O objetivo desse trabalho foi de descrever e analisar com base na obra de Freud, os pressupostos que permeiam o sujeito na tentativa de sua organização psíquica mesmo frente aos entraves que se apresentam ao cogitar as primeiras manifestações sexuais na infância; do impacto subjetivo das constatações que são feitas e do subterfúgio encontrado na relocação de uma pulsão extraviada à vista da não compreensão simbólica que a criança faz na primeira infância, ao passar pelo complexo de Édipo. Utilizando da prerrogativa Freudiana, procuramos delinear o percurso do viés que a pulsão sexual toma ao perpassar pela simbologia da consideração do falo na mulher. Sim, porque em qualquer caminho que se percorra durante o desenvolvimento infantil, tanto o da constatação da ausência fálica, quanto da renúncia de tal preposição, elenca-se um substituto para o falo que está em suspenso. Desta forma temos o Fetiche, como um mediador do ato sexual. A presunção infantil é tida então, como motriz do construto do Fetiche, e correlaciona a ele, todo o resgaste daquilo que permeou o psiquismo desde a infância. Traça-se assim, do resgate da Perversão Polimorfa no ato sexual do neurótico, por intermédio do Fetiche. A metodologia utilizada foi a pesquisa científica qualitativa de revisão de literatura, sendo a mais condizente com o tema abordado. Os materiais de pesquisa foram levantados por classificação de pertinência, perscrutando os textos estruturais da Psicanálise e analisando os artigos metodológicos, concluindo assim que a ocorrência do ato sexual, tanto para o perverso como para o neurótico, trata-se de um resgaste das fixações ocorridas no complexo de Édipo e na fase Fálica, argumento já determinado por Freud. Porém, através do enfoque dado ao Fetiche, clarificamos uma questão a tempos colocada, de que todo ato sexual é estritamente perverso em sua gênese, pois modula a pulsão que obstina o prazer com base na substituição de uma representação fálica que é retomada no ato sexual. O Fetiche então, compreendido como mediador do ato impugna o objeto e instaura subjetivamente um viés de subserviência, distinguindo a prática sexual de todos os pressupostos românticos de equivalência.