O documento apresenta o plano de aulas de Geografia para o ano letivo de 2013/2014 para o 9o ano. A primeira aula irá analisar o plano anual e focar-se no tema da População e Povoamento, cobrindo tópicos como a evolução da população mundial. As aulas futuras irão discutir temas como Atividades Econômicas, Redes de Transporte, Contrastes de Desenvolvimento e Meio Ambiente. O objetivo é fornecer aos alunos uma compreensão dos desafios globais de
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RESUMO DAS AULAS DE GEOGRAFIA – 2013/2014
9ºano
AULA Nº1
Olá turma!
Nesta primeira aula vamos analisar a planificação anual que temos de cumprir ao longo do ano letivo 2013/2014.
O primeiro tema (Domínio) designa-se População e povoamento e tem dois objetivos, a saber, “Compreender a
origem e o crescimento das cidades” e “Compreender a organização morfo funcional das cidades”. Trata-se de
um tema que iniciámos no ano anterior e, portanto, será necessário usar, de novo, o manual do 8ºano. Dentro
deste tema, estudamos como tem decorrido a “Evolução da população mundial”, como descrever a “Distribuição
da população mundial” e o que entender por “Mobilidade da população”,
O que nos lembrámos destes subtemas (chamados de objetivos na planificação anual do 8ºano)?
Na altura, analisamos gráficos que nos mostraram que a população mundial ultrapassou os 7 mil milhões em 31
de outubro de 2011.
Acertaram! Foi a Revolução Industrial que teve início na Inglaterra em meados do século XVIII. Até aí, o mundo
era muito mais parecido: a população dedicava-se à agricultura, alguma fazia artesanato, outra dedicava-se ao
comércio. Com o aparecimento do vapor como forma de energia e o a invenção da máquina a vapor tudo vai
mudar, ao princípio, de forma lenta, depois a um ritmo cada vez mais acelerado.
Basta pensarmos neste pormenor. Por volta do século XIX, a distância entre Lisboa e Porto era percorrida em
quatro dias. As estradas eram raras e de má qualidade. E, hoje? De carro, sem ultrapassar os limites de
velocidade, bastam 3 horas; de comboio um pouco menos e, de avião (contando apenas o tempo de voo) cerca
de 30 minutos.
Mas as diferenças não ficam somente pelos transportes. E que tal se falarmos de comunicação? De um lado,
estão os mais velhos que nasceram no mundo analógico e, do outro, os nativos digitais, isto é, vocês os mais
jovens, as gerações que surgiram depois dos anos 80 do século XX, em pleno mundo digital. Porém, nem todos
os jovens da vossa idade podem chamar-se assim. Muitos, nem sabem o que é um MP3 pois vivem em áreas
mais atrasadas e não possuem dinheiro para adquirir um tal aparelho. Todavia, diz-se que a informação está a
viver um período “just in time” – um concerto de rock em Londres pode ser visto ao mesmo tempo nas mais
variadas partes do mundo ao mesmo tempo. Os satélites transmitem, as estações em terra captam e o mundo
assiste.
Regressando à demografia, vamos constatar que as diferenças são, igualmente, notórias.
Quanto tempo levou a Humanidade a atingir o primeiro milhar de milhão? 1800 anos! A partir do início do século
XIX, os tempos vão encurtar cada vez mais: 130 anos para duplicar, 33 anos para triplicar, 15 para quadriplicar.
Segundo o Fundo de População das Nações Unidas, foi neste dia que
se atingiu esse valor com o nascimento de Danica Camacho, nas
Filipinas, um dos países do continente asiático, o continente mais
populaso com dois terços da população mundial! Mas, para chegar a
este número, os gráficos relatam um ritmo de crescimento muito
irregular. E porquê? Porque são muitos os fatores que interferem no
crescimento demoráfico, seja a nível mundial, continental, regional ou
de país para país.
Lembram-se qual foi o acontecimento mundial que conduziu às
desigualdades que marcam o mundo atual?
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É isso que se conclui do gráfico seguinte.
Mas, também, parece prever-se uma certa desaceleração para as próximas décadas.
Considerando os 7 mil milhões de habitantes no início do ano de 2012, as estatísticas apontam para um intervalo
de 16 anos para chegarmos aos 8 mil milhões e mais 26 anos para sermos 9 mil milhões.
O que já estudamos que nos possa ajudar a explicar tudo isto? Voltemos à Revolução Industrial. As suas
consequências tocaram, no princípio, a vida das populações de um número reduzido de países –Inglaterra,
Alemanha, França. Mais tarde, foi-se alastrando a outros países europeus, principalmente, do Norte e do Centro
e, após a revolução que conduziu à independência dos EUA, em 1776, prosseguiu para o continente norte-
americano.
De um modo geral, são estes países e outros de colonização europeia recente – Austrália e Nova Zelândia –
assim como o Japão que constituem o chamado Primeiro Mundo, isto é, o grupo dos países mais desenvolvidos.
O que conhecemos deste grupo?
São os mais desenvolvidos porque são os mais industrializados e, por isso, mais ricos. A sua população goza de
um bom nível de vida, a maioria dos ativos trabalha nos serviços e na indústria. Há menos jovens do que idosos,
as tradições têm pouco peso no comportamento das pessoas, os níveis de educação e saúde são elevados e,
consequentemente, há a opção por famílias pouco numerosas. A maioria dos habitantes reside nas cidades, as
mulheres são emancipadas, estudam, trabalham e deixam a maternidade para segundo plano.
Os restantes países, a larga maioria, uns mais evoluídos – o Segundo Mundo – muitos revelando grandes
atrasos – o Terceiro Mundo –, constituem o vastíssimo grupo dos Países em Desenvolvimento. Conheceram a
Revolução Industrial já em pleno século XX, muitos foram colonizados e tornaram-se independentes depois da 2ª
Grande Guerra. Explorados nas suas riquezas naturais durante anos e anos, com uma população pouco
instruída e atingida frequentemente por doenças epidémicas, tiveram, na ajuda dos países mais desenvolvidos,
particularmente de um organismo das Nações Unidas, a Organização Mundial de Saúde, a oportunidade de
serem beneficiados com campanhas de vacinação que resultaram numa descida acentuada da mortalidade
infantil.
A partir da década de cinquenta do século XX, estes países com uma população maioritariamente jovem, pouco
instruída, pouco informada e muito marcada pelas tradições, vão ser os grandes responsáveis pelo crescimento
exponencial da população. Como então dissemos, para contrariar estas tendências, foi necessário criar políticas
demográficas, umas, pró-natalistas, aplicadas nos países mais desenvolvidos e envelhecidos, outras, anti
natalistas, nos países em desenvolvimento, no sentido de conduzirem a um maior controlo do número de
nascimentos.
130
33
15
12
12
13
16
26
0 20 40 60 80 100 120 140
2 mil milhões
3 mil milhões
4 mil milhões
5 mil milhões
6 mil milhões
7 mil milhões
8 mil milhões
9 mil milhões
Nº de anos para atingir cada mil milhões a partir do ano de
1800
Elaborado a
partir de dados
do Gabinete das
Nações Unidas
para a População
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Provavelmente, é a existência destas medidas que explicam a prevista desaceleração que os especialistas
esperam para as próximas décadas do século atual.
Por força do seu atraso económico, pois na larga maioria dos países pobres a sua população vive de uma
agricultura de subsistência, estes países registam ritmos de urbanização intensos. Nos países ricos, as taxas de
urbanização são superiores a 70%. Poucos são os que residem em espaço rural. Nos países em
desenvolvimento a maioria da população ainda vive no campo e as taxas de urbanização são reduzidas. Dada a
precariedade dos inúmeros rurais, muitos deles dirigem-se para as cidades procurando uma melhor oportunidade
de trabalho. O resultado é um crescimento urbano desordenado com o aparecimento de extensos subúrbios de
bairros de lata onde as condições de vida são desumanas e as situações de confronto e delinquência habituais.
E eis que regressamos à nossa planificação anual e aos descritores de desempenho, isto é, as metas que cada
um de vós tem que demonstrar que atingiu. Se o fizerem, estão aptos a alcançar bons resultados à disciplina de
Geografia.
Justificados os dois primeiros objetivos, entramos na matéria do 9ºano. Atividades económicas, Redes e meios
de transporte e telecomunicação, Contrastes de desenvolvimento e Ambiente e sociedade, são os temas
(domínios) que compõem o programa curricular a cumprir.
Não nos vamos alongar muito mais sobre eles nesta aula de apresentação. Teremos a oportunidade de discuti-
los à medida que as aulas decorrerem.
Mas, desde já, podemos imaginar o que vamos encontrar, provavelmente.
Atividades económicas, por certo que o panorama será diferente nos países desenvolvidos daquilo que se passa
nos em vias de desenvolvimento e, logicamente, o mesmo vai suceder com os transportes e as redes de
comunicação. Tudo isso contribui para que haja contrastes de desenvolvimento. E, porque há cada vez mais
habitantes, também, são crescentes as quantidades de matérias-primas, recursos energéticos e recursos
hídricos precisos. Dado que a Terra é um sistema fechado que não tem para onde crescer e onde são frequentes
desastres naturais, é indispensável que a sociedade humana se convença que tem de assumir atitudes de forte
consciência ambiental.
Dito de um modo que ouvimos com grande frequência, é fundamental escolhermos as atitudes corretas para
caminharmos para um desenvolvimento humano sustentável.
Este gráfico expõe as variáveis que devem
interagir para se chegar ao tão desejado
desenvolvimento sustentável.
Sociedade, economia, ambiente e cultura devem
combinar-se para que o crescimento económico e
o desenvolvimento humano contribuam para um
mundo mais harmonioso e, especialmente, com a
preocupação de garantir as necessidades das
gerações futuras.
Professora Idalina Leite