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Simpósio Gestão da Qualidade em BCTG, ANVISA,
                São Paulo, Nov-2012

  Fertilização in vitro:
Aspectos Laboratoriais e
 Controle de Qualidade
                                        Sidney Verza Jr
                                               Biólogo,
                 Responsável pelo Laboratório de FIV
ANDROFERT- Centro de Referência em Reprodução Masculina
                                   Campinas – São Paulo
                                    www.androfert.com.br
Artigos da RDC 23 citados nesta aula:
   Art. 15. A doação de células ... assinatura do Termo de Consentimento
    Livre e Esclarecido;
   Art. 27. O BCTG deve ser constituído ... de acordo com a RDC n. 50 ...;
   Art. 29. O BCTG deve possuir sistema de energia elétrica de
    emergência ...;
   Art. 38. O laboratório de fertilização in vitro deve possuir:
       I-sistema de climatização que mantenha pressão positiva em
         relação aos ambientes adjacentes ...;
   Art 39. A manipulação das amostras deve ser efetuada em uma área
    limpa classificada, no mínimo, como ISO Classe 5 ...;
   Art. 41. São requisitos mínimos adicionais dos ambientes e
    equipamentos do BCTG: ... manutenção preventiva e corretiva,
    ...equipamentos de medição calibrados ...;
Artigos da RDC 23 citados nesta aula:
   Art. 42. Todos os procedimentos críticos realizados no BCTG, desde a
    coleta até a liberação das células, tecidos germinativos
    e embriões devem ser validados.
   Art.43. Todos os materiais utilizados e que mantenham contato com as
    células ou tecidos germinativos, devem ser estéreis ... número de lote.
   Art. 45. Deve ser atribuída, a cada amostra coletada, uma identificação
    numérica ou alfanumérica.
   Art. 51. Deve ser mantido registro diário das condições dos
    equipamentos...
   Art. 53. O BCTG deve realizar controle microbiológico...
   Art. 58. O BCTG deve manter disponível ... arquivos de documentos e
    registros ...;
   Art. 59. Os arquivos de registros podem ser mantidos em meio
    eletrônico ...
Laboratório de Fertilização in vitro
   Estrutura:
       Construção, materiais e equipamentos em
        conformidade com as RDC’s (RDC 50, RDC 23)
   Controle de qualidade:
       Equipamentos, limpeza, check-list diário
   Identificação do doador:
       Escrita/digital/escrita e digital
       Identificação (alfa-numérica) de placas, tubos e todo
        material que terá contato com os gametas e embriões
   Incubadoras com portas individuais para cada
    doador
Ar
  t
  27
       LABORATÓRIO DE FIV
Ar
  t
  27          Estrutura para sala limpa

        Materiais e
         Acessórios
          Parede
           (poliuretano/epoxi)
          Piso (poliuretano)
          Tinta (poliuretano)
          Cantos arredondados em
           paredes, piso e teto
          Bancada (aço inox)
          Luvas (nitrile)
          Tapete adesivo
          Roupa para sala limpa
          Papéis
          Canetas, etc.
ANDROFERT
  t
Ar
  38   Salas Limpas
t
Ar
  29   Estrutura




       Classe >15, Grupo 0
t
Ar
  39   Estrutura
Ar
  t        Laboratório FIV: Controle de Qualidade
  41

       Temperaturas:




                       Placas aquecedoras




         Equipamentos     Geladeira         Incubadoras
         aferidos
Ar
  t    Laboratório FIV: Controle de Qualidade
  41




            Manutenção preventiva
Ar
  t    Laboratório FIV: Controle de Qualidade
  41




                     Termômetro digital (menos preciso).




                     Termômetro de mercúrio HB. Graduação:
                     De 0,1 em 0,1 ºC (mais preciso).
Ar
  t        Laboratório FIV: Controle de Qualidade
  51




       Controles: ºC, CO2, pH; limpezas, ajustes, calibragens, manutenções.
Ar
  t          Laboratório FIV: Controle de Qualidade
  42



        Meio de cultura com
         registro;
        Certificado de análise
         do meio de cultura:
        Composição;
        Resultado do pH;
        Testes de
         embriotoxicidade
         (ratos);
        Valores de
         osmolaridade;
        Formação de
         blastocisto em ratos.
Ar
  t         Laboratório FIV: Controle de Qualidade
  42



       Uso de datalogger para       Uso de datalogger para
        monitoramento dos          monitoramento da entrega
           equipamentos              dos meios de cultura
t

                  Documentação
Ar
  15



        Consentimentos informados para todos os
         procedimentos;
        Fichas com códigos numéricos e identificação
         individual;
        Contratos.
t

           Processo de identificação:
Ar
  45

        Dados provenientes do prontuário clínico, o
         qual possui as informações necessárias;
        Ficha de micromanipulação dos gametas com
         dados do doador, das amostras e alíquotas;
        Dados de controle de qualidade dos meios de
         cultura, preparo do sêmen;
        Campos para rubrica, identificação de
         responsáveis;
        Identificação da tampa e base da placa de
         cultura;
t
Ar
  45   Identificação do doador e amostra
Identificação do doador e amostra
  t
Ar
  42
Ar
  t
  59
       Identificação digital: imagens
Ar
  t
  59
             Identificação digital: prontuário
                        eletrônico
        Validação da
         informação, que fica
         salva e bloqueada
         para edição;
        Redução/eliminação
         do volume de papel
         circulante dentro do
         Lab. FIV;
        Facilidade no acesso
         das informações
         (clínca, casa, celular).
Ar
  t
  45   Identificação do doador e amostra
Procedimentos no
Laboratório de FIV:
 Passo-a-passo desde o preparo dos
 meios de cultura até a transferência
    embrionária/congelamento.
Ar
  t
  43
           Preparo dos meios de cultura
                    (Véspera)
        Identificação do doador;
        Materiais atóxicos e

       Estéreis;
        Checagem do pH dos

       meios de cultivo.
Ar
  t    Preparo de meios de cultura
  43


                             Geladeira: 4 a 8°C;
                             Materiais estéreis.
Captação oocitária
Laboratório               Centro cirúrgico
Captação oocitária




Centro Cirúrgico:Conforme RDC 50, 2002.
Captação oocitária
Verificação do líquido folicular e
     identificação oocitária
Morfologia do Oócito
                                      Zona pelúcida
                                      15-20µM

                                           Ooplasma
                                           100-110µM


                                    Espaço perivitelinio

                                        Corpúsculo
                                        polar

                                  Complexo cumulus
                                  corona radiata

DIÂMETRO DO OÓCITO + ZONA PELUCIDA ± 120µM
Fertilização in vitro
   FIV clássica                   Microinjeção do
       Oócitos são colocados       espermatozoide dentro do
        em contato com              oócito (ICSI – Intracytoplasmic
        espermatozoides na          Sperm Injection)
        mesma gota de meio             Um único espermatozoide é
        de cultura
                                        injetado em cada oócito
t
Ar
  45                Preparo do sêmen

        Orientação prévia para coleta
         (tempo de abstinência sexual, etc);
        Identificação da amostra;
        Analise de concentração, motilidade;
        Definição da técnica de preparo a
         ser utilizada;
            Lavagem simples;
            Gradiente coloidal;
            Swim-up;
        Envio da amostra identificada pós
         processamento para laboratório de
         FIV.
Preparo do micromanipulador
Injeção intracitoplasmática do espermatózoide
FIV: Cultura celular




16h      48h     72h    96h   5d
Transferência dos pré-embriões
Ar
  t
  58
       Pós-transferência Embrionária
t

              Criopreservação
Ar
  43




       Congelamento lento:   Vitrificação:
t

           Pós-transferência Embrionária
Ar
  58



          Dados da ficha de micromanipulação são
           transferidos para:
            Prontuário do paciente (documento escrito e/ou
             digital)
            Planilha de dados (documento digital). Esta planilha
             gera relatórios semestrais/anuais de dados para:
                Relatórios internos e externos da Clínica (balanços
                 bimestrais, folders, site)
                Relatório anual de dados para REDLARA

                Relatório anual para SisEmbr (Anvisa)
Pós-transferência Embrionária
  t
Ar
  58



          Ficha de micromanipulação é anexada à pasta de
           procedimentos para checagens posteriores e
           cruzamento de dados.

               Fichas em papel           Fichas digitais
t

                   Validação de dados
Ar
  42


          Rastreabilidade dos dados:
              Identificação por códigos (únicos):
                 Número  do prontuário;
                 Código da ficha de preparo do sêmen;

                 Código da ficha de micromanipulação;

                 Código do congelamento de embriões;
Ar
  t
       Validação/rastreamento Nº do
  42                         congelamento
              dos dados
                           Nº do
                        prontuário do
                          paciente




                                                Nº do ciclo de
                                                 fertilização
                       Local de armazenamento
                        do material biológico
t
Ar
  42
            Controle de qualidade geral
          Exigência dos certificados de análise dos meios de
           cultura;
          Exigência da curva de temperatura dos meios de
           cultura durante o transporte;
          Certificação dos equipamentos interna* e externa;
          Uso de datalogger nos equipamentos do laboratório;
          Definição de valores de referências para
           monitoramento dos resultados laboratoriais (Tx.
           Fertilização, tx. Qualidade embrionária, tx. Gravidez;
           tx. Sobrevivência embrionária pós descongelamento).
Ar
  t
  42
               Certificação interna dos
                    equipamentos
                                     Temperaturas
                                     observadas nos
                                     líquidos dentro dos
                                     tubos (simulação do
                                     fluido biológico),
                                     acondicionados
       Checagem do
                                     dentro dos blocos
       pH dos meios
                                     aquecidos sobre as
       de cultura.
                                     placas aquecedoras.
Ar
  t
  41
       Certificação externa dos
            equipamentos
Ar
  t
  53   Controle microbiológico
Ar
  t
  42   Referência externa de resultados




                       Ano: 2009. Fonte: www.redlara.com
Ar
  t
  42
       Referência interna de resultados
                            Indicadores de Qualidade                     4º Bimestre   Valores de
                                                                                       Referência*
                               Taxa de Fertilização                        62,5%         ≥65%
                               Taxa de Degeneração                          6,6%         ≤10%
                        Taxa de Clivagem dos Zigotos 2PN                   98,3%         ≥90%
                  Taxa de pré-embriões de ótima qualidade no D3            38,5%         ≥40%
                  Taxa de pré-embriões com clivagem lenta no D2            19,0%         ≤20%
                                Taxa de Blastulação                         ------       ≥45%
                            Taxa de Gestação Química                       49,5%         ≥45%
                             Taxa de Gestação Clínica                      44,4%         ≥40%
             Taxa de Gestação Clínica – Grupo selecionado (<35 anos)       56,6%         ≥55%
             Taxa de Gestação Clínica – Grupo selecionado (35-39 anos)     57,0%         ≥50%
                         Taxa de abortamento espontâneo                    11,3%         ≤20%
                  Taxa de Sobrevida Embrionária pós-Vitrificação           86,5%         ≥70%
            Taxa de Sobrevida Embrionária pós Descongelamento Lento        46,5%         ≥70%
                     Taxa de Gestação Clínica pós-Vitrificação             35,2%         ≥22,0%

                Taxa de Gestação Clínica pós-descongelamento lento         25,0%         ≥22,0%

       *Os valores de referência são baseados em estudos externos, e sempre que
       atingidos, são aumentados, (conceito de melhoria contínua – ISO 9001:2008)
Ar
  t
  42       Proficiência interna de resultados
       O embriologista 1 injetou 44 casos, sendo que destes:   O embriologista 2 injetou 22 casos, sendo que destes:
       33 (75,0%) com espermatozóides ejaculados               18 (81,8%) com espermatozóides ejaculados
       1 (2,3%) com espermatozóides provenientes de PESA       1 (4,5%) com espermatozóides de MICRO+crio
       6 (13,6%) com espermatozóides de TESA                   heteróloga
       4 (9,1%) com espermatozóides de ejaculado + TESA        3 (13,7%) com espermatozóides de ejaculado + TESA

       ANÁLISE DESCRITIVA

       2. ANÁLISE COMPARATIVA
       1. Taxa de Fertilização
       O embriologista 1 injetou 44 casos, com um total de 343 oócitos. Destes, 209 fertilizaram, resultando em uma
            taxa de 60,9%.
       O embriologista 2 injetou 22 casos, com um total de 193 oócitos. Destes, 119 fertilizaram, resultando em uma
            taxa de 61,6%.
       2. Taxa de Degeneração
       Dos 343 oócitos injetados pelo embriologista 1, 32 degeneraram, resultando em uma taxa de 9,3%.
       Dos 193 oócitos injetados pelo embriologista 2, 13 degeneraram, resultando em uma taxa de 6,7%.
       3. Taxa de Gestação Química
       Dos 44 ciclos realizados pelo embriologista 1, 33 tiveram transferência embrionária, sendo que 16 resultaram
            em gestação química - taxa de 48,4%.
       Dos 22 ciclos realizados pelo embriologista 2, 16 tiveram transferência embrionária, sendo que 8 resultaram em
            gestação química - taxa de 50,0%.
Simpósio Gestão da Qualidade em BCTG, ANVISA,
                São Paulo, Nov-2012

  Fertilização in vitro:
Aspectos Laboratoriais e
 Controle de Qualidade
        Contato: labfiv@androfert.com.br

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FIV: Aspectos laboratoriais e controle de qualidade

  • 1. Simpósio Gestão da Qualidade em BCTG, ANVISA, São Paulo, Nov-2012 Fertilização in vitro: Aspectos Laboratoriais e Controle de Qualidade Sidney Verza Jr Biólogo, Responsável pelo Laboratório de FIV ANDROFERT- Centro de Referência em Reprodução Masculina Campinas – São Paulo www.androfert.com.br
  • 2. Artigos da RDC 23 citados nesta aula:  Art. 15. A doação de células ... assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;  Art. 27. O BCTG deve ser constituído ... de acordo com a RDC n. 50 ...;  Art. 29. O BCTG deve possuir sistema de energia elétrica de emergência ...;  Art. 38. O laboratório de fertilização in vitro deve possuir:  I-sistema de climatização que mantenha pressão positiva em relação aos ambientes adjacentes ...;  Art 39. A manipulação das amostras deve ser efetuada em uma área limpa classificada, no mínimo, como ISO Classe 5 ...;  Art. 41. São requisitos mínimos adicionais dos ambientes e equipamentos do BCTG: ... manutenção preventiva e corretiva, ...equipamentos de medição calibrados ...;
  • 3. Artigos da RDC 23 citados nesta aula:  Art. 42. Todos os procedimentos críticos realizados no BCTG, desde a coleta até a liberação das células, tecidos germinativos e embriões devem ser validados.  Art.43. Todos os materiais utilizados e que mantenham contato com as células ou tecidos germinativos, devem ser estéreis ... número de lote.  Art. 45. Deve ser atribuída, a cada amostra coletada, uma identificação numérica ou alfanumérica.  Art. 51. Deve ser mantido registro diário das condições dos equipamentos...  Art. 53. O BCTG deve realizar controle microbiológico...  Art. 58. O BCTG deve manter disponível ... arquivos de documentos e registros ...;  Art. 59. Os arquivos de registros podem ser mantidos em meio eletrônico ...
  • 4. Laboratório de Fertilização in vitro  Estrutura:  Construção, materiais e equipamentos em conformidade com as RDC’s (RDC 50, RDC 23)  Controle de qualidade:  Equipamentos, limpeza, check-list diário  Identificação do doador:  Escrita/digital/escrita e digital  Identificação (alfa-numérica) de placas, tubos e todo material que terá contato com os gametas e embriões  Incubadoras com portas individuais para cada doador
  • 5. Ar t 27 LABORATÓRIO DE FIV
  • 6. Ar t 27 Estrutura para sala limpa  Materiais e Acessórios  Parede (poliuretano/epoxi)  Piso (poliuretano)  Tinta (poliuretano)  Cantos arredondados em paredes, piso e teto  Bancada (aço inox)  Luvas (nitrile)  Tapete adesivo  Roupa para sala limpa  Papéis  Canetas, etc.
  • 7. ANDROFERT t Ar 38 Salas Limpas
  • 8. t Ar 29 Estrutura Classe >15, Grupo 0
  • 9. t Ar 39 Estrutura
  • 10. Ar t Laboratório FIV: Controle de Qualidade 41 Temperaturas: Placas aquecedoras Equipamentos Geladeira Incubadoras aferidos
  • 11. Ar t Laboratório FIV: Controle de Qualidade 41 Manutenção preventiva
  • 12. Ar t Laboratório FIV: Controle de Qualidade 41 Termômetro digital (menos preciso). Termômetro de mercúrio HB. Graduação: De 0,1 em 0,1 ºC (mais preciso).
  • 13. Ar t Laboratório FIV: Controle de Qualidade 51 Controles: ºC, CO2, pH; limpezas, ajustes, calibragens, manutenções.
  • 14. Ar t Laboratório FIV: Controle de Qualidade 42  Meio de cultura com registro;  Certificado de análise do meio de cultura:  Composição;  Resultado do pH;  Testes de embriotoxicidade (ratos);  Valores de osmolaridade;  Formação de blastocisto em ratos.
  • 15. Ar t Laboratório FIV: Controle de Qualidade 42 Uso de datalogger para Uso de datalogger para monitoramento dos monitoramento da entrega equipamentos dos meios de cultura
  • 16. t Documentação Ar 15  Consentimentos informados para todos os procedimentos;  Fichas com códigos numéricos e identificação individual;  Contratos.
  • 17. t Processo de identificação: Ar 45  Dados provenientes do prontuário clínico, o qual possui as informações necessárias;  Ficha de micromanipulação dos gametas com dados do doador, das amostras e alíquotas;  Dados de controle de qualidade dos meios de cultura, preparo do sêmen;  Campos para rubrica, identificação de responsáveis;  Identificação da tampa e base da placa de cultura;
  • 18. t Ar 45 Identificação do doador e amostra
  • 19. Identificação do doador e amostra t Ar 42
  • 20. Ar t 59 Identificação digital: imagens
  • 21. Ar t 59 Identificação digital: prontuário eletrônico  Validação da informação, que fica salva e bloqueada para edição;  Redução/eliminação do volume de papel circulante dentro do Lab. FIV;  Facilidade no acesso das informações (clínca, casa, celular).
  • 22. Ar t 45 Identificação do doador e amostra
  • 23. Procedimentos no Laboratório de FIV: Passo-a-passo desde o preparo dos meios de cultura até a transferência embrionária/congelamento.
  • 24. Ar t 43 Preparo dos meios de cultura (Véspera)  Identificação do doador;  Materiais atóxicos e Estéreis;  Checagem do pH dos meios de cultivo.
  • 25. Ar t Preparo de meios de cultura 43 Geladeira: 4 a 8°C; Materiais estéreis.
  • 29. Verificação do líquido folicular e identificação oocitária
  • 30. Morfologia do Oócito Zona pelúcida 15-20µM Ooplasma 100-110µM Espaço perivitelinio Corpúsculo polar Complexo cumulus corona radiata DIÂMETRO DO OÓCITO + ZONA PELUCIDA ± 120µM
  • 31. Fertilização in vitro  FIV clássica  Microinjeção do  Oócitos são colocados espermatozoide dentro do em contato com oócito (ICSI – Intracytoplasmic espermatozoides na Sperm Injection) mesma gota de meio  Um único espermatozoide é de cultura injetado em cada oócito
  • 32. t Ar 45 Preparo do sêmen  Orientação prévia para coleta (tempo de abstinência sexual, etc);  Identificação da amostra;  Analise de concentração, motilidade;  Definição da técnica de preparo a ser utilizada;  Lavagem simples;  Gradiente coloidal;  Swim-up;  Envio da amostra identificada pós processamento para laboratório de FIV.
  • 35. FIV: Cultura celular 16h 48h 72h 96h 5d
  • 37. Ar t 58 Pós-transferência Embrionária
  • 38. t Criopreservação Ar 43 Congelamento lento: Vitrificação:
  • 39. t Pós-transferência Embrionária Ar 58  Dados da ficha de micromanipulação são transferidos para:  Prontuário do paciente (documento escrito e/ou digital)  Planilha de dados (documento digital). Esta planilha gera relatórios semestrais/anuais de dados para:  Relatórios internos e externos da Clínica (balanços bimestrais, folders, site)  Relatório anual de dados para REDLARA  Relatório anual para SisEmbr (Anvisa)
  • 40. Pós-transferência Embrionária t Ar 58  Ficha de micromanipulação é anexada à pasta de procedimentos para checagens posteriores e cruzamento de dados. Fichas em papel Fichas digitais
  • 41. t Validação de dados Ar 42  Rastreabilidade dos dados:  Identificação por códigos (únicos):  Número do prontuário;  Código da ficha de preparo do sêmen;  Código da ficha de micromanipulação;  Código do congelamento de embriões;
  • 42. Ar t Validação/rastreamento Nº do 42 congelamento dos dados Nº do prontuário do paciente Nº do ciclo de fertilização Local de armazenamento do material biológico
  • 43. t Ar 42 Controle de qualidade geral  Exigência dos certificados de análise dos meios de cultura;  Exigência da curva de temperatura dos meios de cultura durante o transporte;  Certificação dos equipamentos interna* e externa;  Uso de datalogger nos equipamentos do laboratório;  Definição de valores de referências para monitoramento dos resultados laboratoriais (Tx. Fertilização, tx. Qualidade embrionária, tx. Gravidez; tx. Sobrevivência embrionária pós descongelamento).
  • 44. Ar t 42 Certificação interna dos equipamentos Temperaturas observadas nos líquidos dentro dos tubos (simulação do fluido biológico), acondicionados Checagem do dentro dos blocos pH dos meios aquecidos sobre as de cultura. placas aquecedoras.
  • 45. Ar t 41 Certificação externa dos equipamentos
  • 46. Ar t 53 Controle microbiológico
  • 47. Ar t 42 Referência externa de resultados Ano: 2009. Fonte: www.redlara.com
  • 48. Ar t 42 Referência interna de resultados Indicadores de Qualidade 4º Bimestre Valores de Referência* Taxa de Fertilização 62,5% ≥65% Taxa de Degeneração 6,6% ≤10% Taxa de Clivagem dos Zigotos 2PN 98,3% ≥90% Taxa de pré-embriões de ótima qualidade no D3 38,5% ≥40% Taxa de pré-embriões com clivagem lenta no D2 19,0% ≤20% Taxa de Blastulação ------ ≥45% Taxa de Gestação Química 49,5% ≥45% Taxa de Gestação Clínica 44,4% ≥40% Taxa de Gestação Clínica – Grupo selecionado (<35 anos) 56,6% ≥55% Taxa de Gestação Clínica – Grupo selecionado (35-39 anos) 57,0% ≥50% Taxa de abortamento espontâneo 11,3% ≤20% Taxa de Sobrevida Embrionária pós-Vitrificação 86,5% ≥70% Taxa de Sobrevida Embrionária pós Descongelamento Lento 46,5% ≥70% Taxa de Gestação Clínica pós-Vitrificação 35,2% ≥22,0% Taxa de Gestação Clínica pós-descongelamento lento 25,0% ≥22,0% *Os valores de referência são baseados em estudos externos, e sempre que atingidos, são aumentados, (conceito de melhoria contínua – ISO 9001:2008)
  • 49. Ar t 42 Proficiência interna de resultados O embriologista 1 injetou 44 casos, sendo que destes: O embriologista 2 injetou 22 casos, sendo que destes: 33 (75,0%) com espermatozóides ejaculados 18 (81,8%) com espermatozóides ejaculados 1 (2,3%) com espermatozóides provenientes de PESA 1 (4,5%) com espermatozóides de MICRO+crio 6 (13,6%) com espermatozóides de TESA heteróloga 4 (9,1%) com espermatozóides de ejaculado + TESA 3 (13,7%) com espermatozóides de ejaculado + TESA ANÁLISE DESCRITIVA 2. ANÁLISE COMPARATIVA 1. Taxa de Fertilização O embriologista 1 injetou 44 casos, com um total de 343 oócitos. Destes, 209 fertilizaram, resultando em uma taxa de 60,9%. O embriologista 2 injetou 22 casos, com um total de 193 oócitos. Destes, 119 fertilizaram, resultando em uma taxa de 61,6%. 2. Taxa de Degeneração Dos 343 oócitos injetados pelo embriologista 1, 32 degeneraram, resultando em uma taxa de 9,3%. Dos 193 oócitos injetados pelo embriologista 2, 13 degeneraram, resultando em uma taxa de 6,7%. 3. Taxa de Gestação Química Dos 44 ciclos realizados pelo embriologista 1, 33 tiveram transferência embrionária, sendo que 16 resultaram em gestação química - taxa de 48,4%. Dos 22 ciclos realizados pelo embriologista 2, 16 tiveram transferência embrionária, sendo que 8 resultaram em gestação química - taxa de 50,0%.
  • 50. Simpósio Gestão da Qualidade em BCTG, ANVISA, São Paulo, Nov-2012 Fertilização in vitro: Aspectos Laboratoriais e Controle de Qualidade Contato: labfiv@androfert.com.br Para rever esta aula: www.androfert.com.br/aulas