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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO 
(ISPSongo) 
ENGENHARIA HIDRÁULICA 
(4º Ano) 
Cadeira: Projecto de Barragens 
Projecto de construção de uma Represa 
Discentes (Grupo I): 
Samito Naife 
Nicolau Gabriel 
Manuel Gaspar 
Docente: Ezequiel Carvalho 
Songo, Setembro de 2014
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I i 
AGRADECIMENTOS 
Ao Eng.º Fabião Nhampossa por ter disponibilizado a carta topográfica da vila de Songo. 
Aos agricultores e proprietários de hortas por ter dado a conhecer o comportamento hidrológico do curso principal de água, com respeito aos senhores Tozé Armando Gonçalves, Ernesto Catemba e ao tecedor de esteiras Gelito Mazena. 
Ao técnico construtor Carlos Pack Lean e ao Eng. º Andre Arão por terem fornecido as curvas granulométricas dos materiais de construção. 
Agradecemos também a todos que, directa ou indirectamente, contribuíram para a concretização do presente projecto.
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I ii 
ÍNDICE 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 
1.1. Objectivos......................................................................................................................... 1 
1.1.1. Objectivo geral .......................................................................................................... 1 
1.1.2. Objectivos específicos .............................................................................................. 2 
1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 2 
1.3. Resultados esperados........................................................................................................ 2 
2. AVALIAÇÃO DO LOCAL PARA A CONSTRUÇÃO DE REPRESA ............................... 2 
2.1. Localização Geográfica da bacia de Guto ........................................................................ 3 
2.2. Descrição da bacia de Guto .............................................................................................. 4 
2.2.1. Clima ......................................................................................................................... 5 
2.2.2. Geologia .................................................................................................................... 5 
2.2.3. Relevo ....................................................................................................................... 5 
2.3. Reconhecimento Topográfico .......................................................................................... 6 
2.4. Reconhecimento Geológico ............................................................................................. 6 
2.5. Visitas de Campo ............................................................................................................. 6 
2.6. Critério de avaliação do local para construção de uma barragem .................................... 7 
2.7. Identificação de locais para construção de represa .......................................................... 8 
2.7.1. Alternativa (A-A) ...................................................................................................... 8 
2.7.2. Alternativa (B-B) ...................................................................................................... 9 
2.8. Escolha da melhor alternativa .......................................................................................... 9 
2.8.1. Vantagens e inconvenientes ...................................................................................... 9 
2.8.2. A melhor alternativa ............................................................................................... 10 
3. DIMENSIONAMENTO DA REPRESA .............................................................................. 11 
3.1. Levantamento Plani-altimetrico ..................................................................................... 11 
3.2. Volume de Água armazenada ........................................................................................ 11 
3.2.1. Volume total............................................................................................................ 11 
3.2.2. Volume morto ......................................................................................................... 12 
3.2.3. Volume útil ............................................................................................................. 15 
3.3. Dimensionamento de inclinação dos taludes ................................................................. 15
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I iii 
3.3.1. Pré-dimensionamento dos Taludes de Montante e de Jusante ................................ 15 
3.3.2. Verificação da estabilidade ..................................................................................... 16 
3.4. Altura da Barragem ........................................................................................................ 16 
3.4.1. Folga normal e mínima ........................................................................................... 16 
3.4.2. Cota de coroamento ................................................................................................ 17 
3.4.3. Nivel de maxima cheia............................................................................................ 17 
3.5. Sobreelevação................................................................................................................. 18 
3.6. Largura do coroamento .................................................................................................. 18 
3.7. Largura da base da Barragem ......................................................................................... 18 
3.8. Descarregador de cheia .................................................................................................. 19 
3.8.1. Caudal de pico......................................................................................................... 19 
3.8.2. Caudal de Projecto .................................................................................................. 22 
3.8.3. Caudal descarregado ............................................................................................... 22 
3.8.4. Largura da soleira do descarregador ....................................................................... 22 
3.9. Tomada de Água ............................................................................................................ 22 
3.10. Descarregador do fundo .............................................................................................. 23 
3.10.1. Caudal por descarregar ........................................................................................ 23 
3.10.2. Diâmetro do descarregador do fundo .................................................................. 24 
3.11. Acção sísmica ............................................................................................................. 24 
3.11.1. Verificação da estabilidade de taludes devido ao sismo ..................................... 24 
3.11.2. Onda na albufeira devido ao sismo ..................................................................... 25 
3.12. Protecção dos paramentos .......................................................................................... 26 
3.12.1. Protecção do paramento de Montante ................................................................. 26 
3.12.2. Protecção do paramento de Jusante ..................................................................... 29 
3.13. Cálculo do volume de terra ......................................................................................... 29 
3.13.1. Perfil transversal da barragem ............................................................................. 29 
3.13.2. Perfil Longitudinal da barragem ......................................................................... 29 
3.13.3. Volume de terra ................................................................................................... 30 
3.14. Dimensionamento de filtro e drenos ........................................................................... 31 
3.14.1. Curva granulométrica dos materiais para filtros, drenos e da barragem ............. 31 
3.14.2. Calculo dos diâmetros característicos dos materiais ........................................... 32 
3.14.3. Verificação dos materiais para filtro e dreno ...................................................... 33
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I iv 
3.14.4. Caudal percolado através da barragem................................................................ 34 
3.14.5. Dimensionamento da capacidade do filtro .......................................................... 36 
3.14.6. Dimensionamento da capacidade do dreno ......................................................... 37 
4. PLANO DE INSPECÇÃO E OBSERVAÇÃO DA REPRESA ........................................... 41 
4.1. Determinação dos factores de riscos .............................................................................. 41 
4.1.1. Condições Externas ou Ambientais ........................................................................ 41 
4.1.2. Condições de fiabilidade da obra ............................................................................ 41 
4.1.3. Condições associadas a potenciais riscos humano/economicos ............................. 42 
4.1.4. Índice global............................................................................................................ 42 
4.2. Sistema de observação ................................................................................................... 43 
4.2.1. Grandezas a medir................................................................................................... 43 
4.2.2. Dispositivos recomendados .................................................................................... 43 
4.3. Frequências de leitura em condições normais ................................................................ 43 
4.3.1. Fase de construção .................................................................................................. 43 
4.3.2. Fase de primeiro enchimento e esvaziamento rápido ............................................. 43 
4.3.3. Fase de exploração .................................................................................................. 44 
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 45 
6. RECOMENDAÇÕES ........................................................................................................... 46 
7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 47 
8. ANEXOS .............................................................................................................................. 48 
ANEXO 1: Morfologia da Bacia Guto (Sub-Bacia 2) .................................................................. 48 
9. ANEXO 2: Fotos via satélite (Sub-Bacia 2) ......................................................................... 49 
10. ANEXO 3: Visita de Campo.............................................................................................. 52
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 1 
1. INTRODUÇÃO 
O presente projecto visa a construção de uma represa com a finalidade de abastecimento de água para irrigação das hortas existentes no vale do riacho Guto e Promoção da piscicultura do peixe tilápia (pende). 
Quanto a organização do presente projecto, será constituída por duas partes que compreende a escolha do local para construção e o dimensionamento da represa. 
Na fase da escolha do local da construção da represa, serão considerados factores como o acesso, disponibilidade de materiais, assuntos relacionados com a posse da terra, preocupações ambientais, necessidades da comunidade, distância até à fonte de electricidade mais próxima e inundação de estradas, pontes e edifícios. 
Também nesta fase far-se-á uma caracterização da Bacia em relação ao Relevo, Clima, Geologia, Reconhecimento Topográfico de forma que estes dados possam ser úteis para outros fins académicos. 
Na fase do dimensionamento, tomar-se-á em consideração que a barragem terá altura uma prevista não superior a 15 metros e uma capacidade de armazenamento da albufeira não superior a 1.000.000 m3 por se tratar de pequena barragem de acordo com o Regulamento de Pequenas Barragens e outras Normas de barragens. 
A barragem escolhida será de aterro e homogénea visto que adequa-se a qualquer tipo de vale, minimizando os custos através de utilização de materiais naturais sendo adequado para este tipo de solução. 
É de salientar que alguns dados utilizados no dimensionamento foram estimados no terreno e outros adoptados em função da sensibilidade dos membros do grupo em comparação dos dados disponíveis na vila de Songo e outras fontes. 
1.1. Objectivos 
1.1.1. Objectivo geral 
Projectar uma represa no rio Guto com a finalidade Abastecer água para irrigação das hortas existentes no vale do riacho Guto; e Promoção da piscicultura do peixe tilápia (pende).
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 2 
1.1.2. Objectivos específicos 
 Escolher o Local para a construção da Represa; 
 Dimensionamento da Represa; 
 Estabelecer o plano de inspecção e observação da Represa. 
1.2. Metodologia 
Para a realização do presente trabalho recorreu-se á pesquisa de manuais didácticos disponíveis, pesquisas na internet e estudos de campo e de gabinete. 
Alguns dados que caracterizam a sub-bacia foram obtidos com base em operações facultadas pelo uso de mapas digitais usando dois Softwares nomeadamente: 
 Quantum GIS (SIG)1; e 
 Google Earth. 
Com estes programas, foi possível determinar as coordenadas (do ponto inicial e final) e o comprimento do curso principal de água da bacia em estudo com respeito a totalidade da sua área drenante (Vila de Songo – planalto rodeado por montes) e sua localização no Mapa de Moçambique. 
1.3. Resultados esperados 
Com este trabalho espera-se que a estrutura funcione adequadamente para os fins pelos quais ela será concebida. 
2. AVALIAÇÃO DO LOCAL PARA A CONSTRUÇÃO DE REPRESA 
1 SIG- Sistema de Informação Geográfica.
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 3 
2.1. Localização Geográfica da bacia de Guto 
A bacia do Guto localiza-se na vila do Songo. 
A vila do Songo é uma localidade do distrito de Cahora Bassa na província de Tete, em Moçambique, com sede na vila de Chitima, tem limite, a norte o distrito de Marávia, a oeste com o distrito de Mágoè, a sul com o Zimbabué, a leste com o distrito de Changara e a nordeste com o distrito de Chiuta. 
Figura 1: Província de Tete (Fonte: Atlas de Moçambique 2009.)
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 4 
Figura 2: Localização da Vila de Songo (Base: GIS – Sistema de Informação Geográfica) 
2.2. Descrição da bacia de Guto 
A vila de Songo localiza-se num planalto rodeado por montes, constituindo uma espécie de bacia hidrográfica que alimenta um riacho de nome Guto, cujas águas correm no sentido Este – Oeste e desagua na albufeira de Cahora Bassa. 
A bacia hidrográfica do Guto é composta por três sub-bacias, nomeadamente: 
 Sub-bacia 1: da nascente do riacho (próximo das casas tipo A Sul) até à intersecção do riacho com a avenida Armando Emílio Guebuza (próximo da antiga DA); 
 Sub-bacia 2: da intersecção do riacho com a avenida Armando Emílio Guebuza até à intersecção do riacho com a estrada que vai à barragem/central (no Acampamento Africano); 
 Sub-bacia 3: da intersecção do riacho com a estrada que vai à barragem/central até à foz.
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 5 
Para o estudo em causa cingir-se-á na sub-bacia 2, por ser a zona de concessão para implantação do projecto. O curso principal da sub-bacia 2 tem um comprimento de aproximadamente 4,500 metros. 
Nas margens do riacho principal desenvolvem-se actividades agrícolas de carácter familiar e de subsistência. 
2.2.1. Clima 
O distrito de Cahora Bassa é influenciado pelo clima do tipo tropical seco onde as precipitações médias anuais variam entre 0 à 400 mm, concentrando-se no período compreendido entre Novembro e finais de Março podendo localmente estender-se até Maio. As temperaturas médias anuais são acima de 26 °C, facto que desencoraja a prática de agricultura devido ao défice hídrico. 
2.2.2. Geologia 
É dominada por solos líticos2 e não drenados. Ocorrem ainda solos aluvionares provenientes de desgastes das rochas e transportados pelas águas correntes para zonas baixas) ao longo das linhas de drenagem natural. 
No distrito de Cahora-Bassa, vila de Songo, predomina formações sedimentares. 
2.2.3. Relevo 
A região tem uma altitude média, compreendendo planaltos baixos, médios, sub-planaltos e montanhas que abrangem altitudes que variam de 675 à 850 metros acima do nível médio das águas do mar. O relevo apresenta declives que variam de suavemente ondulados a fortemente dissecados. 
2 Solos com muita pedra
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 6 
2.3. Reconhecimento Topográfico 
Foi possível reconhecer a morfologia da sub-bacia pelo recurso à uma planta topográfica de Songo à escala 1:10´000 com curvas de nível espaçadas (intervalo de contorno) de 5 metros. 
Não efectuou-se o estudo de fotografias aéreas para uma primeira análise dos possíveis locais para a construção da represa, pelo que foi necessário determina-los a quando da realização da visita de campo que foi viável por tratar-se de um vale de uma bacia hidrográfica relativamente pequena. 
2.4. Reconhecimento Geológico 
A caracterização geológica do local foi possível a partir da revisão bibliográfica e baseou-se na informação geológica disponível no Atlas de Moçambique (2009) com respeito a região em estudo. 
Observação superficial ao longo da sub-bacia 2, não foi possível proceder abertura de trincheiras para detecção de possíveis falhas, reconhecimento das camadas subjacentes a superfície do solo de fundação devido a indisponibilidade de recursos (equipamentos). 
Não foram feitos estudos de exploração geofísica, nem sondagens para caracterização geológica mais detalhada do local pelo que assumiram-se algumas características tendo em consideração que nas proximidades da região encontra-se a barragem de Cahora Bassa, pois sendo esta uma grande estrutura de grande envergadura, é sabido que nela foram feitos trabalhos muito precisos para a caracterização geológica da região, daí a conclusão de que esta sub-bacia tenha mesmas características. 
2.5. Visitas de Campo 
Como já foi referido acima, a maior parte da caracterização efectiva da sub-bacia foi baseada nas conclusões obtidas a partir dos estudos de visitas de campo. O trabalho de campo permitiu a interacção do pessoal afecto ao projecto com as comunidades vizinhas que habitam e/ou dedicam suas actividades ao longo das margens do curso principal de água da sub-bacia em estudo, que são na maioria pequenos agricultores e proprietários de hortas, identificou-se também actividades
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 7 
associadas ao uso da água mas com menor predominância como, lavagem de britas e tecelagem de esteiras. 
As melhores alternativas de possíveis locais para a construção da represa foram identificadas como resultado de uma busca minuciosa e criteriosa “in situ” baseada no tópico 2.4 dos apontamentos do professor Carmo Vaz e do tópico 5 do manual de pequenas barragens da FAO. 
2.6. Critério de avaliação do local para construção de uma barragem 
Segundo o Professor Doutor Álvaro Carmo Vaz, em condições ideais, o local de uma barragem devia preencher os seguintes requisitos: 
a) Situar-se numa secção estreitas do vale. A razão é obviamente o tornar possível uma barragem de custo mais baixo. Há, no entanto, que tomar a atenção ao facto de que vales muitos estreitos podem dificultar a colocação de órgãos hidráulicos e complicar o problema da dissipação de energia. 
b) Estar a jusante dum vale aberto para que a albufeira criada pela barragem tenha uma grande capacidade de armazenamento. 
c) Ter boas condições de fundação (rocha sã a pequena profundidade, inexistência de falhas importantes, solos compactos e pouco permeáveis). 
d) A geologia do vale a montante, onde se vai localizar a albufeira, mostrar não haver problemas de rochas cársicas, solos permeáveis ou possibilidade de deslizamento nas encostas. 
e) Possibilitar a extracção de materiais de construção necessários (solos, agregados). 
f) Ter acessos fáceis. 
Como é evidente, estas condições raramente são preenchidas na totalidade pelo que é necessário procurar uma solução de compromisso. 
A selecção do local da barragem não deve ser feita sem se considerarem 2 ou 3 locais alternativos, pesando cuidadosamente as vantagens e inconvenientes de cada um deles.
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 8 
A escolha dum local deve atender também a outros factores dependentes das finalidades da barragem e das especificidades da região, como por exemplo: 
 Possibilidade de aproveitamento duma queda para produção de energia; 
 Áreas de interesse económico, social ou cultural e infra-estruturas que possam ser inundadas pela albufeira (aldeias que têm de ser deslocadas, estradas e caminhos-de-ferro que ficam submersos, etc.). 
2.7. Identificação de locais para construção de represa 
De acordo com as características morfológicas da sub-bacia 2, e requisitos recomendados para a localização de uma represa, foram identificados lugares possíveis dos quais seleccionou-se dois por cumprirem naturalmente com grande parte dos critérios. 
Figura 3: Identificação do local para a construção da Represa (alternativa A-A e B-B) 
2.7.1. Alternativa (A-A) 
 Vale aberto; 
 Esta a jusante de um vale aberto; 
 Boas condições de fundação (solos líticos e não drenados);
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 9 
 Não há problemas de rochas cársicas, os solos são impermeáveis e não há possibilidade de deslizamento nas encostas visto que o local é rochoso; 
 Disponibilidade do material de construção à 30 quilómetros do local (Chitima); 
 Localizada perto da estrada que vai até a barragem de Cahora Bassa, sendo assim um local de fácil acesso. 
2.7.2. Alternativa (B-B) 
 Vale estreito; 
 Esta a jusante de um vale aberto; 
 Condições de fundação: solos consistentes a pequenas profundidades; 
 Inexistência de rochas cársicas, solos permeáveis e possibilidades de deslizamento nas encostas; 
 Disponibilidade do material de construção à 30 quilómetros do local (Chitima); 
 Local de fácil acesso. 
2.8. Escolha da melhor alternativa 
De acordo com as características apresentadas dos dois locais alternativos, elas reúnem com grande parte dos requisitos de selecção do local para construção de uma represa. 
Sendo assim, há que escolher dos dois locais o que vai ter mais vantagens e menos inconvenientes em detrimento da outra na sua construção e exploração. 
2.8.1. Vantagens e inconvenientes Alternativas Vantagens Inconvenientes 
A-A 
 Baixo custo económico (Não será necessário desapropriação das áreas irrigadas devido a inundação da albufeira); 
 Baixo custo devido ao acesso; 
 Custo de investimento e exploração (Custos de tubagem e bombagem);
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 10 
 Proporciona boas condições para a prática de piscicultura; 
 Facilidade de Acesso 
 Maior desnível topográfico 
 Melhores condições de fundação; 
 Maior estabilidade das encostas; 
B-B 
 Baixo custo inicial de investimento; 
 Albufeira perto das áreas agrícolas; 
 Baixo custo de exploração. 
 Alto custo económico (haverá necessidade de desapropriação das áreas irrigáveis devido a inundação da albufeira); 
 Maior área inundada com profundidades não adequadas para a prática da piscicultura; 
 Encostas da albufeira propensas a erosão; 
 Dificuldade de acesso (existência da conduta da água de maior diâmetro que impede o movimento de maquinarias para o local); 
2.8.2. A melhor alternativa 
De acordo com as vantagens e inconvenientes de cada alternativa, o grupo decidiu escolher a alternativa A-A como sendo a melhor porque apesar de ter custos de exploração, ela apresenta mais vantagens e satisfaz as finalidades da represa comparativamente com a alternativa B-B.
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 11 
3. DIMENSIONAMENTO DA REPRESA 
3.1. Levantamento Plani-altimetrico De acordo com a carta topográfica da vila do Songo (anexo 1), foram obtidos os dados, na tabela abaixo, do local da implantação da represa. 
Curva 
Cota 
Area (m2) 
0 
780 
- 
1 
781 
50,00 
2 
782 
200,00 
3 
783 
375,00 
4 
784 
788,00 
5 
785 
1.150,00 
6 
786 
1.463,00 
7 
787 
1.763,00 
8 
788 
2.025,00 
3.2. Volume de Água armazenada 
3.2.1. Volume total 
Σ ( ) ( ) 
Curva 
Cota 
Area (m2) 
Vi 
0 
780 
- 
- 
1 
781 
50,00 
25,00 
2 
782 
200,00 
125,00 
3 
783 
375,00 
287,50 
4 
784 
788,00 
581,50 
5 
785 
1.150,00 
969,00 
6 
786 
1.463,00 
1.306,50 
7 
787 
1.763,00 
1.613,00 
8 
788 
2.025,00 
1.894,00 
Volume Total 
6.801,50
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 12 
3.2.2. Volume morto 
a) Caudal afluente anual 
Para a estimação do caudal afluente anual, realizou-se uma medição a vau e de seguida multiplicada por 31536000 segundos correspondente a um ano. Os cálculos são como se segue: 
 Comprimento da faixa longitudinal do rio: L = 5 metros 
 Tempo estimado da duração da rolha: t=09 minutos e 36 segundos 
 Secção transversal inicial e final e a estimação das respectivas áreas: 
Secção Inicial 
i h (cm) L (cm) Ai (cm2) 
0 
0 
0 
0 
1 
18 
100 
900 
2 
34 
200 
2600 
3 
47 
300 
4050 
4 
49 
400 
4800 
5 
0 
480 
1960 Area total (cm2) = 14310 Area total (m2) = 1.43
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 13 
Secção final 
i h (cm) L (cm) Ai (cm2) 
0 
0 
0 
0 
1 
13 
100 
650 
2 
18 
200 
1550 
3 
33 
300 
2550 
4 
24 
400 
2850 
5 
0 
490 
1080 Area total (cm2)= 8680 Area total (m2)= 0.87 
 Cálculo da secção média: 
 Cálculo da velocidade: ( ) 
 Cálculo do caudal: 
 Volume anual: 
b) Concentração média dos sedimentos: 100 ppm (Adoptado) 
c) Capacidade total da albufeira: Vt = 6801,50 m3 
d) Porosidade média dos sedimentos: η = 0.4 
e) Massa específico dos sedimentos: ρs =2650kg/m3 
f) Período de retorno: T=50 anos 
g) Estimativa de volume morto: 
 Massa de água
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 14 
 Massa de sedimentos 
100kg------------------------106kg 
ms-------------------------315360000kg 
ms = 31536kg 
 Volume de sedimentos aparente 
 Volume de sedimento retidos 
 Volume útil retido 
 Regularização específica 
 Coeficiente de retenção (Abaco de Brune)
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 15 
- Volume morto: 
- Volume morto para uma vida útil de 50 anos: - Altura correspondente ao volume morto (interpolado na tabela ---) ( ) ( ) ( ) 
3.2.3. Volume útil 
3.3. Dimensionamento de inclinação dos taludes 
Tendo em vista que a barragem será homogénea e o material a ser usado para sua construção será areia de boa granulometria, compacta. O ângulo do atrito interno é de ø = 46º, coesão c = 0 e o coeficiente de pressão intersticial ru=0,1. 
Em geral, para solos, as inclinações dos taludes variam de 1:2 à 1:3,5 e o coeficiente de segurança global FS = 1,5. 
3.3.1. Pré-dimensionamento dos Taludes de Montante e de Jusante 
( ) ( ) 
Como a inclinação do talude está fora do intervalo recomendado (1:2 à 1:3,5), adopta-se: 
 Para o paramento de montante: 1:3(v:h) 
 Para o paramento de Jusante: 1:2 (v:h)
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 16 
3.3.2. Verificação da estabilidade 
( ) 
( ) De acordo com o ábaco do anexo XXX: 
 
( ) ( ) 
 
( ) ( ) 
 Interpolando para 
( ) ( ) 
3.4. Altura da Barragem 
3.4.1. Folga normal e mínima 
Características da albufeira e da barragem: Fetch máximo: 0,05 km = 50 m (anexo) 
Fetch efectivo: 0,04 km = 40 m 
Inclinação do talude de montante: 1:3 (v:h)
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 17 
Coeficiente do vento sobre albufeira: Q=1,1 
Profundidade média da albufeira: seja D = 5 metros 
Velocidade do vento sobre a terra: V=70km/h =19,44 m/s 
N.B.: Para folga mínima será multiplicada por 2/3 a velocidade do vento sobre a terra. 
Designação 
Formulas 
Normal 
Mínima 
Velocidade na Albufeira (m/s) 
21,384 
14,256 
Altura da onda (m) 
( ) 
0,112846 
0,073423 
Período da Onda (s) 
0,940472 
0,786802 
Comprimento da onda (m) 
1,379799 
0,96573 
Altura da Honda de projecto (m) 
0,188453 
0,122616 
H0/Lw 
- 
0,13658 
0,126967 
R/H0 (retirado no abaco) 
- 1,36 1,36 
R (m) 
- 
0,256296 
0,166757 
S -Elevação da agua devido ao vento (m) 
0,000956 
0,000425 
Folga (m) 
{ } 
0,257252 
0,167182 
Como as folgas normal e mínima estão abaixo das recomendadas então, serão consideradas os valores mínimos (Regulamento de Pequenas Barragens - artigo11º) 
 Folga normal: 
 Folga mínima: 
3.4.2. Cota de coroamento 
Seja: 
3.4.3. Nível de máxima cheia 
 Altura da barragem
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 18 
3.5. Sobreelevação 
3.6. Largura do coroamento Designação Formula (m) 
Bureau of Reclamation 
5,20 
Preece 
√ 
3,56 
Regulamento Japonês 
√ 
4,60 
Como não haverá a circulação de veículos, para o presente projecto será assumida a menor largura: 
3.7. Largura da base da Barragem 
( )
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 19 
3.8. Descarregador de cheia 
3.8.1. Caudal de pico 
 Coeficiente de escoamento 
( ) 
Onde são coeficiente de declive do terreno, permeabilidade do solo e cobertura vegetal, respectivamente. 
Tabela: Coeficiente para bacias em áreas não urbanizadas (Fonte: Manual de Hidrologia - Dr. Álvaro Carmo Vaz) 
Tabela: Efeito de período de retorno (Fonte: Manual de Hidrologia - Dr. Álvaro Carmo Vaz)
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 20 
} ( ) 
 Intensidade de precipitação 
Tabela: Curva IDF de Maputo (Fonte: Regulamento do Sistema Público de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais - Moçambique) 
T (anos) 
2 
5 
10 
20 
25 
50 
a 
534,0468 
694,504 
797,3841 
896,5751 
930,8815 
1026,694 
b 
-0,6075 
-0,59383 
-0,5869 
-0,58197 
-0,58119 
-0,57749 
{
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 21 
( ) 
Tempo de concentração (tc): ( ) 
Onde 
L – Comprimento do curso principal (em Km); 
– Inclinação média do curso principal (em metros); ( ) ⁄ 
Para a zona de Songo, ⁄ 
 Caudal de pico 
Área da bacia: 
Área de contribuição: ⁄
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 22 
3.8.2. Caudal de Projecto 
⁄ 
3.8.3. Caudal descarregado 
⁄ ⁄ ⁄ 
3.8.4. Largura da soleira do descarregador 
√ ⁄ √ ⁄ √ ⁄ 
 Verificação da velocidade 
⁄ ⁄ 
3.9. Tomada de Água 
Tubo PVC: { ⁄ ⁄ ( ) 
Perda de carga
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 23 
Cálculo do diâmetro ( ) [ ( ) ] [ ( ) ] 
(Valor mínimo recomendado no Regulamento de Pequenas Barragens – Artigo 13º ) 
3.10. Descarregador do fundo 
Será dimensionado no caso menos favorável, considerando o não funcionamento da tomada de água. Neste caso o caudal a considerar é o correspondente ao volume do nível de pleno armazenamento somado ao caudal normal do rio. 
Tendo em conta o volume total da albufeira gerada pela represa, será adoptado um tempo de esvaziamento de um dia. 
O material do tubo será de betão: C=120 e L = 55m 
3.10.1. Caudal por descarregar 
– Caudal por descarregar
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 24 
– Volume total até ao nível do pleno armazenamento (6801,50 m3) 
– Tempo de esvaziamento da albufeira (1 dia=86400 s) 
– Caudal normal do rio (0,01m3/s) 
3.10.2. Diâmetro do descarregador do fundo 
( ) [ ( ) ] [ ( ) ] 
(Valor mínimo recomendado no Regulamento de Pequenas Barragens – Artigo 13º ) 
3.11. Acção sísmica 
3.11.1. Verificação da estabilidade de taludes devido ao sismo 
Será utilizada, para o cálculo do factor de segurança quanto ao sismo, a fórmula do bloco sobre uma superfície plana. 
 Areia de boa granulometria, compacta: {
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 25 
 Talude de jusante: ( ) ( ) ( ) 
 Aceleração de gravidade: g=9,8 m⁄s^2 
 Aceleração sísmica horizontal (Adoptado de acordo com o considerado na barragem de Cahora Bassa) 
 Condição de segurança: 
[ ( ) ( )] ( ) ( ) 
[ ( ) ( )] ( ) ( ) 
Estável! 
3.11.2. Onda na albufeira devido ao sismo 
 Altura da água a montante da barragem: (situação mais desfavorável) 
 Período predominante da onda sísmica: (considerando sismos de magnitude 2,0 à 2,9 na escala de Richter). 
 Condição: 
 Altura da onda devido ao sismo 
√( ) 
√( )
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 26 
Seja: 
Solução: 
3.12. Protecção dos paramentos 
3.12.1. Protecção do paramento de Montante 
O dimensionamento da camada de protecção consiste na determinação da dimensão e composição granulométrica das diversas camadas que a compõem: 
 Espessura da camada do enrocamento 
√ ( )( ) 
Onde: 
Massa volúmica dos blocos de enrocamento (material RIP RAP)
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Peso volúmico da rocha (material RIP RAP) 
Altura de projecto da onda 
Ângulo do enrocamento com a horizontal que é igual a inclinação do talude (1: 3) 
São determinados experimentalmente: 
1. TAYLOR ICOLD (Com Danos) ICOLD (Sem Danos) 
a = 
2,6 
a = 
3 
a = 
3 
b = 
1,00 
b = 
1 
b = 
0,67 
kd = 
3,20 
kd = 
4,37 
kd = 
3,62 
W50 = 
0,02 
kN 
W50 = 
0,01 
kN 
W50 = 
0,02 
kN 
W100 = 
0,09 
kN 
W100 = 
0,03 
kN 
W100 = 
0,06 
kN 
W0 = 
0,01 
kN 
W0 = 
0,00 
kN 
W0 = 
0,00 
kN % que passa D(m) Volume (m3) % que passa D(m) Volume (m3) % que passa D(m) Volume (m3) 100 0,17 
0,00370 100 0,12 
0,00 100 0,15 
0,00242 50 0,11 
0,00093 50 0,08 
0,00 50 0,09 
0,00061 0 0,07 
0,00023 0 0,05 
0,00 0 0,06 
0,00015
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 28 
Espessura da camada 1,5*D50 Dmax h Taylor 
0,16 
0,17 
0,17 ICOLD com danos 
0,12 
0,12 
0,12 ICOLD sem danos 
0,14 
0,15 
0,15 
Espessura do enrocamento: 
 Espessura da camada do filtro de transição TABELAxxxx: Espessura da camada de transição em função da altura da onda Altura da onda (m) Espessura da camada de transição (mm) 
0 – 1,2 
150 
1,2 – 2,4 
225 
2,4 – 3,0 
300 
 Altura da onda de projecto: ⇒ 
 Espessura da camada de transição: 
0 
20 
40 
60 
80 
100 
120 
0.01 
0.10 
1.00 
Taylor 
ICOL (Com Danos) 
ICOLD (Sem Danos) 
Diametro das particulas 
% que
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 29 
3.12.2. Protecção do paramento de Jusante 
Para a protecção do paramento de jusante, será feita usando revestimento vegetal. Serão utilizadas espécies de plantas de crescimento espontâneo existentes na vila de Songo desde que não seja de maior porte. 
3.13. Cálculo do volume de terra 
3.13.1. Perfil transversal da barragem 
Largura de coroamento: 3,60 m 
Altura da barragem: 9,50 m 
Inclinação de montante (1:h): h = 3 
Inclinação de jusante (1:h): h = 2 
3.13.2. Perfil Longitudinal da barragem 
Os dados para o estabelecimento do perfil longitudinal, foram adquiridos da seguinte forma: 
 Comprimento do coroamento (120 m): obtido através do mapa da bacia do Guto em anexo XXX. 
 Talude longitudinal da margem direita: (1: 2) 
 Talude longitudinal da margem esquerda (1: 5). 
 Comprimento do coroamento: 120 m 
 Inclinação média da margem esquerda (1:h): h=5 
0 
5 
10 
0 
10 
20 
30 
40 
50 
60 
Barragem 
Largura da base (m) 
Altura (m)
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 30 
 Inclinação média da margem direita (1:h): h=2 
3.13.3. Volume de terra 
 Largura da barragem na base: H 
 Área de aterro: ( ) 
 Posição do perfil máximo a margem esquerda: 
 Posição do perfil máximo a margem direita: 
Onde: 
Largura da base; 
Altura da barragem; 
Inclinação de montante; 
Largura do coroamento; 
Inclinação da jusante; 
Inclinação da média da margem esquerda 
Inclinação da média da margem direita 
Largura da barragem na base 
51,10 m 
Área de aterro 
259,83m2 
Posição perfil máximo a margem esquerda 
47,50 m 
Posição perfil máximo a margem direita 
19,00 m Volume total de terra 22539,82m3 
0 
5 
10 
0 
50 
100 
150 
PERFIL LONGITUDINAL 
Comprimento (m) 
Altura (m) 
MD 
ME
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 31 
3.14. Dimensionamento de filtro e dreno 
3.14.1. Curva granulométrica dos materiais para filtros, drenos e da barragem 
Abertura da malha 
Material que passa através do peneiro, % 
(mm) 
Material para filtro 
Material para dreno 
Material da barragem 
125 
100 
100 
100 
63 
100 
100 
100 
40 
100 
100 
100 
31,5 
100 
100 
100 
25 
100 
94,3 
100 
20 
100 
83,9 
100 
16 
100 
35,5 
100 
12,5 
100 
8 
100 
8 
94,3 
0 
100 
6,3 
83,9 
0 
100 
4 
35,5 
0 
100 
2 
8 
0 
99,3 
1 
0 
0 
95,3 
0,5 
0 
0 
45,2 
0,25 
0 
0 
23,2 
0,125 
0 
0 
0,8 
0,063 
0 
0 
0 
0,0061 
0 
0 
0
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 32 
3.14.2. Cálculo dos diâmetros característicos dos materiais 
A partir das leituras nas curvas granulométricas acima referenciadas, os diâmetros característicos são como se seguem: 
 Para material do filtro:{ 
 Para material do Dreno:{ 
 Para material da Barragem:{
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 33 
3.14.3. Verificação dos materiais para filtro e dreno 
 Para filtro: 
 Para dreno: 
Condição Verificação Objectivo 
D15 (filtro) ≤ 5d85 (barragem) 
Assegura a capacidade de retenção pelo filtro das partículas do solo a proteger 
D15 (filtro) ≥ 5d15 (barragem) 
Assegura um adequado contraste entre os materiais 
( ) ( ) 
Destina-se a minimizar a segregação durante a construção Condição Verificação Objectivo 
D15 (dreno) ≤ 5d85 (filtro) 
Assegura a capacidade de retenção pelo dreno das partículas do filtro 
D15 (dreno) ≥ 5d15 (filtro) 
Assegura um adequado contraste entre os materiais do dreno e do filtro 
( ) ( ) 
Destina-se a minimizar a segregação durante a construção
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 34 
3.14.4. Caudal percolado através da barragem 
a) Determinação do coeficiente permeabilidade (k) 
Curva granulométrica do material da barragem 
PARÂMETROS Dimensão (D) [mm] Percentagem que passa (PP) [%] Wn [%] S'n [1/cm] Wn*S'n [1/cm] 4,00 100 0,7 
21,21 
14,85 2,00 99,3 4 
42,43 
169,71 1,00 95,3 50,1 
84,85 
4251,13 0,50 45,2 22 
169,71 
3733,52 0,25 23,2 22,4 
339,41 
7602,81 0,13 0,8 
ΣWn*S'n = 
15772,02 
Porosidade (n) = 0,25 
S [1/m]= 
173,49 f= 1,1 
k [m/s]= 
1,38E-04 
b) Determinação do número de fluxo e de queda de potencial
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 35 
c) Determinação do caudal 
Onde: 
– Coeficiente de permeabilidade ( ) 
– Número de tubo de fluxo ( ) 
– Número de quedas de potencial ( ) 
Altura do nível do pleno armazenamento ( ) 
m
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 36 
3.14.5. Dimensionamento da capacidade do filtro 
A represa terá um filtro vertical, i = 1: 
Onde é a secção do filtro (para o caso da represa em causa, terá ) 
a) Determinação do coeficiente de permeabilidade do filtro 
Curva granulométrica do material do filtro 
Parâmetros Dimensão (D) [mm] Percentagem que passa (PP) [%] Wn [%] S'n [1/cm] Wn*S'n [1/cm] 12,50 100 0,7 
6,00 
4,20 8,00 99,3 4 
8,45 
33,81 6,30 95,3 50,1 
11,95 
598,81 4,00 45,2 22 
21,21 
466,69 2,00 23,2 22,4 
42,43 
950,35 1,00 0,8 
ΣWn*S'n = 
2053,86 
Porosidade (n) = 0,55 
S [1/m]= 
22,59 f= 1,1 
k [m/s]= 
2,41E-01 
b) Capacidade do filtro 
m
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 37 
c) Verificação de segurança da capacidade do filtro 
3.14.6. Dimensionamento da capacidade do dreno 
Σ 
Onde:
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 38 
Permeabilidade horizontal das camadas do dreno 
Inclinação montante-jusante do dreno 
Secção transversal das camadas do dreno 
Para o presente projecto, a barragem em causa terá um dreno constituído somente por única camada com o coeficiente de porosidade n=0,58, espessura mínima admissível igual a 0,50 metros e com uma inclinação montante-jusante de 8,5%. 
a) Dimensionamento da permeabilidade do dreno 
Curva granulométrica do material do Dreno 
Parâmetros Dimensão (D) [mm] Percentagem que passa (PP) [%] Wn [%] S'n [1/cm] Wn*S'n [1/cm] 31,50 100 5,7 
2,14 
12,19 25,00 94,3 10,4 
2,68 
27,91 20,00 83,9 48,4 
3,35 
162,34 16,00 35,5 27,5 
4,24 
116,67 12,50 8 8 
6,00 
48,00 8,00 0 
ΣWn*S'n = 
367,10 
Porosidade (n) = 0,58 
S [1/m]= 
4,04 f= 1,1 
k [m/s]= 
10,17 
b) Cálculo do caudal
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 39 
c) Verificação de segurança da capacidade do dreno
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 40 
Tratamento das fundações 
Antes de qualquer trabalho de execução estrutural da barragem serão feitas as seguintes actividades preliminares: 
 Remoção do solo superficial (remoção dos solos vegetais: solos orgânicos e restos de vegetação tais como, raízes, arbustos); 
 Regularização da superfície de fundação em que serão preenchidas as cavidades com betão pobre 3 e as reentrâncias serão eliminadas de modo a permitir um funcionamento perfeito do conjunto barragem – fundação; 
 Sendo o local caracterizado por formações rochosas, serão removidos todos blocos rochosos soltos; 
 Injecções com caldas de cimento com uma relação A/C de 0,6, com vista a colmatar as possíveis fendas e descontinuidades superficiais existentes e os furos de injecção estarão espaçadas de 1,5 metros e serão feitas 
 As pressões na injecção das caldas serão controladas de modo a não incrementar as fendas existentes ou fracturar o maciço. 
Impermeabilização do maciço da barragem 
Tratando-se de uma barragem homogénea será feita impermeabilização do paramento de montante 
3 betão com quantidades menores de cimento em relação aos outros constituintes
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 41 
4. PLANO DE INSPECÇÃO E OBSERVAÇÃO DA REPRESA 
4.1. Determinação dos factores de riscos 
4.1.1. Condições Externas ou Ambientais 
a) Sismicidade 
De acordo com dados locais, a aceleração sísmica máxima local é de 2g. De acordo com o quadro 1 (factores de apreciação das condições de risco), considerando uma aceleração máxima de 0.02g tem-se α1=1. 
b) Escorregamentos de taludes 
As encostas são, de uma maneira geral, estáveis, com mínima ou nula previsão de escorregamento, sendo assim o coeficiente α2=1. 
c) Cheia superior à de projecto 
Tratar-se de uma barragem de aterro, cuja cheia de projecto se baseou em dados hidrológicos fiáveis, por tanto, considera-se o coeficiente α3=3. 
d) Tipo de armazenamento e gestão 
A gestão da albufeira deverá ser feita em boas condições e as variações do nível da água não devem ser significativas, sendo assim α4=3. 
e) Acções agressivas 
Considerando que a água da albufeira é muito pouco dura, e que não trarão grande preocupação com a estrutura da barragem, sendo assim α5=1. Σ ( ) 
4.1.2. Condições de fiabilidade da obra 
a) Dimensionamento estrutural
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 42 
Considera-se um dimensionamento estrutural aceitável, sendo assim α6 =3. 
b) Fundação 
A fundação da barragem é boa, assim α7 =1. 
c) Órgão de descarga 
A barragem terá um descarregador de superfície, situado ao lado da estrutura e uma descarga de fundo. Considerando estes órgãos fiáveis, tem α8 =1. 
d) Condição de manutenção 
Considerando-se que as condições de manutenção, serão boas, tem-se α9 = 2. Σ ( ) 
4.1.3. Condições associadas a potenciais riscos humanos/económicos 
a) Volume de armazenamento do reservatório 
A barragem tem uma albufeira com capacidade máxima de 6801,50 m3, o que traduz um coeficiente α10 = 1. 
b) Instalações a jusante 
a jusante da barragem têm um pequeno povoado que sua prática predominante é agricultura, sendo assim α11= 2. Σ ( ) 
4.1.4. Índice global 
O índice global, que traduz o risco potencial, para a barragem a projectar será dada por:
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 43 
4.2. Sistema de observação 
De acordo com a tabela 2, os dispositivos de observação proposto para uma barragem de aterro com 9.5 m de altura, são: 
4.2.1. Grandezas a medir 
 Medição de caudais de infiltração; 
 Medição de tensões neutras; 
 Sismologia (Aceleração sísmicas); e 
 Meteorologia (Ventos, precipitações, evaporação e temperatura) 
4.2.2. Dispositivos recomendados 
 Inspecção visual; 
 Piezómetros hidráulicos 
 Medidores de caudais 
 Acelerógrafos. 
 Escalas limnimétricas 
 Estação meteorológica 
 E outros equipamentos (sistema de alarme). 
4.3. Frequências de leitura em condições normais 
A frequência da leitura dos diferentes dispositivos deverá ser efectuada como se segue abaixo, em função da altura da barragem (9,5 m) e do índice global, (Previsto nas Normas de Observação e Inspecção de Barragens, Artigo 15º). 
4.3.1. Fase de construção 
 Tensões neutras – semanal 
 Inspecções visuais – semanal (rotina) 
 Precipitação – diário 
4.3.2. Fase de primeiro enchimento e esvaziamento rápido 
 Deslocamentos – início e fim de enchimento
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 44 
 Caudais - início e fim de enchimento ou trimestral 
 Tensões neutras - início e fim de enchimento ou trimestral 
 Inspecções visuais – início e fim de enchimento ou trimestral 
4.3.3. Fase de exploração 
 Deslocamentos – bienal 
 Caudais – semestral 
 Tensões neutras – semestral 
 Inspecções visuais – semestral 
 Níveis da albufeira – diário 
 Precipitação – diário
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 45 
5. CONCLUSÃO 
De acordo com os critérios de escolha do local para a construção da barragem conclui-se que a escolha foi bem efectuada, visto que cumpre com maior parte dos critérios, cumprindo com a sua finalidade de abastecer água para irrigação das hortas existentes no vale do riacho Guto; e Promoção da piscicultura do peixe tilápia. 
Os resultados obtidos mediante os cálculos e fundamentos permitem-nos concluir que o Projecto se apresenta viável aos seus principais objectivos. É importante realçar que a opção por uma barragem de terra homogénea é uma solução óptima em termos de custos de obtenção de materiais. 
No dimensionamento de filtros e dreno, conclui-se que a capacidade do dreno é superior a do filtro e a do filtro é maior que 100 vezes a do aterro, estando assim dentro dos limites recomendados para a construção do mesmo. 
A disponibilidade dos materiais locais e a geologia da zona são aspectos que favoreceram a economia do projecto.
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 46 
6. RECOMENDAÇÕES 
Para a elaboração deste trabalho foram utilizados dados a partir de fontes bibliográficas sem muitos recursos para obtenção de dados de campo por não possuir equipamentos respectivos para nomeadamente: teodolitos, GPS, instrumentos para determinação das camadas do solo, equipamentos para a abertura de trincheiras, curvas de níveis espaçadas de 1 a 1 metro ou 2 a 2 metros no local de implantação da represa (de acordo com o recomendado). Para a implantação desta infra-estrutura, é necessário que sejam feitos estudos mais rigorosos para que sejam apurados melhores resultados para o efeito. 
Outro ponto a considerar é o facto de que, para estudos mais profundos os trabalhos de reconhecimento, investigações e prospecção geotécnica do local para a implantação de uma barragem é necessário tempo suficiente para apuramento de dados mais fiáveis. Recomenda se por tanto mais tempo para tais investigações o que possibilita a obtenção de resultados fiáveis. 
Para efeitos de implantação obriga-se que todos estudos que foram executados sejam possíveis uma vez que não são 
Recomenda-se a realização de ensaios laboratoriais para uso de dados reias tais como: análise granulométrica, Compactação, entre outros para que a estrutura funcione normalmente.
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 47 
7. BIBLIOGRAFIA 
Atlas de Moçambique, Editora Nacional de Moçambique S.A, 1ª Edição, Maputo 2009 
VAZ, Álvaro C., Apontamento de Obras Hidráulica-Conceitos Gerais Sobre Barragens. 
Internet-Google Earth 
Guia Prático para Projecto de Pequenas Obras Hidráulicas; DAEE; São Paulo, 2005 
Design of Small Dams, US Bureau of Reclamation, Denver 1987. 
VAZ, Álvaro C., Manual de Hidrologia. 
MARCELINO, João, Projecto, Construção e Exploração de Pequenas Barragens de Aterro; 2009, 2ª Edição, LNEC – Lisboa. 
Curso de Exploração e Segurança de Barragens, Divisão de Informação e Tecnologias; Maio, 2009. 
http://www.fao.org/docrep/014/ba0081p/ba0081p.pdf
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 48 
8. ANEXOS 
ANEXO 1: Morfologia da Bacia Guto (Sub-Bacia 2)
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 49 
9. ANEXO 2: Fotos via satélite (Sub-Bacia 2)
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 50
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 51
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 52 
10. ANEXO 3: Visita de Campo
Projecto de construção de uma Represa 
Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 53
Projecto de construção de uma Represa 
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Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 55

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  • 1. INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO (ISPSongo) ENGENHARIA HIDRÁULICA (4º Ano) Cadeira: Projecto de Barragens Projecto de construção de uma Represa Discentes (Grupo I): Samito Naife Nicolau Gabriel Manuel Gaspar Docente: Ezequiel Carvalho Songo, Setembro de 2014
  • 2. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I i AGRADECIMENTOS Ao Eng.º Fabião Nhampossa por ter disponibilizado a carta topográfica da vila de Songo. Aos agricultores e proprietários de hortas por ter dado a conhecer o comportamento hidrológico do curso principal de água, com respeito aos senhores Tozé Armando Gonçalves, Ernesto Catemba e ao tecedor de esteiras Gelito Mazena. Ao técnico construtor Carlos Pack Lean e ao Eng. º Andre Arão por terem fornecido as curvas granulométricas dos materiais de construção. Agradecemos também a todos que, directa ou indirectamente, contribuíram para a concretização do presente projecto.
  • 3. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I ii ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 1.1. Objectivos......................................................................................................................... 1 1.1.1. Objectivo geral .......................................................................................................... 1 1.1.2. Objectivos específicos .............................................................................................. 2 1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 2 1.3. Resultados esperados........................................................................................................ 2 2. AVALIAÇÃO DO LOCAL PARA A CONSTRUÇÃO DE REPRESA ............................... 2 2.1. Localização Geográfica da bacia de Guto ........................................................................ 3 2.2. Descrição da bacia de Guto .............................................................................................. 4 2.2.1. Clima ......................................................................................................................... 5 2.2.2. Geologia .................................................................................................................... 5 2.2.3. Relevo ....................................................................................................................... 5 2.3. Reconhecimento Topográfico .......................................................................................... 6 2.4. Reconhecimento Geológico ............................................................................................. 6 2.5. Visitas de Campo ............................................................................................................. 6 2.6. Critério de avaliação do local para construção de uma barragem .................................... 7 2.7. Identificação de locais para construção de represa .......................................................... 8 2.7.1. Alternativa (A-A) ...................................................................................................... 8 2.7.2. Alternativa (B-B) ...................................................................................................... 9 2.8. Escolha da melhor alternativa .......................................................................................... 9 2.8.1. Vantagens e inconvenientes ...................................................................................... 9 2.8.2. A melhor alternativa ............................................................................................... 10 3. DIMENSIONAMENTO DA REPRESA .............................................................................. 11 3.1. Levantamento Plani-altimetrico ..................................................................................... 11 3.2. Volume de Água armazenada ........................................................................................ 11 3.2.1. Volume total............................................................................................................ 11 3.2.2. Volume morto ......................................................................................................... 12 3.2.3. Volume útil ............................................................................................................. 15 3.3. Dimensionamento de inclinação dos taludes ................................................................. 15
  • 4. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I iii 3.3.1. Pré-dimensionamento dos Taludes de Montante e de Jusante ................................ 15 3.3.2. Verificação da estabilidade ..................................................................................... 16 3.4. Altura da Barragem ........................................................................................................ 16 3.4.1. Folga normal e mínima ........................................................................................... 16 3.4.2. Cota de coroamento ................................................................................................ 17 3.4.3. Nivel de maxima cheia............................................................................................ 17 3.5. Sobreelevação................................................................................................................. 18 3.6. Largura do coroamento .................................................................................................. 18 3.7. Largura da base da Barragem ......................................................................................... 18 3.8. Descarregador de cheia .................................................................................................. 19 3.8.1. Caudal de pico......................................................................................................... 19 3.8.2. Caudal de Projecto .................................................................................................. 22 3.8.3. Caudal descarregado ............................................................................................... 22 3.8.4. Largura da soleira do descarregador ....................................................................... 22 3.9. Tomada de Água ............................................................................................................ 22 3.10. Descarregador do fundo .............................................................................................. 23 3.10.1. Caudal por descarregar ........................................................................................ 23 3.10.2. Diâmetro do descarregador do fundo .................................................................. 24 3.11. Acção sísmica ............................................................................................................. 24 3.11.1. Verificação da estabilidade de taludes devido ao sismo ..................................... 24 3.11.2. Onda na albufeira devido ao sismo ..................................................................... 25 3.12. Protecção dos paramentos .......................................................................................... 26 3.12.1. Protecção do paramento de Montante ................................................................. 26 3.12.2. Protecção do paramento de Jusante ..................................................................... 29 3.13. Cálculo do volume de terra ......................................................................................... 29 3.13.1. Perfil transversal da barragem ............................................................................. 29 3.13.2. Perfil Longitudinal da barragem ......................................................................... 29 3.13.3. Volume de terra ................................................................................................... 30 3.14. Dimensionamento de filtro e drenos ........................................................................... 31 3.14.1. Curva granulométrica dos materiais para filtros, drenos e da barragem ............. 31 3.14.2. Calculo dos diâmetros característicos dos materiais ........................................... 32 3.14.3. Verificação dos materiais para filtro e dreno ...................................................... 33
  • 5. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I iv 3.14.4. Caudal percolado através da barragem................................................................ 34 3.14.5. Dimensionamento da capacidade do filtro .......................................................... 36 3.14.6. Dimensionamento da capacidade do dreno ......................................................... 37 4. PLANO DE INSPECÇÃO E OBSERVAÇÃO DA REPRESA ........................................... 41 4.1. Determinação dos factores de riscos .............................................................................. 41 4.1.1. Condições Externas ou Ambientais ........................................................................ 41 4.1.2. Condições de fiabilidade da obra ............................................................................ 41 4.1.3. Condições associadas a potenciais riscos humano/economicos ............................. 42 4.1.4. Índice global............................................................................................................ 42 4.2. Sistema de observação ................................................................................................... 43 4.2.1. Grandezas a medir................................................................................................... 43 4.2.2. Dispositivos recomendados .................................................................................... 43 4.3. Frequências de leitura em condições normais ................................................................ 43 4.3.1. Fase de construção .................................................................................................. 43 4.3.2. Fase de primeiro enchimento e esvaziamento rápido ............................................. 43 4.3.3. Fase de exploração .................................................................................................. 44 5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 45 6. RECOMENDAÇÕES ........................................................................................................... 46 7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 47 8. ANEXOS .............................................................................................................................. 48 ANEXO 1: Morfologia da Bacia Guto (Sub-Bacia 2) .................................................................. 48 9. ANEXO 2: Fotos via satélite (Sub-Bacia 2) ......................................................................... 49 10. ANEXO 3: Visita de Campo.............................................................................................. 52
  • 6. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 1 1. INTRODUÇÃO O presente projecto visa a construção de uma represa com a finalidade de abastecimento de água para irrigação das hortas existentes no vale do riacho Guto e Promoção da piscicultura do peixe tilápia (pende). Quanto a organização do presente projecto, será constituída por duas partes que compreende a escolha do local para construção e o dimensionamento da represa. Na fase da escolha do local da construção da represa, serão considerados factores como o acesso, disponibilidade de materiais, assuntos relacionados com a posse da terra, preocupações ambientais, necessidades da comunidade, distância até à fonte de electricidade mais próxima e inundação de estradas, pontes e edifícios. Também nesta fase far-se-á uma caracterização da Bacia em relação ao Relevo, Clima, Geologia, Reconhecimento Topográfico de forma que estes dados possam ser úteis para outros fins académicos. Na fase do dimensionamento, tomar-se-á em consideração que a barragem terá altura uma prevista não superior a 15 metros e uma capacidade de armazenamento da albufeira não superior a 1.000.000 m3 por se tratar de pequena barragem de acordo com o Regulamento de Pequenas Barragens e outras Normas de barragens. A barragem escolhida será de aterro e homogénea visto que adequa-se a qualquer tipo de vale, minimizando os custos através de utilização de materiais naturais sendo adequado para este tipo de solução. É de salientar que alguns dados utilizados no dimensionamento foram estimados no terreno e outros adoptados em função da sensibilidade dos membros do grupo em comparação dos dados disponíveis na vila de Songo e outras fontes. 1.1. Objectivos 1.1.1. Objectivo geral Projectar uma represa no rio Guto com a finalidade Abastecer água para irrigação das hortas existentes no vale do riacho Guto; e Promoção da piscicultura do peixe tilápia (pende).
  • 7. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 2 1.1.2. Objectivos específicos  Escolher o Local para a construção da Represa;  Dimensionamento da Represa;  Estabelecer o plano de inspecção e observação da Represa. 1.2. Metodologia Para a realização do presente trabalho recorreu-se á pesquisa de manuais didácticos disponíveis, pesquisas na internet e estudos de campo e de gabinete. Alguns dados que caracterizam a sub-bacia foram obtidos com base em operações facultadas pelo uso de mapas digitais usando dois Softwares nomeadamente:  Quantum GIS (SIG)1; e  Google Earth. Com estes programas, foi possível determinar as coordenadas (do ponto inicial e final) e o comprimento do curso principal de água da bacia em estudo com respeito a totalidade da sua área drenante (Vila de Songo – planalto rodeado por montes) e sua localização no Mapa de Moçambique. 1.3. Resultados esperados Com este trabalho espera-se que a estrutura funcione adequadamente para os fins pelos quais ela será concebida. 2. AVALIAÇÃO DO LOCAL PARA A CONSTRUÇÃO DE REPRESA 1 SIG- Sistema de Informação Geográfica.
  • 8. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 3 2.1. Localização Geográfica da bacia de Guto A bacia do Guto localiza-se na vila do Songo. A vila do Songo é uma localidade do distrito de Cahora Bassa na província de Tete, em Moçambique, com sede na vila de Chitima, tem limite, a norte o distrito de Marávia, a oeste com o distrito de Mágoè, a sul com o Zimbabué, a leste com o distrito de Changara e a nordeste com o distrito de Chiuta. Figura 1: Província de Tete (Fonte: Atlas de Moçambique 2009.)
  • 9. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 4 Figura 2: Localização da Vila de Songo (Base: GIS – Sistema de Informação Geográfica) 2.2. Descrição da bacia de Guto A vila de Songo localiza-se num planalto rodeado por montes, constituindo uma espécie de bacia hidrográfica que alimenta um riacho de nome Guto, cujas águas correm no sentido Este – Oeste e desagua na albufeira de Cahora Bassa. A bacia hidrográfica do Guto é composta por três sub-bacias, nomeadamente:  Sub-bacia 1: da nascente do riacho (próximo das casas tipo A Sul) até à intersecção do riacho com a avenida Armando Emílio Guebuza (próximo da antiga DA);  Sub-bacia 2: da intersecção do riacho com a avenida Armando Emílio Guebuza até à intersecção do riacho com a estrada que vai à barragem/central (no Acampamento Africano);  Sub-bacia 3: da intersecção do riacho com a estrada que vai à barragem/central até à foz.
  • 10. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 5 Para o estudo em causa cingir-se-á na sub-bacia 2, por ser a zona de concessão para implantação do projecto. O curso principal da sub-bacia 2 tem um comprimento de aproximadamente 4,500 metros. Nas margens do riacho principal desenvolvem-se actividades agrícolas de carácter familiar e de subsistência. 2.2.1. Clima O distrito de Cahora Bassa é influenciado pelo clima do tipo tropical seco onde as precipitações médias anuais variam entre 0 à 400 mm, concentrando-se no período compreendido entre Novembro e finais de Março podendo localmente estender-se até Maio. As temperaturas médias anuais são acima de 26 °C, facto que desencoraja a prática de agricultura devido ao défice hídrico. 2.2.2. Geologia É dominada por solos líticos2 e não drenados. Ocorrem ainda solos aluvionares provenientes de desgastes das rochas e transportados pelas águas correntes para zonas baixas) ao longo das linhas de drenagem natural. No distrito de Cahora-Bassa, vila de Songo, predomina formações sedimentares. 2.2.3. Relevo A região tem uma altitude média, compreendendo planaltos baixos, médios, sub-planaltos e montanhas que abrangem altitudes que variam de 675 à 850 metros acima do nível médio das águas do mar. O relevo apresenta declives que variam de suavemente ondulados a fortemente dissecados. 2 Solos com muita pedra
  • 11. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 6 2.3. Reconhecimento Topográfico Foi possível reconhecer a morfologia da sub-bacia pelo recurso à uma planta topográfica de Songo à escala 1:10´000 com curvas de nível espaçadas (intervalo de contorno) de 5 metros. Não efectuou-se o estudo de fotografias aéreas para uma primeira análise dos possíveis locais para a construção da represa, pelo que foi necessário determina-los a quando da realização da visita de campo que foi viável por tratar-se de um vale de uma bacia hidrográfica relativamente pequena. 2.4. Reconhecimento Geológico A caracterização geológica do local foi possível a partir da revisão bibliográfica e baseou-se na informação geológica disponível no Atlas de Moçambique (2009) com respeito a região em estudo. Observação superficial ao longo da sub-bacia 2, não foi possível proceder abertura de trincheiras para detecção de possíveis falhas, reconhecimento das camadas subjacentes a superfície do solo de fundação devido a indisponibilidade de recursos (equipamentos). Não foram feitos estudos de exploração geofísica, nem sondagens para caracterização geológica mais detalhada do local pelo que assumiram-se algumas características tendo em consideração que nas proximidades da região encontra-se a barragem de Cahora Bassa, pois sendo esta uma grande estrutura de grande envergadura, é sabido que nela foram feitos trabalhos muito precisos para a caracterização geológica da região, daí a conclusão de que esta sub-bacia tenha mesmas características. 2.5. Visitas de Campo Como já foi referido acima, a maior parte da caracterização efectiva da sub-bacia foi baseada nas conclusões obtidas a partir dos estudos de visitas de campo. O trabalho de campo permitiu a interacção do pessoal afecto ao projecto com as comunidades vizinhas que habitam e/ou dedicam suas actividades ao longo das margens do curso principal de água da sub-bacia em estudo, que são na maioria pequenos agricultores e proprietários de hortas, identificou-se também actividades
  • 12. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 7 associadas ao uso da água mas com menor predominância como, lavagem de britas e tecelagem de esteiras. As melhores alternativas de possíveis locais para a construção da represa foram identificadas como resultado de uma busca minuciosa e criteriosa “in situ” baseada no tópico 2.4 dos apontamentos do professor Carmo Vaz e do tópico 5 do manual de pequenas barragens da FAO. 2.6. Critério de avaliação do local para construção de uma barragem Segundo o Professor Doutor Álvaro Carmo Vaz, em condições ideais, o local de uma barragem devia preencher os seguintes requisitos: a) Situar-se numa secção estreitas do vale. A razão é obviamente o tornar possível uma barragem de custo mais baixo. Há, no entanto, que tomar a atenção ao facto de que vales muitos estreitos podem dificultar a colocação de órgãos hidráulicos e complicar o problema da dissipação de energia. b) Estar a jusante dum vale aberto para que a albufeira criada pela barragem tenha uma grande capacidade de armazenamento. c) Ter boas condições de fundação (rocha sã a pequena profundidade, inexistência de falhas importantes, solos compactos e pouco permeáveis). d) A geologia do vale a montante, onde se vai localizar a albufeira, mostrar não haver problemas de rochas cársicas, solos permeáveis ou possibilidade de deslizamento nas encostas. e) Possibilitar a extracção de materiais de construção necessários (solos, agregados). f) Ter acessos fáceis. Como é evidente, estas condições raramente são preenchidas na totalidade pelo que é necessário procurar uma solução de compromisso. A selecção do local da barragem não deve ser feita sem se considerarem 2 ou 3 locais alternativos, pesando cuidadosamente as vantagens e inconvenientes de cada um deles.
  • 13. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 8 A escolha dum local deve atender também a outros factores dependentes das finalidades da barragem e das especificidades da região, como por exemplo:  Possibilidade de aproveitamento duma queda para produção de energia;  Áreas de interesse económico, social ou cultural e infra-estruturas que possam ser inundadas pela albufeira (aldeias que têm de ser deslocadas, estradas e caminhos-de-ferro que ficam submersos, etc.). 2.7. Identificação de locais para construção de represa De acordo com as características morfológicas da sub-bacia 2, e requisitos recomendados para a localização de uma represa, foram identificados lugares possíveis dos quais seleccionou-se dois por cumprirem naturalmente com grande parte dos critérios. Figura 3: Identificação do local para a construção da Represa (alternativa A-A e B-B) 2.7.1. Alternativa (A-A)  Vale aberto;  Esta a jusante de um vale aberto;  Boas condições de fundação (solos líticos e não drenados);
  • 14. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 9  Não há problemas de rochas cársicas, os solos são impermeáveis e não há possibilidade de deslizamento nas encostas visto que o local é rochoso;  Disponibilidade do material de construção à 30 quilómetros do local (Chitima);  Localizada perto da estrada que vai até a barragem de Cahora Bassa, sendo assim um local de fácil acesso. 2.7.2. Alternativa (B-B)  Vale estreito;  Esta a jusante de um vale aberto;  Condições de fundação: solos consistentes a pequenas profundidades;  Inexistência de rochas cársicas, solos permeáveis e possibilidades de deslizamento nas encostas;  Disponibilidade do material de construção à 30 quilómetros do local (Chitima);  Local de fácil acesso. 2.8. Escolha da melhor alternativa De acordo com as características apresentadas dos dois locais alternativos, elas reúnem com grande parte dos requisitos de selecção do local para construção de uma represa. Sendo assim, há que escolher dos dois locais o que vai ter mais vantagens e menos inconvenientes em detrimento da outra na sua construção e exploração. 2.8.1. Vantagens e inconvenientes Alternativas Vantagens Inconvenientes A-A  Baixo custo económico (Não será necessário desapropriação das áreas irrigadas devido a inundação da albufeira);  Baixo custo devido ao acesso;  Custo de investimento e exploração (Custos de tubagem e bombagem);
  • 15. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 10  Proporciona boas condições para a prática de piscicultura;  Facilidade de Acesso  Maior desnível topográfico  Melhores condições de fundação;  Maior estabilidade das encostas; B-B  Baixo custo inicial de investimento;  Albufeira perto das áreas agrícolas;  Baixo custo de exploração.  Alto custo económico (haverá necessidade de desapropriação das áreas irrigáveis devido a inundação da albufeira);  Maior área inundada com profundidades não adequadas para a prática da piscicultura;  Encostas da albufeira propensas a erosão;  Dificuldade de acesso (existência da conduta da água de maior diâmetro que impede o movimento de maquinarias para o local); 2.8.2. A melhor alternativa De acordo com as vantagens e inconvenientes de cada alternativa, o grupo decidiu escolher a alternativa A-A como sendo a melhor porque apesar de ter custos de exploração, ela apresenta mais vantagens e satisfaz as finalidades da represa comparativamente com a alternativa B-B.
  • 16. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 11 3. DIMENSIONAMENTO DA REPRESA 3.1. Levantamento Plani-altimetrico De acordo com a carta topográfica da vila do Songo (anexo 1), foram obtidos os dados, na tabela abaixo, do local da implantação da represa. Curva Cota Area (m2) 0 780 - 1 781 50,00 2 782 200,00 3 783 375,00 4 784 788,00 5 785 1.150,00 6 786 1.463,00 7 787 1.763,00 8 788 2.025,00 3.2. Volume de Água armazenada 3.2.1. Volume total Σ ( ) ( ) Curva Cota Area (m2) Vi 0 780 - - 1 781 50,00 25,00 2 782 200,00 125,00 3 783 375,00 287,50 4 784 788,00 581,50 5 785 1.150,00 969,00 6 786 1.463,00 1.306,50 7 787 1.763,00 1.613,00 8 788 2.025,00 1.894,00 Volume Total 6.801,50
  • 17. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 12 3.2.2. Volume morto a) Caudal afluente anual Para a estimação do caudal afluente anual, realizou-se uma medição a vau e de seguida multiplicada por 31536000 segundos correspondente a um ano. Os cálculos são como se segue:  Comprimento da faixa longitudinal do rio: L = 5 metros  Tempo estimado da duração da rolha: t=09 minutos e 36 segundos  Secção transversal inicial e final e a estimação das respectivas áreas: Secção Inicial i h (cm) L (cm) Ai (cm2) 0 0 0 0 1 18 100 900 2 34 200 2600 3 47 300 4050 4 49 400 4800 5 0 480 1960 Area total (cm2) = 14310 Area total (m2) = 1.43
  • 18. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 13 Secção final i h (cm) L (cm) Ai (cm2) 0 0 0 0 1 13 100 650 2 18 200 1550 3 33 300 2550 4 24 400 2850 5 0 490 1080 Area total (cm2)= 8680 Area total (m2)= 0.87  Cálculo da secção média:  Cálculo da velocidade: ( )  Cálculo do caudal:  Volume anual: b) Concentração média dos sedimentos: 100 ppm (Adoptado) c) Capacidade total da albufeira: Vt = 6801,50 m3 d) Porosidade média dos sedimentos: η = 0.4 e) Massa específico dos sedimentos: ρs =2650kg/m3 f) Período de retorno: T=50 anos g) Estimativa de volume morto:  Massa de água
  • 19. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 14  Massa de sedimentos 100kg------------------------106kg ms-------------------------315360000kg ms = 31536kg  Volume de sedimentos aparente  Volume de sedimento retidos  Volume útil retido  Regularização específica  Coeficiente de retenção (Abaco de Brune)
  • 20. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 15 - Volume morto: - Volume morto para uma vida útil de 50 anos: - Altura correspondente ao volume morto (interpolado na tabela ---) ( ) ( ) ( ) 3.2.3. Volume útil 3.3. Dimensionamento de inclinação dos taludes Tendo em vista que a barragem será homogénea e o material a ser usado para sua construção será areia de boa granulometria, compacta. O ângulo do atrito interno é de ø = 46º, coesão c = 0 e o coeficiente de pressão intersticial ru=0,1. Em geral, para solos, as inclinações dos taludes variam de 1:2 à 1:3,5 e o coeficiente de segurança global FS = 1,5. 3.3.1. Pré-dimensionamento dos Taludes de Montante e de Jusante ( ) ( ) Como a inclinação do talude está fora do intervalo recomendado (1:2 à 1:3,5), adopta-se:  Para o paramento de montante: 1:3(v:h)  Para o paramento de Jusante: 1:2 (v:h)
  • 21. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 16 3.3.2. Verificação da estabilidade ( ) ( ) De acordo com o ábaco do anexo XXX:  ( ) ( )  ( ) ( )  Interpolando para ( ) ( ) 3.4. Altura da Barragem 3.4.1. Folga normal e mínima Características da albufeira e da barragem: Fetch máximo: 0,05 km = 50 m (anexo) Fetch efectivo: 0,04 km = 40 m Inclinação do talude de montante: 1:3 (v:h)
  • 22. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 17 Coeficiente do vento sobre albufeira: Q=1,1 Profundidade média da albufeira: seja D = 5 metros Velocidade do vento sobre a terra: V=70km/h =19,44 m/s N.B.: Para folga mínima será multiplicada por 2/3 a velocidade do vento sobre a terra. Designação Formulas Normal Mínima Velocidade na Albufeira (m/s) 21,384 14,256 Altura da onda (m) ( ) 0,112846 0,073423 Período da Onda (s) 0,940472 0,786802 Comprimento da onda (m) 1,379799 0,96573 Altura da Honda de projecto (m) 0,188453 0,122616 H0/Lw - 0,13658 0,126967 R/H0 (retirado no abaco) - 1,36 1,36 R (m) - 0,256296 0,166757 S -Elevação da agua devido ao vento (m) 0,000956 0,000425 Folga (m) { } 0,257252 0,167182 Como as folgas normal e mínima estão abaixo das recomendadas então, serão consideradas os valores mínimos (Regulamento de Pequenas Barragens - artigo11º)  Folga normal:  Folga mínima: 3.4.2. Cota de coroamento Seja: 3.4.3. Nível de máxima cheia  Altura da barragem
  • 23. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 18 3.5. Sobreelevação 3.6. Largura do coroamento Designação Formula (m) Bureau of Reclamation 5,20 Preece √ 3,56 Regulamento Japonês √ 4,60 Como não haverá a circulação de veículos, para o presente projecto será assumida a menor largura: 3.7. Largura da base da Barragem ( )
  • 24. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 19 3.8. Descarregador de cheia 3.8.1. Caudal de pico  Coeficiente de escoamento ( ) Onde são coeficiente de declive do terreno, permeabilidade do solo e cobertura vegetal, respectivamente. Tabela: Coeficiente para bacias em áreas não urbanizadas (Fonte: Manual de Hidrologia - Dr. Álvaro Carmo Vaz) Tabela: Efeito de período de retorno (Fonte: Manual de Hidrologia - Dr. Álvaro Carmo Vaz)
  • 25. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 20 } ( )  Intensidade de precipitação Tabela: Curva IDF de Maputo (Fonte: Regulamento do Sistema Público de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais - Moçambique) T (anos) 2 5 10 20 25 50 a 534,0468 694,504 797,3841 896,5751 930,8815 1026,694 b -0,6075 -0,59383 -0,5869 -0,58197 -0,58119 -0,57749 {
  • 26. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 21 ( ) Tempo de concentração (tc): ( ) Onde L – Comprimento do curso principal (em Km); – Inclinação média do curso principal (em metros); ( ) ⁄ Para a zona de Songo, ⁄  Caudal de pico Área da bacia: Área de contribuição: ⁄
  • 27. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 22 3.8.2. Caudal de Projecto ⁄ 3.8.3. Caudal descarregado ⁄ ⁄ ⁄ 3.8.4. Largura da soleira do descarregador √ ⁄ √ ⁄ √ ⁄  Verificação da velocidade ⁄ ⁄ 3.9. Tomada de Água Tubo PVC: { ⁄ ⁄ ( ) Perda de carga
  • 28. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 23 Cálculo do diâmetro ( ) [ ( ) ] [ ( ) ] (Valor mínimo recomendado no Regulamento de Pequenas Barragens – Artigo 13º ) 3.10. Descarregador do fundo Será dimensionado no caso menos favorável, considerando o não funcionamento da tomada de água. Neste caso o caudal a considerar é o correspondente ao volume do nível de pleno armazenamento somado ao caudal normal do rio. Tendo em conta o volume total da albufeira gerada pela represa, será adoptado um tempo de esvaziamento de um dia. O material do tubo será de betão: C=120 e L = 55m 3.10.1. Caudal por descarregar – Caudal por descarregar
  • 29. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 24 – Volume total até ao nível do pleno armazenamento (6801,50 m3) – Tempo de esvaziamento da albufeira (1 dia=86400 s) – Caudal normal do rio (0,01m3/s) 3.10.2. Diâmetro do descarregador do fundo ( ) [ ( ) ] [ ( ) ] (Valor mínimo recomendado no Regulamento de Pequenas Barragens – Artigo 13º ) 3.11. Acção sísmica 3.11.1. Verificação da estabilidade de taludes devido ao sismo Será utilizada, para o cálculo do factor de segurança quanto ao sismo, a fórmula do bloco sobre uma superfície plana.  Areia de boa granulometria, compacta: {
  • 30. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 25  Talude de jusante: ( ) ( ) ( )  Aceleração de gravidade: g=9,8 m⁄s^2  Aceleração sísmica horizontal (Adoptado de acordo com o considerado na barragem de Cahora Bassa)  Condição de segurança: [ ( ) ( )] ( ) ( ) [ ( ) ( )] ( ) ( ) Estável! 3.11.2. Onda na albufeira devido ao sismo  Altura da água a montante da barragem: (situação mais desfavorável)  Período predominante da onda sísmica: (considerando sismos de magnitude 2,0 à 2,9 na escala de Richter).  Condição:  Altura da onda devido ao sismo √( ) √( )
  • 31. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 26 Seja: Solução: 3.12. Protecção dos paramentos 3.12.1. Protecção do paramento de Montante O dimensionamento da camada de protecção consiste na determinação da dimensão e composição granulométrica das diversas camadas que a compõem:  Espessura da camada do enrocamento √ ( )( ) Onde: Massa volúmica dos blocos de enrocamento (material RIP RAP)
  • 32. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 27 Peso volúmico da rocha (material RIP RAP) Altura de projecto da onda Ângulo do enrocamento com a horizontal que é igual a inclinação do talude (1: 3) São determinados experimentalmente: 1. TAYLOR ICOLD (Com Danos) ICOLD (Sem Danos) a = 2,6 a = 3 a = 3 b = 1,00 b = 1 b = 0,67 kd = 3,20 kd = 4,37 kd = 3,62 W50 = 0,02 kN W50 = 0,01 kN W50 = 0,02 kN W100 = 0,09 kN W100 = 0,03 kN W100 = 0,06 kN W0 = 0,01 kN W0 = 0,00 kN W0 = 0,00 kN % que passa D(m) Volume (m3) % que passa D(m) Volume (m3) % que passa D(m) Volume (m3) 100 0,17 0,00370 100 0,12 0,00 100 0,15 0,00242 50 0,11 0,00093 50 0,08 0,00 50 0,09 0,00061 0 0,07 0,00023 0 0,05 0,00 0 0,06 0,00015
  • 33. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 28 Espessura da camada 1,5*D50 Dmax h Taylor 0,16 0,17 0,17 ICOLD com danos 0,12 0,12 0,12 ICOLD sem danos 0,14 0,15 0,15 Espessura do enrocamento:  Espessura da camada do filtro de transição TABELAxxxx: Espessura da camada de transição em função da altura da onda Altura da onda (m) Espessura da camada de transição (mm) 0 – 1,2 150 1,2 – 2,4 225 2,4 – 3,0 300  Altura da onda de projecto: ⇒  Espessura da camada de transição: 0 20 40 60 80 100 120 0.01 0.10 1.00 Taylor ICOL (Com Danos) ICOLD (Sem Danos) Diametro das particulas % que
  • 34. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 29 3.12.2. Protecção do paramento de Jusante Para a protecção do paramento de jusante, será feita usando revestimento vegetal. Serão utilizadas espécies de plantas de crescimento espontâneo existentes na vila de Songo desde que não seja de maior porte. 3.13. Cálculo do volume de terra 3.13.1. Perfil transversal da barragem Largura de coroamento: 3,60 m Altura da barragem: 9,50 m Inclinação de montante (1:h): h = 3 Inclinação de jusante (1:h): h = 2 3.13.2. Perfil Longitudinal da barragem Os dados para o estabelecimento do perfil longitudinal, foram adquiridos da seguinte forma:  Comprimento do coroamento (120 m): obtido através do mapa da bacia do Guto em anexo XXX.  Talude longitudinal da margem direita: (1: 2)  Talude longitudinal da margem esquerda (1: 5).  Comprimento do coroamento: 120 m  Inclinação média da margem esquerda (1:h): h=5 0 5 10 0 10 20 30 40 50 60 Barragem Largura da base (m) Altura (m)
  • 35. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 30  Inclinação média da margem direita (1:h): h=2 3.13.3. Volume de terra  Largura da barragem na base: H  Área de aterro: ( )  Posição do perfil máximo a margem esquerda:  Posição do perfil máximo a margem direita: Onde: Largura da base; Altura da barragem; Inclinação de montante; Largura do coroamento; Inclinação da jusante; Inclinação da média da margem esquerda Inclinação da média da margem direita Largura da barragem na base 51,10 m Área de aterro 259,83m2 Posição perfil máximo a margem esquerda 47,50 m Posição perfil máximo a margem direita 19,00 m Volume total de terra 22539,82m3 0 5 10 0 50 100 150 PERFIL LONGITUDINAL Comprimento (m) Altura (m) MD ME
  • 36. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 31 3.14. Dimensionamento de filtro e dreno 3.14.1. Curva granulométrica dos materiais para filtros, drenos e da barragem Abertura da malha Material que passa através do peneiro, % (mm) Material para filtro Material para dreno Material da barragem 125 100 100 100 63 100 100 100 40 100 100 100 31,5 100 100 100 25 100 94,3 100 20 100 83,9 100 16 100 35,5 100 12,5 100 8 100 8 94,3 0 100 6,3 83,9 0 100 4 35,5 0 100 2 8 0 99,3 1 0 0 95,3 0,5 0 0 45,2 0,25 0 0 23,2 0,125 0 0 0,8 0,063 0 0 0 0,0061 0 0 0
  • 37. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 32 3.14.2. Cálculo dos diâmetros característicos dos materiais A partir das leituras nas curvas granulométricas acima referenciadas, os diâmetros característicos são como se seguem:  Para material do filtro:{  Para material do Dreno:{  Para material da Barragem:{
  • 38. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 33 3.14.3. Verificação dos materiais para filtro e dreno  Para filtro:  Para dreno: Condição Verificação Objectivo D15 (filtro) ≤ 5d85 (barragem) Assegura a capacidade de retenção pelo filtro das partículas do solo a proteger D15 (filtro) ≥ 5d15 (barragem) Assegura um adequado contraste entre os materiais ( ) ( ) Destina-se a minimizar a segregação durante a construção Condição Verificação Objectivo D15 (dreno) ≤ 5d85 (filtro) Assegura a capacidade de retenção pelo dreno das partículas do filtro D15 (dreno) ≥ 5d15 (filtro) Assegura um adequado contraste entre os materiais do dreno e do filtro ( ) ( ) Destina-se a minimizar a segregação durante a construção
  • 39. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 34 3.14.4. Caudal percolado através da barragem a) Determinação do coeficiente permeabilidade (k) Curva granulométrica do material da barragem PARÂMETROS Dimensão (D) [mm] Percentagem que passa (PP) [%] Wn [%] S'n [1/cm] Wn*S'n [1/cm] 4,00 100 0,7 21,21 14,85 2,00 99,3 4 42,43 169,71 1,00 95,3 50,1 84,85 4251,13 0,50 45,2 22 169,71 3733,52 0,25 23,2 22,4 339,41 7602,81 0,13 0,8 ΣWn*S'n = 15772,02 Porosidade (n) = 0,25 S [1/m]= 173,49 f= 1,1 k [m/s]= 1,38E-04 b) Determinação do número de fluxo e de queda de potencial
  • 40. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 35 c) Determinação do caudal Onde: – Coeficiente de permeabilidade ( ) – Número de tubo de fluxo ( ) – Número de quedas de potencial ( ) Altura do nível do pleno armazenamento ( ) m
  • 41. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 36 3.14.5. Dimensionamento da capacidade do filtro A represa terá um filtro vertical, i = 1: Onde é a secção do filtro (para o caso da represa em causa, terá ) a) Determinação do coeficiente de permeabilidade do filtro Curva granulométrica do material do filtro Parâmetros Dimensão (D) [mm] Percentagem que passa (PP) [%] Wn [%] S'n [1/cm] Wn*S'n [1/cm] 12,50 100 0,7 6,00 4,20 8,00 99,3 4 8,45 33,81 6,30 95,3 50,1 11,95 598,81 4,00 45,2 22 21,21 466,69 2,00 23,2 22,4 42,43 950,35 1,00 0,8 ΣWn*S'n = 2053,86 Porosidade (n) = 0,55 S [1/m]= 22,59 f= 1,1 k [m/s]= 2,41E-01 b) Capacidade do filtro m
  • 42. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 37 c) Verificação de segurança da capacidade do filtro 3.14.6. Dimensionamento da capacidade do dreno Σ Onde:
  • 43. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 38 Permeabilidade horizontal das camadas do dreno Inclinação montante-jusante do dreno Secção transversal das camadas do dreno Para o presente projecto, a barragem em causa terá um dreno constituído somente por única camada com o coeficiente de porosidade n=0,58, espessura mínima admissível igual a 0,50 metros e com uma inclinação montante-jusante de 8,5%. a) Dimensionamento da permeabilidade do dreno Curva granulométrica do material do Dreno Parâmetros Dimensão (D) [mm] Percentagem que passa (PP) [%] Wn [%] S'n [1/cm] Wn*S'n [1/cm] 31,50 100 5,7 2,14 12,19 25,00 94,3 10,4 2,68 27,91 20,00 83,9 48,4 3,35 162,34 16,00 35,5 27,5 4,24 116,67 12,50 8 8 6,00 48,00 8,00 0 ΣWn*S'n = 367,10 Porosidade (n) = 0,58 S [1/m]= 4,04 f= 1,1 k [m/s]= 10,17 b) Cálculo do caudal
  • 44. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 39 c) Verificação de segurança da capacidade do dreno
  • 45. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 40 Tratamento das fundações Antes de qualquer trabalho de execução estrutural da barragem serão feitas as seguintes actividades preliminares:  Remoção do solo superficial (remoção dos solos vegetais: solos orgânicos e restos de vegetação tais como, raízes, arbustos);  Regularização da superfície de fundação em que serão preenchidas as cavidades com betão pobre 3 e as reentrâncias serão eliminadas de modo a permitir um funcionamento perfeito do conjunto barragem – fundação;  Sendo o local caracterizado por formações rochosas, serão removidos todos blocos rochosos soltos;  Injecções com caldas de cimento com uma relação A/C de 0,6, com vista a colmatar as possíveis fendas e descontinuidades superficiais existentes e os furos de injecção estarão espaçadas de 1,5 metros e serão feitas  As pressões na injecção das caldas serão controladas de modo a não incrementar as fendas existentes ou fracturar o maciço. Impermeabilização do maciço da barragem Tratando-se de uma barragem homogénea será feita impermeabilização do paramento de montante 3 betão com quantidades menores de cimento em relação aos outros constituintes
  • 46. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 41 4. PLANO DE INSPECÇÃO E OBSERVAÇÃO DA REPRESA 4.1. Determinação dos factores de riscos 4.1.1. Condições Externas ou Ambientais a) Sismicidade De acordo com dados locais, a aceleração sísmica máxima local é de 2g. De acordo com o quadro 1 (factores de apreciação das condições de risco), considerando uma aceleração máxima de 0.02g tem-se α1=1. b) Escorregamentos de taludes As encostas são, de uma maneira geral, estáveis, com mínima ou nula previsão de escorregamento, sendo assim o coeficiente α2=1. c) Cheia superior à de projecto Tratar-se de uma barragem de aterro, cuja cheia de projecto se baseou em dados hidrológicos fiáveis, por tanto, considera-se o coeficiente α3=3. d) Tipo de armazenamento e gestão A gestão da albufeira deverá ser feita em boas condições e as variações do nível da água não devem ser significativas, sendo assim α4=3. e) Acções agressivas Considerando que a água da albufeira é muito pouco dura, e que não trarão grande preocupação com a estrutura da barragem, sendo assim α5=1. Σ ( ) 4.1.2. Condições de fiabilidade da obra a) Dimensionamento estrutural
  • 47. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 42 Considera-se um dimensionamento estrutural aceitável, sendo assim α6 =3. b) Fundação A fundação da barragem é boa, assim α7 =1. c) Órgão de descarga A barragem terá um descarregador de superfície, situado ao lado da estrutura e uma descarga de fundo. Considerando estes órgãos fiáveis, tem α8 =1. d) Condição de manutenção Considerando-se que as condições de manutenção, serão boas, tem-se α9 = 2. Σ ( ) 4.1.3. Condições associadas a potenciais riscos humanos/económicos a) Volume de armazenamento do reservatório A barragem tem uma albufeira com capacidade máxima de 6801,50 m3, o que traduz um coeficiente α10 = 1. b) Instalações a jusante a jusante da barragem têm um pequeno povoado que sua prática predominante é agricultura, sendo assim α11= 2. Σ ( ) 4.1.4. Índice global O índice global, que traduz o risco potencial, para a barragem a projectar será dada por:
  • 48. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 43 4.2. Sistema de observação De acordo com a tabela 2, os dispositivos de observação proposto para uma barragem de aterro com 9.5 m de altura, são: 4.2.1. Grandezas a medir  Medição de caudais de infiltração;  Medição de tensões neutras;  Sismologia (Aceleração sísmicas); e  Meteorologia (Ventos, precipitações, evaporação e temperatura) 4.2.2. Dispositivos recomendados  Inspecção visual;  Piezómetros hidráulicos  Medidores de caudais  Acelerógrafos.  Escalas limnimétricas  Estação meteorológica  E outros equipamentos (sistema de alarme). 4.3. Frequências de leitura em condições normais A frequência da leitura dos diferentes dispositivos deverá ser efectuada como se segue abaixo, em função da altura da barragem (9,5 m) e do índice global, (Previsto nas Normas de Observação e Inspecção de Barragens, Artigo 15º). 4.3.1. Fase de construção  Tensões neutras – semanal  Inspecções visuais – semanal (rotina)  Precipitação – diário 4.3.2. Fase de primeiro enchimento e esvaziamento rápido  Deslocamentos – início e fim de enchimento
  • 49. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 44  Caudais - início e fim de enchimento ou trimestral  Tensões neutras - início e fim de enchimento ou trimestral  Inspecções visuais – início e fim de enchimento ou trimestral 4.3.3. Fase de exploração  Deslocamentos – bienal  Caudais – semestral  Tensões neutras – semestral  Inspecções visuais – semestral  Níveis da albufeira – diário  Precipitação – diário
  • 50. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 45 5. CONCLUSÃO De acordo com os critérios de escolha do local para a construção da barragem conclui-se que a escolha foi bem efectuada, visto que cumpre com maior parte dos critérios, cumprindo com a sua finalidade de abastecer água para irrigação das hortas existentes no vale do riacho Guto; e Promoção da piscicultura do peixe tilápia. Os resultados obtidos mediante os cálculos e fundamentos permitem-nos concluir que o Projecto se apresenta viável aos seus principais objectivos. É importante realçar que a opção por uma barragem de terra homogénea é uma solução óptima em termos de custos de obtenção de materiais. No dimensionamento de filtros e dreno, conclui-se que a capacidade do dreno é superior a do filtro e a do filtro é maior que 100 vezes a do aterro, estando assim dentro dos limites recomendados para a construção do mesmo. A disponibilidade dos materiais locais e a geologia da zona são aspectos que favoreceram a economia do projecto.
  • 51. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 46 6. RECOMENDAÇÕES Para a elaboração deste trabalho foram utilizados dados a partir de fontes bibliográficas sem muitos recursos para obtenção de dados de campo por não possuir equipamentos respectivos para nomeadamente: teodolitos, GPS, instrumentos para determinação das camadas do solo, equipamentos para a abertura de trincheiras, curvas de níveis espaçadas de 1 a 1 metro ou 2 a 2 metros no local de implantação da represa (de acordo com o recomendado). Para a implantação desta infra-estrutura, é necessário que sejam feitos estudos mais rigorosos para que sejam apurados melhores resultados para o efeito. Outro ponto a considerar é o facto de que, para estudos mais profundos os trabalhos de reconhecimento, investigações e prospecção geotécnica do local para a implantação de uma barragem é necessário tempo suficiente para apuramento de dados mais fiáveis. Recomenda se por tanto mais tempo para tais investigações o que possibilita a obtenção de resultados fiáveis. Para efeitos de implantação obriga-se que todos estudos que foram executados sejam possíveis uma vez que não são Recomenda-se a realização de ensaios laboratoriais para uso de dados reias tais como: análise granulométrica, Compactação, entre outros para que a estrutura funcione normalmente.
  • 52. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 47 7. BIBLIOGRAFIA Atlas de Moçambique, Editora Nacional de Moçambique S.A, 1ª Edição, Maputo 2009 VAZ, Álvaro C., Apontamento de Obras Hidráulica-Conceitos Gerais Sobre Barragens. Internet-Google Earth Guia Prático para Projecto de Pequenas Obras Hidráulicas; DAEE; São Paulo, 2005 Design of Small Dams, US Bureau of Reclamation, Denver 1987. VAZ, Álvaro C., Manual de Hidrologia. MARCELINO, João, Projecto, Construção e Exploração de Pequenas Barragens de Aterro; 2009, 2ª Edição, LNEC – Lisboa. Curso de Exploração e Segurança de Barragens, Divisão de Informação e Tecnologias; Maio, 2009. http://www.fao.org/docrep/014/ba0081p/ba0081p.pdf
  • 53. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 48 8. ANEXOS ANEXO 1: Morfologia da Bacia Guto (Sub-Bacia 2)
  • 54. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 49 9. ANEXO 2: Fotos via satélite (Sub-Bacia 2)
  • 55. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 50
  • 56. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 51
  • 57. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 52 10. ANEXO 3: Visita de Campo
  • 58. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 53
  • 59. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 54
  • 60. Projecto de construção de uma Represa Engenharia Hidráulica, 4º Ano Grupo I 55