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INVENTÁRIO APLICADOS ÀS EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS DE
PEDRO FONTES – CARIACICA – ESPIRITO SANTO
Foto dos pavilhões em 1935. Fonte: Acervo digital Prefeitura de Cariacica.
A cidade
O bairro Pedro Fontes foi considerado como terreno devoluto do Estado,
sendo adquirida e anexada ao território de Cariacica, conforme pedido feito ao
governo do Estado, em 18 de maio de 1985, constituindo durante muito tempo
uma extensa área destinada ao isolamento daqueles que sofrem do mal de
Lázaro (hansenísase, morféia ou lepra). Nessa região estão instalados o
Hospital Dr. Pedro Fontes e o preventório onde residiam as crianças que não
estavam infectadas com a doença, em pavilhões livres.
A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de evolução lenta, que se
manifesta principalmente através de sinais e sintômas dermatoneurológicos.
[...] A doença é causada Mycobacterium leprae, ele tem alta infectividade e
baixa patogenicidade, apresenta um período de incubação em média de dois a
cinco anos. O hospedeiro é o homem, sendo as vias aéreas superiores a
principal via de eliminação e porta de entrada do bacilo no organismo. Para
que ocorra a transmissão é necessária a existência de um contato direto entre
o indivíduo susceptível com o doente acometido de hanseníase multibacilar
que ainda não tenha iniciado o tratamento. (SANGI, MIRANDA,
SPINDOLA, LEÃO, 2009, p.2010)
A hanseníase é uma doença que durante muitos séculos foi conhecida
como lepra ou mal de Lázaro. Para eliminar o incômodo social que a doença
causava, a Saúde Pública optou pelo isolamento, pela internação compulsória
dos doentes. Entre as mais antigas experiências de internação, temos a
construção de leprosários. A partir do século IV da Era Cristã e até o fim das
Cruzadas, os leprosários se multiplicaram. O leproso representava uma
ameaça pública. A comunidade, com a justificativa de proteger as pessoas
saudáveis, expulsava o doente. Todorov (1999), em seus relatos sobre a
conquista da América faz referência a essa situação:
Durante a terceira viagem Colombo faz escala nas ilhas do Cabo Verde, que
na época serviam aos portugueses como lugar de deportação para todos os
leprosos do reino. Supõe-se então que eles poderão curar-se comendo
tartarugas e lavando-se com seu sangue (p. 22)
Os leprosários foram construídos como espaços fora da cidade, para
excluir, para eliminar o que a sociedade e a medicina não sabiam tratar. O
Hospital Dr. Pedro Fontes (HPF) ou Colônia de Itanhenga foi inaugurado em 22
de maio de 1935 com o objetivo de atender aos pacientes portadores de
hanseníase. Os enfermos da época eram levados ao HPF, onde ficavam
isolados. Durante muitos anos os doentes leprosos do Estado foram “caçados”
pela Polícia Sanitária e isolados obrigatoriamente. Nesta época, os doentes
ficavam impedidos do convívio familiar e da sociedade em geral, representando
uma forte ruptura do seu vínculo social. O entendimento das autoridades, neste
período, era de que esta política de controle vinha para “salvaguardar” a
coletividade.
A partir de 1972, os hospitais-colônias foram banidos oficialmente em
todo o Brasil. Por volta da década de 1980, orientado pelo Ministério da Saúde,
o Hospital Pedro Fontes foi reformulado e parou de internar pacientes
compulsoriamente. Além disso, também inaugurou o tratamento ambulatorial,
estimulou a manutenção da unidade familiar e a reintegração social do
paciente.
Atualmente, o HPF continua tratando aproximadamente mil pessoas
sequeladas pela enfermidade. Todas elas moram no local. De acordo com o
diretor geral da unidade, o bairro Pedro Fontes é como se fosse uma pequena
vila do interior. O ambulatório do hospital atende a pacientes dos bairros
adjacentes, principalmente Nova Rosa da Penha I e II, conta com profissionais
da saúde, médicos de especialidades diversas como a dermatologia, clínico
geral, ginecologia e odontologia, todos mantidos pela Secretaria de Saúde do
Estado.
O prédio onde funciona a Sociedade Eunice Weaver do Espírito Santo,
inaugurado em 24 de abril de 1940, recebeu o nome Alzira Bley em
homenagem à esposa do Interventor do Estado do Espírito Santo durante
ditadura militar. Dona Alzira Herondina Donat Bley sendo seu marido o Major
João Punaro Bley. A partir de 1985 essa instituição abriu-se ao regime “semi-
internato” e passou a ser destinada ao apoio de crianças e adolescentes de
famílias empobrecidas de ambos os sexos até a idade de 16 anos. Esta
mudança ocorreu para atender também a uma demanda dos pais das
comunidades dos bairros Pedro Fontes e Nova Rosa da Penha I e II, que
devido às condições de pobreza em que se encontravam, algumas famílias
viam na entidade a possibilidade de garantir a alimentação de seus filhos. De
acordo com Santos (2003, p. 421)
METODO DO INVENTÁRIO
Para a análise e compreensão da história das cidades e das pessoas, a
arquitetura tem papel relevante por materializar, nas edificações, os modos de
vida e de construção de uma época. Além de referência urbana, as edificações
são a história materializada. Nesse sentido, entende-se que os bens de
relevância histórica e/ou arquitetônica devem ser devidamente inventariados,
antes mesmo de qualquer ação preservacionista.
O trabalho de inventário é a principal ferramenta de documentação, e
cria um amplo panorama dos bens arquitetônicos de uma localidade. A partir
do levantamento de dados necessários, como a construção do conhecimento
histórico de como surgiu a edificação, quais suas características, seus
elementos construtivos, suas alterações ao longo do tempo etc, pode-se reunir
as informações para a elaboração de um inventário.
Numa perspectiva de preservação do patrimônio cultural, visando à
legitimação e perpetuação, nessa sociedade, de seus bens culturais pelo
reconhecimento e preservação do objeto, elabora-se o registro das edificações,
através de levantamentos fotográficos e entrevistas. Tais instrumentos de
inventário serão um caminho para o conhecimento e a conscientização da
sociedade sobre seu patrimônio e a necessidade de preservá-lo.
FICHA DE INVENTÁRIO
NOME
Pedro Fontes, Hospital Pedro Fontes, Colônia de Itanhenga ou até Leprosário.
Localização: Pedro Fontes, Cariacica, Rodovia BR 101 – ES
IMAGEM
Foto dos pavilhões em 1935. Fonte: Acervo digital Prefeitura de Cariacica.
Esta é a imagem de meados da inauguração da Colônia de Itanhenga em
1935.
O QUE É
Um centro de isolamento e tratamento aos portadores de hanseníase.
ONDE ESTÁ
Pedro Fontes fica na área “rurbana” de Cariacica, próximo a BR 101,
também conhecida como rodovia do contorno, o trajeto para chegar ao local é
feito por estradas de barro, mesma estrutura que o compõe.
PERÍODOS IMPORTANTES
O período de inauguração, que foi em 22 de maio de 1935 é classificado
como principal data do local, uma vez que não existe comemorações,, festas
ou nada do tipo. Outrora houve, eram comemoradas com festas todas as datas
festivas tradicionais, porem, o descaso tornou isso banal.
HISTÓRIA
O Hospital Dr. Pedro Fontes (HPF) ou Colônia de Itanhenga foi
inaugurado em 22 de maio de 1935 com o objetivo de atender aos pacientes
portadores de hanseníase. Durante muitos anos os doentes leprosos do Estado
foram “caçados” pela Polícia Sanitária e isolados obrigatoriamente. Atualmente,
o HPF continua tratando aproximadamente mil pessoas sequeladas pela
enfermidade. Todas elas moram no local.
SIGNIFICADOS
O ambulatório do hospital atende a pacientes dos bairros adjacentes,
principalmente Nova Rosa da Penha I e II, conta com profissionais da saúde,
médicos de especialidades diversas como a dermatologia, clínico geral,
ginecologia e odontologia, todos mantidos pela Secretaria de Saúde do Estado.
PESSOAS ENVOLVIDAS
Hoje os internos e enfermeiros que os atendem são os que compõem a
cidade, juntamente com os filhos, netos e agregados dos internos, não
esquecendo os funcionários administrativos e de segurança.
ELEMENTOS NATURAIS
A cidade fica em meio a campos de pastagem, é provida de arvores de
grande porte e focos de áreas de cultivo para os moradores, também conta
com áreas de mata atlantica em suas proximidades.
MAPA CHAVE GERAL DE LOCALIZAÇÃO DOS IMÓVEIS
Imagem aérea fonte: Google
ELEMENTOS CONSTRUIDOS
A esrtutura da cidade é formada por diversas edificações, em sua
grande maioria padronizadas em estilo Protomoderno. São elas:
Fachada da administração fonte: Arquivo Lateral da administração fonte: Arquivo
- Administração: A edificação é composta por uma cobertura de seis
águas em telhas francesas, varanda, esquadrias em madeira pintadas de
branca, piso em ladrilho hidraulico, casa elevada, pilares frontais com
acabamento escalonado na estremidade do teto.
Fachada latera e frontal da segurança fonte: Arquivo
- Segurança: Local destinado a policia local, com cobertua em quatro
águas, sendo chanfrada nas estremidades, mais elevada que as demais em
seu plano, esquadrias em madeira, escadaria com cobertura independente e
calçada no entorno.
Fachada da Ambulatório fonte: Arquivo Fachada da Ambulatório fonte: Arquivo
- Ambulatório: A edificação de estilo xxxxx, simetrica longitudionalmente,
é composta por uma cobertura de duas águas em telhas francesas, entradas
com cobertura independente, esquadrias em madeira, piso em ladrilho
hidraulico, dividida em seu interior por quartos e um corredor que o corta ao
meio, pilares frontais com acabamento escalonado na estremidade do teto e
calçada no entorno. Também faz parte uma garagem coberta para os veiculos
de remoção dos internos.
Fachada da Refeitório fonte: Arquivo
- Refeitórios: Edificação retangular com cobertura em duas águas,
varandado lateral marcado por pilares com cobertura independente, esquadrias
em madeira , salão amplo e localização estratégica no inicio da rua dos
pavilhões.
Pavilhões ladeados fonte: Arquivo Fachada do pavilhão fonte: Arquivo
- Pavilhões: Tem o mesmo formato do ambulatório, porem, em menor
escala, com dez quartos ao longo do corredor e apenas uma entreda e sem
calçada lateral, o que o difere, em sua menor escala, do Ambulatório e somam
dez pavilhões no mesmo padrão.
Fachadas da Casas dos internos fonte: Arquivo
- Casas para internos: Com planta geminada as casas seguiam o
mesmo padrão das demais edificações do complexo, com cobertura em 4
águas em telha francesa, varanda, esquadrias em madeira, ladrilho hidraulico
no piso, porem, sem o acabamento nos pilares da varanda e padronizada para
todas com a mesma finalidade, totalizando dezesseis edificações sendo trinta e
duas moradias.
Salão de reuniões fonte: Arquivo Detalhe do Salão de reuniões fonte: Arquivo
- Salão de reunião: De planta quadrada, tem cobertura com quatro
águas com cobertura independente para varanda, varandado marcado com
pilares adornado nas pontos e com peitoril escalonado ao redor, ladrilho
hidraulico imponente no piso, esquadrias maiores que as demais em madeira
pintadas de azul, e interior amplo e livre.
Salão de Eventos fonte: Arquivo Salão de Eventos e de reuniões fonte: Arquivo
- Salão de eventos: Tem a mesma estrututa do Salão de reuniões,
porem, de planta retangular e extensa.
Igreja fonte: Arquivo Interior de Igreja fonte: Arquivo
- Igreja: A edificação mais alta do complexo, tem a cobertura composta
por duas águas em telha francesa com inclinação acentuada, quatro pilares
estruturam-na, todos com adornos escalonadas nas estremidades, piso
elevado e revestido com ladrilho hidraulico, altar com pulpto/obstáculo para os
fiéis, a porta de entrada alta com arco, janelas laterais tambem com arcos.
Supultura do cimitério fonte: Arquivo Supulturas do cimitério fonte: Arquivo
- Cimitério: Feito para atender os internos, é composto por sepulturas
antigas, estas são voltadas para o fundo da igreja.
Fachada do Centro Cirurgico fonte: Arquivo
- Centro Cirurgico: Edifício mais recente do complexo, tem
carasteristicas modernistas, janelas em fita, vãos largos, também é elevada do
chão como as demais, pilares redondos e esbeltos compõem a entrada e a
cobertura em telha de fibrocimento sendo duas águas.
Fachada da Lavanderia fonte: Google Street
- Lavanderia: Afastada do centro da cidade, a edificação tem a cobertura
com quatro águas em telha francesa, planta retangular, esquadrias em madeira
pintadas de azul.
Fachadas das Casas dos funcionarios fonte: Arquivo
- Casas dos funcionarios: Tinham as mesmas caracteristicas das Casas
dos internos, (com planta geminada as casas seguiam o mesmo padrão das
demais edificações do complexo, com cobertura em 4 águas em telha francesa,
varanda, esquadrias em madeira, ladrilho hidraulico no piso, porem, sem o
acabamento nos pilares da varanda e padronizada para todas com a mesma
finalidade), porem, totalizam quatro edificações sendo oito moradias.
Rua Pica-Pau, Pedro Fontes, Cariacica – ES
Fachada do Educandário Alzira Blay fonte: Google Street
- Educandário Alzira Blay: Edificio com dois pavimentos, cobertura
original em telhas francesas, acabamento do beiral em madeira, fachadas com
poucos adornos, esquadrias em madeira, paredes espessas pintadas em cal.
Rua Alzira Blay, Pedro Fontes, Cariacica – ES
Obs.: Os imóveis que se encontram sem endereço é pelo motivo de não ter nome nas ruas.
VESTÍGIOS
Fazenda Alzira Blay Ruinas fonte: Arquivo
Existe no complexo em ruinas e em processo de ruinas a sede da
fazenda Alzira Bley e uma edificação não identificada.
MANUTENÇÃO
A manutenção que é realizada no local é feita de muitos em muitos
tempos, e não atende a demanda, deixando a desejar até mesmo nos locais
utilizados com leitos para internos. Condições ruins de iluminação, estruturas
de alguns edificios danificadas e existe até pontos de vandalismo, o que faz os
proprios internos e moradores do local intervirem nas construções,
prejudicando a história das mesmas.
CONSERVAÇÃO
A cidade mantem sua estrutura preservada, uma vez que nada fora
demolido, porem, o desuso de algumas edificações, fizeram com que o tempo
trabalhasse de forma a deteriora-las.
AVALIAÇÃO
O local encontrasse em mal estado em sua estrutura fisica, porem, tem
alto valor cultural e social, pois, quem ali se encontra, apenas deixará o local
morto, e ainda assim não sairá de lá.
RECOMENDAÇÕES
A cidade tem muito a oferecer, caso queiram ajuda-la a oferecer.
Primeiramente por ser um complexo voltado e estruturado para saude, ainda
que em condições precárias, depois telo potencial histórico que ali esta.
As pessoas que vivem em Pedro Fontes não tiveram escolha, mas,
agora existe a possibilidade de melhorar e dar uso ao local, seja
contemplação, seja aprendizagem ou seja caridade.
REFERENCIAS
SANGI, Kelly C.C.; MIRANDA, Luciana F. de; SPINDOLA, Thelma; LEÃO, Ana
Maria M. Hanseníase e Estado Reacional: história de vida de pessoas acometidas.
Revista Enfermagem UFRJ, Rio de Janeiro, 2009 abr/jun, p. 209-2014.
SANTOS, Vicente S.M. dos. Pesquisa documental sobre a história da hanseníase no
Brasil. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, vol. 10: (suplemento 1) p. 415-426,
2003.
TODOROV, Tzetan. A conquista da América: a questão do outro. 2 ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1999. P.22
www.iphan.gov.br

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INVENTÁRIO PEDRO FONTES

  • 1. INVENTÁRIO APLICADOS ÀS EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS DE PEDRO FONTES – CARIACICA – ESPIRITO SANTO Foto dos pavilhões em 1935. Fonte: Acervo digital Prefeitura de Cariacica. A cidade O bairro Pedro Fontes foi considerado como terreno devoluto do Estado, sendo adquirida e anexada ao território de Cariacica, conforme pedido feito ao governo do Estado, em 18 de maio de 1985, constituindo durante muito tempo uma extensa área destinada ao isolamento daqueles que sofrem do mal de Lázaro (hansenísase, morféia ou lepra). Nessa região estão instalados o Hospital Dr. Pedro Fontes e o preventório onde residiam as crianças que não estavam infectadas com a doença, em pavilhões livres. A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de evolução lenta, que se manifesta principalmente através de sinais e sintômas dermatoneurológicos. [...] A doença é causada Mycobacterium leprae, ele tem alta infectividade e baixa patogenicidade, apresenta um período de incubação em média de dois a cinco anos. O hospedeiro é o homem, sendo as vias aéreas superiores a principal via de eliminação e porta de entrada do bacilo no organismo. Para que ocorra a transmissão é necessária a existência de um contato direto entre o indivíduo susceptível com o doente acometido de hanseníase multibacilar que ainda não tenha iniciado o tratamento. (SANGI, MIRANDA, SPINDOLA, LEÃO, 2009, p.2010) A hanseníase é uma doença que durante muitos séculos foi conhecida como lepra ou mal de Lázaro. Para eliminar o incômodo social que a doença causava, a Saúde Pública optou pelo isolamento, pela internação compulsória dos doentes. Entre as mais antigas experiências de internação, temos a
  • 2. construção de leprosários. A partir do século IV da Era Cristã e até o fim das Cruzadas, os leprosários se multiplicaram. O leproso representava uma ameaça pública. A comunidade, com a justificativa de proteger as pessoas saudáveis, expulsava o doente. Todorov (1999), em seus relatos sobre a conquista da América faz referência a essa situação: Durante a terceira viagem Colombo faz escala nas ilhas do Cabo Verde, que na época serviam aos portugueses como lugar de deportação para todos os leprosos do reino. Supõe-se então que eles poderão curar-se comendo tartarugas e lavando-se com seu sangue (p. 22) Os leprosários foram construídos como espaços fora da cidade, para excluir, para eliminar o que a sociedade e a medicina não sabiam tratar. O Hospital Dr. Pedro Fontes (HPF) ou Colônia de Itanhenga foi inaugurado em 22 de maio de 1935 com o objetivo de atender aos pacientes portadores de hanseníase. Os enfermos da época eram levados ao HPF, onde ficavam isolados. Durante muitos anos os doentes leprosos do Estado foram “caçados” pela Polícia Sanitária e isolados obrigatoriamente. Nesta época, os doentes ficavam impedidos do convívio familiar e da sociedade em geral, representando uma forte ruptura do seu vínculo social. O entendimento das autoridades, neste período, era de que esta política de controle vinha para “salvaguardar” a coletividade. A partir de 1972, os hospitais-colônias foram banidos oficialmente em todo o Brasil. Por volta da década de 1980, orientado pelo Ministério da Saúde, o Hospital Pedro Fontes foi reformulado e parou de internar pacientes compulsoriamente. Além disso, também inaugurou o tratamento ambulatorial, estimulou a manutenção da unidade familiar e a reintegração social do paciente. Atualmente, o HPF continua tratando aproximadamente mil pessoas sequeladas pela enfermidade. Todas elas moram no local. De acordo com o diretor geral da unidade, o bairro Pedro Fontes é como se fosse uma pequena vila do interior. O ambulatório do hospital atende a pacientes dos bairros adjacentes, principalmente Nova Rosa da Penha I e II, conta com profissionais da saúde, médicos de especialidades diversas como a dermatologia, clínico geral, ginecologia e odontologia, todos mantidos pela Secretaria de Saúde do Estado.
  • 3. O prédio onde funciona a Sociedade Eunice Weaver do Espírito Santo, inaugurado em 24 de abril de 1940, recebeu o nome Alzira Bley em homenagem à esposa do Interventor do Estado do Espírito Santo durante ditadura militar. Dona Alzira Herondina Donat Bley sendo seu marido o Major João Punaro Bley. A partir de 1985 essa instituição abriu-se ao regime “semi- internato” e passou a ser destinada ao apoio de crianças e adolescentes de famílias empobrecidas de ambos os sexos até a idade de 16 anos. Esta mudança ocorreu para atender também a uma demanda dos pais das comunidades dos bairros Pedro Fontes e Nova Rosa da Penha I e II, que devido às condições de pobreza em que se encontravam, algumas famílias viam na entidade a possibilidade de garantir a alimentação de seus filhos. De acordo com Santos (2003, p. 421) METODO DO INVENTÁRIO Para a análise e compreensão da história das cidades e das pessoas, a arquitetura tem papel relevante por materializar, nas edificações, os modos de vida e de construção de uma época. Além de referência urbana, as edificações são a história materializada. Nesse sentido, entende-se que os bens de relevância histórica e/ou arquitetônica devem ser devidamente inventariados, antes mesmo de qualquer ação preservacionista. O trabalho de inventário é a principal ferramenta de documentação, e cria um amplo panorama dos bens arquitetônicos de uma localidade. A partir do levantamento de dados necessários, como a construção do conhecimento histórico de como surgiu a edificação, quais suas características, seus elementos construtivos, suas alterações ao longo do tempo etc, pode-se reunir as informações para a elaboração de um inventário. Numa perspectiva de preservação do patrimônio cultural, visando à legitimação e perpetuação, nessa sociedade, de seus bens culturais pelo reconhecimento e preservação do objeto, elabora-se o registro das edificações, através de levantamentos fotográficos e entrevistas. Tais instrumentos de inventário serão um caminho para o conhecimento e a conscientização da sociedade sobre seu patrimônio e a necessidade de preservá-lo.
  • 4. FICHA DE INVENTÁRIO NOME Pedro Fontes, Hospital Pedro Fontes, Colônia de Itanhenga ou até Leprosário. Localização: Pedro Fontes, Cariacica, Rodovia BR 101 – ES IMAGEM Foto dos pavilhões em 1935. Fonte: Acervo digital Prefeitura de Cariacica. Esta é a imagem de meados da inauguração da Colônia de Itanhenga em 1935. O QUE É Um centro de isolamento e tratamento aos portadores de hanseníase. ONDE ESTÁ Pedro Fontes fica na área “rurbana” de Cariacica, próximo a BR 101, também conhecida como rodovia do contorno, o trajeto para chegar ao local é feito por estradas de barro, mesma estrutura que o compõe.
  • 5. PERÍODOS IMPORTANTES O período de inauguração, que foi em 22 de maio de 1935 é classificado como principal data do local, uma vez que não existe comemorações,, festas ou nada do tipo. Outrora houve, eram comemoradas com festas todas as datas festivas tradicionais, porem, o descaso tornou isso banal. HISTÓRIA O Hospital Dr. Pedro Fontes (HPF) ou Colônia de Itanhenga foi inaugurado em 22 de maio de 1935 com o objetivo de atender aos pacientes portadores de hanseníase. Durante muitos anos os doentes leprosos do Estado foram “caçados” pela Polícia Sanitária e isolados obrigatoriamente. Atualmente, o HPF continua tratando aproximadamente mil pessoas sequeladas pela enfermidade. Todas elas moram no local. SIGNIFICADOS O ambulatório do hospital atende a pacientes dos bairros adjacentes, principalmente Nova Rosa da Penha I e II, conta com profissionais da saúde, médicos de especialidades diversas como a dermatologia, clínico geral, ginecologia e odontologia, todos mantidos pela Secretaria de Saúde do Estado. PESSOAS ENVOLVIDAS Hoje os internos e enfermeiros que os atendem são os que compõem a cidade, juntamente com os filhos, netos e agregados dos internos, não esquecendo os funcionários administrativos e de segurança. ELEMENTOS NATURAIS A cidade fica em meio a campos de pastagem, é provida de arvores de grande porte e focos de áreas de cultivo para os moradores, também conta com áreas de mata atlantica em suas proximidades.
  • 6. MAPA CHAVE GERAL DE LOCALIZAÇÃO DOS IMÓVEIS Imagem aérea fonte: Google ELEMENTOS CONSTRUIDOS A esrtutura da cidade é formada por diversas edificações, em sua grande maioria padronizadas em estilo Protomoderno. São elas: Fachada da administração fonte: Arquivo Lateral da administração fonte: Arquivo - Administração: A edificação é composta por uma cobertura de seis águas em telhas francesas, varanda, esquadrias em madeira pintadas de branca, piso em ladrilho hidraulico, casa elevada, pilares frontais com acabamento escalonado na estremidade do teto.
  • 7. Fachada latera e frontal da segurança fonte: Arquivo - Segurança: Local destinado a policia local, com cobertua em quatro águas, sendo chanfrada nas estremidades, mais elevada que as demais em seu plano, esquadrias em madeira, escadaria com cobertura independente e calçada no entorno. Fachada da Ambulatório fonte: Arquivo Fachada da Ambulatório fonte: Arquivo - Ambulatório: A edificação de estilo xxxxx, simetrica longitudionalmente, é composta por uma cobertura de duas águas em telhas francesas, entradas com cobertura independente, esquadrias em madeira, piso em ladrilho hidraulico, dividida em seu interior por quartos e um corredor que o corta ao meio, pilares frontais com acabamento escalonado na estremidade do teto e calçada no entorno. Também faz parte uma garagem coberta para os veiculos de remoção dos internos.
  • 8. Fachada da Refeitório fonte: Arquivo - Refeitórios: Edificação retangular com cobertura em duas águas, varandado lateral marcado por pilares com cobertura independente, esquadrias em madeira , salão amplo e localização estratégica no inicio da rua dos pavilhões. Pavilhões ladeados fonte: Arquivo Fachada do pavilhão fonte: Arquivo - Pavilhões: Tem o mesmo formato do ambulatório, porem, em menor escala, com dez quartos ao longo do corredor e apenas uma entreda e sem calçada lateral, o que o difere, em sua menor escala, do Ambulatório e somam dez pavilhões no mesmo padrão.
  • 9. Fachadas da Casas dos internos fonte: Arquivo - Casas para internos: Com planta geminada as casas seguiam o mesmo padrão das demais edificações do complexo, com cobertura em 4 águas em telha francesa, varanda, esquadrias em madeira, ladrilho hidraulico no piso, porem, sem o acabamento nos pilares da varanda e padronizada para todas com a mesma finalidade, totalizando dezesseis edificações sendo trinta e duas moradias. Salão de reuniões fonte: Arquivo Detalhe do Salão de reuniões fonte: Arquivo - Salão de reunião: De planta quadrada, tem cobertura com quatro águas com cobertura independente para varanda, varandado marcado com pilares adornado nas pontos e com peitoril escalonado ao redor, ladrilho hidraulico imponente no piso, esquadrias maiores que as demais em madeira pintadas de azul, e interior amplo e livre.
  • 10. Salão de Eventos fonte: Arquivo Salão de Eventos e de reuniões fonte: Arquivo - Salão de eventos: Tem a mesma estrututa do Salão de reuniões, porem, de planta retangular e extensa. Igreja fonte: Arquivo Interior de Igreja fonte: Arquivo - Igreja: A edificação mais alta do complexo, tem a cobertura composta por duas águas em telha francesa com inclinação acentuada, quatro pilares estruturam-na, todos com adornos escalonadas nas estremidades, piso elevado e revestido com ladrilho hidraulico, altar com pulpto/obstáculo para os fiéis, a porta de entrada alta com arco, janelas laterais tambem com arcos.
  • 11. Supultura do cimitério fonte: Arquivo Supulturas do cimitério fonte: Arquivo - Cimitério: Feito para atender os internos, é composto por sepulturas antigas, estas são voltadas para o fundo da igreja. Fachada do Centro Cirurgico fonte: Arquivo - Centro Cirurgico: Edifício mais recente do complexo, tem carasteristicas modernistas, janelas em fita, vãos largos, também é elevada do chão como as demais, pilares redondos e esbeltos compõem a entrada e a cobertura em telha de fibrocimento sendo duas águas. Fachada da Lavanderia fonte: Google Street - Lavanderia: Afastada do centro da cidade, a edificação tem a cobertura com quatro águas em telha francesa, planta retangular, esquadrias em madeira pintadas de azul.
  • 12. Fachadas das Casas dos funcionarios fonte: Arquivo - Casas dos funcionarios: Tinham as mesmas caracteristicas das Casas dos internos, (com planta geminada as casas seguiam o mesmo padrão das demais edificações do complexo, com cobertura em 4 águas em telha francesa, varanda, esquadrias em madeira, ladrilho hidraulico no piso, porem, sem o acabamento nos pilares da varanda e padronizada para todas com a mesma finalidade), porem, totalizam quatro edificações sendo oito moradias. Rua Pica-Pau, Pedro Fontes, Cariacica – ES Fachada do Educandário Alzira Blay fonte: Google Street - Educandário Alzira Blay: Edificio com dois pavimentos, cobertura original em telhas francesas, acabamento do beiral em madeira, fachadas com poucos adornos, esquadrias em madeira, paredes espessas pintadas em cal. Rua Alzira Blay, Pedro Fontes, Cariacica – ES Obs.: Os imóveis que se encontram sem endereço é pelo motivo de não ter nome nas ruas.
  • 13. VESTÍGIOS Fazenda Alzira Blay Ruinas fonte: Arquivo Existe no complexo em ruinas e em processo de ruinas a sede da fazenda Alzira Bley e uma edificação não identificada. MANUTENÇÃO A manutenção que é realizada no local é feita de muitos em muitos tempos, e não atende a demanda, deixando a desejar até mesmo nos locais utilizados com leitos para internos. Condições ruins de iluminação, estruturas de alguns edificios danificadas e existe até pontos de vandalismo, o que faz os proprios internos e moradores do local intervirem nas construções, prejudicando a história das mesmas. CONSERVAÇÃO A cidade mantem sua estrutura preservada, uma vez que nada fora demolido, porem, o desuso de algumas edificações, fizeram com que o tempo trabalhasse de forma a deteriora-las.
  • 14. AVALIAÇÃO O local encontrasse em mal estado em sua estrutura fisica, porem, tem alto valor cultural e social, pois, quem ali se encontra, apenas deixará o local morto, e ainda assim não sairá de lá. RECOMENDAÇÕES A cidade tem muito a oferecer, caso queiram ajuda-la a oferecer. Primeiramente por ser um complexo voltado e estruturado para saude, ainda que em condições precárias, depois telo potencial histórico que ali esta. As pessoas que vivem em Pedro Fontes não tiveram escolha, mas, agora existe a possibilidade de melhorar e dar uso ao local, seja contemplação, seja aprendizagem ou seja caridade.
  • 15. REFERENCIAS SANGI, Kelly C.C.; MIRANDA, Luciana F. de; SPINDOLA, Thelma; LEÃO, Ana Maria M. Hanseníase e Estado Reacional: história de vida de pessoas acometidas. Revista Enfermagem UFRJ, Rio de Janeiro, 2009 abr/jun, p. 209-2014. SANTOS, Vicente S.M. dos. Pesquisa documental sobre a história da hanseníase no Brasil. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, vol. 10: (suplemento 1) p. 415-426, 2003. TODOROV, Tzetan. A conquista da América: a questão do outro. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. P.22 www.iphan.gov.br