Aurélio Paz dos Reis foi um pioneiro do cinema português que filmou os primeiros filmes em Portugal em 1896 após adquirir um cinematógrafo em Paris. Ele exibiu estes filmes no Teatro do Príncipe Real no Porto em 12 de Novembro de 1896, marcando o início do cinema português. No entanto, Paz dos Reis abandonou a cinematografia após tentativas frustradas no Brasil em 1897.
Revert Klumb, fotógrafo alemão no Brasil - século XIX
Aurelio paz dos reis final
1. Aurélio Paz
dos Reis
Produção Audiovisual I
Sara Machado 50626
2. Biografia
• Pioneiro do cinema português, Aurélio Paz dos
Reis nasceu a 28 de julho de 1862 na cidade do
Porto, onde faleceu a 19 de setembro de 1931.
• Comerciante e floricultor, fundou a Flora
Portuense (primeira casa do género no País,
que exportou flores e sementes, vindas de
campos de ensaio próprios)
3. • Também reconhecido com um activo democrata, participou no
movimento revolucionário de 31 de janeiro de 1891, acabando por figurar
mais tarde entre os principais apoiantes da República.
• Era também fotógrafo amador e gostava de tirar retratos a gentes do
teatro. Explorava a estereoscopia, a fotografia em relevo.
4. • Quando soube que os irmãos Lumièr tinham construído os primeiros
aparelhos de filmagem e projeção cinematográfica, partiu para Paris onde
adquiriu, logo em 1896, uma máquina de filmar e projetar, e realizou e
exibiu nesse mesmo ano, pela primeira vez, no Porto, 27 pequenos filmes.
• O Kinematógrafo Português (designação usada por Paz dos Reis para
referir o cinématografo inventado pela família Lumière) foi apresentado
em sessão pública no Porto, no Teatro do Príncipe Real, ( o actual Teatro
Sá da Bandeira) no dia 12 de Novembro de 1896. Este eram filmes com a
duração de cerca de um minuto.
5. Paz dos Reis e o
Cinema
• Cinema português nasce pela mão de
Aurélio Paz dos Reis embora Portugal já
tivesse assistido ao rodar da manivela por
Harry Short.
• Paz dos Reis forma uma sociedade com o
seu cunhado, fotógrafo de profissão,
Francisco Bastos Júnior com a ideia de
comprar um cinematógrafo aos irmãos
Lumière. Eles metem-se então a caminho e
vão até Lyon. Os irmãos franceses porém,
que de dinheiro não precisam - basta o que
lhes dá o negócio paterno da fotografia – e
que respeitam os desígnios do augusto pai
de não alienar o invento, não o vendem.
6. • Paz dos Reis não desiste e faz se
Ao Caminhopara conseguir realizar o
seu objectivo.
• Os dois viajantes dão a volta ao
Infortúnio comprando uma máquina
de filmar a outros dois irmãos.
São eles os Werner, estabelecidos na
Cidade da Luz.Tinham eles lançado
No mercado um Aparelho
cronofotográfico, uma variante do cinematógrafo, com diferente mecânica mas
capaz de filmar tão bem como a máquina dos seus célebres inventores.
7. • É com esta maravilha que Paz dos Reis se
põe a filmar em frente da loja do fiel
amigo, mal chegam da França ficando
fascinado com as imagens vistas na tela e
vendo aquilo que com elas pode
conseguir.
• Paz dos Reis dá início a uma longa série
«de variados e assinaláveis quadros
kinematográficos».
8. • Em 12 de Dezembro de 1896, Aurélio da Paz
dos Reis apresenta no Teatro do Príncipe Real
o fruto do seu "Kinetographo Portuguez", a
primeira sessão portuguesa de cinema com
filmes portugueses filmados por um
português. O público acede e aplaude e o
Kinetographo dirige-se para Braga para novas
sessões, regressando de novo para o Porto e
depois para o Rio de Janeiro.
• Em terras brasileiras e devido sobretudo a
falhas técnicas, Aurélio da Paz dos Reis, não
consegue fazer singrar o seu trabalho.
Desiludido regressa a Portugal a 24 de Janeiro
de 1897 e abandona a cinematografia
9. O Cinematógrafo
Português
• O espectáculo de
apresentação decorreu a 12
de Novembro de 1896
(Porto, Teatro do Príncipe
Real). Notícias na imprensa:
10. Notícias na imprensa:
• Dia 12 – Jornal de Noticias: «O espectáculo de
hoje apresenta o Kinetógrafo Português, sendo
exibidos
12 perfeitíssimos quadros, 7 nacionais e 5
estrangeiros.
Os quadros portugueses representam o seguinte:
«Jogo do Pau» (Santo Tyrso), «Saída do Pessoal
Operário
Da Fábrica Confiança», «Chegada de um Comboio
Americano a Caboucos», «O Zé Pereira nas
Romarias
do Minho», «A Feira de S. Bento», «A Rua do Ouro»
(Lisboa), «Marinha». O espectáculo é completado
com a companhia de Zarzuela que se fará ouvir nas
peças Música Clássica, Las Campanelas (primeira
apresentação) e «Os Africanistas». O kinetógrapho
português funciona no intervalo do 2º para o 3º
acto».
11. Dia 13 – Comércio do Porto:
«Num dos intervalos, o Sr. Aurélio Paz dos Reis exibiu no kinematógrapho
vários quadros, algumas dos quais muito engraçados e que tiveram intensos
aplausos».
Dia 13 – O Primeiro de Janeiro:
«Hontem apresentação do kinetórgrapho português, pelo Sr. Aurélio Paz
dos Reis teve êxito completo. Tanto as vistas estrangeiras como as nacionais,
d'estes principalmente «O jogo do Pau» e a «Saída das Costureiras da Fábrica
Confiança» foram acolhidas com grandes salvas de palmas».
As projecções são retomadas em Braga, no Teatro São Gerardo (onde hoje se
localiza o Banco Portugal), a 20 e 23 de Novembro, espectáculo melhorado
com outras fitas, quase todas francesas, e com a intervenção de um
ilusionista de Braga chamado José Maria Avelino. Em Dezembro volta a ser
exibido no Porto.
12. Filmografia
• Feira do Gado na Corujeira;
• Chegada de um Comboio Americano a Cadouços;
• O Zé Pereira na Romaria de Santo Tirso;
• Azenhas do Rio Ave;
• O Jogo do Pau;
• Rio Douro;
• Mercado do Porto;
13. • Cortejo Eclesiástico saindo da Sé do Porto no Aniversário da Sagração
do Eminentíssimo Cardeal D. Américo;
• O Vira;
• A Rua do Ouro;
• Marinha no Tejo;
• Saída de dois Vapores;
• Torre de Belém;
• Avenida da Liberdade;
• A Dança Serpentina (com a brasileira Cirina Polónio, dançarina
internacionalmente famosa);