1) O documento discute como os introvertidos podem ter sucesso e como trabalhar com introvertidos.
2) O autor descreve sua própria jornada como um introvertido que se transformou em uma pessoa mais extrovertida.
3) No entanto, o autor aprendeu que introversão não é uma doença e que o mundo favorece injustamente os extrovertidos.
2. Podes Ter Sucesso Sendo Introvertido? Como Trabalhar com Um
Introvertido?
Rui Gabriel /
Tags: introvertido, introvertidos famosos, ser introvertido e ter sucesso
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Sabias que entre 40% e 50% das pessoas são introvertidas? Sabias que uma grande parte das
pessoas que criam maiorinfluência e líderes em todas as áreas humanas são introvertidos?
És introvertido ou gostarias de conhecer o Poder de Trabalhar com Introvertidos? Este
artigo é para ti.
Eu não sou psicólogo e pouco sei da ciência por detrás da introversão e da extroversão. De Jung li o suficiente para saber o nome dele e pouco mais, mas tenho
uma experiência de vida, e uma reflexão sobre essa experiência feita com alguma profundidade…
Enquanto passava pela puberdade, estive num seminário missionário e aí, uma das pessoas que mais me influenciou foi um padre italiano chamado Pierino Plona.
Ele era a estrela de qualquer festa, tocava guitarra, tinha um sentido de humor limpo e agudo, conhecia muita gente, imensas
pessoas lhe davam prendas porque o adoravam. Para todos, o Pierino (como lhe chamávamos) era o máximo.
(Um dia contarei o seu método subversivo e espectacular para nos educar relativamente às experiências da adolescência
relacionadas com o sexo, o tabaco e o álcool, que todos andávamos numa correria para experimentar. Lembra-te: estava num
seminário missionário e queria ser padre. Eu e todos os outros miúdos.)
3. Se estiveres curioso deixa um comentário ali ao fundo e faz a pergunta ou o comentário que entenderes. Eu respondo.
Uma dia numa formação de grupo de desenvolvimento pessoal sobre “conhece-te a ti mesmo” ele confessou que era introvertido.
Eu e os outros miúdos ficámos espantados. Pessoalmente esta foi a lição que tirei naquele preciso momento, e foi tão forte que até
hoje a recordo como se a tivesse recebido ontem mesmo:
- Tu não és somente quem tu és, tu és em quem te transformas. Independentemente da tua personalidade, das tuas aptidões, tu
podes transformar-te em qualquer coisa que tu realmente queiras.
Pensando agora nisso, para um miúdo de 13 anos, este era um pedaço de informação bem avançado e trago-a comigo até hoje.
Bem, o facto é que fiquei chocado com a realidade. O Pierino era introvertido (!), explicou em poucas palavras o que isso é, para podermos verificar o nosso tipo de
personalidade nesse aspeto. Pelo que me vem à memória fixei este ponto do inquérito bastante longo que copiámos para os nossos cadernos para nossa reflexão:
Preferes trabalhar sozinho ou em grupo?
A minha experiência com trabalhos de grupo sempre tinha sido: eu faço tudo e os outros só atrapalham… muita conversa e pouca produtividade, pelo que foi fácil
para mim responder àquela pergunta.
O facto é que comecei a tomar consciência de que era na verdade eu era introvertido e comecei a juntar outras peças ao puzzle do introvertido. Reparei que:
4. 1. Preferia trabalhar sozinho
2. Gostava do silêncio, de pensar. de ler e ficar ali de papo-para-o-ar a curtir a minha música.
3. Ficava esgotado depois de uma festa, mesmo sem ter feito qualquer atividade física (nunca gostei de dançar).
4. Estava sempre desejoso de ir para o meu quarto e que terminasse o dia cheio de atividades.
5. Nunca gostei de desportos coletivos. Apesar de ter jogado futebol “obrigado”. Gostei de xadrez que nunca dominei bem mas no ping pong estava sempre nos 3
melhores.
Isto eu entendi rapidamente aos 13 anos. Porém, também entendi que não tinha de me limitar somente a ser como era, eu poderia mudar se quisesse.
E mudei seguindo o modelo do Pierino. Inspirava-me nele e pensava: se ele conseguiu ser a pessoa mais popular que conheço, eu também posso ser.
Aprendi guitarra,
Envolvi-me na organização de atividades do grupo: jogos, peças de teatro (sim, é verdade, deixei para trás uma promissora carreira de ator (!) que durou entre os
13 e os 16 anos),
Criei uma banda rock no seminário (tinha 14 anos e tinha começado a aprender a tocar guitarra 6 meses antes).
Aprendi ilusionismo que apresentava em todas as festas.
Liderei uma “revolta” de seminaristas numa causa que para nós era importante na época, e coloquei os padres todos em alvoroço.
Um dia, pelos meus 17 anos, já estudante na Universidade, um outro padre que era o meu mestre na altura, referiu-se a mim numa conversa privada como sendo eu
um líder e falou-me das responsabilidade que daí advinham.
Nessa altura senti-me bem. Tinha superado a minha introversão e tinha-me transformado numa versão própria do Pierino.
5. Clica na imagem para aumentar
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Efeito-que-tem-a-presen~~a-de-pessoas-~~.png"</a>
6. Aprendi muito durante a minha adolescência. Uma das coisas mais importantes foi esta:
- Eu podia ser a pessoa que quisesse ser.
E isso deu-me uma sensação de poder tão grande que o sinto até hoje. Sinto e sei que na realidade não há limites para o que podemos conseguir.
Porém, na minha vida adulta, o “introvertido que há em mim” manifestava-se de múltiplas e variadas formas:
Quando me convidavam para uma festa e eu ia contrariado porque preferia estar em casa…
Quando me falavam em “trabalho de equipa” e eu era muito mais produtivo a fazer as minhas coisas à minha maneira
Quando comecei a andar de bicicleta de montanha, comecei a falar da minha recém encontrada paixão e a receber convites para participar em clubes de
amadores, e a fazer passeios BTT. Nunca fui. Por outro lado percorri todos os trilhos e atalhos das montanhas da região, sozinho, e fiz muitos milhares de
quilómetros um pouco por todo o lado, enquanto ouvia uns áudios de desenvolvimento pessoal do Wayne Dyer.
Fui professor de Português e de Jornalismo numa escola secundária durante uns anos, e amava as aulas, o contacto com os alunos, partilhar as coisas que
sabia e mesmo a minha visão do mundo. Detestava reuniões de professores, notas, avaliações. Em cada período escolar as reuniões de notas eram como
chupar um prego ferrugento.
Reuniões de trabalho, saídas para jantar fora ou “para copos”, estar com muitas pessoas ao mesmo tempo são coisas que fazem parte da realidade e da
necessidade e por isso aprendi que podia aprender a fazê-las moderadamente bem.
Mas essa foi somente a primeira parte da lição para um introvertido. A segunda parte veio
muito mais tarde.
7.
8. Se pensares um pouco esta é a realidade: O mundo está feito para extrovertidos.
A educação promove a extroversão, a superficialidade e a extensão, ao invés da profundidade, da reflexão. As ciências são
ensinadas como fórmulas que abafam a criatividade, a filosofia despreza-se porque “não tem utilidade nenhuma”. Todos os
trabalhos são “trabalhos de grupo”, as artes são toleradas porque “afinal existe esta coisa chamada “cultura” que fica mal não
apoiar”.
No trabalho as pessoas são treinadas para trabalharem para outras pessoas, a “vestir a camisola” da empresa, a dar o seu melhor
por aquela casa. Porém isso significa dar aquilo que a casa quer e não necessariamente o que as pessoas têm de melhor. Aliás, é
típico que um funcionário esteja a dar o seu melhor : ser inovador, criativo, resolvedor de problemas, e que isso vá contra as
opiniões das chefias.
Os empreendedores e empresários precisam ter reuniões, vida social intensa, falar com muitas pessoas, gerar influência em
massa. Estar em festas, grupos, atividades. Negócios vêm de relações e relações fazem-se com pessoas, de preferência muitas
ao mesmo tempo.
Se fores um introvertido, na vida particular, dizem-te que precisas relacionar-te mais, comer, beber e divertir-e. Ir a festas, conhecer pessoas novas…
… Na vida profissional dizem-te que tens de fazer coisas junto com outras pessoas, conectar-te com muita gente, reunir-te com pessoas influentes na tua área, fazer
brainstormings, estar com pessoas e criar relações.
Dizem-te que precisas “fazer parte da malta”, estar onde estão todos, fazer o que todos fazem, ser um do grupo, ms tu és mais produtivo e feliz quando estás sozinho
ou com um grupo pequeno de pessoas com quem estás completamente à vontade.
Posso resumir esta segunda lição para um introvertido nestas palavras:
9. - Apesar de todos te tentarem curar… introversão não é uma doença, é um valor.
Olha aqui o vídeo TED da Susan Cain que fala do Poder dos Introvertidos (legendas em muitas línguas estão disponíveis nos botões de controlo)
O Livro da Susan Cain:
Portugal: “Silêncio , O poder dos introvertidos num mundo
que não pára de falar.” FNAC ou BERTRAND
Brasil: “O Poder dos Quietos” ESTANTE VIRTUAL
Como Ter Sucesso Sendo Introvertido:
Pára de tentar melhorar aquilo em que não és bom: foca-te em melhorar aquilo em que já és bom e arranja alguém para fazer o resto, se for mesmo preciso ser
feito.
Sai, participa, mostra-te, recebe o melhor do mundo e dá o teu melhor ao mundo, mesmo com algum esforço. Uma parte do sucesso está nas relações humanas,
e, principalmente na qualidade dessas relações e tu tens o potencial de te conectares com as pessoas num nível mais profundo do que a maioria.
Procura uma profissão que possa extrair de ti o que tens de melhor, mas que ao mesmo tempo te desafie um pouco a saíres da tua zona de conforto e
a comunicar com o mundo o teu valor.
A profissão de Bloguer Internet Marketer pode ser a profissão para ti: estás em casa, és dono do teu tempo, lês, escreves, ou fazes vídeos sobre o que te
interessa, e, aprendendo com a comunidade, podes fazer mesmo uma vida muito boa assim. (é o que eu faço e muitos fazemos, cada um em sua casa, com
resultados bem interessantes)
Usa um blog profissional como este, conecta-te virtualmente com uma comunidade online de empreendedores e bloguers que fazem do blogar a sua profissão
e vivem da internet.
A reflexão, o silêncio, o valor pessoal têm um valor no mercado muito elevado, fazem falta no mundo do ruído e da superficialidade e são apreciados.
10. Como Trabalhar com um Introvertido:
Para um extrovertido, trabalhar em equipa é colocar toda a gente junta , dividir tarefas e ir seguindo os progressos de cada um na parte que lhe diz respeito.
Para um introvertido é fazer um briefing geral e rápido entre as pessoas, depois cada um vais criar as suas soluções. Num tempo determinado reunem-se de
novo para partilhar experiências e aprenderem uns com os outros. As modificações, alterações e melhorias são feitos particularmente depois de terminada a
reunião breve.
Um introvertido pode ser mais lento a fazer certas coisas. O seu forte não é a velocidade mas sim a consistência. Aproveita-a.
Quando há muita gente a fazer uma coisa, o introvertido afasta-se e deixa os outros fazerem.
Como não gosta de conflitos, pode não defender a sua ideia num debate e deixar de dar a contribuição que teria para dar e que poderia ser de uma intuição
valiosa.
Quando, raramente, entra em alguma espécie de conflito é feroz. Podes ficar surpreendido com a ferocidade e ficar a pensar: “mas de onde é que saiu isto?
Passou-se!” (já te aconteceu presenciar algo assim? Essa pessoa normalmente calma a quem saltou a tampa é provavelmente um introvertido.)
Não consegue fazer muitas coisas ao mesmo tempo nem focar a atenção em mais de uma coisa de cada vez. Porém isso que faz, faz normalmente muito bem.
Dá-lhe espaço e valoriza os seus inputs. O mais certo é essa pessoa estar a ver um detalhe que tu não viste e não verias se ele não te chamasse a atenção.
Desafia-o constantemente a sair da sua zona de conforto e a “sair mais”, conhecer novas pessoas.
Acompanha-o nas esquisitices dele como meditar, ler, passear pelo campo, aprende dele a capacidade de se concentrar numa coisa e a levá-la a bom termo.
Todos temos muito para evoluir e para aprender uns com os outros.
Os extrovertidos podem aprender com os introvertidos a desenvolver-se mental e emocional e espiritualmente, a desanuviar, a limpar a mente e a aprender a
relaxar e a concentrar-se .
Os introvertidos podemos aprender a ser mais contributivos, aprender a criar ligações superficiais com muitas pessoas e daí, quem sabe, achar pessoas muito
interessantes. Podemos aprender a divertir-nos, e mostrar quem somos, a deixar o ego de lado porque não temos nada a provar a ninguém. Podemos aprender
com os extrovertidos a dizer parvoíces e a fazer coisas sem sentido só porque é divertido.
Podemos aprender a agir mais do que a pensar. Ao colocar ação massiva nas nossas ideias que são muitas e boas, ganhamos logo uma quantidade de pontos aos
extrovertidos que estão mais interessados em fazer muito e ir pensando à medida que se vai fazendo.
11. Se és Introvertido, comenta aqui em baixo e coloca a tua experiência. Os benefícios e os
desafios que encontras.
Se és Extrovertido, tens alguma história para contar da tua experiência de contacto com os
introvertidos.
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Rui Gabriel
Rui Gabriel conquistou uma posição de sucesso invulgar como empreendedor e mentor de empreendedores.Segue-o:
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