1) O documento discute conceitos de software livre e código aberto, comparando suas diferenças e apresentando categorias de software.
2) Também apresenta projetos que apoiam o desenvolvimento de software livre, como o SourceForge.net, e discute as vantagens que esses projetos oferecem à comunidade.
3) Por fim, explica que embora o SourceForge.net se refira a "código aberto", ele aceita projetos sob diferentes licenças, desde que disponibilizem o código-fonte.
Software livre: do ambiente domestico ao empresarial
1. Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Centro Superior de Educa¸˜o
ca
Tecnol´gica - CESET
o
Software livre: do ambiente
´
domestico ao empresarial
Limeira
2007
2. i
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Centro Superior de Educa¸˜o
ca
Tecnol´gica - CESET
o
Software livre: do ambiente
´
domestico ao empresarial
Vanessa Oliveira Campos
Trabalho requisitado para conclus˜o da disciplina
a
ST566 - T´picos em desenvolvimento tecnol´gico.
o o
Orientador: Vladimir
Limeira
2007
4. iii
Sum´rio
a
Lista de figuras iv
Introdu¸˜o
ca 1
1 Software livre e c´digo aberto
o 2
2 O uso do software livre: vantagens e desvantagens 7
3 Quem est´ adotando o software livre?
a 14
4 O software livre para o profissional de TI 16
5 Conclus˜o
a 18
Anexo A: Tabela de equivalˆncia de softwares [6]
e 19
Gloss´rio
a 23
Referˆncias bibliogr´ficas
e a 24
5. iv
Lista de Figuras
1.1 Categorias de software[1] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
6. 1
Introdu¸˜o
ca
H´ mais de vinte anos o software livre vem tentando atrair um p´ blico menos t´cnico,
a u e
mais dom´stico. Isto porque o software livre nasceu no meio de desenvolvedores de soft-
e
ware e se manteve com um conjunto de ferramentas altamente t´cnicas e de uso extrema-
e
mente complexo por muito tempo.
Ainda hoje existem distribui¸˜es de Linux que exigem que o usu´rio tenha um m´
co a ınimo
de conhecimento de programa¸˜o. E ainda existem softwares desenvolvidos com o conceito
ca
de que o usu´rio ´ obrigado a saber tudo pra conseguir realizar tarefas simples, como editar
a e
um texto.
Entretanto esta mentalidade tem mudado, pois a comunidade do software livre deseja
conquistar todo tipo de p´ blico. Para isto, n˜o basta oferecer o software gratuitamente,
u a
mas tem que oferecer um software de qualidade e f´cil de manipular.
a
O objetivo deste trabalho ´ mostrar que existem muitos softwares livres e gratuitos
e
que s˜o totalmente compat´
a ıveis com os softwares propriet´rios mais usados e que podem
a
ser substitu´
ıdos sem perda de funcionalidades para o usu´rio.
a
Este trabalho est´ divido em quatro cap´
a ıtulos, onde introduzimos o leitor ao mundo
do software livre, no cap´
ıtulo Software livre e c´digo aberto; mostramos as vantagens e
o
desvantagens no uso do software livre, em O uso do software livre: vantagens e desvan-
tagens; em Quem est´ adotando o software livre, mostramos que tanto empresas como
a
usu´rios dom´sticos tˆm adotado software livre com sucesso. No ultimo cap´
a e e ´ ıtulo, O soft-
ware livre para o profissional de TI, mostramos que existem diversas ferramentas gratuitas
que o profissional de TI pode utilizar no seu dia-a-dia. O trabalho conta ainda com In-
trodu¸˜o, Conclus˜o, o anexo com uma Tabela de equivalˆncia de softwares, o Gloss´rio
ca a e a
e as Referˆncias Bibliogr´ficas.
e a
7. 2
1 Software livre e c´digo aberto
o
1.1 Conceitos
Apesar dos conceitos de software livre existerem h´ v´rios anos (a Free Software Foun-
a a
dation (FSF) existe desde 1985), ainda existe confus˜o entre os termos software livre,
a
c´digo aberto, shareware, freeware, software propriet´rio, entre outros.
o a
A FSF apresenta em seu site dezesseis categorias de software, de livre a propriet´rio,
a
conforme a figura 1.1.
Figura 1.1: Categorias de software[1]
Observando a figura, detectamos uma intersec¸˜o entre software livre e c´digo aberto
ca o
(open source, do termo em inglˆs), por´m, que n˜o representa equalidade e nem rela¸˜o
e e a ca
total entre os conceitos. Isto se deve ao fato de que um software de c´digo aberto n˜o ´
o a e
necessariamente ”livre”. Segundo a FSF [2] para que um software seja considerado livre,
ele deve seguir quatro regras b´sicas, denominadas ”liberdades”[2]:
a
1. Liberdade de executar o programa, para qualquer prop´sito.
o
2. Liberdade de estudar como o programa funciona, e adapt´-lo `s suas
a a
necessidades. O acesso ao c´digo-fonte ´ pr´-requisito.
o e e
3. Liberdade de redistribuir c´pias.
o
8. 3
4. Liberdade de melhorar o programa, e disponibilizar as melhorias ao p´ blico,
u
de forma que toda a comunidade se beneficie. O acesso ao c´digo-fonte
o
´ pr´-requisito.
e e
Esta sutil distin¸˜o se deve ao fato de que um software de c´digo aberto, em geral,
ca o
aceita restri¸˜es que podem ferir uma ou mais das quatro liberdades que regem o conceito
co
de software livre. O mesmo ocorre com os software semi-livres. Softwares desta categoria
possuem licen¸a para uso, c´pia, distribui¸˜o e modifica¸˜o, contanto que o objetivo
c o ca ca
n˜o seja o lucro. A restri¸˜o da n˜o-lucratividade faz com que ele n˜o seja considerado
a ca a a
puramente livre.
Software livre n˜o significa software gratuito, nem, tampouco, n˜o-comercial. Um
a a
software livre pode ser distribu´ gratuitamente ou sob a cobran¸a de uma taxa. Tamb´m
ıdo c e
est´ se tornando comum a comercializa¸˜o de software livre. Aqui existe outra grande
a ca
confus˜o: o conceito de comercial com propriet´rio. Um software comercial ´ aquele
a a e
que foi desenvolvido para uma atividade de neg´cios. Sua licen¸a ir´ reger as regras de
o c a
distribui¸˜o e modifica¸˜es, podendo ou n˜o ser gratuito [3]. Existem diversos softwares
ca co a
comerciais que s˜o distribu´
a ıdos sob licen¸as como a GNU GPL. Muitos deles podem ser
c
encontrados em sites como o SourceForge.net e o Savannah.
Existem diversas licen¸as existentes para distribuir um software livre. GNU GPL,
c
FreeBSD, Intel Open Source e OpenLDAP s˜o exemplos. A licen¸a confere ao software
a c
suas caracter´
ısticas de distribui¸˜o, c´pia e modifica¸˜es, entre outras caracter´
ca o co ısticas que
o distribuidor achar conveniente. Encontra-se facilmente os textos padr˜o das licen¸as
a c
mais comuns, como a GNU GPL e a Public Domain, que podem ser anexados ao software
que se deseja distribuir.
A licen¸a de uso GNU GPL est´ numa categoria de licen¸as denominada copyleft. A
c a c
copyleft, ao contr´rio da copyright - que tem por objetivo garantir o direito de propriedade
a
do software -, confere ao software as caracter´
ısticas fundamentais do software livre (liber-
dades). Um software sob licen¸a copyleft, al´m de garantir para si a denomina¸˜o de
c e ca
software livre, garante que qualquer modifica¸˜o realizada no software e eventualmente
ca
distribu´ ser´ um software livre.
ıda a
O software propriet´rio (ver Figura 1.1), geralmente regido por uma licen¸a de copy-
a c
right1 , ´ o oposto conceitual ao software livre. O software propriet´rio possui restri¸˜es
e a co
1
Ambas as licen¸as copyright e copyleft tˆm o prop´sito de conferir ao produto - neste caso, o software
c e o
9. 4
r´
ıgidas de distribui¸˜o e modifica¸˜es s˜o proibidas. Isto n˜o impede que ele seja gra-
ca co a a
tuito. Existem muitos softwares propriet´rios que s˜o distribu´
a a ıdos gratuitamente (free-
ware, como fabForce DBDesigner), sob licen¸as restritas por tempo ou funcionalidades
c
(shareare2 , como o Winzip, ou demo3 , como o Enterprise Architect), ou mesmo sob li-
cen¸as especiais (como licen¸as para estudantes, como o Jude Community, ou para uso
c c
dom´stico, sem fins lucrativos, como o AVG Anti-v´
e ırus).
1.2 Projetos de apoio ao software livre
Existe uma variedade de projetos que oferecem apoio ao desenvolvimento de software
livre, que variam desde patroc´
ınio oferecido por empresas privadas at´ a oferta de ferra-
e
mentas, hospedagem e divulga¸˜o gratuitas do software. Servi¸os como o SourceForge.net
ca c
(SF.net) e o Savannah tˆm oferecido ` comunidade o espa¸o necess´rio ` divulga¸˜o de
e a c a a ca
diversos softwares livres que, atualmente, s˜o muito bem conceituados.
a
O SF.net atualmente conta com mais de 140 mil projetos registrados e uma comunidade
de mais de 1.5 milh˜o de usu´rios4 . O servi¸o oferece a hospedagem do projeto e diversas
a a c
ferramentas administrativas e de acompanhamento do software, dentre elas:
• Controle de vers˜o: o usu´rio pode optar entre o CVS e o Subversion.
a a
• Hospedagem de site do projeto.
• Controle de tarefas e cronograma.
• Gerenciamento de bugs, solicita¸˜es de novas funcionalidades, sugest˜es e suporte.
co o
• Listas de discuss˜o.
a
• Ferramentas de estat´
ısticas gerais do projeto.
- direitos de uso conferidos pelo distribuidor do mesmo. A diferen¸a entre os dois reside, conceitualmente,
c
no fato de que a licen¸a copyright tem seu embasamento em restri¸oes de uso, enquanto a copyleft se
c c˜
baseia na garantia da liberdade de uso do produto. Note que mesmo os softwares sob licen¸as copyleft,
c
apresentam a marca de Copyright ( c ).
2
O termo designa softwares completos, mas com tempo m´ximo de uso permitido. Geralmente, ap´s
a o
expirar o tempo determinado, o software ´ bloqueado para uso.
e
3
Demonstra¸ao - em inglˆs, demo ou trial. Em geral, softwares distribu´
c˜ e ıdos sob este tipo de licen¸a
c
n˜o tem limite de tempo de uso, mas n˜o apresentam todas as funcionalidades dispon´
a a ıveis para ele.
4
Dados de abril de 2007
10. 5
Os projetos cadastrados no SF.net se beneficiam, adicionalmente, do excelente conceito
que o servi¸o possui junto a desenvolvedores no mundo todo: os maiores projetos de
c
software livre est˜o hospedados no site. Junto a isto, adiciona-se a rigorosidade do servi¸o
a c
em rela¸˜o aos projetos cadastrados, a burocracia para o cadastramento de um novo
ca
projeto (o projeto tem que ser aprovado por uma equipe do SF.net antes de ser liberado
o conte´ do do site) e a estabilidade que o servi¸o possui. Projetos como Apache, Python,
u c
Firebird, Mesa3D e Ghostscript est˜o cadastrados no SF.net.
a
Segundo sua pr´pria defini¸˜o, o ”SourceForge.net ´ o maior site de desenvolvimento
o ca e
de software de c´digo aberto do mundo”[5]. Mas porque ”c´digo aberto”e n˜o ”software
o o a
livre”? No SF.net existem softwares cadastrados sob v´rias licen¸as (de Dom´
a c ınio p´ blico
u
a GPL), entretanto o que ´ importante ´ o ambiente cooperativo de desenvolvimento. A
e e
regra mais b´sica ´ que os softwares cadastrados no site devem disponibilizar seu c´digo-
a e o
fonte para a comunidade. Isto ocorre, em alguns casos, de forma natural: ´ comum
e
a existˆncia do c´digo-fonte dispon´
e o ıvel para download no pr´prio site do projeto. De
o
qualquer forma, se o administrador optar por utilizar o CVS como ferramenta de controle
de vers˜o, todos os arquivos registrados no CVS ficam dispon´
a ıveis para visualiza¸˜o e
ca
download atrav´s do site do projeto. Al´m disto, qualquer pessoa pode acessar o servi¸o
e e c
de controle de vers˜o de qualquer projeto cadastrado usando uma conex˜o anˆnima, que
a a o
permite a c´pia do c´digo-fonte (ou de qualquer material que esteja versionado) mas n˜o
o o a
permite gravar conte´ do5 .
u
A preocupa¸˜o do SF.net em rela¸˜o ao conte´ do oferecido se encontra nos pequenos
ca ca u
detalhes: todo projeto cadastrado ´ categorizado pelo seu administrador, que pode indicar
e
desde o tipo de licen¸a sob a qual o software ser´ distribu´ at´ o p´ blico-alvo do produto.
c a ıdo e u
Al´m de tudo isto, o SF.net ainda oferece um mural de ofertas, onde os administradores
e
dos projetos podem publicar an´ ncios solicitando ajuda de outros desenvolvedores para
u
seus projetos.
O Savannah ´ um servi¸o oferecido pela Free Software Foundation, que tem objetivo
e c
similar ao SF.net: oferecer ferramentas de apoio ao desenvolvimento e distribui¸˜o de
ca
software livre. Ele tem duas subdivis˜es: uma espec´
o ıfica para projetos GNU e outra para
projetos n˜o-GNU [7].
a
5
Os controladores de vers˜o oferecem dois comandos b´sicos de uso para recuperar conte´ do (update)
a a u
e para gravar conte´ do (commit).
u
11. 6
O projeto Savannah conta atualmente com mais de 49 mil usu´rios e mais de 2500
a
projetos cadastrados6 . Assim como o SF.net, o Savannah tˆm seus projetos categorizados
e
por grupos (GNU, n˜o-GNU, GUG, etc). Tamb´m oferece ferramentas de administra¸˜o
a e ca
para o projeto como controle de vers˜o e gerenciador de bugs e solicita¸˜es dos usu´rios,
a co a
bem como listas de discuss˜o. O projeto tamb´m possui um mural de vagas, onde os
a e
administradores de projetos solicitam ajuda de outros desenvolvedores para seus projetos.
Todos os projetos da GNU est˜o hospedados no site Savannah.
a
A Free Software Foundation disponibiliza em seu site o Diret´rio de software livre (Free
o
Software Directory), que nada mais ´ que um cat´logo de softwares livres para sistemas
e a
operacionais livres, principalmente para sistemas GNU. Os programas s˜o distribu´
a ıdos em
diversas categorias como bancos de dados, jogos, impress˜o, matem´tica, ciˆncia, v´
a a e ıdeo,
educa¸˜o, entre outros.
ca
Como o Savannah de originou da necessidade de concentrar os esfor¸os dos projetos
c
GNU, a maioria dos seus projetos ´ voltada ` comunidade GNU. O SF.net, por outro lado,
e a
objetiva alcan¸ar o maior n´ mero de projetos poss´
c u ıvel. Os projetos que o comp˜e n˜o
o a
tem um sistema operacional alvo, ao contr´rio, existem projetos de software para todos
a
os sistemas operacionais mais comumente usados, como Microsoft Windows, MacOS e as
mais diversas distribui¸˜es de Linux, sendo muito comum os programas possu´
co ırem vers˜o
a
para mais de um sistema operacional.
6
Dados de abrilde 2007
12. 7
2 O uso do software livre: vantagens e desvantagens
2.1 Por que usar software livre?
”Software livre ´ uma quest˜o de liberdade, n˜o pre¸o.”[2]
e a a c
Para a maioria das pessoas a quest˜o do software livre ´ totalmente indiferente, en-
a e
quanto que para muitos ´ uma quest˜o ideol´gica. Por´m, adotar o uso de software livre
e a o e
´ uma op¸˜o muito interessante, n˜o somente para reduzir custos, mas, em alguns casos,
e ca a
para adicionar estabilidade e confiabilidade ao ambiente do usu´rio.
a
A comunidade do software livre cresceu muito nos ultimos dez anos e, no Brasil ganhou
´
´
muitos adeptos. E grande o n´ mero de brasileiros participando de projetos de software
u
livre, na tradu¸˜o de muitos deles, com o objetivo de popularizar estes softwares no pa´
ca ıs.
Entretanto, in´ meras barreiras s˜o encontradas, tanto no ambiente empresarial quanto
u a
no dom´stico. A populariza¸˜o do computador pessoal ocorreu em grande parte devido
e ca
ao sistema operacional Microsoft Windows, que permitiu o uso do computador por pes-
soas que n˜o tem conhecimentos t´cnicos profundos em inform´tica. Isto terminou por
a e a
gerar uma dependˆncia aos produtos Microsoft, j´ que a maioria das grandes empresas
e a
desenvolvedoras de software tem seus produtos somente com vers˜es para MS-Windows.
o
O fato de empresas t˜o grandes quanto Borland e Autodesk trabalharem com prati-
a
camente todos os seus produtos com vers˜es somente para MS-Windows trouxe muita
o
confiabilidade neste sistema operacional propriet´rio, o que torna mais dif´ a troca
a ıcil
por outro sistema, mesmo conhecendo seus pontos fracos - como os conhecidos bugs e a
famosa instabilidade do sistema, que foi banalizada pelos usu´rios (a maioria acha normal
a
reiniciar o computador uma a duas vezes ao dia).
No ambiente empresarial, a m´ divulga¸˜o dos sistemas operacionais gratuitos - e
a ca
mesmo de distribui¸˜es unix tradicionais - faz com que muitos empres´rios optem por
co a
investir mais recursos em softwares propriet´rios e com licen¸as de valores altos a adotar
a c
softwares livres, principalmente por receio de falta de suporte em caso de problemas ou
instabilidades, ou at´ mesmo por falta de profissionais capacitados no mercado. Softwares
e
de c´digo aberto, principalmente, s˜o mal quistos e muitas empresas de software usam
o a
o argumento de que esta caracter´
ıstica provoca redu¸˜o de seguran¸a no software para
ca c
13. 8
convencer o cliente a utilizar um software propriet´rio ao inv´s de um software livre.
a e
Por´m, com a organiza¸˜o de desenvolvedores e simpatizantes de projetos de software
e ca
livre (PSL), distribui¸˜es linux tˆm ganhado espa¸o em ambientes empresariais, princi-
co e c
palmente e, com muita for¸a, em empresas p´ blicas - principalmente devido ` grande
c u a
redu¸˜o de custos que isto implica. Al´m disto, o crescimento do uso de software livre
ca e
est´ impulsionando a ´rea e surgem novos softwares a cada dia, o que est´ deixando o
a a a
cat´logo de programas dispon´
a ıveis para o Linux - e mesmo para Windows, sob licen¸as de
c
software livre, como a GPL - maior que os similares propriet´rios existentes no mercado.
a
O aumento do p´ blico tamb´m traz benef´
u e ıcios ` comunidade: j´ que como o c´digo
a a o
´, em geral, aberto, a corre¸˜o de bugs ´ feita a velocidades muito grandes e o software
e ca e
atinge maturidade rapidamente - diferentemente de sistemas propriet´rios que possuem
a
uma maior burocracia de distribui¸˜o. A populariza¸˜o da internet tamb´m ajudou o
ca ca e
software livre, principalmente nos modos de distribui¸˜o e divulga¸˜o.
ca ca
Para o usu´rio dom´stico algumas caracter´
a e ısticas do software livre podem parecer
indiferentes, principalmente porque a maioria desses usu´rios n˜o ´ desenvolvedor de
a a e
software ou administrador de sistemas. Al´m disto, a pirataria de software facilita a
e
aquisi¸˜o de qualquer software que se deseje, usando licen¸a falsa, mas que permite o uso
ca c
completo do software. Esta pr´tica, que se tornou muito popular principalmente devido
a
aos altos pre¸os cobrados pelas licen¸as originais, tamb´m ajuda na redu¸˜o de ades˜es
c c e ca o
ao software livre.
Ent˜o, qual a vantagem de se usar um software que tem c´digo aberto? In´ meras
a o u
outras caracter´
ısticas do software livre podem ser aproveitadas por estes usu´rios: docu-
a
menta¸˜o p´ blica, listas de discuss˜o de usu´rios do programa, facilidade e agilidade da
ca u a a
aquisi¸˜o do produto (em geral, basta copi´-lo do site na internet), menor tempo entre
ca a
a publica¸˜o de vers˜es e corre¸˜es, entre outras. Al´m disto, sempre h´ a possibilidade
ca o co e a
de se conseguir que uma funcionalidade seja incorporada ao software livre, o que ´ mais
e
dif´ de ocorrer com softwares propriet´rios.
ıcil a
2.2 As vantagens do software livre
A primeira vantagem citada - em alguns casos, a unica - quando se coloca a quest˜o das
´ a
vantagens do software livre ´ o custo. Por´m, existem outras grandes vantagens, talvez at´
e e e
maiores que o custo envolvido, e que raramente s˜o citadas ou explanadas. As vantagens
a
14. 9
variam de acordo com o perfil do usu´rio, podendo at´ mesmo varia de intensidade de
a e
acordo com este mesmo perfil. Por exemplo, o c´digo aberto ´ uma vantagem muito
o e
grande para empresas, pois lhes d´ a liberdade de adaptar o sistema `s suas necessidades
a a
espec´
ıficas sem grandes investimentos financeiros adicionais; j´ para o usu´rio dom´stico,
a a e
isto n˜o ´ uma caracter´
a e ıstica relevante pois, para ele, basta que o sistema funcione de
acordo com o proposto e n˜o lhe traga problemas quando deveria solucion´-los.
a a
2.2.1 Manuten¸˜o
ca
A manuten¸˜o de software possui trˆs grandes divis˜es:
ca e o
1. corre¸˜o de erros e falhas. Durante o processo de desenvolvimento existem v´rias
ca a
baterias de testes que detectam erros e falhas decorrentes de implementa¸˜o ou erros
ca
de projeto e arquitetura, mas que n˜o s˜o suficientes para cobrir todas as linhas de
a a
c´digo, em muitos casos. Por isto, ocorrem casos de erros e falhas serem detectados
o
pelos usu´rios do sistema, durante o uso;
a
2. inclus˜o de novas funcionalidades. As necessidades do usu´rio evoluem naturalmente
a a
de acordo com seu neg´cio ou com seu conhecimento. Da mesma forma, o software
o
deve evoluir para acompanhar as necessidades do usu´rio; e,
a
3. adapta¸˜o das funcionalidades existentes. Em muitos casos uma pequena adapta¸˜o
ca ca
de uma funcionalidade ´ o suficiente fazer com que o software esteja de acordo com
e
a necessidade do usu´rio; isto n˜o indica um erro do sistema, mas um pequeno
a a
”desvio”que deve ser adequado para que o sistema retorne a resposta esperada pelo
usu´rio.
a
Para o software livre, estas trˆs condi¸˜es s˜o facilmente cobertas e de forma muito
e co a
´gil. A evolu¸˜o de um software livre ´ muito r´pida e um sistema novo, cujo p´ blico
a ca e a u
demonstre interesse, tem seu tempo de amadurecimento reduzido significativamente.
Para as empresas, isto ´ uma grande vantagem, pois qualquer adapta¸˜o ´ facilmente
e ca e
implementada. Erros que sejam encontrados durante seu uso podem ser rapidamente cor-
rigidos e o sistema logo retorna ` produ¸˜o. Novas funcionalidades podem ser adicionadas
a ca
da mesma forma, trazendo ao software a flexibidade que as empresas procuram e que, nem
sempre, encontram em softwares propriet´rios.
a
15. 10
A manuten¸˜o do software livre pode ser feita de diversas formas, dependendo da
ca
licen¸a do software e da necessidade do usu´rio, seja ele empresa p´ blica, privada, usu´rio
c a u a
dom´stico, ou uma institui¸˜o filantr´pica. Como o c´digo ´ aberto, qualquer pessoa pode
e ca o o e
fazer uma c´pia para estudo, corre¸˜o e/ou adapta¸˜o. Em geral, os projetos de software
o ca ca
livre possuem grupos de desenvolvimento abertos aos interessados em ajudar. Se o usu´rio
a
n˜o possui conhecimento t´cnico ou uma equipe t´cnica especialista, pode submeter suas
a e e
necessidades ou os erros encontrados ` equipe de desenvolvimento do software. Tamb´m
a e
existem empresas de desenvolvimento ou consultoria que oferecem contratos de suporte e
manuten¸˜o a softwares livres.
ca
2.2.2 Suporte e documenta¸˜o
ca
Uma caracter´
ıstica importante do software livre ´ o grande envolvimento da comu-
e
nidade em torno do produto. Este sentimento de coopera¸˜o que o software livre traz
ca
embutido em si ´ uma das grandes vantagens que o usu´rio recebe ao optar pelo software
e a
livre.
O fato do software livre estar dispon´ para qualquer pessoa estud´-lo faz com que seu
ıvel a
suporte seja amplo e a documenta¸˜o farta. Muitas vezes, a documenta¸˜o formal inexiste
ca ca
- caso de projetos de pequeno porte; nos projetos maiores e de softwares mais maduros,
a documenta¸˜o formal ´ extensa, veja por exemplo a documenta¸˜o dos softwares que
ca e ca
comp˜e o projeto Apache. Entretanto, mesmo nos casos em que a documenta¸˜o formal
o ca
´ pequena, o grupo de desenvolvedores envolvidos no projeto, ou os usu´rios do sistema,
e a
participam de f´runs e listas de discuss˜o que, em geral, tˆm resposta ` todas as perguntas
o a e a
e solucionam a maioria das d´ vidas surgidas no decorrer do uso do sistema.
u
Isto faz com que a resposta a d´ vidas e problemas seja muito mais r´pida para o
u a
software livre do que se compararmos a mesma situa¸˜o ocorrendo com um software
ca
propriet´rio que, apesar de possuir vasta documenta¸˜o formal, muitas vezes a possui em
a ca
termos extremamente t´cnicos e em poucos idiomas - quando n˜o somente em um.
e a
Outra vantagem no que se refere ` suporte ´ o suporte a novos idiomas[9]. Os softwares
a e
propriet´rios tem pouca ou nenhuma inten¸˜o de possuir vers˜es em in´ meros idiomas.
a ca o u
Em geral, estes sistemas vˆm em inglˆs ou no idioma nativo da empresa desenvolvedora
e e
e, no m´ximo, nos idiomas dos pa´
a ıses onde a empresa deseja fixar mercado. Isto traz
` tona problemas culturais e deixa ` margem idiomas de pa´ de pouca influˆncia ou
a a ıses e
16. 11
dialetos usados por uma fatia muito pequena da popula¸˜o. Um caso interessante de
ca
suporte ` idiomas ´ o da Islˆndia. Como objetivo de preservar seu idioma, a Islˆndia
a e a a
solicitou ` Microsoft uma vers˜o do Windows em inslandˆs, se propondo inclusive a pagar
a a e
` Microsoft pela tradu¸˜o.
a ca
A Islˆndia, um pa´ com pouco mais de 290 mil habitantes [8] e um PIB de US$25 mil
a ıs
[4], tem poder para fazer uma solicita¸˜o deste porte ` maior empresa desenvolvedora de
ca a
software no mundo. Mas pa´ em desenvolvimento ou subdesenvolvidos n˜o possuem
ıses a
a influˆncia ou o aporte financeiro necess´rio ` tal empreitada. Como o software livre
e a a
possui seu c´digo-fonte aberto ` comunidade, com pouco investimento se consegue uma
o a
tradu¸˜o do programa desejado ao idioma local. Al´m disto, muitos sistemas tˆm sido
ca e e
desenvolvidos utilizando os padr˜es de internacionaliza¸˜o I18N da W3C, o que facilita a
o ca
tradu¸˜o para outros idiomas.
ca
2.2.3 Aquisi¸˜o e distribui¸˜o
ca ca
A distribui¸˜o do software livre ´ feita de forma mais r´pida, eficiente e barata que
ca e a
os softwares propriet´rios: por ter a liberdade de distribuir sem restri¸˜es, o software
a co
livre possui uma cadeia de distribui¸˜o informal inigual´vel e, por consequˆncia, somente
ca a e
estim´vel. A populariza¸˜o da internet agregou maior agilidade neste processo, j´ que o
a ca a
software fica dispon´ vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana para c´pia,
ıvel o
sem o custo adicional de m´
ıdias para distribui¸˜o.
ca
Alguns softwares, principalmente sistemas operacionais que s˜o, em geral, grandes
a
(uma distribui¸˜o Linux m´dia hoje utiliza uma m´
ca e ıdia de cd-rom de aproximadamente
800 MB de capacidade), oferecem a op¸˜o de enviar uma c´pia da m´
ca o ıdia original por
correio. Geralmente ´ cobrada a taxa de envio, mas existem casos como do Ubuntu
e
que n˜o cobra tal taxa, enviando o n´ mero de m´
a u ıdias solicitadas sem custo algum ao
solicitante.
2.2.4 Seguran¸a e privacidade
c
Algumas empresas, de forma n˜o ´tica, usam as caracter´
a e ısticas do software aberto
contra ele, na tentativa de conquistar um novo cliente. Al´m de distorcer a realidade e usar
e
de m´s pr´ticas no competitivo mercado de software, estas empresas enganam o cliente
a a
ao usar estes argumentos para impor uma inexistente falta de seguran¸a nos softwares de
c
17. 12
c´digo aberto - existem vendedores que dizem aos clientes que o fato de qualquer pessoa
o
poder alterar o c´digo (o que ´ parcialmente verdade, j´ que os grandes softwares possuem
o e a
um controle r´
ıgido de altera¸˜es, restrito a um grupo de desenvolvedores) faz com que seja
co
mais f´cil de se encontrar falhas e portas de entrada (backdoors) neste tipo de sistema.
a
Isto ´, de fato, verdade. Se uma pessoa m´ intencionada quiser se dispor a ler um
e a
c´digo de um software muito utilizado, digamos um sistema de seguran¸a de redes como o
o c
Snort ou o IPChains, ´ totalmente poss´
e ıvel, por´m a resposta da comunidade a este tipo
e
de ataque ´ muito r´pida e as falhas de seguran¸a s˜o rapidamente corrigidas, exatamente
e a c a
porque o c´digo ´ aberto. Se a mesma situa¸˜o acontece com um sistema propriet´rio, de
o e ca a
c´digo fechado, a falha decoberta - apesar de n˜o possuir o c´digo do sistema, facilmente
o a o
se descobrem falhas de seguran¸a nos sistemas de grande porte; e isto ocorre com uma
c
frequˆncia muito grande - pode ser explorada por muito tempo, at´ que algu´m a reporte
e e e
adequadamente ` empresa desenvolvedora e esta disponibilize uma corre¸˜o ou nova vers˜o
a ca a
do sistema.
A quest˜o da privacidade ´ um ponto que tem sido muito discutido atualmente devido
a e
` uma s´rie de funcionalidades ”ocultas”(eventualmente descobertas) de alguns softwares
a e
propriet´rios que remetiam informa¸˜es sigilosas de usu´rios destes sistemas para a em-
a co a
presa desenvolvedora do sistema. Esta quest˜o ainda ´ muito debatida e n˜o se chegou
a e a
` uma conclus˜o: muitos acreditam que as tais funcionalidades n˜o existem realmente;
a a a
que s˜o frutos de trojans espec´
a ıficos; ou que s˜o ”propaganda”enganosa dos concorrentes.
a
Algumas empresas como a Microsoft assumiram que vers˜es de alguns de seus softwares
o
possu´
ıam tais ferramentas mas que foram removidas da vers˜o final distribu´ no mer-
a ıda
cado.
O fato ´ que, em softwares propriet´rios, resta ao consumidor-usu´rio acreditar no
e a a
depoimento da empresa que lhe vendeu o software, pois ele n˜o ter´ acesso ao c´digo para
a a o
ter certeza absoluta. O que n˜o acontece facilmente com um software de c´digo aberto,
a o
pois qualquer funcionalidade pode ser facilmente rastreada e a comunidade inteira alertada
em quest˜o de horas.
a
2.2.5 Independˆncia e transferˆncia tecnol´gica
e e o
Poucos produtos atualmente disp˜em de uma liberdade tecnol´gica t˜o grande quanto
o o a
o software livre. Padr˜es s˜o desenvolvidos e aplicados em plataformas livres, j´ que a
o a a
18. 13
comunidade do c´digo aberto est´ mais disposta a ”testar”os padr˜es antes e garantir seu
o a o
funcionamento adequado e termina por ser um dos grandes respons´veis pela homologa¸˜o
a ca
destes padr˜es.
o
Outro fator ´ que os desenvolvedores quando se prop˜em a desenvolver um software que
e o
ser´ disponibilizado de forma gratuita e com o c´digo-fonte para toda a comunidade, j´ se
a o a
preocupa em deix´-lo com certas caracter´
a ısticas que facilitar˜o sua dissemina¸˜o. Utilizar
a ca
padr˜es de internacionali¸˜o, como o I18N, por exemplo, ´ uma atividade que tem se
o ca e
tornando comum neste meio. Outras caracter´
ısticas como independˆncia de plataforma,
e
garantia de manuten¸˜o e sustentabilidade tˆm sido fatores que influenciam o p´ blico a
ca e u
optar pelo software livre.
Ferramentas de desenvolvimento gratuitas, como o Java, tem causado grande impacto
no mercado de software livre, incluindo conjuntos de ferramentas e pacotes para apoio ao
desenvolvimento com o pr´prio Java s˜o desenvolvidos em Java!
o a
2.3 Distribui¸˜o, licen¸as e patentes: onde est´ o lucro nisto
ca c a
tudo?
O software livre n˜o traz embutido em si custo direto, pois n˜o ´ comum cobrar-
a a e
se pela distribui¸˜o, apesar de isto n˜o ser impeditivo de cham´-lo de Software Livre -
ca a a
quando carrega o atributo gratuito n˜o ´ cobrada taxa, mas licen¸as como a GPL dizem
a e c
claramente que o fato de ser livre n˜o implica em ser gratuito. Entretanto, a comunidade
a
distribui gratuitamente a grande maioria dos softwares livres produzidos.
Muitas empresas faturam com o software livre desenvolvido de maneira indireta. O
software (c´digo compilado ou fonte) n˜o ´ vendido ou nenhuma taxa ´ cobrada pela sua
o a e e
distribui¸˜o, por´m o desenvolvedor vende servi¸os de instala¸˜o, customiza¸˜o, treina-
ca e c ca ca
mento, manuten¸˜o, entre outros.
ca
A distribui¸˜o ´ feita de in´ meras maneiras, de acordo com a abrangˆncia desejada
ca e u e
pelo desenvolvedor. O meio mais utilizado atualmente ´ a Internet, conforme descrito
e
ıdia CD ou DVD com c´pia
na se¸˜o anterior. Mas existem empresas que oferecem a m´
ca o
original do software gratuitamente, mediante pequenas taxas ou somente mediante a taxa
de entrega.
19. 14
3 Quem est´ adotando o software livre?
a
3.1 Empresas privadas
Empresas privadas de todos os portes tˆm adotado gradativamente softwares livres
e
ou gratuitos em substitui¸˜o aos programas mais comumente usados, como os pacotes de
ca
escrit´rio (editores de texto, planilha e apresenta¸˜o), gerenciadores de bancos de dados
o ca
e sistemas operacionais.
Em geral, estas empresas optam por utilizar software livre nas ´reas de dom´ inter-
a ınio
nas - principalmente dentro dos departamentos de TI - substituindo sistemas operacionais,
gerenciadores de bancos de dados, ferramentas de desenvolvimento e manuten¸˜o interna.
ca
ınimo de ferramentas desejadas tamb´m s˜o uti-
Aplicativos est´veis e com o conjunto m´
a e a
lizados. Mas o mercado de software livre ainda n˜o conseguiu bons aplicativos para
a
concorrer na ´rea de editora¸˜o gr´fica e desenho vetorial - ´reas em que os softwares da
a ca a a
gigante Corel e do pacote AutoCad dominam h´ anos.
a
3.2 Empresas p´ blicas
u
Nas empresas p´ blicas o baixo or¸amento para TI ajuda na op¸˜o pelo software livre,
u c ca
fazendo com que este tipo de software apare¸a com maior frequˆncia e para a maioria das
c e
´reas de atua¸˜o, desde pacotes para escrit´rio at´ editora¸˜o gr´fica e todo o pacote de
a ca o e ca a
ferramentas de desenvolvimento e manuten¸˜o interna de sistemas.
ca
Nos ultimos anos, o governo federal brasileiro tˆm incentivado o uso de software livre
´ e
tanto para empresas quanto para consumidores dom´sticos, com o intuito de reduzir o
e
custo de aquisi¸˜o e de reduzir o impacto de manuten¸˜o cont´
ca ca ınua de software nas contas
p´ blicas.
u
Nos estabelecimentos p´ blicos, em geral, os sistemas operacionais de servidores s˜o
u a
Linux e utiliza-se em maior n´ mero de esta¸˜es pacotes gratuitos como OpenOffice do
u co
que o original da Microsoft. Os bancos de dados para sistemas de pequeno e m´dio
e
porte utilizam gerenciadores como o PostgreSQL ou o MySQL - gratuitos. Sistemas de
seguran¸a s˜o montados utilizando IPChains e Snort.
c a
3.3 Home office
20. 15
Assim como para empresas, para o ambiente dom´stico o software livre tem muito o
e
que agregar. Apesar da facilidade existente para copiar ilegalmente softwares e utiliz´-
a
los com licen¸as falsas sem perda de funcionalidades, existem muitos sofwares gratuitos
c
similares - e muitas vezes superiores aos pagos - que podem ser utilizados trazendo mais
agilidade, desempenho e qualidade ao trabalho produzido.
Desde o sistema operacional at´ o navegador de internet, existem softwares gratuitos
e
em maior quantidade e para maior p´ blico do que os pacotes propriet´rios. Vejamos:
u a
• Sistema operacional: para o ambiente dom´stico, temos dois principais sistemas
e
operacionais no mercado: o Microsoft Windows e o Apple OS. O linux possui mais
de trinta distribui¸˜es diferentes, adaptadas para os diversos tipos de atividades e
co
para os diversos n´
ıvels de conhecimento do usu´rio em sistema operacional.
a
• Editor de texto: a instala¸˜o do MS-Windows traz consigo o Bloco de Notas e o
ca
Wordpad; em instala¸˜es padr˜o m´
co a ınimas de qualquer distribui¸˜o linux, encontra-
ca
se mais de dez diferentes editores de texto, dos mais simples como o Joe (lembra o
edit do antigo MS-DOS) at´ complexos editores como o VI e o Emacs (que permitem
e
at´ chamada de programas externos para processar o texto editado).
e
• Editor de imagens: o Gimp ´ um editor de imagens originalmente criado para Linux
e
que possui, atualmente, uma vers˜o para Windows. Possui capacidade de edi¸˜o
a ca
equivalente a produtos como Adobe Photoshop ou Corel Photopaint.
• Pacote de escrit´rio: existem in´ meros pacotes de escrit´rio atualmente, sendo o
o u o
mais conhecido o OpenOffice, por´m o linux oferece ainda pacotes como o KOffice
e
- possui menos recursos mas ´ tamb´m uma ´tima op¸˜o.
e e o ca
• Tocador de m´ sica ou v´
u ıdeo: xmms (vers˜o para linux do Winamp) ´ o mais simples
a e
tocador de m´ sica existente e j´ ´ o suficiente para se divertir por muito tempo;
u a e
possui a mesma quantidade de recursos que seu equivalente no MS-Windows, com
a vantagem de que ´ mais f´cil encontrar e gerar novas skins para ele.
e a
O Linux tamb´m oferece equivalentes a todos os demais softwares existentes que cos-
e
tumamos utilizar em casa: gravadores de cd/dvd, navegadores de internet, clientes de
e-mail, anti-v´ 1 , jogos, emuladores, etc.
ırus
1
Apesar da dificuldade de propaga¸ao de v´
c˜ ırus e similares no Linux devido ` forte pol´
a ıtica de segu-
21. 16
4 O software livre para o profissional de TI
O software livre possui fortes ra´ no ambiente t´cnico. Desde de editores de texto
ızes e
mais aparelhados at´ IDEs sofisticadas, o profissional de TI tem ` sua disposi¸˜o um
e a ca
aparato altamente eficiente para ajud´-lo no seu cotidiano.
a
Para as tarefas de documenta¸˜o, existem processadores de texto como o LaTeX, que
ca
traz ao documento formata¸˜o profissional. O LaTeX permite formatar qualquer tipo de
ca
objeto dentro do texto de maneira pr´tica, deixando todo o documento dentro do padr˜o.
a a
O contra ´ que o LaTeX ´ compilado, ou seja, o texto deve ser escrito em um editor
e e
da preferˆncia do autor utilizando comandos pr´prios do LaTeX; depois o documento
e o
deve ser compilado pelo LaTeX para que possa ser visualizado. N˜o ´ poss´
a e ıvel editar
um documento LaTeX como editamos um documento em processadores de texto comuns,
como o Microsoft Word ou o BrOffice Writer1 .
Os profissionais de TI tamb´m se beneficiam com o uso de editores de texto mais
e
poderosos como o VI e o Emacs. Estes dois editores trazem diversas ferramentas que
ajudam na edi¸˜o de textos. Seria injusto comparar editores como o Bloco de Notas do
ca
Microsoft Windows com VI ou Emacs, pois estes ultimos oferecem muito mais ferramentas,
´
por exemplo, plugins, sistemas complexos de localiza¸˜o e substitui¸˜o de textos, aber-
ca ca
tura de diversos arquivos simultaneamente, integra¸˜o com ferramentas externas, entre
ca
in´ meros outros benef´
u ıcios.
Na ´rea de desenvolvimento de software existe h´ muitos anos linguagens de pro-
a a
grama¸˜o gratuitas, ou seja, cujo compilador pode ser adquirido sem custo. As mais
ca
utilizadas atualmente s˜o o C++ e o Java. Para o C++ existem diversos compiladores
a
gratuitos (as distribui¸˜es Linux trazem o gcc por padr˜o) e algumas IDEs que ajudam
co a
no desenvolvimento de aplica¸˜es simples (como o Blodshed Dev C++). Mas ´ o Java
co e
que se destaca nesta ´rea.
a
Duas IDEs disputam a preferˆncia dos programadores de Java. O Eclipse e o Netbeans
e
s˜o duas ferramentas poderosas e que, gra¸as ` inclus˜o de plugins, tˆm capacidade vir-
a c a a e
tualmente infinita de agregar funcionalidades. Ambas oferecem servi¸os b´sicos de edi¸˜o
c a ca
ran¸a impl´
c ıcita no sistema operacional, ainda assim ´ poss´ haver contamina¸ao - ressaltando que a
e ıvel c˜
probabilidade de infec¸ao por v´
c˜ ırus, trojans e worms no linux ´ muito menor que no MS-Windows
e
1
Este trabalho foi inteiramente desenvolvido utilizando o LaTeX
22. 17
de c´digo, como esquema de cores, auto-completar comandos de acordo com as APIs,
o
ajuda on line das APIs usadas, auto-corre¸˜o de c´digo. Mas ´ a sofistica¸˜o dos plugins
ca o e ca
dispon´
ıveis que ajuda a cativar o p´ blico. Ambas as ferramentas s˜o gratuitas e tˆm
u a e
vers˜es para Linux e Windows. O Eclipse ´ desenvolvido em Java e, por isto, pode ser
o e
executado em qualquer sistema operacional que possuir a m´quina virtual do Java.
a
23. 18
5 Conclus˜o
a
Como pudemos ver, o software livre traz in´ meras vantagens no seu uso, que v˜o al´m
u a e
do baixo custo (tendendo a zero). O uso do software livre pode trazer diversos benef´
ıcios,
como a independˆncia de tecnologia, melhoria de desempenho e liberdade de uso.
e
Na maioria do tempo utilizamos software propriet´rio por quest˜o de costume. A
a a
maioria das pessoas tˆm dificuldade com mudan¸as e preferem pagar por ferramentas que
e c
n˜o utilizam a substituir os aplicativos conhecidos pelos similares gratuitos e livres.
a
No ambiente de desenvolvimento de software isto n˜o ´ t˜o grave pois as tecnologias
a e a
de desenvolvimento mais utilizadas atualmente s˜o baseadas nos conceitos de software
a
livre.
Utilizar software livre ainda ´ uma quest˜o de ideologia, mas que est´ se tornando uma
e a a
quest˜o de custo/benef´
a ıcio, principalmente pelo fato de haver incentivo pelos governos de
diversos pa´ na ado¸˜o do software livre, como Fran¸a e Brasil. Este tipo de incentivo
ıses ca c
foi fundamental para trazer o software livre para o mercado dom´stico, onde ele tem se
e
firmado cada vez mais e conquistado seu merecido espa¸o.
c
24. 19
Anexo A: Tabela de equivalˆncia de softwares [6]
e
Escrit´rio
o
Microsoft Windows Mac OS X Ubuntu Linux
Acrobat Reader Acrobat Reader Kpdf, Acrobat Reader
Bloco de Notas, Word Edit Gedit, Kate, Leaf,
Pad Emacs, Mousepad
Microsoft Word OpenOffice.org Write OpenOffice.org
Writer, AbiWord
Microsoft Excel OpenOffice.org Calc OpenOffice.org Calc,
GnuMeric
Microsoft Power Point OpenOffice.org Im- OpenOffice.org Im-
press press
Microsoft Access OpenOffice.org Base OpenOffice.org Base
Microsoft Money - GnuCash
Utilit´rios
a
Microsoft Windows Mac OS X Ubuntu Linux
WinZip, WinRar Stuffit File Roller, Ark
Windows Explorer Finder Nautilus, Konqueror,
Thunar, Rox-Filer
Gadgets, Google Widgets gDesklets, aDesklets,
Desktop Gadgets SuperKaramba,
Gkrellm
Google Desktop (Busca inteligente in- Deskbar (Gnome)
Search tegrada no sistema)
Vmware, Virtual PC Virtual PC, Parallels Vmware, VirtualBox,
Qemu, Bochs, Xen,
DOSEMU
25. 20
Microsoft Windows Mac OS X Ubuntu Linux
Adicionar e Remover Finder, Mac Installer Synaptic, Adept
Programas
Norton Anti V´
ırus, VueScan Dr. Web, Trend
AVG, Avast, McAfee, ServerProtect, RAV
Panda AntiVirus, F-Prot,
Clam AntiVirus,
Kaspersky, YAVR
V´
ırus, Trojans, Spy- V´
ırus, Trojans, Spy- N˜o tem
a
wares, Adwares wares, Adwares
Internet
Microsoft Windows Mac OS X Ubuntu Linux
Windows Live Mes- aMSN, MSN Messen- Gaim, aMSN, Mer-
senger, ICQ, YIM, ger, Adium cury, Kopete
Jabber, Gtalk, MSN
Internet Explorer Safari, Firefox, Opera Firefox, Swiftfox,
Konqueror, Opera
Outlook Express, Mi- Mail, Thunderbird Evolution, Kontact,
crosoft Outlook Thunderbird
Microsoft FrontPage, iWeb NVU, Quanta+, Blue-
Dreamweaver fish
mIRC Colloquy XChat, Ksirc, Kon-
versation, Kvirc, Irssi
CuteFTP, Bullet - gFTP, Kbear, Nau-
Proof FTP, WSftp tilus, Konqueror
Zone Alarm, McAfee - Firestarter, Kmyfire-
Firewall, Norton In- wall, GuardDog, Fire-
ternet Security Wall Builder
26. 21
M´sica e v´
u ıdeo
Microsoft Windows Mac OS X Ubuntu Linux
Windows media iTunes, QuickTime, Totem, Kaffeine,
Player (v´
ıdeo) VLC Mplayer, Xine, Gxine,
VLC
Real Player Real Player Real Player
Nero, Easy CD Cre- iDVD Nautilus, Nero, K3B,
ator Brasero, Gnome
Baker
DVD Shrink iDVD Xdvdshrink, K9copy,
Acidrip, DVD::RIP,
Thoggen
Winamp - XMMS, Beep-Media-
Player, Audacious
Gr´ficos e imagens
a
Microsoft Windows Mac OS X Ubuntu Linux
Photoshop Lite, Pi- iPhoto, Picasa F-Spot, digiKam, Pi-
casa casa
Adobe Photoshop Adobe Photoshop GIMP, Pixel Edit,
Krita
Programas cient´
ıficos
Microsoft Windows Mac OS X Ubuntu Linux
Origin, Gnuplot - LabPlot, Gnuplot
Maple, Mathematica - Mathematica, wx-
Maxima, Axiom
Matlab - Octave, SciLab
27. 22
Desenvolvimento de software
Microsoft Windows Mac OS X Ubuntu Linux
MSVC++, Net- Netbeans com C++ Netbeans com C++
beans com C++ Pack Pack, Eclipse/CDT,
Pack, Eclipse/CDT, CodeBlocks, KDe-
CodeBlocks velop, Qt Designer,
gcc, Anjuta
VisualBasic - Gambas
Delphi - Lazarus
C# - Visual Studio - Monodevelop
28. 23
Gloss´rio
a
CVS Sistema de controle de vers˜o.
a
Free Software Foundation
Organiza¸˜o destinada ` divulga¸˜o de software livre.
ca a ca
W3C World Wide Web Consortium. Cons´rcio de empresas respons´vel por
o a
definir os padr˜es para a internet.
o
29. 24
Referˆncias Bibliogr´ficas
e a
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Foundation. Dispon´ em http://www.fsf.org/licensing/essays/free-sw.html. Acessado em
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ıvel em
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http://savannah.gnu.org/. Acessado em 19-04-2007.
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Isl%C3%A2ndia. Acessado em 23-04-2007.
30. 25
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