitador coloca uma musica e os participantes
devem andar ou dançar pela sala. Num determinado momento, o facilitador para a musica e
solicita aos participantes que parem e copiem o desenho e os n0mes dos colegas que estiverem
mais próximos.Esse processo deverá ser repetido 2 ou 3 vezes.
Encerrada a atividade, o facilitador pergunta ao grupo qual o suposto significado das figuras,
antes de revela-los (circulo = pessoa sadia; quadrado = portador de DST; triangulo = portador de
HIV; figura com “ponto no meio” = uso de preservativo). Facilita a discussão, estando atento aos
seguintes pontos:
· Avaliação do grau de risco a que se expuseram
· É possível prever quem é ou quem não é portador de DST ou do HIV?
· Quais fatores poderiam aumentar ou diminuir as vulnerabilidades dos contatos.
· Sentimentos envolvidos após a revelação da exposição aos riscos.
Material: aparelho de som, caneta ou lápis, “Cartão de contatos”
Tempo: 30 minutos
Opcão 2 Dinâmica do concordo/discordo
Objetivo: refletir sobre a construção sociocultural dos preconceitos, mitos e tabus
Descrição da atividade
O facilitador mostra que na sala estão afixados dois cartazes. “Confortável/ concordo” e
“desconfortável/ discordo”, e informa que o grupo que fará a leitura de uma série de frases que
serão discutidos. Pede às pessoas que se posicionem, livremente, junto ao cartaz que melhor
expresse seu sentimento em relação ao que for lido e que observem o que acontece com os
outros e consigo mesmo. Não existe posicionamento intermediário. O facilitador só passa à
leitura da frase seguinte depois que todos estiverem posicionados e tiver registrado o numero de
pessoas que permaneceram em cada um dos lados.
Encerrado o exercício, a experiência é compartilhada com o grupo e o facilitador media a
discussão, estando atento aos seguintes pontos:
· Contradições entre a norma social e a prática de vida
· As regras sociais e culturais são variadas e determinadas em cada situação
27. · As regras sociais e culturais têm força coercitiva, mas não são imutáveis
· A importância de termos clareza sobre as nossas posições e sentimentos frente aos
27
preconceitos, mitos e tabus
· Observar que existem experiências humanas sobre as quais há muita polêmica e pouco
consenso
Material: dois cartazes, um com a palavra “confortável/concordo” e outro com
“desconfortável/discordo”, fita adesiva e lista de frases.
Tempo: 50 a 60 minutos
Sugestões de frases
· A maioria das mulheres não se protege da aids porque o uso da camisinha depende do
homem
· As relações extraconjugais são aceitáveis para ambas as partes desde que não ameacem a
relação
· A masturbação faz bem à saúde
· A aids nada mais é que uma punição por um comportamento irresponsável
· Uma pessoa pode estar apaixonada por duas pessoas ao mesmo tempo
· As relações homossexuais não são normais
· A virgindade é um fator importante para o êxito do casamento
· Meu parceiro (minha parceira) está envolvido(a) com outra pessoa
· Todo HIV positivo tem alguma culpa por sua infecção
· A mulher tem menos necessidades sexuais do que o homem
· As pessoas portadoras de HIV que continuam a ter relações sexuais sem proteção
deveriam ser presas
· Toda pessoa que usa uma droga “leve” acaba usando uma droga “pesada”
· Nos dias de hoje, é uma irresponsabilidade ter relações sexuais sem camisinha
· Minha filha arrumou uma namorada
· As pessoas que usam camisinha para se proteger do HIV são estimuladas a ter um
comportamento promíscuo
· Eu só me casaria com quem já tivesse tido relações sexuais
28. Anexo III - Atividade sobre conceito de vulnerabilidade
Solicite que os participantes se dividam em 4 subgrupos.
Parte 1- Oriente para que cada grupo discuta sobre aspectos individuais, sociais e institucionais
que contribuem para que os indivíduos se infectem pelo HIV e sífilis, sistematizando exemplos no
flip chart, bem como, levantando questões de como avaliar as diferentes vulnerabilidades para
apresentação em plenária.
Coordene a plenária solicitando aos grupos a apresentação dos resultados da discussão em
subgrupo. Organize o debate geral. Explore aspectos relacionados às questões de gênero que
aumentam a vulnerabilidade da mulher, desigualdade, hierarquia de riscos relacionada as
práticas sexuais e diferentes formas de uso de drogas .
28
29. Anexo IV – Leitura do Texto “Principais vulnerabilidades e riscos para a infecção pelo HIV”
Coordene a leitura coletiva da parte do texto sobre o conceito de vulnerabilidade e retome os
exemplos apresentados pelo grupo na atividade anterior para auxiliar na apropriação dos
conteúdos.
Destaque o aspecto da vulnerabilidade individual como a área principal de atuação do
aconselhamento pré e pós-teste.
29
30. Anexo V – Atividade sobre conceitos de acolhimento e aconselhamento
Parte 2 - Solicite que os subgrupos discutam o que sabem e construam os conceitos de
acolhimento e aconselhamento, registrem no flip chart para serem apresentados em plenária
Coordene a apresentação em plenária sobre os conceitos de acolhimento e aconselhamento.
Circule em vermelho as palavras chaves dos conceitos apresentados e aponte características que
coincidiram entre os grupos.
Sistematizacão dos conceitos de acolhimento e aconselhamento
30
31. 31
Anexo VI - Opção 1
Separe 2 folhas do flip chart, uma para acolhimento e outra para aconselhamento . Disponibilize
as targetas recortadas previamente sobre as características do ACO e ACS constantes do Quadro
Demonstrativo e solicite que os participantes disponham os conteúdos recortados com as
características dos dois conceitos nas folhas em branco relacionando o que se refere ao
acolhimento ou ao aconselhamento.
Considerar na discussão em plenária aspectos do aconselhamento nas suas dimensões éticas,
objetivos e componentes.
Anexo VI - Opção 2
Apresentação de um caso de gestante e identificação no atendimento dos aspectos do
acolhimento e aconselhamento
DISCUSSÃO DE CASO - GESTANTE
CARACTERISTICAS DO USUÁRIO
CARACTERISTICAS DO CONTEXTO
Gestante, 28 anos, chega com atraso
menstrual de 2 meses para consulta
ginecológica. Realizado TR de gravidez com
resultado positivo.
Possui parceiro fixo há 8 anos. Nos últimos 10
meses teve dois parceiros sexuais ocasionais.
Não costuma usar preservativo.
Nunca fez teste de HIV, nem de sífilis, embora
tenha tido 2 abortos anteriores. Relata
história de corrimento vaginal recorrente.
Parceiro fixo é usuário crônico de álcool.
UBS tradicional com 1 clinico, 2 pediatras, 2
ginecologistas, 3 enfermeiras, 5 auxiliares de
enfermagem, 1 dentista e 3 recepcionistas.
Funciona das 7 as 19 hs.
Realiza coleta de materiais biológicos todos os
dias das 7 as 8 hs.
O serviço já implantou a ação de acolhimento e
também executa a atividade de aconselhamento
quando ela se faz necessária.
EXERCÍCIO:
1) Estruture e detalhe (em passos), todo o atendimento a ser oferecido pelo serviço a este
usuário específico, isto é, indique tudo (cada ação) que o serviço e os profissionais desenvolverão
para BEM atendê-lo, utilizando de forma precisa e cuidadosa as tecnologias de ACOLHIMENTO E
ACONSELHAMENTO. Para desenvolver esse exercício, o grupo deve levar em consideração toda a
discussão teórica sobre a natureza, objetivos, especificidades e inserção das tecnologias de
ACOLHIMENTO E ACONSELHAMENTO neste caso específico.
a) Pensar no que deve ocorrer no momento de entrada do indivíduo ao serviço.
b) Em tudo que deve ocorrer antes da situação de testagem.
c) Em tudo que deve ocorrer depois da situação de testagem.
2) Das ações propostas e descritas por vocês, aonde identificamos a aplicação da tecnologia do
aconselhamento e de acolhimento?
3) O grupo visualiza alguma dificuldade para implantar ou executar estas tecnologias? Quais?
Como poderiam ser superadas?
32. 32
Anexo VII – Dinâmica do Carrossel
COORDENADOR:
· É recomendável que a dinâmica seja desenvolvida por 2 profissionais, um para
desenvolver a atividade e outro para observar e anotar os dados importantes para a
discussão final.
· O coordenador deverá ter claros os objetivos intrínsecos à encomenda da atividade, em
que contexto a dinâmica se insere no treinamento e com que população irá trabalhar.
· Requisitos do coordenador: conhecimento de coordenação de grupos, capacidade de
escuta e síntese.
Nº DE PARTICIPANTES: idealmente - máximo 26 pessoas
OBJETIVO GERAL:
· Propiciar aos participantes a vivência dos aspectos principais do aconselhamento pré-teste.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
· Refletir sobre as possibilidades de resultados de testes, suas implicações e condutas
adequadas para cada caso.
· Rever orientações técnicas e encaminhamentos.
· Reforçar os princípios e objetivos do acolhimento e aconselhamento.
· Trabalhar as questões subjetivas do profissional frente às situações de testes anti HIV,
sífilis, hepatites e outra DTS.
· Dar continência às demandas do grupo na exposição de seus sentimentos frente aos
processos dificultadores ou facilitadores que possam emergir durante as discussões.
ESTRATÉGIAS:
· Carrossel de aconselhamento.
· Plenária.
· Avaliação oral.
MATERIAIS:
Flip-chart, pincéis, casos pré-elaborados, cronômetro/relógio, cadeiras móveis.
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE:
1. Elaborar casos pequenos sobre as variadas temáticas e situações que ocorrem ou
possa ocorrer no serviço (HIV/AIDS, DST, gestante adulta, gestante adolescente, RD).
2. Recortá-los para uso na atividade.
3. Preparar dois círculos com as cadeiras, de modo que os participantes se posicionem
um de frente para o outro.
4. Separar o grupo de participantes em dois subgrupos.
5. Posicioná-los nas cadeiras em círculos, conforme o preparo prévio.
6. Distribuir os casos (um para cada participante). Orientá-los a ler individualmente,
incorporar a estória, e se quiserem, complementá-la conforme sua vivência,
necessidade ou criatividade sem sair do foco do caso.
7. Durante a atividade, o círculo interno é fixo.
8. O circulo externo é móvel.
9. Utilizar a técnica de troca de papéis: quando os participantes do grupo interno
desenvolvem o papel de aconselhando, os participantes do grupo externo
desenvolvem o papel de aconselhador e vice-versa.
10. O coordenador do grupo controla o tempo de “rodada” dos casos.
33. 11. Co-coordenador observa e anota o que ocorre no grupo para enriquecer as
discussões e apontar questões importantes que muitas vezes não são levantadas pelo
grupo.
12. O espaço de tempo para cada caso varia de 1 minuto no mínimo, a no máximo 2
33
minutos.
13. Todos participantes devem ser contemplados nos papéis de aconselhador e
aconselhando.
14. Abrir plenária de discussão.
15. Propiciar reflexões sobre todos os aspectos emergentes no grupo.
CASOS
1. Gestante, 24 anos com parceiro usuário de drogas injetáveis, presidiário cumprindo pena por
homicídio, se relaciona com ele e não faz uso do preservativo porque ele não gosta.
2. Mulher de 38 anos, grávida de 8 meses, tem 4 filhos, casada há 5 anos, compareceu para
fazer teste, solicitado no pré-natal, mas não acredita na possibilidade de pegar algo, já que
transa só com o marido.
3. Homem casado há 16 anos, há 2 meses teve um relacionamento extraconjugal com uma
colega de trabalho, usou preservativo, mas ele estourou. Está angustiado e ansioso, sentindo
cansaço, dores de cabeça e acredita ter se contaminado nesta relação, pois descobriu que
esta moça já saiu com vários outros homens do serviço.
4. Menina, grávida, 13 anos, grávida de 5 meses, nunca usou camisinha nem pílula. Acreditava
que não ia engravidar por ser “novinha”. O médico “mandou” fazer o teste de aids.
5. Evangélica, 24 anos, quarto ano de enfermagem, gestante de 4 meses. Não sabe como
enfrentar a igreja, a família. O namorado também é evangélico. Pensam em aborto, estão
confusos. Pensa: O que devemos fazer?
6. Adolescente, 17 anos, usuária de drogas injetáveis veio fazer o exame porque descobriu que
está grávida. Não sabe quem é o pai da criança.
7. Rapaz de 28 anos compareceu para realizar o teste para aids, pois encontra-se casado há 4
anos e esposa está gestante de 8 meses e teve seu resultado reagente para HIV. O casal
nunca usou camisinha.
8. Mulher evangélica de 46 anos, marido faleceu de aids, se submeteu ao teste anti HIV por
solicitação médica.
9. Homem casado há 5 anos, esposa está grávida. Há dois anos mantém um relacionamento
extraconjugal, não usa preservativo e agora descobriu que esta moça é portadora do HIV.
10. Mulher gestante de 3 meses, com resultado anti HIV indeterminado, o marido não aceita
fazer o teste.
11. Adolescente, 17 anos, tem um relacionamento a três, onde o casal tem mais ou menos 30
anos de idade e são casados, para ambos é a maravilha para o seu casamento, aquele algo
mais. O casal pediu que fizesse o teste.
12. Mulher, 33 anos, grávida de 3 meses, encaminhada pelo médico para fazer o teste para HIV.
Não sabe para que, pois só tem relação com o marido.
13. Moça de 24 anos teve duas relações sexuais na vida, usou preservativo nas duas, mas está
com muito medo, porque apareceu uma ferida na região da vagina, e tem certeza que é uma
DST, porque lê muito a respeito destas doenças.
14. Jovem, 19 anos, evangélica, gestante de 4 meses. Veio fazer o exame só porque o médico
pediu, diz: “meu marido não sai com outras pessoas”.
15. Mulher soropositiva há 10 anos. Não usa camisinha com seu marido. Quer um filho, está
gestante de 3 meses.
16. Mulher, 38 anos, vai ao ginecologista de 3 em 3 meses. Vai fazer o teste porque o médico
pediu para uma cirurgia. Só faz sexo com quem conhece, se é “limpinho” não usa camisinha.
17. Soronegativa, 28 anos, namorado é soropositivo, às vezes não usam preservativo, querem um
filho. Diz: “O que me aconselha?”
34. 18. Gestante de 6 meses, veio fazer o segundo teste para HIV (primeiro teste com resultado
negativo), pois relata que seu marido teve resultado reagente recentemente. E agora? O casal
nunca fez uso de preservativo
19. Homem chega ao serviço muito nervoso e desconfiado, sua esposa chegou em casa com um
pedido de teste anti HIV, falando que o médico pediu só porque ela está grávida, nunca viu
isso, está achando que ela “botou um par de enfeites na cabeça dele”.
20. Rapaz de 19 anos, teve relação há 2 dias, com uma prostituta, só recebeu sexo oral feito por
ela e está apavorado, porque lhe falaram que também se pega HIV deste jeito.
21. Rapaz de 22 anos veio fazer o teste porque a namorada pediu, para liberarem a camisinha.
22. Executivo, 38 anos, casamento estável, pai de 3 filhas adolescentes. Às vezes sai com
rapazes. Veio fazer o teste, pois está preocupado com a aids. Demonstra muita ansiedade
com a perspectiva do resultado.
23. Homem casado há 19 anos, nunca teve um relacionamento extraconjugal, esposa está
internada, falaram que ela é portadora do vírus HIV.
24. Rapaz de 23 anos, solteiro, se relaciona com duas mulheres casadas (cada qual desconhece a
existência da outra). Não usa preservativo porque confia nas duas e elas nele.
25. Rapaz 22 anos, homossexual, procura o serviço de DST com queixas de verrugas genitais e foi
indicado pelo médico a realizar o teste de HIV. Apresenta dificuldades em aceitar sua
homossexualidade, se culpa pelo HIV, expressa pensamentos suicidas.
26. Moça, 24 anos, usuária de crack, faz programas eventuais para conseguir a droga e nem
sempre usa preservativo. Não sabe quem é o pai do bebê.
27. Mulher de 50 anos, não sabe ler nem escrever. O marido com o qual foi casada durante 23
anos, faleceu há 4 dias e a mandaram fazer o teste por que disseram que ele morreu de aids.
28. Rapaz, 33 anos, sai com muitas mulheres, não uso camisinha porque “brocha”. Veio fazer o
teste após ter aparecido uma ferida no pênis.
29. Mulher de 21 anos, homossexual assumida, não usa proteção com a namorada. De vez em
quando faz programas com homens para faturar, nem sempre usa camisinha.
30. Travesti trabalha na noite fazendo programas na avenida, não tem hábito de usar camisinha,
porque não acredita em aids e nem em DST.
31. Usuário de drogas injetáveis veio fazer o exame porque “sua mina pediu”...
32. Homem de 56 anos, viúvo, bissexual ativo/passivo. Procurou o serviço por queixa de
vermelhidão no pênis, não tem o hábito de usar preservativos e freqüenta cinemas, saunas,
etc. Encaminhado para fazer teste de HIV.
33. Evangélica, 48 anos, o marido faleceu e não sabe de que, dizem que é de aids, vai realizar o
teste porque o médico pediu, mas não pretende fazer tratamento porque acima do homem
está DEUS, e tem certeza que ele a vai curar.
34. Adolescente de 12 anos, virgem, pai morreu de AIDS, mãe trouxe para fazer o teste.
35. Mulher de 23 anos solteira conheceu um rapaz, mas ele lhe falou que é portador do vírus HIV.
Está em dúvida se deve continuar neste relacionamento.
Coordene discussão final, destacando aspectos da relação profissional-usuário, acolhimento,
aspectos éticos e legais, sentimentos aflorados e os conteúdos sobre o teste, janela imunológica,
avaliação de risco e orientação preventiva.
Problematize sobre as mudanças no processo de aconselhamento com a utilização da testagem
rápida para o HIV.
34
35. Anexo VIII - Dramatização de situações de Aconselhamento pós-teste
35
Objetivos:
· Propiciar a vivência da prática de aconselhamento.
· Exercitar a capacidade de identificar componentes do aconselhamento.
· Reconhecer a possibilidade de múltiplas alternativas de intervenção.
Descrição da atividade:
O instrutor solicita que o grupo se divida em três subgrupos, pedindo que cada subgrupo
desenvolva uma situação de aconselhamento pós-teste preenchendo a ficha de atendimento
entregue neste momento. Um subgrupo deverá definir o caso com resultado reagente para HIV, o
2º subgrupo não-reagente para HIV e o 3º grupo com diagnóstico positivo para sífilis. Os
subgrupos devem escolher dois voluntários para a dramatização, sendo um dos personagens o
aconselhador e o outro, aquele que estará recebendo o resultado do teste. (40 min)
Durante a dramatização, o instrutor pode “congelar” a cena em alguns momentos,
perguntando ao personagem “aconselhador” o que acha que a “pessoa em atendimento” está
querendo e como pretende conduzir o atendimento. Faz essa mesma pergunta para alguns
observadores. Em seguida, pergunta ao personagem “usuário” o que ele está sentindo e o que
gostaria que o “aconselhador” fizesse. Solicita-os a continuar a cena, até achar conveniente
interromper. (máx 10 min)
Ao final de cada situação dramatizada, o instrutor solicita as pessoas que atuaram na
cena, a expressarem os sentimentos vivenciados em cena e pede a opinião dos observadores
quanto às posturas, atitudes e habilidades evidenciadas durante as dramatizações.
Durante a discussão, o instrutor reforça os aspectos positivos da cena e pontua
alternativas para intervenções indesejadas. Deve levar em conta a retomada de aspectos teóricos
já trabalhados e de outros, indicados nos casos sugeridos para dramatização.
Material: Sugestão de casos em anexo e/ou sugeridos pelo grupo.
Tempo: 180 minutos.
Sugestões de casos para dramatização (opcional)
CASO 1 (Aconselhamento pós-teste – resultado reagente para sífilis)
Mulher de 28 anos, casada, descobriu que está grávida de 3 meses. Foi encaminhada para fazer o
teste para HIV e sífilis. Relata que eventualmente faz programas e que o marido não sabe.
Costuma usar camisinha, a menos que o cliente pague mais para não a usar, mas refere que os
homens com quem costuma transar são saudáveis e de classe alta.
Profissional: Realizar aconselhamento pós-teste para HIV (resultado não reagente) e sífilis
(resultado positivo).
Aspectos importantes: Riscos de transmissão (vertical e horizontal), abordagem do parceiro,
aspectos éticos e legais, mitos e preconceitos, manejo de reações emocionais e orientação
preventiva na relação conjugal e de trabalho.
CASO 2 (Aconselhamento pós-teste - resultado reagente para HIV)
Mulher de 25 anos, casada há 3 anos com seu primeiro parceiro sexual. Ambos mantêm uma
relação de fidelidade e muito afeto. Está grávida há 5 meses e só agora foi para um serviço de
pré-natal.
36. Profissional: Realizar aconselhamento pós-teste para HIV (resultado reagente) e sífilis (resultado
negativo).
Aspectos importantes: Riscos de transmissão vertical e horizontal, uso profilático de
antirretrovirais durante a gestação e o parto, não amamentação, abordagem do parceiro, mitos e
preconceitos, manejo de reações emocionais e rede de apoio.
CASO 3 (Aconselhamento pós-teste - resultado não-reagente para HIV)
Mulher, 20 anos, grávida de 3 meses, usuária de crack, ex-usuária de drogas injetáveis.
Comparece a unidade básica de saúde para a 1ª consulta de pré-natal e realização de TR para HIV
e sífilis. Não sabe quem é o pai de seu filho. Já tentou parar de usar drogas, sem sucesso. A família
não sabe mais o que fazer.
Profissional: Realizar aconselhamento pós-teste para HIV (resultado não-reagente), gestão de
risco.
Aspectos contidos: Avaliação dos riscos, estratégia de redução de danos, rede de apoio,
referência a outros serviços, mitos e preconceitos.
CASO 4 (Atendimento ao parceiro)
Homem, 27 anos, casado, teve uma relação extraconjugal com uma mulher que está grávida de 4
meses. Procura atendimento no posto de saúde em função de uma ferida no pênis e após a
realização de TR para sífilis e HIV, recebe o resultado positivo de sífilis.
Profissional: Realizar aconselhamento pós-teste para sífilis (reagente) e HIV ( não reagente).
Aspectos importantes: Abordagem de parceiras, aspectos ético e legais, encaminhamento para
exames complementares, mitos e preconceitos.
36
37. Anexo VI X - Atividades para o módulo pedagógico
Orientações para o participante
Em plenária, participar da apresentação da Unidade Pedagógica de modo a:
a) Retomar as discussões desenvolvidas nas Unidades Técnicas e relacioná-las com o conceito de
competência;
b) Associar a ideia de competência ao saber-saber (conhecimento), saber-fazer (habilidades) e
saber-ser (valores e postura), buscando visualizar a competência descrita para o Curso
“Realização do Teste Rápido para HIV e Sifilis na Atenção Básica e Aconselhamento em DST/Aids”
2. Individualmente ou aos pares, refletir acerca do processo de ensino aprendizagem proposto na
capacitação, buscando identificar:
a) quais os momentos em que há discussão de conhecimentos prévios, experiências, práticas a
respeito do tema proposto? Qual a percepção acerca desse espaço de discussão?
b) quais são os momentos em que você pôde ampliar suas perspectivas de análise e resolução do
problema? Houve síntese de ideias?
3. Participar da avaliação da Unidade Pedagógica.
37
Orientação para o facilitador
1. Estimular os participantes a retomar as discussões das unidades técnicas, levando o grupo
a construir o conceito de competência;
2. Explorar a necessidade de articulação entre os saberes para a construção da
competência, independente da natureza do trabalho (saúde, educação, artes, ciências
sociais). Indicar o processo de incorporação do conceito de competência nas áreas do
trabalho e educação.
Apresentar os objetivos e textos da Unidade Pedagógica, e localizar o grupo num duplo papel:
participante do curso e potencial multiplicador da proposta, justificando a discussão pedagógica.
Referência: texto “Estratégias de mediação: algumas possibilidades para provocar aprendizagem
significativa”
2. Conduzir análise plenária acerca do processo ensino aprendizagem vivenciado. A estratégia
para disparar essa discussão pode partir:
a) da análise da dramatização de avaliação, quando ela trouxer uma atividade pedagógica
individual ou coletiva, ou
b) da análise da própria sequência de atividades vivenciada durante o curso (que é a sugestão
descrita na comanda para os participantes), ou
c) da discussão de uma breve dramatização acerca de ação educativa conduzida pelos
profissionais no ambiente de trabalho.
38. Avaliar a melhor estratégia para subsidiar a discussão, lembrando que o objetivo é provocar a
reflexão acerca dos elementos do processo ensino aprendizagem, identificando propostas
educativas participativas ou verticalizadas, atividades que não equacionam bem prática e teoria,
ações que contribuem para autonomia do sujeito x atividades prescritivas, ações centradas na
figura do professor X atividades centradas do estudante. Destacar a partir das dicotomias das
metodologias utilizadas, os sentimentos provocados no sujeito que aprende, sua disponibilidade
para aprender. Qualificar as diferenças indicando os princípios da aprendizagem significativa,
estratégias que mobilizam o grupo para discussão, os momentos de representação, teorização e
síntese, que conduzem a problematização.
Discutir alguns elementos que perpassam a prática educativa:
· intencionalidade (quais são objetivos do educador ao apresentar o conceito escolhido?
qual é a competência, o saber que se deseja desenvolver?);
· reciprocidade (que estratégias serão usadas para promover nas pessoas a reciprocidade
com relação ao conceito? de que modo estabelecer vínculo, co-responsabilizando,
implicando o sujeito que aprende?);
· significado (que aspectos do conceito devem ser enfatizados para torna-lo significativo
para as pessoas? qual sentido o aprendizado produz? );
· transcendência (para quais outros aspectos da vida profissional ou pessoal esse conceito
38
pode ser aplicado?).
39. Anexo X - Instrumentos de planejamento para implantação do TR
39
Avaliar: O que
tenho?
O que
preciso?
Ações Responsáveis Prazo
Sensibilização
da gestão e
equipe
Espaço físico e
equipamentos
Disponibilidade
dos Insumos e
materiais de
apoio
Organização
do fluxo e
definição de
papéis
41. Texto de referência 1
Acolhimento e Aconselhamento no contexto do Pré- Natal
Nos serviços de saúde que prestam assistência ao pré-natal e puerpério as ações de
acolhimento e aconselhamento são imprescindíveis para reduzir as infecções e a transmissão
vertical.
O bom acolhimento contribui para o estabelecimento de vínculos com o serviço e com o
profissional de saúde, o que significa uma condição favorável para o aconselhamento se
desenvolver de forma mais efetiva. Sabemos que a gestante está com sua atenção voltada quase
que exclusivamente para a sua criança, porém os cuidados no pré-natal devem ser uma
oportunidade para discutir e orientar sobre as necessidades de forma integral, ou seja, que este
momento falar dos riscos para as doenças sexualmente transmissíveis poderá contribuir para
discernimento e consciência de situações pouco refletidas na vida e que pode ajudá-la a entender
certas dificuldades e melhor lidar com elas. Considerando este momento como uma ajuda
estruturada e personalizada a oferta do teste para o HIV deve ser bem explicada, pois este
exame tem um impacto importante, incluindo mudanças necessárias a serem feitas a partir de
um resultado positivo, que contrariam expectativas na maternidade para a maioria das mulheres,
como a amamentação e parto normal.
O aconselhamento a estas gestantes deve:
I. Promover reflexão da importância da realização das sorologias neste momento da vida
41
(gestação e momento do parto);
II. Discutir possíveis resultados e seus significados, bem como formas e importância do
tratamento;
III. Registrar em prontuário as formas de contato;
IV. Discutir possíveis formas de manter contato (contrato de sigilo) nos casos em que o serviço
de saúde necessitar passar informações;
V. Discutir a importância do diagnóstico e tratamento do parceiro sexual em caso de
resultados reagentes e discutir possíveis formas de manter contato nos casos em que o
serviço de saúde necessitar passar informações;
VI. Monitorar e documentar (prontuários e carteira da gestante) o tratamento administrado na
gestante e no seu parceiro sexual.
O envolvimento e abordagem da parceria sexual requerem cuidados especiais, pois a
mulher em idade reprodutiva ou gestante cujo parceiro sexual não foi diagnosticado e
tratado pode reinfectar esta mulher, possibilitando a transmissão da doença para o seu filho.
O Ministério da Saúde, reconhecendo a importância do papel do homem neste cenário,
vem estimulando os futuros pais a fazerem um “check-up” durante o pré-natal. O objetivo é
estimular os homens a se envolverem nos cuidados preventivos com a saúde e incentivá-los a
realizarem exames para diagnóstico precoce e tratamento de doenças que possam afetar a
saúde da mulher e, por conseqüência, a do bebê e eliminar a sífilis congênita.
A convocação do parceiro sexual deve ser voluntária e realizada de modo que toda a
informação permaneça confidencial após a paciente compreender a intenção desta ação.
Esta convocação pode ser feita através da gestante, que conversa com seu parceiro
sexual, ou por um profissional de saúde quando a gestante não se sentir apta a fazê-lo,
fornecendo autorização e informações sobre a melhor forma de convocá-lo.
42. Nos casos em que a gestante não se sentir apta a convocá-lo, o profissional deve
preferencialmente solicitar assinatura em prontuário, para a autorização de contato e da melhor
forma de realizá-lo.
Toda a convocação deve:
I. Ser discutida e consentida pela gestante;
II. Ter resolutividade quando da chegada do parceiro sexual ao serviço;
III. Garantir aconselhamento a ambos;
IV. Garantir tratamento e seguimento ambulatorial a ambos, quando indicado.
42
O profissional que irá atender deve:
I. Assumir uma postura acolhedora e não julgadora;
II. Reafirmar a confidencialidade e o sigilo das informações prestadas;
III. Identificar as crenças e os valores do cliente acerca das DST, HIV e aids;
IV. Utilizar linguagem compatível com a cultura do cliente;
V. Informar sobre o teste que será realizado;
VI. Informar sobre as possibilidades de resultados, procedimentos e conduta em caso de
resultado reagente;
VII. Conhecer informações específicas sobre a Sífilis Congênita;
VIII. Explicar as complicações decorrentes da não realização do tratamento ou deste ser
incompleto ou da automedicação;
IX. Monitorar e documentar a realização do tratamento.
43. Texto de referência 2
PRINCIPAIS VULNERABILIDADES E RISCOS PARA A INFECÇÃO PELO HIV
O aconselhamento para as DST/aids constitui-se num processo de diálogo entre o profissional de
saúde e o usuário do serviço acerca das vivencias deste em relação aos riscos de infecção pelo
HIV e das possibilidades de adoção de medidas preventivas. É preciso que o profissional de saúde
esteja atento para ouvir as vivências do usuário, suas experiências, dificuldades, dúvidas, crenças,
pois é isso que lhes permitirá identificar conjuntamente os contextos de vulnerabilidade e os
riscos presentes na vida de cada pessoa que busca o serviço, bem como as possibilidades de
proteção de que cada uma dispõe.
O que é risco?
É a probabilidade que indivíduos ou grupo de pessoas têm de adquirirem alguma doença. É um
conceito muito útil na epidemiologia, pois permite a quantificação das chances de adoecimento
desses indivíduos ou grupos e, assim, a elaboração de ações ou intervenções que reduzam essas
chances. No caso do HIV, por exemplo, podemos dizer que todas as pessoas que compartilham
seringas quando usam drogas injetáveis ou que têm relações sexuais sem camisinha correm o
risco de se infectar pelo HIV.
Apesar da grande importância deste conceito para compreendermos a epidemia de aids e muitas
outras doenças, é preciso levar em consideração que vivemos em uma sociedade dinâmica e
complexa e que, por isso mesmo, nem todos dispõem das mesmas possibilidades e condições de
se proteger de todos os riscos de adoecimento que existem. Muitas vezes, as pessoas vivem
situações de risco que independem de sua vontade. É para nos ajudar na compreensão dessas
situações que utilizamos a noção de vulnerabilidade.
O que é vulnerabilidade ?
É a interação de fatores individuais e coletivos que fazem com que diferentes pessoas e grupos
estejam mais ou menos suscetíveis a infecções e adoecimentos, uma vez que dispõem de maiores
ou menores possibilidades de se proteger ou se prevenir. Significa dizer, então, que todas as
pessoas estão suscetíveis a adquirir doenças ou a sofrer danos no dia a dia de suas vidas, mas
algumas têm maiores condições de evitá-las porque dispõem de mais recursos (informações,
emprego, renda, escolaridade) do que outras.
No caso do HIV e das outras DST, por exemplo, dificuldades econômicas podem impedir o acesso
de algumas pessoas ao preservativo e aos serviços de saúde, o que aumentará as chances dessas
pessoas terem mais relações sexuais desprotegidas do que aquelas que conseguem comprar os
preservativos. Outras situações que determinam diferentes vulnerabilidades entre as pessoas são
o acesso a ações e serviços de educação, a idade, o gênero, o acesso aos meios de informação,
entre outros.
Quando atuamos na perspectiva da vulnerabilidade estamos não apenas identificando
as situações em que as pessoas correm maior ou menor risco de se expor às DST, ao HIV
ou de fazer uso de drogas, mas sim, procurando compreender os diferentes contextos de vida e
contribuir para que cada pessoa perceba as chances que têm de se infectar ou se proteger.
43
44. Para melhor compreender os diferentes contextos de vulnerabilidade existentes, podemos
analisá-la a partir de 3 dimensões: individual, social e programática.
Vulnerabilidade Individual: refere-se aos conhecimentos e comportamentos de cada pessoa e que
as deixam mais ou menos expostas aos riscos de infecção pelo HIV. Alguns fatores relacionados a
essa dimensão da vulnerabilidade são: falta de acesso a informações e a atividades educativas
sobre as formas de transmissão e prevenção das DST/HIV; pouca motivação ou sensibilização
pessoal para avaliar e compreender os riscos de infecção a que estão expostas; pouca habilidade
para adotar medidas preventivas, incluindo hábitos de vida mais seguros.
É importante destacar, entretanto, que esses comportamentos não devem ser entendidos como
resultado apenas da vontade e da livre escolha de cada um, mas sim na sua relação com o
contexto em que vivem as pessoas e as condições que elas têm de modificar tais contextos.
Vulnerabilidade Social: refere-se às formas de organização de cada sociedade - suas crenças, seus
hábitos, seus costumes, a distribuição do poder entre os grupos - que faz com que pessoas
pertencentes a diferentes grupos sociais disponham de maior ou menor acesso aos recursos
materiais, à escola, aos serviços de saúde e com isso tenham mais ou menos chances de modificar
seus comportamentos e seus contextos de vida.
Por exemplo, nas sociedades em que as mulheres têm menor poder do que os homens – tem
menos oportunidades de irem à escola, recebem salários menores, são sobrecarregadas com os
cuidados da casa e da família – ela tendem a depender economicamente de seus companheiros
ou maridos e com isso passam a ter menores chances de negociar o uso do preservativo nas
relações sexuais. Outro exemplo seria nas sociedades em que as comunidades indígenas são
discriminadas pelos demais grupos. A discriminação poderá dificultar o acesso dessas
comunidades a bens como emprego, escola e serviços de saúde, fazendo com que dessa forma
tenham menores chances de obter informações e insumos para se prevenir do HIV.
Vulnerabilidade Programática: diz respeito ao compromisso dos governos e das instituições da
sociedade civil em desenvolver de ações voltadas para a promoção, prevenção e a recuperação
da saúde das populações, mobilizando os recursos (financeiros, humanos, políticos) necessários e
articulando essas ações. Quanto maior for esse comprometimento, maiores serão as chances das
pessoas terem acesso aos recursos de que necessitam para se protegerem ou se tratarem – no
caso do HIV, informações, preservativos, seringas, testagem, aconselhamento, medicamentos,
entre outros.
A existência, por exemplo, de ações de educação em saúde e de aconselhamento para HIV
voltadas para comunidades indígenas que respeitem seus valores e que possam ser traduzidas
para os idiomas dessas comunidades aumentam sensivelmente as possibilidades de seus
membros adotarem medidas de prevenção frente aos riscos de infecção que vivenciam.
Tendo essas reflexões em mente, podemos agora pensar sobre como abordar os riscos e
vulnerabilidades no processo de aconselhamento:
Práticas sexuais sem preservativos:
No Brasil, as ações desenvolvidas para a prevenção das DST/aids primam pela recomendação do
uso do preservativo em todas as relações sexuais. Abordagens que recomendam a diminuição do
número de parceiros, a abstinência e a fidelidade são pouco factíveis e viáveis e desrespeitam o
direito que cada pessoa tem de decidir quando e com quem se relacionar sexualmente e por isso
não compõem o elenco de estratégias voltadas para a prevenção no país.
Abordar as diversas práticas sexuais (anal, vaginal, oral), destacando as diferentes
vulnerabilidades masculinas e femininas (biológica e de gênero) é fundamental para que homens
e mulheres percebam as situações de risco que vivenciam, não apenas a partir do seu
comportamento sexual, mas também de suas parcerias (homo e/ou heterossexual).
44
45. É importante lembrar que diversas situações podem dificultar a negociação do uso do
preservativo, tais como a crença na fidelidade entre as parcerias estáveis, a pratica do sexo
comercial, a dependência econômica de um dos parceiros, a violência sexual, entre outros.
Uso de Drogas
O uso, o abuso e a dependência de substâncias psicoativas sempre estiveram sujeitos ao
julgamento moral. Entretanto, as pessoas que usam drogas têm direito, como todos os cidadãos,
de ter acesso aos serviços de saúde e de terem suas necessidades atendidas, sem que sejam
obrigadas a parar de usá-las.
É fundamental que os profissionais de saúde estejam dispostos a conversar com os usuários sobre
o uso de drogas sem julgá-los, perguntando objetivamente sobre isso, independentemente da
idade, pois este é um fator de vulnerabilidade importante e que muitas vezes não é revelado pelo
usuário por receio de denúncias à polícia e a família.
A ênfase exclusiva na abstinência como hábito saudável pode afastar o usuário do serviço, uma
vez que nem todos desejam ou conseguem parar de usar drogas. Ao longo dos atendimentos, é
preciso que sejam discutidas alternativas diversas para manutenção da saúde deste usuário, na
perspectiva da redução de danos. Quando a demanda para o tratamento visando à abstinência
for solicitada pelo próprio usuário é fundamental que o serviço conte com os mecanismos
necessários para encaminhá-lo a um serviço especializado.
No que concerne à prevenção do HIV, é importante também que sejam abordados o efeito do uso
de substâncias sobre as práticas sexuais. Muitas drogas - como álcool, maconha, cocaína, ecstasy
– alteram os sentidos e a percepção de risco dos usuários e podem dificultar o uso do
preservativo nas relações sexuais.
No caso das drogas injetáveis, o compartilhamento de agulhas, seringas e recipientes para a
diluição da droga (cocaína) são práticas de altíssimo risco para a infecção do HIV. Deve-se
recomendar a utilização de equipamentos individuais e, sempre que possível, disponibiliza-los nos
serviços de saúde.
Para o público que faz uso de drogas, a solicitação do teste de hepatites B e C, bem como as
orientações sobre vacinas e prevenção são fundamentais.
No caso dos usuários de drogas soropositivos com indicação para tratamento com anti-retrovirais,
é necessária atenção especial visando à adesão ao tratamento e ao esclarecimento de
que o uso de drogas não os impede de utilizar os medicamentos. A única droga que já se
observou interação com anti-retrovirais com graves conseqüências é o ecstasy. No caso do álcool,
sabe-se que seu uso concomitante com anti-retrovirais pode potencializar o desenvolvimento de
doenças hepáticas. No entanto, a suspensão do uso dos anti-retrovirais tem conseqüências muito
mais graves e não deve ser recomendada em função do uso de álcool.
Presença de outras Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST
A existência de uma DST aumenta as chances de uma pessoa se infectar pelo HIV, pois pode gerar
lesões nos órgãos genitais e diminuir a imunidade do portador de DST. Além disso, ter tido uma
DST significa que a pessoa não está usando a camisinha e, portanto, está se expondo ao HIV.
É importante que estas doenças sejam diagnosticadas precocemente e que sejam dadas
informações claras sobre elas aos usuários dos serviços de saúde. Os usuários devem ser
orientados sobre a importância do tratamento de suas parcerias e o serviço deve buscar formas
de promover o acesso dessas parcerias ao tratamento.
No caso das mulheres, em especial, é preciso alertar para a prevenção e tratamento da sífilis e as
conseqüências no caso de uma gravidez.
Abaixo estão algumas questões objetivas para uma avaliação de risco junto ao usuário.
Cabe ao profissional verificar a pertinência destas questões em cada atendimento.
45
46. Este roteiro não é uma “camisa de força” e, para que assim não pareça, é fundamental promover
um diálogo que permita a abordagem destes assuntos de forma que fique claro para o usuário
quais as situações que potencialmente o colocaram em risco de infectar-se pelo HIV ou por outras
DST. A partir desta compreensão ele poderá refletir sobre estratégias viáveis para prevenção dos
riscos por ele vivenciados e decidir se fará o teste anti-HIV.
Comportamento sexual pessoal
1. Quantos parceiros sexuais teve no último ano?
2. Praticou sexo com um parceiro novo ou diferente nos últimos três meses?
3. Tipo de relação sexual: sexo anal, vaginal e oral. Com ou sem proteção?
4. Teve qualquer outra DST no último ano?
Uso de droga
1. Usou álcool ou outras drogas antes ou durante o sexo? Quais? (Esta é uma questão importante
pelo fato das drogas poderem alterar a percepção de risco e atitude preventiva).
2. Usa droga injetável? Compartilha seringa e/ou equipamentos? (No uso de droga injetável,
compartilhar seringas e os demais equipamentos representa um alto risco de infectar-se ou
transmití-lo).
Outros fatores de risco pessoal1. Recebeu transfusão de sangue e/ou derivados ? Quando ?
2. Tem alguma tatuagem? Foi feita com material descartável ?
3. Participou de algum ritual que envolva o compartilhamento de objeto perfuro
cortante.
4. Outros fatores de risco.
Comportamentos dos parceiros (as) sexuais
1. Fazem sexo com outras pessoas ?
2. Têm ou já tiveram alguma DST ?
3. São portadores do HIV ?
4. Usam drogas ?
Atitudes de proteção do usuário
1. Quais são os cuidados que o usuário adota para proteção contra DST e
HIV?
2. Usa preservativo? Com que freqüência? Com quem?
3. Quais as dificuldades que o usuário enfrenta para adotar atitudes
preventivas?
Bibliografia:
Brasil. Ministério da Saúde. Ações de Prevenção ao HIV e outras DST na Atenção Básica à Saúde.
In: Cadernos de Atenção Básica – Programa de Saúde da Família. Caderno da Atenção Básica as
DST e Infecção pelo HIV/Aids. Brasília, 2003.
Brasil. Ministério da Saúde. Aconselhamento em DST/HIV/Aids para a Atenção Básica. Brasília,
2003.
46
47. Ayres, José Ricardo de Carvalho Mesquita; França Júnior, Ivan; Calazans, Gabriela Junqueira;
Saletti Filho, Heraldo César. O conceito de vulnerabilidade e as práticas de saúde: novas
perspectivas e desafios. In: Czeresnia, Dina; Freitas, Carlos Machado de. Promoção da saúde:
conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2003.
Meyer, Dagmar E. Estermann; Mello, Débora Falleiros de; Valadão, Marina Marcos; Ayres, José
Ricardo de Carvalho Mesquita. Você aprende. A gente ensina?": interrogando relações entre
educação e saúde desde a perspectiva da vulnerabilidade. Cad. Saúde Pública, Jun 2006, vol.22,
no.6.
47
48. Texto de Referência 3
48
Reorganização de Serviço.
Preparando a implantação do Teste Rápido Diagnóstico - TRD do HIV e Teste rápido triagem
para sífilis nos serviços de saúde e unidades básicas de saúde.
A implantação do TRD HIV e triagem de sífilis na unidade envolve adequação de aspectos
organizacionais e por vezes estruturais.
A primeira questão a refletir é:
O gestor, coordenação de atenção básica, área técnica saúde da mulher e coordenação de
DST/AIDS estão em articulação e apoiam a implantação do TRD HIV e triagem para sífilis no
âmbito da Rede Cegonha em seu município?
O apoio do gestor e articulação entre as coordenações citadas tem importância crucial para o
sucesso da implantação do TRD HIV e triagem para sífilis em seu município. Portanto o primeiro
passo é certificar-se deste movimento.
É importante lembrar que o profissional que está sendo capacitado para a realização do TRD HIV
e triagem para sífilis tem papel fundamental na implantação destes procedimentos em sua
unidade de origem. Ele deverá ser capaz de informar à gerência da unidade sobre aspectos a ser
considerados na implantação destas estratégias. Além disso, o profissional capacitado deverá ser
capaz de sensibilizar e esclarecer o que é, e como funciona o TRD HIV e a triagem para sífilis.
Portanto cada profissional tem a sua disposição a apostila e o material de apoio com as aulas
disponibilizadas em CD.
São quatro as dimensões a serem consideradas na implantação do TRD HIV e triagem para sífilis
nos serviços de saúde:
· Sensibilização da equipe, profissionais da unidade e divulgação dos procedimentos de
testagem rápida para público alvo e entre os usuários do serviço,
· Espaço físico e equipamentos,
· Disponibilidade dos insumos e material de apoio,
· Organização do fluxo e definição de papéis.
A seguir abordaremos cada dimensão em particular:
1. Sensibilização da equipe, profissionais da unidade e divulgação do TRD HIV e triagem da sífilis
para população alvo e entre os usuários do serviço.
Embora o processo de implantação no Brasil esteja em andamento desde 2004 ainda
enfrentamos resistências devidas ao desconhecimento dos profissionais acerca desta
metodologia diagnóstica. Por isso, no processo de implantação é preciso informar e esclarecer os
profissionais da unidade de saúde onde irá ocorrer a implantação da testagem rápida. Para tanto
49. podem ser utilizados os espaços de reunião além de outras estratégias. Parte desta divulgação
inclui a demonstração da metodologia, definição do público alvo – gestante, e parcerias sexuais
das gestantes com resultados reagentes e o esclarecimento de dúvidas. É importante que os
médicos sejam particularmente considerados nesta divulgação uma vez que eles devem ser
capazes de reconhecer a validade diagnóstica desta metodologia sem necessidade de realização
de testes confirmatórios posteriores.
Na unidade a implantação não pode ocorrer baseada em um único profissional. Desta forma é
importante envolver toda equipe de Atenção Básica no apoio de implantação dos testes.
Evidentemente a coordenação da equipe, a direção da unidade pode ser considerada pessoas-chave.
O processo de informar esclarecer profissionais de saúde pode levar vários encontros. Alguns
municípios têm aproveitado este momento para divulgar a estratégia para além das equipes que
irão realizar os procedimentos na rede municipal de saúde, laboratórios, coordenadores de
programas.
Outro aspecto é prever a divulgação do TRD HIV e triagem de sífilis para a população e
principalmente para os usuários do serviço onde será ofertado. O tema pode ser inserido em
trabalhos de grupo já existentes, trabalhos de sala de espera, exposição de cartazes, distribuição
de folders etc. É importante lembrar o papel estratégico dos profissionais, assim os mesmos
devem estar em condições para esclarecer as dúvidas de usuários durante as consultas e
atendimentos realizados na unidade.
Quanto à divulgação para a população em geral os municípios têm utilizado estratégias diversas
como informes por meio dos trabalhos dos Agentes Comunitários de Saúde, entrevistas em rádios
e TV local, utilizar carros de som, faixas, etc.
2. Adequação do espaço físico e aquisição de equipamentos
A primeira questão a ser definida neste aspecto é o local de realização do procedimento do teste.
Para implantação do processo de testagem rápida (acolhimento/cadastramento; aconselhamento
pré-teste; testagem rápida; entrega de resultado com aconselhamento pós-teste) em serviços de
saúde que irão inaugurar – estrutura física nova, a ambiência e os equipamentos poderão ser
instalados de maneira ideal ao funcionamento dos procedimentos de testagem. Em unidades
básicas de saúde e demais serviços já estruturados, o processo de testagem poderá ser
organizado conforme estrutura física pré-existente, contemplando as normas de biossegurança.
Quando o processo de testagem rápida for realizado em serviço de saúde pré-existente
recomendamos que a sala seja reservada para a realização do procedimento tenha piso lavável,
seja bem iluminada, tenha pia (não é obrigatório, mas recomendável). O fundamental é que a sala
tenha condições de higiene e garanta privacidade.
49
50. No entanto, muitas unidades sofrem com falta de espaço físico e não é necessário dispensar uma
sala exclusivamente para a realização do TRD HIV e triagem de sífilis. É necessário que a equipe
organize o processo de testagem rápida dentro da estrutura física disponível sendo possível
utilizar um carrinho móvel para execução dos TR em qualquer sala disponível na unidade (tipo
carrinho de emergência). Neste carrinho mantém-se todo o material necessário para realização
do TR - formulários, insumos de testagem, biossegurança e pop resumido atualizado. Os
materiais deverão estar acessíveis para equipe que executará os testes.
Na unidade é importante verificar a presença de equipamentos necessários à sua realização no
serviço: geladeira (se necessário), cronômetro, termômetro digital, aventais para funcionários,
mesa impermeável. No caso de utilizar-se a mesma geladeira que armazena as amostras até que
estas sejam enviadas ao laboratório utilizar estantes distintas colocando os testes na prateleira
superior da geladeira. Nunca armazenar os testes na geladeira com vacinas ou medicamentos.
2.1. Recomendação para organização em serviços novos, a serem inaugurados:
50
Recepção:
• 01 computador para cadastramento dos usuários (opcional);
• 01 impressora (opcional) – reservada para solucionar problemas referentes aos
laudos;
• 01 bebedouro
• Preservativos
Sala aconselhamento pré-teste
• 01 televisor – vídeos sala aconselhamento pré-teste (opcional);
• 01 DVD - vídeos sala aconselhamento pré-teste (opcional);
• Folders de prevenção ao HIV e sífilis,
• Folder sobre TR de HIV e triagem de sífilis,
• Folder TV do HIV e sífilis
Sala de testagem
• 01 Pia com água corrente
• 01 geladeira, se necessário
• Termômetro digital
• Cronometro ou relógio
• Mesa impermeável para testagem (caso não tenha bancada na sala)
• Bancada para apoio
• 01computador para digitar resultados de exames (opcional)
• 01 impressora para emissão de laudos (opcional)
• 01 lixeira (pelo menos 01)
51. • Testes rápidos HIV – T1 – Solicitados ao Departamento por meio planilha mensal
• Testes rápidos HIV – T2 - Solicitados ao Departamento por meio planilha mensal
• Testes rápidos sífilis - Solicitados ao Departamento por meio planilha mensal
• Álcool swab ou algodão e álcool gel
• Gaze
• Curativo adesivo
• Papel toalha
• 01 resma papel A4
• Canetas
• Luvas
• Avental ou jalecos
• Óculos de proteção
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Sala aconselhamento pós-teste
• Cadeiras para o aconselhador e o usuário
• Insumos de prevenção – Preservativos masculinos e feminino
3. Disponibilidade dos insumos para a realização do teste e material de apoio (formulários)
Pode parecer óbvio, mas nunca é demais se lembrar de verificar se todos os componentes
necessários à realização do algoritmo completo estão presentes:
· Testes,
· Tampões,
· Pipetas coletadoras
· Lancetas,
· Caixa de descarte,
· Material para limpeza,
· Luvas,
· Almotolia com soro fisiológico.
Lembre que parte da credibilidade e confiabilidade no teste depende de como o teste é realizado
e se os profissionais demonstram cuidados e domínio da técnica. Além dos insumos descritos
acima é necessária a preparação prévia dos formulários que serão utilizados no processo
(materiais de apoio):
· Planilha para solicitação de testes (entrada e saída)
· Ficha de controle de estoque,
· Relatórios de não conformidades
· Controle de rubricas
52. · Folha de trabalho de realização dos testes,
· Formulários para emissão de laudo diagnóstico,
· Fichas de atendimento,
· Registro controle de temperatura da geladeira e ambiente
· Formulários de cadastro de serviço
· POP de bancada e POP de serviços do diagnóstico do HIV e triagem de sífilis (POP
- Procedimento Operacional Padrão)
Este item foi especificamente abordado durante a capacitação e os modelos estão anexados
nesta apostila. Cada unidade deve inserir seus logos e adequar os formulários à sua realidade.
Lembrando que nenhum item pode ser retirado deles apenas acrescentados.
Além do material de apoio reiteramos aqui a importância de elaboração do POP abordado em
outro texto. Só relembrando, lembrar-se de manter a documentação do POP atualizada e
arquivada em local acessível.
4. Organização do fluxo e definição de papéis
Este item talvez seja o mais dinâmico e mutável no processo de implantação do teste. Trata-se de
definir com gerência do serviço, equipe e demais profissionais envolvidos o fluxo e papel de cada
um na oferta e realização do TRD HIV e triagem de sífilis no serviço de saúde. Para organizar o
fluxo considere as seguintes perguntas como guia:
Como será ofertado o teste rápido no serviço?
Qual o fluxo de atendimento para demanda espontânea?
Qual o fluxo de atendimento para gestantes para os quais o TRD HIV e triagem de sífilis serão
ofertados?
Onde será realizado o procedimento?
Quem realizará o TRD HIV e triagem de sífilis?
Quem realizará aconselhamento pré e pós-teste?
Onde serão armazenados os insumos?
Quem é responsável pelo controle de estoque dos testes e formulários utilizados?
Quem será responsável pelo controle da temperatura?
Quem é responsável por solicitar testes a Regional de Saúde, ou Central de Almoxarifado da
região?
Qual é o Serviço de Assistência Especializada em DST/Aids - SAE de referência para
encaminhamento das gestantes com resultados positivos para HIV?
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