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do vale
Rist1nfItj d -Rabia-- (uanarnbi (Xale do Algodão) iode 1993-Ano 1 - No 5 - CrS50.000,O(
Pág. 15 Pág. 27
2. trn------- -=
AGROINDUSTRIAL VALE DO IUIU LTDA.
COMPRA,, VENDA E BENEFICIAMENTO DE ALGODÃO
VENDA DE SEMENTES SELECIONADAS
Matriz
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3. Editorial
O erro tem limite próprio
(r) mundo é composto por
erros e tcertos. Os homens
erram e o "Grande Arquiteto do
Universo" acerta. Infelizmente, muitos
homens tentam imitá-lo e chegam ao
cúmulo de, não podendo encontrar a
verdade e descobrir os acertos, culpar a
terceiros pelos erros por eles cometidos.
Assim é na política e na administração;
em casa ou na rua. Todos se mascaram
ante a mentira e acabam pagando um
preço muito mais alto do que poderia
imaginar. Segundo os costumes da velha
Roma ou da antiga Grécia» quando os
autores desses erros não eram punidos e
escapavam do carrasco, a pena do talião
recaia sobre seus filhos. Felizmente isso
deixou de acontecer no mundo atual.
Senão. muitos pais teriam seus filhos
como natimortos.
. . .
Sobe Erundina, cai Erundina. Sobe
Eliseu, desaparece Eliseu e assim o
tempo passa, passa com ele o govenro,
ou mel or. os governos e os homens. O
exemplo da República Federativa é
passado aos Estados. E a Federação,
coitada, caminha a passos lentos, com
todas as pessoas, cerca de 150 milhões
de habitantes, perdidos ante o espaço e
o tempo. Ou, quando não, ante si
próprio. Errar é humano, mas
permanecer no erro é burrice. Este
velho provérbio parece não ser bem
entendido pelos administradores ou pelo
menos por alguns administradores.
Sejam eles públicos ou privados.
Levando-se em conta toda tarefa árdua
de se manter idôneo, eles chegam a
cometer verdadeiros crimes, repetindo a
ba'rbárie do princípio do milênio.
Dissemos que o tempo passa, porém na
verdade quem passa é o homem. O
tempo é estável. Notório, ele se mantém
como verdadeiro Deus especulando os
anseios da humanidade registrados pelos
cronistas, historiadores e jornalistas.
Todos os três estão calcados em algo
superior: a filosofia. Entretanto, já está
comprovado que até os filósofos erram.
Filosofia é dinamismo. E por ser
dinâmica, ela acompanha a verdade dos
fatos e vai destruindo toda mentira que
existe no interior da cada ser humano.
Vivemos sob o manto misterioso do
trabalho, que tanto pode ser uma
verdade, quanto uma mentira. Quiçá ele
sempre seja a verdade. Vivemos em
estado de graça ou de emergência. De
graça quando cometemos alguma
frivolidade e por ela subimos mais um
degrau na vida. De emergência quando
soçobramos no barco do dia a dia e
acabamos pedindo arrego a quem nos
conhece e, por que não? aos
desconhecidos também. Na maioria das
vezes, são os que nos desconhecem e até
mesmo os opositores quem nos dão
socorro. A política é um exemplo disso.
A administração também. O limiar de
um novo tempo ás vezes nada traduz se
nele não houver a esperança de
estarmos lado a lado com a verdade.
e e e
Voltando ao princípio da verdade e da
mentira, aqui estamos mais uma vez.
Sobrepujando as intempéries, os erros,
as dia brites do ser humano,
conseguimos superar a todos e galgamos
um novo degrau. Estamos com o
número cinco mostrando o estado
precário de uma região conhecida pela
bravura de seus homens e as ousadias
de suas idéias. Mais uma vez estamos
gritando por socorro, porque
necessitamos de ajuda. Não por erro
nosso. Aqui o "mea culpa" deixa de
existir. Porém levados pela intempérie
de uma seca que assola todo o Nordeste
e que serve apenas como indústria para
alguns. Uma indústria sem chaminés,
como o turismo. Só o que difere do
turismo, por serem estes peregrinos,
portadores de divisas. E nordestino?
Ah! Esse é turista em sua própria terra,
mas na qualidade de pedinte. Do
prefeito ao mais humilde agricultor; do
governador à faxineira que se encontra
em sua casa. O sol causticante não é
Cemência a ninguém. Fere e, por vezes,
mata. Morte lenta e cruel.
e e •
Refletindo o potencial da região e o
esforço do homem do bem comum,
iniciamos agora uma nova etapa. Sem
falha, pelo menos humanas, sem
diabrites, porque acreditamos em quem
nos lê, em quem nos guarda e em quem
nos cita. Os homens passam, os erros
passam e a verdade fica como o
exemplo maior que podemos dar aos
nossos filhos. Filhos que formam o
futuro de uma Nação que, se não for
bem integrada, desmorona como
inúmeras outras nações assim o fizeram.
Sem vender nossas forças e muito
menos deixar nosso suor ir por terra,
estaremos sempre lutando, mostrando o
que é bom para todos nós. Só assim,
apagando os erros e ensinando aos
outros a apagar seus erros, poderemos
construir uma verdade. Daí, diremos
que nosso trabalho não foi e nem será
em vão.
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J.J
- do vale
Revista informativa, publicação
mensal, de responsabilidade da
PRO-IMPRENSA - Assesso-
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Não nos responsabilizamos por
artigos assinados
3 lntcgraç() do Vale, .Junho, 1993
4. Final infeliz
Toda trajetória da família Coilor, no período
que culminou com o impeachment do presidente
Fernando, vai virar série na Rede Manchete. Uma
verdadeira mistura de A Família Trapo dos
anos 60/70, com a realidade nacional
dos anos 90. Segundo se comenta, principalmente
no reino de Canapi-Maceió e Mundaú, lá prás
A1agoa, quem não está gostando disso é o
ex-presidente. Entretanto, o que poderia dar
samba, vai dar novela mesmo e, para nossa
felicidade, quem não está gostando é
apenas o pivô. Ruim é se o desgosto fosse dos
Malta, aquela família que tem em seu seio, o
Joãozinho. Sujeito calmo, muito calmo...
Curtas
,
Coisa de doido
A linguagem utilizada pelos
jovens está se tornando cada
vez mais incompreensível.
Para se entender o que dois
rapazes, principalmente da
capital, falam é necessário
ter-se um dicionário especial
e oral. 69,301, olhar 43,
bocó, dá uma geral, são
algumas palavras que poucos
conhecem seu fundamento.
Na verdade, significam: tudo
igual, menstruação,
paquerando, apalpar a
namorada (ou ser revistado).
Segundo os psicólogos, a
linguagem é algo ligado à
idade. Se assim for, será que
os idosos têm algo de especial
quando murmuram na porta
de um bar?
Sem reservas
O mês de junho chega
trazendo uma boa notícia. O
ministério da Fazenda, prevê
uma inflação para este mês
de apenas 27%. A taxa
inflacionária, segundo
informações chegadas de
Brasília, foi recebida pelo
novo ministro com uma
"certa reserva". Na verdade,
no Ministério da Fazenda,
deve-se trabalhar com
projeções. Porém no Brasil,
estas projeções acabam se
tornando realidade. Para
quem iniciou o ano com
quase 30%, três pontos a
menos, pode ser uma boa
surpresa, sem reservas e sem
nada. Detalhe: o Chile
obteve uma inflação de 1%.
Isso com relação ao ano de
1992. Milagre? Não: muito
trabalho e sinceridade juntos.
...Para o pior
E por falar em inflação,
detalhe 2: os técnicos do
Ministério da Fazenda
encontraram uma solução
para baixar a inflação:
aumentar a taxa de juros.
Isso mesmo: eles
recomendaram ao Eliseu, que
aumentasse as taxas como
única alternativa de conter a
alta da inflação. O presidente
Itamar, que não gosta de
opiniões desse tipo, está com
uma espinha na garganta que
deve sair rapidinho. E do
jeito que mineiro sabe fazer.
E descaso mesmo!
Os aeroportos existentes no
interior da Bahia continuam
relegados ao descaso.
Principalmente aqueles onde
as cidades têm prefeitos
contrários à política estadual.
Municípios que necessitam
de um atendimento via aérea
em curto espaço de tempo,
estão sem combustível e até
mesmo sem a pista de
pouso/decolagem adequada a
mais ínfima aeronave.
Comporta ap,enas ultra-leves
e olhe-olhe! E mister que o
DAB dê uma verificação
nesses campos de pouso e,
dentro da política
governamental de moralizar
a Bahia, moralize também os
aeródromos tão esquecidos
por parte das autoridades.
Por Carinhanha
Pela primeira vez em sua
história, o município de
Carinhanha recebeu uma
doação do governo federal.
Foram 24.840 quilos de
feijão que o prefeito Geraldo
Costa está distribuindo com
a população carente.
"Estamos abrindo espaços
para a comunidade, fato que
nunca ocorreu aqui" disse o
prefeito. Além disso, Geraldo
já conseguiu telefone para a
Agrovila 23, fato há muito
reivindicado, bem como
beneficiamentos para
localidades como Angico e
São José (Barrinha).
Durante sua campanha,
Geraldo disse que desafiava
qualquer prefeito a
acompanhar seu ritmo de
trabalho e hoje, em curto
espaço de tempo, apenas 100
dias de governo, já cumpriu
grande parte do prometido.
Lenda
viva
Existem algumas figuras
no Brasil que se
tornaram legendárias em
vida. Uma delas é a do
banqueiro mineiro
Magalhães Pinto, ex-
governador, fundador do
Banco Nacional, aquele
do guarda-chuva (ou do
guarda-sol, como chama
os cario-ris). Mesmo do
alto de seus oitenta e
tantos anos, doente e
sem as manifestações
peculiares a um homem
de seu porte, continua
respeitado.
No é novidade
US$300 milhões. Melhor
dizendo: trezentos milhões de
dólares! Isso é quanto vale
um cemitério de projetos da
Sudene, existente no Piauí. A
notícia não causou espanto
nas capitais, mas no interior
do país, trata-se de um soco
na cara. Principalmente nas
regiões onde a Sudene tem
raio de ação, como a Bahia e
Norte de Minas Gerais.
Tanto dinheiro gasto em 15
projetos, distribuídos em 35
mil hectares. E todos os
projetos ineficientes ou
inativos. Enquanto isso, as
terras que poderiam dar
alguma coisa, são
consideradas pela própria
Sudene, como improdutivas.
Ficam por aí, sendo
adquiridas pelas oligarquias
políticas, ou quando não, são
distribuídas a torto e a direito
para os amigos de prefeitos
de algumas cidades
brasileiras.
4 Integração do Vale, Junho, 1993
5. Acredito muito
nesta região
e tudo farei
por ela
Sempre pensei
em ser um dia
governador
de meu estado
Exclusivo
Prisco: " deviamos lutar pela região"
Ex-ministro de estado, hoje deputado federal,
ele une o rural ao urbano e fala sobre
as perspectivas políticas do país
e o futuro do Vale do Algodão.
JV - O que o senhor acha de
Fernando Henrique Cardoso,
como ministro da Fazenda?
R - E um político muito qualificado e
um intelectual de muito prestígio. Ele
tem excelente relacionamento com o
meio econômico nacional, ele tem
portanto, condições de fazer um bom
trabalho. Agora, eu acho que ele não
sonha, nem nós devemos sonhar com
resultados positivos imediatos. A queda
da inflação há de ser conseqüencia de
um trabalho continuado, persistente.
IV - O governo liberou uma verba de
bilhões de dólares para a cultura
cacaueira. E como fica o algodão na
região do sudoeste baiano?
R - Olhe, eu o ano passado discuti
essa questão aqui. O algodão é um
produto agrícola sem prestígio político.
O cacau, como a soja, ou seja esses
produtos de exportação, têm mais peso
político que o algodão. Eu acho que o
que devemos fazer é um esforço no
sentido de reativar a cultura do
algodão, através de um programa que
não esteja necessariamente dependente
da cultura do algodão. Da cultura e de
sua transformação. Eu acho que nós
devíamos lutar aqui para promover na
região, o aproveitamento integral do
algodão. Isso leva a se criar um pólo
agroindustrial que tenha como base o
algodão. O algodão no estado natural,
em torta para ração em tecido, o
algodão para óleo. É assim sim, nós
criaríamos uma base econômica muito
forte para enfretarmos os acidentes
pólo industrial. O governador do
estado tem um documento que
entregamos no ano passado, pedindo a
inclusão da região no esquema do
PROBAHIA, que é um programa de
desenvolvimento industrial localizado,
criado no sentido de explorar as
vocações econômicas de cada região, e
nós esperamos que haja uma definição
no sentido de que o estado quer
incentivar um pólo de fiação e
tecelagem, nada mais adequado do que
Guanambi, nesta região.
IV - O presidente Itamar deu a
opção para que os partidos políticos
escolham os ministros. O senhor acha
correto essa decisão do presidente?
R - Não, eu não acho correto. Acho
que desnatura o sistema
presidencialista que o povo acaba de
consagrar através de plebiscito. O
ministro é escolhido e é expressão do
Presidente da República. Esse processo
de lotear, entre partidos, o governo,
leva normalmente a uma desagregação
que impede o bom desempenho do
governo. Agora mesmo, os dois
principais partidos da coligação que
apóia o governo, estão envolvidos em
uma competição a respeito de mando,
comando, de prestígio. Isso é ruim,
mas poderia ele próprio, o presidente,
nomear os ministros, escolhendo entre
os mais capazes, e como é normal,
escolher os melhores dentro dos
partidos.
IV - O ministro Cavailo, disse que o
Brasil não precisa dolarizar a
climáticos cíclicos que têm perturbado
muito o processo produtivo da região.
IV - Guanambi tem um bairro
industrial. O que falta para que seja
criado um distrito industrial, com
incentivos do governo, redução de
impostos etc?
R - Acho que falta decisão política e
organização empresarial. Acho que o
algodão, como eu disse, não tem muito
prestígio político é importante para
nossa região, mas não é de importância
vital para a economia do estado. Então
nós teríamos que fazer um trabalho
político, para viabilizar a criação deste
6. Exclusivo
economia. O senhor concorda com
isso?
R - Eu creio que cada país tem sua
realidade. Você não pode trazer, por
exemplo, o resultado da Argentina,
Chile, Bolívia e o próprio Paraguai,
que está com uma economia
regularizada, e aplicar no Brasil um
modelo estranho à nossa realidade. A
inflação no Brasil tem várias
motivações. Muitas delas de ordem
estrutural e podem ser diferentes das
enfrentadas pelo ministro Cavallo, na
Argentina. Temos que procurar uma
receita que leve a retomada do
crescimento na economia, retomada
dos investimentos, a volta dos
financiamentos e em relação à
economia agrícola, que o governo
enfrenta a questão do subsídio. A
agricultura no Nordeste não sobrevive
com TR e não sobrevive sem
incentivos. E preciso superar esses
preconceitos entre os políticos e voltar
a praticar no Nordeste, uma política de
incentivos, sem a qual não vamos
recuperar a estabilidade econômica.
IV - Desde a época de Mailson que
era proibido falar em política dos
subsídios. Trata-se de uma abertura ou
necessidade mesmo?
R - Não. Ela reflete uma convicção
de que nós temos. Pelas características
sócio-econômicas do Nordeste. Sem
incentivos, não conseguiremos fazer
economia, sobretudo agrícola. Agora:
os países mais avançados, sobretudo na
Europa e nos Estados Unidos também,
países que tenham aplicado a chamada
política liberal, adotam subsídios para a
agricultura, a fim de que cada nação
tenha as condições de competição.
Hoje nós estamos importando muitos
produtos agrícolas incentivados e não
damos internamente incentivos para o
nosso produtor agrícola. Acho que é
um preconceito trazido ou construído
pela tecnocracia, dentro de bases, de
doutrinas econômicas que se chocam
com a realidade nacional.
IV - O senhor é candidato a
governador?
R - Eu sempre tive vontade de ser.
Para lhe ser franco, não me sinto
reunindo as condições políticas
objetivas para isso. Continuo sendo até
como forma de estímulo, um objetivo a
O algodão não
tem prestígio
ser alcançado, mas para ser realista,
não tenho as condições no momento.
IV - Mas seu nome foi cogitado
várias vezes. Por que não aceitou?
R - Um candidato a deputado é dono
de sua candidatura. Eu me lanço
candidato, vou buscar apoio para mim.
Um candidato a governador - é fruto
de um esquema político. E esse
esquema envolve partidos. Envolve
disponibilidades financeiras. Posso
conseguir montar um esquema político,
mas não sei se posso montar um
esquema financeiro. E a eleição hoje,
lamentável, desgraçadamente, vai se
tornando cada vez menos um
fenômeno político que um fato
financeiro irrecusável.
Produtos Veterinários, Agrícolas, Adubos,
Defensivos, Sementes Selecionadas, Rações para
pequenos e grandes animais
Praça Getúlio Vargas, 308 Depósito (073)451-1424
Fone: loja (073)451-2036 - Guanambi - Bahia
Iriltgraço do ' ale, .Junho. 1993
7. Espelhos e fornos podem ser montados até mesmo em casa
Tecnologia
Estado dinamiza o programa solar
Coelba implanta sistema que viabiliza
a produção e abre perspectivas para
o setor econômico de vários municípios
principalmente os de semi-á rido.
té janeiro do ano que vem, três
municípios do semi-árido baia-
no vão ter energia elétrica movida a luz so-
lar. Trata-se de um programa pioneiro no es-
tado que prevê um investimento de US$710
mil e a instalação de equipamentos comple-
tos em 416 municípios no interior do estado.
O projeto é uma iniciativa da Coelba, em
parceria com o governo norte-americano,
que deverá investir US$350 mil na primeira
fase do programa.
O diretor do Departamento de Conversão
de Energia Solar, Conservação e Energia Re-
nováveis dos Estados Unidos, Robert Arma,
esteve em Salvador onde acertou os últimos
detalhes do convênio que será assinado no fi-
nal de junho. O programa deverá beneficiar
1295 usuários em dez localidades da Bahia.
A previsão é começar em junho com as cida-
des de Uauá, Casanova e Remanso. A opera-
cionalização do novo sistema depende, entre-
tanto, da chegada dos equipamentos dos Es-
tados Unidos em dezembro.
O presidente da Coelba, José Lins Pires
Garrido, não disse o quanto a empresa pode-
rá economizar com a opção pelo sistema de
energia solar, mas garantiu que é a melhor al-
ternativa para levar energia a áreas muito
distantes. Hoje, como o uso desse tipo de
energia ainda não é muito difundido no país,
ela acaba sendo mais cara que a hidrelétrica.
Entretanto, alto custo com linhas de trans-
missão torna a energia solar competitiva no
mercado local.
Taxa mínima - Os consumidores bene-
ficiados pelo programa vão pagar uma taxa
de consumo baseada no mínimo, que corres-
ponde ao consumo de 30 kwlh. As localida-
des beneficiadas com a energia solar foram
escolhidas segundo alguns critérios. Só parti-
cipam do programa localidades que estejam
distantes, no mínimo, dez quilômetros da re-
de da Coelba, abriguem mais de 20 domicí-
lios, tenha pelo menos uma unidade comuni-
tária - como um posto de saúde, por exem-
plo - e um poço artesiano. Além disso, to-
das elas têm que apresentar um índice de in-
solação anual alto, com mais de oito horas
por dia. Na região sul, esse valor está em tor-
no de cinco horas/dia.
A Bahia não é o único estado brasileiro be-
neficiado pelo programa, que já existe tam-
bém no Ceará e Pernambuco. Em Salvador,
a Coelba mantém experiência piloto na cape-
la do edifício sede da Paralela, que permitirá
a iluminação interna do santuário.
At é m e sm o em c a sa
se pode ajudar por
um preço bem baixo
Por vezes ele é acusado de ser o senhor
da seca, do calor, das doenças e até
mesmo da morte. Entretanto, ele é um
grande aliado do homem, onde quer que
ele se encontre, Assim é o sol, estrela de
quinta grandeza, que ilumina a Terra e
faz com que todos nós tenhamos vida E
seu aproveitamento é apenas teórico?
Não: tia prática também ele dá seu toque
de vida, A captação da energia solar e
uma realidade que hoje domina inúmeros
lares em todo o mundo.
Por apenas USSS mil. pode-se ter energia
solar em uru sitio de médias proporções,
por muito menos até mesmo U515(X),
podese ter a energia solar dentro de casa,
indo do dia a dia de cada um O
JØde ser o paliativo para o desperdício
&erteidade comum no Brasil Na
verdade, o brasileiro é o povo que mais
comi-some eletricidade e telefonia sem
utilizar o necessário da energa e dos
telefones Em outras palavras: somos
consumidores natos e ainda reclamamos
do que gastamos sem necessidades. ()sol.
entretanto pode ser a saida para se
formar urna economia domestica e nos
cnszt*' a seu gente.
]Empresas corno a Osram e a
1-leitodmâmica, produzem sistemas de
captação de energia solar que podem ser
acoplados a urna casa. 5100 ou fazenda A
depender da necessidade, pode se ter um
painel solar que capte toda energia e
transforme-a cm øleir'mcidade, dando-nos
condiçõcs de sobrevivência em todos os
sentidos. Um paitiel solar é hoje algo tão
corriuuemro quanto tomar uru cafevmho
ou belrer orna cerveja no bar mais
próximo O importante é ter
conhecimento de como utilizar esta
energia e como fazer com que ela traga
beneficias e redução de custos em todos
os sentidos
No Nordeste brasileiro, o sol pode se
tranformar na redenção de todos os
setores O que falta, porem e a iniciativa
dos governantes em Incentivar maiores
pesquisas científicas e delas fazer uso
soltado para a população. Quando isto
acontecer, então tudo catara pronto para
que cheguemos ao primeiro mundo de
uma forma direta e sem prejuízos para a
sociedade como um todo
llltcgraçã() do Vale, ,Junho, 1993
8. Geral
Mulher morre por ter mau hálito
Inconformado com o problema, ele
asfixiou sua companheira que lhe exigia
manter relações sexuais dentro
dos padrões tradicionais.
1 ndianápolis -EUA -
Um homem que confessou
ter assassinado uma mulher que
tinha mau hálito e que lhe exigia
que tivesse relações sexuais foi
condenado a 60 anos de prisão.
Keneth Faust, 48 anos, disse ao
juiz que passava por uma etapa de
abstenção de consumo de álcool
quando matou Kathien Bond, 42
anos, em outubro de 1990. Faust
foi considerado culpado pelo crime
em novembro do ano passado. O
corpo de Bond foi encontrado no
sótão de um prédio de apartamento
em Indianápolis, onde ela e Faust
moravam.
Durante o julgamento, os membros
do júri viram uma gravação com a
declaração de Faust que indicava
que Bond lhe exigia que
mantivessem relações sexuais, mas
que ele se negou a atendê-la e
asfixiou-a porque tinha mau hálito.
O júri descartou a alegação da
defesa de Faust de que este agiu em
legítima defesa e que a morte havia
sido "acidental".
Um milhão por uma virgem
Nova lorque - Um milionário norte-americano, alarmado com o
alto índice de mães menores, decidiu oferecer US$1 mil às jovens de
três bairros de Nova Iorque que ficarem virgens até os 19 anos.
John Napoleon La Corte, 78 anos, criou um fundo de US$100 mil
para efetuar a façanha. Segundo ele, "fiquei impressionado quando
li que cerca de 40 mil jovens com menos de 15 anos estão grávidas
nos Estados Unidos. Os mediterrâneos dizem que o maior presente
que uma jovem pode dar ao seu marido é a virgindade. Aqui é o
contrário". Para ter direito ao prêmio, as jovens de 19 anos devem
se submeter a um exame médico, devendo constar sua virgindade.
Com relação aos rapazes, o milionário disse que eles estão fora de
seu programa. "E difícil saber qual homem que é ou não é virgem".
Cola vicia os menores
São Paulo - Metade da população jovem e carente de São Paulo, entre
14 e 17 anos, esta viciada em cola de sapateiro e outros produtos tóxicos.
A denúncia é de Almar Romano Ferreira, presidente do Sindicato dos
Calçadistas de São Paulo. O sindicato dos calçadistas representa cerca de
20 mil trabalhadores, distribuídos em 1.200 fábricas em todo o estado.
Segundo Almar, é comum encontrar jovens cheirando a cola até mesmo
quando estão trabalhando em algumas fábricas, principalmente aquelas que
não têm estrutura adequada para produzir a cola. Das 600 microempresas
de sapatos de São Paulo, 400 delas não possuem nenhum sistema de
ventilação pra dissipar o cheiro dos produtos químicos e isso prejudica
principalmente os jovens que trabalham nelas.
Petistas acabam presas
Porto Alegre - A vereadora Helena Bonuma, do PT, decidiu pedir explicaçôes
ao comando da Brigada Militar sobre a prisão de duas petistas e militantes do gru-
po feminista Lua Nova da mulher, denunciando a discriminação sofrida por am-
bas. Elas reclamaram de um freqüentador que passara a mão nas nádegas de uma
delas, em um bar e, na confusão, terminaram presas pela PM gaúcha. Os policiais
alegaram que foram agredidos a tapas pelas feministas quando intervinham na
ocorrência.
As duas mulheres estavam em um bar, quando Antônio Carlos dos Santos Cu-
nha, passou a mão nas nádegas de Márcia Bauer, 30 anos, professora de Educação
Física e da estudante Inês Arigoni, que também estavam no Bar Van Gogy. Com
a confusão, os soldados que foram socorrer as duas mulheres, acabaram sendo
agredidos por elas. Segundo o soldado Cléo, as duas petistas feministas foram deti-
das por agressão e desacato à autoridade, tendo suas amigas pedido ajuda à verea-
dora Helena Bomuna que chegou ao comando da PM acompanhada pelo vice-
prefeito de Porto Alegre, Raul Pont.
Ç
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8 Integração do Vale. Junho, 1993
9. Vidade
tória da Conquista é hoje uma
intrigada com uma
questao crucial: o que esperar do futuro?
De que forma pode a comunidade se
posicionar e agir para projetar seu próprio
destino? Do alto de sua enorme
importância no cenário das cidades baianas,
Conquista contempla na realidade um
desafio cativante - prosseguir numa
trajetória de crescimento e
desenvolvimento que, até aqui, teve seus
altos e baixos, mas sempre foi constante.
O que está em jogo acima de tudo é uma
escolha que precisa ser feita: a Agricultura,
tradicional esteio do progresso da cidade e
da região chegou a um ponto de virtual
Impasse. Progride muito rapidamente no
que se refere à produtividade e ao
enriquecimento tecnológico; mas não pode
continuar se desenvolvendo se não tiver o
concurso de um maior esforço pela
industrialização. Contraditório? De jeito
nenhum.
O café foi a mola propulsora que
introduziu, em Vitória da Conquista, o
Em meio ao trabalho, a pausa para
a diversão através da
micareta, realizada com êxito.
ftS
MufliCIPIOS
Conquista: um desafio do futuro
O dilema existe, mas a administração mantém
uma luta constante em prol de seu fim.
Hoje a cidade ganha novos espaços
e atrai mais investidores.
movimento dinâmico da modernização.
Não apenas das atividades econômicas, mas
também nas relações sociais e culturais. O
ciclo representado por ele, entretanto,
esgotou-se, com a ajuda de fatores
externos, alheios aos mais ingentes esforços
das classes produtoras.
A tempo, descobriu-se que a
diversificação poderia exercer um papel
redentor. Mas nesse processo, a
industrialização se faz indispensável.
Inclusive porque é necessário acolher a
mão-de-obra excedente, emersa dos
cafezais, durante o pendo de transição. E
porque faz-se indispensável estabelecer
meios para que a oferta de trabalho não
apenas absorva os operários ociosos, mas
também acomapanhe o constante e
vigoroso crescimento da população. Dados
revelados pelo IBGE apontam para um
crescimento da ordem de 2,5% na
população conquistense ao ano. Um
contingente que, agora em 93, já soma
cerca de 324 mil pessoas.
Esse é, em poucas palavras, o grande
desafio: a cidade confrontada com as
opções possíveis deixou de lado a
estagnação e, fiel a seu caráter, preferiu
encampar o desafio. Quer crescer e
progredir.Essa escolha, visível na eleição,
com estrondosa vantagem de José Pedral
Sampaio para regressar à irefeitura, impõe
agora um elenco de atitudes e novas
situações, que demandam coragem e
unidade entre os cidadãos. Há que somar
forças para, por exemplo, assegurar a
construção do novo aeroporto; para
dinamizar as atividades do centro
industrial; para apoiar o desenvolvimento
de indústrias locais (um bom exemplo disso
foi o sucesso espetacular da 1a Feban, que
deixou estonteados até seus promotores).
Firme na direção de um futuro brilhante,
Conquista quer cresce:. Mais que tudo,
seus líderes e políticos estão diante da
determinação incontível de um povo
acostumado a curtir, no frio da Serra, uma
couraça esculpida pelo trabalho duro. Para
os conquistenses, não há dúvida quanto ao
que vem pela frente.
E crescer ou crescer.
Integração do Vale, .Junho, 1993 9
10. nfrentando dificuldades e
utilizando recursos próprios, o
prefeito de Carinhanha, Geraldo
Costa, já efetuou a abertura e
terraplanagem da rodovia que liga o
município a Feira da Mata (divisa), em um
total de 38 quilômetros. Segundo
informações prestadas por Geraldo, até
então, nenhum administrador havia
realizado esta obra reivindicada há muito
pela comunidade. "O trabalho não termina
aí; iremos melhorá-la a fim de que a
população use-a como merece" - disse o
prefeito.
O trabalho realizado por Geraldo, vem
repercutindo em toda região. Tanto que
líderes comunitários já apontaram seu
nome como virtual candidato a uma vaga
na Assembléia Legislativa. "Entretando,
não sou candidato" disse o prefeito,
salientando que "sei que tenho o apoio,
mas não me interesssa. Meu apoio fica com
o deputado José Rocha, com quem temos
compromisso".
Saúde - Para Geraldo, o setor de saúde
começou a funcionar a partir de agora.
"Antes, até mesmo um corte profundo, o
paciente teria que ser levado para
Guanambi ou Caetité. Hoje temos
condições de atender aos nossos doentes.
Carinhanha, mesmo com 80 anos de
emancipado, somente agora sentiu de
perto, segundo o prefeito, "a importância
de se priorizar esse setor. Nosso hospital é
municipal, porém o paciente é bem
atendido, por uma equipe de médicos
competentes".
Oswaldinho
maior
atração
do
São
João
10
Do extenso areal surge
uma estrada compactada
para melhor
servir à comunidade
P
Mufliciplos
Dificuldades nã o impedem crescimento
População de Carinhanha começa a conviver com
um novo modelo de administração. Rodovia
ligando dois municípios é recuperada
e tráfego começa a ser normalizado.
Educação - De acordo com informações
de Geraldo Costa, o setor de educação
também foi relegado ao descaso. "As
escolas pareciam presídios, sem nem ter
onde o aluno se sentar e até mesmo
faltando o telhado. Reformamos 56 escolas,
demos a estrutura adequada ao ensino e
pusemos carteiras escolares em toda as
salas -de aula da área urbana e zona rural.
"Até mesmo o salário dos docentes, foi
equiparado, já que nunca os professores
recebiam o merecido. Iremos "fazer este
ano o que nunca foi feito em 50 anos de
administração" - frisou o prefeito.
Até mesmo o clube, que se encontrava
Oswaldinho do Acordeon é a principal
atração dos festejos juninos no município
de Pindaí, que este ano promete realizar
um de seus mais animados São João.
Cumprindo uma tradição, o prefeito
Waldemar Prado, está empenhado em dar
à população "um momento de divertimento
adequado, já que o momento econômico
em nada vem ajudando para esse tipo de
evento". Os festejos têm início dia 15 e
terminam apenas no dia 24.
Segundo Waldemar Prado, além de
fechado há bastante tempo, foi reaberto.
"Teremos um ginásio de esportes a fim de
atendermos às necessidades básicas de
lazer". Com relação ao mercado, ele disse
que está realizando um trabalho adequado,
com estrutura metálica, além de construir
módulos na sede, na agrovilha e em outros
locais onde ainda se buscam áreas
adequadas.
Outras obras de estrutura para Carinhanha
são o calçamento de 6 mil metros no
povoado de São José, calçamento na
avenida Santo Antônio, urbanização ao
redor da Lagoa, no bairro Sudene,
barragem do Sangradouro.
Oswaldinho do Acordeon, haverá atrações
regionais, "sempre prestigiando os artistas
da terra", além da Banda Turbo, que dará
um toque especial ao evento. Mesmo
enfretando dificuldades, devido a crise
econômico-financeira que atravessa o país,
Waldemar pretende manter a tradição
festiva, participando junto com a
população rural da preservação desse bem
cultural. "E uma forma de se crescer,
levando animação sem perder os valores
que existem em nós" - argumentou o
prefeito.
Integração do Vale, .J iiiiliu. 1993
Pindaí
' traz Oswaldinho
11. Feira da Mata passa por
sér
ias dificuldades
O município de Feira da Mata, distante
cerca de 900 quilômetros do Salvador,
está sem nenhuma estrutura
administrativa. Muito embora tenha
sido emancipado há mais de três anos,
Feira da Mata, ainda não tem telefone,
havendo apenas um PS-Posto de Serviço
da Telebahia, o que dificulta bastante as
comunicações. Como se não bastasse, o
setor de transportes está funcionando
precariamente, já que as rodovias são
inexistentes.
Alegando dificuldades, o prefeito de
Feiras da Mata, Miguel Arcanjo Soares,
não tem condições de executar obras de
porte como a conclusão da rodovia
ligando seu município a Cariranha. Ele
argumenta que faltam máquinas e mão-
de-obra especializadas, muito embora
sinta necessidade de executar os
serviços. Entretanto, fontes extra-oficiais
dão conta de que Miguel passa um bom
tempo em Salvador, onde deveria
manter entendimentos com membros do
DerBa, tentando conseguir ajuda para
solucionar problemas como este.
Miguel: está faltando
ajuda
Enquanto isso, sem telefones e sem
estradas inclusive, o município continua
relegado ao esquecimento, perdendo
divisas gerando sérios problemas entre a
população local.
SI,
MunícÍpios
Doação de feijão beneficia barnabé
' s
Funcionários recebem ajuda do município
que tenta de toda forma burlar a crise
que assola todo país. Para eles,
mais comida e incentivos profissionais.
0s funcionários da Prefeitura
Municipal de Vitória da Con-
quista também vão receber o feijão que
está sendo distribuído para as famílias
carentes e de baixa renda familiar. O
prefeito Pedra! Sampaio autorizou a Se-
cretaria de Desenvolvimento Social a es-
tender o benefício do feijão para os servi-
dores municipais, que comprovadamen-
te ganham menos de dois salários míni-
mos por mês, que é a sua grande
maioria.
A Secretaria de Desenvolvimento So-
cial está acabando de efetuar a distrítui-
çáo do produto entre a população caren-
te da Zona Urbana, entidades filantrópi-
cas, como também aos cabos e soldados
da Associação da Polícia Militar. Além
disso vai distribuir também para as famí-
lias que por algum motivo não se cadas-
traram nas associações de bairros, para
terem direito ao recebimento do feijão
que foi doado pelo Governo Federal.
Em Conquista, até agora, já foram be-
neficiadas 9.048 famílias, com a distri-
buição de 98 toneladas do produto. De-
pois disso feito, a equipe que está coorde-
nando todo o trabalho dará início à dis-
tribuição entre os funcionários da Prefei-
tura. Serão beneficiados mais de 3.000
servidores, e cada família vai receber seis
quilos.
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11 Integração do Vale, Junho, 1993
12. Alunos estão preocupados com situação do colégio
Cidade
r e
N
Colepos estão em estado de penúria
Pais fazem coleta de material didático a fim
de que seus filhos possam aprender alguma
coisa. Já no outro educandário, alunos
assistem as aulas de pé.
0s colégios da rede estadual
de ensino existentes em
Guanambi estão completamente
relegados ao descaso. Faltam carteiras,
giz, material didático, além de
atualização profissional. Recentemente,
pais de alunos e professores do Colégio
Estadual Luis Viana iniciaram uma
campanha em busca de recursos para a
aquisição de material didático, já que a
verba prometida pela Secretária de
Educação do Estado, Dirlene
Mendonça, liberada depois de muito
sacrifício, não foi suficiente para cobrir
os gastos com o colégio.
Dezenas de alunos estudam de pé, no
Colégio Estadual João Durval
Carneiro, localizado na Avenida Santos
Dumont, em Guanambi. Já no Colégio
Luis Viana, a situação não é menos
precária: dezenas de estudantes ficam
sem acompanhar as aulas devido à
falta de giz e até mesmo papel para os
professores. O quadro crítico de ambos
educandários chamou a atenção de
pais de alunos e professores, que
acabaram realizando uma campanha
pública, reivindicando ajuda para a
compra de material didático, como
álcool, papel e matriz.
Muito embora já tenham reivindicado
junto ao governo do estado uma
atenção especial para os colégios, os
diretores do João Durval e Luis Viana
continuam sem recursos básicos. No
João Durval Carneiro, a situação é
periclitante, chegando ao ponto de os
estudantes assistirem aulas de pé, já
que não existem carteiras. "Em dias de
prova, somos obrigados a chegar
sempre antes do horário. Quem chega
no horário não tem onde se sentar e
faz as provas no chão", diz um dos
alunos. Lá estudam cerca de 3 mil
pessoas.
Sem material - Já no Colégio Luis
Viana, o problema se relaciona com a
falta de material didático. Os alunos
compram tudo aquilo que deveria
existir no colégio, pois, conforme a
nota distribuída pelos professores e pais
de alunos, "as verbas repassadas pela
Secretaria da Educação do Estado
foram insuficientes para cobrir as
despesas". Tudo isso levou "pais e
Com dez cursos profissionalizantes em
nível médio, será inaugurada no próximo
ano, a Escola Agrotécnica Federal de
Cuanambi. A informação é do deputado
Prisco Vianna, que há anos vem
reivindicando a instalação desse
educandário na localidade de Ceraima.
Agora, depois de cinco anos, o presidente
Itamar Franco sancionou a Lei de criação
e a liberação de recursos na ordem de
US$6 milhões, para a obra, além de US$1
milhão para a compra de equipamentos
adequados.
Com capacidade para funcionar nos três
turnos, com 36 professores, a Escola
Agrotécnica Federal de Guanambi, está
vinculada à Escola Federal de Catu. "Ela
além de formar técnicos nas áreas de
zootecnia, agricultura, também vai
abranger cursos como o de analistas de
sistemas" - salientou Prisco Vianna. A
notícia de criação da escola foi recebida
professores em reunião no dia 20 de
maio a realizar campanha de
arrecadação de materiais".
com júbilo pela comunidade estudantil, que
hoje se desloca para cidade como Montes
Claros e Salvador, para concluírem seus
estudos de segundo grau.
"Sempre observei que havia uma
necessidade grande nesse sentido. Tanto
que, quando fui ministro de estado, em
1988, tratei de me empenhar na criação
desta escola e a de Santa Inês. Hoje,
felizmente, vejo coroado esse trabalho" -
frisou o deputado, salientando que a escola,
além de atender às necessidades da região,
vai "dar um novo impulso às pesquisas e à
cultura de uma forma geral". A localidade
de Ceraima foi escolhida depois de o
minucioso estudo técnico feito por
especialistas do governo. Depois de muitos
anos com suas obras paralisadas, a escola
virá atender não apenas a Guanambi,
como municípios que compõem o Vale do
Algodão, já que será o único educandário
especializado a funcionar em uma área de
32 municípios.
Sai Escola Agrotécnica
12 lfltcgraçà() do Vale, .Junho, 1993
13. POSTO COMUNITÁRIO DO RITO CAIÇARA
SECRFrARM'sAuoE
Vá: tomando conhecimento dos problemas "in loco"
Cidade
Programa alternativo na administraçao
Prefeitura inicia visita aos bairros, ouve
a população e atende reivindicações dentro
do possível, já que Guanarnbi continua
em estado de emergência
istritos, povoados e bairros da
zona rural e área urbana de
Guanambi estão sendo visitados pelo
prefeito Vá Boa Sorte e toda sua equipe. O
programa faz parte do projeto
Administração Itinerante, idealizada pela
prefeitura. Vá pretende atender in loco as
reivindicações das comunidades e, para
tanto, esta levando consigo todo staff
administrativo. Guanambi, que
recentemente decretou estado de
emergência, passa por um dos momentos
mais difíceis de sua história, já que há mais
de quatro meses não chove, gerando sérios
problemas.
Depois de manter uma reunião com todo
secretariado, o prefeito Hildevaldo Boa
Sorte, PMDB, decidiu decretar estado de
emergência no município de Guanambi. A
notícia já era aguardada pela população,
principalmente moradores da zona rural,
onde a situação é mais grave devido a falta
de água, já que há vários meses não chove
na região. Recentemente, reunido com
líderes de 14 comunidades, na localidade de
Morrinhos, o prefeito ouviu da população a
afirmação de que só com a criação de
frentes de serviços tudo poderia ser
minorado. Como resposta, Vá Boa Sorte
pediu que fose cadastrado um membro de
cada família, a fim de que trabalhasse na
frente criada pela município.
ifinerante - Para tomar conhecimento
dos graves problemas que afetam a
população de Guanambi, Vá Boa Sorte
decidiu ir com todo secretariado fazer uma
visita aos bairros, distritos e povoados do
município. Sua intenção é tratar
diretamente com o povo, na área urbana,
sobre os problemas que afetam a
população. Durante um ou dois dias, o
prefeito ficará em cada bairro, ouvindo as
reivindicações e buscando soluções
imediatas para os problemas. O mesmo
acontecerá na zona rural, onde Vá irá se
reunir com líderes comunitários,
agricultores e produtores rurais. Sem obter
recursos da esfera estadual, ele espera
administrar Guanambi afetando o mínimo
sua estrutura, já que o município passa por
sérias dificuldades.
Prefeito cumpre o prometido
e doa feijao aos carentes
Feijão: realidade para os
carentes
Cerca de 12 mil famílias taram beneficiadas
com a distribuição de feijão no município de
Guanambi. As 63 toneladas doadas pelo
Governo Federal foram entregues na área
urbana e zona rural, beneficiando a população
carente do município. Coordenada pela
primeira-dama e por membros da Secretaria de
Saúde e Bem-Estar Social, a entrega do feijão
agradou a comunidade, que atualmente vem
enfrentando um dos piores momentos da
região, devido à forre seca que assola os
municípios do Vale do Algodão.
Morrinhos, Mutans, Ceraima, Ventura, Poções
e Suruá foram localidades beneficiadas com a
entrega do feijão, na zona rural, enquanto que
na área urbana, a distribuição foi feita em
N
postos localizados no Mercado Popular, Igreja
o bairro Alvorada e no Centro de Esportes.
As famílias beneficiadas. 12 mil ao todo,
receberam quantidades que variavam entre
cinco a lO quilos do feijão, dependendo do
percentual de membros. Até cinco pessoas, a
família tinha garantido cinco quilos de feijão,
enquanto que, quando o número de pessoas
era superior, o responsável era beneficiado com
lO quilos. Depois de um rigoroso
cadastramento, a prefeitura fez a entrega das
63 toneladas de feijão, atendendo assim a uma
doação do Governo Federal, oficializada há
três meses, quando cerca de 45 municípios
baianos receberam este benefício.
13 Integração do Vale, .Junho, 1993
14. Cidade
Mutans terá água potavel ja em 1994
Sistema atenderá o município até 2010. Quase
kxla canalização se encontra pronta.
A obra é uma das mais importante da região
já que atenderá a duas localidades.
té o ano de 2010 o distrito
de Mutans, localizado em
Guanambi e o município de Sebastião
Laranjeiras, terão água corrente,
potável, da melhor qualidade, sem
defasagem de seu abastecimento. O
fato se deve a conclusão da
canalização da água do Rio Mandioba,
para o distrito de Mutans nos
próximos dias. Paralizadas há bastante
tempo, as obas voltaram à tona devido
a liberação de um recurso na ordem de
Cr$2,5 bilhões, do Governo Federal,
beneficiando assim toda comunidade.
Paralisadas durante o governo Nilo
Coelho, em fins de 1991, as obras de
captação de água para Mutans, estão
agora em ritmo acelerado. Segundo
informações prestadas pela vereadora
Sizalta Donato, PFL, "faltam apenas
quatro quilômetros para que tudo seja
concluído". O fato se deve a uma
intervenção do deputado Prisco Viana,
que conseguiu a liberação da verba e
sua implementação na obra. Desta vez,
garante a vereadora, "ao contrário do
que ocorreu em 91, não haverá
impedimento por parte das autoridades
de Sebastião Laranjeiras".
Juntamente com Prisco Vianna, Sizalta
tambem conseguiu uma verba de
Cr$1,5 bilhão, destinada à canalização
de água para a sede de Sebastião
Laranjeiras. Até o ano 2010, Mutans e
a sede do município vizinho, terão
água em abundância e da melhor
qualidade, já que ela é considerada
similar à mineral. "A água não precisa
sequer ser tratada" - garante a
vereadora, salientando que até agora
foram construídos nove quilômetros da
canalização e o que falta será entregue
em curto espaço de tempo.
Cenas como esta
desaparecerão no distrito
Secretaria do menor cria programa especial
Os menores abandonados começam a ser
amparados no município de Guanambi. A
iniciativa é da Prefeitura Municipal através da
Secretaria da Criança e do Adolescente, criada
recentemente pelo prefeito Hildevaldo Boa Sorte.
Tendo à frente João de Deus Cotrim, a
secretaria tem como meta prioritária amparar
crianças, jovens e até mesmo os idosos que se
encontram nas ruas da cidade e na zona rural.
Para o secretário, "os problemas sociais são
grandes e hoje eles refletem principalmente nas
crianças que acabam sendo abandonadas pelas
famílias".
O número crescente de menores semi-
abandonados na cidade de Guanambi fez com
que "a prefeitura tomasse a iniciativa de preparar
um programa especial para a sociedade", salienta
João Cotrim. Segundo ele, com o êxodo rural "e
principalmente a doação de casas populares em
gestões anteriores, fizeram com que a população
da zona rural abandonasse o campo e procurasse
a cidade". Tudo isso "sem estrutura adequada,
propiciando o surgimento de inúmeros menores
que saem de suas casas pela manhã e só
retornam à noite".
O número de subempregados também é um
fenômeno que preocupa o titular da pasta e o
prefeito Vá Boa Sorte. Segundo Cotrim, "para
dar uma ocupação aos menores, a prefeitura
resolveu incrementar um programa que estava
esquecido há bastante tempo". Trata-se do
programa Futuros Produtores do Nordeste. "Em
outras palavras, os menores ficarão em uma área
de oito hectares, onde aprenderão, através de
cursos profissionalizantes, o que lhe couber". O
projeto é coordenado pelo agrônomo Ariston
Neves "e pode ser considerado uma redenção
para quem vive hoje nas ruas, sem ter nada que
fazer".
Aproveitamento - Os menores abandonados
que entrarem para os cursos serão aproveitados
pela administração municipal, que indicará os
locais onde eles ficarão empregados. "Até mesmo
aqueles que hoje pedem esmolas nas portas de
supermercados ou de lojas poderão ser
aproveitados nessas mesmas lojas". Como se não
bastasse, além do aproveitamento desses
menores, a prefeitura pretende agilizar, através
deles, a produção da merenda escolar. "Tanto no
campo experimental onde o projeto será
desenvolvido, quanto no dia-a-dia, eles
contribuirão para que a merenda escolar seja
produzida e distribuída nos colégios e entidades
privadas que dela necessitem" - frisou o
secretário. Além das crianças, os idosos também
serão amparados pela secretaria "que já tem
diversos planos em andamento a fim de que tudo
corra bem e Guanambi não venha a ser, no
futuro, mais uma vítima dos problemas sociais
- finalizou Cotrim.
Integração do Vale, Junho, 1993
14
15. Dia
12—sábado —recepção, identificação, inspe-
ção veterinária e localização dos animais da 6
às 12 horas
13— domingo - manhã livre 16b—Sonelida-
de de abertura oficial da VIII Exposição
—Desfile de animais -
17 horas— abilidades eqüestres
20 horas - show
14 —segunda - inscrição e pesagem dos10-
vinos que são paJ$gamento
16 horas - rodeio
20 horas - shows e atrações com artistas
tgionais
-9 horas - continuação do julgamento
dos bovinos
9:30 horas - início do julgamento dos
equídeos
16 horas - pista livre para atividades
eqüestres
20)soras - shows com artistas regionais
W-
-quarta - continuação do julgamento
IS horas - pista livre para atividade
eqüestres
20 horas - show com artistas regionais
17quinta - 17 horas - rodeio
20 horas - show com artistas regionais
18 -sexta 15 horas - ativida*equestres e
concurso de marcha
20 horas - shows e atrações - Apresentação
do cantor Sérgio Reis
19 -sábado 10 horas - escolha do melhor
tratador de bovinos - Rodeio
Escolha do melhor tratador de equídeos
20 horas - Show com artistas regionais
20domingo 10 horas entrega de taças e tro-
féus aos proprietários de animais vencedores
16 horas - encerramento oficial - entrega
de troféus aos grandes campeões - Desfile de
animais
17 horas - Rodeio
20 horas - Show com artista regional
Parque está todo reformado
Cidade
Produtores se reúnem em Guanambi
Realizado /)e11 (bjiag e patrocinado pela
Prel'eiuira I'vIiiiiiciul, a VIII' Exposição vai
se (rans/brinar na maior festa da região.
Entre as atraões, o cantor Sérgio Reis.
PROGRAMAÇAO
uanambi sedia de 13 a 20 deste
mês, VIII Exposição Agrdpecuária.
O evento, considerado o mais importante já
realizado na região durante os últimos anos,
além de reunir pecuaristas, estará contando
ainda com a participação de agricultores vindos
de todo o Vale do Algodão. Segundo o
presidente da Coopag - Cooperativa
Agropecuária de Guanambi, Walguimar Cotrim,
a exposição irá enfocar pela primeira vez os
problemas enfrentados pelos produtores na
agricultura, indicando-lhes possíveis soluções,
fato que jamais ocorreu em uma exposição desse
porte.
Muitos expositores estão com presença
confirmada na festa que reunirá produtores
baianos e mineiros. Serão 24 stands fixos, 30
quiosques, além de 90 barracas armadas dentro
de padrões delimitados pela Coopag. Bancos
como do Nordeste, Econômico, Baneb, CEF e
Brasil estarão participando do evento, que
pretende arrecadar, na bolsa de negociações e
nos leilões, cerca de Cr$12 bi. Durante sete dias,
de 13 a 20 de junho, os produtores terão
oportunidade de conhecer as inovações agrícolas
e pecuárias, além de travarem debates com
autoridades e técnicos convidados pela Coopag,
especialmente para orientar os agropecuaristas.
Sucesso - Walguimar acredita no sucesso
da exposição e para tanto, já conta com uma
equipe de 50 pessoas trabalhando noite e dia no
Parque de Exposições Gercino Coelho.
Totalmente reformado, o parque atualmente tem
condições de abrigar uma feira desse porte. "Há
muito que ele se encontrava abandonado, mas,
com muito esforço e ajuda dos produtores, a
Coopag conseguiu reformá-lo, a fim de que sirva
como cartão-postal para Guanambi". Todo este
trabalho, segundo Walguimar, implica um
sucesso absoluto da exposição. "Já sofremos
bastante com a seca que assola toda região e por
isso mesmo vamos incentivar a criatividade do
produtor, mostrando-lhe as diversas formas de
superar uma crise. Por esta razão é que
acreditamos ter a exposição um sucesso
absoluto".
Os oito mil e quinhentos metros quadrados que
formam o Parque de Exposições Gersino Coelho
já se encontram totalmente prontos para a VIII
Exposição Agropecuária de Guanambi.
Totalmente reformado pela Coopag, com apoio
da Prefeitura Municipal de Guanambi, o parque
possui estruturas modernas, em alvenaria, além
de ter sido totalmente recuperado, depois de ficar
durante anos em abandono. Depois de longo
tempo, a população de Guanambi vai reviver uni
período áureo na agropecuária, que tem agora
um verdadeiro salão de espoxições do mais alto
nível.
Os setes dias da festa dos produtores rurais do
Vale do Algodão e municípios vizinhos serão
marcados por eventos da mais alta importância
para a região. Um deles será o Leilão que dará
cerca de Cr$250 milhões em prêmios aos
vencedores. O evento, realizado em conjunto
com a VIII Exposição Agropecuária de
Guanambi, pretende arrecadar, segundo o
presidente da Coopag, cerca de Cr$12 bilhões.
Em conjunto com a Cooperativa, a Prefeitura
Municipal de Guanambi vem dando todo apoio
à festa que este ano também contará com a
participação do governo do estado, através da
Secretaria da Agricultura.
O setor agrícola também tem vez na festa
Paralelo à exposição de animais e de produtos
agrícolas da região, os participantes da VIII
Exposição Agropecuária de Guanambi,
participarão também de palestras e debates com
técnicos vindos de órgãos oficiais e de entidades
privadas. "Realizaremos um painel sobre a
agropecuária de uma forma que os pequenos e
médio produtores saiam beneficiados" - frisa
Walguimar Cotrim, salientando que "os debates
vão envolver técnicas da policultura e culturas
de mandioca, sorgo, soja, feijão, milho, enfim
tudo aquilo que tiver condições de ser plantado
aqui".
Acostumado à manocultura, o produtor rural
do Vale do Algodão ainda acredita no sucesso do
"ouro branco". Entretanto, "ele se esquece de
que outras produções estão a sua altura e que
tudo pode correr bem, bastando para isso ser
orientado de uma forma objetiva. Nesse sentido,
a Coopag não mede esforços. Queremos que a
agricultura tenha uma representatividade
máxima não apenas em Guanambi, como
também nos municípios que compõem todo Vale
do Algodão " - frisa o presidente da
Cooperativa de Guanambi.
Didática - Para viabilizar o entendimento
entre técnicos e produtores, a Coopag está
elaborando prospectos informativos sobre as
culturas que podem ser aplicadas ao solo e clima
da região. Nossa intenção é enfocar de uma
forma objetiva e didática, tudo aquilo que está as
vistas do homem do campo, porém que por falta
de informação ele não absorve", Walguimar
deixou claro que, "não é apenas de campeões de
pecuária ou de monocultura que se faz um país;
mas da força dos pequenos e médios agricultores
que trabalham no anonimato e que hoje, com a
exposição, terão também seu lugal ao sol.
Integração do Vale, Junho, 1993
16. O anunciador do Cristo,
também teve morte trágica
Filho de babel e Zauarias, prima de jesus
Cristo, João Solvia foi concebido depois
que sua mãe se encontrava coma idade
avançada. Tanto que, seu pai poroso
acreditar no tato, ficou mudo, voltando a
lalasa ora dopou do navuimesro do
filho. Duraste toda sua vida ele ficou a
regar avunuiardo a vinda do Messias
Cnstoj, rendo balsaado'O no Rio Jordão.
1000 Batuta, também cognominado de "a
coa que clama no desena". 101 decapitado
por ordem de Herodes. que atendes a um
pedido de soa enseada, Salomt, dotaste
retou
Osfeateiusurines tao marrados pelo
queima de fogos tvnsrieas e comidas
bebidas tlpicai. dagundo dados históricos,
o nasuimeoto de Suo louva ocorreu
duranteo ralsticio e. naquela tproxi, era
ca auta q isann
colheu.. Prática utiliraí. há 3.500 Antes
de Cr'aso, principalmente pelos egípcios.
Cnincidgeviu ou ego, esse costume
prrduma entre gregim e romanos.
prircipalmenre sub o dominas do
crittieotsmn que resolcru p,cvcicuia
tradição,
A igreia. por sua ora, uniu a tradição
um tato hiotOrico lo nascimento de lona
Batisiul e demos permaneuer a mesa
lana, os logos eco fogueiras, onde em
somo delco se rnuniom os-11
cultores,
que debatiam sobre a ralra. e,`-11
lenda, logo após ser sou fitho, babel
mondou acevdrr uma fuguesea no alta de
um monte.
fim de dano boa nova á
Virgem,
sua irma, conforme uma
pmniesta feita notes co duas, um ano
antes
T,.dlçà. - No Brasil, a tradição lustra
é maroada pelou pratos tiptaos como a
oaet pamnoha, milho assado ou
modo, bebida somo=,
o sivhu
Oriundas de culturas, moas
comidas reprnoznsam boi, o álovo da crio
isnina. que acabou se estendendo asI
pelos hotéia de luso. Do mesmo modo
que a queima de fogos; símbolo de alegria
que ntroa tsdostna e hoje ultrapassa ai
fronteiras do pala.
Especial
Ao pé da fogueira, comendo milho e bebendo quentão. É noite de São João.
Dessa, ninguém escapa. Todo mundo deixa os grandes centros e corre para o interior. Ë lá que, curtindo o frio junino, se
conversa, dança, brinca, solta-se foguetão. O dia do anunciador do Messias nunca passa despercebido. Nem a Santa
Inquisição controlou o povo que foi às ruas sauda-lo.
Quer casar? Então apele para as "simpatias"
Aproxidamettte 500 mil
pesso as ertarão deixando a
capital dp estado durante o período
junino. Onibun extras, fendes em
maior número, além de v&u
soperlotadcss, são a restsmta daqueles
que rido perdem um São Iodo no
interior ou em ootros estados. Para
este ano, o DTT—Departameoto de
Transportes e Terminais, está com
um sistema de segurança á altura.
atendendo a todos aqueles que forem
á estação rtxloviária embarcar ou
desensburuusr. No Sudoeste baiano, a
festa toma conta de lodos os
municípios, principalmente os que
formam o Vale do Algodão.
O frio característico, bebidas e
comidas tiptcas, além do som
peculiar das músicas juninas,
anunciam no dos mais importantes
penados pura a população
interiorana do pais. A tradição dos
festejos Juninos que durante algum
tempo ficou relegada em
esquecimento, retorna com uma
força ainda maior. Cidades de
diversas partes do país,
principalmente na Bahia, de.. de
lado as missicas de épexa e passam a
ouvir apenas canções típicas ou a
conhecida música sertaneja. Elas
identificam o homem do campo com
o período eiit quero santos Aol onio.
João, Paulo e Pedro são lembrados
com mais cotensidade.
Cidades integrantes do Vate do
Algodão, entre elas Guaoambi, fã
estão com seus feslejos prsgs'amadcuv.
Artistas de ativeI nacional e,
particularmente os da região, já estão
a postos, com contratos fechados,
para se apresentarem. Em Igaporã,
por exemplo, a Praça do Forrú,
existente há II anos, tcaosfo,stta.sc
nesse período em um ssatt bato da
animação. Ruas enfeitadas, Igaporã
recebe um grande número de turistas
16
e. para este ano, espeta-se que supere
as expectativas. Nem mesmo o frio
intenso que marca o municlpto atuaIs
aqueles que ficam até o dia
amanhecer, bebendo, comendo e
dançando quadrilha em plena via
pública.
R.vlr.ndo -A tradição dos
festejes juninos começou a ser
revivida nos anos 80, talvez devido
ao êxodo rural que na década de 70
dominou todo pais. A
música
junina.
que sofreu uma mudança há cerca
de 20 anos, chega a esta época do
ano a se transformar no 'brtust" em
lodo os locais. Até os anos 60, o
mestre Lua (Luis Gonzaga), Trio
Nordestino, Gordurinha e Mminãs e
sua gente eram sinônimo de São
João, no tocante á música. Hoje, dos
nordestinos. apenas Geni vai Lacmrda.
de Campina Grande— PB, se
mantém como o "rei" do forré. A
influência da música pop na música
junina (não confundir coma
sertanejo), entretanto, não alterou a
animação da festa.
Um dos exemplos pode ser visto nas
milhares de quadrilhas cais lentes em
todo pais. Diferenciam pelo ritmo.
mas nunca pelo género musical. Até
mesmo as "ordens" do marcador da
quadrilha podem ser diferentes,
entretanto, asco função e o
direcionaanento da diversão
permanecem como es mesmos. Com
origem francesa, a quadrilha se
espalhou no Brasil durante o período
colonial. Acredita-se que, os
empregados de engenhos de cana-ide-
açúcar, vendo ossenhores dançando
ronco e minueto, adaptaram a dança
para o popular. Tanto assim que as
palavras de "ordem" ainda são dadas
em alguns lugares em francês ou em
Português, através de corruptela.
Brincar ou dançar quadrilha é um
duvertintento que, quem quer sentir
depeno o São João, não deve
perder.
Diversas suo as "simpatias" que ajudam
as Insanas durante os fesiejos iuninos.
Diz a crendice poulae que, quem se
toma compadre de 'fogueira' na seja.
durante os festejos junioos. jam
,
ais
toderú quebrar a palavra. Esta e outra
simpatias" preenchem inúmeras páginas
na hotória de nosso fololore. Algumas
vieram de longe. mm os primeiros
portugueses. Outras surgiram aqui
mesmo nu Brasil. segundo Luis do
Cumaro Cancudo, em seu Dicionário do
Folclore Brasileiro. Entretanto, o que
importai que essas "simpatias" um um
alento u quem brinca e hnmenageia o
Ferries circulam
com hora marcada
durante os festejos
4.1 - A CNB - Companhia de
Navegação galsiuoa, iiestá vendendo as
passagevi para os lemes panas periodo
iunirn. Ao modas tiserum inicio em maior
milhares de toaioas traem filas nos pontos *
do venda, bu,uardo passagem mm "horáriar
marcado', a fim de fasili-`—28—
*
para o insermr Da usuuríoo dos teeeies J
podem comprar o bilheie na lorena ida e
sul ia. de uma sã ora, nos ptoros durribuidco
em ahoppinaa mnters de Salvador.
Durante n pedalo dotas João, do 11. 29
de lurbu. o Ssienra Hora Marcada sai
otnreser 20 horários por dia aos usuário, que
sedoslmam de Salvador paras intenor,
asnado da Ilha de ltaparica. Para o retomo,
29 da junho, o Hora Marrada tamhim terá
horários amem hora. 01h45, 011130 e 3h da
manhã. A CNB colocara ..,.h.—~
em tráfego, 1á que a cada ano que e, passa,
mais n'goa, deisam de argusr pela BR 324,
para por medida de evonomsa, 0551soar o
sistema lerry'boas, nas aiaarss iotnriaraoas.
São João. Eu algumas delas. Para
melhor
se
divertir, faça pelo menos uma.
- Pura saberqual o nome ou as Iniciam
do futuro marido, a mulher deve
enterrar urna fura na bananeira, na
véspera de São 3030. Dia seguinte, ao
retirá.la, verá marrado, pelo seiva da
bananeira, co leiras ou o nome de seu
lutam amor.
-Outra "simpatia" está relacionada
como fogo e a água. Pioga-se cera
quente lpsogos de velal em uma bacia
com águaparada. Os pingos 050 se
juntando e acabam fonoando as iniciais
do amado. A brincadeira compre é tesa
na véspera e a resposta se obtem ova dia.
- Paro maoler os dentes fortes, deve.se
escovar toda boca mm co cinzas da
fogueira na manha do dia 24. Dai por
diante, adeus cáries'
- Guasda.se um lenho, por pequeno
que seja, que lenha sobrado no dia 24.
Deve-se colocá-lo em lugar seguro e
longe das rotinas diárias. Quando
houver ama tempestade, joga-se esse
lenho mesmo vento. Pronto: deus
teespeslude.
- Para se tornar
compadre
de fogueira,
deve-se fazer um juramento de maiôs
dados(aperto de muosl sobre o fogueira.
Suporta-se o logo e assim será também a
amizade.
- tina bandeira de Suo 1000 cair do
mastro, o doeu da cana morrerá dentro
de um ano. Pede também ver um
"aviso" de que naquele momento,
alguém muito querido da famllia, acaba
de mor—
CAPELA - Coroa feita de folhagem
verde. Antes do sol oascer, co mulheres
devem colocá-la sobes a cabeça.
'FOGO - Pegvse oa mSo da
P.
e cnuze.se a fogoeira arOs veees,
dizendo: "São Pedro, São Paulo, todos
os santos sejam vossos pau!"
Escolha o roteiro,
caia na estrada e
feliz São João
- Oismsdiasde testa. De- lia 29,
cam shooa de Amelinha, 23, Xangai, 20,
Edgar Má. Branca, 27e Domsngoishm, da
29, nnusrrurdc u testa. Local: Praça do
Forró.
SENHOR 00 BONFIM - Marcada pela
guerra das estiadas, o municlp'su ar
transforma em uma festa. principalmente na
asna rural. Na uma urbana, com boca
belga, atraiam sem munem de turistas
durante ame semana.
CRUZ DAS ALMAS - Guerra de espalme
muita bebida Cidade localizada peásisro a
Feira de Santano, atrai turistas que causem
a qunima de fagueiras que san espalhadas
por soda csssrn da cidade,
JUAZEIRO - L000licada no norte do
estado, divisa com Pemambuco. tem Suo
IsSo marcado pelo torro e as sradiçnes ainda
mais arsuigadas. O torne mesmo é ficar ás
margens do Suo Francisco, assistindo
qaadilhco dsruntr toda noite.
17
tnsucr.ic.tt, d i ulc,.Isat,lass, 1993
17. Entrevista
Algodão pode ser a saída para crise
Uma melhor atenção política e implementos
econômicos oriundos das esferas federal, estadual
e municipal, podem trazer de volta para
Guanambi, o título de rainha do ouro branco.
0plantio de algodão pode ser um
bom investimento a depender
dos insumos encontrados. O que já represen-
tou grande parte da balança comercial do
país e hoje decaiu bastante, pode ter seu qua-
dro revertido a meio prazo, caso haja uma to-
mada de posição, principalmente no tocante
à política agrícola, por parte do Governo Fe-
deral. Segundo o empresário e presidente da
ABABE-Associação Baiana dos Beneficiado-
res de Algodão, Luís Carlos Fernandes, de
Souza, o "algodão pode ser a saída para inú-
meros problemas brasileiros. Para isso, o Go-
verno Federal deve ficar atento a criar subsí-
dios que beneficiem pequeno, médio e gran-
de produtores".
Preocupado com a situação que ora toma
conta da economia do país, ele disse que des-
de a época do ex-ministro Maílson da Nóbre-
ga "que era proibido falar em subsídios para
a agricultura. Hoje, entretanto, já vemos a
movimentação de deputados, inclusive da
Bahia os da região cacaueira, por exemplo,
conseguindo obter êxitos". Entretanto, no
tocante ao algodão, que domina a região Su-
doeste do estado, "nada ainda foi feito". Para
Luís Carlos, hoje a produção do algodão na
Bahia é representativa. "Poderíamos ter uma
produção bem maior, porém as dificuldades
são enormes e isso acaba gerando um prejuí-
zo sem precedentes" - argumenta o
produtor.
Autor do maior projeto privado de irriga-
Luis Carlos -"tudo
depende do esforço em
conjunto"
ção do Norte e Nordeste, com 1.780 hecta-
res, totalmente irrigados e férteis, Luís Car-
los acredita que "o momento é de se pensar
em uma política agrícola voltada para o
país". Como exemplo, ele lembra que "ano
passado, exportamos algodão, enquanto que
este ano, estamos importando a metade do
produto de países como os Estados Unidos e
até mesmo o Paraguai". Trata-se de um dé-
fict na produção causado, principalmente,
"pela falta de subsídios. o governo devia ob-
servar os demais países produtores e verificar
que lá há subsídio suficiente para se deixar
até o produtor sem plantar, a depender da sa-
fra anterior e do controle de estoque. Já no
Brasil, tudo fica mais caro e se acaba perden-
do no tempo, pela falta de incentivos dos
mais diversos".
Distrito industrial - Uma das saídas
para se dinamizar a crise poderia ser a insta-
lação, em Guanambi, de um Distrito indus-
trial. "Nós temos um bairro industrial, po-
rém não há estrutura adequada a ser distrito.
O que seria um distrito industrial?" - per-
gunta Luís Carlos. "Nós, ali, além de contar-
mos com os incentivos do governo, em suas
diversas áreas e nas três esferas, teríamos
também condições de ampliar o trabalho,
qualificar ainda mais a mão-de-obra e, além
de comercializarmos o algodão, teríamos fia-
ção ou tecelagem". Entretanto, a idéia de
Luís Carlos esbarra em um problema não
menos curioso: não há interesse por parte das
lideranças políticas da região e muito menos
por parte do empresariado.
Guarecofiape
Recapaorem e Comércio de
Pneus Ltda
Especializada em reforço de Pneus
Agrícolas - Balanceamento e
Alinhamento de Rodas
R. Otávio Mangabeira no
. 296
Fones: (073) 451-1244 451-1363 Guanambi-BA
18 Integração do Vaie, Junho, 1993
18. Entrevista
"O único político
que vem lutando para beneficiar essa área é o
deputado federal Prisco Vianna. Ele já lutou
em torno das necessidades, não apenas dos
produtores, seja ele pequeno, médio ou gran-
de, como também pela importância de man-
ter o homem do campo onde ele se encontra,
a fim de evitar o êxodo rural e, com isso, o
subemprego".
Entretanto, além da voz política e do asso-
ciativismo por parte dos empresários regio-
nais, faltam os incentivos fiscais que o gover
no tem condições de dar, porém, só agora, é
que comecam a despertar interesse. "Há o
Imposto de Renda, o 1CM, outros impostos,
enfim, uma gama de tributos que podem ser
reestudados pela esfera federal e acompanha-
dos por todos nós, a fim de que haja sucesso
absoluto no projeto". Dessa forma, o quadro
de declínio da cultura algodoeira em Gua-
nambi e demais municípios baianos poderia
ser revertido. Para isso, há idéias de que até
mesmo o BIRD - Banco Interamericano de
Desenvolvimento - venha a ajudar no su-
cesso do projeto.
Com o Distrito industrial, o homem do
campo e o da área urbana, seriam aproveita-
dos. Há um cálculo de que 100 pessoas traba-
lhariam em cada uma das usinas. "Isso elimi
naria grande parte do subemprego e seria um
paliativo, talvez uma solução, para dezenas
de problemas que perseguem a região". En-
quanto isso, a produção do Sudoeste baiano
está representada, hoje, apenas por 10% do
que ela já foi em tempos passados. "Um de-
clínio que reflete diretamente na economia
de todo o país" - frisa o empresário.
O algodão
pode
voltar a
dominar
a cultura
Metade da safra está perdida
Este ano o Brasil perdeu 50% da safra com
relação ao ano de 1992. O prejuízo foi
tamanho e as conseqüências estão sendo
sentidas agora, com a importação do
protudo. "Estamos importando cerca de
400 mil toneladas, a metade de nossa
produção, de 800 mil toneladas, quando na
verdade, se tivessemos insumos agrícolas e
uma política subsidiada, nada disso teria
acontecido" - salientou Luis Carlos
Fernandes. Ao preço de hoje, o algodão
importado equivale a Cr$24 trilhões de
cruzeiros. "Essa quantia estaria no próprio
país, caso estivessemos atendendo as
reivindicações dos produtores, seja da
Bahia ou de outro estado".
Uma das maiores provas de que a crise
vem afetando a cultura algodoeira, diz Luiz
Carlos, é notado em estados como São
Paulo e o Paraná, onde a laranja e outras
culturas estão tomando conta das lavouras
de algodão. "O nordestino além da
tradição, mantém seu esforço. Mas o sul, o
tem condições climáticas e econômicas de
variar sua agricultura. E nós? O sul não
precisa do Nordete. E o inverso. A
realidade é outra" - frisa o presidente da
ABABE.
Preocupação - O empresário disse ainda
19
que se sente preocupado com a atual
conjuntura agrícola nacional. "Nós temos o
projeto Formoso, com 9 mil hectares, mas
infelizmente apenas 1.200 hectares estão
sendo utilizados. Ainda resta muito para se
trabalhar. Ele pode ser a redenção do
Nordeste no tocante à cultura algodeira".
Uma das soluções apresentadas por Luis
Carlos, é zerar a produção de 94.
Estabilizar, acompanhado o comércio
internacional, a fim de viabilizar a
produção algodoeira no país e tê-la como
alternativa maior.
Com relação a seu projeto de uma fiação e
tecelagem em Guanambi, ele acredita que
ele é viável."Além de nós aproveitarmos a
mão-de-obra local, iremos introduzir a
fábrica de confecções. Elas vão surgindo,
utilizando matéria-prima da região, gente
da região, gerando divisas internas,
alimentando 1CM e outros impostos. Trata-
se de um lucro que deverá ser alcançado
por quem acredita não apenas na Bahia,
mas também no seu município". A
indústria poderá vir a médio prazo, abrindo
novas perspectivas para a população, que
hoje sobrevive do subemprego, além de
evitar o êxodo rural, um dos maiores
problemas enfrentados pelas administrações
municipais.
Estabilidade
O preço estabilizado no mercado externo
pode ser averiguado através da Bolsa de
Futuros de Nova Iorque. Para julho, a
cotação prevê o preço de US$60,60
cent/libra; outubro, US$59,12 cent/libra;
dezembro: US$58,43 cent/libra e para
março de 1994, US$59,58 cent/libra.
Enquanto isso, no Brasil, o algodão mais
caro atualmente é o de Guanambi.
"Pouca produção e os produtores ficam
atrás da matéria-prima, comercializando
entre si, e, por necessidade, acabam
elevando o preço. No final, tudo se
transforma em prejuízo" - frisa Luis
Carlos.
Déficit geral
Das 52 usinas de algodão existentes no
Sudoeste da Bahia, apenas 12 estão
conseguindo funcionar. Somente com a
implantação de um Distrito Industrial em
Guanambi pode-se reverter este quadro
que hoje causa sérios problemas e chega a
inflacionar o preço do produto. A falta de
interese político pode ser um dos
problemas que agrava a situação de uma
região que durante longos anos foi a
"capital do ouro branco". Um outro
detalhe é a falta de associativismo por
parte dos empresários que tentam, a todo
custo e sozinhos, encontrar um lugar ao
sol.
Integração do Vale, Junho, 1993
19. AllMINISJAAAOIINDDOPOVOPRESIACNJ:MOVIMENTOÍINANCÍIRGA8RIE/8.1
"RECEITA + SL0Ü ANTERIOR CrS 39.241.96.44433
DESPESAS 41 227 50068
-RECURSOS DE CONY!NIOS E PREYMOC CrS43
fl') nin ri
«SALDO ..Cr$ 7
OLHA DE PAGAMEI0 MAIO/93 PREVISÃ0J.CrS
1PASS!V0 REFERENTE 1992 CPS 41
1
Tadeu: sem receio, presta suas contas para todos
2
Minas
Transparência e exemplo para o país
Prefeito de Montes Carlos mostra, através
de placas, quanto recebe, como gasta
e o que faz com a verba municipal. A idéia
vem agradando a toda população
epois dos mutirões, a transparência
administrativa, criatividade e
desejo de acertar são os produtos hoje
exportados para todo o Brasil, sem ônus, taxas
ou qualquer tipo de imposto, cujo transporte não
exige rodas, trilhos e muito menos asas.
Assim, vem inovando a administração Montes
Claros-União do Povo, do prefeito Luiz Tadeu
Leite e seu vice, Athos Avelino Pereira, em que
se observa nítida preocupação com o trato
respeitoso à "res" pública.
Em recente entrevista coletiva, o chefe do
Executivo de Montes Claros respondeu à
imprensa que, no tacante a obras, sua
administração não começara ainda; todavia, no
que concerne ao anseio popular de honestidade
nos atos políticos e administrativos de nossos
governantes, o Prefeito Luiz Tadeu Leite tem
muito a anunciar: uma transparência
administrativa do tamanho de um gigantesco
outdoor de 9m x 3m, estrategicamente fixado em
frente ao prédio da prefeitura, contendo números
dos demonstrativos mensais de receitas, despesas,
saldos e passivos herdados, painel-síntese dos
documentos da administração postos à disposição
do povo, em geral, na Secretaria Municipal de
Fazenda e na Câmara Municipal de Vereadores.
A recuperação foi a melhor possível,
merecendo a medida elogios até mesmo de edis,
que fazem rigorosa oposição ao prefeito Luiz
Tadeu Leite.
Do acima exposto, a análise: custa muito ao
Brasil a honestidade de seus políticos e
governantes? Quanto custa ao povo brasileiro
seu pior câncer, o desrespeito e a corrupção,
ubíquos ao poder público? Já não estamos todos
ulcerados de tanta ladragem e incompetência
daqueles que deveriam ser nossos espelhos?
As iniciativas do prefeito Luiz Tadeu Leite são
paradigmas para o Brasil. Honestidade é
obrigação e não motivo de ufanismo. Mas, em se
tratando deste país, quando um prefeito prima
sua administração pelo respeito ao cidadão-
contribuinte, é momento do exaltarmos, para
assim (quem sabe) incentivarmos outras
iniciativas que possam desencadear o rascunho
de um Brasil melhor.
Não fiquem margens de imaginação de que,
em Montes Claros, as coisas viajam ao sabor
melífluo das maravilhas. Isso não. O prefeito
Luiz Tadeu Leite tem, hoje, um passivo herdado
da gestão anterior, da ordem de Cr$45 bilhões
para pagar, uma folha mensal de Cr$46 bilhões e
uma arrecadação empacada e empatada deste
último patamar, situação majorada pelo prejuízo
mensal de Cr$15 bilhões, em conseqüência da
greve no setor fazendário do Estado de Minas
Gerais, somente e habilmente agora contornada
em negociação de caráter provisório.
Não obstante, mesmo em meio a uma crise
financeira abrupta, o prefeito de Montes Claros
busca, realizar uma administração cujo grande
mérito é o da simplicidade, da coerência e da
transparência respeitosa para com uma massa
enorme de eleitores, cidadãos de Montes Claros
merecedores desse respeito e de uma
administração técnica e política capaz de nos
situar verdadeiramente como pólo da vasta e
sofrida região norte-mineira, cuja liderança temos
obrigação de exercer.
Ao povo, tudo. Ao administrador, a história.
Criadores
participam de
festa em Janába
Produtores de várias partes de Minas
Gerais, além do Rio de janeiro e
convidados especiais, participam de 6 a
20 de junho, da XIII Exposição
Agropecuária de Janauba - Minas
Gerais. O evento, coordenado pelo
Sindicato Rural de Janauba, está sendo
aguardado como um marco na vida
economica do município. Cerca de 32
bilhões de cruzeiros deverão ser
negociados durante os quatro dias,
segundo informações prestadas pelo
presidente do Sindicato Rural, Odilon
Carvalhaes.
:São 380 argolas, além de 7 baias, cada
qual com capacidade para 20 animais.
Além disso, uma intensa programação
festiva Tudo pra gerar divisas alem da
expectativa entre produtores e
agrop<.cuaristas de Janauba e municípios
vizinhos, participantes da XIII Exposição
Agropecuária. O evento, de acordo com
informações de Odilon Carvalhaes, "será
grandioso por reunir além dos produtores
locais, convidados para os leilões de várias
partes do país".
Carvalhaes adiantou que entre a
programação, constam leilões nos dias 17,
18, 19 e 20, além de um leilão especial "já
denominado de Leilão Elite, coordenado
pela Colonial Agropecuparia". Entre os
convidados para esse leilão, Odilon
Carvalhaes lembrou que estão a Fazenda
Progresso, João Carlos Moreira, José
Armando Soares, Luis Mareio Carvalho,
este de Uberaba, Osvan Mendonça,
Pedras de Maria Agropécuária, Sebastião
Mota, Canibira Agropecuária, Teragro
Agropecuária e Vento Transportes, entre
outros.
"O evento, entretanto, não está apenas
aí" - lembrou Odilon, salientando que
para coroar toda festa, haverá shows de
artistas especialmente convidados, como o
RPM, trazendo Paulo Ricardo, Maurício
& Mauri, Fernando Angelo e Banda
Metrópolis, "bem como os artistas da
terra, já que nosso intuito é prestigiar a
todos" - frisou o presidente do Sindicato
Rural de Janauba.
Integração do Vale, ,Junho, 1993
20. Produtorabenefjcjadora de a
compra - venda e exportação de algodão em capulho e pluma
Escritório - Rua Ruy Barbosa, 56— Tel: (073) 5411125
Usina - Centro Industrial - Bairro Indústria] - Tel: 4511371
GUANAMBI - BAHIA
Minas
Mineiros realizam a Feira da Paz
O evento chega ao décimo sétimo ano sempre
obtendo sucesso. Servas quer reunir um
maior número de municípios, todos
mostrando seus produtos de melhor qualidade.
grande a movimentação dos
mineiros nos preparativos da
XVII Feira da Paz, o maior evento
realizado anualmente pelo Serviço
Voluntário de Assistência Social - ervas
dirigido pela primeira-dama do estado,
esposa do vice-governador, D Maria Coeli
Porto. A pouco mais de um mês da festa,
que acontecerá de 1 a 4 de julho, a
expectativa dos coordenadores é de que o
evento atinja seu objetivo maior: o de
oferecer ao visitante da feira uma autêntica
amostra do que é Minas Gerais.
Neste novo perfil, o Servas busca uma
participação mais efetiva dos municípios,
dando a eles a oportunidade de mostrar
suas riquezas, cultura e folclore. Durante
os quatro dias, Belo Horizonte será a
grande vitrine do estado. O local será o
Minascentro, totalmente preparado para
receber os participantes em stands
apropriados. Além da comercialização dos
produtos típicos de cada região, estão
programados shows especiais para todos os
dias, além de sorteios e uma ampla área
para recreação e alimentação.
APRESENTAÇÃO - Tradicionalmente o
evento FEIRA DA PAZ, realizado pelo
SERVAS vinha se caracterizando por uma
visão regionalista e comercial. Era realizado
com um volume de produtos estrangeiros
bastante significativos, atrelados a outros
produtos oriundos de pontos isolados do
estado, o que configurava um evento
basicamente comercial, sem uma
preocupação efetiva de difundir as riquezas
de Minas Gerais como um todo.
Este ano, pretende-se alterar esta
configuração, fazendo com que cada
município, cada microrregião, possa
mostrar suas riquezas, sua cultura, seu
folclore, de modo a que o visitante da
FEIRA possa ter uma amostra de Minas
Gerais como um todo, de Norte a Sul, de
leste a oeste.
Este é o principal objetivo a ser perseguido
na Feira da Paz 1993, ou seja, a abertura
para todos os municípios, seja o mais
distante ou o mais próximo da capital, mas
que todos tenham iguais condições de
mostrar tudo de que são capazes, sem a
preocupação de ser um pequeno, médio ou
grande Município, mas sim investido do
orgulho de ser um município de Minas
Gerais.
Neste sentido é que está sendo mobilizada
parte considerável da sociedade mineira,
cabendo ressalvar, as secretarias de estado,
a imprensa, órgãos federais, entidades
assistenciais, empresas Privadas, enfim,
todo um contingente estrategicamente
mobilizado, para que se empreenda, no
menor espaço de tempo possível, uma ação
integrada e vigorosa em busca da solução
definitiva da assistência social em nosso
estado.
1 fltegraçu tio Xale, Junho, 1993
21. Nagueifa,vence
quemofereceos
melhorespreços
Gol, Mille Electronic e
Chevette L são alguns dos
modelos que já se
encontram circulando
normalmente pelo pais. Dos
carros populares, apenas o
da Ford se encontra
desconhecido, já que não se
sabe oficialmente se a
empresa aderiu ou iiâo aos
populares. O Gol tem 1.000
cilindradas e tem como
vantagem a fabricante:
Volkswagen.
O Mifle Electronic, entre os
populares, é o mais
sofisticado. Com ignição
eletrônica, ele possui
tecnologia de ponta na
última linha, concorrendo'
direto com o Gol, não
apenas em termos de
preços, mas de vantagens
oferecidas por seu
fabricante, a Fiat.
Enquanto isso, o ("hevi
L. General Motors, tem um
motor de 1.600 cilindradas,
superando seus
concorrentes, ambos com
mil cilindrado. Com preços
paralelos, os três veículos
são hoje a coqueluche da
classe média brasileira, isso
é: se ainda existe classe
média no pais dos
populares
0COCOrMon
Grupo local Avenida Bartolomeu de Gusmão, 750
Chevette L 1.6
Vitória da Conquista - Bahia
Kadeti SL 1.8
TeL (073) 421-1200 Te]ex.(O 73)1580
CONSÓRCIO
NACIONAL
001EM
L
Automobilismo
Todo mundo quer um carro popular
Dezenas de usuários ficam na fila à espera
de uma chance. As marcas pouco importam
O que vale mesmo é a batalha para
conseguir um veículo bem barato.
0comércio de carros
populares vem au-
mentando a cada dia que se pas-
sa em Guanambi e municípios
vizinhos. Com apenas uma re-
vendedora autorizada, a Guave-
pe, o município passa por sérias
dificuldades, já que é grande o
número de pessoas interessadas
em adquirir um carro popular.
Desde o acordo feito entre Go-
verno Federal e as montadoras,
que esses veículos passaram a
ter grande importância na vida
econômico-financeira da nação.
A medida que esses carros vão
saindo às ruas, o mercado de
carros usados começa a cair,
não atingindo mais os índices al-
cançados em anos passados.
Atualmente existem cerca de
50 pessoas na lista de espera da
Guavepe, em Guanambi, à es-
pera de um carro popular. Se-
gundo o gerente Rubens Fer-
nandes Donato, a procura é
grande "mas só recebemos cinco
veículos por mês, o que dificulta
bastante a comercialização". O
fato que vem acontecendo em
Guanambi com a revendedora
Volkswagen também atinge ou-
tras cidades de grande porte, on-
de a procura pelos carros popu-
lares é grande. Em Salvador a si-
tuação é idêntica. Leva o carro
popular quem estiver na frente,
depois de enfrentar uma grande
fila, em qualquer uma das con-
cessionárias autorizadas.
Fenômeno - O fenômeno
do carro popular surgiu em fins
de março, quando o presidente
Itamar Franco fechou um acor-
do com as montadoras. O assun-
to agradou a gregos e troianos,
mas logo fez surgir um novo im-
passe. O atraso na entrega. As
montadoras passaram acusar os
fornecedores de autopeças e es-
tes, por sua vez, alegaram falta
de matéria-prima. Enquanto is-
so, o fenônemo do carro popu-
lar continuou "sobrando" para
o consumidor que hoje enfrenta
longas filas de espera. Enquanto
isso, os carros de luxo caíram de
cotação na vendagem. "Nós so-
mos obrigados muitas vezes a
vender um carro de luxo por um
preço inferior ao real, só para
não ficarmos com ele no pátio"
informa Rubens Donato, salien-
tando que "é melhor perder em
lucro que na cota mensal".
Enquanto a procura pelos
carros populares aumenta, o co-
mércio de carros usados começa
a declinar. Isso em conseqüên-
cia de o usuário do carro popu-
lar ser um e o de carros usados,
ser outro totalmente diferente.
Com relação a 1994, os carros
populares serão obrigados, por
lei, a ter injeção eletrônica, além
de outras peças sofisticadas. "Só
para se ter uma idéia, uma des-
sas peças custa cerca de
US$ 1.700" - frisa o gerente da
Guavepe. Isso, entretanto, não
vai inibir a comercialização des-
ses veículos.
Atualmente a maior dificul-
dade enfrentada pelo gerente da
Guavepe na venda desses carros
está relacionada com a entrega.
Se houvesse um maior número
de veículos por mês, além de
não haver uma fila de espera
tão longa, de certo haveria uma
maior procura. Muitas pessoas
não gostam de aguardar a vez e
preferem adquirir um carro
mais caro, quando na verdade
gostaria de ter um veículo popu-
lar" - frisa Donato. Se as mon-
tadoras tivessem uma entrega à
altura, então nenhum problema
existiria entreconsumidor e re-
vendedor. "Em Guanambi seria
importante termos mais autori-
zadas na venda desses carros,
pois mesmo sendo concorrente,
teríamos uma maior oportuni-
dade para se sentir de perto não
apenas o lucro, como também a
importância desses carros em
uma sociedada como a nossa"
-- finalizou Donato.
Integração do Vale, ,Junho, 1993
22. Enfoque
Ele semeia paz através do microfone
Todos os domingos, milhares de pessoas ficam
diante dos aparelhos de rádio só para
ouvi-lo. Ao meio-dia em ponto, Jaldo Cabuy
faz uma oração em busca da paz.
I
'o ar, programa Jaldo Cambuy!"
- Todos os domingos, às li ho-
ras, milhares de pessoas estão ouvindo esse slogan
na Rádio Alvorada. Dai em diante, por duas horas
ininterruptas, toda a cultura regional, problemas e
soluções são levados ao ar pelo radialista Jaldo
Cambuy. Em apenas um ano de atuação na Alvo-
rada, ele já conseguiu um índice de audiência em
torno de 80%. Um sucesso absoluto, pelo menos
em termo de rádio AM, quando o país a que nos
referimos é o Brasil.
Bancário há 25 anos, Jaldo Cambuy, natural de
Jequié, criado em Poções, hoje ele é cidadão Hono-
rário de Guanambi. Criador do primeiro conjunto
musical da cidade, em 68, "ele tinha o nome de
The Statles boys", uma alusão aos bons rapazes,
em número de sete, que faziam parte do grupo, sa-
lienta Jaldo. Hoje, depois de tantos anos, "temos o
encontro de gerações, especializado em música dos
anos 60, e continuamos tocando em bailes e onde
somos convidados. Tudo sem fins lucrativos".
Por gostar de comunicação "adoro me entrosar
e levar a cultura para o homem do campo, acabei
unindo a leitura diária dos jornais e os programas
especiais de rádios com a música. Ou seja: resumo
o dia-a-dia, fujo á linguagem técnica e falo a lin-
guagem do homem comum". Um dos pontos mar-
Cambuy-bancário e radialis-
ta a um só tempo
cantes do programa é a Oração do Meio-Dia. 'Nes-
se horário, faço uma oração ouvida por todas as
pessoas. Trata-se de uma oração que escrevi há oi-
to anos e tenho por ela um amor especial". Segun-
do o radialista, a oração surgiu "por uma questão
de fé. Sou extremamente religioso e creio que a
maneira pela qual a gente se comunica com Deus é
através da oração. Por ela, conseguimos tudo. Tu-
do depende da fé" - salienta Jaldo.
Exemplos - Essa fé, Jaldo enfoca o maior
exemplo com sua vida. Além disso, diversos temas
são enfocados durante o programa "como o sexo,
drogas, crimes, legislação etc. Reúno especialistas
de várias áreas e faço uma mesa-redonda. Os ou-
vintes acabam unindo o útil ao agradável". A pro-
va do sucesso do programa é o número de pessoas
que chegam aos domingos à Alvorada. "Cartas
com pedidos de colchões, passagens, remédios, tu-
do é solicitado. Não dou, mas peço a meus ouvin-
tes e eles acabam conseguindo. Isso, para mim, é a
felicidade, o êxito de meu esforço".
Hoje, com um livro escrito "pela metade", como
ele faz questão de frisar, Jaldo se sente um homem
realizado. "Estou preparando meu livro, ainda sem
título, onde reúno crônicas, artigos, pensamentos,
conselhos, poemas. Trata-se de minha visão sobre
a vida". Casado, três filhos, Jaldo mantém sua roti-
na diária, mas sem fugir ao cotidiano. "Minha
maior alegria, por exemplo, será a formatura de
minha filha, no final do ano, em Direito". Enquan-
to isso, Jaldo continua trabalhando de domingo a
domingo, enquanto seus ouvintes aguardam a che-
gada do domingo, ansiosos para ouvirem a Oração
do Meio Dia.
ORAÇÃO DO MEIO-DIA
Ó Deus que tudo sabe, que tudo pode e que
tudo coordena...
Neste momento, Pai, ouve as nossas preces,
ouve as nossas súplicas e que um raio do vosso
amor e da vossa bondade encha nossos
corações, nossos corpos e faça com que
estejamos, neste instante, em perfeita sintonia
convosco. E eu pediria, Pai não só esse
instante, mas em todos os momentos da minha
vida...
Pai que as vossas bênçãos, que a vossa
bondade nos transforme... que a partir de
agora, nasca em mim um novo ser, puro,
voltado só para o amor, a bondade e a paz.
Que eu tenha tudo isso, Senhor, e possa não só
desfrutar -mas -dá-me ânimo e muita fé
para que eu possa levar esse amor e, essa paz
aos meus irmãos, principalmente àqueles mais
carentes.
Pai Celestial, elevamos nossos pensamentos aos
Céus e vos imploramos, vos pedimos por
nossos irmãos que se encontram doentes -em
suas raças ou hospitais. Pedimos que suas dores
sejam aliviadas, que a saúde seja restabelecida
em seus corpos, que vossa energia divina
processe a cura das doenças que estão
acometidas.
Aproveitamos este momento para vos pedir
também, Pai, que mude os corações
embrutecidos dos homens, corações esses em
sua maioria dominados pela ganância, pela
indiferença, pelo desamor e sobretudo pela
falta de fé. Mude também, Senhor, as atitudes
daqueles que nos governam, daqueles que
detêm o poder de decisão, poder político em
suas mãos. Que ajam, em todo o mundo, -
com menos egoísmo, com menos vaidade, com
menos interesse próprio e saibam partilhar com
igualdade o bem público que administram, em
beneficio de todos. Que rrssem também as
condutas administrativas massacrantes para
com as pessoas, para com os povos, como
sejam: baixos salários, desemprego, fome que
cri
am um clima de revolta, de insatisfação e
humilhação nos seres humanos...
Vos pedimos também, Senhor, que haja paz no
mundo. Paz entre os homens. Que cessem as
guerras, os conflitos, as discórdias, as mortes e
os sofrimentos tão desnecessários que estão
destruindo os-homens, famílias e dividindo
nações. Que o homem procure praticar e
pensar no bem comum e na harmonia, coisas
que unem as pessoas e não pratiquem o Ódio,
que só faz destruir.
Senhor, de maneira especial, também vos
pedimos: proteja as nossas crianças,
principalmente as carentes, desamparadas, sem
pai, sem mãe, sem abrigo, sem lar e que hoje
se constituem num dos maiores problema da
nossa sociedade. Proteja e abençõa as crianças
de hoje -todas elas -e que essas mesmas
crianças de hoje possam ser amanhã, os
homens e as mulheres do futuro que farão
deste mundo um lugar bem melhor para se
viver -aquela vivencia de fraternidade e
harmonia entre as pessoas.
Enfim, Pai, perdoa as nossas fraquezas, nossos
pecados e, sobretudo, as nosas omissões. Faça
nascer em cada um de nós, neste instante, um
novo homem, uma nova mulher, com uma
nova mentalidade e comportamento e que
possamos estar em permanente comunhão
convosco.
E, neste instante final da nossa prece, vos
pedimos humildemente e com muita fé,
acreditando em vossa bondade e supremo
amor, que fluidos positivos das vossas graças
estejam nessa água que agora vamos beber...
que essa água seja o alimento espiritual que
tanto necessitamos, que seja o remédio, o
bálsamo para nossas dores, para os nossos
problemas físicos e espirituais.
Terminamos esse encontro de agora convosco,
Senhor, plenamente confiantes de que seremos
atendidos e acreditando piamente de que as
vossas graças para nós serão abundantes.
(Oração feita semanalmente no Programa
"Jaldo Cambuy" -na Rádio Cultura de
Guanambi)
Integração do Vale, Junho, 1993
23
23. M óveis em pedra,
personalizados.
Pisos e pias de ardósia
Av. Barão do Rio Branco, 1656
B. São Francisco
Guanambi-Bahia
Turismo
B2N2 turm IB
# veste também ii o íw teflor
Novos postos abrem perspectivas para municípios
com alto potencial turístico. Visitantes
são recebidos por pessoas qualificadas,
treinadas para mostrar uma nova Bahia
ais 12 municípios
baianos receberão postos
de informações turísticas, a fim de
atender ao aumento da demana,
verificado a partir do crescimento do
número de visitantes. Os municípios de
Itaparica, Vera Cruz, Lençóis, São
Francisco do Conde, Madre de Deus,
Lauro de Freitas, Camaçari, Porto
Seguro, Ilhéus, Caravelas, Santa Cruz
de Cabrália e Cachoeira estão
instalando postos de infomações
turísticas com apoio da Bahiatursa e
das prefeituras locais.
Em Salvador já existem postos
permanentes no Pelourinho,
Aeroporto, Estação Rodoviária, Barra,
Palácio Rio Branco e Mercado
Modelo. A informação é da
Coordenadora da Unidade de
Informações Turísticas da Bahiatursa,
Gildene Larsen.
Jovens de ambos os sexos daqueles
municípios estão sendo treinados para
ser recepcionistas dos postos de
informação, bastando para isso
possuírem nível universitário ligado às
áreas de comunicação, história,
geografia, arquitetura, administração
hoteleira e turismo. Os candidatos
devem falar pelo menos um idioma
estrangeiro. Após a seleção, os jovens
passarão à condição de estagiário, em
regime de quatro horas/dia, num total
de 20 horas semanal.
Para o interior do estado, é exigido
apenas que o candidato possua o
segundo grau completo ou seja técnico
em administração e pedagogia. Estes
terão dois anos de estágio, além de
treinamento de espanhol e inglês.
Durante o treinamento, o jovem
candidato aprenderá cultura baiana e
terá cursos de hotelaria, geografia da
Bahia e história. Aprendem a trabalhar
com as pastas de informações sobre
transportes, consulado, restaurantes
etc. Terão ainda, avaliação mensal, no
caso de serem da capital. No interior, a
avaliação será feita semanalmente pelas
secretarias de turismo locais.
Os postos permanentes da capital que
estão à disposição do turista ou dos
moradores têm os seguintes telefones:
Aeroporto - 204-1244; Pelourinho
321-2463; Rodoviária - 358-0871;
Barra - 247-3197; Mercado Modelo
- 241-0242; Centro de Convenções da
Bahia - 370-8400 (segunda a sexta)
no horário das 8h às 19h; Palácio Rio
Branco - 241-4333/4047.
24 Integração do Vale, Junho, 1993