SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  10
Télécharger pour lire hors ligne
Integração Curricular das Tecnologias Educativas no Ensino da Língua Portuguesa: um blogue
                               para desenvolver a leitura e a escrita

                                                                              PAULO FARIA
                                                              Escola Básica Integrada de Vila Cova de Barcelos
                                                                          pauloprofe@gmail.com




Resumo: A integração de ferramentas digitais na sala de aula na era da web 2.0          modalidades. Pretendi motivar, cativar, despertar os alunos para o
diversifica os recursos, permite a colaboração entre pares, confere centralidade ao     desenvolvimento de literacias essenciais, cujo domínio possibilitasse o
aluno e proporciona-lhe um enriquecimento disciplinar, transdisciplinar e cívico.       desenvolvimento de métodos de trabalho e estudo, tratamento de
Para isso, é indispensável uma planificação adequada dos recursos a utilizar e da sua   informação, estratégias cognitivas e do domínio interpessoal e de
articulação transparente com os conteúdos.
                                                                                        grupo/socialização. Valerá a pena recordar a primeira entrada razões de um
Neste contexto, e com a brevidade característica de um artigo: i) reconhecemos a        blogue, na medida em que consubstancia, em síntese, as linhas de actuação
importância de uma alteração dos quadros teóricos e metodológicos no processo           futuras, e passo a transcrever parte: “disse claramente a todos os alunos que
ensino-aprendizagem, ao nível do desenvolvimento de competências básicas no
domínio da Língua Portuguesa; ii) apresentamos o blogue Língua Portuguesa
                                                                                        pretendia fazer um portefólio digital que funcionasse como uma ferramenta,
salientando a sua contribuição para aumentar e melhorar a leitura e escrita de alunos   cuja mais valia estaria patente na promoção da autonomia, da interactividade
do 3.º ciclo do Ensino Básico.                                                          e da integração de textos, representando um estímulo no incremento da
                                                                                        leitura e da escrita” (Faria, 2007).

Palavras-chave: Língua Portuguesa, blogue, ferramentas digitais, literacias, escrita,        O recurso às TIC surge quase de uma imposição da Sociedade Digital,
leitura, avaliação, colaboração                                                         sendo os nossos alunos os mais lídimos portadores desse admirável mundo
                                                                                        novo! No dizer de Castells (2004), “a Internet é o tecido das nossas vidas”.
                                                                                        A aceleração no desenvolvimento das tecnologias e nanotecnologias, a
1. INTRODUÇÃO                                                                           descodificação do livro da vida e a manipulação do genoma humano, a nova
                                                                                        economia, o fenómeno crescente da globalização, a crise do Estado-
     No ano lectivo 2006/07 criei o blogue Língua Portuguesa, funcionando               providência, o crescimento das assimetrias entre ricos e pobres, as
como interface de todos os blogues dos alunos do 7.º ano da Escola Básica               desigualdades na repartição do conhecimento, a Internet, a desmaterialização
Integrada de Vila Cova. Poder-se-ia dizer que o início deste projecto fora              dos processos produtivos e comerciais, o declínio das instâncias clássicas de
movido pelo impulso de reinventar a aula de língua portuguesa, de a tornar              socialização, e tantas outras transformações actuais, levam-nos a encarar o
um espaço reflexivo na utilização da língua nos seus diversos registos e

Revista EFT: http://eft.educom.pt                                                                                                                                 11
Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008                                                                                     ISSN 1646-933X


futuro com apreensão e simultaneamente com expectativa de que poderemos              Na Conferência Internacional sobre o Ensino do Português, realizada
tornar o mundo melhor.                                                          em 2007, em Lisboa, foram enfatizadas algumas questões relacionadas com
                                                                                a promoção das literacias que a escola cultiva nos tempos actuais. Nesse
     A sala de aula dos nossos dias não se compadece com estas profundas
                                                                                contexto, face às profundas mudanças sociais que estamos a viver, os actos
mutações tecnológicas, sociológicas, éticas e comportamentais, pelo que se
                                                                                da leitura e da escrita já não se confinam exclusivamente aos livros: a leitura
vai transformando num espaço mais interactivo, um espaço aprendente, pilar
                                                                                faz-se cada vez mais em diversificados suportes digitais e a escrita está a
e motor da sociedade. O blogue surge também dessa necessidade de dar
                                                                                sofrer profundas alterações, não só ao nível dos suportes, mas também pela
respostas, que no fundo serão desafios complexos no processo de ensinar e
                                                                                modelização linguística no plano morfossintáctico. Haverá, então,
aprender e aprender a ensinar. Depois, embora não explícito, creio que o
                                                                                necessidade de reequacionar, sem deixar de ouvir os “nativos digitais”, quais
princípio maior que deve reger a docência, a quinta-essência, se assim
                                                                                as competências basilares de que a escola deve dotar os seus alunos na sua
podemos chamar, é ter a convicção profunda da perfectibilidade do ser
                                                                                formação integral para o século XXI. E como responder a tamanho desafio?
humano: crer na possibilidade autêntica que o outro tem em (re)descobrir-se,
                                                                                Efectivamente, à escola, exige-se uma atitude nada complacente em relação
encontrar o seu carisma, o seu saber, em suma a capacidade de se
                                                                                a uma linguagem anacrónica de um passado, ainda que próximo, e uma nova
aperfeiçoar.
                                                                                missão que passa necessariamente pelo desenvolvimento de uma literacia
                                                                                informacional, logo a partir da disciplina de Língua Portuguesa. Aos mais
2. FUNDAMENTAÇÃO                                                                cépticos surge a inevitável questão da alteração de paradigmas, métodos e
                                                                                estratégias, formação de professores e outras questões, cuja pertinência
      Tendo em conta as investigações realizadas em torno do fenómeno           inquestionável de toda uma reflexão conjectural acerca da aprendizagem
crescente da integração das tecnologias em contexto de sala de aula e na        através de ferramentas tecnológicas, jamais poderá ser ignorada.
escola, evidenciam os testemunhos de muitos investigadores (cf. Cuban,
2001; Frassila & Pehkonen, 2005; Paiva, 2002; Wallin, 2005; entre outros)            Sabemos que as ferramentas digitais ao serviço da pedagogia e da
que a tecnologia em si mesma é anódina e até pode constituir um recurso         didáctica no ensino do Português se encontram ainda numa fase potencial e
contraproducente. É por demais consabido que os media educativos, por si        pouco actual, encontrando-se para o facto um argumento crucial – o medo
só, não produzem eficiência na promoção do sucesso educativo ou no              subtrai a capacidade de inovar, de reinventar novas práticas, novos métodos,
desempenho dos alunos; é, pois, imprescindível uma reconversão crítica dos      novos paradigmas. Não quer dizer que a problemática da informação seja um
paradigmas, métodos, estratégias, das planificações curriculares.               fenómeno linear. Ela “emerge intrinsecamente ligada à expansão tecnológica
Guilhermina Miranda (2007) sintetiza esta alteração liminar, sugerindo que      mais rápida da história, a das tecnologias de informação e de comunicação”
esta deve verificar-se ao nível de “novos formalismos de tratar e representar   (Ilharco, 2004, p. 2). E, precisa Floridini (2004), na paráfrase que faz do
a informação”; na intenção de “apoiar os alunos a construir conhecimento        tratado de Metafísica de Aristóteles: “tal como o ser, a informação pode ser
significativo”; e “desenvolver projectos, integrando (e não acrescentando)      dita de muitas formas, e essa correlação provavelmente não é acidental”
criativamente as novas tecnologias no currículo” (p. 44).                       (p.1). Decorre daqui que o fenómeno da informação se ajuste a muitas das
                                                                                variações de questões que, desde as origens da nossa civilização da Grécia
     É, justamente, numa atitude crítica à euforia tecnológica que se vive no   antiga, têm marcado o modo humano de ser.
contexto nacional e internacional que nos posicionamos, partindo também do
pressuposto de que a escola não pode ignorar os “nativos digitais”. É nesta          Numa complexa teia de intersecção, face a um presente inconstante e a
premissa dialéctica que apresentamos esta reflexão acerca da integração das     um devir incerto, porque mutável ao nível de uma axiologia de valores
TIC na disciplina de Língua Portuguesa.                                         individuais e colectivos, assistimos hoje nas nossas escolas ao
                                                                                desenvolvimento de espaços de aprendizagem cada vez mais dispersos,

Revista EFT: http://eft.educom.pt                                                                                                                           12
Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008                                                                                                 ISSN 1646-933X


menos tendentes a seguir paradigmas “santuarizados”, pelo que o papel das                      destas mesmas competências transversais a desenvolver, estão mais
TIC redesenham, por si só, no limiar de um currículo intermédio e maleável,                    estritamente ligadas à utilização adequada do código linguístico aos
o que E. Morin chamou de “no man’s land”. No seu pensamento, “não se                           contextos e às necessidades, ou seja, com as competências essenciais da
soube ver que muitas ideias nascem nas fronteiras e nas zonas incertas e que                   língua materna e ainda com a utilização das Tecnologias de Informação e
as grandes descobertas ou teorias nasceram de maneira frequentemente                           Comunicação. (Decreto-Lei n.º 6/2001, art. 6º).
indisciplinar” (E. Morin, 1999, p. 492).
                                                                                                     Num momento de transformação organizacional da escola, e estando
     Numa tentativa constante de nos aproximarmos de uma escola cada vez                       esta a tentar dar à sociedade respostas mais eficientes, pensamos que a
mais exigente e geradora de aprendizagens num processo evolutivo, cremos                       mudança terá de ser no sentido de formar os alunos para uma realidade
que valorizar os princípios das teorias construtivistas1 no processo ensino                    presente, formadora de aprendedores. E, neste aspecto, julgamos que as TIC
aprendizagem, centrando sobretudo a actividade da sala de aula no aluno e,                     têm um papel extraordinário porque são meios democratizadores por
portanto, menos no professor, é uma estratégia que parece, cada vez mais,                      excelência no acesso ao saber, na observância de uma aprendizagem que
trazer níveis de motivação e de eficácia. Será, pois, de valorizar esta                        respeita o ritmo de cada aluno e no desenvolvimento de competências
perspectiva de aprendizagem, mais do que optar por uma aprendizagem                            individuais; ao mesmo tempo, permitem novas formas de comunicação, de
orientada quase exclusivamente pelos princípios do Behaviorismo. Do ponto                      linguagem, de situações comunicacionais novas, mais próximas seguramente
de vista didáctico-pedagógico, estamos perante o desafio de reconversão,                       dos alunos. Poder-se-ia afirmar que, quando hoje se elege como um dos
implicando desta forma a construção de um saber didáctico que se aprende                       temas centrais a qualidade do sistema educativo, julgamos que as TIC
no dia-a-dia e, por conseguinte, pelo desenvolvimento de estratégias e                         contribuem para a diferenciação pedagógica, no sentido de responder à
concepções metodológicas que são uma consequência inevitável de encarar a                      diversidade e heterogeneidade dos alunos. Aliás, “ao levar os alunos a
sala de aula como um espaço e um tempo de uma situação-problema, que é                         utilizarem as ferramentas gratuitas e de fácil publicação existentes na Web
sempre possível optimizar em consequência da experiência acumulada e da                        está-se a contribuir para o desenvolvimento e preparação de cidadãos aptos
abertura à novidade. Consubstanciam, portanto, a radicalidade da sua                           para a sociedade da informação e conhecimento. E, deste modo, estamos a
importância no fundamento de que os alunos deverão estar na escola para                        proporcionar condições para que os alunos aprendam com a tecnologia,
aprender a aprender e visam desta forma o «desenvolvimento de processos                        apoiando-os na construção de significados” (Jonassen, 2007, p. 21).
que contribuam para que [os alunos] sejam progressivamente mais activos e
mais autónomos na sua aprendizagem». (ME/DEB, 1999, p. 5). Dentro
                                                                                               3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
1
  Afirmamos a opção deliberada e preferencial por esta teoria de aprendizagem associada a
vários teóricos – Piaget, Dewey, Bruner, Vygotsky, entre outros, defendendo, em traços muito        Cedo se percepcionou que a tarefa de dinamizar / orientar as novas
abrangentes, que o professor deverá ser um facilitador de aprendizagens e não se limitar a     dinâmicas na sala de aula trazia consigo um grau de exigência de elevado
transmitir conhecimentos.                                                                      investimento pessoal e profissional. Ter-se-ia de antemão de reequacionar
Apesar desta posição, não podemos ignorar a perspectiva de Siemens (2005) que reconhece a      quase tudo: planificação didáctica, estratégias, métodos, distribuição dos
importância da conectividade, referindo que “we derive our competence from forming             vários momentos da aula, etc. A par da consequente alteração das linhas
connections”. Neste particular, o autor salienta a importância de estabelecer conexões entre
fontes de informação, como simultaneamente a de criar padrões úteis de informação. O autor     didáctico-metodológicas, havia que proceder ao maior número de
acrescenta que as teorias da aprendizagem como o behaviorismo, cognitivismo e                  informação na área das tecnologias, quer por pesquisas autónomas, quer pela
construtivismo não exploram o impacto das tecnologias, propondo por sua vez uma nova           frequência e participação em encontros nacionais e internacionais.
teoria: o conectivismo. Segundo Siemens, o conectivismo integra os princípios das teorias do
caos, da rede, da complexidade e da auto-organização.


Revista EFT: http://eft.educom.pt                                                                                                                                      13
Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008                                                                                    ISSN 1646-933X


     Numa perspectiva agora mais empírica, far-se-á a apresentação das                      FIGURA 1. Elementos-chave neste modelo de aprendizagem.
potencialidades e, depois, das actividades presentes no blogue Língua                     (Baseado em Olivier, Herrington, Herrington & Sparrow, 2006).
Portuguesa, disponível em http://paulofaria.wordpress.com, baseado no
modelo de Oliver, Herrington, Herrington & Sparrow (2006). Antes, porém,
são estabelecidos os três eixos potenciadores de uma aprendizagem centrada
no aluno:
• flexibilidade na aprendizagem: mediante as indicações pode-se favorecer
  uma aproximação mais eficiente a cada aluno, sobretudo pela possibilidade
  de cada um poder seguir o seu próprio ritmo. Essa flexibilidade está muito
  associada ao desenvolvimento de múltiplas competências que o blogue
  proporciona, como o desenvolvimento de competências associadas à
  produção de texto escrito, ao domínio de certos serviços e ferramentas da
  web (Gomes, 2005);
• motivação: os nossos alunos estão cada vez mais predispostos à utilização
  das TIC, e em particular do blogue, muito por força de serem o que
  vulgarmente se denomina por “nativos digitais” em quase todas as
  actividades da sua vida; a sua inclusão na sala de aula é propiciar aos
  alunos o desenvolvimento de capacidades inatas. Podem também ser
  criados espaços imaginativos que incentivam os alunos na pesquisa, no
  estudo, na leitura, na escrita (Rodrigues, 2006);
• solidariedade: é nossa convicção que as TIC fomentam a partilha e
  desenvolvem a intercomunicação dentro e fora da escola, através de várias
  ferramentas, permitindo a intercomunicação entre pares, expondo de uma
  forma inequívoca parte significativa da produção dos alunos; porque o
  blogue também funciona como um e-portefólio ao longo dos três anos de             O blogue Língua Portuguesa estrutura o seu blogroll em categorias. O
  escolaridade, que será a duração deste projecto.                             destaque vai para a possibilidade de aceder a todos os blogues dos alunos a
                                                                               partir deste domínio: figuram todos os seus nomes por ordem alfabética. O
    Em esquema, poderíamos representá-lo como se apresenta na figura
                                                                               Blogue incorpora também uma série de ligações que funcionam como
seguinte (figura 1).
                                                                               ferramentas auxiliares da língua: i) a dicionários de sinónimos, antónimos,
                                                                               de verbos, de termos literários; ii) a sítios de divulgação de livros, como
                                                                               blogues temáticos, jornais, Plano Nacional de Leitura, etc; iii) a Plataformas
                                                                               virtuais de aprendizagem; iv) ao sítio da Escola; v) a sítios da Web com de
                                                                               conteúdo diversificado e de interesse para os alunos.



Revista EFT: http://eft.educom.pt                                                                                                                         14
Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008                                                                                   ISSN 1646-933X


    Numa descrição sumária da actividade desenvolvida no blogue,                 computadores tinham ligação à Internet; o uso do computador repartia-se
destacámos a diversidade de iniciativas através do esquema da figura 2.          quase exclusivamente pela sua utilização em jogos e também pelo
                FIGURA 2. Esquema-síntese das actividades do blogue.
                                                                                 processador de texto; nenhum dos alunos tinha blogue ou tinha ouvido a
                                                                                 expressão post.
                                                                                      Perante os dados apresentados em síntese, foi necessário encetar um
                                                                                 trajecto de grande perseverança, que passava necessariamente pelo apoio
                                                                                 individualizado a cada aluno em cada tarefa. Neste processo sequencial, e
                                                                                 com o decorrer do tempo, foi decisivo o apoio entre pares e o do
                                                                                 Coordenador TIC, o Professor Aires Vaz, na partilha de informações e na
                                                                                 resolução de problemas de ordem técnica. Nos primeiros meses e como se
                                                                                 poderá constatar, as propostas de trabalho feitas através do blogue foram
                                                                                 sensivelmente bimensais.
                                                                                      Hoje, ultrapassados os constrangimentos ao nível técnico, todos os
                                                                                 alunos têm um domínio das principais funcionalidades que o blogue exige;
                                                                                 um número significativo utiliza com alguma facilidade software para a
                                                                                 edição de imagens e texto e um grupo mais restrito visita e deixa
                                                                                 comentários várias vezes por semana.
                                                                                      Convém ainda notar que, da minha parte, há uma preocupação
                                                                                 permanente no acompanhamento das actividades que cada aluno desenvolve.
                                                                                 Revelam-no os comentários no blogue Língua Portuguesa e, sobretudo, nos
                                                                                 blogues dos próprios alunos, de forma a orientar, corrigir, sugerir ou tão-
                                                                                 somente para estimular respostas aos desafios colocados. Sempre que
4. METODOLOGIA                                                                   possível, complementam-se as informações nas aulas de língua portuguesa
     Em pleno Renascimento, Francis Bacon propôs um novo instrumento             ou na Biblioteca nos tempos disponíveis.
de conhecimento (Novum Organum) baseado na observação empírica de
casos particulares, a partir dos quais e através do processo indutivo, inferia
                                                                                 5. RESULTADOS
leis ou normas gerais. Serve o mote de inspiração para tecer considerações
acerca das metodologias seguidas no decorrer destes dois anos. É certo que            Muito provavelmente esta é a experiência que desenvolvi com mais
de início não foram delineadas linhas de actuação ou metodologias precisas       sucesso ao longo da minha actividade como professor de Língua Portuguesa.
no blogue como ferramenta digital ao serviço do ensino da língua                 Embora seja a inovação uma característica intrínseca ao ofício de ensinar,
portuguesa. Averiguou-se, em primeira instância, os níveis de literacia          creio que a integração das TIC veio trazer um espaço renovado na
informacional, através de inquéritos orais e escritos. Daqui se recolheram       intervenção pedagógica e que se traduz na forte motivação dos alunos para a
dados importantes acerca do estado de desenvolvimento de cada aluno,             realização das tarefas propostas. Ainda sem dados conclusivos para
tendo-se concluído que cerca de 90% por cento dos alunos não possuíam            apresentar, há evidências reveladoras que este projecto gerou dinâmicas
conta de e-mail; 40% tinham computador em casa; menos de 10% dos                 individuais e grupais que merecem uma reflexão, e que passo a explicitar.

Revista EFT: http://eft.educom.pt                                                                                                                        15
Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008                                                                                    ISSN 1646-933X


     O blogue Língua Portuguesa, numa primeira análise, veio dar                    Dentro da avaliação, realizámos um inquérito com o objectivo de os
visibilidade às actividades realizadas na sala de aula: de um momento para o   alunos poderem expressar livremente as suas opiniões acerca dos contributos
outro, o que se fazia exclusivamente num ambiente fechado na sala de aula      do blogue nos vários domínios da língua portuguesa. O inquérito foi
passou a ser visto, comentado, criticado por outras pessoas. Este aspecto      realizado on-line, tendo sido garantido o anonimato, e estava estruturado em
constituiu motivo de discussão quase fracturante, nomeadamente pelo facto      cinco questões: inquiria-se acerca do contributo do blogue para: 1 – ler mais
de os textos colocados e consultáveis por toda a blogosfera, conterem          (0%); 2 – escrever mais (10%); 3 – ler e escrever mais e melhor (90%); 4 –
imprecisões ao nível ortográfico, sintáctico e semântico, mesmo com a          me divertir (0%); 5 – não alterou nada (0%).
supervisão (possível) do professor. Todavia, esta situação nova gerou um
                                                                                    Das estratégias para divulgar e também para obter feedback externo,
dinamismo, um sentido de responsabilidade, de criatividade, de consciência
                                                                               destaco três. A primeira foi a publicação de um trabalho, tendo por base uma
reflexiva e crítica, de autonomia inquestionáveis e incomparáveis. Depois,
                                                                               experiência      realizada   com      recurso   a    ferramentas     digitais.
creio que a maior parte dos alunos desenvolveram aprendizagens de uma
                                                                               (http://paulofaria.wordpress.com/2007/12/23/uma-experiencia-em-livro/).
forma mais significativa porque estavam mais envolvidos e se sentiam cada
vez mais indivíduos activos, pelo incremento de novas ideias, do sentido de        Depois, apresentámos o poster, na V Conferência Internacional de
partilha, de colaboração e dos princípios de socialização. Em suma, há uma     Tecnologias de Comunicação da Educação, que decorreu em Braga, na
tentativa clara de experimentar os conceitos de interactividade, de            Universidade do Minho. (http://paulofaria.wordpress.com/2007/05/)
cooperação e colaboração suportados nas teorias construtivistas, conforme já        Finalmente a Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento
referido atrás.                                                                Curricular, distinguiu o nosso trabalho no âmbito do Desafio - Promovendo
     A seguir temos uma percepção da evolução das visitas ao blogue,           a Inovação e a Criatividade – Modalidade Exemplo de Boas Práticas, tendo
iniciado em Fevereiro de 2007 (ver figura 3).                                  representado as Escolas do 3º Ciclo e Escolas Secundárias numa conferência
                                                                               dedicada à Educação realizada na Eslovénia no âmbito da Presidência
                     FIGURA 3. Evolução das visitas ao blogue                  Eslovena do Conselho da União Europeia.


                                                                               6. LÍNGUA E CULTURA
                                                                                    Uma das funções do blogue Língua Portuguesa é divulgar sítios on-line
                                                                               que possam ajudar o desenvolvimento cultural dos alunos. No início deste
                                                                               projecto, esta modalidade não foi explorada; entretanto houve a percepção de
                                                                               que havia um interesse manifesto, por parte dos alunos, pelo conhecimento
                                                                               de novidades. Assim, encontramos agora no blogue a divulgação de notícias
                                                                               culturais relativas a assuntos genéricos. A título ilustrativo, e decorrente da
                                                                               leitura de um aluno, foi questionado quem era Miró. Este foi o ponto de
                                                                               partida para se colocar uma entrada relativa ao pintor.
                                                                               (http://paulofaria.wordpress.com/wp-admin/post.php?action=edit&post=148).
                                                                                    A divulgação de livros e de escritores ocupa uma parte substancial das
                                                                               publicações do blogue. Para além de várias referências ao Plano Nacional de

Revista EFT: http://eft.educom.pt                                                                                                                          16
Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008                                                                                      ISSN 1646-933X


Leitura, há a preocupação de divulgar escritores e livros. Por vezes, há          7. AVALIAÇÃO
escritores que não fazem parte do currículo, mas tendo em conta que fazem
                                                                                  A configuração de um ambiente de grande interactividade não é garantia de
parte da formação literária e geral do indivíduo, são muitas vezes tema de
                                                                                  sucesso no processo ensino-aprendizagem. Em boa verdade, pensamos que a
discussão e oportunidade para que os alunos conheçam novas formas de
                                                                                  emergência deste espaço virtual tem permitido capacitar os alunos para uma
expressão e alarguem a sua sensibilidade estética e literária. A este
                                                                                  aprendizagem mais significativa e, acima de tudo, tem desenvolvido o seu
propósito, Vinicius de Moraes, Manuel Jorge Marmelo, Steinbeck, Pablo
                                                                                  espírito crítico, em relação a si próprios e aos outros.
Neruda, Jorge Luís Peixoto, Almeida Garrett, Ruy Belo entre outros, foram
escritores descobertos pelos próprios alunos, mesmo tendo presente que o               Dentro das teorias desenvolvidas por Vygotsky, a colaboração entre
professor acompanha estas descobertas.                                            pares perfilha a ideia da interposição de estratégias, que promovam a
 (http://gabyvb.blog.pt/3940420/)                                                 resolução de problemas através de processos cognitivos ancorados na
                                                                                  interacção. A par das potencialidades intrínsecas acima enunciadas, a
      As efemérides e datas comemorativas merecem uma atenção particular,
                                                                                  avaliação reveste-se de uma importância capital neste domínio. Tendo em
na medida em que são datas que permitem, de uma forma natural, falar de
                                                                                  conta que o processo de avaliação na educação básica visa regular as
um livro, de um escritor, de uma estória. A data de nascimento ou morte de
                                                                                  competências nucleares definidas, dever-se-á ter, desta forma, presentes os
um escritor pode constituir uma oportunidade para abrir uma discussão, para
                                                                                  níveis de proficiência linguística de cada aluno, no início de cada ano/ciclo,
iniciar a apresentação, ainda que feita de forma telegráfica. Estas
                                                                                  e desenvolver a partir daí medidas conducentes (i) a uma avaliação
actividades, para além de permitirem expandir os conhecimentos dos alunos,
                                                                                  predominantemente formativa, (ii) que reflicta as aprendizagens de cada
têm contribuído para desenvolver competências ambivalentes e, numa
                                                                                  aluno, (iii) que tenha um sentido dinâmico, isto é, desenvolvida ao longo de
primeira análise, contrárias. Senão, vejamos: cada aluno tem criado
                                                                                  todo o processo ensino-aprendizagem.
notoriamente preferências sobre este ou aquele escritor; por outro lado, vai
criando também uma espécie de cânone, de preferências, segundo a sua                   Uma das virtualidades do blogue é a possibilidade de o professor poder
experiência de leitura; por outro, esta capacidade crítica e reflexiva não leva   avaliar as respostas aos desafios colocados e percepcionar a evolução ao
automaticamente à formação de estilo ou de uma forma de expressão com             longo do processo de ensino-aprendizagem. Desde o início se estipulou que
marcas evidentes de um cunho pessoal. Notam-se evidências frequentes de           os comentários do professor teriam a dupla intencionalidade de incentivar e
uma identificação com o(s) seu(s) autor (es) predilectos, seguindo o seu          simultaneamente levar os alunos a reflectir acerca da sua produção escrita,
estilo, a sua forma de expressão. (http://pedrodfr.wordpress.com/)                havendo em muitos casos a necessidade de corrigir, de reescrever o que
                                                                                  havia sido escrito.
     Quanto à expressão escrita, uma das actividades de grande relevo foi
um desafio lançado no âmbito de várias iniciativas de escrita criativa: os              Relevantes são também os comentários provenientes de professores das
alunos tinham de dar continuidade a uma narrativa de um escritor. Exemplos        outras áreas curriculares, na medida em que se tornam cooperantes de todo
deste trabalho, relativos a Luísa Ducla Soares, Jorge Reis-Sá e Jorge Manuel      este processo; os comentários de outros membros da blogosfera também são,
Marmelo, podem ser encontrados nos blogues dos alunos: Resposta ao                na sua maioria, oportunos porque incentivam o nosso trabalho, são a voz
desafio de Luísa Ducla Soares                                                     crítica das nossas realizações. O blogue tem também uma supervisora
(http://sofiavale.blog.com/2211289/); resposta ao desafio de Jorge Manuel         científica, a professora doutora Altina Ramos da Universidade do Minho,
Marmelo (http://anacbveloso.blog.com/2203154/); resposta ao desafio de            que é sobretudo uma amiga crítica, pelas sugestões, comentários e pela
Jorge Reis-Sá (http://dulce_enes.blogs.sapo.pt/3538.html).                        orientação que nos transmite em todos os momentos.



Revista EFT: http://eft.educom.pt                                                                                                                            17
Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008                                                                                   ISSN 1646-933X


     Todos os finais de período, e informalmente sempre que se considere           9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
oportuno, os blogues são avaliados através de comentários orais e escritos,
tendo presente que há uma percentagem 20% nos critérios de avaliação para          ARENDT, H. (2000). Quatro textos excêntricos. Hannah Arendt, Eric Weil,
o domínio da produção escrita. A avaliação entre pares também é uma                   Bertrand Russel e Ortega y Gasset. Col. Filosofia da Educação. Lisboa:
constante, na medida em que os alunos comentam internamente os seus                   Relógio de Água, pp. 21-53.
trabalhos e elegem no final do período os melhores blogues, havendo lugar a
prémios.                                                                           CASTELLS, M. (2004). A Galáxia da Internet. Lisboa: Fundação Calouste
                                                                                      Gulbenkian.
                                                                                   COSTA, F. (2003). Ensinar e aprender com tecnologias na Formação Inicial
8. CONCLUSÃO                                                                          de Professores. In A. Estrela & J. Ferreira 8 (eds.), A Formação de
     Para preservar o mundo contra a mortalidade dos seus criadores e                 professores à luz da investigação – Livros de Actas do XII Colóquio da
     habitantes, é necessário constantemente restabelecê-lo de novo. O problema       AFIRSE. Lisboa: Afirse, pp. 751-763.
     é saber como educar de forma a que esta recolocação continue a ser
     possível, ainda que, de forma absoluta, nunca possa ser assegurada. A nossa   CUBAN, L. (2001). Oversold and Underused. Computers in the classroom.
     esperança reside sempre na novidade que cada nova geração traz consigo,          London: Harvard University Press.
     mas precisamente porque só nisso pudemos basear a nossa esperança e
     tentarmos controlar o novo que nós, os velhos, pretendemos desse modo         FARIA, P. (2007). Língua Portuguesa. Disponível na Internet
     decidir como deverá ser. E justamente para preservar o que é novo e              http://paulofaria.wordpress.com. Consultado em 18 Setembro de 2008.
     revolucionário em cada criança, a educação deve ser conservadora. Ela
     deve proteger a novidade e introduzi-la como uma coisa nova no mundo          FLORIDI, L. (2004). The blackell guide to the philosophy of computing and
     velho, mundo que, por mais revolucionárias que sejam as suas acções, do          information. Blackwell, Londres.
     ponto de vista da geração seguinte é sempre demasiado velho e está sempre
     demasiado próximo da destruição. (Arendt, 2000:47)                            FRASSILA, H. & PEHKONEN, M. (2005). Why do ICT-strategy
                                                                                      implementation in schools fail and ICT - practices do not develop? In
    Enquanto partes integradoras de uma cadeia com relações cada vez mais             Media Skills and Competence Conference Proceedings. Tampere,
indefinidas, só temos consciência de que o processo se encontra numa fase             Finland, pp. 9-16.
de pleno desenvolvimento, longe, portanto, de estar concluído. A par desta         GOMES, M. (2005). Blogs: um recurso e uma estratégia pedagógica. In
realidade, temos presente que os nossos alunos tendem a expressar-se através          Actas do VII Simpósio Internacional de Informática Educativa.
de uma linguagem com características específicas, codificada a partir de uma          Portugal: Leiria – 16–18 de Novembro de 2005, pp. 311- 315.
diversidade linguística e cultural difícil de definir.
                                                                                   ILHARCO, F. (2004). Filosofia da Informação: introdução à informação
     Cremos que é determinante em todo este processo de integração das
                                                                                      como fundação da acção, da comunidade e da decisão. Universidade
 TIC na sala de aula “que os professores possam beneficiar do potencial
                                                                                      Católica Portuguesa. Lisboa.
 dessas tecnologias em termos do seu próprio desenvolvimento profissional,
 mas sobretudo, para poderem utilizá-las com os seus alunos,                       JONASSEN, D. (2007). Computadores, ferramentas cognitivas. Porto: Porto
 proporcionando-lhes situações de aprendizagem inovadoras, mais                       Editora, p. 21.
 interessantes e mais próximas da realidade envolvente” (Costa, 2003. p.1).


Revista EFT: http://eft.educom.pt                                                                                                                        18
Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008                 ISSN 1646-933X


MIRANDA, G. (2007). Limites e possibilidades das TIC na Educação.
   Sísifo, Revista de Ciências da Educação, n.º 3, pp. 41-50.
MORIN, E. (1999). Os desafios da complexidade. In E. Morin (Org.). O
    desafio do século XXI. Religar os conhecimentos Lisboa: Instituto
    Piaget, pp. 491-497.
PAIVA, J. (2002). As Tecnologias de Informação e Comunicação: utilização
    pelos professores. Lisboa: Ministério da Educação – DAPP.
RAMOS, A. (2007). Painel: O Digital e o Currículo. (Org) Altina Ramos in
   Actas da V Conferência Internacional de Tecnologias da Informação e
   Comunicação, sobre Digital e o Currículo, Braga: Universidade do
   Minho, (273).
RAMOS, A. (2005). Crianças, tecnologias e aprendizagem : contributo
   para uma teoria substantiva. Tese doutoramento em Estudos da
   Criança, área de conhecimento de Tecnologias da Informação e
   Comunicação. Universidade do Minho
SIEMENS, G. (2005). Connectivism: A learning theory for the digital age.
     International Journal of Instructional Technology & Distance
     Learning, 2. Consultado em Fevereiro de 2008, em
     http://www.itdl.org/Journal/Jan_05/article01.htm.
WALLIN. E. (2005). The Rise and Fall of Swedish Educational Technology
    1960-1980. Scandinavian Journal of Educational Research, 5, pp.
    437-460.




Revista EFT: http://eft.educom.pt                                                     19
Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008                                ISSN 1646-933X


Abstract: The integration of digital tools in the classroom in the age of web 2.0
diversifies the resources, allows the peer-contribution and shifts focus to the student
enabling their curricular and civic enrichment. To achieve this purpose making an
appropriate planning of the resources to be used as well as its clear connection with
the contents is required. In this context: i) we acknowledge the importance of a
change in the theoretical and methodological frameworks in the teaching-learning
process, with the development of basic skills in the Portuguese language; ii) we
present the blog Língua Portuguesa highlighting its contribution to improve both the
reading and listening skills in 3º ciclo students.

Key words: Portuguese language, blog, digital tools, writing, reading, evaluation.



Texto:
- Submetido em Outubro de 2008
- Aprovado em Novembro de 2008




Como citar este texto:
FARIA, Paulo (2008). Integração Curricular das Tecnologias Educativas no Ensino
    da Língua Portuguesa: um blogue para desenvolver a leitura e a escrita. In
    Educação, Formação & Tecnologias; vol.1 (2); pp. 11-20, Novembro de 2008,
    disponível no URL: http://eft.educom.pt.




Revista EFT: http://eft.educom.pt                                                                    20

Contenu connexe

Tendances

Lptic Recensão
Lptic RecensãoLptic Recensão
Lptic RecensãoAnaAndreia
 
Use of technologies in teaching english
Use of technologies in teaching englishUse of technologies in teaching english
Use of technologies in teaching englishRomu San
 
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...Ana Paula Ó
 
Resumo LPTIC
Resumo  LPTICResumo  LPTIC
Resumo LPTICcatiaines
 
FORMAÇÃO DE GRADUANDOS EM LETRAS NA ERA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: RELATO DE E...
FORMAÇÃO DE GRADUANDOS EM LETRAS NA ERA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: RELATO DE E...FORMAÇÃO DE GRADUANDOS EM LETRAS NA ERA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: RELATO DE E...
FORMAÇÃO DE GRADUANDOS EM LETRAS NA ERA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: RELATO DE E...Elaine Teixeira
 
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...Elaine Teixeira
 
Linguagem educação e virtualidade
Linguagem educação e virtualidadeLinguagem educação e virtualidade
Linguagem educação e virtualidadeCarla Melo
 
Práticas de letramento digital no skoob
Práticas de letramento digital no skoobPráticas de letramento digital no skoob
Práticas de letramento digital no skoobSérgio Filho
 
Aquisição/aprendizagem de Língua Inglesa (LI) e as Tecnologias de Informação ...
Aquisição/aprendizagem de Língua Inglesa (LI) e as Tecnologias de Informação ...Aquisição/aprendizagem de Língua Inglesa (LI) e as Tecnologias de Informação ...
Aquisição/aprendizagem de Língua Inglesa (LI) e as Tecnologias de Informação ...Lara Utzig
 
Apresentação Recife Hipertexto 2013
Apresentação Recife Hipertexto 2013Apresentação Recife Hipertexto 2013
Apresentação Recife Hipertexto 2013Yanna Dias
 
Flávia m. knebel
Flávia m. knebelFlávia m. knebel
Flávia m. knebelequipetics
 
Orientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino MédioOrientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino MédioMauro Uchoa
 
504414 a-linguagem-dos-meios-no-processo-ensinoaprendizagem
504414 a-linguagem-dos-meios-no-processo-ensinoaprendizagem504414 a-linguagem-dos-meios-no-processo-ensinoaprendizagem
504414 a-linguagem-dos-meios-no-processo-ensinoaprendizagemAna Carolina Calles
 
ReflexãO Final Ilda Para Lp Tic
ReflexãO Final Ilda Para Lp TicReflexãO Final Ilda Para Lp Tic
ReflexãO Final Ilda Para Lp Ticascotas
 
A rede social My English Club como um recurso tecnológico nos ambientes prese...
A rede social My English Club como um recurso tecnológico nos ambientes prese...A rede social My English Club como um recurso tecnológico nos ambientes prese...
A rede social My English Club como um recurso tecnológico nos ambientes prese...Joyce Fettermann
 
OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio
OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino MédioOCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio
OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino MédioFlávia Nascimento
 

Tendances (19)

Lptic Recensão
Lptic RecensãoLptic Recensão
Lptic Recensão
 
Use of technologies in teaching english
Use of technologies in teaching englishUse of technologies in teaching english
Use of technologies in teaching english
 
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...
 
Resumo LPTIC
Resumo  LPTICResumo  LPTIC
Resumo LPTIC
 
FORMAÇÃO DE GRADUANDOS EM LETRAS NA ERA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: RELATO DE E...
FORMAÇÃO DE GRADUANDOS EM LETRAS NA ERA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: RELATO DE E...FORMAÇÃO DE GRADUANDOS EM LETRAS NA ERA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: RELATO DE E...
FORMAÇÃO DE GRADUANDOS EM LETRAS NA ERA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: RELATO DE E...
 
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...
 
Linguagem educação e virtualidade
Linguagem educação e virtualidadeLinguagem educação e virtualidade
Linguagem educação e virtualidade
 
Práticas de letramento digital no skoob
Práticas de letramento digital no skoobPráticas de letramento digital no skoob
Práticas de letramento digital no skoob
 
Aquisição/aprendizagem de Língua Inglesa (LI) e as Tecnologias de Informação ...
Aquisição/aprendizagem de Língua Inglesa (LI) e as Tecnologias de Informação ...Aquisição/aprendizagem de Língua Inglesa (LI) e as Tecnologias de Informação ...
Aquisição/aprendizagem de Língua Inglesa (LI) e as Tecnologias de Informação ...
 
Apresentação Recife Hipertexto 2013
Apresentação Recife Hipertexto 2013Apresentação Recife Hipertexto 2013
Apresentação Recife Hipertexto 2013
 
Flávia m. knebel
Flávia m. knebelFlávia m. knebel
Flávia m. knebel
 
Orientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino MédioOrientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino Médio
 
Joselita cristovão de lima (corrigido)
Joselita cristovão de lima (corrigido)Joselita cristovão de lima (corrigido)
Joselita cristovão de lima (corrigido)
 
Projeto PIBID
Projeto PIBIDProjeto PIBID
Projeto PIBID
 
504414 a-linguagem-dos-meios-no-processo-ensinoaprendizagem
504414 a-linguagem-dos-meios-no-processo-ensinoaprendizagem504414 a-linguagem-dos-meios-no-processo-ensinoaprendizagem
504414 a-linguagem-dos-meios-no-processo-ensinoaprendizagem
 
ReflexãO Final Ilda Para Lp Tic
ReflexãO Final Ilda Para Lp TicReflexãO Final Ilda Para Lp Tic
ReflexãO Final Ilda Para Lp Tic
 
Actividade 1_on-line
Actividade 1_on-lineActividade 1_on-line
Actividade 1_on-line
 
A rede social My English Club como um recurso tecnológico nos ambientes prese...
A rede social My English Club como um recurso tecnológico nos ambientes prese...A rede social My English Club como um recurso tecnológico nos ambientes prese...
A rede social My English Club como um recurso tecnológico nos ambientes prese...
 
OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio
OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino MédioOCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio
OCEM - Orientações Curriculares para o Ensino Médio
 

En vedette

Cine actual Principal
Cine actual PrincipalCine actual Principal
Cine actual Principaldenissesalvi
 
Eel7890 tcc guilherme cruz_biogás de aterros sanitários
Eel7890 tcc guilherme cruz_biogás de aterros sanitáriosEel7890 tcc guilherme cruz_biogás de aterros sanitários
Eel7890 tcc guilherme cruz_biogás de aterros sanitáriosGuilherme Cruz
 
Tecnologias educativas
Tecnologias educativasTecnologias educativas
Tecnologias educativasmarlene45550
 
Tabela inss 2011
Tabela inss 2011Tabela inss 2011
Tabela inss 2011Joaoce2011
 
Tennis ana maria
Tennis ana mariaTennis ana maria
Tennis ana mariaAnytaMar
 
Razones trigonométricas complementarias 5º
Razones trigonométricas complementarias   5ºRazones trigonométricas complementarias   5º
Razones trigonométricas complementarias 5ºbrisagaela29
 
Uma Viagem Missionária
Uma Viagem MissionáriaUma Viagem Missionária
Uma Viagem Missionáriajardelzlaf
 
Trabajo flex byson
Trabajo flex bysonTrabajo flex byson
Trabajo flex bysonJhon Alexito
 
Go.working chegando em niterói
Go.working   chegando em niteróiGo.working   chegando em niterói
Go.working chegando em niteróiNina1907
 
Webinar Service Fee Manager
Webinar Service Fee Manager Webinar Service Fee Manager
Webinar Service Fee Manager carolinaaugusto
 

En vedette (20)

Ata1
Ata1Ata1
Ata1
 
Cine actual Principal
Cine actual PrincipalCine actual Principal
Cine actual Principal
 
El computador
El computadorEl computador
El computador
 
Eel7890 tcc guilherme cruz_biogás de aterros sanitários
Eel7890 tcc guilherme cruz_biogás de aterros sanitáriosEel7890 tcc guilherme cruz_biogás de aterros sanitários
Eel7890 tcc guilherme cruz_biogás de aterros sanitários
 
Tecnologias educativas
Tecnologias educativasTecnologias educativas
Tecnologias educativas
 
Turbina informativa de navarra
Turbina informativa de navarraTurbina informativa de navarra
Turbina informativa de navarra
 
Trabalho de português
Trabalho de portuguêsTrabalho de português
Trabalho de português
 
Tabela inss 2011
Tabela inss 2011Tabela inss 2011
Tabela inss 2011
 
Poluição do mundo
Poluição do mundoPoluição do mundo
Poluição do mundo
 
Tennis ana maria
Tennis ana mariaTennis ana maria
Tennis ana maria
 
O relogio
O relogioO relogio
O relogio
 
Razones trigonométricas complementarias 5º
Razones trigonométricas complementarias   5ºRazones trigonométricas complementarias   5º
Razones trigonométricas complementarias 5º
 
Divisibilidad 1º
Divisibilidad   1ºDivisibilidad   1º
Divisibilidad 1º
 
Uma Viagem Missionária
Uma Viagem MissionáriaUma Viagem Missionária
Uma Viagem Missionária
 
Trabajo flex byson
Trabajo flex bysonTrabajo flex byson
Trabajo flex byson
 
Os presento a un amigo
Os presento a un amigoOs presento a un amigo
Os presento a un amigo
 
Go.working chegando em niterói
Go.working   chegando em niteróiGo.working   chegando em niterói
Go.working chegando em niterói
 
Porto veleiro buzios
Porto veleiro buziosPorto veleiro buzios
Porto veleiro buzios
 
Ah miserável
Ah miserávelAh miserável
Ah miserável
 
Webinar Service Fee Manager
Webinar Service Fee Manager Webinar Service Fee Manager
Webinar Service Fee Manager
 

Similaire à Integração de Tecnologias no Ensino da Língua Portuguesa

Slides de leitura em blog verinha 1
Slides de leitura em blog   verinha 1Slides de leitura em blog   verinha 1
Slides de leitura em blog verinha 1Nelson Viana
 
Exemplos de ante projeto
Exemplos de ante projetoExemplos de ante projeto
Exemplos de ante projetoIzabelly Karine
 
A formacao continuada_do_professor_de_linguagem
A formacao continuada_do_professor_de_linguagemA formacao continuada_do_professor_de_linguagem
A formacao continuada_do_professor_de_linguagemjoanasinop30
 
Santana do Livramento - Ana Gládis Fernandes Romeiro
Santana do Livramento - Ana Gládis Fernandes RomeiroSantana do Livramento - Ana Gládis Fernandes Romeiro
Santana do Livramento - Ana Gládis Fernandes RomeiroCursoTICs
 
Proposta curriculargeral internet[1]
Proposta curriculargeral internet[1]Proposta curriculargeral internet[1]
Proposta curriculargeral internet[1]Edson Mamprin
 
Restinga Sêca - Mônica Rosello Larrondo
Restinga Sêca - Mônica Rosello LarrondoRestinga Sêca - Mônica Rosello Larrondo
Restinga Sêca - Mônica Rosello LarrondoCursoTICs
 
Cibercultura e a Pedagogia Moderna
Cibercultura e a Pedagogia ModernaCibercultura e a Pedagogia Moderna
Cibercultura e a Pedagogia ModernaFranck Araujo
 
Experiência exitosa com Literatura EREM Dr. Jaime Monteiro
Experiência exitosa com Literatura EREM Dr. Jaime MonteiroExperiência exitosa com Literatura EREM Dr. Jaime Monteiro
Experiência exitosa com Literatura EREM Dr. Jaime MonteiroMarcia Oliveira
 
Literacia da informação - parte 4
Literacia da informação - parte 4Literacia da informação - parte 4
Literacia da informação - parte 4Manuela Silva
 
Morfologia da comunicação cognitiva 2.0 em sala de aula no âmbito do Ensino S...
Morfologia da comunicação cognitiva 2.0 em sala de aula no âmbito do Ensino S...Morfologia da comunicação cognitiva 2.0 em sala de aula no âmbito do Ensino S...
Morfologia da comunicação cognitiva 2.0 em sala de aula no âmbito do Ensino S...Cornélia Castro
 
Softwares na educação
Softwares na educaçãoSoftwares na educação
Softwares na educaçãoBianca Rosati
 
Leitura e tecnologia na sala de aula.
Leitura e tecnologia na sala de aula.Leitura e tecnologia na sala de aula.
Leitura e tecnologia na sala de aula.sil2007
 
Leitura e tecnologia na sala de aula.
Leitura e tecnologia na sala de aula.Leitura e tecnologia na sala de aula.
Leitura e tecnologia na sala de aula.sil2007
 
Módulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informaçãoMódulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informaçãoJoão Alves Dos Reis
 
R E C E N SÃ O
R E C E N SÃ OR E C E N SÃ O
R E C E N SÃ Oascotas
 
R E C E N SÃ O
R E C E N SÃ OR E C E N SÃ O
R E C E N SÃ Oascotas
 

Similaire à Integração de Tecnologias no Ensino da Língua Portuguesa (20)

Slides de leitura em blog verinha 1
Slides de leitura em blog   verinha 1Slides de leitura em blog   verinha 1
Slides de leitura em blog verinha 1
 
Exemplos de ante projeto
Exemplos de ante projetoExemplos de ante projeto
Exemplos de ante projeto
 
A formacao continuada_do_professor_de_linguagem
A formacao continuada_do_professor_de_linguagemA formacao continuada_do_professor_de_linguagem
A formacao continuada_do_professor_de_linguagem
 
Santana do Livramento - Ana Gládis Fernandes Romeiro
Santana do Livramento - Ana Gládis Fernandes RomeiroSantana do Livramento - Ana Gládis Fernandes Romeiro
Santana do Livramento - Ana Gládis Fernandes Romeiro
 
Proposta curriculargeral internet[1]
Proposta curriculargeral internet[1]Proposta curriculargeral internet[1]
Proposta curriculargeral internet[1]
 
Restinga Sêca - Mônica Rosello Larrondo
Restinga Sêca - Mônica Rosello LarrondoRestinga Sêca - Mônica Rosello Larrondo
Restinga Sêca - Mônica Rosello Larrondo
 
Cibercultura e a Pedagogia Moderna
Cibercultura e a Pedagogia ModernaCibercultura e a Pedagogia Moderna
Cibercultura e a Pedagogia Moderna
 
Experiência exitosa com Literatura EREM Dr. Jaime Monteiro
Experiência exitosa com Literatura EREM Dr. Jaime MonteiroExperiência exitosa com Literatura EREM Dr. Jaime Monteiro
Experiência exitosa com Literatura EREM Dr. Jaime Monteiro
 
Literacia da informação - parte 4
Literacia da informação - parte 4Literacia da informação - parte 4
Literacia da informação - parte 4
 
Morfologia da comunicação cognitiva 2.0 em sala de aula no âmbito do Ensino S...
Morfologia da comunicação cognitiva 2.0 em sala de aula no âmbito do Ensino S...Morfologia da comunicação cognitiva 2.0 em sala de aula no âmbito do Ensino S...
Morfologia da comunicação cognitiva 2.0 em sala de aula no âmbito do Ensino S...
 
Softwares na educação
Softwares na educaçãoSoftwares na educação
Softwares na educação
 
Leitura e tecnologia na sala de aula.
Leitura e tecnologia na sala de aula.Leitura e tecnologia na sala de aula.
Leitura e tecnologia na sala de aula.
 
Leitura e tecnologia na sala de aula.
Leitura e tecnologia na sala de aula.Leitura e tecnologia na sala de aula.
Leitura e tecnologia na sala de aula.
 
Módulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informaçãoMódulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informação
 
Construindo apresentaçãoironi
Construindo apresentaçãoironiConstruindo apresentaçãoironi
Construindo apresentaçãoironi
 
10
1010
10
 
Narrativa uerj semiotica
Narrativa uerj semioticaNarrativa uerj semiotica
Narrativa uerj semiotica
 
R E C E N SÃ O
R E C E N SÃ OR E C E N SÃ O
R E C E N SÃ O
 
R E C E N SÃ O
R E C E N SÃ OR E C E N SÃ O
R E C E N SÃ O
 
Tarefa semana 2
Tarefa semana 2Tarefa semana 2
Tarefa semana 2
 

Dernier

Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfangelicass1
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxDeyvidBriel
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAlexandreFrana33
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfpaulafernandes540558
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 

Dernier (20)

Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppttreinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 

Integração de Tecnologias no Ensino da Língua Portuguesa

  • 1. Integração Curricular das Tecnologias Educativas no Ensino da Língua Portuguesa: um blogue para desenvolver a leitura e a escrita PAULO FARIA Escola Básica Integrada de Vila Cova de Barcelos pauloprofe@gmail.com Resumo: A integração de ferramentas digitais na sala de aula na era da web 2.0 modalidades. Pretendi motivar, cativar, despertar os alunos para o diversifica os recursos, permite a colaboração entre pares, confere centralidade ao desenvolvimento de literacias essenciais, cujo domínio possibilitasse o aluno e proporciona-lhe um enriquecimento disciplinar, transdisciplinar e cívico. desenvolvimento de métodos de trabalho e estudo, tratamento de Para isso, é indispensável uma planificação adequada dos recursos a utilizar e da sua informação, estratégias cognitivas e do domínio interpessoal e de articulação transparente com os conteúdos. grupo/socialização. Valerá a pena recordar a primeira entrada razões de um Neste contexto, e com a brevidade característica de um artigo: i) reconhecemos a blogue, na medida em que consubstancia, em síntese, as linhas de actuação importância de uma alteração dos quadros teóricos e metodológicos no processo futuras, e passo a transcrever parte: “disse claramente a todos os alunos que ensino-aprendizagem, ao nível do desenvolvimento de competências básicas no domínio da Língua Portuguesa; ii) apresentamos o blogue Língua Portuguesa pretendia fazer um portefólio digital que funcionasse como uma ferramenta, salientando a sua contribuição para aumentar e melhorar a leitura e escrita de alunos cuja mais valia estaria patente na promoção da autonomia, da interactividade do 3.º ciclo do Ensino Básico. e da integração de textos, representando um estímulo no incremento da leitura e da escrita” (Faria, 2007). Palavras-chave: Língua Portuguesa, blogue, ferramentas digitais, literacias, escrita, O recurso às TIC surge quase de uma imposição da Sociedade Digital, leitura, avaliação, colaboração sendo os nossos alunos os mais lídimos portadores desse admirável mundo novo! No dizer de Castells (2004), “a Internet é o tecido das nossas vidas”. A aceleração no desenvolvimento das tecnologias e nanotecnologias, a 1. INTRODUÇÃO descodificação do livro da vida e a manipulação do genoma humano, a nova economia, o fenómeno crescente da globalização, a crise do Estado- No ano lectivo 2006/07 criei o blogue Língua Portuguesa, funcionando providência, o crescimento das assimetrias entre ricos e pobres, as como interface de todos os blogues dos alunos do 7.º ano da Escola Básica desigualdades na repartição do conhecimento, a Internet, a desmaterialização Integrada de Vila Cova. Poder-se-ia dizer que o início deste projecto fora dos processos produtivos e comerciais, o declínio das instâncias clássicas de movido pelo impulso de reinventar a aula de língua portuguesa, de a tornar socialização, e tantas outras transformações actuais, levam-nos a encarar o um espaço reflexivo na utilização da língua nos seus diversos registos e Revista EFT: http://eft.educom.pt 11
  • 2. Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008 ISSN 1646-933X futuro com apreensão e simultaneamente com expectativa de que poderemos Na Conferência Internacional sobre o Ensino do Português, realizada tornar o mundo melhor. em 2007, em Lisboa, foram enfatizadas algumas questões relacionadas com a promoção das literacias que a escola cultiva nos tempos actuais. Nesse A sala de aula dos nossos dias não se compadece com estas profundas contexto, face às profundas mudanças sociais que estamos a viver, os actos mutações tecnológicas, sociológicas, éticas e comportamentais, pelo que se da leitura e da escrita já não se confinam exclusivamente aos livros: a leitura vai transformando num espaço mais interactivo, um espaço aprendente, pilar faz-se cada vez mais em diversificados suportes digitais e a escrita está a e motor da sociedade. O blogue surge também dessa necessidade de dar sofrer profundas alterações, não só ao nível dos suportes, mas também pela respostas, que no fundo serão desafios complexos no processo de ensinar e modelização linguística no plano morfossintáctico. Haverá, então, aprender e aprender a ensinar. Depois, embora não explícito, creio que o necessidade de reequacionar, sem deixar de ouvir os “nativos digitais”, quais princípio maior que deve reger a docência, a quinta-essência, se assim as competências basilares de que a escola deve dotar os seus alunos na sua podemos chamar, é ter a convicção profunda da perfectibilidade do ser formação integral para o século XXI. E como responder a tamanho desafio? humano: crer na possibilidade autêntica que o outro tem em (re)descobrir-se, Efectivamente, à escola, exige-se uma atitude nada complacente em relação encontrar o seu carisma, o seu saber, em suma a capacidade de se a uma linguagem anacrónica de um passado, ainda que próximo, e uma nova aperfeiçoar. missão que passa necessariamente pelo desenvolvimento de uma literacia informacional, logo a partir da disciplina de Língua Portuguesa. Aos mais 2. FUNDAMENTAÇÃO cépticos surge a inevitável questão da alteração de paradigmas, métodos e estratégias, formação de professores e outras questões, cuja pertinência Tendo em conta as investigações realizadas em torno do fenómeno inquestionável de toda uma reflexão conjectural acerca da aprendizagem crescente da integração das tecnologias em contexto de sala de aula e na através de ferramentas tecnológicas, jamais poderá ser ignorada. escola, evidenciam os testemunhos de muitos investigadores (cf. Cuban, 2001; Frassila & Pehkonen, 2005; Paiva, 2002; Wallin, 2005; entre outros) Sabemos que as ferramentas digitais ao serviço da pedagogia e da que a tecnologia em si mesma é anódina e até pode constituir um recurso didáctica no ensino do Português se encontram ainda numa fase potencial e contraproducente. É por demais consabido que os media educativos, por si pouco actual, encontrando-se para o facto um argumento crucial – o medo só, não produzem eficiência na promoção do sucesso educativo ou no subtrai a capacidade de inovar, de reinventar novas práticas, novos métodos, desempenho dos alunos; é, pois, imprescindível uma reconversão crítica dos novos paradigmas. Não quer dizer que a problemática da informação seja um paradigmas, métodos, estratégias, das planificações curriculares. fenómeno linear. Ela “emerge intrinsecamente ligada à expansão tecnológica Guilhermina Miranda (2007) sintetiza esta alteração liminar, sugerindo que mais rápida da história, a das tecnologias de informação e de comunicação” esta deve verificar-se ao nível de “novos formalismos de tratar e representar (Ilharco, 2004, p. 2). E, precisa Floridini (2004), na paráfrase que faz do a informação”; na intenção de “apoiar os alunos a construir conhecimento tratado de Metafísica de Aristóteles: “tal como o ser, a informação pode ser significativo”; e “desenvolver projectos, integrando (e não acrescentando) dita de muitas formas, e essa correlação provavelmente não é acidental” criativamente as novas tecnologias no currículo” (p. 44). (p.1). Decorre daqui que o fenómeno da informação se ajuste a muitas das variações de questões que, desde as origens da nossa civilização da Grécia É, justamente, numa atitude crítica à euforia tecnológica que se vive no antiga, têm marcado o modo humano de ser. contexto nacional e internacional que nos posicionamos, partindo também do pressuposto de que a escola não pode ignorar os “nativos digitais”. É nesta Numa complexa teia de intersecção, face a um presente inconstante e a premissa dialéctica que apresentamos esta reflexão acerca da integração das um devir incerto, porque mutável ao nível de uma axiologia de valores TIC na disciplina de Língua Portuguesa. individuais e colectivos, assistimos hoje nas nossas escolas ao desenvolvimento de espaços de aprendizagem cada vez mais dispersos, Revista EFT: http://eft.educom.pt 12
  • 3. Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008 ISSN 1646-933X menos tendentes a seguir paradigmas “santuarizados”, pelo que o papel das destas mesmas competências transversais a desenvolver, estão mais TIC redesenham, por si só, no limiar de um currículo intermédio e maleável, estritamente ligadas à utilização adequada do código linguístico aos o que E. Morin chamou de “no man’s land”. No seu pensamento, “não se contextos e às necessidades, ou seja, com as competências essenciais da soube ver que muitas ideias nascem nas fronteiras e nas zonas incertas e que língua materna e ainda com a utilização das Tecnologias de Informação e as grandes descobertas ou teorias nasceram de maneira frequentemente Comunicação. (Decreto-Lei n.º 6/2001, art. 6º). indisciplinar” (E. Morin, 1999, p. 492). Num momento de transformação organizacional da escola, e estando Numa tentativa constante de nos aproximarmos de uma escola cada vez esta a tentar dar à sociedade respostas mais eficientes, pensamos que a mais exigente e geradora de aprendizagens num processo evolutivo, cremos mudança terá de ser no sentido de formar os alunos para uma realidade que valorizar os princípios das teorias construtivistas1 no processo ensino presente, formadora de aprendedores. E, neste aspecto, julgamos que as TIC aprendizagem, centrando sobretudo a actividade da sala de aula no aluno e, têm um papel extraordinário porque são meios democratizadores por portanto, menos no professor, é uma estratégia que parece, cada vez mais, excelência no acesso ao saber, na observância de uma aprendizagem que trazer níveis de motivação e de eficácia. Será, pois, de valorizar esta respeita o ritmo de cada aluno e no desenvolvimento de competências perspectiva de aprendizagem, mais do que optar por uma aprendizagem individuais; ao mesmo tempo, permitem novas formas de comunicação, de orientada quase exclusivamente pelos princípios do Behaviorismo. Do ponto linguagem, de situações comunicacionais novas, mais próximas seguramente de vista didáctico-pedagógico, estamos perante o desafio de reconversão, dos alunos. Poder-se-ia afirmar que, quando hoje se elege como um dos implicando desta forma a construção de um saber didáctico que se aprende temas centrais a qualidade do sistema educativo, julgamos que as TIC no dia-a-dia e, por conseguinte, pelo desenvolvimento de estratégias e contribuem para a diferenciação pedagógica, no sentido de responder à concepções metodológicas que são uma consequência inevitável de encarar a diversidade e heterogeneidade dos alunos. Aliás, “ao levar os alunos a sala de aula como um espaço e um tempo de uma situação-problema, que é utilizarem as ferramentas gratuitas e de fácil publicação existentes na Web sempre possível optimizar em consequência da experiência acumulada e da está-se a contribuir para o desenvolvimento e preparação de cidadãos aptos abertura à novidade. Consubstanciam, portanto, a radicalidade da sua para a sociedade da informação e conhecimento. E, deste modo, estamos a importância no fundamento de que os alunos deverão estar na escola para proporcionar condições para que os alunos aprendam com a tecnologia, aprender a aprender e visam desta forma o «desenvolvimento de processos apoiando-os na construção de significados” (Jonassen, 2007, p. 21). que contribuam para que [os alunos] sejam progressivamente mais activos e mais autónomos na sua aprendizagem». (ME/DEB, 1999, p. 5). Dentro 3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO 1 Afirmamos a opção deliberada e preferencial por esta teoria de aprendizagem associada a vários teóricos – Piaget, Dewey, Bruner, Vygotsky, entre outros, defendendo, em traços muito Cedo se percepcionou que a tarefa de dinamizar / orientar as novas abrangentes, que o professor deverá ser um facilitador de aprendizagens e não se limitar a dinâmicas na sala de aula trazia consigo um grau de exigência de elevado transmitir conhecimentos. investimento pessoal e profissional. Ter-se-ia de antemão de reequacionar Apesar desta posição, não podemos ignorar a perspectiva de Siemens (2005) que reconhece a quase tudo: planificação didáctica, estratégias, métodos, distribuição dos importância da conectividade, referindo que “we derive our competence from forming vários momentos da aula, etc. A par da consequente alteração das linhas connections”. Neste particular, o autor salienta a importância de estabelecer conexões entre fontes de informação, como simultaneamente a de criar padrões úteis de informação. O autor didáctico-metodológicas, havia que proceder ao maior número de acrescenta que as teorias da aprendizagem como o behaviorismo, cognitivismo e informação na área das tecnologias, quer por pesquisas autónomas, quer pela construtivismo não exploram o impacto das tecnologias, propondo por sua vez uma nova frequência e participação em encontros nacionais e internacionais. teoria: o conectivismo. Segundo Siemens, o conectivismo integra os princípios das teorias do caos, da rede, da complexidade e da auto-organização. Revista EFT: http://eft.educom.pt 13
  • 4. Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008 ISSN 1646-933X Numa perspectiva agora mais empírica, far-se-á a apresentação das FIGURA 1. Elementos-chave neste modelo de aprendizagem. potencialidades e, depois, das actividades presentes no blogue Língua (Baseado em Olivier, Herrington, Herrington & Sparrow, 2006). Portuguesa, disponível em http://paulofaria.wordpress.com, baseado no modelo de Oliver, Herrington, Herrington & Sparrow (2006). Antes, porém, são estabelecidos os três eixos potenciadores de uma aprendizagem centrada no aluno: • flexibilidade na aprendizagem: mediante as indicações pode-se favorecer uma aproximação mais eficiente a cada aluno, sobretudo pela possibilidade de cada um poder seguir o seu próprio ritmo. Essa flexibilidade está muito associada ao desenvolvimento de múltiplas competências que o blogue proporciona, como o desenvolvimento de competências associadas à produção de texto escrito, ao domínio de certos serviços e ferramentas da web (Gomes, 2005); • motivação: os nossos alunos estão cada vez mais predispostos à utilização das TIC, e em particular do blogue, muito por força de serem o que vulgarmente se denomina por “nativos digitais” em quase todas as actividades da sua vida; a sua inclusão na sala de aula é propiciar aos alunos o desenvolvimento de capacidades inatas. Podem também ser criados espaços imaginativos que incentivam os alunos na pesquisa, no estudo, na leitura, na escrita (Rodrigues, 2006); • solidariedade: é nossa convicção que as TIC fomentam a partilha e desenvolvem a intercomunicação dentro e fora da escola, através de várias ferramentas, permitindo a intercomunicação entre pares, expondo de uma forma inequívoca parte significativa da produção dos alunos; porque o blogue também funciona como um e-portefólio ao longo dos três anos de O blogue Língua Portuguesa estrutura o seu blogroll em categorias. O escolaridade, que será a duração deste projecto. destaque vai para a possibilidade de aceder a todos os blogues dos alunos a partir deste domínio: figuram todos os seus nomes por ordem alfabética. O Em esquema, poderíamos representá-lo como se apresenta na figura Blogue incorpora também uma série de ligações que funcionam como seguinte (figura 1). ferramentas auxiliares da língua: i) a dicionários de sinónimos, antónimos, de verbos, de termos literários; ii) a sítios de divulgação de livros, como blogues temáticos, jornais, Plano Nacional de Leitura, etc; iii) a Plataformas virtuais de aprendizagem; iv) ao sítio da Escola; v) a sítios da Web com de conteúdo diversificado e de interesse para os alunos. Revista EFT: http://eft.educom.pt 14
  • 5. Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008 ISSN 1646-933X Numa descrição sumária da actividade desenvolvida no blogue, computadores tinham ligação à Internet; o uso do computador repartia-se destacámos a diversidade de iniciativas através do esquema da figura 2. quase exclusivamente pela sua utilização em jogos e também pelo FIGURA 2. Esquema-síntese das actividades do blogue. processador de texto; nenhum dos alunos tinha blogue ou tinha ouvido a expressão post. Perante os dados apresentados em síntese, foi necessário encetar um trajecto de grande perseverança, que passava necessariamente pelo apoio individualizado a cada aluno em cada tarefa. Neste processo sequencial, e com o decorrer do tempo, foi decisivo o apoio entre pares e o do Coordenador TIC, o Professor Aires Vaz, na partilha de informações e na resolução de problemas de ordem técnica. Nos primeiros meses e como se poderá constatar, as propostas de trabalho feitas através do blogue foram sensivelmente bimensais. Hoje, ultrapassados os constrangimentos ao nível técnico, todos os alunos têm um domínio das principais funcionalidades que o blogue exige; um número significativo utiliza com alguma facilidade software para a edição de imagens e texto e um grupo mais restrito visita e deixa comentários várias vezes por semana. Convém ainda notar que, da minha parte, há uma preocupação permanente no acompanhamento das actividades que cada aluno desenvolve. Revelam-no os comentários no blogue Língua Portuguesa e, sobretudo, nos blogues dos próprios alunos, de forma a orientar, corrigir, sugerir ou tão- somente para estimular respostas aos desafios colocados. Sempre que 4. METODOLOGIA possível, complementam-se as informações nas aulas de língua portuguesa Em pleno Renascimento, Francis Bacon propôs um novo instrumento ou na Biblioteca nos tempos disponíveis. de conhecimento (Novum Organum) baseado na observação empírica de casos particulares, a partir dos quais e através do processo indutivo, inferia 5. RESULTADOS leis ou normas gerais. Serve o mote de inspiração para tecer considerações acerca das metodologias seguidas no decorrer destes dois anos. É certo que Muito provavelmente esta é a experiência que desenvolvi com mais de início não foram delineadas linhas de actuação ou metodologias precisas sucesso ao longo da minha actividade como professor de Língua Portuguesa. no blogue como ferramenta digital ao serviço do ensino da língua Embora seja a inovação uma característica intrínseca ao ofício de ensinar, portuguesa. Averiguou-se, em primeira instância, os níveis de literacia creio que a integração das TIC veio trazer um espaço renovado na informacional, através de inquéritos orais e escritos. Daqui se recolheram intervenção pedagógica e que se traduz na forte motivação dos alunos para a dados importantes acerca do estado de desenvolvimento de cada aluno, realização das tarefas propostas. Ainda sem dados conclusivos para tendo-se concluído que cerca de 90% por cento dos alunos não possuíam apresentar, há evidências reveladoras que este projecto gerou dinâmicas conta de e-mail; 40% tinham computador em casa; menos de 10% dos individuais e grupais que merecem uma reflexão, e que passo a explicitar. Revista EFT: http://eft.educom.pt 15
  • 6. Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008 ISSN 1646-933X O blogue Língua Portuguesa, numa primeira análise, veio dar Dentro da avaliação, realizámos um inquérito com o objectivo de os visibilidade às actividades realizadas na sala de aula: de um momento para o alunos poderem expressar livremente as suas opiniões acerca dos contributos outro, o que se fazia exclusivamente num ambiente fechado na sala de aula do blogue nos vários domínios da língua portuguesa. O inquérito foi passou a ser visto, comentado, criticado por outras pessoas. Este aspecto realizado on-line, tendo sido garantido o anonimato, e estava estruturado em constituiu motivo de discussão quase fracturante, nomeadamente pelo facto cinco questões: inquiria-se acerca do contributo do blogue para: 1 – ler mais de os textos colocados e consultáveis por toda a blogosfera, conterem (0%); 2 – escrever mais (10%); 3 – ler e escrever mais e melhor (90%); 4 – imprecisões ao nível ortográfico, sintáctico e semântico, mesmo com a me divertir (0%); 5 – não alterou nada (0%). supervisão (possível) do professor. Todavia, esta situação nova gerou um Das estratégias para divulgar e também para obter feedback externo, dinamismo, um sentido de responsabilidade, de criatividade, de consciência destaco três. A primeira foi a publicação de um trabalho, tendo por base uma reflexiva e crítica, de autonomia inquestionáveis e incomparáveis. Depois, experiência realizada com recurso a ferramentas digitais. creio que a maior parte dos alunos desenvolveram aprendizagens de uma (http://paulofaria.wordpress.com/2007/12/23/uma-experiencia-em-livro/). forma mais significativa porque estavam mais envolvidos e se sentiam cada vez mais indivíduos activos, pelo incremento de novas ideias, do sentido de Depois, apresentámos o poster, na V Conferência Internacional de partilha, de colaboração e dos princípios de socialização. Em suma, há uma Tecnologias de Comunicação da Educação, que decorreu em Braga, na tentativa clara de experimentar os conceitos de interactividade, de Universidade do Minho. (http://paulofaria.wordpress.com/2007/05/) cooperação e colaboração suportados nas teorias construtivistas, conforme já Finalmente a Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento referido atrás. Curricular, distinguiu o nosso trabalho no âmbito do Desafio - Promovendo A seguir temos uma percepção da evolução das visitas ao blogue, a Inovação e a Criatividade – Modalidade Exemplo de Boas Práticas, tendo iniciado em Fevereiro de 2007 (ver figura 3). representado as Escolas do 3º Ciclo e Escolas Secundárias numa conferência dedicada à Educação realizada na Eslovénia no âmbito da Presidência FIGURA 3. Evolução das visitas ao blogue Eslovena do Conselho da União Europeia. 6. LÍNGUA E CULTURA Uma das funções do blogue Língua Portuguesa é divulgar sítios on-line que possam ajudar o desenvolvimento cultural dos alunos. No início deste projecto, esta modalidade não foi explorada; entretanto houve a percepção de que havia um interesse manifesto, por parte dos alunos, pelo conhecimento de novidades. Assim, encontramos agora no blogue a divulgação de notícias culturais relativas a assuntos genéricos. A título ilustrativo, e decorrente da leitura de um aluno, foi questionado quem era Miró. Este foi o ponto de partida para se colocar uma entrada relativa ao pintor. (http://paulofaria.wordpress.com/wp-admin/post.php?action=edit&post=148). A divulgação de livros e de escritores ocupa uma parte substancial das publicações do blogue. Para além de várias referências ao Plano Nacional de Revista EFT: http://eft.educom.pt 16
  • 7. Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008 ISSN 1646-933X Leitura, há a preocupação de divulgar escritores e livros. Por vezes, há 7. AVALIAÇÃO escritores que não fazem parte do currículo, mas tendo em conta que fazem A configuração de um ambiente de grande interactividade não é garantia de parte da formação literária e geral do indivíduo, são muitas vezes tema de sucesso no processo ensino-aprendizagem. Em boa verdade, pensamos que a discussão e oportunidade para que os alunos conheçam novas formas de emergência deste espaço virtual tem permitido capacitar os alunos para uma expressão e alarguem a sua sensibilidade estética e literária. A este aprendizagem mais significativa e, acima de tudo, tem desenvolvido o seu propósito, Vinicius de Moraes, Manuel Jorge Marmelo, Steinbeck, Pablo espírito crítico, em relação a si próprios e aos outros. Neruda, Jorge Luís Peixoto, Almeida Garrett, Ruy Belo entre outros, foram escritores descobertos pelos próprios alunos, mesmo tendo presente que o Dentro das teorias desenvolvidas por Vygotsky, a colaboração entre professor acompanha estas descobertas. pares perfilha a ideia da interposição de estratégias, que promovam a (http://gabyvb.blog.pt/3940420/) resolução de problemas através de processos cognitivos ancorados na interacção. A par das potencialidades intrínsecas acima enunciadas, a As efemérides e datas comemorativas merecem uma atenção particular, avaliação reveste-se de uma importância capital neste domínio. Tendo em na medida em que são datas que permitem, de uma forma natural, falar de conta que o processo de avaliação na educação básica visa regular as um livro, de um escritor, de uma estória. A data de nascimento ou morte de competências nucleares definidas, dever-se-á ter, desta forma, presentes os um escritor pode constituir uma oportunidade para abrir uma discussão, para níveis de proficiência linguística de cada aluno, no início de cada ano/ciclo, iniciar a apresentação, ainda que feita de forma telegráfica. Estas e desenvolver a partir daí medidas conducentes (i) a uma avaliação actividades, para além de permitirem expandir os conhecimentos dos alunos, predominantemente formativa, (ii) que reflicta as aprendizagens de cada têm contribuído para desenvolver competências ambivalentes e, numa aluno, (iii) que tenha um sentido dinâmico, isto é, desenvolvida ao longo de primeira análise, contrárias. Senão, vejamos: cada aluno tem criado todo o processo ensino-aprendizagem. notoriamente preferências sobre este ou aquele escritor; por outro lado, vai criando também uma espécie de cânone, de preferências, segundo a sua Uma das virtualidades do blogue é a possibilidade de o professor poder experiência de leitura; por outro, esta capacidade crítica e reflexiva não leva avaliar as respostas aos desafios colocados e percepcionar a evolução ao automaticamente à formação de estilo ou de uma forma de expressão com longo do processo de ensino-aprendizagem. Desde o início se estipulou que marcas evidentes de um cunho pessoal. Notam-se evidências frequentes de os comentários do professor teriam a dupla intencionalidade de incentivar e uma identificação com o(s) seu(s) autor (es) predilectos, seguindo o seu simultaneamente levar os alunos a reflectir acerca da sua produção escrita, estilo, a sua forma de expressão. (http://pedrodfr.wordpress.com/) havendo em muitos casos a necessidade de corrigir, de reescrever o que havia sido escrito. Quanto à expressão escrita, uma das actividades de grande relevo foi um desafio lançado no âmbito de várias iniciativas de escrita criativa: os Relevantes são também os comentários provenientes de professores das alunos tinham de dar continuidade a uma narrativa de um escritor. Exemplos outras áreas curriculares, na medida em que se tornam cooperantes de todo deste trabalho, relativos a Luísa Ducla Soares, Jorge Reis-Sá e Jorge Manuel este processo; os comentários de outros membros da blogosfera também são, Marmelo, podem ser encontrados nos blogues dos alunos: Resposta ao na sua maioria, oportunos porque incentivam o nosso trabalho, são a voz desafio de Luísa Ducla Soares crítica das nossas realizações. O blogue tem também uma supervisora (http://sofiavale.blog.com/2211289/); resposta ao desafio de Jorge Manuel científica, a professora doutora Altina Ramos da Universidade do Minho, Marmelo (http://anacbveloso.blog.com/2203154/); resposta ao desafio de que é sobretudo uma amiga crítica, pelas sugestões, comentários e pela Jorge Reis-Sá (http://dulce_enes.blogs.sapo.pt/3538.html). orientação que nos transmite em todos os momentos. Revista EFT: http://eft.educom.pt 17
  • 8. Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008 ISSN 1646-933X Todos os finais de período, e informalmente sempre que se considere 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS oportuno, os blogues são avaliados através de comentários orais e escritos, tendo presente que há uma percentagem 20% nos critérios de avaliação para ARENDT, H. (2000). Quatro textos excêntricos. Hannah Arendt, Eric Weil, o domínio da produção escrita. A avaliação entre pares também é uma Bertrand Russel e Ortega y Gasset. Col. Filosofia da Educação. Lisboa: constante, na medida em que os alunos comentam internamente os seus Relógio de Água, pp. 21-53. trabalhos e elegem no final do período os melhores blogues, havendo lugar a prémios. CASTELLS, M. (2004). A Galáxia da Internet. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. COSTA, F. (2003). Ensinar e aprender com tecnologias na Formação Inicial 8. CONCLUSÃO de Professores. In A. Estrela & J. Ferreira 8 (eds.), A Formação de Para preservar o mundo contra a mortalidade dos seus criadores e professores à luz da investigação – Livros de Actas do XII Colóquio da habitantes, é necessário constantemente restabelecê-lo de novo. O problema AFIRSE. Lisboa: Afirse, pp. 751-763. é saber como educar de forma a que esta recolocação continue a ser possível, ainda que, de forma absoluta, nunca possa ser assegurada. A nossa CUBAN, L. (2001). Oversold and Underused. Computers in the classroom. esperança reside sempre na novidade que cada nova geração traz consigo, London: Harvard University Press. mas precisamente porque só nisso pudemos basear a nossa esperança e tentarmos controlar o novo que nós, os velhos, pretendemos desse modo FARIA, P. (2007). Língua Portuguesa. Disponível na Internet decidir como deverá ser. E justamente para preservar o que é novo e http://paulofaria.wordpress.com. Consultado em 18 Setembro de 2008. revolucionário em cada criança, a educação deve ser conservadora. Ela deve proteger a novidade e introduzi-la como uma coisa nova no mundo FLORIDI, L. (2004). The blackell guide to the philosophy of computing and velho, mundo que, por mais revolucionárias que sejam as suas acções, do information. Blackwell, Londres. ponto de vista da geração seguinte é sempre demasiado velho e está sempre demasiado próximo da destruição. (Arendt, 2000:47) FRASSILA, H. & PEHKONEN, M. (2005). Why do ICT-strategy implementation in schools fail and ICT - practices do not develop? In Enquanto partes integradoras de uma cadeia com relações cada vez mais Media Skills and Competence Conference Proceedings. Tampere, indefinidas, só temos consciência de que o processo se encontra numa fase Finland, pp. 9-16. de pleno desenvolvimento, longe, portanto, de estar concluído. A par desta GOMES, M. (2005). Blogs: um recurso e uma estratégia pedagógica. In realidade, temos presente que os nossos alunos tendem a expressar-se através Actas do VII Simpósio Internacional de Informática Educativa. de uma linguagem com características específicas, codificada a partir de uma Portugal: Leiria – 16–18 de Novembro de 2005, pp. 311- 315. diversidade linguística e cultural difícil de definir. ILHARCO, F. (2004). Filosofia da Informação: introdução à informação Cremos que é determinante em todo este processo de integração das como fundação da acção, da comunidade e da decisão. Universidade TIC na sala de aula “que os professores possam beneficiar do potencial Católica Portuguesa. Lisboa. dessas tecnologias em termos do seu próprio desenvolvimento profissional, mas sobretudo, para poderem utilizá-las com os seus alunos, JONASSEN, D. (2007). Computadores, ferramentas cognitivas. Porto: Porto proporcionando-lhes situações de aprendizagem inovadoras, mais Editora, p. 21. interessantes e mais próximas da realidade envolvente” (Costa, 2003. p.1). Revista EFT: http://eft.educom.pt 18
  • 9. Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008 ISSN 1646-933X MIRANDA, G. (2007). Limites e possibilidades das TIC na Educação. Sísifo, Revista de Ciências da Educação, n.º 3, pp. 41-50. MORIN, E. (1999). Os desafios da complexidade. In E. Morin (Org.). O desafio do século XXI. Religar os conhecimentos Lisboa: Instituto Piaget, pp. 491-497. PAIVA, J. (2002). As Tecnologias de Informação e Comunicação: utilização pelos professores. Lisboa: Ministério da Educação – DAPP. RAMOS, A. (2007). Painel: O Digital e o Currículo. (Org) Altina Ramos in Actas da V Conferência Internacional de Tecnologias da Informação e Comunicação, sobre Digital e o Currículo, Braga: Universidade do Minho, (273). RAMOS, A. (2005). Crianças, tecnologias e aprendizagem : contributo para uma teoria substantiva. Tese doutoramento em Estudos da Criança, área de conhecimento de Tecnologias da Informação e Comunicação. Universidade do Minho SIEMENS, G. (2005). Connectivism: A learning theory for the digital age. International Journal of Instructional Technology & Distance Learning, 2. Consultado em Fevereiro de 2008, em http://www.itdl.org/Journal/Jan_05/article01.htm. WALLIN. E. (2005). The Rise and Fall of Swedish Educational Technology 1960-1980. Scandinavian Journal of Educational Research, 5, pp. 437-460. Revista EFT: http://eft.educom.pt 19
  • 10. Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(2), Novembro 2008 ISSN 1646-933X Abstract: The integration of digital tools in the classroom in the age of web 2.0 diversifies the resources, allows the peer-contribution and shifts focus to the student enabling their curricular and civic enrichment. To achieve this purpose making an appropriate planning of the resources to be used as well as its clear connection with the contents is required. In this context: i) we acknowledge the importance of a change in the theoretical and methodological frameworks in the teaching-learning process, with the development of basic skills in the Portuguese language; ii) we present the blog Língua Portuguesa highlighting its contribution to improve both the reading and listening skills in 3º ciclo students. Key words: Portuguese language, blog, digital tools, writing, reading, evaluation. Texto: - Submetido em Outubro de 2008 - Aprovado em Novembro de 2008 Como citar este texto: FARIA, Paulo (2008). Integração Curricular das Tecnologias Educativas no Ensino da Língua Portuguesa: um blogue para desenvolver a leitura e a escrita. In Educação, Formação & Tecnologias; vol.1 (2); pp. 11-20, Novembro de 2008, disponível no URL: http://eft.educom.pt. Revista EFT: http://eft.educom.pt 20