2. Contexto social
ALFABETIZAR LETRANDO
3,9% DA POPULAÇÃO DE
10 A 14 ANOS NÃO
SABEM LER E ESCREVER
ATUAL
INTENSIFICAÇÃO DOS
ESTUDOS SOBRE
LETRAMENTO
ANOS 90
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA
ESCRITA
SP: IMPLANTAÇÃO DO
CICLO BÁSICO
ANOS 80
LÍNGUA = CÓDIGO
ÊNFASE NOS MÉTODOS
DE ENSINO
ALTOS ÍNDICES DE
EVASÃO E REPETÊNCIA
ANOS 70
3. DÉCADA DE 80
Pesquisas de Emília Ferreiro & Ana Teberosky (1986):
Escrita é um sistema notacional (envolve aspectos lógicos e
conceituais);
Escrita é constituída de regras próprias e princípios abstratos;
Seu aprendizado implica um processo cognitivo complexo e
conceitual.
O aprendiz deverá desvendar duas questões:
O que é que as letras notam (registram)?
Como as letras criam notações (ou palavras
escritas)
4. CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DA PSICOGÊNESE DA ESCRITA NO
PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DO SEA
A escrita não é código e sim um sistema notacional;
Chamou a atenção para a natureza social dos objetos língua
escrita e sistema de escrita alfabética;
Não existe “prontidão” para a alfabetização;
Papel do aprendiz – protagonista;
Papel do professor – mediador;
Letramento ocorre antes da alfabetização;
Olhar sob outra perspectiva os erros dos alfabetizandos,
interpretando-os como indicadores dos saberes que as crianças
possuem, bem como o que ainda precisam compreender;
Percursos individuais.
5. APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESCRITA
As metodologias de alfabetização precisam garantir ao
alfabetizando a apropriação de dois domínios de
conhecimento:
LETRAMENTO – Aprendizagem da linguagem que se usa
ao escrever (compreensão e produção de diferentes
gêneros do discurso);
ALFABETIZAÇÃO – Apropriação do sistema de escrita
alfabética.
6. CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
• É um conjunto de habilidades que nos permitem refletir sobre as
partes sonoras das palavras (produto do trabalho com a rima,
aliteração, etc...).
• Consciência de que a fala pode ser segmentada e que os segmentos
(palavras, sílabas, fonemas) podem ser manipulados.
Favorecedores
Papel do professor:
• ser um mediador da aprendizagem;
• Promover boas situações didáticas;
• Ajudar a criança a atribuir significado nas
marcas no papel;
• Envolver a exploração dos sons das palavras.
situações lúdicas de aprendizagem
• Textos da tradição oral;
• Jogos (de Rimas, sons iniciais de
palavras, etc).
7. CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Envolve diferentes tipos de Habilidades:
•Tipo de operação mental:
Habilidades de
contar, segmentar, adicionar, subtrair, identificar e
produzir rimas ou aliterações.
•Tipo de segmento sonoro envolvido:
Rimas, fonemas, sílabas, segmentos maiores que
um fonema e menores que uma sílaba, segmentos
maiores que uma sílaba (dígrafo – encontro
consonantal).
•Posição (início, meio e fim) em que aquelas partes
Atividade de leitura desenvolvida
em um 1º ano – 2009
8. CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
ATIVIDADES
METACOGNITIVAS
• Ocorre quando o
indivíduo,
conscientemente,
analisa seu raciocínio e
suas ações mentais,
monitorando o seu
pensamento.
ATIVIDADES
METALINGUÍSTICAS
• Ocorre quando a pessoa analisa
a linguagem oral ou escrita.
• Tal reflexão consciente pode
envolver palavras, partes das
palavras, sentenças, textos, inten
ções, etc.
• Quando refletimos sobre os
segmentos das palavras, estamos
pondo em ação a consciência
fonológica.
9. CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Ao refletir fonologicamente sobre as palavras devemos
apresentar simultaneamente as formas escritas das
palavras.
Feijão – Caminhão – Coração –Tubarão
O que que tem na sopa do
neném?
O que que tem na sopa do
neném?
Será que tem espinafre?
Será que tem tomate?
Será que tem feijão?
Será que tem agrião?
É um, é dois, é três...
O que que tem na sopa do
neném?
O que que tem na sopa do
neném?
Será que tem farinha?
Será que tem balinha!?
Será que tem macarrão?
Será que tem caminhão?!
É um, é dois, é três...
O que que tem na sopa do
neném?
O que que tem na sopa do
neném?
Será que tem rabanete?
Será que tem sorvete!?
Será que tem berinjela?
Será que tem panela!?
É um, é dois, é três...
SOPA – PALAVRA CANTADA
10. PROMOVENDO A REFLEXÃO EXPLÍCITA
SOBRE AS PALAVRAS
identificar, ao lhe mostrarmos 4 figuras
(chupeta, galinha, panela, varinha), que
as palavras galinha e varinha terminam
parecido, isto é, rimam;
falar palavras como caminhão ou
macarrão, quando lhe pedimos que diga
uma palavra que rime com feijão;
identificar, ao lhe mostrarmos 4 figuras
(vestido, martelo, vampiro, coruja), que
as palavras vestido e vampiro são as que
começam parecido, porque começam
“com o mesmo sonzinho”.
observar que a palavra janela tem 3 “pedaços”
(sílabas), que a palavra casa tem 2 “pedaços” e que,
portanto, a primeira palavra é maior;
identificar, ao lhe mostrarmos 4 figuras
(gato, bode, galho e mola), que as palavras gato e
galho são as que “começam parecido”, porque
começam com /ga/;
falar cavalo, quando lhe pedimos que diga uma
palavra começada com o mesmo pedaço que aparece
no início da palavra casa;
identificar que no interior das palavras serpente e
camaleão há outras palavras (pente, leão, cama);
11. As relações entre a Consciência Fonológica e o
Aprendizado da Escrita Alfabética ( Morais, 2012)
Livro Os ovos misteriosos – Luisa Ducla Soares e
Manuela Bacelar
• Analisar, separar e contar a
quantidade de sílabas orais das
palavras.
•Comparar palavras quanto ao
tamanho.
•Identificar e produzir palavras
começadas com a mesma sílaba.
•Ser capaz de identificar palavras
que compartilham o mesmo
fonema.
•Ser capaz de identificar ou
produzir palavras que rimam.
•Capacidade de refletir sobre os
sons da fala e identificar seus
correspondentes gráficos.
12. Atividades que, na sala de
aula, promovem a reflexão
sobre partes orais e partes
escritas das palavras
13. A exploração de textos poéticos da
tradição oral popular (cantigas,
parlendas, trava-línguas) para
desenvolver a consciência fonológica.
Jogos que desenvolvem a consciência
fonológicaLeia a parlenda e recite o alfabeto: (Aproveite
para brincar com as crianças pulando corda.)
SUCO GELADO
CABELO ARREPIADO
QUAL É A LETRA
DO SEU NAMORADO?
A B C D E F G H
I J L M N O P Q
R S T U V W X Y Z
Atividade de leitura retirada do LER E ESCREVER:
Coletânea de Atividades – 1ª série – 2010
O jogo: BINGO DOS SONS INICIAIS que possibilita ao aluno observar
que a palavra é composta de sons equivalentes a sílabas e que estes
sons podem se repetir em palavras diferentes.
Para isso, organize a sala de aula, crie um ambiente propício para o
jogo. Motive os alunos, perguntado quem gosta de jogar. Explore as
regras e aproveite para trabalhar com texto instrucional. Chame a
atenção dos alunos para a estrutura deste gênero textual.
14. RIMAS MALUCAS
Cada macaco,
Com seu caco.
Cada galinha,
Com sua linha....
Cada elefante,
Com seu turbante.
Cada leão,
com seu jubão.
Cada peru,
Com seu gluglu.
Cada tucano,
Com o seu cano.
A capacidade de refletir
sobre partes sonoras das
palavras é uma condição
necessária, mas não é
condição suficiente para dar
conta de reconstruir as 10
propriedades do SEA e
tornar-se alfabetizado.
Elias José
15. PROPRIEDADES DO SEA QUE O APRENDIZ PRECISA
RECONSTRUIR PARA SE TORNAR ALFABETIZADO - DECÁLOGO
(Morais, 2012)
1. Escreve-se com letras, que não podem ser inventadas, que têm um repertório finito e que são
diferentes de números e de outros símbolos.
2. As letras têm formatos fixos e pequenas variações produzem mudanças na identidade das mesmas (p,
q, b, d), embora uma letra assuma formatos variados (P, p, P, p).
3. A ordem das letras no interior da palavra não pode ser mudada.
4. Uma letra pode se repetir no interior de uma palavra e em diferentes palavras, ao mesmo tempo em
que distintas palavras compartilham as mesmas letras.
5. Nem todas as letras podem ocupar certas posições no interior das palavras e nem todas as letras
podem vir juntas de quaisquer outras.
6. As letras notam ou substituem a pauta sonora das palavras que pronunciamos e nunca levam em conta
as características físicas ou funcionais dos referentes que substituem.
7. As letras notam segmentos sonoros menores que as sílabas orais que pronunciamos.
8. As letras têm valores sonoros fixos, apesar de muitas terem mais de um valor sonoro e certos sons
poderem ser notados com mais de uma letra.
9. Além de letras, na escrita de palavras, usam-se, também, algumas marcas (acentos) que podem
modificar a tonicidade ou o som das letras ou sílabas onde aparecem.
10. As sílabas podem variar quanto às combinações entre consoantes e vogais (CV, CCV, CVV, CVC, V, VC,
VCC, CCVCC...), mas a estrutura predominante no português é a sílaba CV (consoante – vogal), e todas
as sílabas do português contêm, ao menos, uma vogal.
17. HIPÓTESES DE ESCRITA
FASE PRÉ SILÁBICA
• Ainda não descobriu que a escrita nota ou registra no
papel a pauta sonora;
• De início não distinguem desenho de escrita;
• Misturam letras, números e outros símbolos;
• Inventam letras;
• Relacionam a escrita às características físicas ou funcionais
dos objetos (realismo nominal);
18. HIPÓTESES DE ESCRITA
FASE SILÁBICA
(QUANTITATIVA OU QUALITATIVA)
• Já interpreta que o que a escrita nota ou registra é a pauta
sonora das palavras que falamos;
• Usa somente letras para escrever;
• Concebe que, para cada sílaba pronunciada, deve-se
colocar uma letra;
19. HIPÓTESES DE ESCRITA
SILÁBICA ALFABÉTICA
• Começa a observar os sons no interior das sílabas,;
• Percebe que as letras representam sons menores que as sílabas;
• Descobre que É preciso usar mais letras, ao invés de colocar
apenas uma letra para cada sílaba;
20. HIPÓTESES DE ESCRITA
ALFABÉTICA
• As questões o que e como a escrita nota já está
compreendida;
• Na maioria dos casos colocam uma letra para cada
fonema que pronunciam;
• Precisam dominar as convenções som-grafia do
sistema de escrita alfabética para serem consideradas
alfabetizadas.
21. O SISTEMA DE ESCRITA
ALFABÉTICA É COMPLEXO E
EXIGE UM ENSINO SISTEMÁTICO E
PROBLEMATIZADOR.
COMO SISTEMÁTIZÁ-LO?
Algumas possibilidades...
23. Nomes próprios: Trabalho com as
primeiras palavras estáveis
CARINE CAROLINA
Identificar seu nome dentre outros crachás.
A professora coloca na mesa o nome de
quatro alunos e eles deverão encontrar as
letras pertencentes ao seu próprio nome, e
depois, encontrar no grupo letras
coincidentes com outros nomes.
Cantar a música “Batata quente” e cada
criança tira o crachá e identifica de quem é o
crachá.
Ditado de leitura – assinale apenas os nomes
ditados pela professora. Turma de Ed. Infantil – 5 anos – 2008
Chamada na roda de conversa
Portfólio: registro da escrita do nome
24. Inserir atividades do Ler e escrever, Letra e vida
(PROFA), Pró-letramento, do material da Rosangela
Veliago e Rosaura Soligo, ou ainda da Coleção
“Construindo A escrita” da Carmen Silvia Carvalho
Buscar bons exemplos de atividades para os
diferentes grupos ou níveis de saberes
25. O QUE É O LETRAMENTO?
Segundo Kleiman, trata-se de “um conjunto de
práticas sociais que usam a escrita, enquanto
sistema simbólico e enquanto tecnologia, em
contextos específicos, para objetivos específicos
(1995, p. 19)”.
Nessa perspectiva, a escrita é sempre tomada a
partir de seus usos sociais, a partir das situações
em que ela está presente na vida das pessoas. Não
é possível problematizar a escrita sem ter em
vista suas funções sociais e seu contexto imediato
de uso.
EM SÍNTESE...
26. ALFABETIZAR LETRANDO
Organizar a rotina de LP em quatro eixos :
LEITURA - PRODUÇÃO DE TEXTOS – ORALIDADE - AL (Análise Linguística)
L - PT - O Gêneros do Discurso
Análise Linguística SEA- quadros e decálogo (slide mais a frente)
Discursividade - quem produz, por que, para que, para
quem)
Textualidade - materialização do discurso: gêneros do
discurso (texto oral ou escrito)
Normatividade língua padrão, regularidades e
irregularidades da língua
Progressão de conhecimentos ou capacidade durante
o ciclo de alfabetização I - A - C
I (introduzir) A (aprofundar) C (consolidar)