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Currículo em Movimento:
reorganização do trabalho
pedagógico nos ciclos e na semestralidade
Objetivo
Compreender a perspectiva teórica e conceitual dos letramentos no
trabalho escolar com os processos de escrita e leitura, na
construção de práticas contextualizadas e interdisciplinares do
conhecimento e no favorecimento às aprendizagens.
Pretexto
Avaliação das competências de leitura de textos em diversos gêneros
Ensino Médio
Fonte: Inep (2001)
Estágio População %
Muito crítico 101.654 4,92
Crítico 768.903 37,20
Intermediário 1.086.109 52,54
Adequado 110.482 5,34
Total 2.067.147 100
Considere as seguintes questões
Em que continente o Brasil está localizado?
Que presidente brasileiro ficou conhecido pelo apelido “pai dos
pobres”?
Em que ano foi abolida a escravidão no Brasil? Quem
assinou a lei de libertação dos escravos?
Em quantos Filos se subdivide o Reino Fungi
Pesquisando e
refletindo
sobre nossa realidade
As questões mostradas levam em consideração
o uso social e a contextualização do
conhecimento?
Contribuem para a formação de estudantes
(leitores) proficientes?
Favorecem aprendizagens relevantes na escola?
Estudando o tema
Você faz ideia de quantos textos já
leu ou produziu hoje?
Sabe dizer com precisão quantas
ações baseadas em textos já
realizou?
O texto só pode ser escrito?
O texto é uma unidade de sentido, em que seus
elementos constitutivos formam uma “teia”. Essa teia é a
estruturação do texto, que, por sua vez, pode ser:
ORAL (conversas telefônicas, notícias de rádio);
ESCRITO (cartas, e-mails, romances, receitas, ofícios,
atas);
VISUAL (pinturas, desenhos, placas).
Temos, ainda, os textos que se constituem de várias
linguagens, tais como imagens, palavras, cores, sons,
gráficos, etc. Textos cuja “teia” se constrói com tantas
linguagens (modos semióticos) assim são chamados
MULTIMODAIS (KRESS e van LEEUWN, 1996).
Texto quer dizer tecido; mas enquanto até aqui esse
tecido foi sempre tomado por um produto, por um
véu acabado, por detrás do qual se conserva, mais
ou menos escondido, o sentido (a verdade), nós
acentuamos agora, no tecido, a ideia generativa de
que o texto se faz, se trabalha através de um
entrelançamento perpétuo; perdido nesse tecido -
nessa textura - o sujeito desfaz-se, como uma aranha
que se dissolvesse a si própria nas secreções
construtivas da sua teia. Se gostássemos de
neologismos, poderíamos definir a teoria do texto
como uma hifologia (Hypos é o tecido e a teia de
aranha).
Roland Barthes. O Prazer do Texto.
Exemplos de textos multimodais
O que são letramentos?
O que é alfabetização?
Alfabetizar-se pode ser definido como a
ação de se apropriar do alfabeto, da
ortografia da língua que se fala. Isso quer
dizer dominar um sistema bastante complexo
de representações e de regras de
correspondência entre letras e sons da fala
numa dada língua; em nosso caso, o
português do Brasil (ROJO, 2010).
Historicamente, o conceito de alfabetização se
identificou ao ensino-aprendizado da
“teconologia da escrita”, quer dizer, do sistema
alfabético de escrita, o que, em linhas
gerais, significa, na leitura, a capacidade de
decodificar os sinais gráficos, transformandos-
os em “sons”, e, na escrita, a capacidade de
codificar os sons da fala, transformando-os em
sinais gráficos.
A noção de letramento está associada aos usos
culturais da linguagem nas diversas ações que
desempenhamos em casa, na rua, no trabalho, no
clube, na praia, na igreja, na escola, etc. Assim, as
práticas de letramento só podem ser analisadas numa
perspectiva social e antropológica, pois são relacionadas
aos diferentes aspectos culturais de cada comunidade
ou sociedade. (ROJO, 2010). Desse modo, as imagens
anteriores somente podem ser relacionadas a práticas
de letramento se associadas aos usos das diversas
linguagens nos contextos culturais próprios da vida
urbana como, por exemplo, a exposição a
letreiros, placas e outdoors e o costume de frequentar
bancas de jornais e revistas. E são tantos os contextos
em que lidamos culturalmente com a linguagem escrita
(e com outras linguagens), que a expressão do conceito
que ora debatemos tem sido feita no plural: letramentos.
Os novos estudos do letramento definem “eventos de
letramento” como “qualquer ocasião” em que um fragmento
de escrita faz parte integral da natureza das interações dos
participantes e de seus processos interpretativos”.
[...] Assim, trabalhar com os letramentos na escola, letrar,
consiste em criar eventos (atividades de leitura e escrita –
leitura e produção de textos, de mapas, por exemplo – ou que
envolvam o trato prévio com textos escritos, como é o caso de
telejornais, seminários e apresentações teatrais) que possam
integrar alunos a práticas de leitura e escrita socialmente
relevantes que estes ainda não dominam (ROJO, 2010).
Um evento de letramento inclui atividades que têm as
características de outras atividades da vida social: envolve
mais de um participante e os envolvidos têm diferentes
saberes (KLEIMAN, 2005).
Letramentos e Retextualização
Retextualizar envolve a produção de um novo texto a
partir de um ou mais textos-base, o que significa que o
sujeito trabalha sobre as estratégias linguísticas, textuais
e discursivas identificadas no texto-base para, então,
projetá-las tendo em vista uma nova situação de
interação, portanto um novo enquadre e um novo quadro
de referência. A atividade de retextualização envolve,
dessa perspectiva, entre outros aspectos, as relações
entre gêneros e textos. (MATENCIO, 2003).
Retextualizar envolve, também, o processo em que o
texto passa de uma modalidade da língua para outra (do
oral para o escrito, ou vice-versa, por exemplo).
(MARCUSCHI, 2001).
Gêneros textuais referem-se aos textos materializados que
encontramos em nossa vida diária e que
apresentam características sócio-comunicativasdefinidas por
conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição
característica. Exemplos de gêneros: telefonema, sermão,
carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula
expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita
culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio,
instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital
de concurso, piada, conversação espontânea, conferência,
carta eletrônica, bate-papo virtual, aulas virtuais, etc.
(MARCUSCHI, 2005).
Letramentos e interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade e a contextualização são
nucleares para a efetivação de um currículo
integrado. A interdisciplinaridade favorece a
abordagem de um mesmo tema em diferentes
disciplinas e, a partir da compreensão das partes
que ligam as diferentes áreas do
conhecimento, ultrapassa a fragmentação do
conhecimento e do pensamento. A contextualização
dá sentido social e político a conceitos próprios dos
conhecimentos e dos procedimentos didático-
pedagógicos, propiciando relação entre dimensões
do processo didático (ensinar, aprender, pesquisar e
avaliar).
A interdisciplinaridade pode acontecer em duas
dimensões: no próprio componente curricular (intra)
e entre componentes curriculares (inter). No próprio
componente curricular quando são utilizados outros
tipos de conhecimentos (artes, literatura, corpo e
movimento, relações interpessoais, entre outras)
que irão auxiliar ou favorecer a discussão específica
do conhecimento do componente curricular. Já entre
os componentes curriculares, busca-se a integração
existente entre os diferentes conhecimentos.
Intervindo na nossa
realidade
Que conhecimentos (conteúdos) matemáticos, linguísticos e geográficos,
por exemplo, auxiliam no processo de leitura do seguinte mapa?
Cerrado já perdeu 40% de sua área original
Agricultura, pastagens e urbanização destruíram vegetação. Satélites
identificaram regiões mais afetadas
Carolina Brígido escreve para “O Globo”:
Um estudo divulgado ontem pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) revelou que apenas 61,2%
do Cerrado estão preservados. Os pesquisadores concluíram que
a ação humana é culpada pela destruição do bioma.
O desmatamento foi feito para dar lugar à agricultura, a
pastagens de gado e ao reflorestamento com outras espécies de
árvores. A urbanização — que resultou, por exemplo, na
construção de Brasília no coração do Cerrado — também foi uma
das causas da destruição.
Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=44665
Sugestão de atividade: retextualização do mapa em outro texto produzido
pelos estudantes (pequena notícia, reportagem, gráfico, etc.)
Texto 2
O cerrado é um dos biomas ......
..........................................
..........................................
..........................................
..........................................
.....................
Entre os anos de 2003 a 2009,..
..........................................
..........................................
....................................
O processo de desmatamento ......
..........................................
..........................................
..
Texto 1 (original)
Referências Bibliográficas
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de
retextualização. São Paulo: Cortez, 2004.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e
funcionalidade. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
MATENCIO, M. L. M. Referenciação e retextualização de textos
acadêmicos: um estudo do resumo e da resenha. Anais do III
Congresso Internacional da ABRALIN, março de 2003.
ROJO, Roxane. Alfabetizaão e letramentos múltiplos: como
alfabetizar letrando? Brasiília, Ministério da
Educação, SEB, 2010.
ROLAND BARTHES. O Prazer do Texto. Editora
Perspectiva, 1987.

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Currículo em Movimento: letramentos e interdisciplinaridade

  • 1. Currículo em Movimento: reorganização do trabalho pedagógico nos ciclos e na semestralidade
  • 2. Objetivo Compreender a perspectiva teórica e conceitual dos letramentos no trabalho escolar com os processos de escrita e leitura, na construção de práticas contextualizadas e interdisciplinares do conhecimento e no favorecimento às aprendizagens.
  • 4. Avaliação das competências de leitura de textos em diversos gêneros Ensino Médio Fonte: Inep (2001) Estágio População % Muito crítico 101.654 4,92 Crítico 768.903 37,20 Intermediário 1.086.109 52,54 Adequado 110.482 5,34 Total 2.067.147 100
  • 5. Considere as seguintes questões Em que continente o Brasil está localizado? Que presidente brasileiro ficou conhecido pelo apelido “pai dos pobres”? Em que ano foi abolida a escravidão no Brasil? Quem assinou a lei de libertação dos escravos? Em quantos Filos se subdivide o Reino Fungi
  • 7. As questões mostradas levam em consideração o uso social e a contextualização do conhecimento? Contribuem para a formação de estudantes (leitores) proficientes? Favorecem aprendizagens relevantes na escola?
  • 9. Você faz ideia de quantos textos já leu ou produziu hoje? Sabe dizer com precisão quantas ações baseadas em textos já realizou?
  • 10. O texto só pode ser escrito?
  • 11.
  • 12. O texto é uma unidade de sentido, em que seus elementos constitutivos formam uma “teia”. Essa teia é a estruturação do texto, que, por sua vez, pode ser: ORAL (conversas telefônicas, notícias de rádio); ESCRITO (cartas, e-mails, romances, receitas, ofícios, atas); VISUAL (pinturas, desenhos, placas). Temos, ainda, os textos que se constituem de várias linguagens, tais como imagens, palavras, cores, sons, gráficos, etc. Textos cuja “teia” se constrói com tantas linguagens (modos semióticos) assim são chamados MULTIMODAIS (KRESS e van LEEUWN, 1996).
  • 13. Texto quer dizer tecido; mas enquanto até aqui esse tecido foi sempre tomado por um produto, por um véu acabado, por detrás do qual se conserva, mais ou menos escondido, o sentido (a verdade), nós acentuamos agora, no tecido, a ideia generativa de que o texto se faz, se trabalha através de um entrelançamento perpétuo; perdido nesse tecido - nessa textura - o sujeito desfaz-se, como uma aranha que se dissolvesse a si própria nas secreções construtivas da sua teia. Se gostássemos de neologismos, poderíamos definir a teoria do texto como uma hifologia (Hypos é o tecido e a teia de aranha). Roland Barthes. O Prazer do Texto.
  • 14. Exemplos de textos multimodais
  • 15. O que são letramentos? O que é alfabetização?
  • 16. Alfabetizar-se pode ser definido como a ação de se apropriar do alfabeto, da ortografia da língua que se fala. Isso quer dizer dominar um sistema bastante complexo de representações e de regras de correspondência entre letras e sons da fala numa dada língua; em nosso caso, o português do Brasil (ROJO, 2010).
  • 17. Historicamente, o conceito de alfabetização se identificou ao ensino-aprendizado da “teconologia da escrita”, quer dizer, do sistema alfabético de escrita, o que, em linhas gerais, significa, na leitura, a capacidade de decodificar os sinais gráficos, transformandos- os em “sons”, e, na escrita, a capacidade de codificar os sons da fala, transformando-os em sinais gráficos.
  • 18.
  • 19. A noção de letramento está associada aos usos culturais da linguagem nas diversas ações que desempenhamos em casa, na rua, no trabalho, no clube, na praia, na igreja, na escola, etc. Assim, as práticas de letramento só podem ser analisadas numa perspectiva social e antropológica, pois são relacionadas aos diferentes aspectos culturais de cada comunidade ou sociedade. (ROJO, 2010). Desse modo, as imagens anteriores somente podem ser relacionadas a práticas de letramento se associadas aos usos das diversas linguagens nos contextos culturais próprios da vida urbana como, por exemplo, a exposição a letreiros, placas e outdoors e o costume de frequentar bancas de jornais e revistas. E são tantos os contextos em que lidamos culturalmente com a linguagem escrita (e com outras linguagens), que a expressão do conceito que ora debatemos tem sido feita no plural: letramentos.
  • 20. Os novos estudos do letramento definem “eventos de letramento” como “qualquer ocasião” em que um fragmento de escrita faz parte integral da natureza das interações dos participantes e de seus processos interpretativos”. [...] Assim, trabalhar com os letramentos na escola, letrar, consiste em criar eventos (atividades de leitura e escrita – leitura e produção de textos, de mapas, por exemplo – ou que envolvam o trato prévio com textos escritos, como é o caso de telejornais, seminários e apresentações teatrais) que possam integrar alunos a práticas de leitura e escrita socialmente relevantes que estes ainda não dominam (ROJO, 2010). Um evento de letramento inclui atividades que têm as características de outras atividades da vida social: envolve mais de um participante e os envolvidos têm diferentes saberes (KLEIMAN, 2005).
  • 21. Letramentos e Retextualização Retextualizar envolve a produção de um novo texto a partir de um ou mais textos-base, o que significa que o sujeito trabalha sobre as estratégias linguísticas, textuais e discursivas identificadas no texto-base para, então, projetá-las tendo em vista uma nova situação de interação, portanto um novo enquadre e um novo quadro de referência. A atividade de retextualização envolve, dessa perspectiva, entre outros aspectos, as relações entre gêneros e textos. (MATENCIO, 2003). Retextualizar envolve, também, o processo em que o texto passa de uma modalidade da língua para outra (do oral para o escrito, ou vice-versa, por exemplo). (MARCUSCHI, 2001).
  • 22. Gêneros textuais referem-se aos textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativasdefinidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo virtual, aulas virtuais, etc. (MARCUSCHI, 2005).
  • 23. Letramentos e interdisciplinaridade A interdisciplinaridade e a contextualização são nucleares para a efetivação de um currículo integrado. A interdisciplinaridade favorece a abordagem de um mesmo tema em diferentes disciplinas e, a partir da compreensão das partes que ligam as diferentes áreas do conhecimento, ultrapassa a fragmentação do conhecimento e do pensamento. A contextualização dá sentido social e político a conceitos próprios dos conhecimentos e dos procedimentos didático- pedagógicos, propiciando relação entre dimensões do processo didático (ensinar, aprender, pesquisar e avaliar).
  • 24. A interdisciplinaridade pode acontecer em duas dimensões: no próprio componente curricular (intra) e entre componentes curriculares (inter). No próprio componente curricular quando são utilizados outros tipos de conhecimentos (artes, literatura, corpo e movimento, relações interpessoais, entre outras) que irão auxiliar ou favorecer a discussão específica do conhecimento do componente curricular. Já entre os componentes curriculares, busca-se a integração existente entre os diferentes conhecimentos.
  • 26. Que conhecimentos (conteúdos) matemáticos, linguísticos e geográficos, por exemplo, auxiliam no processo de leitura do seguinte mapa?
  • 27.
  • 28. Cerrado já perdeu 40% de sua área original Agricultura, pastagens e urbanização destruíram vegetação. Satélites identificaram regiões mais afetadas Carolina Brígido escreve para “O Globo”: Um estudo divulgado ontem pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelou que apenas 61,2% do Cerrado estão preservados. Os pesquisadores concluíram que a ação humana é culpada pela destruição do bioma. O desmatamento foi feito para dar lugar à agricultura, a pastagens de gado e ao reflorestamento com outras espécies de árvores. A urbanização — que resultou, por exemplo, na construção de Brasília no coração do Cerrado — também foi uma das causas da destruição. Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=44665
  • 29. Sugestão de atividade: retextualização do mapa em outro texto produzido pelos estudantes (pequena notícia, reportagem, gráfico, etc.) Texto 2 O cerrado é um dos biomas ...... .......................................... .......................................... .......................................... .......................................... ..................... Entre os anos de 2003 a 2009,.. .......................................... .......................................... .................................... O processo de desmatamento ...... .......................................... .......................................... .. Texto 1 (original)
  • 30. Referências Bibliográficas MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2004. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. MATENCIO, M. L. M. Referenciação e retextualização de textos acadêmicos: um estudo do resumo e da resenha. Anais do III Congresso Internacional da ABRALIN, março de 2003. ROJO, Roxane. Alfabetizaão e letramentos múltiplos: como alfabetizar letrando? Brasiília, Ministério da Educação, SEB, 2010. ROLAND BARTHES. O Prazer do Texto. Editora Perspectiva, 1987.