SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  48
I Seminário Nacional de Segurança e Saúde do
             Trabalhador da Saúde
        São Paulo, 24 a 26 de setembro de 2012.




    “Situação atual dos agravos
     decorrentes do trabalho em
       profissionais da saúde”



        Tereza Luiza Ferreira dos Santos
              FUNDACENTRO
Quem são os trabalhadores da saúde?
 São pessoas cujas principais atividades
  consistem em melhorar a saúde humana

Setor Saúde e Serviços Sociais (atividades de
  atendimento hospitalar, a urgências e emergências,
  atenção ambulatorial, serviços de complementação
  diagnóstica, outros profissionais da área, outras
  atividades relacionadas, serviços veterinários e
  serviço sociais com alojamento e sem alojamento)
Trabalhadores na área da Saúde



                                              105.686
      Público Federal

      Público Estadual                        345.926

      Público Municipal                       997.137

      Privado                               1.117.945

      Total                                 2.566.694




                    Fonte: IBGE, Pesquisa Assistência Médico-Sanitária 2005.
Trabalhadores na área da Saúde por Região




              Federal   Estadual   Municipal     Privados         Total
 Região
Norte           6.388    47.434       81.974        31.143          166.939
Nordeste       20.583    90.354      319.216      205.296           635.449
Sudeste        49.675   149.305      400.634      600.023         1.199.637
Sul            17.842    22.525      128.430      201.912           370.709
Centro-        11.198    36.308       66.883        79.571          193.960
Oeste
Total Geral                                                       2.566.694



                         Fonte: IBGE, Pesquisa Assistência Médico-Sanitária 2005.
Considerando estes números, devemos então refletir sobre um
panorama de adoecimento:




 De que adoecem os trabalhadores da saúde?



 Como lidam com o sintoma/queixa, como
  encaminham os cuidados com a sua prórpria
  saúde?
Acidentes de trabalho registrados por
        atividade econômica

Quantidade de acidentes do trabalho, por situação de registro e
  motivo, segundo o Setor de Atividade Econômica - 2010




 2010 - Total de 58.334, sendo que 52.458
   com CAT. Destes, 42.580 são de típico,
   9.223 de trajeto e 655 de doença do
   trabalho.


                   Fonte: http://www.previdenciasocial.gov.br/arquivos/office/3_111007-155436-381.xls.
                                                 Acesso em 21/09/2012
Algumas características do processo de trabalho dos
trabalhadores da saúde...

 Condições de iluminação,ventilação, etc.
 condições de conforto ( locais e pausas para
  descanso/alimentação)
 Disponibilidade dos materiais/medicação
  para uso nos pacientes
 Formas de gestão
 Ritmos intensos de trabalho
 Significado do trabalho
    O lidar com situações imprevisíveis
    Lidar com situações limítrofes
 Lidar com a impossibilidade/impedimentos para
    proporcionar melhorias aos usuários
   Equipamentos sucateados ou ultrapassados
   A grande demanda e o número insuficiente de
    profissionais
   A formação dos trabalhadores
   A subutilização dos profissionais
   Trabalhar em dois locais diferentes/a sobrecarga
   Vários outros fatores interferem na atividade:
       A identidade confusa
       Setores de atuação profissional
       O turno
       Relacionamentos interpessoais
       Divisão de trabalho na equipe
       Sexo
       Idade

            Entre outros...
Acidentes de trabalho e riscos
biológicos ocupacionais:
   Transmissão:

      oVia oral – fecal
      oVia respiratória
      oPor contato
      oPor via sanguínea

    Apresentado por Cristiane Rapparini, São Paulo, setembro de 2011.
Destaques para HIV. Hepatite B e Hepatite C.




   Segundo a OMS – 2 a 3 milhões de
     acidentes percutâneos com agulhas
     contaminadas por material biológico/ano.



   OMS (2000)
              66.000 HBV
              16.000 HCV
              1.000 HIV
Acidentes com materiais biológicos, por ano,
      segundo regiões do Brasil, 2006 a 2010.

 Região     2006   2007     2008     2009          2010        Total

Norte        0      408      632      810           624        2.474

Nordeste     0      888     2.348    3.425         2.567       9.228

Sudeste     345    11.274   14.049   17.882       11.817      55.367

Sul         310    2.200    3.765    4.047         3.294      13.616

Centro       14     449      813     1.652         1.761       4.689
oeste

Total       669    15.219   21.607   27.816       20.063      85.374



                                              Fonte: Cristiane Rapparini
AT com material biológico Estado de
 São Paulo, 2011 (2007 a 2010)
                                          agem
                            o   de enferm
               iar e técnic
        - auxil
 52%
             édicos
1  0% - m            eiros
            enferm
 6  ,7 % -         dante
             e st u              m peza
  6  ,3 % -             s de li
                  xiliare
   5,7   % - au         de lixo
                oletor
    1,  8% - c

                                          Fonte: Cristiane Rapparini
AT com material biológico Estado de São Paulo, 2011.




                                     Fonte: Cristiane Rapparini
AT com material biológico Município de
        São Paulo: 2005/2009




Fonte: Cristiane Rapparini
AT com material biológico
município S. Paulo, 2005 - 2009

Ocupação               N.             %
Auxiliar Enfermagem   2.737          41,3
Técnico Enfermagem    738            11,1
Enfermeiro            441            6,7
Prof. Enfermagem      3.916          59,1
Subtotal
Auxiliar de limpeza   340            5,1
Médico                803            12,1




                              Fonte: Cristiane Rapparini
Alguns pontos:

•Os enfermeiros estão assumindo as atividades de
assistência e de comando e os trabalhos manuais são
realizados principalmente por auxiliares e técnicos de
enfermagem, sendo estes os mais acometidos por
acidentes de trabalho com material perfuro cortante.

•Os trabalhadores do sexo feminino, jovens, com menos
de cinco anos de experiência se acidentam mais.

•Os AT mais frequentes são com perfuro cortantes,
além de luxações, cervicodorsolombalgia, contaminação
biológica.
•Grande exposição aos riscos biológicos e às doenças
como AIDS, Hepatite B e Hepatite C.

•Diversos estudos indicam que o sangue é uma
importante fonte para AT com perfuro cortantes e as
mãos são as partes do corpo mais atingidas.

•A resistência ao uso do Equipamento de Proteção
Individual, o descarte incorreto de materiais
contaminados e o número inadequado de profissionais
foram indicados como os principais motivos para a
ocorrência de AT.

•SUB-NOTIFICAÇÃO das ocorrências de AT por
julgarem serem pequenos os danos.
Atenção ao gerenciamento dos resíduos nos
estabelecimentos de saúde deve ser dada, pois

 Existem dúvidas entre os profissionais de
  enfermagem sobre o que é um resíduo
  contaminante e resíduo comum (Santos,
  2012).
 É comum ainda encontrarmos resíduos de
  serviços de saúde misturados aos resíduos
  urbanos/domiciliares.
 Encontrar RSS nos lixões por catadores têm
  sido noticiado.
 Hospitais realizando coleta seletiva
Sobre o stress:

Das pesquisas realizadas, constatamos que:
  Todas as áreas/unidades dos hospitais foram consideradas
  estressantes quando relacionadas ao trabalho dos enfermeiros;
  Existe relação entre nível de stress e tempo de serviço;
  Enfermeiros que tratam de pacientes oncológicos
  apresentam Síndrome de burnout e os principais agentes
  estressores citados foram: óbito, relações com a equipe médica
  e situações de emergência.
  As condições de trabalho em centros cirúrgicos
  correspondem á área de maior stress

Alguns estudos concordam que o nível de stress está relacionado a estrutura
organizacional da instituição hospital.
Males provocados pelo estresse,
estado de alerta permanente,
sobrecarga emocional ou cargas
psicossociais

    Hipertensão arterial
    Angina estável,
    Gastrite
    Estados depressivos
Sobre a Síndrome de Burnout

 O conceito surgiu nos EUA nos anos 70.


 A deteriroração nos cuidados (uma
  consequência).

 Queimar-se por dentro, perder o fogo, perder
  a energia, aquilo que deixou de funcionar por
  absoluta falta de energia.
“O trabalho nem sempre possibilita realização
profissional. Pode, ao contrário, causar problemas
que vão desde a insatisfação até a exaustão”
Dejours, 1992.



 Criação da expressão staff burnout por Freudenberg,
1974.



 “… É o resultado de esgotamento, decepção
   e perda de interesse pela atividade de trabalho
   que surge nas profissões que trabalham em
   contato direto com pessoas em prestação de
   serviços como consequência desse contato
   direto no seu trabalho” (Freudenberg).
 Existe um consenso em considerar que
  aparece nos indivíduos como uma resposta
  ao stress laboral crônico.




 “É uma síndrome através da qual o
  trabalhador perde o sentido da sua relação
  com o trabalho, de forma que as coisas já
  não o importam mais e qualquer esforço lhe
  parece ser inútil” (Codo e Vazques).
A quem afeta:

 É definida como uma reação a tensão emocional
  crônica GERADA A PARTIR DO CONTATO DIRETO
   e EXCESSIVO com outros seres humanos quando
  estes estão com problemas (Maslach e Jackson,
  1981).


 Freudenberg afirma que é resultado de esgotamento,
  decepção e perda de interesse pela atividade de
  trabalho que surge nas profissões que atuam em
  contato direto com pessoas.
 Portanto, BURNOUT está associado a
 profissionais ou atividades que tem como
 objeto de trabalho o cuidar de outros e para
 tal necessitam ter contato constante e direto,
 tais como: professores, profissionais de
 saúde e entre estes os de enfermagem.
Para Codo,

   O termo burnout surgiu para expressar o
    sentimento de profissionais que trabalhavam
    diretamente com pacientes dependentes
    químicos.

   A teoria do burnout se dispõe a compreender as
    contradições da área de prestação de serviços,
    numa época em que a solidariedade parece
    esvanecer e os contratos de trabalho
    parecem ter eliminado as pessoas.
Como se mostra o burnout?

 A exaustão emocional:

  Refere-se a um sentimento de
   sobrecarga emocional, caracterizado
   pela perda de energia, esgotamento
   e sentimento de fadiga constante.
 Abrange sentimentosde desesperança, solidão,
  depressão, raiva, impaciência,
  irritabilidade, tensão, diminuição de
  empatia; sensação de baixa energia,
  fraqueza, preocupação; aumento da
  suscetibilidade para doenças, cefaléias,
  náuseas, tensão muscular, dor lombar ou
  cervical, distúrbios do sono (Cherniss, 1980a;
  World Health Organization,1998).
 O distanciamento                      afetivo provoca a
 sensação de alienação em relação aos
 outros, sendo a presença destes muitas
 vezes desagradável e não desejada
 (Cherniss, 1980a; World Health Organization, 1998).
     Acompanhado de ansiedade, aumento da irritabilidade e perda de
      motivação. O individuo passa a isolar-se dos outros como uma
      forma de proteção, mantendo uma atitude fria em relação as
      pessoas, mas não é capaz de lidar com suas emoções e as dos outros
      e começa a trata-los de forma desumanizada.
 A   baixa realização profissional
 ou baixa satisfação com o trabalho pode
 ser descrita como uma sensação de que
 muito pouco tem sido alcançado e o que
 é realizado não tem valor (Cherniss, 1980a;
 World Health Organization, 1998).

          O sentimento de inadequação profissional e pessoal,
           passa a apresentar baixa produtividade, baixa auto-
           estima e redução das relações interpessoais.
Sintomas físicos e psicológicos da síndrome
de burnout:

      Fadiga, exautão física e emocional,
        dores de cabeça, gastrite e úlceras,
        perda de peso, depressão; perturbações
        do sono, insensibilidade, mudanças de
        humor, perda dos ideais, comportamento
        cínico e negativo, artroses e artrites,
        lombalgias, mialgias, colite e problemas
        neurovegetativos; hipertensão, dores
        musculares, asma, alterações no ciclo
        mentrual, sintomas paranoicos.

     Fontes: Cohen (1995); Barni et al (1996); Akrayel, Caison e
       Adams(2002); Lautert (1995); Smrdel (2003).
Algumas considerações:


  A faixa etária dos sujeitos na qual surgem
   mais sintomas de burnout é entre 31 e 40
   anos e após 50 anos.

  Existe risco de burnout entre profissionais
   com maior tempo de permanência no serviço
   e de mais idade.

  Os enfermeiros que trabalham por turnos apresentam
   níveis de despersonalização mais elevados
 Infere-se que em hospitais públicos surjam mais sintomas
  de burnout entre os profissionais de enfermagem, quando
  relacionamos às condições de trabalho.



 Convivem com sentimentos contraditórios
  como cansaço, esgotamento, angústia,
  impotência e revolta devido à sobrecarga
  provocada pelo excesso de demanda e pelas
  limitações dos recursos de situações que
  envolvem riscos a vida.

 “Não poder dar outra chance ao paciente”
No Brasil, as pesquisas são
insipientes, portanto, pouco se
produziu sobre o tema burnout
(Trigo, T).


Necessidade de se
efetuar mais pesquisas.
o
                    e         Como lidar?
                ão     do
            nç
       eve nto
     pr me
                         em
                      ev s
                    d
 A ata                  do
                      da as
            t
   tr nou abor em
    bur             o bl     e
        r        pr
     se o                    s.
       o m       vos onai                   l n
                                               o
      c       t i aci
           le iz                        ocia eio d
                                    e s or m ssão
                                                   e

       co an                  u
                                   t
                                por ho p iscu
                            S abal
         or g                 tr     s de
                                          d
                                            to d
                                                 e
                                      o        i
                                  rup      ntu
                                 g      o i r a       e
                                  com      la      ntr
                                       imu ção e .
                                   est era         s
                                    co op     eiro
                                         panh
                                     com
 Planejamento, replanejamento do trabalho
  por meio de negociações cotidianas como
  parte de um conjunto de estratégias que
  visam à promoção e a prevenção em saúde
  no ambiente laboral.

 Diretrizes públicas que valorizem os
  profissionais da saúde de forma concreta.
vem
                                 s de
                         n tiva os           los)
                   reve spect e amp
              as p os a vos
          did s n                         ais
     me a d a                  ti
                          ole ctos m os
 As ntr             is (c spe           en
      e          na s a
  er c izacio ao                   ritos
 s     n           o
   rga osiçã dos e o.         rest
  o
    m  op       liza trabalh
   e        d ua de
      d i vi t o s
    in ra
     cont
Dependência química:


  •Substâncias psicoativas/psicotrópicos
  •Consumo alcoólico
  •Existem estudos referentes ao consumo de
  drogas psicoativas entre estudantes de
  medicina
  •Tabagismo



              A facilidade de acesso às substâncias.
•Violência laboral
  Assédio moral de chefias para pessoal de enfermagem
     e subordinados
    Assédio moral de colegas de mesmo nível
    Agressões físicas e morais de usuários
    Agressões físicas e morais de acompanhantes de
     usuários
    Assédio sexual



             As agressões devem ser tratadas
              como acidentes de trabalho e como
              surgidas em decorrência da
              atividade de trabalho.
Exemplos de condutas violentas

    Surras/espancamentos
    Mordidas
    Beliscões
    Socos
    Intimidações
    Ameaças
    Mensagens ofensivas
    Gritos
    Apelidos
    Indiretas
    Gestos rudes, etc.
            Como lidam: “estereótipo no trabalhador da enfermagem de
             que seu trabalho tem um aspecto missionário. Herança cultural
             dos primórdios do trabalho na enfermagem...”
            Fala se em Humanização na saúde com relação ao usuário do
             serviço, mas há de se pensar sobre a humanização de trabalho
             para o trabalhador da saúde.
Doenças provocadas pelas exigências físicas do
    trabalho

                          Problemas de coluna e articulações, varizes, bursites e
                            tendinites – dores (trabalho realizado em pé por longos
                            períodos, sobrecarga de peso na movimentação de pacientes
                            no leito e transporte); As LER/DORT
                          As doenças dos que trabalham em pé. Ramazzini, B. (1700).


          95% das atividades são realizadas em pé e 26% exigem
           curvatura do tronco; tarefas que exigem flexão e rotação
           frequentes da coluna (Pinho, L. e cols. 2001)
          Torções nos tornozelos/pés (Santos, 2012).

          Equipamentos sem manutenção ou danificados (macas, cadeiras, etc.)



       Fonte: Beck et alli (2006),



Trabalhadores de unidades críticas (pronto atendimento, centro cirúrgico,
Unidade de terapia intensiva, unidade de hematoconcologia e ambulatório).
Outros sintomas importantes relacionados as
cargas psicossociais:
*Intolerância com cônjuges e filhos,
 Angústia, ansiedade, cansaço mental,
   irritabilidade, desânimo, hostilidade;
        Questões relacionadas ao tipo de objeto com o qual se lida na
         atividade e ao significado de lidar com doença/morte.

        Questões relacionadas com as impossibilidades de aplicar os
         cuidados necessários e aprendidos aos usuários dos serviços.
         “ele merecia uma chance, uma oportunidade”.
Doenças sem origem esclarecida

                                                d ee
                                           r eoi s em
                                      a t i da
                                  to d tica
                          na m en gnos          ç ão
                      ncio am dia u situa
                a o fu for        ã oo
             das e qu e       ens
       l i ga as         de t
 São âncre e gran e
   a o p ntos d portant
        m e al i m
    mo cion
      em o
Como lidam com os problemas de
saúde:
 Estabelecem relação entre os problemas de saúde e
  os riscos no ambiente de trabalho, bem como à
  forma de organizar a atividade;
 Contraditoriamente, não estabelecem associações
  entre ambiente de trabalho, forma de trabalhar e a
  saúde.
 A forma mais frequente de se lidar com os
  problemas é individual, pessoal e particular
 Poucos referem uma ação da empresa no sentido da
  prevenção ou mesmo de uma política de saúde para
  o trabalhador
 As práticas são diversas:

          Vão desde o uso de florais, prática de Yoga,
           dança à cirurgias que são realizadas durante
           período de férias, por exemplo, demonstrando
           assim uma dissociação dos problemas do mundo
           do trabalho das ações efetivas para solucioná-
           los.
 Desta forma, a responsabilidade pela saúde é percebida como
  sendo única e exclusivamente do trabalhador. Ideologia da
  culpa que gera e alimenta uma vergonha de estar adoecido
  estimulando ao não cuidado de si próprio.
Considerações finais:
 Outros temas como violência no trabalho, abandono da
  profissão e assédio moral devem ser enfocados em outros
  estudos.

 Existe atualmente uma preocupação da Organização Mundial
  da Saúde com a evasão da profissão por parte dos enfermeiros
  e também de dirigentes de diversos países – A migração.

 É importante estimular estudos mais conclusivos e divulgar os
  já existentes para contribuir com soluções para os problemas
  dos trabalhadores da saúde.

 Devem ser estimuladas pesquisas que detectem e
  compreendam as formas de sentir, pensar e agir
  destes trabalhadores que determinam as suas ações
  em relação aos usuários de serviços, bem como com
  relação a sua posição, forma de estar no mundo do
  trabalho.
Obrigada!!!


ferreira@fundacentro.gov.br

Contenu connexe

En vedette

Библиотеката - място за учене през целия живот и приобщаване на хората от вси...
Библиотеката - място за учене през целия живот и приобщаване на хората от вси...Библиотеката - място за учене през целия живот и приобщаване на хората от вси...
Библиотеката - място за учене през целия живот и приобщаване на хората от вси...Glob@l Libraries - Bulgaria Program
 
Ayudas a personas para que puedan mantener su tratamiento médico
Ayudas a personas para que puedan mantener su tratamiento médicoAyudas a personas para que puedan mantener su tratamiento médico
Ayudas a personas para que puedan mantener su tratamiento médicoIrekia - EJGV
 
Документи за кандидатстване за работа – автобиография
Документи за кандидатстване за работа – автобиографияДокументи за кандидатстване за работа – автобиография
Документи за кандидатстване за работа – автобиографияGlob@l Libraries - Bulgaria Program
 
For vulnerable children, quardians a rare constant_160418
For vulnerable children, quardians a rare constant_160418For vulnerable children, quardians a rare constant_160418
For vulnerable children, quardians a rare constant_160418Megan Carella
 
Reflexion mirando hacia atras-Gladys
Reflexion  mirando hacia atras-GladysReflexion  mirando hacia atras-Gladys
Reflexion mirando hacia atras-GladysGladys Lopez Chavez
 
ISO13485 Internal Auditor Certificate
ISO13485 Internal Auditor CertificateISO13485 Internal Auditor Certificate
ISO13485 Internal Auditor CertificateManish Shah
 
Describing people personality and appearance up
Describing people personality and appearance upDescribing people personality and appearance up
Describing people personality and appearance upjolehidy6
 
Moevenpick Bangtao in Around Magazine
Moevenpick Bangtao in Around MagazineMoevenpick Bangtao in Around Magazine
Moevenpick Bangtao in Around MagazineRoberto Bellitti
 
Le associazioni di categoria e lo sviluppo sostenibile del diporto
Le associazioni di categoria e lo sviluppo sostenibile del diportoLe associazioni di categoria e lo sviluppo sostenibile del diporto
Le associazioni di categoria e lo sviluppo sostenibile del diportoeAmbiente
 
03-04-14 - BARBARA MICHELETTI - ANTOINETTE FUCHS - APPRECIATION
03-04-14 - BARBARA MICHELETTI - ANTOINETTE FUCHS - APPRECIATION03-04-14 - BARBARA MICHELETTI - ANTOINETTE FUCHS - APPRECIATION
03-04-14 - BARBARA MICHELETTI - ANTOINETTE FUCHS - APPRECIATIONBarbara Micheletti
 
michael-carlson-bio
michael-carlson-biomichael-carlson-bio
michael-carlson-bioMike Carlson
 
Parque Nacional Yasuní-ECUADOR
Parque Nacional Yasuní-ECUADORParque Nacional Yasuní-ECUADOR
Parque Nacional Yasuní-ECUADORNicol Pardo
 

En vedette (20)

Библиотеката - място за учене през целия живот и приобщаване на хората от вси...
Библиотеката - място за учене през целия живот и приобщаване на хората от вси...Библиотеката - място за учене през целия живот и приобщаване на хората от вси...
Библиотеката - място за учене през целия живот и приобщаване на хората от вси...
 
Affiches nlp
Affiches nlpAffiches nlp
Affiches nlp
 
Ayudas a personas para que puedan mantener su tratamiento médico
Ayudas a personas para que puedan mantener su tratamiento médicoAyudas a personas para que puedan mantener su tratamiento médico
Ayudas a personas para que puedan mantener su tratamiento médico
 
forth sem mrksht
forth sem mrkshtforth sem mrksht
forth sem mrksht
 
Документи за кандидатстване за работа – автобиография
Документи за кандидатстване за работа – автобиографияДокументи за кандидатстване за работа – автобиография
Документи за кандидатстване за работа – автобиография
 
For vulnerable children, quardians a rare constant_160418
For vulnerable children, quardians a rare constant_160418For vulnerable children, quardians a rare constant_160418
For vulnerable children, quardians a rare constant_160418
 
Reflexion mirando hacia atras-Gladys
Reflexion  mirando hacia atras-GladysReflexion  mirando hacia atras-Gladys
Reflexion mirando hacia atras-Gladys
 
ISO13485 Internal Auditor Certificate
ISO13485 Internal Auditor CertificateISO13485 Internal Auditor Certificate
ISO13485 Internal Auditor Certificate
 
GRUPO 1
GRUPO 1 GRUPO 1
GRUPO 1
 
Njekwa -Credit Management publication
Njekwa -Credit Management publicationNjekwa -Credit Management publication
Njekwa -Credit Management publication
 
Trabajo de estadistica
Trabajo de estadisticaTrabajo de estadistica
Trabajo de estadistica
 
Describing people personality and appearance up
Describing people personality and appearance upDescribing people personality and appearance up
Describing people personality and appearance up
 
Moevenpick Bangtao in Around Magazine
Moevenpick Bangtao in Around MagazineMoevenpick Bangtao in Around Magazine
Moevenpick Bangtao in Around Magazine
 
CDF Certificate (2)
CDF Certificate (2)CDF Certificate (2)
CDF Certificate (2)
 
Flash
FlashFlash
Flash
 
Cronica, mi experiecia con tit@
Cronica, mi experiecia con tit@Cronica, mi experiecia con tit@
Cronica, mi experiecia con tit@
 
Le associazioni di categoria e lo sviluppo sostenibile del diporto
Le associazioni di categoria e lo sviluppo sostenibile del diportoLe associazioni di categoria e lo sviluppo sostenibile del diporto
Le associazioni di categoria e lo sviluppo sostenibile del diporto
 
03-04-14 - BARBARA MICHELETTI - ANTOINETTE FUCHS - APPRECIATION
03-04-14 - BARBARA MICHELETTI - ANTOINETTE FUCHS - APPRECIATION03-04-14 - BARBARA MICHELETTI - ANTOINETTE FUCHS - APPRECIATION
03-04-14 - BARBARA MICHELETTI - ANTOINETTE FUCHS - APPRECIATION
 
michael-carlson-bio
michael-carlson-biomichael-carlson-bio
michael-carlson-bio
 
Parque Nacional Yasuní-ECUADOR
Parque Nacional Yasuní-ECUADORParque Nacional Yasuní-ECUADOR
Parque Nacional Yasuní-ECUADOR
 

Similaire à Agravos dos profissionais da saúde e acidentes de trabalho

Cuidados Paliativos - Menos é mais, Um enfoque sobre o custo da obstinação te...
Cuidados Paliativos - Menos é mais, Um enfoque sobre o custo da obstinação te...Cuidados Paliativos - Menos é mais, Um enfoque sobre o custo da obstinação te...
Cuidados Paliativos - Menos é mais, Um enfoque sobre o custo da obstinação te...Marcelo Palmier
 
2237 9622-ress-23-04-00741
2237 9622-ress-23-04-007412237 9622-ress-23-04-00741
2237 9622-ress-23-04-00741RafaelHaeffner2
 
relação da enfermagem e o adoecimento dos profissionais
relação da enfermagem e o adoecimento dos profissionais relação da enfermagem e o adoecimento dos profissionais
relação da enfermagem e o adoecimento dos profissionais Aeb
 
Saude coletiva novembro
Saude coletiva novembroSaude coletiva novembro
Saude coletiva novembrogabileaoskt
 
Fábrica de Cuidados: uma TECNOLOGIA SOCIAL para construção de modelos de cu...
Fábrica de Cuidados: uma  TECNOLOGIA SOCIAL para construção de  modelos de cu...Fábrica de Cuidados: uma  TECNOLOGIA SOCIAL para construção de  modelos de cu...
Fábrica de Cuidados: uma TECNOLOGIA SOCIAL para construção de modelos de cu...Portal da Inovação em Saúde
 
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuidaHumanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuidaIranildo Ribeiro
 
Protocolo dermatoses
Protocolo dermatosesProtocolo dermatoses
Protocolo dermatosesCosmo Palasio
 
Seminário doenças ocupacionais
Seminário  doenças ocupacionaisSeminário  doenças ocupacionais
Seminário doenças ocupacionaisLaíz Coutinho
 
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)apemfc
 
Bases Conceituais da Saúde 5
Bases Conceituais da Saúde 5Bases Conceituais da Saúde 5
Bases Conceituais da Saúde 5Atena Editora
 
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25setRegulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25setRodrigo Zardo
 
Novas tendências em cuidados intensivos: paliativos
Novas tendências em cuidados intensivos: paliativosNovas tendências em cuidados intensivos: paliativos
Novas tendências em cuidados intensivos: paliativosAbilio Cardoso Teixeira
 
Slide - Qualidade de vida
Slide - Qualidade de vidaSlide - Qualidade de vida
Slide - Qualidade de vidaMariana Freire
 

Similaire à Agravos dos profissionais da saúde e acidentes de trabalho (20)

Cuidados Paliativos - Menos é mais, Um enfoque sobre o custo da obstinação te...
Cuidados Paliativos - Menos é mais, Um enfoque sobre o custo da obstinação te...Cuidados Paliativos - Menos é mais, Um enfoque sobre o custo da obstinação te...
Cuidados Paliativos - Menos é mais, Um enfoque sobre o custo da obstinação te...
 
2237 9622-ress-23-04-00741
2237 9622-ress-23-04-007412237 9622-ress-23-04-00741
2237 9622-ress-23-04-00741
 
136 576-1-pb
136 576-1-pb136 576-1-pb
136 576-1-pb
 
Ressumo do ary professora karol
Ressumo do ary  professora karolRessumo do ary  professora karol
Ressumo do ary professora karol
 
relação da enfermagem e o adoecimento dos profissionais
relação da enfermagem e o adoecimento dos profissionais relação da enfermagem e o adoecimento dos profissionais
relação da enfermagem e o adoecimento dos profissionais
 
Saude coletiva novembro
Saude coletiva novembroSaude coletiva novembro
Saude coletiva novembro
 
estresse
 estresse estresse
estresse
 
Fábrica de Cuidados: uma TECNOLOGIA SOCIAL para construção de modelos de cu...
Fábrica de Cuidados: uma  TECNOLOGIA SOCIAL para construção de  modelos de cu...Fábrica de Cuidados: uma  TECNOLOGIA SOCIAL para construção de  modelos de cu...
Fábrica de Cuidados: uma TECNOLOGIA SOCIAL para construção de modelos de cu...
 
A IMPORTÂNCIA DA APS NAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
A IMPORTÂNCIA DA APS NAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDEA IMPORTÂNCIA DA APS NAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
A IMPORTÂNCIA DA APS NAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
 
Enfermeira Sandra.pdf
Enfermeira Sandra.pdfEnfermeira Sandra.pdf
Enfermeira Sandra.pdf
 
A atenção primária nas Redes de Atenção à Saúde
A atenção primária nas Redes de Atenção à SaúdeA atenção primária nas Redes de Atenção à Saúde
A atenção primária nas Redes de Atenção à Saúde
 
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuidaHumanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
 
Protocolo dermatoses
Protocolo dermatosesProtocolo dermatoses
Protocolo dermatoses
 
Ler dort1
Ler dort1Ler dort1
Ler dort1
 
Seminário doenças ocupacionais
Seminário  doenças ocupacionaisSeminário  doenças ocupacionais
Seminário doenças ocupacionais
 
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
 
Bases Conceituais da Saúde 5
Bases Conceituais da Saúde 5Bases Conceituais da Saúde 5
Bases Conceituais da Saúde 5
 
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25setRegulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
Regulacao a unidade_de_saude_novo_horizonte_parte_2_leitura_previa25set
 
Novas tendências em cuidados intensivos: paliativos
Novas tendências em cuidados intensivos: paliativosNovas tendências em cuidados intensivos: paliativos
Novas tendências em cuidados intensivos: paliativos
 
Slide - Qualidade de vida
Slide - Qualidade de vidaSlide - Qualidade de vida
Slide - Qualidade de vida
 

Agravos dos profissionais da saúde e acidentes de trabalho

  • 1. I Seminário Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador da Saúde São Paulo, 24 a 26 de setembro de 2012. “Situação atual dos agravos decorrentes do trabalho em profissionais da saúde” Tereza Luiza Ferreira dos Santos FUNDACENTRO
  • 2. Quem são os trabalhadores da saúde?  São pessoas cujas principais atividades consistem em melhorar a saúde humana Setor Saúde e Serviços Sociais (atividades de atendimento hospitalar, a urgências e emergências, atenção ambulatorial, serviços de complementação diagnóstica, outros profissionais da área, outras atividades relacionadas, serviços veterinários e serviço sociais com alojamento e sem alojamento)
  • 3. Trabalhadores na área da Saúde 105.686 Público Federal Público Estadual 345.926 Público Municipal 997.137 Privado 1.117.945 Total 2.566.694 Fonte: IBGE, Pesquisa Assistência Médico-Sanitária 2005.
  • 4. Trabalhadores na área da Saúde por Região Federal Estadual Municipal Privados Total Região Norte 6.388 47.434 81.974 31.143 166.939 Nordeste 20.583 90.354 319.216 205.296 635.449 Sudeste 49.675 149.305 400.634 600.023 1.199.637 Sul 17.842 22.525 128.430 201.912 370.709 Centro- 11.198 36.308 66.883 79.571 193.960 Oeste Total Geral 2.566.694 Fonte: IBGE, Pesquisa Assistência Médico-Sanitária 2005.
  • 5. Considerando estes números, devemos então refletir sobre um panorama de adoecimento:  De que adoecem os trabalhadores da saúde?  Como lidam com o sintoma/queixa, como encaminham os cuidados com a sua prórpria saúde?
  • 6. Acidentes de trabalho registrados por atividade econômica Quantidade de acidentes do trabalho, por situação de registro e motivo, segundo o Setor de Atividade Econômica - 2010  2010 - Total de 58.334, sendo que 52.458 com CAT. Destes, 42.580 são de típico, 9.223 de trajeto e 655 de doença do trabalho. Fonte: http://www.previdenciasocial.gov.br/arquivos/office/3_111007-155436-381.xls. Acesso em 21/09/2012
  • 7. Algumas características do processo de trabalho dos trabalhadores da saúde...  Condições de iluminação,ventilação, etc.  condições de conforto ( locais e pausas para descanso/alimentação)  Disponibilidade dos materiais/medicação para uso nos pacientes  Formas de gestão  Ritmos intensos de trabalho  Significado do trabalho  O lidar com situações imprevisíveis  Lidar com situações limítrofes
  • 8.  Lidar com a impossibilidade/impedimentos para proporcionar melhorias aos usuários  Equipamentos sucateados ou ultrapassados  A grande demanda e o número insuficiente de profissionais  A formação dos trabalhadores  A subutilização dos profissionais  Trabalhar em dois locais diferentes/a sobrecarga  Vários outros fatores interferem na atividade:  A identidade confusa  Setores de atuação profissional  O turno  Relacionamentos interpessoais  Divisão de trabalho na equipe  Sexo  Idade  Entre outros...
  • 9. Acidentes de trabalho e riscos biológicos ocupacionais: Transmissão: oVia oral – fecal oVia respiratória oPor contato oPor via sanguínea Apresentado por Cristiane Rapparini, São Paulo, setembro de 2011.
  • 10. Destaques para HIV. Hepatite B e Hepatite C.  Segundo a OMS – 2 a 3 milhões de acidentes percutâneos com agulhas contaminadas por material biológico/ano.  OMS (2000)  66.000 HBV  16.000 HCV  1.000 HIV
  • 11. Acidentes com materiais biológicos, por ano, segundo regiões do Brasil, 2006 a 2010. Região 2006 2007 2008 2009 2010 Total Norte 0 408 632 810 624 2.474 Nordeste 0 888 2.348 3.425 2.567 9.228 Sudeste 345 11.274 14.049 17.882 11.817 55.367 Sul 310 2.200 3.765 4.047 3.294 13.616 Centro 14 449 813 1.652 1.761 4.689 oeste Total 669 15.219 21.607 27.816 20.063 85.374 Fonte: Cristiane Rapparini
  • 12. AT com material biológico Estado de São Paulo, 2011 (2007 a 2010) agem o de enferm iar e técnic - auxil  52% édicos 1 0% - m eiros enferm 6 ,7 % - dante e st u m peza 6 ,3 % - s de li xiliare  5,7 % - au de lixo oletor  1, 8% - c Fonte: Cristiane Rapparini
  • 13. AT com material biológico Estado de São Paulo, 2011. Fonte: Cristiane Rapparini
  • 14. AT com material biológico Município de São Paulo: 2005/2009 Fonte: Cristiane Rapparini
  • 15. AT com material biológico município S. Paulo, 2005 - 2009 Ocupação N. % Auxiliar Enfermagem 2.737 41,3 Técnico Enfermagem 738 11,1 Enfermeiro 441 6,7 Prof. Enfermagem 3.916 59,1 Subtotal Auxiliar de limpeza 340 5,1 Médico 803 12,1 Fonte: Cristiane Rapparini
  • 16. Alguns pontos: •Os enfermeiros estão assumindo as atividades de assistência e de comando e os trabalhos manuais são realizados principalmente por auxiliares e técnicos de enfermagem, sendo estes os mais acometidos por acidentes de trabalho com material perfuro cortante. •Os trabalhadores do sexo feminino, jovens, com menos de cinco anos de experiência se acidentam mais. •Os AT mais frequentes são com perfuro cortantes, além de luxações, cervicodorsolombalgia, contaminação biológica.
  • 17. •Grande exposição aos riscos biológicos e às doenças como AIDS, Hepatite B e Hepatite C. •Diversos estudos indicam que o sangue é uma importante fonte para AT com perfuro cortantes e as mãos são as partes do corpo mais atingidas. •A resistência ao uso do Equipamento de Proteção Individual, o descarte incorreto de materiais contaminados e o número inadequado de profissionais foram indicados como os principais motivos para a ocorrência de AT. •SUB-NOTIFICAÇÃO das ocorrências de AT por julgarem serem pequenos os danos.
  • 18. Atenção ao gerenciamento dos resíduos nos estabelecimentos de saúde deve ser dada, pois  Existem dúvidas entre os profissionais de enfermagem sobre o que é um resíduo contaminante e resíduo comum (Santos, 2012).  É comum ainda encontrarmos resíduos de serviços de saúde misturados aos resíduos urbanos/domiciliares.  Encontrar RSS nos lixões por catadores têm sido noticiado.  Hospitais realizando coleta seletiva
  • 19.
  • 20. Sobre o stress: Das pesquisas realizadas, constatamos que: Todas as áreas/unidades dos hospitais foram consideradas estressantes quando relacionadas ao trabalho dos enfermeiros; Existe relação entre nível de stress e tempo de serviço; Enfermeiros que tratam de pacientes oncológicos apresentam Síndrome de burnout e os principais agentes estressores citados foram: óbito, relações com a equipe médica e situações de emergência. As condições de trabalho em centros cirúrgicos correspondem á área de maior stress Alguns estudos concordam que o nível de stress está relacionado a estrutura organizacional da instituição hospital.
  • 21. Males provocados pelo estresse, estado de alerta permanente, sobrecarga emocional ou cargas psicossociais Hipertensão arterial Angina estável, Gastrite Estados depressivos
  • 22. Sobre a Síndrome de Burnout  O conceito surgiu nos EUA nos anos 70.  A deteriroração nos cuidados (uma consequência).  Queimar-se por dentro, perder o fogo, perder a energia, aquilo que deixou de funcionar por absoluta falta de energia.
  • 23. “O trabalho nem sempre possibilita realização profissional. Pode, ao contrário, causar problemas que vão desde a insatisfação até a exaustão” Dejours, 1992.  Criação da expressão staff burnout por Freudenberg, 1974.  “… É o resultado de esgotamento, decepção e perda de interesse pela atividade de trabalho que surge nas profissões que trabalham em contato direto com pessoas em prestação de serviços como consequência desse contato direto no seu trabalho” (Freudenberg).
  • 24.  Existe um consenso em considerar que aparece nos indivíduos como uma resposta ao stress laboral crônico.  “É uma síndrome através da qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas já não o importam mais e qualquer esforço lhe parece ser inútil” (Codo e Vazques).
  • 25. A quem afeta:  É definida como uma reação a tensão emocional crônica GERADA A PARTIR DO CONTATO DIRETO e EXCESSIVO com outros seres humanos quando estes estão com problemas (Maslach e Jackson, 1981).  Freudenberg afirma que é resultado de esgotamento, decepção e perda de interesse pela atividade de trabalho que surge nas profissões que atuam em contato direto com pessoas.
  • 26.  Portanto, BURNOUT está associado a profissionais ou atividades que tem como objeto de trabalho o cuidar de outros e para tal necessitam ter contato constante e direto, tais como: professores, profissionais de saúde e entre estes os de enfermagem.
  • 27. Para Codo,  O termo burnout surgiu para expressar o sentimento de profissionais que trabalhavam diretamente com pacientes dependentes químicos.  A teoria do burnout se dispõe a compreender as contradições da área de prestação de serviços, numa época em que a solidariedade parece esvanecer e os contratos de trabalho parecem ter eliminado as pessoas.
  • 28. Como se mostra o burnout? A exaustão emocional:  Refere-se a um sentimento de sobrecarga emocional, caracterizado pela perda de energia, esgotamento e sentimento de fadiga constante.
  • 29.  Abrange sentimentosde desesperança, solidão, depressão, raiva, impaciência, irritabilidade, tensão, diminuição de empatia; sensação de baixa energia, fraqueza, preocupação; aumento da suscetibilidade para doenças, cefaléias, náuseas, tensão muscular, dor lombar ou cervical, distúrbios do sono (Cherniss, 1980a; World Health Organization,1998).
  • 30.  O distanciamento afetivo provoca a sensação de alienação em relação aos outros, sendo a presença destes muitas vezes desagradável e não desejada (Cherniss, 1980a; World Health Organization, 1998).  Acompanhado de ansiedade, aumento da irritabilidade e perda de motivação. O individuo passa a isolar-se dos outros como uma forma de proteção, mantendo uma atitude fria em relação as pessoas, mas não é capaz de lidar com suas emoções e as dos outros e começa a trata-los de forma desumanizada.
  • 31.  A baixa realização profissional ou baixa satisfação com o trabalho pode ser descrita como uma sensação de que muito pouco tem sido alcançado e o que é realizado não tem valor (Cherniss, 1980a; World Health Organization, 1998).  O sentimento de inadequação profissional e pessoal, passa a apresentar baixa produtividade, baixa auto- estima e redução das relações interpessoais.
  • 32. Sintomas físicos e psicológicos da síndrome de burnout:  Fadiga, exautão física e emocional, dores de cabeça, gastrite e úlceras, perda de peso, depressão; perturbações do sono, insensibilidade, mudanças de humor, perda dos ideais, comportamento cínico e negativo, artroses e artrites, lombalgias, mialgias, colite e problemas neurovegetativos; hipertensão, dores musculares, asma, alterações no ciclo mentrual, sintomas paranoicos. Fontes: Cohen (1995); Barni et al (1996); Akrayel, Caison e Adams(2002); Lautert (1995); Smrdel (2003).
  • 33. Algumas considerações:  A faixa etária dos sujeitos na qual surgem mais sintomas de burnout é entre 31 e 40 anos e após 50 anos.  Existe risco de burnout entre profissionais com maior tempo de permanência no serviço e de mais idade.  Os enfermeiros que trabalham por turnos apresentam níveis de despersonalização mais elevados
  • 34.  Infere-se que em hospitais públicos surjam mais sintomas de burnout entre os profissionais de enfermagem, quando relacionamos às condições de trabalho.  Convivem com sentimentos contraditórios como cansaço, esgotamento, angústia, impotência e revolta devido à sobrecarga provocada pelo excesso de demanda e pelas limitações dos recursos de situações que envolvem riscos a vida.  “Não poder dar outra chance ao paciente”
  • 35. No Brasil, as pesquisas são insipientes, portanto, pouco se produziu sobre o tema burnout (Trigo, T). Necessidade de se efetuar mais pesquisas.
  • 36. o e Como lidar? ão do nç eve nto pr me em ev s d  A ata do da as t tr nou abor em bur o bl e r pr se o s. o m vos onai l n o c t i aci le iz ocia eio d e s or m ssão e co an u t por ho p iscu  S abal or g tr s de d to d e o i rup ntu g o i r a e com la ntr imu ção e . est era s co op eiro panh com
  • 37.  Planejamento, replanejamento do trabalho por meio de negociações cotidianas como parte de um conjunto de estratégias que visam à promoção e a prevenção em saúde no ambiente laboral.  Diretrizes públicas que valorizem os profissionais da saúde de forma concreta.
  • 38. vem s de n tiva os los) reve spect e amp as p os a vos did s n ais me a d a ti ole ctos m os  As ntr is (c spe en e na s a er c izacio ao ritos s n o rga osiçã dos e o. rest o m op liza trabalh e d ua de d i vi t o s in ra cont
  • 39. Dependência química: •Substâncias psicoativas/psicotrópicos •Consumo alcoólico •Existem estudos referentes ao consumo de drogas psicoativas entre estudantes de medicina •Tabagismo A facilidade de acesso às substâncias.
  • 40. •Violência laboral  Assédio moral de chefias para pessoal de enfermagem e subordinados  Assédio moral de colegas de mesmo nível  Agressões físicas e morais de usuários  Agressões físicas e morais de acompanhantes de usuários  Assédio sexual  As agressões devem ser tratadas como acidentes de trabalho e como surgidas em decorrência da atividade de trabalho.
  • 41. Exemplos de condutas violentas  Surras/espancamentos  Mordidas  Beliscões  Socos  Intimidações  Ameaças  Mensagens ofensivas  Gritos  Apelidos  Indiretas  Gestos rudes, etc.  Como lidam: “estereótipo no trabalhador da enfermagem de que seu trabalho tem um aspecto missionário. Herança cultural dos primórdios do trabalho na enfermagem...”  Fala se em Humanização na saúde com relação ao usuário do serviço, mas há de se pensar sobre a humanização de trabalho para o trabalhador da saúde.
  • 42. Doenças provocadas pelas exigências físicas do trabalho Problemas de coluna e articulações, varizes, bursites e tendinites – dores (trabalho realizado em pé por longos períodos, sobrecarga de peso na movimentação de pacientes no leito e transporte); As LER/DORT As doenças dos que trabalham em pé. Ramazzini, B. (1700).  95% das atividades são realizadas em pé e 26% exigem curvatura do tronco; tarefas que exigem flexão e rotação frequentes da coluna (Pinho, L. e cols. 2001)  Torções nos tornozelos/pés (Santos, 2012).  Equipamentos sem manutenção ou danificados (macas, cadeiras, etc.) Fonte: Beck et alli (2006), Trabalhadores de unidades críticas (pronto atendimento, centro cirúrgico, Unidade de terapia intensiva, unidade de hematoconcologia e ambulatório).
  • 43. Outros sintomas importantes relacionados as cargas psicossociais: *Intolerância com cônjuges e filhos,  Angústia, ansiedade, cansaço mental, irritabilidade, desânimo, hostilidade;  Questões relacionadas ao tipo de objeto com o qual se lida na atividade e ao significado de lidar com doença/morte.  Questões relacionadas com as impossibilidades de aplicar os cuidados necessários e aprendidos aos usuários dos serviços. “ele merecia uma chance, uma oportunidade”.
  • 44. Doenças sem origem esclarecida d ee r eoi s em a t i da to d tica na m en gnos ç ão ncio am dia u situa a o fu for ã oo das e qu e ens l i ga as de t  São âncre e gran e a o p ntos d portant m e al i m mo cion em o
  • 45. Como lidam com os problemas de saúde:  Estabelecem relação entre os problemas de saúde e os riscos no ambiente de trabalho, bem como à forma de organizar a atividade;  Contraditoriamente, não estabelecem associações entre ambiente de trabalho, forma de trabalhar e a saúde.  A forma mais frequente de se lidar com os problemas é individual, pessoal e particular  Poucos referem uma ação da empresa no sentido da prevenção ou mesmo de uma política de saúde para o trabalhador
  • 46.  As práticas são diversas:  Vão desde o uso de florais, prática de Yoga, dança à cirurgias que são realizadas durante período de férias, por exemplo, demonstrando assim uma dissociação dos problemas do mundo do trabalho das ações efetivas para solucioná- los.  Desta forma, a responsabilidade pela saúde é percebida como sendo única e exclusivamente do trabalhador. Ideologia da culpa que gera e alimenta uma vergonha de estar adoecido estimulando ao não cuidado de si próprio.
  • 47. Considerações finais:  Outros temas como violência no trabalho, abandono da profissão e assédio moral devem ser enfocados em outros estudos.  Existe atualmente uma preocupação da Organização Mundial da Saúde com a evasão da profissão por parte dos enfermeiros e também de dirigentes de diversos países – A migração.  É importante estimular estudos mais conclusivos e divulgar os já existentes para contribuir com soluções para os problemas dos trabalhadores da saúde.  Devem ser estimuladas pesquisas que detectem e compreendam as formas de sentir, pensar e agir destes trabalhadores que determinam as suas ações em relação aos usuários de serviços, bem como com relação a sua posição, forma de estar no mundo do trabalho.