O documento discute dois poetas portugueses do século XX: Miguel Torga e José Régio. Fornece detalhes biográficos sobre cada um, incluindo suas obras principais e temas. Também apresenta e analisa dois poemas, um de cada poeta, discutindo suas estruturas internas e externas.
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Trabalho de portugues
1. Poetas do Século XX
Agrupamento de Escolas da Batalha Batalha, março de 2014
Português 10ºB Professora Rosário Cunha
Grupo 4:
Carolina Rodrigues, nº6
David Silva, nº9
Eva Bastos, nº11
Pedro Marques, nº27
2. Miguel Torga
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-Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo
Correia Rocha, nasceu a 12 de
Agosto de 1907 em São Martinho da
Anta, Vila Real.
-Foi um dos mais importantes
escritores portugueses do séc. XX.
-Em 1928, já depois de uma
experiência de emigração no Brasil,
entra para a Faculdade de Medicina
em Coimbra e publica o seu primeiro
livro de poemas (Ansiedade).
3. Miguel Torga
-Um ano depois junta-se à revista
Presença, de onde se irá demitir dois
anos mais tarde.
-Em 1940, foi preso e esteve na prisão
de Aljube.
-Passa o resto da sua vida em Coimbra,
onde divide o seu tempo pela atividade
médica e a escrita.
-Morre a 17 de Janeiro de 1995 em
Coimbra
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4. Temática das obras de Miguel Torga
● Humanismo- a revolta
da inocência humana
contra a divindade
transcendente; o
desespero humanista; a
negação de Deus e a
obsessão da sua
presença; a ligação da
terra com o sagrado
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5. ● Sentimento Telúrico: a ligação à Terra, à
região natal, a Portugal e à própria Península
Ibérica.
● Liberdade: a intervenção cívica e a busca da
liberdade
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Temática das obras de Miguel Torga
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6. Contexto político-social
● Adotou uma postura de
resistência à ditadura
fascista, especialmente
na altura do Estado
Novo.
● Inclusive, ao expressar
o seu querer de
liberdade, chegou a ser
preso
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7. Poesia
● 1928 - " Ansiedade "
● 1930 - Rampa
● 1931 - Abismo
● 1936 - O outro livro de Job
● 1943 - Lamentação
● 1944 – Libertação
● 1946 - Odes
● 1948 - Nihil Sibi
● 1950 - Cântico do Homem
● 1952 - Alguns poemas
ibéricos
● 1954 - Penas do Purgatório
● 1958 - Orfeu rebelde
● 1962 - Câmara ardente
● 1965 - Poemas ibéricos
● 1997 - Poesia Completa,
volume I
● 2000 - Poesia Completa,
volume II
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8. Prosa
● 1931 - Pão Ázimo
● 1931 - Criação do Mundo
● 1934 - A Terceira Voz
● 1937 - Os Dois Primeiros Dias
● 1938 - O Terceiro Dia da Criação do
Mundo
● 1939 - O Quarto Dia da Criação do
Mundo
● 1940 - Bichos
● 1941 - Contos da Montanha "Diário I“
● 1942 - Rua
● 1943 - O Senhor Ventura "Diário II"
● 1944 - Novos Contos da Montada
● 1945- Vindima
● 1946 - "Diário III"
● 1949 - "Diário IV"
● 1950 - Portugal'
● 1951 - Pedras Lavradas "Diário V"
● 1953 - "Diário VI"
● 1956 - "Diário VII"
● 1959 - "Diário VIII"
● 1974 - O Quinto Dia da Criação do
Mundo
● 1976 - Fogo Preso
● 1981 - O Sexto Dia da Criação do
Mundo
● 1982 - Fábula de Fábulas
● 1999 - "Diário: Volumes IX a XVI
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9. Só eu Sinto Bater-lhe o Coração
Dorme a vida a meu lado, mas eu velo.
(Alguém há-de guardar este tesoiro!)
E, como dorme, afago-lhe o cabelo,
Que mesmo adormecido é fino e loiro.
Só eu sinto bater-lhe o coração,
Vejo que sonha, que sorri, que vive;
Só eu tenho por ela esta paixão
Como nunca hei-de ter e nunca tive.
E logo talvez já nem reconheça
Quem zelou esta flor do seu cansaço...
Mas que o dia amanheça
E cubra de poesia o seu regaço!
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Miguel Torga, in
'Diário (1946)'
Tema(s): Amor
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10. Só eu Sinto Bater-lhe o Coração
Estrutura interna
Tema:
Este poema é sobre a
temática do amor e a
invocação da mulher
petrarquista: loira, sensível,
preciosa e amor físico:
carnal.
Estrutura Externa
Esquema Rimático:
ABAB/CDCD/EFEF- só
apresenta rimas cruzadas
Métrica:
Não tem, logo é indefinido
Apresenta 3 quadras e 12
versos
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11. Só eu Sinto Bater-lhe o Coração
Verso 1- “Dorme a vida a meu lado”- Hipérbole- pretende mostrar que a rapariga
representa muito para ele, até mais que a sua própria vida
Verso 3 e 4- “O cabelo / Que mesmo adormecido é fina e loira.”- personificação
Verso 5 e 7- “Só”- anástrofe
Verso 6- “Vejo que sonha, que vive, que sorri”- Personificação
Verso 10- “esta flor do meu cansaço”- personificação e metáfora
Verso 11- “dia amanheça”- perífrase
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12. A um Negrilho
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Na terra onde nasci há um só poeta.
Os meus versos são folhas dos seus ramos.
Quando chego de longe e conversamos,
É ele que me revela o mundo visitado.
Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
E a luz do sol aceso ou apagado
É nos seus olhos que se vê pousada.
Esse poeta és tu, mestre da inquietação
Serena!
Tu, imortal avena
Que harmonizas o vento e adormeces o imenso
Redil de estrelas ao luar maninho.
Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!
Miguel Torga in Diário VII (1956)
13. A um Negrilho
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Estrutura Interna:
Pretende mostrar a sua
devoção ao ulmeiro por ser o
único a compreender os seus
sentimentos.
O poema é uma ode ao
negrilho e ao bosque onde este
se encontra.
É como um agradecimento ao
bosque por ser o seu fiel
companheiro.
Estrutura Externa:
Esquema Rimático:
ABBCDCDEFFGHGH
Apresenta rima solta
emparelhada, cruzada
Métrica:
São versos decassilábicos
Apresenta duas sétimas e 14
versos
14. A um Negrilho
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Verso 1- “um só e devia estar só um”- hipérbato
Verso 2- “Os meus versos são folhas dos seus ramos”- Animização
Verso 5- “Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada”- antítese, assíndeto,
personificação
Verso 6- “Aceso ou apagado”- antítese
Verso 10-” Tu, imortal avena”- anáfora, apóstrofe
Verso 11- “Que harmonizas o vento e adormeces o imenso”- personificação
Verso 13- “Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso”- personificação e apóstrofe
Verso 14- “Onde os pássaros e o tempo fazem ninho”- animização, hipérbole e anáfora
15. José Régio
● José Maria dos Reis Pereira Régio, nasceu em Vila do Conde,
em 1901.
● - Publicou os seus primeiros versos nos jornais "O
Democrático" e "A República".
● - Frequentou a universidade e licenciou-se em Filologia
Romântica.
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16. José Régio
● Fundou, em 1927, a revista
Presença, que foi publicada
durante 13 anos e iniciou o
segundo Modernismo português
de que José Régio foi o principal
impulsionador e ideólogo.
● Também em 1927 começou a
leccionar Português e Francês
num liceu no Porto, até 1928, e a
partir desse ano foi para
Portalegre onde esteve quase
quarenta anos.
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17. Agrupamento de Escolas da Batalha Batalha, março de 2014
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●Teve uma participação ativa na vida pública, mantendo-se
fiel aos seus ideais socialistas, apesar do regime conservador
de então.
●Em 1966, recebeu o Prémio Diário de Notícias e nesse
mesmo ano reformou-se e voltou para a sua casa natal em
Vila do Conde onde continuou a escrever.
●Fumador inveterado, morreu em 1969, vítima de ataque
cardíaco.
●Em 1970 recebeu o Prémio Nacional da Poesia.
18. Bibliografia
● 1925 - Poemas de Deus e do Diabo.
● 1929 - Biografia.
● 1935 - As Encruzilhadas de Deus.
● 1945 - Fado (1941), Mas Deus é Grande.
● 1954 - A Chaga do Lado.
● 1961 - Filho do Homem.
● 1968 - Cântico Suspenso.
● 1970 - Música Ligeira.
● 1971 - Colheita da Tarde.
● .... - Poema para a minha mãe
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19. Soneto do Amor
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Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma... Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.
Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas uma língua..., — unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.
Depois... — abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!
José Régio, in “Antologia Pessoal
da Poesia Portuguesa, Eugénio de Andrade”
20. Soneto de Amor
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Estrutura externa:
O poema é constituído por 4
estrofes, 2 quadras e 2 tercetos
(soneto).
Tipos de rima:
Externa, consoante, rica.
Esquema rimático:
-Cruzada (nas quadras) ABAB
-Misturada (nos tercetos)
Métrica:
10 sílabas métricas
(decassílabo)
Estrutura Interna:
Tema: Amor físico
Assunto:
Relacionamento amoroso entre o
sujeito poético e a sua amada.
21. Soneto de Amor
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Versos 1 e 2- “Não me peças palavras, nem baladas,/ Nem expressões, nem alma…”-
Enumeração
Verso 3- “Cair as pálpebras pesada”- Perífrase
Verso 3- “Cair as pálpebras”- personificação
Verso 6- “línguas se burquem, desvairados”- personificação
Verso 9- “duas bocas, uma língua-unidos”- perífrase
Verso 10- “beijos e gemidos”- enumeração
Verso 11- “Sentindo o nosso sangue misturar-se”- personificação
Verso 12- “Minha amada”- apóstrofes, hipérbato
Verso 13- “Enterra-os bem nos meus”- personificação
22. Ondjaki
● Ondjaki, é o pseudónimo
de Ndalu de Almeida,
que nasceu em 1977,
em Luanda, onde
estudou e tirou a sua
licenciatura em
psicologia.
● Em 2000 obtém o
segundo lugar no
concurso literário
António Jacinto e
publica o seu primeiro
livro Actu Sanguíneu.
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23. ● Tem publicado inúmeras obras e ganho
prémios, de entre os mais importantes “melhor
escritor africano do ano 2008”
● Atualmente, vive no Brasil.
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24. Bibliografia
● Actu Sanguíneu (poesia, 2000)
● Bom Dia Camaradas (romance, 2001)
● Momentos de Aqui (contos, 2001)
● O Assobiador (novela, 2002)
● Há Prendisajens com o Xão (poesia,
2002)
● Ynari: A Menina das Cinco Tranças
(infantil, 2004)
● Quantas Madrugadas Tem A Noite
(romance, 2004)
● E se Amanhã o Medo (contos, 2005)
● Os da minha rua (contos, 2007)
● AvóDezanove e o segredo do soviético
(romance, 2008)
● O leão e o coelho saltitão (infantil,
2008)
● Materiais para confecção de um espanador
de tristezas (poesia, 2009)
● Os vivos, o morto e o peixe-frito (ed.
brasileira / teatro, 2009)
● O voo do Golfinho (infantil, 2009)
● dentro de mim faz Sul, seguido de Acto
sanguíneo (poesia, 2010)
● “a bicicleta que tinha bigodes” (juvenil, 2011)
● Os Transparentes (romance, 2012)
● Uma escuridão bonita (juvenil,
Brasil/Portugal, 2013)
● Sonhos azuis pelas esquinas (contos,
Portugal/Brasil, 2014)
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25. Penúltima Vivência
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quero só
o silêncio da vela.
o afogar-me
na temperatura
da cera.
quero só
o silêncio de volta
infinituar-me
em poros que hajam
num chão de ser cera.
26. Penúltima Vivência
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Estrutura Interna:
O poeta procura de
forma quase
desesperada calma
nem que seja na
cera de uma vela.
Estrutura externa:
Esquema Rimático:
ABCDEAFCGE
Apresenta rima misturada
A rima:
Externa e consoante em C e E
Interna e toante em A
Métrica:
Não tem métrica fixa
Apresenta 10 versos
27. Penúltima Vivência
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Versos 1 e 6- “Quero só”- anástrofe
Verso 2- “o silêncio da vela”-
personificação
Versos 3 e 5- “ o afogar-me na
temperatura da cera”- metáfora
Versos 8 e 9- “infinituar-se, nem poros
que hajam”- metáfora
28. Poetas do Século XX
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Webgrafia
http://caisdaspalavras.blogspot.pt/
http://www.mensagenscomamor.com/poemas-e-poesias/poemas_miguel_torga.htm
http://www.citador.pt/poemas/soneto-de-amor-jose-regio
http://www.citador.pt/poemas/so-eu-sinto-baterlhe-o-coracao-miguel-torga
Bibliografia:
Silva, Dulce; Silva, Lília; Magalhães, Olga; (2013), Português 10, Porto, Porto Editora