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FORMAÇÃO – Leitores
O Ministério dos Leitores da Palavra de Deus
“Os que servem ao altar, leitores, comentaristas e componentes do grupo coral exercem também um verdadeiro
ministério litúrgico.” (SC, 29)
Partindo dessas situações, o Leitor deve ser uma pessoa preparada, que tenha fé, cooperação e amor à Igreja. Participante
da Mesa da Palavra e da Mesa da Eucaristia; deve ser o primeiro ouvinte da Palavra proclamada. A própria Palavra já nos
diz: “Tornai-vos praticantes da Palavra e não simples ouvintes”(Tg 1,22); “a Palavra do Senhor continua seu caminho e é
glorificada” através do ministro (2 Ts 3,1); e “todo aquele que ouve a Palavra de Deus e a põe em prática é mãe e irmão de
Jesus”(Lc 8,21).
Portanto, o leitor é um ministro, um servidor da Palavra, um porta-voz de Deus, especificamente na proclamação da palavra
nas celebrações litúrgicas. Não fala em nome próprio. È canal de comunicação. Instrumento de ligação. Ponto entre Deus e seu
Povo e, através dele, Jesus Cristo que conhece o íntimo e o que passa com cada um, vai ao seu encontro.
1. Leitores e Leitoras
Não há celebração litúrgica sem ao menos uma breve leitura das Sagradas Escrituras;
· Quem deverá fazê-la?
· Quais os requisitos para poder ser leitor ou leitora?
a) A Resposta depende do tipo de comunidade e como ela está organizada:
· Em uma pequena comunidade, qualquer pessoa que saiba ler poderá fazer a Leitura;
· Onde existe uma equipe de liturgia organizada, as leituras são preparadas com bastante antecedência pelos leitores.
b) Quem são os leitores?
· Na Liturgia, os leitores são “Ministros”, ou seja, têm um ministério na celebração.
2. Que Ministério é esse?
· Os leitores e leitoras não existem para ajudar o padre, mas atuam a partir do seu BATISMO, fazendo parte da vida da Igreja.
· Não trabalham por conta própria, mas como representantes de Cristo, animados pelo Espírito Santo. “É Cristo mesmo que
fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja” (SC, 7).
· Os leitores não estão na Igreja só para aparecer. Trata-se de um serviço comunitário!
· Ministério significa isso: “Serviço”, função de servir!
O que é preciso saber para exercer bem esse Ministério?
· Conscientização da comunidade para a importância do ministério dos Leitores.
· Formação bíblica, litúrgica e catequética.
· Empenho para servir melhor aos irmãos e às irmãs.
· Responsabilidade para com o Ministério a ser assumido.
3. Como estamos nos comportando com relação à Palavra de Deus?
É bastante comum a gente chegar no início de uma celebração litúrgica e perceber que a Equipe de Celebração está procurando
leitores para a celebração...
· É muito comum também as leituras serem feitas diretamente dos folhetos, e não nos Livros Sagrados ;
· E tem padre que até beija o folheto ao final do Evangelho;
· Em alguns lugares, não tem nem estante própria para a Palavra de Deus.
· É muito comum ainda o leitor não se comunicar com a assembleia e o povo todo acompanhar a leitura lendo o folheto, cada
um por si.
· Em algumas comunidades, insiste-se para que todos tragam a Bíblia para fazer este acompanhamento individual.
· O que pensar de tudo isso?
SÓ UM EXEMPLO...
Numa bela manhã de domingo, destas em que a gente chega à Igreja e vê a equipe de acolhida toda
sorridente recebendo bem o pessoal da comunidade e os visitantes, o povo animado, os músicos já ensaiados e, o
mais importante, tudo preparado antecipadamente. Mas, mesmo estando tudo preparado, pode acontecer algo
inesperado. Um erro de leitura, por exemplo. E foi o que aconteceu.
O texto da primeira leitura era do livro do Êxodo (Ex 3). O versículo 2 diz que Moisés parou e ficou admirado
ao ver um braseiro fumegante. Na euforia patriótica do nosso leitor, ele nem se deu conta e, em vez de braseiro, leu
um “brasileiro”. Resultado: “Então Moisés se aproximou e viu um brasileiro fumegante”. Se nós, na igreja, ficamos
espantados, imagine Moisés que tão prematuramente via diante de si, um “brasileiro fumegante” no Monte Sinai.
a) Para que Deus realmente fale com seu povo, é preciso investir na formação de Ministros Leitores:
· Não é qualquer um que pode anunciar a Palavra de Deus.
· O anunciador deve ter condições para isso: boa voz, boa dicção e, principalmente, saber ler bem.
· Quem não reúne essas condições não pode ser leitor (a) nas celebrações.
· Quem ainda não tem essas condições precisa aprender a ler bem.
· Quando se fala em cursos, muita gente acha que é exagero ou exclusão, pois assim só algumas pessoas vão participar e os
outros ficarão de fora. Acham que é um privilégio para os que participam. NÃO É BEM ASSIM!
· Durante a celebração litúrgica não é lugar nem momento para treinamento de leitores (as).
· A Palavra de Deus merece todo o respeito e a melhor forma de respeitá-la é anunciá-la bem.
· E a assembleia merece todo o nosso respeito e o leitor (a) a respeita quando faz uma boa leitura!
· É falta de respeito para com a assembleia, destinar alguém que não sabe ler para fazer as leituras!
4. Fazer a leitura ou proclamar a Palavra?
· “Você pode fazer a leitura hoje?” É geralmente assim que abordamos uma pessoa para ler na Liturgia.
· Fazer uma leitura é relativamente fácil: se não houver palavras difíceis no texto e o leitor tiver um mínimo de prática, poderá
até se sair bem...
· Na liturgia, contudo, não se trata de “fazer a leitura”, simplesmente.
· Na liturgia, se PROCLAMA a Palavra de Deus!
Qual a diferença???
· LER:
Fazer a leitura significa ir à frente, ler o que está escrito, para informação minha e da comunidade. Ou no pior dos casos, é
apenas uma formalidade: celebração supõe leitura, alguém deve fazê-la; pouco importa se os presentes entenderam ou se foram
tocados pelo que ouviram.
· PROCLAMAR:
Proclamar a Palavra é um gesto sacramental. Coloco-me à serviço de Jesus Cristo que, através da minha leitura, da minha voz,
da minha comunicação... quer falar pessoalmente com seu povo reunido. Cristo “presente está pela sua Palavra, pois é ele
mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja” (SC, 7).
5. Uma realidade sacramental feita de sinais sensíveis
A presença de Jesus pela sua Palavra é uma presença simbólico-sacramental, ou seja, passa pelos sinais sensíveis...
· Assim, o leitor (a), o tom de voz, o lugar da proclamação, a comunicação entre leitor e ouvintes, a disposição em ouvir da
parte da assembleia... Tudo isso torna Jesus presente, quando se realiza a Liturgia da Palavra.
Na liturgia, pela força do Espírito Santo, os sinais realizam aquilo que significam! (Mas esta significação não é automática;
depende da compreensão)
Como poderá haver comunicação entre Jesus e o povo reunido, se acontece m erros e defeitos como:
* os microfones não funcionam bem?
* o leitor (a) não pronuncia direito as palavras?
* a estante da Palavra fica escondida atrás de um pilar ou se os leitores ficam escondidos atrás da estante?
* a leitura vem numa linguagem erudita (ou complicada) que o povo não acompanha?
* a homilia não ajuda a olhar a vida com os olhos de Deus?
6. Ministros e Ministras da Palavra:
· Leitura não é aula, não é informação, não é noticiário!...
· Leitura é Jesus Cristo presente com seu Espírito, falando na comunidade, anunciando o Reino, denunciando as injustiças,
convocando a comunidade para a renovação da Aliança, a conversão, a esperança, a ação...
· Por isso, alguém da comunidade é chamado a ser MINISTRO, servidor desta Palavra!
· Não só pelo conteúdo da leitura, mas por todo o modo de ser e de falar, de olhar e de se movimentar, que o leitor (a) deverá
ser no meio da comunidade, sinais vivos do Cristo-Palavra e do seu Espírito!
· Se fosse pelo conteúdo da leitura apenas, poderia ser mais interessante cada pessoa ler sozinha num folheto ou na Bíblia!
Mas não....
É evidente que o leitor (a) deverá meditar muito a leitura, em casa, para ser ministro da Palavra. Ele deverá, de alguma maneira,
“sumir” diante do Cristo a quem empresta sua voz e seu jeito de se comunicar!
· O leitor é também ouvinte: enquanto proclama a Palavra, ele também presta atenção para perceber o que o Espírito está
dizendo à Igreja, naquele dia.
· A leitura litúrgica é um acontecimento comunitário-sacramental. Jesus Cristo fala à comunidade reunida pela mediação do
leitor (a). E o Espírito está presente na pessoa que lê e está atuante também nos ouvintes para que acolham a Palavra em suas
vidas. Os ouvintes devem ouvir, escutar e acolher a Palavra. Ouvem as palavras proclamadas pelos leitores, e têm os olhos fixos
neles para não perderem nem uma vírgula, nem um sinal daquilo que é anunciado!
7. Proclamar a Palavra com os lábios e com o coração
· “O Senhor esteja em teu coração e em teus lábios para que possas anunciar dignamente o seu santo Evangelho: em nome do
Pai...”
· “Ó Deus todo poderoso, purificai-me o coração e os lábios para que eu anuncie dignamente o vosso santo Evangelho.”
· Os leitores deveriam inspira-se nestes dois textos para sua oração interior antes da proclamação das leituras.
Coração e lábios: por que?
· Coração: é nele que acolhemos a Palavra e o Espírito do Senhor que é amor. A proclamação deverá partir do coração.
· Lábios: são os instrumentos da comunicação. “Lábios” = todo o esforço feito para que a Palavra concebida no coração sob a
ação do Espírito possa atingir o coração dos ouvintes, possa gerar neles a Palavra que quer fazer-se carne outra vez em nossa
vida.
· “Lábios” significam: dicção, entonação de voz, ritmo, respiração, ênfase...
8. Formalismo: Doença que precisa de cura!
· A Liturgia da Palavra ainda sofre dessa doença muito séria: formalismo, rotina.
· A cura: redescobrir a Liturgia da Palavra como um diálogo vivo, amoroso e atual de Jesus com seus discípulos.
9. As várias leituras para cada Celebração
Existe um elenco de leituras próprias para cada celebração... O mais importante elenco é para as celebrações de domingo,
páscoa semanal dos Cristãos.
· Reforma Litúrgica: Preocupação de oferecer ao povo uma leitura das partes mais importantes das Sagradas Escrituras, ao
longo de três anos.
O Ciclo Trienal das Leituras: cada ano vem caracterizado pela proclamação de um dos evangelhos:
Ano A: Mateus - Ano B: Marcos - Ano C: Lucas
O Evangelho de João ocupará as festas e tempos fortes do ano litúrgico: advento, natal, quaresma e páscoa; e João também
completa o evangelho de Marcos no ano B
· É a partir dos evangelhos, que foram escolhidas as primeiras leituras para os domingos do tempo comum. O salmo
responsorial sempre se relaciona com a 1ª. leitura e o canto de aclamação geralmente é tirado do evangelho do dia.
· A 2ª. leitura é semi-contínua das cartas do Novo Testamento; não a preocupação de ligá-las com os outros textos bíblicos.
Há ligação de um domingo a outro.
Esquema para todos os Domingos:
1ª Leitura, Salmo, 2ª Leitura, Aclamação e Evangelho
E para os dias de Semana:
Para os dias de Semana, há um elenco de leituras para dois anos:
Anos pares e Anos ímpares. O Evangelho é o mesmo para cada ano (A, B ou C) o que muda é a 1ª. Leitura e o Salmo
10. Como preparar uma leitura?
a) Rezando a Palavra:
· Preparar com a Equipe de Celebração;
· Preparação Pessoal:
- O texto em si (a quem foi dirigido? Quem está falando? Com que objetivo? Qual o sentido do texto para nós, hoje?)
- É preciso entender o que se vai ler.
· Conhecer bem o texto: ler e reler...
b) Treinando o texto: grife as palavras mais importantes e a frase principal; marque as pausas e o silêncio; procure um tom de
voz que combine com o gênero literário (notícia de jornal é dita diferentemente de uma declaração de amor); dê ênfase nas
expressões mais importantes; observe o ritmo que mais combina com cada parte do texto; expire pelo nariz sem fazer barulho;
pronunciar bem cada palavra.
Quando estiver em frente à assembleia:
- Vá até ao Ambão com tranquilidade, segurança no andar e certeza na postura. O medo torna-se algo nítido e indesejável pela
assembleia
- Coloque-se de pé, com a cabeça erguida; costa reta para poder respirar melhor; mãos na estante ou os braços ao longo do
corpo. Nunca colocar as mãos para trás, no bolso ou braços cruzados. Posicionar bem as pernas para sustentar bem o corpo, e
nunca: cruzar as pernas, deixar os pés juntos, fazer gangorra ou pêndulo. Faça uma pequena reverência ao Livro Sagrado...
- Reúna o povo com um olhar. Através dos olhos se mostra a certeza e a verdade do que está falando. Não olhe com cara feia;
deixe que o rosto exprima os sentimentos de Jesus com seu povo. O semblante é a “televisão” ou tela do corpo. Cada
parte do seu rosto deve trabalhar para expressar o que está se proclamando; não exagerar e nunca ficar impassível. O leitor
deve proclamar de tal maneira que a leitura “aconteça” aos olhos da comunidade. O leitor que não entendo aquilo que está lendo,
transmitirá dúvidas a comunidade. Somente o leitor que conhece o que lê e crê no que lê será capaz de fazer da leitura da
Palavra um verdadeiro Anúncio.
Por fim, o microfone é o instrumento eficaz para este momento. Não precisa gritar nele, nem engolir toda a voz. Deixa-lo um ou
dois centímetros abaixo do rosto. Não se esquecer de ligá-lo e nunca bater nele. Fale sempre de maneira que a voz seja bem
captada.
Agora, seguem algumas dicas específicas para cada função dos Ministros da Palavra de Deus:
LEITORES
 Procurar saber qual leitura vai fazer. Observar escala, calendário paroquial etc.
 Observar “QUEM ESTÁ FALANDO” na Leitura. Há leituras próprias para homens e mulheres. Exemplo: “A minh’alma
engradece o Senhor...” foi Maria quem disse, por isso, é adequado que seja uma mulher. Outros exemplos são Cartas de São
Paulo (geralmente 2ª Leitura).
 Preparar a leitura com antecedência. Observar as palavras difíceis, procurar saber sua pronuncia correta. Treinar pontuação.
 A função do leitor não é LER a Palavra, e sim PROCLAMAR a Palavra! Para isto, pronunciar bem as palavras, sem pressa.
 A pessoa que proclama uma Leitura é INSTRUMENTO DE DEUS para anunciar sua Palavra à comunidade. Por isso, deve se
dar VALOR, IMPORTÂNCIA, sem esquecer da HUMILDADE! No momento da proclamação da leitura, o mais importante é a
PALAVRA e não pessoa que proclama.
 Dar o devido valor e respeito à Palavra. Ao se aproximar da Mesa da Palavra, fazer reverência quando iniciar e finalizar a sua
proclamação.
 Ao usar as Vestes Litúrgicas, os leitores são revestidos da graça de Deus e escolhidos no meio da comunidade para anunciar
sua Palavra. Ao se revestir, o leitor deve sentir em seu coração a pureza e humildade necessárias para exercer o seu ministério
na Liturgia.
 Não confundir “Palavra do Senhor” e “Palavra da Salvação”, nem use o plural: “Palavras do Senhor”.
 Posicione corretamente o microfone para que todos ouçam a proclamação. Microfone só amplifica o som. Se o leitor não abrir
a boca e pronunciar com voz firme (sem gritar!), de nada adiantará o som da Igreja.
PRECES DA COMUNIDADE
 Procurar saber quais são as preces com antecedência. Lendo o livro das preces ou as que equipe vai preparou.
 Se for mudar a resposta (ou cantar), comunicar o padre, o grupo de canto.
 Lembrando: vai ler as PRECES e não ÀS PRESSAS!
 Esperar o povo responder!
 Deixar a folha (ou folheto) com as preces no ambão, antes da celebração.
 Quem faz as preces não sai do ambão enquanto o padre não conclui com a oração.
 Ler as preces não significa ter menos valor que proclamar uma Leitura. Tais serviços são importantes na celebração litúrgica,
cada um no seu momento.
PARA CONCLUIR,
11 Conselhos bem simples que resumem este nosso estudo e que devem ser colocados em prática em nossas
celebrações:
1- Ler a leitura antes, em voz alta e várias vezes. Ler para entender o seu sentido, e para ver que entonação se deve dar a
cada frase( onde estão os pontos e as vírgulas.) Verificar se há palavras difíceis e qual a sua correta pronuncia.
2- Estar preparado e aproximar-se do ambão no momento oportuno, isto é, não quando se está a dizer ou a cantar outra
coisa. Procurar não vir de um lugar distante da igreja; se for necessário, deve aproximar-se DISCRETAMENTE, antes do
momento de subir.
3- Quando estiver diante do ambão, deve-se ter em conta a posição do corpo. Não leia com as mãos nos bolsos, ou atrás das
costas, ou com as pernas cruzadas...
4- Colocar-se à distância adequada do microfone para que a comunidade ouça bem a proclamação da palavra. Não
começar, portanto, enquanto o microfone não estiver ajustado à sua medida. E LEMBRE-SE: os ruídos que se fazem diante do
microfone são ampliados!!!!
5- Não começar a leitura sem que haja silêncio absoluto e as pessoas estejam realmente atentas.
6- LER DEVAGAR! O principal defeito dos leitores costuma ser precisamente esse: ler depressa.
7- Há que manter um tom geral de calma; ler fazendo pausas nas vírgulas e pontos; Fazer uma pausa mais longa antes de
dizer “Palavra do Senhor” (escutar a resposta da assembleia e voltar ao lugar)
8- VOCALIZAR, ou seja, remarcar cada sílaba, mover os lábios e a boca, não atropelar a leitura. SEM TEATRALIZAR!!
9- Não baixar o tom nos finais de frase. As últimas sílabas de cada frase têm que se ouvir tão bem quanto as demais.
10- Procurar ler com a cabeça levantada. O tom de voz será mais alto e, portanto, mais fácil de captar. (lembre-se da posição
do microfone)
11- Antes de começar a leitura, olhar a assembleia. No final dizer “Palavra do Senhor”, olhando a assembleia.

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Formação – leitores

  • 1. FORMAÇÃO – Leitores O Ministério dos Leitores da Palavra de Deus “Os que servem ao altar, leitores, comentaristas e componentes do grupo coral exercem também um verdadeiro ministério litúrgico.” (SC, 29) Partindo dessas situações, o Leitor deve ser uma pessoa preparada, que tenha fé, cooperação e amor à Igreja. Participante da Mesa da Palavra e da Mesa da Eucaristia; deve ser o primeiro ouvinte da Palavra proclamada. A própria Palavra já nos diz: “Tornai-vos praticantes da Palavra e não simples ouvintes”(Tg 1,22); “a Palavra do Senhor continua seu caminho e é glorificada” através do ministro (2 Ts 3,1); e “todo aquele que ouve a Palavra de Deus e a põe em prática é mãe e irmão de Jesus”(Lc 8,21). Portanto, o leitor é um ministro, um servidor da Palavra, um porta-voz de Deus, especificamente na proclamação da palavra nas celebrações litúrgicas. Não fala em nome próprio. È canal de comunicação. Instrumento de ligação. Ponto entre Deus e seu Povo e, através dele, Jesus Cristo que conhece o íntimo e o que passa com cada um, vai ao seu encontro. 1. Leitores e Leitoras Não há celebração litúrgica sem ao menos uma breve leitura das Sagradas Escrituras; · Quem deverá fazê-la? · Quais os requisitos para poder ser leitor ou leitora? a) A Resposta depende do tipo de comunidade e como ela está organizada: · Em uma pequena comunidade, qualquer pessoa que saiba ler poderá fazer a Leitura; · Onde existe uma equipe de liturgia organizada, as leituras são preparadas com bastante antecedência pelos leitores. b) Quem são os leitores? · Na Liturgia, os leitores são “Ministros”, ou seja, têm um ministério na celebração. 2. Que Ministério é esse? · Os leitores e leitoras não existem para ajudar o padre, mas atuam a partir do seu BATISMO, fazendo parte da vida da Igreja. · Não trabalham por conta própria, mas como representantes de Cristo, animados pelo Espírito Santo. “É Cristo mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja” (SC, 7). · Os leitores não estão na Igreja só para aparecer. Trata-se de um serviço comunitário! · Ministério significa isso: “Serviço”, função de servir! O que é preciso saber para exercer bem esse Ministério? · Conscientização da comunidade para a importância do ministério dos Leitores. · Formação bíblica, litúrgica e catequética. · Empenho para servir melhor aos irmãos e às irmãs. · Responsabilidade para com o Ministério a ser assumido. 3. Como estamos nos comportando com relação à Palavra de Deus? É bastante comum a gente chegar no início de uma celebração litúrgica e perceber que a Equipe de Celebração está procurando leitores para a celebração... · É muito comum também as leituras serem feitas diretamente dos folhetos, e não nos Livros Sagrados ; · E tem padre que até beija o folheto ao final do Evangelho; · Em alguns lugares, não tem nem estante própria para a Palavra de Deus. · É muito comum ainda o leitor não se comunicar com a assembleia e o povo todo acompanhar a leitura lendo o folheto, cada um por si. · Em algumas comunidades, insiste-se para que todos tragam a Bíblia para fazer este acompanhamento individual. · O que pensar de tudo isso?
  • 2. SÓ UM EXEMPLO... Numa bela manhã de domingo, destas em que a gente chega à Igreja e vê a equipe de acolhida toda sorridente recebendo bem o pessoal da comunidade e os visitantes, o povo animado, os músicos já ensaiados e, o mais importante, tudo preparado antecipadamente. Mas, mesmo estando tudo preparado, pode acontecer algo inesperado. Um erro de leitura, por exemplo. E foi o que aconteceu. O texto da primeira leitura era do livro do Êxodo (Ex 3). O versículo 2 diz que Moisés parou e ficou admirado ao ver um braseiro fumegante. Na euforia patriótica do nosso leitor, ele nem se deu conta e, em vez de braseiro, leu um “brasileiro”. Resultado: “Então Moisés se aproximou e viu um brasileiro fumegante”. Se nós, na igreja, ficamos espantados, imagine Moisés que tão prematuramente via diante de si, um “brasileiro fumegante” no Monte Sinai. a) Para que Deus realmente fale com seu povo, é preciso investir na formação de Ministros Leitores: · Não é qualquer um que pode anunciar a Palavra de Deus. · O anunciador deve ter condições para isso: boa voz, boa dicção e, principalmente, saber ler bem. · Quem não reúne essas condições não pode ser leitor (a) nas celebrações. · Quem ainda não tem essas condições precisa aprender a ler bem. · Quando se fala em cursos, muita gente acha que é exagero ou exclusão, pois assim só algumas pessoas vão participar e os outros ficarão de fora. Acham que é um privilégio para os que participam. NÃO É BEM ASSIM! · Durante a celebração litúrgica não é lugar nem momento para treinamento de leitores (as). · A Palavra de Deus merece todo o respeito e a melhor forma de respeitá-la é anunciá-la bem. · E a assembleia merece todo o nosso respeito e o leitor (a) a respeita quando faz uma boa leitura! · É falta de respeito para com a assembleia, destinar alguém que não sabe ler para fazer as leituras! 4. Fazer a leitura ou proclamar a Palavra? · “Você pode fazer a leitura hoje?” É geralmente assim que abordamos uma pessoa para ler na Liturgia. · Fazer uma leitura é relativamente fácil: se não houver palavras difíceis no texto e o leitor tiver um mínimo de prática, poderá até se sair bem... · Na liturgia, contudo, não se trata de “fazer a leitura”, simplesmente. · Na liturgia, se PROCLAMA a Palavra de Deus! Qual a diferença??? · LER: Fazer a leitura significa ir à frente, ler o que está escrito, para informação minha e da comunidade. Ou no pior dos casos, é apenas uma formalidade: celebração supõe leitura, alguém deve fazê-la; pouco importa se os presentes entenderam ou se foram tocados pelo que ouviram. · PROCLAMAR: Proclamar a Palavra é um gesto sacramental. Coloco-me à serviço de Jesus Cristo que, através da minha leitura, da minha voz, da minha comunicação... quer falar pessoalmente com seu povo reunido. Cristo “presente está pela sua Palavra, pois é ele mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja” (SC, 7). 5. Uma realidade sacramental feita de sinais sensíveis A presença de Jesus pela sua Palavra é uma presença simbólico-sacramental, ou seja, passa pelos sinais sensíveis... · Assim, o leitor (a), o tom de voz, o lugar da proclamação, a comunicação entre leitor e ouvintes, a disposição em ouvir da parte da assembleia... Tudo isso torna Jesus presente, quando se realiza a Liturgia da Palavra. Na liturgia, pela força do Espírito Santo, os sinais realizam aquilo que significam! (Mas esta significação não é automática; depende da compreensão) Como poderá haver comunicação entre Jesus e o povo reunido, se acontece m erros e defeitos como: * os microfones não funcionam bem? * o leitor (a) não pronuncia direito as palavras? * a estante da Palavra fica escondida atrás de um pilar ou se os leitores ficam escondidos atrás da estante? * a leitura vem numa linguagem erudita (ou complicada) que o povo não acompanha? * a homilia não ajuda a olhar a vida com os olhos de Deus? 6. Ministros e Ministras da Palavra: · Leitura não é aula, não é informação, não é noticiário!... · Leitura é Jesus Cristo presente com seu Espírito, falando na comunidade, anunciando o Reino, denunciando as injustiças, convocando a comunidade para a renovação da Aliança, a conversão, a esperança, a ação... · Por isso, alguém da comunidade é chamado a ser MINISTRO, servidor desta Palavra! · Não só pelo conteúdo da leitura, mas por todo o modo de ser e de falar, de olhar e de se movimentar, que o leitor (a) deverá ser no meio da comunidade, sinais vivos do Cristo-Palavra e do seu Espírito! · Se fosse pelo conteúdo da leitura apenas, poderia ser mais interessante cada pessoa ler sozinha num folheto ou na Bíblia! Mas não.... É evidente que o leitor (a) deverá meditar muito a leitura, em casa, para ser ministro da Palavra. Ele deverá, de alguma maneira, “sumir” diante do Cristo a quem empresta sua voz e seu jeito de se comunicar!
  • 3. · O leitor é também ouvinte: enquanto proclama a Palavra, ele também presta atenção para perceber o que o Espírito está dizendo à Igreja, naquele dia. · A leitura litúrgica é um acontecimento comunitário-sacramental. Jesus Cristo fala à comunidade reunida pela mediação do leitor (a). E o Espírito está presente na pessoa que lê e está atuante também nos ouvintes para que acolham a Palavra em suas vidas. Os ouvintes devem ouvir, escutar e acolher a Palavra. Ouvem as palavras proclamadas pelos leitores, e têm os olhos fixos neles para não perderem nem uma vírgula, nem um sinal daquilo que é anunciado! 7. Proclamar a Palavra com os lábios e com o coração · “O Senhor esteja em teu coração e em teus lábios para que possas anunciar dignamente o seu santo Evangelho: em nome do Pai...” · “Ó Deus todo poderoso, purificai-me o coração e os lábios para que eu anuncie dignamente o vosso santo Evangelho.” · Os leitores deveriam inspira-se nestes dois textos para sua oração interior antes da proclamação das leituras. Coração e lábios: por que? · Coração: é nele que acolhemos a Palavra e o Espírito do Senhor que é amor. A proclamação deverá partir do coração. · Lábios: são os instrumentos da comunicação. “Lábios” = todo o esforço feito para que a Palavra concebida no coração sob a ação do Espírito possa atingir o coração dos ouvintes, possa gerar neles a Palavra que quer fazer-se carne outra vez em nossa vida. · “Lábios” significam: dicção, entonação de voz, ritmo, respiração, ênfase... 8. Formalismo: Doença que precisa de cura! · A Liturgia da Palavra ainda sofre dessa doença muito séria: formalismo, rotina. · A cura: redescobrir a Liturgia da Palavra como um diálogo vivo, amoroso e atual de Jesus com seus discípulos. 9. As várias leituras para cada Celebração Existe um elenco de leituras próprias para cada celebração... O mais importante elenco é para as celebrações de domingo, páscoa semanal dos Cristãos. · Reforma Litúrgica: Preocupação de oferecer ao povo uma leitura das partes mais importantes das Sagradas Escrituras, ao longo de três anos. O Ciclo Trienal das Leituras: cada ano vem caracterizado pela proclamação de um dos evangelhos: Ano A: Mateus - Ano B: Marcos - Ano C: Lucas O Evangelho de João ocupará as festas e tempos fortes do ano litúrgico: advento, natal, quaresma e páscoa; e João também completa o evangelho de Marcos no ano B · É a partir dos evangelhos, que foram escolhidas as primeiras leituras para os domingos do tempo comum. O salmo responsorial sempre se relaciona com a 1ª. leitura e o canto de aclamação geralmente é tirado do evangelho do dia. · A 2ª. leitura é semi-contínua das cartas do Novo Testamento; não a preocupação de ligá-las com os outros textos bíblicos. Há ligação de um domingo a outro. Esquema para todos os Domingos: 1ª Leitura, Salmo, 2ª Leitura, Aclamação e Evangelho E para os dias de Semana: Para os dias de Semana, há um elenco de leituras para dois anos: Anos pares e Anos ímpares. O Evangelho é o mesmo para cada ano (A, B ou C) o que muda é a 1ª. Leitura e o Salmo 10. Como preparar uma leitura? a) Rezando a Palavra: · Preparar com a Equipe de Celebração; · Preparação Pessoal: - O texto em si (a quem foi dirigido? Quem está falando? Com que objetivo? Qual o sentido do texto para nós, hoje?) - É preciso entender o que se vai ler. · Conhecer bem o texto: ler e reler... b) Treinando o texto: grife as palavras mais importantes e a frase principal; marque as pausas e o silêncio; procure um tom de voz que combine com o gênero literário (notícia de jornal é dita diferentemente de uma declaração de amor); dê ênfase nas expressões mais importantes; observe o ritmo que mais combina com cada parte do texto; expire pelo nariz sem fazer barulho; pronunciar bem cada palavra. Quando estiver em frente à assembleia: - Vá até ao Ambão com tranquilidade, segurança no andar e certeza na postura. O medo torna-se algo nítido e indesejável pela assembleia - Coloque-se de pé, com a cabeça erguida; costa reta para poder respirar melhor; mãos na estante ou os braços ao longo do corpo. Nunca colocar as mãos para trás, no bolso ou braços cruzados. Posicionar bem as pernas para sustentar bem o corpo, e nunca: cruzar as pernas, deixar os pés juntos, fazer gangorra ou pêndulo. Faça uma pequena reverência ao Livro Sagrado... - Reúna o povo com um olhar. Através dos olhos se mostra a certeza e a verdade do que está falando. Não olhe com cara feia; deixe que o rosto exprima os sentimentos de Jesus com seu povo. O semblante é a “televisão” ou tela do corpo. Cada
  • 4. parte do seu rosto deve trabalhar para expressar o que está se proclamando; não exagerar e nunca ficar impassível. O leitor deve proclamar de tal maneira que a leitura “aconteça” aos olhos da comunidade. O leitor que não entendo aquilo que está lendo, transmitirá dúvidas a comunidade. Somente o leitor que conhece o que lê e crê no que lê será capaz de fazer da leitura da Palavra um verdadeiro Anúncio. Por fim, o microfone é o instrumento eficaz para este momento. Não precisa gritar nele, nem engolir toda a voz. Deixa-lo um ou dois centímetros abaixo do rosto. Não se esquecer de ligá-lo e nunca bater nele. Fale sempre de maneira que a voz seja bem captada. Agora, seguem algumas dicas específicas para cada função dos Ministros da Palavra de Deus: LEITORES  Procurar saber qual leitura vai fazer. Observar escala, calendário paroquial etc.  Observar “QUEM ESTÁ FALANDO” na Leitura. Há leituras próprias para homens e mulheres. Exemplo: “A minh’alma engradece o Senhor...” foi Maria quem disse, por isso, é adequado que seja uma mulher. Outros exemplos são Cartas de São Paulo (geralmente 2ª Leitura).  Preparar a leitura com antecedência. Observar as palavras difíceis, procurar saber sua pronuncia correta. Treinar pontuação.  A função do leitor não é LER a Palavra, e sim PROCLAMAR a Palavra! Para isto, pronunciar bem as palavras, sem pressa.  A pessoa que proclama uma Leitura é INSTRUMENTO DE DEUS para anunciar sua Palavra à comunidade. Por isso, deve se dar VALOR, IMPORTÂNCIA, sem esquecer da HUMILDADE! No momento da proclamação da leitura, o mais importante é a PALAVRA e não pessoa que proclama.  Dar o devido valor e respeito à Palavra. Ao se aproximar da Mesa da Palavra, fazer reverência quando iniciar e finalizar a sua proclamação.  Ao usar as Vestes Litúrgicas, os leitores são revestidos da graça de Deus e escolhidos no meio da comunidade para anunciar sua Palavra. Ao se revestir, o leitor deve sentir em seu coração a pureza e humildade necessárias para exercer o seu ministério na Liturgia.  Não confundir “Palavra do Senhor” e “Palavra da Salvação”, nem use o plural: “Palavras do Senhor”.  Posicione corretamente o microfone para que todos ouçam a proclamação. Microfone só amplifica o som. Se o leitor não abrir a boca e pronunciar com voz firme (sem gritar!), de nada adiantará o som da Igreja. PRECES DA COMUNIDADE  Procurar saber quais são as preces com antecedência. Lendo o livro das preces ou as que equipe vai preparou.  Se for mudar a resposta (ou cantar), comunicar o padre, o grupo de canto.  Lembrando: vai ler as PRECES e não ÀS PRESSAS!  Esperar o povo responder!  Deixar a folha (ou folheto) com as preces no ambão, antes da celebração.  Quem faz as preces não sai do ambão enquanto o padre não conclui com a oração.  Ler as preces não significa ter menos valor que proclamar uma Leitura. Tais serviços são importantes na celebração litúrgica, cada um no seu momento. PARA CONCLUIR, 11 Conselhos bem simples que resumem este nosso estudo e que devem ser colocados em prática em nossas celebrações: 1- Ler a leitura antes, em voz alta e várias vezes. Ler para entender o seu sentido, e para ver que entonação se deve dar a cada frase( onde estão os pontos e as vírgulas.) Verificar se há palavras difíceis e qual a sua correta pronuncia. 2- Estar preparado e aproximar-se do ambão no momento oportuno, isto é, não quando se está a dizer ou a cantar outra coisa. Procurar não vir de um lugar distante da igreja; se for necessário, deve aproximar-se DISCRETAMENTE, antes do momento de subir. 3- Quando estiver diante do ambão, deve-se ter em conta a posição do corpo. Não leia com as mãos nos bolsos, ou atrás das costas, ou com as pernas cruzadas... 4- Colocar-se à distância adequada do microfone para que a comunidade ouça bem a proclamação da palavra. Não começar, portanto, enquanto o microfone não estiver ajustado à sua medida. E LEMBRE-SE: os ruídos que se fazem diante do microfone são ampliados!!!! 5- Não começar a leitura sem que haja silêncio absoluto e as pessoas estejam realmente atentas. 6- LER DEVAGAR! O principal defeito dos leitores costuma ser precisamente esse: ler depressa. 7- Há que manter um tom geral de calma; ler fazendo pausas nas vírgulas e pontos; Fazer uma pausa mais longa antes de dizer “Palavra do Senhor” (escutar a resposta da assembleia e voltar ao lugar) 8- VOCALIZAR, ou seja, remarcar cada sílaba, mover os lábios e a boca, não atropelar a leitura. SEM TEATRALIZAR!! 9- Não baixar o tom nos finais de frase. As últimas sílabas de cada frase têm que se ouvir tão bem quanto as demais. 10- Procurar ler com a cabeça levantada. O tom de voz será mais alto e, portanto, mais fácil de captar. (lembre-se da posição do microfone) 11- Antes de começar a leitura, olhar a assembleia. No final dizer “Palavra do Senhor”, olhando a assembleia.