Progresso e Ficção Científica Distópica no Século XX. Slide apresentado no 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – Belo Horizonte, MG. Por Vítor Vieira Ferreira.
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
Progresso e Ficção Científica Distópica no Século XX
1. PPRROOGGRREESSSSOO EE FFIICCÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA
DDIISSTTÓÓPPIICCAA NNOO SSÉÉCCUULLOO XXXX
Vítor Vieira Ferreira
Mestrando pelo Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em
Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Bolsista da CAPES
14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia –– BBeelloo HHoorriizzoonnttee,, MMGG
2. Reflexões sobre o texto literário
• A literatura enquanto discurso: partimos aqui do
pressuposto de que toda obra literária, na
medida em que dispõe de um suporte verbal que
a signifique, é completamente perpassada por
constrangimentos de ordem social, política,
ideológica, enfim, histórica.
• Importância para a História Cultural: produções
simbólicas como fontes historiográficas.
3. Sobre a Ficção Científica – principais
marcos históricos do gênero
• Os primeiros nomes: Jonathan Swift (As
Viagens de Gulliver), Mary Shelley
(Frankenstein), Julio Verne (Viagem ao centro
da terra) e H.G. Wells (A máquina do tempo)
• FC como gênero distinto: Hugo Gernsback e
sua Amazing Stories (1926)
4. Sobre a Ficção Científica
• Suporte multi-semiótico
• Primazia de contos e romances – narrativa
como elemento predominante
6. Sobre a Ficção Científica
• Ficção Científica: imaginário
do século XX (CARDOSO, 1998)
7. Século XX, progresso,
modernidade
• Século XX como construção
histórica única: progresso como
elemento distintivo (ALEXANDER,
2002:15).
• Conceito presente desde o século
XV e se vincula com a ideia de
modernidade.
8. Século XX, progresso,
modernidade
• Modernidade em Koselleck: a modernidade se funda a
partir de uma temporalização da história e que se
contrapõe às concepções cronológicas anteriores que
viam no futuro a realização profética do final dos tempos
(escatologia cristã). Esta ideia de futuro como fim
permanece até o advento da filosofia da história,
“emancipad[a] da submissão absolutista e da tutela da
Igreja” (KOSELLECK, 2011:36) e dos prognósticos
racionais, cada vez mais estes últimos influenciados
pelas transformações sociais que o progresso, em suas
mais diversas instâncias, promovia – o “profectus”
espiritual dá lugar ao “progressus” mundano.
9. O homem se lança na história – o
pensamento utópico
• O termo: origem como a junção
dos termos gregos οὐ(significando
não, negação e que se reduz a “u”)e
τόπος (lugar, região) acrescida do
sufixo –ia, também indicando lugar.
• O conceito: superação positiva do
status quo.
11. O homem se lança na história – o
pensamento utópico
• Com a modernidade, o pensamento
utópico se volta cada vez mais para a
realidade histórica que o engendra com
vistas a uma transformação do tempo
presente a partir de um ideal
anteriormente imaginado.
12. O século XX, Ficção Científica Distópica
• Distopia: extrapolação negativa do status quo à
época de sua funcionalização ficcional.
• Distopias clássicas:
– “Nós” de Yevgeny Zamyatin (publicado em 1924);
– “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley (1932),
– “1984” de George Orwell (1949);
– “Fahrenheit 451” de Ray Bradbury (1953);
– “Laranja Mecânica” de Anthony Burgess (1962)
– “O caçador de androides” de Philip K. Dick (1968).
13. O século XX, Ficção Científica Distópica
• Elementos para a formação do pensamento
distópico:
– Ruptura com a tradição racionalista, de Nietzsche aos
desconstrucionistas, passando pela Escola de
Frankfurt
– Guerras Mundiais, regimes totalitários, holocausto,
Hiroshima e Nagasaki
– Guerra Fria e ameaça nuclear
– Desilusão com o sonho socialista
– Capitalismo e suas mazelas sociais
14. Comentários finais
• Permanência do discurso distópico em narrativas
ficcionais nas primeiras décadas do séc. XXI.
• Negação do pensamento utópico como
legitimação do status quo.
• Descrédito quanto à razão e a ciência se
consolidam no pós-modernismo e sua rejeição a
projetos emancipatórios possibilitados pela razão
e pelo conhecimento.
15. Comentários finais
• Relevância dos estudos e pesquisas sobre a
FC, gênero ainda considerado como
paraliteratura.
• Relevância das narrativas de FC como fonte
historiográfica de especial valor para a
História das Ciências.
16. Bibliografia
ALEXANDER, Jeffrey C. Between progress and apocalypse: social theory and
the dream of reason in the twentieth century. In: ALEXANDER, Jeffrey C.;
SZTOMPKA, Piotr (Orgs.). Rethinking progress: movements, forces, and
ideas at the end of the 20th century. Boston: Unwin Hyman, 1990.
CARDOSO, Ciro Flamarion. A Ficção Científica, imaginário do Século XX.
1998. Disponível em:
http://pt.scribd.com/doc/48165239/A-FICCAO-CIENTIFICA
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado contribuição à semântica dos tempos
históricos. Tradução de Wilma Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira. Rio
de Janeiro: Contraponto, 2006.
LIMA, Carlos. Genealogia dialética da utopia. Rio de Janeiro: Contraponto,
2008.