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As famílias litúrgicas
Liturgia Fundamental
As famílias litúrgicas
No capítulo anterior, ao tratar da época do grande
desenvolvimento local da liturgia (séculos IV ao VI), se
assinalava como fato mais significativo a consolidação
das liturgias particulares, formando entre si famílias
litúrgicas tanto no Oriente como no Ocidente. A
importância deste fenômeno é tão grande que requer que
se dedique um capítulo. Não obstante, se tratam aqui
aparentemente os ritos orientais e os ocidentais não-
romanos. Porém antes de entrar na descrição destas
liturgias é preciso analisar os conceitos de rito litúrgico e
família litúrgica.
3
Rito litúrgico particular e Igreja Local
Geralmente se entende por rito litúrgico o conjunto de
usos e particularidades de tipo celebrativo que se
observam em uma liturgia particular e que a distinguem
das demais. Com efeito, na formação do rito se dão
também outros fatores como a língua, a tradição
histórica, a demarcação territorial tanto eclesiástica como
civil, a visão teológica, a espiritualidade, etc. Segundo
isto, rito litúrgico é o modo de viver a fé cristã em
sentido global, inclusive o de sobreviver em ambiente
hostil.
4
Rito litúrgico particular e Igreja Local
O conceito de rito está unido ao de Igreja local ou
particular (cfr. CD 11). Neste sentido, o rito é a
realização de uma Igreja local com seu bispo e seu
presbitério dentro de umas coordenadas humanas,
sociais, culturais, religiosas específicas. Tudo isto
supõe uma determinada vivência da Palavra divina
contida nas Escrituras, interpretadas pelos Padres,
definida por sínodos e concílios e expressada na liturgia
de acordo com uma tradição eclesial autêntica.
5
Rito litúrgico particular e Igreja Local
O rito de uma Igreja se identifica com ela e vem a ser
seu centro vital, sua escola teológica, sua catequese da fé
e da moral cristã, o depósito de sua memória histórica e
inclusive seu principal sinal de identidade como povo ou
como grupo étnico (cf. OE 1ss)
6
Rito litúrgico particular e Igreja Local
●Esta realidade se dá, antes de tudo, nas Igrejas
orientais, nas quais o rito contribui decisivamente
para defini-las. No Ocidente, o fenômeno é apreciável
em parte nos ritos litúrgicos que sobreviveram à
universalização da Liturgia Romana, como o
Ambrosiano e o Rito Hispano-Moçárabe. Os demais
são testemunho também de uma tradição litúrgica
particular, porém de existência muito curta. O chamado
“Rito Zairense” não é propriamente um rito litúrgico,
mas o Rito Romano com algumas adaptações segundo
SC 40.
7
Rito litúrgico particular e Igreja Local
Mais tarde se utiliza também a expressão família
litúrgica para referir-se ao conjunto de ritos que estão
“aparentados” entre si pela origem e as
características comuns. O Concílio Vaticano II declarou
que a Igreja “atribui igual direito e honra a todos os ritos
legitimamente reconhecidos e quer que no futuro se
conservem e fomentem por todos os meios” (SC 4).
8
As Famílias Litúrgicas Orientais
9
As Famílias Litúrgicas Orientais
No processo de formação das famílias litúrgicas do
Oriente desempenharam um grande papel os grandes
centros de irradiação missionária e litúrgica. O
fenômeno da diversificação dos ritos se produz
praticamente desde as origens da liturgia cristã, sobre
a base da tradição procedente da Igreja mãe de
Jerusalém (cf. I Cor 11,2.16.20; 15,1, etc.), origem de
todas as liturgias.
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As Famílias Litúrgicas Orientais
●O segundo grande centro foi Antioquia. Dela partiram
evangelizadores para todo o Oriente: Ásia Menor, Armênia,
Alexandria, Etiópia, Pérsia e Arábia. Não obstante, o prestígio de
Antioquia passou mais tarde a Constantinopla, mas sem que se
perdesse a identidade litúrgica antioquena. A antiga Bizâncio,
alcançou uma influência enorme desde o Ponto até a Trácia,
Síria, Palestina e inclusive o Sinai e Alexandria, entre os séculos
VI e XI, momento em que se produziu a ruptura definitiva com
Roma. Desde Alexandria chegou o Evangelho a todo o Egito, a
Líbia, a Etiópia e ao Norte da África.
11
As Famílias Litúrgicas Orientais
Outros grandes núcleos foram Cesaréia, Capital da
Capadócia, Selêucia e Clesifonte, na Pérsia, e Armênia.
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As Famílias Litúrgicas Orientais
a) Família antioquena ou síria: Compreende as
liturgias originárias da tradição predominantemente
antioquena, ainda que se apreciem outras influências.
Dentro dela se agrupam, por sua vez, quatro grandes
seções: Liturgias Siro-Ocidentais, Liturgias Siro-
Orientais, Liturgia Bizantina, Liturgia Armena.
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As Famílias Litúrgicas Orientais
●1. As liturgias sirio-ocidentais: Sirio-Antioquena
(Sírio-Católica-Antioquena e Sírio-Malankar), Jacobita e
Maronita;
●2. As liturgias sirio-orientais: Assírio-caldeia ou
Nestoriana, e Malabar;
●3. A Liturgia Bizantina: Grega, Eslava (Russa,
Ucraniana, Búlgara, Sérvia, etc.), Rumana, Albanesa,
Melquita, Georgiana;
●4. A Liturgia Armena.
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As Famílias Litúrgicas Orientais
b) Família alexandrina, com duas seções:
1. A Liturgia Copta;
2. A Liturgia Etíope.
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As Famílias Litúrgicas Orientais
●As características da cada uma destas liturgias não são
fáceis de definir. Não obstante, se podem perfilar seus
traços principais.
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As Famílias Litúrgicas Orientais
b) Família alexandrina, com duas seções: 1. A Liturgia
Copta; 2. A Liturgia Etíope.
As características da cada uma destas liturgias não
são fáceis de definir. Não obstante, se podem perfilar
seus traços principais.
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Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita
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Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita
Pertencente à família Sirio-Ocidental, se denomina
“Sírio-Antioquena” porque constitui o tronco principal
da família Jacobita pelo bispo de Edessa, Jacob Bar
Addai (+578), depois da ruptura com Constantinopla por
conta da Concílio de Calcedônia (+451). Sua origem
remonta a um fundo quiça hierosolimitano, completado
pelos desenvolvimentos posteriores às lutas cristológicas
dos séculos V e VI, à margem da influência bizantina.
19
Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita
O Rito alcançou sua forma clássica no século XII com
Patriarca Miguel o Grande (+1199). Seu centro é
Antioquia da Síria e sua língua inicialmente foi o grego
depois da ruptura; depois, o síríaco ocidental; e
finalmente, o árabe. A Liturgia Sírio-Antioquena
ortodoxa se fundiu com a Liturgia Bizantina no século
XIII. A este Rito pertence a Igreja Sirio-Católica
Antioquena.
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Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita
A liturgia da Palavra compreende seis leituras. Entre suas
orações eucarísticas destaca-se a Anáfora dos Doze
Apóstolos e a Anáfora de Santiago de Jerusalém. O ano
litúrgico está dividido em nove períodos, começando e
terminando com o domingo da dedicação. As
características mais sobressalentes desta liturgia são sua
riquíssima pneumatologia e a extraordinária produção
poética e eucológica de seus hinos e anáforas.
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Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita
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Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita
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Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita
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Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita
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Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita
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Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita
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Liturgia Maronita
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Liturgia Maronita
Constitui um ramo autônomo da Liturgia Jacobita. Sua
origem se encontra nas comunidades monásticas do Vale
do Orontes, na Síria central, especialmente no Mosteiro
de Mar-Marón, santo asceta de princípios do século V,
de onde vem o nome do Rito.
Igreja fiel a Calcedônia, mas resistente a Bizâncio, se viu
isolada pelos muçulmanos, de maneira que não teve
conhecimento do III Concílio de Constantinopla contra
os monotelitas (c. 680-681) até que se constituiu em
patriarcado durante o século VIII, tendo que refugiar-se
no Líbano, em Chipre e em Alepo.
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Liturgia Maronita
Em 1215 os maronitas se uniram a Roma. Com efeito,
pouco depois se iniciou um processo de latinização,
aceito para distinguir-se das comunidades monofisitas e
para poder sobreviver. O processo culminou no Sínodo
do Monte Líbano em 1736. Não obstante, em 1942, já se
pôs em marcha a recuperação de sua identidade litúrgica,
acelerada pelo Concílio Vaticano II. A língua litúrgica é o
árabe, ainda que conserva textos em siríaco. Na
eucaristia usa a Anáfora de São Pedro e uma adaptação
do Cânon Romano.
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Liturgia Maronita
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Liturgia Maronita
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Liturgia Maronita
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Liturgia Maronita
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Liturgia Maronita
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Liturgia Assírio-Caldéia ou Nestoriana
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Liturgia Assírio-Caldéia ou Nestoriana
Pertence ao grupo sírio-oriental e constitui uma das
liturgias mais arcaicas e sóbrias que melhor
conservaram suas raízes semitas, distante da
influência do helenismo e de Bizâncio. Sua língua
litúrgica é o siríaco.
38
Liturgia Assírio-Caldéia ou Nestoriana
Os primeiros núcleos desta liturgia se remontam ao
século I, conhecendo um desenvolvimento entre os
séculos III e VII, e mais tarde um período de de
perseguição no Califado de Bagdá, sob domínio
muçulmano. A primeira codificação litúrgica está
ligada ao katholikós ‘Ishô’yab III, até 650, repetindo-
se o fenômeno nos séculos XII e XIII. Unida a Roma
desde o século XVI, a comunidade mais numerosa
está no Iraque – Patriarcado de Babilônia dos
Caldeus – e alguns grupos minoritários no Irã, Síria,
Líbano, Egito e Estados Unidos.
39
Liturgia Assírio-Caldéia ou Nestoriana
Esta liturgia possui a coleção de hinos de Bardesanes
(154-222) e de Santo Efrém. A estrutura da liturgia da
Palavra compreende quatro leituras, duas delas do
Antigo Testamento. Usa a anáfora aramaica dos
Apóstolos Addai e Mari, e as denominadas de Teodoro de
Mopsuéstia e de Nestório. O ano litúrgico compreende
nove tempos: Anunciação, Epifania incluindo a pré-
quaresma, Quaresma, Páscoa até Pentecostes, Apóstolos,
Verão e Dedicação. Na Liturgia das Horas conservam o
simbolismo das três horas de oração diurnas, à tarde, à
manhã e ao meio-dia.
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Liturgia Assírio-Caldéia ou Nestoriana
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Liturgia Assírio-Caldéia ou Nestoriana
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Liturgia Sírio-Malabar
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Liturgia Sírio-Malabar
A antiga Igreja da Índia, que se remete ao Apóstolo
São Tomé e foi evangelizada por missionários
procedentes de Seleucia, conservava sua liturgia
primitiva até que no século XVI tomaram contato
com os portugueses. Nos Sínodos de Goa (1585) e de
Diamper (1599) levou-se a cabo uma mistura de ritos
e de textos latinos traduzidos para o siríaco. Não
obstante, se conservou a estrutura da missa, com a
Anáfora dos Apóstolos Addai e Mari.
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Liturgia Sírio-Malabar
Em 1653 houve uma ocasião em que formou a Igreja
conhecida como Jacobita Malabar, ainda que em 1925
e em 1930 alguns bispos voltaram à comunhão com
Roma. Foram chamados então sírio-malankares para
distinguí-los de seus antigos irmãos os sírios-
malabares. Em 1934 o Papa Pio XI decidiu a
restauração do antigo Rito Sírio-Oriental com
adaptações da liturgia Assírio-caldéia, traduzida à
língua do Estado de Kerala desde 1960. O Concílio
Vaticano II impulsionou também a restauração deste
Rito.
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Liturgia Sírio-Malabar
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Liturgia Sírio-Malabar
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Liturgia Sírio-Malabar
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Liturgia Sírio-Malabar
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Liturgia Bizantina
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Liturgia Bizantina
Forma um grupo próprio dentro da grande família
antioquena. Os grandes bispos de Constantinopla
Eudóxio, São João Crisóstomo e Nestório eram sírios,
como também os hinógrafos e teólogos Romano o
Melode, Santo André de Creta e São João Damasceno.
Seguem esta liturgia os Patriarcados Ecumênicos de
Constantinopla, Alexandria, Jerusalém (ortodoxo grego),
Moscou, e numerosas Igrejas autocéfalas. Porém é
também o rito de Igrejas em comunhão com Roma, como
o Patriarcado dos Greco-Melquitas em Jerusalém, o
Patriarcado de Antioquia dos Sírios de Beirute e o
Patriarcado Greco-Melquita no Cairo.
56
Liturgia Bizantina
Estas Igrejas celebram suas liturgias em siríaco e em
árabe, além do grego. Há fiéis católicos de Rito
Bizantino no Sul da Itália (Grotaferrata), na Ucrânia
(Arcebispado Mor da Igreja Greco-Católica Ucraniana),
na Romênia e em outros países da Europa.
A Liturgia Bizantina alcançou sua forma definitiva entre
os séculos XIII-XV sob a dinastia dos Paleólogos,
últimos imperadores de Bizâncio, mas se pode
reconstruir sua forma antiga graças a alguns comentários
litúrgicos e a os diversos typica dos séculos X e XI.
57
Liturgia Bizantina
Conta com numerosos livros litúrgicos. A liturgia da Palavra
compreendia, entre os séculos IV ao VII, ao menos duas leituras
antes do Evangelho, uma sempre do Antigo Testamento. Se usa
uma célebre Anáfora de São João Crisóstomo, que prevalece
sobre a Capadócia de São Basílio Magno. A Iconostase e a
veneração dos doze ícones definem o espírito desta liturgia. O
ano litúrgico bizantino compreende um ciclo fixo e outro móvel.
O primeiro começa em 1º de setembro e tem sua primeira
grande festa a 8 de setembro (Natividade de Maria),
terminando a 15 de agosto com a Dormição de Maria. O ciclo
móvel, centrado na Páscoa compreende a pré-quaresma, a
quaresma, a semana santa e a cinquentena pascal.
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Liturgia Bizantina
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Liturgia Armena
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Liturgia Armena
O último ramo da família antioquena a constitui a
Liturgia Armênia, organizada durante o século V na
região montanhosa da Ásia Menor, ao Sul do
Cáucaso, segundo o modelo da Liturgia de Jerusalém.
Esta liturgia recebeu influências de outras,
especialmente da Bizantina, apesar de haver se
negado a aceitar o Concílio de Calcedônia. Neste
século XI, durante as Cruzadas, entrou em contato
com a liturgia latina na zona da Cilícia, incorporando
numerosos elementos.
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Liturgia Armena
No século XIV, com a invasão turca, a Igreja armênia
voltou ao monofisismo, até que no século XVII
numerosas comunidades se uniram a Roma e hoje
formam o Patriarcado de Cilícia dos Armênios, com
sede em Beirute. Os Armênios não-católicos tem
patriarcados em Constantinopla e em Jerusalém.
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Liturgia Armena
Entre os traços mais peculiares se encontra o calendário,
que divide o tempo em ciclos de sete semanas e reserva os
domingos paras as festas do Senhor e da Santíssima
Virgem. As festas dos santos tem lugar em dias fixos na
semana e as quartas e sextas-feiras são sempre dias de
jejum. Outro elemento original é a sua hinografia,
composta entre os séculos X e XII. Usa a Anáfora de
Santo Atanásio, e o Lecionário, de fundo
hierosolimitano, revela a mais antiga ordem de leituras
conhecida, com três leituras do Antigo Testamento, mais
o Apóstolo e o Evangelho.
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Liturgia Armena
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Liturgia Armena
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Liturgia Armena
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Liturgia Armena
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Liturgia Armena
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Liturgia Copta
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Liturgia Copta
Pertence à família alexandrina, ainda que está
distante de manter as estruturas originais. Os coptas,
chamados assim depois da invasão árabe (c. 639), são
os cristãos do Egito que não aceitaram o Concílio de
Calcedônia. No século VII o Patriarca Benjamim
(626-665) remodelou a liturgia seguindo o modelo
sírio, conservando tão só algumas tradições
primitivas. Uma segunda refundação se realizou sob o
Patriarca Gabriel II (1131-1145), e uma terceira e
definitiva, no século XV com o Patriarca Gabriel V.
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Liturgia Copta
Em 1739 uma pequena porção desta Igreja com o
bispo copta de Jerusalém se uniu a Roma. No século
XIX o número de fiéis aumentou até o ponto em que o
Papa Leão XIII criou o Patriarcado Copto-Católico
de Alexandria com sede na capital egípcia.
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Liturgia Copta
A língua litúrgica originária foi o grego e nesta língua
se escreveu o Eucológio de Serapião (séc. IV), com sua
célebre anáfora. Depois se introduziu a antiga língua
do Egito e, a partir da Idade Média, o árabe. As
leituras são sempre quatro. O Ofício Divino tem uma
ampla salmodia. Usam a Anáfora Copta de São
Basílio, a de São Gregório o Teólogo (Nazianzeno) e
de São Cirilo. A celebração eucarística é muito sóbria
e se inicia com a liturgia do incenso.
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Liturgia Copta
O ano litúrgico copta começa a 29 de agosto e consta
de treze meses, doze de trinta dias e um de cinco,
seguindo as estações típicas do Baixo Egito, marcadas
pelas inundações do Nilo. Os jejuns marcar também o
ritmo do ano. Por outro lado, tem trinta e duas festas
em honra da Santíssima Virgem Maria.
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Liturgia Copta
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Liturgia Copta
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Liturgia Copta
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Liturgia Etíope
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Liturgia Etíope
As comunidades cristãs estabelecidas no Antigo Reino
de Axum, ao Sul do Sudão, e conhecidas desde o
século IV, tendo sido fundadas por fiéis coptas e sírios
procedentes de Alexandria. Não obstante, a liturgia
acusa influências bizantinas e de outras liturgias. Por
conta da invasão árabe, a Igreja se viu isolada do
resto da cristandade.
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Liturgia Etíope
No século XIII se produziu uma restauração,
introduzindo-se ritos inspirados no Antigo
Testamento, como as procissões com a Arca da
Aliança, a circuncisão antes do batismo e algumas
festas. A Igreja é de uma planta circular com um
templete no centro.
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Liturgia Etíope
Durante os séculos XVII e XIX, missionários católicos
tentaram latinizar a Liturgia Etíope. Não obstante, na
Eritreia existem núcleos católicos que conservaram
seu rito ancestral. O calendário é similar ao copta.
Entre as festas do Senhor destacam a Epifania do
Jordão, a multiplicação dos pães e a vinda de Jesus ao
Egito. As festas marianas tem também distintas
categorias.
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Liturgia Etíope
Na celebração eucarística usam numerosas anáforas
de procedência diferente, destacando a Anáfora do
Senhor, reelaboração da Anáfora de Hipólito, e a
Anáfora de Santo Epifânio. Existem também duas
anáforas marianas. Sua língua litúrgica é o gheez, a
antiga língua do Egito.
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Liturgia Etíope
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Liturgia Etíope
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Liturgia Etíope
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Liturgia Etíope
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III – As Famílias Litúrgicas Ocidentais
●As famílias Litúrgicas
Ocidentais
104
As famílias Litúrgicas Ocidentais
No século IV se iniciou também no Ocidente a
diversificação dos ritos litúrgicos, mas com
características próprias. Com efeito, junto ao
predomínio de algumas metrópoles como
Roma, Milão, Aquileia, Cartago, Sevilha,
Toledo, Arles, etc., se produziu o fenômeno da
criatividade eucológica, surgido da
cristianização do latim, ao que uniu a
organização do ano litúrgico.
105
As famílias Litúrgicas Ocidentais
As liturgias ocidentais se classificam da seguinte
maneira, atendendo à antiguidade e às
dependências mútuas: Africana, Romana,
Ambrosiana, Hispânica ou Hispano-Moçárabe,
Galicana e Celta. Entre as que apenas
sobrepassaram o período das origens se encontram
as de Aquileia e Benevento, no Norte e Sul da Itália,
respectivamente, e a de Braga, em Portugal. Esta
última, chamada Liturgia Bracarense, parece
derivar de algum missal pertencente à congregação
beneditina de Cluny no século XII.
106
1. Liturgia Africana
A liturgia latina do norte da África, que se
beneficiou da obra de São Cipriano (249-
258) e de Santo Agostinho (396-430), não
sobreviveu às invasões de vândalos e
bereberes que arrasaram desde o século V
as florescentes Igrejas norte-africanas.
107
1. Liturgia Africana
Desde o ponto de vista litúrgico existia uma
perfeita organização, especialmente na
Iniciação Cristã. A disciplina penitencial era
muito rigorista a causa do problema dos lapsi,
e o matrimônio contava já com a bênção
nupcial. O Ofício dispunha de coletas
sálmicas. Porém de tudo isto não restou mais
que alguns textos que sobreviveram em outras
línguas com as quais se realizou um notável
intercâmbio.
108
2. Liturgia Romana Clássica
A liturgia que tinha seu centro na cidade de Roma
durante os séculos IV a VI, antes da emigração dos
livros litúrgicos romanos por toda Europa, era
todavia um rito local. Os primeiros testemunhos são
as cartas de São Justino e a Tradição Apostólica de
Hipólito, do primeiro terço do século III, redigidas
em língua grega e anteriores, portanto, ao
nascimento das liturgias ocidentais da língua latina.
É muito provável que o introdutor do latim na
liturgia de Roma foi o Papa espanhol São Dâmaso
(366-384). O Cânon Romano, ao menos em sua
parte central, existia já no século IV.
109
2. Liturgia Romana Clássica
A liturgia de Roma tinha um grande
prestígio, como provam as cartas dos
Papas a alguns bispos sobre temas
litúrgicos e a obra homilética e eucológica
de São Leão Magno (440-461), São Gelásio
(492-496), São Vigílio (537-55) e São
Gregório Magno (590-604)
110
3. Liturgia Ambrosiana
111
3. Liturgia Ambrosiana
A liturgia que subsiste com este nome na
Arquidiocese de Milão tem certamente sua
origem na tradição litúrgica própria da sede
regida por Santo Ambrósio (374-397). Com
efeito, ao santo bispo se lhe atribuem antífonas,
hinos, vigílias e uma laus cerei.
112
3. Liturgia Ambrosiana
A história da Liturgia Ambrosiana conhece três
etapas: a das origens e o desenvolvimento (séc.
IV-VII), a da consolidação (séc. VIII-IX) e a da
configuração definitiva sob a influência romana
e carolíncia (séc. IX). Entre as suas
características estão o sistema de leituras, uma
eucologia própria, a estrutura do ano litúrgico,
as variantes no Cânon Romano e alguns ritos.
113
3. Liturgia Ambrosiana
Um dos distintivos que mais sobressai é o seu forte
cristocentrismo anti-ariano, que se manifesta também
no culto à Santíssima Virgem.
A atual Liturgia Ambrosiana ultrapassa amplamente
o estado primitivo. Com efeito, seus livros litúrgicos
foram sistematizados durante o período carolíngio
quando já não era possível ao rito local subtrair-se à
influência romano-franca dominante (séc IX). Depois
do Concílio Vaticano II foi realizada uma ampla
reforma.
114
3. Liturgia Ambrosiana
115
3. Liturgia Ambrosiana
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3. Liturgia Ambrosiana
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4. Liturgia Hispano-Mozárabe
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4. Liturgia Hispano-Mozárabe
Com este nome se conhece hoje o rito que nasceu e se
desenvolveu na Península Ibérica e na Gália
narbonense, ao mesmo tempo que os outros ritos do
Ocidente. Foi chamado também hispânico para pôr
em relevo sua condição latina, visigótico para
destacar sua vinculação aos grandes Padres da Igreja
espanhola e mozárabe como homenagem aos cristãos
que mantiveram sua fé sob a dominação muçulmana.
119
4. Liturgia Hispano-Mozárabe
Origem: A primitiva liturgia Hispano-Mozárabe é
contemporânea da Liturgia Romana Clássica. E como
esta, conheceu também etapas de desenvolvimento
eucológico, e da consolidação e codificação em livros
litúrgicos não contaminados. Entre os fatores que deram
origem ao rito se encontram o intercâmbio da Hispania
Romana com o Norte da África, que produziu a
incorporação à latinidade cristã, e a existência de uma
tradição cultural peculiar, que se une em simbiose
perfeita com a fé e com o testemunho dos mártires,
primeiro frente ao paganismo e depois frente ao
arianismo.
120
4. Liturgia Hispano-Mozárabe
Desenvolvimento e abolição: No período de
desenvolvimento, junto aos nomes de Justo de Urgel (séc
VI), São Leandro (+600), Santo Isidoro (+636), Pedro de
Lérida (séc VII), Conâncio de Palência (+638), Santo
Eugênio III de Toledo (+690), São Bráulio de Saragoça
(+651) e São Quirico de Barcelona (+656), se deve
recordar também a ação litúrgica dos Concílios de
Toledo, destacando o III (cerca de 589), no qual se
produziu a conversão de Recaredo , o IV (633) e o X
(656). O resultado de todo este labor criador e pastoral
cristalizou nas recompilações efetuadas por São Juliano.
121
4. Liturgia Hispano-Mozárabe
Neste momento já se contava com uma série de
peculiaridades na celebração eucarística, nos
sacramentos, no ano litúrgico, no santoral e no Ofício
Catedral e no monástico, que diferenciavam
notavelmente a Liturgia Hispânica das demais.
122
4. Liturgia Hispano-Mozárabe
A vida da Liturgia Hispânica foi tranquila até surgir
a heresia adocionista na Espanha. Félix de Urgel e
Elipando de Toledo (séc VIII) se haviam servido de
textos litúrgicos hispânicos para apoiar suas
doutrinas. Isto ocasionou que a suspeita de
heterodoxia se estendesse a todo o Rito, apesar da
aprovação efetuada pelo Papa João X (+928).
Finalmente em1073 o Papa Gregório VII decretou a
abolição do Rito, executada em 1080 pelo Concílio de
Burgos para os Reinos de Leão e Castela.
123
4. Liturgia Hispano-Mozárabe
Porém já fazia tempo que o Rito Hispânico estava
sendo invadido pelo Romano, uma vez que se fazia
mais difícil a leitura dos manuscritos visigóticos,
sendo esta uma das causas da sua desaparição.
124
4. Liturgia Hispano-Mozárabe
Sobrevivência e restauração: Não obstante a reconquista
de Toledo no ano de 1085, diante da sobrevivência da
antiga liturgia entre os cristãos mozárabes, Afonso VI
lhes outorgou o privilégio de seguir usando o rito que lhes
havia ajudado a manter sua fé na seis paróquias
existentes então. Quando em 1495 o Cardeal Cisneros
ascende à Sede Primaz, tão só se mantinha fiel à antiga
liturgia a Paróquia das Santas Justa e Rufina. Graças a
Cisneros se imprimiram o Missale Gothicum secundum
regulam Beati Isidori, dictum Mozarabes em 1500 e o
Breviarium Gothicum em 1502.
125
4. Liturgia Hispano-Mozárabe
Em 1982 o Cardeal Arcebispo de Toledo, Dom Marcelo
González Martín, de acordo com a Santa Sé e com a
Conferência Episcopal Espanhola, criou uma comissão
para a revisão ex integro do Rito Hispânico segundo os
princípios do Concílio Vaticano II (cf. SC 3-4). O
primeiro fruto dos trabalhos desta Comissão foram os
dois volumes do Missale Hispano-Mozarabicum e os dois
do Liber Commicus ou Lecionário, editados entre 1991 e
1994. No ano 1992, pela primeira vez na história, o
Sucessor de Pedro celebrava a Missa segundo o Rito
Hispano-Mozárabe, usando o citado missal.
126
4. Liturgia Hispano-Mozárabe
127
5. Liturgia Galicana
Com este nome se designa a liturgia local usada no
Sul das Gálias e que desapareceu na segunda metade
do século VIII. Os poucos documentos que
sobreviveram estão já romanizados, de maneira que é
muito difícil rastrear os elementos originais. As sedes
que poderiam ser as guardiãs dos ritos locais como
Arles e Marselha, e a região de Provença, estavam já
sob o domínio dos francos no século VI.
128
5. Liturgia Galicana
Não obstante, o parentesco entre as liturgias Galicana
e Hispânica é tão notável que, graças a esta, se podem
apreciar alguns elementos daquela. Entre as fontes
desta liturgia se encontram as homilias de Fausto de
Riez (+485) e de São Cesário de Arles (+542), a
Expositio Brevis Antiquae Liturgiae Gallicanae do
Pseudo-Germano de Paris (séc. VII) e alguns livros
litúrgicos.
129
6. Liturgia Celta
O rito litúrgico da Irlanda e de outras zonas das Ilhas
Britânicas de origem celta apenas superou a fase de
gestação (séc VI), devendo dar espaço ao Rito
Romano na época dos Carolíngios (séc IX). Nos
séculos VI e VII esta Igreja era todavia demasiado
jovem para marcar uma impressão profunda em que
se pudesse apreciar o gênio cultural celta.
130
6. Liturgia Celta
Por outro lado, a língua litúrgica, desde o princípio
da evangelização, não era o gaélico, mas o latim.
Entre os primeiros testemunhos da literatura cristã
irlandesa se encontra uma série de hinos que põem
em manifesto uma tradição poética autóctone. Outras
fontes litúrgicas são o Antifonário de Bangor, copiado
no século VII, e o Missal de Stowe, dos finais do século
VIII.

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  • 2. As famílias litúrgicas No capítulo anterior, ao tratar da época do grande desenvolvimento local da liturgia (séculos IV ao VI), se assinalava como fato mais significativo a consolidação das liturgias particulares, formando entre si famílias litúrgicas tanto no Oriente como no Ocidente. A importância deste fenômeno é tão grande que requer que se dedique um capítulo. Não obstante, se tratam aqui aparentemente os ritos orientais e os ocidentais não- romanos. Porém antes de entrar na descrição destas liturgias é preciso analisar os conceitos de rito litúrgico e família litúrgica.
  • 3. 3 Rito litúrgico particular e Igreja Local Geralmente se entende por rito litúrgico o conjunto de usos e particularidades de tipo celebrativo que se observam em uma liturgia particular e que a distinguem das demais. Com efeito, na formação do rito se dão também outros fatores como a língua, a tradição histórica, a demarcação territorial tanto eclesiástica como civil, a visão teológica, a espiritualidade, etc. Segundo isto, rito litúrgico é o modo de viver a fé cristã em sentido global, inclusive o de sobreviver em ambiente hostil.
  • 4. 4 Rito litúrgico particular e Igreja Local O conceito de rito está unido ao de Igreja local ou particular (cfr. CD 11). Neste sentido, o rito é a realização de uma Igreja local com seu bispo e seu presbitério dentro de umas coordenadas humanas, sociais, culturais, religiosas específicas. Tudo isto supõe uma determinada vivência da Palavra divina contida nas Escrituras, interpretadas pelos Padres, definida por sínodos e concílios e expressada na liturgia de acordo com uma tradição eclesial autêntica.
  • 5. 5 Rito litúrgico particular e Igreja Local O rito de uma Igreja se identifica com ela e vem a ser seu centro vital, sua escola teológica, sua catequese da fé e da moral cristã, o depósito de sua memória histórica e inclusive seu principal sinal de identidade como povo ou como grupo étnico (cf. OE 1ss)
  • 6. 6 Rito litúrgico particular e Igreja Local ●Esta realidade se dá, antes de tudo, nas Igrejas orientais, nas quais o rito contribui decisivamente para defini-las. No Ocidente, o fenômeno é apreciável em parte nos ritos litúrgicos que sobreviveram à universalização da Liturgia Romana, como o Ambrosiano e o Rito Hispano-Moçárabe. Os demais são testemunho também de uma tradição litúrgica particular, porém de existência muito curta. O chamado “Rito Zairense” não é propriamente um rito litúrgico, mas o Rito Romano com algumas adaptações segundo SC 40.
  • 7. 7 Rito litúrgico particular e Igreja Local Mais tarde se utiliza também a expressão família litúrgica para referir-se ao conjunto de ritos que estão “aparentados” entre si pela origem e as características comuns. O Concílio Vaticano II declarou que a Igreja “atribui igual direito e honra a todos os ritos legitimamente reconhecidos e quer que no futuro se conservem e fomentem por todos os meios” (SC 4).
  • 9. 9 As Famílias Litúrgicas Orientais No processo de formação das famílias litúrgicas do Oriente desempenharam um grande papel os grandes centros de irradiação missionária e litúrgica. O fenômeno da diversificação dos ritos se produz praticamente desde as origens da liturgia cristã, sobre a base da tradição procedente da Igreja mãe de Jerusalém (cf. I Cor 11,2.16.20; 15,1, etc.), origem de todas as liturgias.
  • 10. 10 As Famílias Litúrgicas Orientais ●O segundo grande centro foi Antioquia. Dela partiram evangelizadores para todo o Oriente: Ásia Menor, Armênia, Alexandria, Etiópia, Pérsia e Arábia. Não obstante, o prestígio de Antioquia passou mais tarde a Constantinopla, mas sem que se perdesse a identidade litúrgica antioquena. A antiga Bizâncio, alcançou uma influência enorme desde o Ponto até a Trácia, Síria, Palestina e inclusive o Sinai e Alexandria, entre os séculos VI e XI, momento em que se produziu a ruptura definitiva com Roma. Desde Alexandria chegou o Evangelho a todo o Egito, a Líbia, a Etiópia e ao Norte da África.
  • 11. 11 As Famílias Litúrgicas Orientais Outros grandes núcleos foram Cesaréia, Capital da Capadócia, Selêucia e Clesifonte, na Pérsia, e Armênia.
  • 12. 12 As Famílias Litúrgicas Orientais a) Família antioquena ou síria: Compreende as liturgias originárias da tradição predominantemente antioquena, ainda que se apreciem outras influências. Dentro dela se agrupam, por sua vez, quatro grandes seções: Liturgias Siro-Ocidentais, Liturgias Siro- Orientais, Liturgia Bizantina, Liturgia Armena.
  • 13. 13 As Famílias Litúrgicas Orientais ●1. As liturgias sirio-ocidentais: Sirio-Antioquena (Sírio-Católica-Antioquena e Sírio-Malankar), Jacobita e Maronita; ●2. As liturgias sirio-orientais: Assírio-caldeia ou Nestoriana, e Malabar; ●3. A Liturgia Bizantina: Grega, Eslava (Russa, Ucraniana, Búlgara, Sérvia, etc.), Rumana, Albanesa, Melquita, Georgiana; ●4. A Liturgia Armena.
  • 14. 14 As Famílias Litúrgicas Orientais b) Família alexandrina, com duas seções: 1. A Liturgia Copta; 2. A Liturgia Etíope.
  • 15. 15 As Famílias Litúrgicas Orientais ●As características da cada uma destas liturgias não são fáceis de definir. Não obstante, se podem perfilar seus traços principais.
  • 16. 16 As Famílias Litúrgicas Orientais b) Família alexandrina, com duas seções: 1. A Liturgia Copta; 2. A Liturgia Etíope. As características da cada uma destas liturgias não são fáceis de definir. Não obstante, se podem perfilar seus traços principais.
  • 18. 18 Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita Pertencente à família Sirio-Ocidental, se denomina “Sírio-Antioquena” porque constitui o tronco principal da família Jacobita pelo bispo de Edessa, Jacob Bar Addai (+578), depois da ruptura com Constantinopla por conta da Concílio de Calcedônia (+451). Sua origem remonta a um fundo quiça hierosolimitano, completado pelos desenvolvimentos posteriores às lutas cristológicas dos séculos V e VI, à margem da influência bizantina.
  • 19. 19 Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita O Rito alcançou sua forma clássica no século XII com Patriarca Miguel o Grande (+1199). Seu centro é Antioquia da Síria e sua língua inicialmente foi o grego depois da ruptura; depois, o síríaco ocidental; e finalmente, o árabe. A Liturgia Sírio-Antioquena ortodoxa se fundiu com a Liturgia Bizantina no século XIII. A este Rito pertence a Igreja Sirio-Católica Antioquena.
  • 20. 20 Liturgia Sirio-Antioquena e Jacobita A liturgia da Palavra compreende seis leituras. Entre suas orações eucarísticas destaca-se a Anáfora dos Doze Apóstolos e a Anáfora de Santiago de Jerusalém. O ano litúrgico está dividido em nove períodos, começando e terminando com o domingo da dedicação. As características mais sobressalentes desta liturgia são sua riquíssima pneumatologia e a extraordinária produção poética e eucológica de seus hinos e anáforas.
  • 28. 28 Liturgia Maronita Constitui um ramo autônomo da Liturgia Jacobita. Sua origem se encontra nas comunidades monásticas do Vale do Orontes, na Síria central, especialmente no Mosteiro de Mar-Marón, santo asceta de princípios do século V, de onde vem o nome do Rito. Igreja fiel a Calcedônia, mas resistente a Bizâncio, se viu isolada pelos muçulmanos, de maneira que não teve conhecimento do III Concílio de Constantinopla contra os monotelitas (c. 680-681) até que se constituiu em patriarcado durante o século VIII, tendo que refugiar-se no Líbano, em Chipre e em Alepo.
  • 29. 29 Liturgia Maronita Em 1215 os maronitas se uniram a Roma. Com efeito, pouco depois se iniciou um processo de latinização, aceito para distinguir-se das comunidades monofisitas e para poder sobreviver. O processo culminou no Sínodo do Monte Líbano em 1736. Não obstante, em 1942, já se pôs em marcha a recuperação de sua identidade litúrgica, acelerada pelo Concílio Vaticano II. A língua litúrgica é o árabe, ainda que conserva textos em siríaco. Na eucaristia usa a Anáfora de São Pedro e uma adaptação do Cânon Romano.
  • 37. 37 Liturgia Assírio-Caldéia ou Nestoriana Pertence ao grupo sírio-oriental e constitui uma das liturgias mais arcaicas e sóbrias que melhor conservaram suas raízes semitas, distante da influência do helenismo e de Bizâncio. Sua língua litúrgica é o siríaco.
  • 38. 38 Liturgia Assírio-Caldéia ou Nestoriana Os primeiros núcleos desta liturgia se remontam ao século I, conhecendo um desenvolvimento entre os séculos III e VII, e mais tarde um período de de perseguição no Califado de Bagdá, sob domínio muçulmano. A primeira codificação litúrgica está ligada ao katholikós ‘Ishô’yab III, até 650, repetindo- se o fenômeno nos séculos XII e XIII. Unida a Roma desde o século XVI, a comunidade mais numerosa está no Iraque – Patriarcado de Babilônia dos Caldeus – e alguns grupos minoritários no Irã, Síria, Líbano, Egito e Estados Unidos.
  • 39. 39 Liturgia Assírio-Caldéia ou Nestoriana Esta liturgia possui a coleção de hinos de Bardesanes (154-222) e de Santo Efrém. A estrutura da liturgia da Palavra compreende quatro leituras, duas delas do Antigo Testamento. Usa a anáfora aramaica dos Apóstolos Addai e Mari, e as denominadas de Teodoro de Mopsuéstia e de Nestório. O ano litúrgico compreende nove tempos: Anunciação, Epifania incluindo a pré- quaresma, Quaresma, Páscoa até Pentecostes, Apóstolos, Verão e Dedicação. Na Liturgia das Horas conservam o simbolismo das três horas de oração diurnas, à tarde, à manhã e ao meio-dia.
  • 48. 48 Liturgia Sírio-Malabar A antiga Igreja da Índia, que se remete ao Apóstolo São Tomé e foi evangelizada por missionários procedentes de Seleucia, conservava sua liturgia primitiva até que no século XVI tomaram contato com os portugueses. Nos Sínodos de Goa (1585) e de Diamper (1599) levou-se a cabo uma mistura de ritos e de textos latinos traduzidos para o siríaco. Não obstante, se conservou a estrutura da missa, com a Anáfora dos Apóstolos Addai e Mari.
  • 49. 49 Liturgia Sírio-Malabar Em 1653 houve uma ocasião em que formou a Igreja conhecida como Jacobita Malabar, ainda que em 1925 e em 1930 alguns bispos voltaram à comunhão com Roma. Foram chamados então sírio-malankares para distinguí-los de seus antigos irmãos os sírios- malabares. Em 1934 o Papa Pio XI decidiu a restauração do antigo Rito Sírio-Oriental com adaptações da liturgia Assírio-caldéia, traduzida à língua do Estado de Kerala desde 1960. O Concílio Vaticano II impulsionou também a restauração deste Rito.
  • 55. 55 Liturgia Bizantina Forma um grupo próprio dentro da grande família antioquena. Os grandes bispos de Constantinopla Eudóxio, São João Crisóstomo e Nestório eram sírios, como também os hinógrafos e teólogos Romano o Melode, Santo André de Creta e São João Damasceno. Seguem esta liturgia os Patriarcados Ecumênicos de Constantinopla, Alexandria, Jerusalém (ortodoxo grego), Moscou, e numerosas Igrejas autocéfalas. Porém é também o rito de Igrejas em comunhão com Roma, como o Patriarcado dos Greco-Melquitas em Jerusalém, o Patriarcado de Antioquia dos Sírios de Beirute e o Patriarcado Greco-Melquita no Cairo.
  • 56. 56 Liturgia Bizantina Estas Igrejas celebram suas liturgias em siríaco e em árabe, além do grego. Há fiéis católicos de Rito Bizantino no Sul da Itália (Grotaferrata), na Ucrânia (Arcebispado Mor da Igreja Greco-Católica Ucraniana), na Romênia e em outros países da Europa. A Liturgia Bizantina alcançou sua forma definitiva entre os séculos XIII-XV sob a dinastia dos Paleólogos, últimos imperadores de Bizâncio, mas se pode reconstruir sua forma antiga graças a alguns comentários litúrgicos e a os diversos typica dos séculos X e XI.
  • 57. 57 Liturgia Bizantina Conta com numerosos livros litúrgicos. A liturgia da Palavra compreendia, entre os séculos IV ao VII, ao menos duas leituras antes do Evangelho, uma sempre do Antigo Testamento. Se usa uma célebre Anáfora de São João Crisóstomo, que prevalece sobre a Capadócia de São Basílio Magno. A Iconostase e a veneração dos doze ícones definem o espírito desta liturgia. O ano litúrgico bizantino compreende um ciclo fixo e outro móvel. O primeiro começa em 1º de setembro e tem sua primeira grande festa a 8 de setembro (Natividade de Maria), terminando a 15 de agosto com a Dormição de Maria. O ciclo móvel, centrado na Páscoa compreende a pré-quaresma, a quaresma, a semana santa e a cinquentena pascal.
  • 78. 78 Liturgia Armena O último ramo da família antioquena a constitui a Liturgia Armênia, organizada durante o século V na região montanhosa da Ásia Menor, ao Sul do Cáucaso, segundo o modelo da Liturgia de Jerusalém. Esta liturgia recebeu influências de outras, especialmente da Bizantina, apesar de haver se negado a aceitar o Concílio de Calcedônia. Neste século XI, durante as Cruzadas, entrou em contato com a liturgia latina na zona da Cilícia, incorporando numerosos elementos.
  • 79. 79 Liturgia Armena No século XIV, com a invasão turca, a Igreja armênia voltou ao monofisismo, até que no século XVII numerosas comunidades se uniram a Roma e hoje formam o Patriarcado de Cilícia dos Armênios, com sede em Beirute. Os Armênios não-católicos tem patriarcados em Constantinopla e em Jerusalém.
  • 80. 80 Liturgia Armena Entre os traços mais peculiares se encontra o calendário, que divide o tempo em ciclos de sete semanas e reserva os domingos paras as festas do Senhor e da Santíssima Virgem. As festas dos santos tem lugar em dias fixos na semana e as quartas e sextas-feiras são sempre dias de jejum. Outro elemento original é a sua hinografia, composta entre os séculos X e XII. Usa a Anáfora de Santo Atanásio, e o Lecionário, de fundo hierosolimitano, revela a mais antiga ordem de leituras conhecida, com três leituras do Antigo Testamento, mais o Apóstolo e o Evangelho.
  • 87. 87 Liturgia Copta Pertence à família alexandrina, ainda que está distante de manter as estruturas originais. Os coptas, chamados assim depois da invasão árabe (c. 639), são os cristãos do Egito que não aceitaram o Concílio de Calcedônia. No século VII o Patriarca Benjamim (626-665) remodelou a liturgia seguindo o modelo sírio, conservando tão só algumas tradições primitivas. Uma segunda refundação se realizou sob o Patriarca Gabriel II (1131-1145), e uma terceira e definitiva, no século XV com o Patriarca Gabriel V.
  • 88. 88 Liturgia Copta Em 1739 uma pequena porção desta Igreja com o bispo copta de Jerusalém se uniu a Roma. No século XIX o número de fiéis aumentou até o ponto em que o Papa Leão XIII criou o Patriarcado Copto-Católico de Alexandria com sede na capital egípcia.
  • 89. 89 Liturgia Copta A língua litúrgica originária foi o grego e nesta língua se escreveu o Eucológio de Serapião (séc. IV), com sua célebre anáfora. Depois se introduziu a antiga língua do Egito e, a partir da Idade Média, o árabe. As leituras são sempre quatro. O Ofício Divino tem uma ampla salmodia. Usam a Anáfora Copta de São Basílio, a de São Gregório o Teólogo (Nazianzeno) e de São Cirilo. A celebração eucarística é muito sóbria e se inicia com a liturgia do incenso.
  • 90. 90 Liturgia Copta O ano litúrgico copta começa a 29 de agosto e consta de treze meses, doze de trinta dias e um de cinco, seguindo as estações típicas do Baixo Egito, marcadas pelas inundações do Nilo. Os jejuns marcar também o ritmo do ano. Por outro lado, tem trinta e duas festas em honra da Santíssima Virgem Maria.
  • 95. 95 Liturgia Etíope As comunidades cristãs estabelecidas no Antigo Reino de Axum, ao Sul do Sudão, e conhecidas desde o século IV, tendo sido fundadas por fiéis coptas e sírios procedentes de Alexandria. Não obstante, a liturgia acusa influências bizantinas e de outras liturgias. Por conta da invasão árabe, a Igreja se viu isolada do resto da cristandade.
  • 96. 96 Liturgia Etíope No século XIII se produziu uma restauração, introduzindo-se ritos inspirados no Antigo Testamento, como as procissões com a Arca da Aliança, a circuncisão antes do batismo e algumas festas. A Igreja é de uma planta circular com um templete no centro.
  • 97. 97 Liturgia Etíope Durante os séculos XVII e XIX, missionários católicos tentaram latinizar a Liturgia Etíope. Não obstante, na Eritreia existem núcleos católicos que conservaram seu rito ancestral. O calendário é similar ao copta. Entre as festas do Senhor destacam a Epifania do Jordão, a multiplicação dos pães e a vinda de Jesus ao Egito. As festas marianas tem também distintas categorias.
  • 98. 98 Liturgia Etíope Na celebração eucarística usam numerosas anáforas de procedência diferente, destacando a Anáfora do Senhor, reelaboração da Anáfora de Hipólito, e a Anáfora de Santo Epifânio. Existem também duas anáforas marianas. Sua língua litúrgica é o gheez, a antiga língua do Egito.
  • 103. 103 III – As Famílias Litúrgicas Ocidentais ●As famílias Litúrgicas Ocidentais
  • 104. 104 As famílias Litúrgicas Ocidentais No século IV se iniciou também no Ocidente a diversificação dos ritos litúrgicos, mas com características próprias. Com efeito, junto ao predomínio de algumas metrópoles como Roma, Milão, Aquileia, Cartago, Sevilha, Toledo, Arles, etc., se produziu o fenômeno da criatividade eucológica, surgido da cristianização do latim, ao que uniu a organização do ano litúrgico.
  • 105. 105 As famílias Litúrgicas Ocidentais As liturgias ocidentais se classificam da seguinte maneira, atendendo à antiguidade e às dependências mútuas: Africana, Romana, Ambrosiana, Hispânica ou Hispano-Moçárabe, Galicana e Celta. Entre as que apenas sobrepassaram o período das origens se encontram as de Aquileia e Benevento, no Norte e Sul da Itália, respectivamente, e a de Braga, em Portugal. Esta última, chamada Liturgia Bracarense, parece derivar de algum missal pertencente à congregação beneditina de Cluny no século XII.
  • 106. 106 1. Liturgia Africana A liturgia latina do norte da África, que se beneficiou da obra de São Cipriano (249- 258) e de Santo Agostinho (396-430), não sobreviveu às invasões de vândalos e bereberes que arrasaram desde o século V as florescentes Igrejas norte-africanas.
  • 107. 107 1. Liturgia Africana Desde o ponto de vista litúrgico existia uma perfeita organização, especialmente na Iniciação Cristã. A disciplina penitencial era muito rigorista a causa do problema dos lapsi, e o matrimônio contava já com a bênção nupcial. O Ofício dispunha de coletas sálmicas. Porém de tudo isto não restou mais que alguns textos que sobreviveram em outras línguas com as quais se realizou um notável intercâmbio.
  • 108. 108 2. Liturgia Romana Clássica A liturgia que tinha seu centro na cidade de Roma durante os séculos IV a VI, antes da emigração dos livros litúrgicos romanos por toda Europa, era todavia um rito local. Os primeiros testemunhos são as cartas de São Justino e a Tradição Apostólica de Hipólito, do primeiro terço do século III, redigidas em língua grega e anteriores, portanto, ao nascimento das liturgias ocidentais da língua latina. É muito provável que o introdutor do latim na liturgia de Roma foi o Papa espanhol São Dâmaso (366-384). O Cânon Romano, ao menos em sua parte central, existia já no século IV.
  • 109. 109 2. Liturgia Romana Clássica A liturgia de Roma tinha um grande prestígio, como provam as cartas dos Papas a alguns bispos sobre temas litúrgicos e a obra homilética e eucológica de São Leão Magno (440-461), São Gelásio (492-496), São Vigílio (537-55) e São Gregório Magno (590-604)
  • 111. 111 3. Liturgia Ambrosiana A liturgia que subsiste com este nome na Arquidiocese de Milão tem certamente sua origem na tradição litúrgica própria da sede regida por Santo Ambrósio (374-397). Com efeito, ao santo bispo se lhe atribuem antífonas, hinos, vigílias e uma laus cerei.
  • 112. 112 3. Liturgia Ambrosiana A história da Liturgia Ambrosiana conhece três etapas: a das origens e o desenvolvimento (séc. IV-VII), a da consolidação (séc. VIII-IX) e a da configuração definitiva sob a influência romana e carolíncia (séc. IX). Entre as suas características estão o sistema de leituras, uma eucologia própria, a estrutura do ano litúrgico, as variantes no Cânon Romano e alguns ritos.
  • 113. 113 3. Liturgia Ambrosiana Um dos distintivos que mais sobressai é o seu forte cristocentrismo anti-ariano, que se manifesta também no culto à Santíssima Virgem. A atual Liturgia Ambrosiana ultrapassa amplamente o estado primitivo. Com efeito, seus livros litúrgicos foram sistematizados durante o período carolíngio quando já não era possível ao rito local subtrair-se à influência romano-franca dominante (séc IX). Depois do Concílio Vaticano II foi realizada uma ampla reforma.
  • 118. 118 4. Liturgia Hispano-Mozárabe Com este nome se conhece hoje o rito que nasceu e se desenvolveu na Península Ibérica e na Gália narbonense, ao mesmo tempo que os outros ritos do Ocidente. Foi chamado também hispânico para pôr em relevo sua condição latina, visigótico para destacar sua vinculação aos grandes Padres da Igreja espanhola e mozárabe como homenagem aos cristãos que mantiveram sua fé sob a dominação muçulmana.
  • 119. 119 4. Liturgia Hispano-Mozárabe Origem: A primitiva liturgia Hispano-Mozárabe é contemporânea da Liturgia Romana Clássica. E como esta, conheceu também etapas de desenvolvimento eucológico, e da consolidação e codificação em livros litúrgicos não contaminados. Entre os fatores que deram origem ao rito se encontram o intercâmbio da Hispania Romana com o Norte da África, que produziu a incorporação à latinidade cristã, e a existência de uma tradição cultural peculiar, que se une em simbiose perfeita com a fé e com o testemunho dos mártires, primeiro frente ao paganismo e depois frente ao arianismo.
  • 120. 120 4. Liturgia Hispano-Mozárabe Desenvolvimento e abolição: No período de desenvolvimento, junto aos nomes de Justo de Urgel (séc VI), São Leandro (+600), Santo Isidoro (+636), Pedro de Lérida (séc VII), Conâncio de Palência (+638), Santo Eugênio III de Toledo (+690), São Bráulio de Saragoça (+651) e São Quirico de Barcelona (+656), se deve recordar também a ação litúrgica dos Concílios de Toledo, destacando o III (cerca de 589), no qual se produziu a conversão de Recaredo , o IV (633) e o X (656). O resultado de todo este labor criador e pastoral cristalizou nas recompilações efetuadas por São Juliano.
  • 121. 121 4. Liturgia Hispano-Mozárabe Neste momento já se contava com uma série de peculiaridades na celebração eucarística, nos sacramentos, no ano litúrgico, no santoral e no Ofício Catedral e no monástico, que diferenciavam notavelmente a Liturgia Hispânica das demais.
  • 122. 122 4. Liturgia Hispano-Mozárabe A vida da Liturgia Hispânica foi tranquila até surgir a heresia adocionista na Espanha. Félix de Urgel e Elipando de Toledo (séc VIII) se haviam servido de textos litúrgicos hispânicos para apoiar suas doutrinas. Isto ocasionou que a suspeita de heterodoxia se estendesse a todo o Rito, apesar da aprovação efetuada pelo Papa João X (+928). Finalmente em1073 o Papa Gregório VII decretou a abolição do Rito, executada em 1080 pelo Concílio de Burgos para os Reinos de Leão e Castela.
  • 123. 123 4. Liturgia Hispano-Mozárabe Porém já fazia tempo que o Rito Hispânico estava sendo invadido pelo Romano, uma vez que se fazia mais difícil a leitura dos manuscritos visigóticos, sendo esta uma das causas da sua desaparição.
  • 124. 124 4. Liturgia Hispano-Mozárabe Sobrevivência e restauração: Não obstante a reconquista de Toledo no ano de 1085, diante da sobrevivência da antiga liturgia entre os cristãos mozárabes, Afonso VI lhes outorgou o privilégio de seguir usando o rito que lhes havia ajudado a manter sua fé na seis paróquias existentes então. Quando em 1495 o Cardeal Cisneros ascende à Sede Primaz, tão só se mantinha fiel à antiga liturgia a Paróquia das Santas Justa e Rufina. Graças a Cisneros se imprimiram o Missale Gothicum secundum regulam Beati Isidori, dictum Mozarabes em 1500 e o Breviarium Gothicum em 1502.
  • 125. 125 4. Liturgia Hispano-Mozárabe Em 1982 o Cardeal Arcebispo de Toledo, Dom Marcelo González Martín, de acordo com a Santa Sé e com a Conferência Episcopal Espanhola, criou uma comissão para a revisão ex integro do Rito Hispânico segundo os princípios do Concílio Vaticano II (cf. SC 3-4). O primeiro fruto dos trabalhos desta Comissão foram os dois volumes do Missale Hispano-Mozarabicum e os dois do Liber Commicus ou Lecionário, editados entre 1991 e 1994. No ano 1992, pela primeira vez na história, o Sucessor de Pedro celebrava a Missa segundo o Rito Hispano-Mozárabe, usando o citado missal.
  • 127. 127 5. Liturgia Galicana Com este nome se designa a liturgia local usada no Sul das Gálias e que desapareceu na segunda metade do século VIII. Os poucos documentos que sobreviveram estão já romanizados, de maneira que é muito difícil rastrear os elementos originais. As sedes que poderiam ser as guardiãs dos ritos locais como Arles e Marselha, e a região de Provença, estavam já sob o domínio dos francos no século VI.
  • 128. 128 5. Liturgia Galicana Não obstante, o parentesco entre as liturgias Galicana e Hispânica é tão notável que, graças a esta, se podem apreciar alguns elementos daquela. Entre as fontes desta liturgia se encontram as homilias de Fausto de Riez (+485) e de São Cesário de Arles (+542), a Expositio Brevis Antiquae Liturgiae Gallicanae do Pseudo-Germano de Paris (séc. VII) e alguns livros litúrgicos.
  • 129. 129 6. Liturgia Celta O rito litúrgico da Irlanda e de outras zonas das Ilhas Britânicas de origem celta apenas superou a fase de gestação (séc VI), devendo dar espaço ao Rito Romano na época dos Carolíngios (séc IX). Nos séculos VI e VII esta Igreja era todavia demasiado jovem para marcar uma impressão profunda em que se pudesse apreciar o gênio cultural celta.
  • 130. 130 6. Liturgia Celta Por outro lado, a língua litúrgica, desde o princípio da evangelização, não era o gaélico, mas o latim. Entre os primeiros testemunhos da literatura cristã irlandesa se encontra uma série de hinos que põem em manifesto uma tradição poética autóctone. Outras fontes litúrgicas são o Antifonário de Bangor, copiado no século VII, e o Missal de Stowe, dos finais do século VIII.