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Jasão e o Velo de Ouro                                                                                                Page 1 of 3




                      JASÃO E O VELO DE OURO
                                                    Por E.R.Corrêa

      Uma das particularidades mais interessantes dos filmes animados e co-produzidos por Ray Harryhausen é justamente
      o descompromisso total com a realidade e o quot;politicamente corretoquot;. Analisando cuidadosamente a sua obra, vemos
      que seu objetivo único é a fantasia, destinada à diversão e o entretenimento.
      A fantasia por ele criada se baseia tão somente naquilo que grande parte daqueles que vão ao cinema querem:
      libertar-se do real para mergulhar num mundo fantástico, imprevisível, onde o que não acontece é que é criticado.
      Seus filmes não procuram camuflar moralidade ou politicagem, e tão pouco querem fazer censura a qualquer tipo de
      emoção reprimida, muito pelo contrário, eles parecem realizar e facilitar o sonho daqueles que os compreendem. Ao
      penetrarmos nos seus filmes, o eterno contraste entre real e imaginário, que está tão presente na fantasia, é
      completamente ignorado para dar vazão a um mundo alternativo e fantástico, que só é interompido (temporariamente)
      quando as luzes do cinema se acendem.




      Podemos notar esse fascínio fantasioso, que está tão presente na obra de Harryhausen, principalmente nos seus filmes
      clássicos, voltados à mitologia greco-romana: Simbad e a Princesa (1958), Jasão e o Velo de Ouro (1963), A
      Viagem Dourada de Simbad (1974), Simbad e o Olho do Tigre (1977) e A Fúria de Titãs (1980). Todas
      essas obras que enfocam o tema da mitologia clássica (notadamente uma das maiores paixões de Harryhausen)
      mostram que, com o maior mestre da animação, não há meio termo: ou odeiem-no, ou amem-no!
      A primeira opção creio que é impossível, a despeito de já ouvir comentários baixos com relação. Mas, independente de
      quaisquer outros fatores, a obra animada de Ray Harryhausen marcou época, talvez a mais criativa e trabalhosa da
      história do cinema.
      Jasão e o Velo de Ouro (Jason and the Argonauts) é, talvez, o mais popular e o mais fantástico filme animado por
      Harryhausen. As sequências de animação, onde o stop-motion é explorado em seus melhores resultados, apresentam
      um festival de criatividade e talento, reduzindo à frivolidades as modernas técnicas de computação gráfica. Os méritos
      devem ser esclarecidos, pois, apesar das dificuldades com que os técnicos em efeitos especiais da atualidade se
      deparam, seria loucura tentar comparar o trabalho de uma técnica com outra. No stop-motion, numa cena que deveria
      durar apenas cinco minutos, gastava não menos que uma semana de dedicada concentração e cansativo trabalho de
      movimentos. Mas os resultados são claros, perfeitos, únicos, nostálgicos; efeitos tão fantásticos que estão além de
      qualquer definição. Jasão e o Velo de Ouro está aí, quem quiser confira.




http://www.bocadoinferno.com/romepeige/artigos/jasao.html                                                                1/6/2009
Jasão e o Velo de Ouro                                                                                               Page 2 of 3



      Neste filme, o herói clássico da mitologia grega Jasão (interpretado por Todd Armstrong), precisa conquistar o famoso
      e quase inatingível velocino de ouro (ou velo de ouro), um generoso presente dos deuses do Olimpo que traz riqueza e
      prosperidade ao povo que o tem em seu poder. Mas, para conquistá-lo, Jasão terá de empreender uma longa e
      perigosa viagem, rumo à longínqua Cólquida, situada no fim do mundo, muito além das quot;Rochas Estrondosasquot;.
      E Jasão, auxiliado por alguns deuses (principalmente pela deusa Hera) e desfavorecido por outros (principalmente por
      Zeus) anunciou a expedição em busca do velo de ouro, a todos os heróis da Grécia - incluindo o famoso Hércules - se
      juntaram a ele no afã de conquistar glórias. Argos construiu um navio, que levaria o seu nome, e colocou na popa da
      embarcação uma escultura falante da deusa Hera, que poderia auxiliar Jasão apenas três vezes, as quais deveriam ser
      suficientes para o êxito da empreitada.
      Enfim, os Argonautas partem em seu objetivo, e no caminho se deparam com muitas aventuras e perigos. O primeiro
      deles é Talos, um dos titãs, forjado em bronze por Hefaistos e colocado na ilha de bronze para guardar o tesouro dos
      Deuses. Quando os argonautas desembarcam na ilha para procurar mantimentos, Hércules e um amigo roubam uma
      das jóias guardadas por Talos, despertando a ira do gigantesco homem de metal. O que vemos aí é uma das mais
      impressionantes sequências de animação criadas por Harryhausen. O realismo é impressionante, e em nenhum
      momento há desproporção ou erro, num verdadeiro deleite para os nostálgicos fãs do cinema fantástico. Após
      liquidarem Talos (cujo calcanhar era o ponto fraco), os argonautas seguem rumo ao seu objetivo, enfrentando à frente
      toda sorte de perigos; como as terríveis Harpias - um grotesco casal de demônios alados; as rochas estrondosas - uma
      estreita e praticamente inacessível passagem litorânea, cercada por traiçoeiras montanhas pedregosas; e, após
      chegarem ao destino e despistarem o exército local, a Hidra - o terrível monstro de sete cabeças que guardava o velo
      de ouro (esta cena é um outro belo momento do stop-motion). Mas Jasão consegue destruí-la e, finalmente, se
      apossar do velo de ouro. Eetes, rei da Cólquida, sentindo-se roubado, ordena que nasçam, dos dentes da Hidra, um
      exército de esqueletos para matarem Jasão.
      Bom, os cinco minutos de batalha entre Jasão e o pequeno mas poderoso exército de sete esqueletos, são
      simplesmente os cinco minutos mais fantásticos da história do cinema! Direi apenas isto. Nota do Editor: essa
      sequência inspirou diversas outras em filmes posteriores como por exemplo em Army of Darkness (o
      terceiro episódio da saga The Evil Dead, de Sam Raimi) ou mais recentemente no filme A Múmia, que
      estava em cartaz em nossos cinemas, ambos com mais recursos de tecnologia mas nem por isso melhores
      que o stop-motion de Harryhausen.
      Por fim, Jasão consegue escapar dos poderosos esqueletos, que haviam matado alguns de seus companheiros, e fugir
      de volta à Tessália, levando também a belíssima Medéia (Nancy Kovack), a sacerdotiza do templo de Hecate que havia
      lhe ajudado na fuga, e cumprindo, assim, com glorioso êxito, o difícil trabalho que os deuses haviam lhe imposto.




      Esta obra-prima da aventura e fantasia, dirigida por Don Chaffey, produzida pelo genial Charles H. Schneer e com a
      sempre impressionante música de Bernard Hermann, colocou a carreira e o status do fantástico animador Ray
      Harryhausen no Olimpo, junto a Zeus - ele, definitivamente, mostrava ao mundo as infinitas possibilidades do stop-
      motion, que já havia impressionado em seus filmes anteriores, mas que agora demonstrava ser um dos mais
      importantes passos que o cinema já tinha dado até então. O animador voltaria ao tema da mitologia clássica em mais
      três filmes, dois deles envolvendo o também fantástico capitão Sinbad (inspirados nos contos do clássico livro árabe
      As Mil e Uma Noites, outra paixão de Harryhausen) e o último (A Fúria de Titãs), considerado pela crítica como a
      sua obra-prima. Mas isso é uma outra história... Não menos interessante!

                                                          E.R.Corrêa


                                              JASÃO E O VELO DE OURO (Jason and the Argonauts , Estados
                                              Unidos / Inglaterra, 1963). Duração: 104 minutos
                                              Direção: Don Chaffey
                                              Roteiro: Beverley Cross; Jan Read
                                              Produção: Charles H. Schneer
                                              Produção Associada: Ray Harryhausen
                                              Fotografia: Wilkie Cooper
                                              Música: Bernard Herrmann
                                              Edição: Maurice Rootes




http://www.bocadoinferno.com/romepeige/artigos/jasao.html                                                               1/6/2009
Jasão e o Velo de Ouro                                                                                 Page 3 of 3



                                   Efeitos Visuais: Ray Harryhausen
                                   Desenho de Produção: Geoffrey Drake
                                   Direção de Arte: Jack Maxsted; Antonio Sarzi-Braga; Herbert Smith
                                   Elenco: : Todd Armstrong (Jasão); Nancy Kovack (Medéia); Gary Raymond
                                   (Acastus); Laurence Naismith (Argos); Niall MacGinnis (Zeus); Michael
                                   Gwynn (Hermes); Douglas Wilmer (Pelias); Honor Blackman (Hera); John
                                   Cairney (Hylas); Nigel Green (Hercules); Patrick Troughton; Andrew Faulds




                                                Artigos




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  • 1. Jasão e o Velo de Ouro Page 1 of 3 JASÃO E O VELO DE OURO Por E.R.Corrêa Uma das particularidades mais interessantes dos filmes animados e co-produzidos por Ray Harryhausen é justamente o descompromisso total com a realidade e o quot;politicamente corretoquot;. Analisando cuidadosamente a sua obra, vemos que seu objetivo único é a fantasia, destinada à diversão e o entretenimento. A fantasia por ele criada se baseia tão somente naquilo que grande parte daqueles que vão ao cinema querem: libertar-se do real para mergulhar num mundo fantástico, imprevisível, onde o que não acontece é que é criticado. Seus filmes não procuram camuflar moralidade ou politicagem, e tão pouco querem fazer censura a qualquer tipo de emoção reprimida, muito pelo contrário, eles parecem realizar e facilitar o sonho daqueles que os compreendem. Ao penetrarmos nos seus filmes, o eterno contraste entre real e imaginário, que está tão presente na fantasia, é completamente ignorado para dar vazão a um mundo alternativo e fantástico, que só é interompido (temporariamente) quando as luzes do cinema se acendem. Podemos notar esse fascínio fantasioso, que está tão presente na obra de Harryhausen, principalmente nos seus filmes clássicos, voltados à mitologia greco-romana: Simbad e a Princesa (1958), Jasão e o Velo de Ouro (1963), A Viagem Dourada de Simbad (1974), Simbad e o Olho do Tigre (1977) e A Fúria de Titãs (1980). Todas essas obras que enfocam o tema da mitologia clássica (notadamente uma das maiores paixões de Harryhausen) mostram que, com o maior mestre da animação, não há meio termo: ou odeiem-no, ou amem-no! A primeira opção creio que é impossível, a despeito de já ouvir comentários baixos com relação. Mas, independente de quaisquer outros fatores, a obra animada de Ray Harryhausen marcou época, talvez a mais criativa e trabalhosa da história do cinema. Jasão e o Velo de Ouro (Jason and the Argonauts) é, talvez, o mais popular e o mais fantástico filme animado por Harryhausen. As sequências de animação, onde o stop-motion é explorado em seus melhores resultados, apresentam um festival de criatividade e talento, reduzindo à frivolidades as modernas técnicas de computação gráfica. Os méritos devem ser esclarecidos, pois, apesar das dificuldades com que os técnicos em efeitos especiais da atualidade se deparam, seria loucura tentar comparar o trabalho de uma técnica com outra. No stop-motion, numa cena que deveria durar apenas cinco minutos, gastava não menos que uma semana de dedicada concentração e cansativo trabalho de movimentos. Mas os resultados são claros, perfeitos, únicos, nostálgicos; efeitos tão fantásticos que estão além de qualquer definição. Jasão e o Velo de Ouro está aí, quem quiser confira. http://www.bocadoinferno.com/romepeige/artigos/jasao.html 1/6/2009
  • 2. Jasão e o Velo de Ouro Page 2 of 3 Neste filme, o herói clássico da mitologia grega Jasão (interpretado por Todd Armstrong), precisa conquistar o famoso e quase inatingível velocino de ouro (ou velo de ouro), um generoso presente dos deuses do Olimpo que traz riqueza e prosperidade ao povo que o tem em seu poder. Mas, para conquistá-lo, Jasão terá de empreender uma longa e perigosa viagem, rumo à longínqua Cólquida, situada no fim do mundo, muito além das quot;Rochas Estrondosasquot;. E Jasão, auxiliado por alguns deuses (principalmente pela deusa Hera) e desfavorecido por outros (principalmente por Zeus) anunciou a expedição em busca do velo de ouro, a todos os heróis da Grécia - incluindo o famoso Hércules - se juntaram a ele no afã de conquistar glórias. Argos construiu um navio, que levaria o seu nome, e colocou na popa da embarcação uma escultura falante da deusa Hera, que poderia auxiliar Jasão apenas três vezes, as quais deveriam ser suficientes para o êxito da empreitada. Enfim, os Argonautas partem em seu objetivo, e no caminho se deparam com muitas aventuras e perigos. O primeiro deles é Talos, um dos titãs, forjado em bronze por Hefaistos e colocado na ilha de bronze para guardar o tesouro dos Deuses. Quando os argonautas desembarcam na ilha para procurar mantimentos, Hércules e um amigo roubam uma das jóias guardadas por Talos, despertando a ira do gigantesco homem de metal. O que vemos aí é uma das mais impressionantes sequências de animação criadas por Harryhausen. O realismo é impressionante, e em nenhum momento há desproporção ou erro, num verdadeiro deleite para os nostálgicos fãs do cinema fantástico. Após liquidarem Talos (cujo calcanhar era o ponto fraco), os argonautas seguem rumo ao seu objetivo, enfrentando à frente toda sorte de perigos; como as terríveis Harpias - um grotesco casal de demônios alados; as rochas estrondosas - uma estreita e praticamente inacessível passagem litorânea, cercada por traiçoeiras montanhas pedregosas; e, após chegarem ao destino e despistarem o exército local, a Hidra - o terrível monstro de sete cabeças que guardava o velo de ouro (esta cena é um outro belo momento do stop-motion). Mas Jasão consegue destruí-la e, finalmente, se apossar do velo de ouro. Eetes, rei da Cólquida, sentindo-se roubado, ordena que nasçam, dos dentes da Hidra, um exército de esqueletos para matarem Jasão. Bom, os cinco minutos de batalha entre Jasão e o pequeno mas poderoso exército de sete esqueletos, são simplesmente os cinco minutos mais fantásticos da história do cinema! Direi apenas isto. Nota do Editor: essa sequência inspirou diversas outras em filmes posteriores como por exemplo em Army of Darkness (o terceiro episódio da saga The Evil Dead, de Sam Raimi) ou mais recentemente no filme A Múmia, que estava em cartaz em nossos cinemas, ambos com mais recursos de tecnologia mas nem por isso melhores que o stop-motion de Harryhausen. Por fim, Jasão consegue escapar dos poderosos esqueletos, que haviam matado alguns de seus companheiros, e fugir de volta à Tessália, levando também a belíssima Medéia (Nancy Kovack), a sacerdotiza do templo de Hecate que havia lhe ajudado na fuga, e cumprindo, assim, com glorioso êxito, o difícil trabalho que os deuses haviam lhe imposto. Esta obra-prima da aventura e fantasia, dirigida por Don Chaffey, produzida pelo genial Charles H. Schneer e com a sempre impressionante música de Bernard Hermann, colocou a carreira e o status do fantástico animador Ray Harryhausen no Olimpo, junto a Zeus - ele, definitivamente, mostrava ao mundo as infinitas possibilidades do stop- motion, que já havia impressionado em seus filmes anteriores, mas que agora demonstrava ser um dos mais importantes passos que o cinema já tinha dado até então. O animador voltaria ao tema da mitologia clássica em mais três filmes, dois deles envolvendo o também fantástico capitão Sinbad (inspirados nos contos do clássico livro árabe As Mil e Uma Noites, outra paixão de Harryhausen) e o último (A Fúria de Titãs), considerado pela crítica como a sua obra-prima. Mas isso é uma outra história... Não menos interessante! E.R.Corrêa JASÃO E O VELO DE OURO (Jason and the Argonauts , Estados Unidos / Inglaterra, 1963). Duração: 104 minutos Direção: Don Chaffey Roteiro: Beverley Cross; Jan Read Produção: Charles H. Schneer Produção Associada: Ray Harryhausen Fotografia: Wilkie Cooper Música: Bernard Herrmann Edição: Maurice Rootes http://www.bocadoinferno.com/romepeige/artigos/jasao.html 1/6/2009
  • 3. Jasão e o Velo de Ouro Page 3 of 3 Efeitos Visuais: Ray Harryhausen Desenho de Produção: Geoffrey Drake Direção de Arte: Jack Maxsted; Antonio Sarzi-Braga; Herbert Smith Elenco: : Todd Armstrong (Jasão); Nancy Kovack (Medéia); Gary Raymond (Acastus); Laurence Naismith (Argos); Niall MacGinnis (Zeus); Michael Gwynn (Hermes); Douglas Wilmer (Pelias); Honor Blackman (Hera); John Cairney (Hylas); Nigel Green (Hercules); Patrick Troughton; Andrew Faulds Artigos http://www.bocadoinferno.com/romepeige/artigos/jasao.html 1/6/2009