1. CÉLULAS
APOSTÓLICAS

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MULTIPLICAÇÃO: COMO PROMOVEMOS CÉLULAS APOSTÓLICAS?
“Eu plantei, Apolo regou,
mas Deus deu o crescimento”.
(1 Coríntios 3.6)
1. CAMINHANDO NA ABUNDÂNCIA
O mundo tem grande fome e sede da presença de Deus. Quando nos
rendemos ao Senhor e nos comprometemos em fazer a Sua vontade,
permitimos que as pessoas descubram o verdadeiro sentido da vida, en-
contrem valor e destino. É muito egoísmo somente receber e desfrutar
dos presentes do Céu, mas não o repartir com outras pessoas. A multi-
plicação é sobre isso. Para a Igreja da Cidade, a plenitude da vida cristã
está em receber, celebrar e repartir. E a grande verdade é que quando
repartimos, o Pai vem com novas porções celestiais sobre nós e nunca
ficamos de tanque vazio.
Andar de tanque vazio não combina com a abundância que há no Céu. E
pior que ficar de tanque vazio, é encontrar uma situação adversa dessa
forma. É desesperador encontrar um congestionamento com o tanque
do carro vazio, não é mesmo? Temos aprendido que este é um ponto
central para gerar células apostólicas que promovem a multiplicação:
líderes que andam de tanque cheio em Cristo e caminham a partir da
abundância Nele, e não a partir do medo. Estes líderes são guiados pela
expectativa de que o próximo ciclo de suas células será ainda melhor
que o anterior.
O medo, a insegurança e a escassez são
mortíferos para células saudáveis.
De tanque cheio, não precisamos nos apavorar quando surgirem os con-
gestionamentos da vida. Na vida de um genuíno discípulo de Jesus, os
problemas sempre são oportunidades de presenciar a manifestação do
poder de Deus. Existem oportunidades que só vamos viver se estiver-

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mos em meio a uma situação difícil. Não cremos que Deus promove as
circunstâncias difíceis que enfrentamos. O que acontece é que vivemos
em um mundo mau, cheio de consequências do pecado. A boa notícia
é que temos esperança verdadeira em Jesus, que já nos deu a vitória.
Muitas vezes, empoderar pessoas é auxiliá-las a terem
grandes aprendizados ao enfrentarem circunstâncias difíceis
por meio da perspectiva da abundância do Pai.
Se todos entenderem a grandeza do poder que carregam dentro de si, o
Espírito Santo de Deus, nunca serão paralisados pelo medo, nunca cede-
rão a tentações, nunca serão distraídos pelo inferno, nunca perderão uma
oportunidade de revelar o amor de Deus, mesmo em situações difíceis.
Nas células todos estão sendo preparados para serem extraordinários
discípulos de Jesus. Devemos olhar para as pessoas pelo que elas são:
filhos e filhas amadas do Pai. Lembre-se que muitos se encontram en-
charcados de pecados e inseguranças, e a única coisa que precisam é de
alguém para lhes dizer: “Eu acredito em você e vou te ajudar”.
As células são ambientes em que todos encontram aceitação,
cuidado, cura, capacitação, empoderamento e envio.
Como líderes de célula, caminhamos junto com a visão da Igreja em
ajudar a todos a perceberem que a maior provisão que precisam na jor-
nada da vida é de autoridade espiritual. E esta autoridade é concedida
àqueles que não desistem de buscar a face de Deus, que estão dispos-
tos a pagar o preço de atraírem a Sua glória, de experimentarem de um
nível ainda mais profundo de intimidade com Ele.
Andando nesta autoridade, nada mais na Terra recebe maior importância
do que o Reino de Deus. Caminhamos em atitude de oração 24x7, bus-
cando ouvir do Espírito Santo o que Ele deseja, em cada ambiente, com
cada pessoa com quem nos relacionamos. Não importa tanto o quanto
sabemos, mas em quem temos nos tornado à medida que avançamos.

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Desta forma, cada discípulo de Jesus caminha na autoridade espiritual
que Ele recebeu dos Céus, compartilhando e gerando esta mesma pos-
tura naqueles que estão perto de si. Células apostólicas são sobre pes-
soas que entendem e praticam a autoridade espiritual que receberam.
A multiplicação, então, deixa de ser uma opção ou um objetivo distante,
mas uma certeza e um alvo a ser conquistado com intencionalidade,
oração e ação.
2. PASSOS PARA A MULTIPLICAÇÃO
Células apostólicas não se formam na informalidade e no acaso, elas
precisam de intencionalidade, preparo, formação bíblica e foco. Nesta
perspectiva, queremos inspirar a todos os líderes de células a darem
passos contundentes para a formação de novos líderes de células e, fi-
nalmente, para a multiplicação.
Quando este processo acontece numa mentalidade de abundância e
empoderamento, ele acontecerá de forma mais rápida, natural e asser-
tiva. Para isso:
1. Gere em oração e planeje a multiplicação no secreto. Tudo começa com
a oração. Coloque diante do Pai seus sonhos e alvos para sua célula.
2. Apresente ao grupo seu planejamento inicial. Fale constantemente
sobre a multiplicação. Compartilhe os alvos e permita que eles também
os tomem para si. O desafio da célula é o desafio de todos.
3. Desafie cada participante da célula a alcançar uma pessoa para Jesus
e consolidá-la na fé durante o ano.
4. Realize ações em conjunto de evangelismo em parques, hospitais,
calçadões no centro da cidade e outros. Há uma sinergia celestial que se
estabelece quando estamos juntos vivendo a Grande Comissão.
5. Encoraje todos a sempre convidarem um amigo para os encontros
de célula.
6. Ajude os convidados a consolidarem sua decisão por Jesus. A Igreja
da Cidade tem um lema: “quem ganha é quem cuida”. Uma vida bem
consolidada frutificará e atrairá uma multidão para Jesus.
7. Encoraje os participantes mais antigos a se prepararem para serem

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futuros líderes. Inspire-os a fazer os retiros da igreja, cursos e seminários
disponíveis. Seja intencional em ajudá-los a descobrir e a exercer seus
dons e a desenvolverem-se na fé cristã.
8. Compartilhe a liderança com o grupo, promovendo oportunidades
para que todos experimentem funções de liderança. Escolha pessoas
para eventualmente dar o estudo de célula, organizar uma ação evan-
gelística ou conduzir um momento de comunhão. Delegar funções é
primordial para gerar novos líderes de células e discípulos exercendo
seus dons em um sentido mais amplo.
9. Esteja certo de que todos estão sendo discipulados. O líder bem-suce-
dido é aquele que consegue não apenas gerar discípulos, mas que tem a
capacidade de contribuir para que os seus discípulos gerem outros.
10. Nunca menospreze uma pessoa. Acredite, todos podem vir a se tor-
nar líderes. Estabeleça uma cultura que tem base na honra, que sempre
valoriza pessoas por quem Deus diz que elas são, em sua individualida-
de e chamado.
11. Convide seus discípulos para momentos no qual o enfoque será buscar
a presença de Deus em oração. É importante que a célula tenha momen-
tos em que a intimidade com Deus, a unidade e o censo de propósito
e destino se intensificarão na vida deles. Estes momentos também são
importantes para desenvolvermos dons proféticos na vida das pessoas.
12. Reparta suas experiências sobrenaturais de modo que todos se sin-
tam desejosos de também buscarem pelas suas.
13. Honre seus participantes através de atitudes de amor e respeito. To-
dos precisam sentir que são importantes. Estabeleça contato com os
que eventualmente não foram ao encontro e mantenha contato durante
a semana com o grupo.
14. Estabeleça ordem e horário para iniciar e terminar nos encontros,
sem perder o ambiente descontraído. O encontro de célula pode ter
sido maravilhoso, porém se não há critérios de horários determinados,
as pessoas deixam de participar, pois o encontro atrapalha sua rotina.
15. Seja claro e objetivo, utilizando de vocabulário simples, de modo que
outros consigam também reproduzir o estudo. Não perca a visão da
célula. Sua célula não serve para formar teólogos, mas para alcançar e
empoderar vidas.

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16. Faça um “raio-x” de cada participante da célula e desafie individual-
mente a avançarem em maturidade. Para alguns o grande próximo desafio
será o batismo, para outros, concluírem a integração como membros na
igreja. Ainda outros, será fazer parte de algum ministério, outros realizar
o curso de liderança de célula. A célula é um lugar de crescimento mútuo.
17. Certifique-se de empoderar os que estão em processo de finalização
do curso de liderança de célula, estabelecendo a data da multiplicação.
18. Encoraje seus líderes aprendizes a participarem junto com você dos
encontros de liderança.
19. Uma célula inchada não é um sintoma de saúde. Percebemos que
existe, por vezes, uma compreensão equivocada de que a célula precisa
estar “transbordando” de participantes para a multiplicação acontecer.
Não acreditamos nisto. A multiplicação pode acontecer sempre que há
pessoas dispostas à liderança.
20. Acreditamos que o número de até 12 participantes é o tamanho ideal
para uma célula. O limite máximo que consideramos é de 16 participan-
tes. Mais do que isso, a célula deixa de cumprir seu objetivo de contato
e desenvolvimento pessoal e mais cedo ou mais tarde os participantes
deixarão de ir ou o líder apresentará um quadro de descontentamento
e exaustão.
21. Não se esqueça das crianças! Elas também precisam de um ambiente
dentro das células de famílias para se sentirem parte daquele grupo, e
não deslocadas em um encontro somente para adultos e intolerante ao
comportamento infantil.
3. INICIATIVAS DE EVANGELISMO NAS CÉLULAS
Vejamos algumas de nossas principais iniciativas no ambiente das célu-
las para o evangelismo pessoal e em nossas cidades.
• GA – GRUPO DE AMIGOS
Grupo de Amigos é o nome que damos para encontros que fazemos
exclusivamente com pessoas ainda não alcançadas para Jesus. Diferen-
temente da célula, qualquer membro da igreja pode ter e não há pré-

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-requisito para se tornar um líder de GA. Outra característica é que são
encontros bastante informais. Temos GAs que acontecem no intervalo
da faculdade, no intervalo do treino da academia, no horário de almoço
em empresas etc.
O GA é um ótimo “estágio” para os que estão se preparando para li-
derar uma célula. A evolução natural do GA é que ele venha se tornar
uma célula. O conteúdo a ser ministrado pode ser escolhido pelo pró-
prio líder, mas também temos uma série de estudos que disponibiliza-
mos aos que preferirem.
• DIA DO AMIGO
É o nome que damos para encontros especiais de células em que o obje-
tivo principal é evangelístico. Assim, cada participante da célula naquele
dia leva um ou mais amigos não convertidos. Neste encontro honramos
a presença de todos os amigos, depois apresentamos o nosso melhor
Amigo e damos também a oportunidade de todos receberem Jesus.
Costumamos fazer estes encontros na última semana do projeto Atitu-
de 333, apesar de poder ser realizado isoladamente também.
• CASAS DE PAZ
No Brasil, o primeiro fomentador desta estratégia bíblica foi o querido
pastor Danilo Figueira, da Comunidade Cristã de Ribeirão Preto (SP).
Hoje, muitas igrejas têm realizado este projeto, cada uma adaptando-o
ao seu contexto e realidade ministerial. Casas de Paz é um projeto que
tem como alvo potencializar o alcance de vidas impactadas pelo amor
de Jesus. É uma estratégia evangelística, em que todos nas células são
envolvidos e participam. Baseado em Lucas 10, o objetivo é que cada
um encontre pessoas abertas para receber a presença de Jesus em suas
casas. Pode ser um colega de trabalho, um vizinho, um familiar ou até
mesmo alguém específico que o Senhor direcionar.
Uma vez definidos os anfitriões, elegemos as duplas de semeadores,
que irão consolidar a presença de Jesus nestas Casas de Paz, durante
encontros por 7 semanas. Desenvolvemos um kit que cada dupla de
semeadores utilizará nestes encontros, com cadernos de estudos e me-

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moriais. Para aqueles que desejarem continuar os encontros após as 7
semanas, damos todas as orientações e apoio para que estes grupos
possam ser tornar novas células.
• ATITUDE 333
O projeto Atitude 333 é uma inspiração que recebemos do pastor Diego
M. da Silva, da Primeira Igreja Batista de Paranaíba (MS). Com base em
Jeremias 33.3, o Atitude 333 é uma ação evangelística através do poder
da oração, que consiste em escolher 3 amigos, orar 3 vezes ao dia por
eles, durante 3 semanas.
Cada participante da célula é desafiado a orar por 3 amigos que ainda
não conhecem a Jesus ou que estão afastados dos caminhos do Senhor.
Durante a campanha, os participantes se encontrarão com os seus ami-
gos para dizer que estão orando por eles e para perguntar se há algum
motivo específico que eles desejam que seja incluído nas orações. Por
fim, fazemos o convite para estes amigos participarem de um encontro
que chamamos de Dia do Amigo, quando teremos a oportunidade de
honrá-los e de apresentar o nosso melhor amigo, Jesus.
É uma ação simples e direta, mas muito poderosa, gerando a salvação
e reconciliação destes amigos através do propósito firmado de oração.
• ATOS DE BONDADE
Um ato de bondade pode acontecer individual ou coletivamente, porém
acontece de forma especial por meio das células, com o intuito de aben-
çoar pessoas que estão à sua volta. Um ato de bondade existe para que
uma célula ou muitas células sirvam outras pessoas e as abençoem em
sua comunidade, como fez Jesus. Ir ao encontro dos que mais precisam
é nossa missão.
Existem muitas formas e ideias para realizar um ato de bondade com a
sua célula. Um fator em comum a todos eles é que o líder tem recursos
e tempo limitados para fazê-lo, pois é uma ação pontual. A criatividade
e mobilização são fortes fatores nesta estratégia, e muitas vezes temos
visto que as melhores ideias surgem quando os recursos são bem limi-
tados. Alguns passos são muito importantes antes da concepção e da
realização de um ato de bondade:

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• Identificar áreas de atuação
• Identificar o perfil das pessoas
• Identificar as necessidades das pessoas
• Identificar equipes e materiais
Sugestões de Atos de Bondade:
1. Entregar um lanchinho em ambientes de fila, por exemplo, em
repartições públicas.
2. Visitar e trazer presentes um asilo, um orfanato, casas de transição
para crianças, juniores e adolescentes.
3. Escrever cartas anônimas para presidiários (com orientação do pas-
tor de capelania prisional).
4. Homenagear profissionais que atuam em áreas sem um reconhecimento
maior (limpeza pública, enfermeiros, seguranças de prédios, policiais e
bombeiros, motoristas de ônibus, cobradores, professores, taxistas etc.).
5. Revitalizar a casa de alguém (pintura e móveis).
6. Lavar os carros dos vizinhos ou ajudá-los nos afazeres domésticos. Aju-
dar a finalizar paredes com massa fina ou pintura. Diferentemente de re-
vitalizar, mas finalizar algo que se percebe por muito tempo inacabado.
7. Presentear os vizinhos com um bolo ou torta especial e abençoá-los.
8. Fazer o enxoval de uma gestante carente.
9. Levar roupas novas em uma casa de recuperação de dependentes
químicos (com toda orientação do pastor da área).
10. Sair às ruas com os líderes do ministério de evangelismo urbano.
CONCLUSÃO
Células apostólicas são incubadoras de destinos. São um local ideal
para que pessoas encontrem cura, sentido e um chamado no Reino. A
multiplicação não é primordialmente sobre números, apesar de serem
importantes, mas sobre gerar novos ambientes para que discípulos de
Jesus cresçam, exerçam aquilo a que foram chamados e gerem outros
discípulos para Cristo.